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domingo, 30 de maio de 2010

1920: Lançado o programa do partido de Hitler

Em 24 de fevereiro de 1920, o Partido Alemão dos Trabalhadores apresenta um programa nacionalista, anti-semita e anticapitalista. No mesmo dia, torna-se Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores (NSDAP).

(Foto)Hitler discursa em Reichenberg

"Essa risível pequena criação, com seus poucos filiados, me pareceu ter a vantagem de ainda não ter se solidificado numa 'organização'. Aqui ainda se podia trabalhar, e quanto menor o movimento fosse, tanto mais ele estaria apto a ser conduzido à forma certa. Aqui o conteúdo, o objetivo e o meio ainda podiam ser determinados." Palavras de Adolf Hitler em seu livro Mein Kampf (Minha Luta).

A "risível pequena criação" mencionada era o Partido Alemão dos Trabalhadores (DAP), um partido de direita, no qual Hitler ingressou em setembro de 1919. Como narra o historiador Eberhard Jäckel, de Stuttgart:

"Era realmente um grupo muito pequeno e insignificante de Munique, de fundo bávaro. Chamava-se então Partido Alemão dos Trabalhadores. Hitler entrou em contato com ele apenas alguns meses depois da fundação."

Hitler fazia parte de um comando militar que passou a controlar Munique após o breve período de regime socialista aí instaurado por Kurt Eisner, assassinado em fevereiro de 1919. Nesse mesmo ano, Hitler filiou-se ao pequeno partido, fundado pelo ferroviário Anton Drexler e o jornalista Karl Harrer. Não demorou para que assumisse a chefia do departamento de propaganda da agremiação. Sua influência sobre o partido foi tão grande que escreveu de próprio punho o programa de 25 pontos, apresentado em 1920.

Reivindicações populistas

O programa exigia, em primeiro lugar, a unificação de todos os alemães numa Grande Alemanha. Exigia a aquisição de colônias e o cancelamento do Tratado de Versalhes, que selou a derrota alemã na Primeira Guerra Mundial. Além disso, só teria o direito de ser cidadão alemão quem tivesse "sangue alemão". Os não alemães não teriam acesso aos órgãos públicos e estariam sujeitos a leis especiais.

As diretrizes socialistas do programa concentravam-se na estatização das empresas e na exigência de participação nos lucros de grandes firmas. No aspecto da política interna, citava apenas palavras de ordem, sem oferecer estratégias definidas. Pregava, por exemplo, o combate "à mentira política" ou "melhorias na saúde da população".

Em suma, um apanhado de reivindicações populistas, apresentadas na época diante de 2 mil pessoas, na famosa cervejaria Hofbräuhaus de Munique. Hitler aproveitou para mudar o nome do partido para Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores (Nazionalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei), de onde foi retirada a sigla nazi, pela qual passou a ser identificado.

O pequeno partido nazista começou a arregimentar elementos das mais variadas tendências e classes sociais. O próprio partido se via como "movimento" que representava os anseios da população. Um movimento em que Hitler foi tomando as rédeas, até assumir a presidência, em 1921.

Dois anos depois, fracassou na tentativa de golpe que ficou conhecida como "o putsch da cervejaria de Munique", para derrubar a República de Weimar. Hitler foi condenado a cinco anos de prisão, mas só cumpriu nove meses.

Resolveu então chegar ao poder através de eleições e começou a reorganizar seu pequeno partido. Na grave crise econômica de 1929, a classe média e os industriais, temerosos do avanço do comunismo, viram a salvação nos nazistas. Em 1930, o partido foi o segundo mais votado no país, com seis milhões de votos.

Heinz Dylong (rw)

Fonte: Deustche Welle(Alemanha)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,445953,00.html

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Salvadores Alemães 3 - Os Daene e os Heller

Wilhelm e Margarete Daene
"Wilhelm Daene era trabalhador metalúrgico em Berlim. Depois de 1933 foi preso várias vezes pela Gestapo por sua militância social-democrata e sindicalista. Durante a guerra trabahava numa fábrica de armamento em Berlim-Wittennau onde era responsável pelas operárias judias obrigadas a trabalhos forçados. Ajudou-as proporcionando-lhes alimentos e medicamentos. Se ocupou das trabalhadoras judias enfermas procurando um local para elas dormirem na fábrica evitando deste modo que elas fossem presas. Quando já não foi possível impedir as deportações, Daene e sua esposa Margarete esconderam as três mulheres judias: Gerda L., Lola A. e Ursula F. Se sabe que ajudou a fugir para Bélgica a outra trabalhadora judia.

A ponto de ser presa pela Gestapo em 1943, Daene encontrou outro esconderijo para as três mulheres. Ursula F. foi denunciada na calle. Resultou de ser gravemente ferida na detenção e sobreviveu no hospital da polícia. Lola A. estava com Margerete Daene no momento da libertação, Gerda L. foi presa em detida em agosto de 1944 e deportada para Auschwitz onde foi assassinada.

Assim mesmo, outra mulher chamada Margot W. considera Daene como sua salvadora. Conta que logo que foi presa pelos nazis junto com seus pais, Daene conseguiu tirá-la do campo de concentração. Margot W. viveu na clandestinidade até a libertação, em maio de 1945.

Wilhelm Daene sobreviveu ao cárcere. Foi apelidado como "O Justo entre os Nacionais" pelo Yad Vashem e homenajeado pelo Senado de Berlim como "Herói sem fama"."

Bibliografia
Kurt R. Grossmann, Die unbesungenen Helden, Berlin 1957, S. 32ff.
Hans-Rainer Sandvoß, Widerstand in Pankow und Reinickendorf (Hrsg. Gedenkstädte Deutscher Widerstand), Berlin 1994, S. 217, 249f.
Ursel Hochmuth: Illegale KPD und Bewegung "Freies Deutschland" in Berlin und Brandenburg 1942, Berlin 1998, S. 125.

Benno e Irmgard Heller
"Em fins da década de ´30, o ginecólogo judeu Dr. Benno Heller vivia no bairro operário de Neukölln, em Berlim, junto con sua esposa Irmgard, que não era judia. Atendia no consultório médico em sua própia casa.

Ambos eram comunistas convencidos de seus ideais. Sem dúvida, depois de uma visita a União Soviética abandonaram as fileiras do partido. Devido a ter realizado abortos ilegais Benno Heller havia sido preso antes de 1933. Irmgard vinha de uma família burguesa, mas se separou de seus vínculos familiares e se comprometeu com os interesses e necessidades dos habitantes da classe trabalhadora de seu vizinhança.

Durante o pogrom de novembro de 1938 os Heller foram afetados pela violência anti-semita. Na placa da consulta médica fixada na porta de sua casa foi pintada a palavra "judeu".

Quando começaram as deportações dos judeus de Berlim em outubro de 1941, os Heller instavam a seus clientes judeus a não se deixar levar e a permanecer na clandestinidade. Até esse momento Benno Heller estava protegido por sua esposa "aria". Contactou suas ex-pacientes não judias para para lhes pedir que acolhessem as mulheres que estavam em perigo. Muitas delas se sentiam comprometidas com Heller por seus tratamentos médicos anteriores, que em alguns casos haviam sido gratuitos. Seu consultório servia então como refúgio para os "ilegais" assim como lugar de coordenação para seu futuro alojamento.

O objetivo do casal Heller era ajudar a quantos perseguidos fosse possível. Mas quando surgiu um conflito entre uma paciente judia a qual Heller havia ajudado a passar para a clandestinidade e uma mulher nã judia a qual ele havia solicitado sua ajuda, Heller foi denunciado pela perseguida.

Em 23 de fevereiro de 1943 foi preso. A princípio foi deportado para um campo externo de Auschwitz. O último rastro de Heller ainda com vida data de 1944, numa instação auxiliar do campo de concentração de Sachsenhausen. Logo não se supôs mais nada sobre ele.

Depois da prisão de seu marido, o estado de saúde de Irmgard Heller, já enferma do coração, se deteriorou dramaticamente. Em 15 de setembro de 1943 faleceu no hospital municipal de Leipzig. Alguns dos pacientes não judeus de Bruno Heller continuaram com suas atividades de ajuda ainda depois de sua prisão e da morte de sua esposa."

Fonte(espanhol): Wilhelm e Margarete Daene
http://www.raoulwallenberg.net/?es/salvadores/rescate/wilhelm-margarete-daene.50404.htm
Benno e Irmgard Heller
http://www.raoulwallenberg.net/?es/salvadores/rescate/benno-irmgard-heller.50406.htm
Tradução: Roberto Lucena

Ver também:
Salvadores Alemães 4 - Eva Hermann, Klara Klaus e Irene Kleber

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