LUMENA RAPOSO
Fontes. Autor do livro teve acesso a material inédito do dirigente nazi
Biografia exaustiva revela Heinrich Himmler
A primeira grande e exaustiva biografia de Heinrich Himmler acaba de ver a luz do dia pela mão de Peter Longerich, o professor e historiador alemão que se tem dedicado a investigar o período do III Reich e do Holocausto. E Himmler é precisamente uma das figuras que melhor encarna esse período maldito da história da Alemanha.
Heinrich Himmler. Biografia é o título do livro sobre o homem que, a 23 de Maio de 1945, se suicidou quando se encontrava prisioneiro dos militares britânicos. Ao longo das mil páginas editadas pela Siedler, vai-se afirmando - porque descobrindo - a figura do chefe das aterradoras SS, o autor do primeiro campo de concentração em Dachau e um dos fiéis de Adolf Hitler, que muitos consideram ter sido ainda mais violento e sinistro do que o próprio Führer.
Para escrever o livro em causa, segundo avança o diário espanhol El Mundo, Longerich utilizou documentos em primeira mão, entre os quais se conta o diário que Himmler escreveu desde criança, uma lista de leituras comentadas e uma abundante correspondência.
Na opinião do autor da biografia, Himmler, que nasceu em Munique a 7 de Outubro de 1900, terá sido o mais radical dos nazis e o que mais poder deteve, logo após Hitler. Doente, frágil, de baixa estatura, media apenas 1,74 metros, Himmler - como os outros nazis, aliás -, cultivou desde jovem o sonho de um mundo perfeito, dominado por uma raça perfeita - a ariana, de que os alemães eram os representantes directos. Nesse mundo, o cristianismo - considerado por Himmler como "a maior peste alguma vez criada na história" - daria lugar a uma religião baseada nos velhos mitos do povo ariano.
A consequência mais grave dessa "loucura" de criar um homem e um mundo novo foi sentida por aqueles que a nova "ordem" rejeitava, ou seja, os judeus, os eslavos, os homossexuais, os deficientes; todos vão sendo eliminados durante o regime nazi.
Em muitos casos, Himmler foi o autor intelectual de planos de extermínio total dos judeus. Por exemplo, após a invasão da Polónia em 1939 e o ataque à União Soviética em 1941, as ordens eram de eliminar apenas os judeus jovens e adultos mas Himmler considerou ser um erro deixar vivas as mulheres e as crianças que, em sua opinião, poderiam tentar vingar-se mais tarde.
Quando a guerra terminou, Himmler e os seus esbirros tinham assassinado seis milhões dos 30 milhões que tencionavam eliminar.
Fonte: Diário de Notícias(Portugal)
http://dn.sapo.pt/2008/11/05/internacional/biografia_exaustiva_revela_heinrich_.html
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