terça-feira, 12 de junho de 2012

Rudy de Mérode, um colaboracionista fascista francês

Rudy de Mérode, nome real Frédéric Martin (1905, Silly-sur-Nied, Moselle - ?, provavelmente na Espanha) foi um colaboracionista francês durante a ocupação alemã da França na Segunda Guerra Mundial.

Vida

Originário de Luxemburgo, sua família emigrou para França e foram naturalizados como cidadãos franceses nos anos de 1920. Estudou engenharia em Estrasburgo e então na Alemanha, onde ele foi recrutado pela Abwehr em 1928. Em 1934 participou dos trabalhos de construção da Linha Maginot e repassou os planos (aos quais teve acesso) para os serviços da Inteligência alemã. Desmascarado como um espião em 1935, foi condenado em 1936 a 10 anos de cadeia (os quais serviu numa prisão de Clairvaux) e 20 anos de exílio da França.

Durante a queda da Batalha da França, centenas de milhares de prisioneiros fugiram pelas estradas da França. em 14 de junho, em Bar-sur-Aube, um grupo de prisioneiros foi evacuado da prisão central em Claivaux, incluindo Rudy de Mérode e outros espiões, que se aproveitaram da anarquia instalada para escapar e pedir ajuda aos alemães.

Em julho de 1940, ele retornou para Paris e organizou sozinho um centro de Inteligência militar alemão no Hotel Lutetia. Anexo a uma fonte do escritório no número 18 da rua Pétrarque em Paris como um disfarce, ele espionou para Abwehr ao lado de outro agente da SD, o holandês Gédéon van Houten (chamado de barão d'Humières).

Primeiramente ele reuniu a inteligência através de uma equipe de trinta pessoas sob suas ordens, que ele treinou por conta própria. A maioria deles eram foragidos da Justiça e ele os usou para conseguir equipamentos e para construções. Sua equipe requisitou varios apartamentos e hoteis particulares sob o pretexto de serem franceses ou (mais frequentemente) policiais alemães.

Sua especialidade era comboios bancários, de dinheiro vindo de diversas fontes ou na forma de objetos de ouro, jóias, arte ou lingotes. Em 1941, estabeleceu-se no boulevard 70 Maurice Barrès em Neuilly-sur-Seine, mas van Houten e de Mérode separaram-se após um desentendimento em 1942.

Com a ajuda do DSK (Devisenschutzkommando) abriu cofres de bancos, comprando objetos de ouro e prata de seus proprietários a um preço subvalorizado ou, no caso deles se recusassem a cooperar, ele os deportaria. Se a propriedade pertencesse a judeus, era totalmente confiscada e da Gestapo levava o proprietário preso e, muitas vezes deportava. A equipe da "gestapo de Neuilly" confiscou mais de 4 toneladas de ouro, e a rede de 'de Mérode' acumulou enormes somas de prata e prendeu e deporou mais de 500 pessoas.

Fuga pra Espanha

No início de 1944, a Abwehr o acusou de secretamente ter montado um escritório na Espanha. Primeiramente se alojou em Saint-Jean-de-Luz, em meados de 1945, inicialmente era para ficar em San Sebastián antes de chegar a Madrid, onde ele se autoproclamou como "o príncipe de Mérode". Em 1953, ele ainda vivia na Espanha, agora a 60 km ao norte de Madrid em uma fábrica de tijolos. Ele nunca voi levado à justiça e a data da sua morte permanece desconhecida até hoje.

Referências
  • Magazine Historia Hors Série n°26 1972 por Jacques Delarue
  • Les comtesses de la Gestapo ed. Grasset, 2007 by Cyril Eder, ISBN 978-2-246-67401-6
  • Baptiste Roux, Figures de l'Occupation dans l'œuvre de Patrick Modiano, Paris, L'Harmattan, 1999, 334 p. (ISBN 2-7384-8486-7)
Fonte: Extraído do verbete da Wikipedia (em inglês e francês).
Tradução: Roberto Lucena

Ver mais em:
BS Encyclopédie (em francês)

Seção sobre nazismo e Holocausto:
Les grandes idéologies. Le nazisme et la shoah

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