Professores gritam palavras de ordem em Tessalônica, em um protesto de funcionários públicos gregos. Foto: Sakis Mitrolidis/AFP Photo |
Segundo a polícia, 10.000 pessoas manifestaram em Atenas e 7.000 em Salônica, segunda maior cidade do país.
Na capital, a maioria dos manifestantes eram professores e funcionários da saúde. A passeata aconteceu durante a tarde no centro da cidade.
"Não à destruição do Estado social", gritavam os manifestantes.
Esta greve de 48 horas, que recebeu a adesão de trabalhadores de diferentes setores, teve início na segunda-feira.
O descontentamento social voltou a surgir na Grécia após o anúncio do governo, pressionado pelos credores (UE-BCE-FMI), de que demitirá 4.000 funcionários e colocará outros 25.000 "em disponibilidade" até o final do ano.
"A luta vai continuar para pôr fim à pobreza, a miséria, o desemprego, a austeridade, a chantagem e as demissões no (setor) privado e no público (...) e as políticas bárbaras de austeridade", afirmou a central do setor privado GSEE.
As manifestações acontecem em um clima de tensão após a morte na terça-feira à noite de um homem de 34 anos, militante de uma organização de extrema-esquerda, que foi esfaqueado por um integrante do partido neonazista Amanhecer Dourado.
O suspeito, detido com uma faca, admitiu o homicídio e reconheceu pertencer a um partido político. A polícia informou que se trata do partido neonazista Amanhecer Dourado.
A vítima, Pavlos Fyssas, faleceu no hospital, onde foi internada em estado grave, depois de uma briga por volta da meia-noite no bairro de periferia de Keratsini, ao oeste de Atenas. Ele era rapper e integrava um pequeno partido de extrema-esquerda, Antarsia.
O porta-voz do governo, Simos Kedikoglou, denunciou o ato, assim como os principais partidos políticos, enquanto o Amanhecer Dourado negou envolvimento no crime e denunciou uma "exploração política" do caso.
"Se o governo grego e o primeiro-ministro Antonis Samaras não forem capazes de reprimir a conduta hedionda do Amanhecer Dourado, teremos uma presidência (da União Europeia) inaceitável", alertou o presidente do grupo socialista no Parlamento Europeu, Hannes Swoboda, evocando a rotação da presidência da UE em janeiro.
"Nós manifestamos em massa contra as políticas de austeridade, mas também devemos enfrentar os fascistas e o Amanhecer Dourado, que são manipulados pelo regime para quebrar toda a resistência dos cidadãos", considerou Panayiotis Mouzios, presidente do sindicado de engenheiros do serviço público.
Várias organizações de defesa dos direitos Humanos, antirracistas e de esquerda convocaram "uma manifestação antifascista" em Keratsini para esta noite
Para esses militantes, a responsabilidade pelo crescimento do Amanhecer Dourado deve-se ao governo do primeiro-ministro conservador Antonis Samaras e "das ações da polícia contra os imigrantes".
Devido às políticas de austeridade e à explosão do desemprego desde o início da crise em 2010, o Amanhecer Dourado, que possui 18 dos 300 assentos no Parlamento, está em ascensão.
Sobre o Amanhecer Dourado pesa a suspeita de ter organizado ataques contra imigrantes, o que o partido nega, e vários de seus deputados são acusados de violência.
Fonte: AFP - Agence France-Presse/Diário de Pernambuco
http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/mundo/2013/09/18/interna_mundo,462957/manifestacoes-na-grecia-em-clima-de-tensao-apos-assassinato-neonazista.shtml
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