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domingo, 22 de setembro de 2013

Mulher grega pisando em garota cigana em Atenas - foto se torna viral

por Maria Arkouli em 17 de setembro de 2013, tags: Culture, Media, News, Racism, Society

Músicos de rua na Grécia

Uma fotografia de uma dona de loja feminina pisando uma garota cigana (Roma) música de rua numa passarela de pedestres sob a Acrópole para mandá-la embora virou viral na Internet e forçou as autoridades gregas a investigar o abuso.

O local é frequentado por crianças ciganas (Roma) que são colocadas lá para pedir trocados, tocar música para doações ou venda de flores, atividades que na Grã-Bretanha são encontradas fazendo por até $ 160,00 por criança, tornando-se um negócio muito lucrativo.

A foto foi tirada pelo fotógrafo da Associated Press Dimitris Messinis em um dos mais movimentados pontos turísticos de Atenas, perto da principal estação de metrô e do Novo Museu da Acrópole. Não foi relatado por que a mulher queria a menina fora da área, mas isso aconteceu na frente de muitas testemunhas.

A imagem é chocante: uma mulher está pisando uma menina que toca o acordeão para forçá-la a ir para fora do ponto, talvez porque a menina a "ofendeu" esteticamente.

Depois do alvoroço causado pela publicação da fotografia, do Departamento de Proteção à Criança da Segurança da Ática lançou uma investigação para tentar encontrar a mulher.

Fonte: Greek Reporter
http://greece.greekreporter.com/2013/09/17/woman-kicking-girl-pic-goes-viral/

Comentário: não preciso comentar esta foto, a imagem fala por si. Só fica o aviso aos fascistinhas cagões que vez por outra deixam mensagens racistas com fakes por não terem coragem de assumir o que escrevem (comentários racistas) com o nome, se vierem escrever besteira aqui não terão comentário algum publicado, não baterei boca com lixo covarde e defensor desse tipo de imundície que não assume sequer o que escreve. Sejam ao menos homens pra escrever com o nome as imundícies que defendem (duvido que façam isso).

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Manifestações na Grécia em clima de tensão após assassinato neonazista

Publicação: 18/09/2013 14:07 Atualização:

Professores gritam palavras de ordem em Tessalônica,
em um protesto de funcionários públicos gregos.
Foto: Sakis Mitrolidis/AFP Photo    
Cerca de 20.000 funcionários públicos em greve participaram em passeatas nesta quarta-feira em todo o país contra os planos do governo de reestruturar a função pública, em um clima de tensão após o assassinato de um rapper antifascista por um neonazista.

Segundo a polícia, 10.000 pessoas manifestaram em Atenas e 7.000 em Salônica, segunda maior cidade do país.

Na capital, a maioria dos manifestantes eram professores e funcionários da saúde. A passeata aconteceu durante a tarde no centro da cidade.

"Não à destruição do Estado social", gritavam os manifestantes.

Esta greve de 48 horas, que recebeu a adesão de trabalhadores de diferentes setores, teve início na segunda-feira.

O descontentamento social voltou a surgir na Grécia após o anúncio do governo, pressionado pelos credores (UE-BCE-FMI), de que demitirá 4.000 funcionários e colocará outros 25.000 "em disponibilidade" até o final do ano.

"A luta vai continuar para pôr fim à pobreza, a miséria, o desemprego, a austeridade, a chantagem e as demissões no (setor) privado e no público (...) e as políticas bárbaras de austeridade", afirmou a central do setor privado GSEE.

As manifestações acontecem em um clima de tensão após a morte na terça-feira à noite de um homem de 34 anos, militante de uma organização de extrema-esquerda, que foi esfaqueado por um integrante do partido neonazista Amanhecer Dourado.

O suspeito, detido com uma faca, admitiu o homicídio e reconheceu pertencer a um partido político. A polícia informou que se trata do partido neonazista Amanhecer Dourado.

A vítima, Pavlos Fyssas, faleceu no hospital, onde foi internada em estado grave, depois de uma briga por volta da meia-noite no bairro de periferia de Keratsini, ao oeste de Atenas. Ele era rapper e integrava um pequeno partido de extrema-esquerda, Antarsia.

O porta-voz do governo, Simos Kedikoglou, denunciou o ato, assim como os principais partidos políticos, enquanto o Amanhecer Dourado negou envolvimento no crime e denunciou uma "exploração política" do caso.

"Se o governo grego e o primeiro-ministro Antonis Samaras não forem capazes de reprimir a conduta hedionda do Amanhecer Dourado, teremos uma presidência (da União Europeia) inaceitável", alertou o presidente do grupo socialista no Parlamento Europeu, Hannes Swoboda, evocando a rotação da presidência da UE em janeiro.

"Nós manifestamos em massa contra as políticas de austeridade, mas também devemos enfrentar os fascistas e o Amanhecer Dourado, que são manipulados pelo regime para quebrar toda a resistência dos cidadãos", considerou Panayiotis Mouzios, presidente do sindicado de engenheiros do serviço público.

Várias organizações de defesa dos direitos Humanos, antirracistas e de esquerda convocaram "uma manifestação antifascista" em Keratsini para esta noite

Para esses militantes, a responsabilidade pelo crescimento do Amanhecer Dourado deve-se ao governo do primeiro-ministro conservador Antonis Samaras e "das ações da polícia contra os imigrantes".

Devido às políticas de austeridade e à explosão do desemprego desde o início da crise em 2010, o Amanhecer Dourado, que possui 18 dos 300 assentos no Parlamento, está em ascensão.

Sobre o Amanhecer Dourado pesa a suspeita de ter organizado ataques contra imigrantes, o que o partido nega, e vários de seus deputados são acusados de violência.

Fonte: AFP - Agence France-Presse/Diário de Pernambuco
http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/mundo/2013/09/18/interna_mundo,462957/manifestacoes-na-grecia-em-clima-de-tensao-apos-assassinato-neonazista.shtml

Ativista é assassinado por militante de partido neonazista na Grécia

Um rapper e ativista de esquerda foi assassinado nesta madrugada por um neonazista do grupo Amanhecer Dourado, que conta com 18 cadeiras no Parlamento, no Pireu, município vizinho a Atenas (Grécia).

O crime causou consternação no país em um momento de alta tensão social e em plena jornada de greves. A polícia realizou revistas nos gabinetes da legenda. Todos os partidos políticos condenaram o assassinado e pediram medidas contra a formação neonazista.

A vítima, Pavlos Fryssas, um conhecido cantor de hip-hop de 34 anos, estava com amigos em uma cafeteria após terem assistido o jogo entre o Olympiacos e o Paris Saint Germain pela Liga dos Campeões.

Segundo a imprensa grega, a disputa começou com uma discussão sobre futebol mas derivou para temas políticos.

O autor do ataque pegou uma faca e golpeou a vítima no tórax. Segundo a polícia, o ativista morreu pouco depois no hospital.

Este "assassinato selvagem demonstra a personalidade e os objetivos do partido neonazista", declarou o ministro grego de Ordem Pública, Nikos Dendias.

O ministro afirmou que nos próximos dias haverá uma iniciativa legislativa para revisar os artigos 185 e 191 do Código Penal grego, que descrevem o que se entende legalmente por "organização criminosa" e por "grupo armado" e pediu a colaboração de "todas as forças democráticas" e de "todos os cidadãos".

O líder da oposição, o presidente do partido de esquerda Syriza, Alexis Tsipras, pediu calma perante possíveis reações de grupos de esquerda e disse que o primordial é uma "mobilização democrática" e não cair em provocações de grupos que querem desestabilizar o Estado.

"O Amanhecer Dourado deve ser tratado como o que é, um grupo criminoso", afirmou em comunicado o partido social-democrata Pasok, sócio de governo do primeiro-ministro, o conservador Antonis Samaras.

O autor do crime pertencia, segundo testemunhos de vários moradores, dos "camisas negras", um grupo de militantes do Amanhecer Dourado acusado de centenas de agressões, especialmente contra imigrantes, depois do êxito do partido neonazista nas eleições do ano passado.

Na semana passada, um grupo de 50 "camisetas negras" agrediu militantes do Partido Comunista em Perama, bairro próximo lugar do assassinato desta madrugada, e nove pessoas ficaram feridas.

Os autores das agressões não foram detidos e grupos de defesa dos direitos humanos criticaram a polícia por sua falta de interesse em investigar a atividade dos "camisas negras".

O Amanhecer Dourado classificou de "calúnias" todas as acusações contra o grupo.

Fonte: EFE/Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/ativista-e-assassinado-por-militante-de-partido-neonazista-na-grecia,e36f555f66d21410VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Relatório aponta "níveis alarmantes" de ataques racistas na Grécia

Crise Econômica

Ataques motivados por racismo chegaram a "níveis alarmantes" na Grécia e as autoridades não estão se movimentando para evitá-los. A conclusão é de um relatório da Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR).

De acordo com a agência, 87 ataques racistas foram registrados entre janeiro e setembro deste ano. Segundo o relatório, os números reais devem ser maiores, já que as vítimas desse tipo de ataque têm medo de procurar a polícia.

A Grécia é uma entrada para a Europa para muitos imigrantes asiáticos e africanos. A escalada nos números de atos racistas é simultânea à crescente e profunda crise econômica que se abate sobre o país.

"As vítimas dizem que há áreas em Atenas que elas simplesmente não frequentam, devido ao medo dos ataques", diz o comunicado. "É chocante que ninguém até agora tenha sido condenado por cometer um ataque motivado por racismo."

A ACNUR registra que a maior parte dos ataques acontecem em espaços abertos ou no transporte público. Muitas das vítimas relatam terem sido atacadas por grupos de homens vestidos de preto, que usam máscaras e capacetes para proteger o rosto.

Entre os casos mais violentos, estão o de um jovem iraquiano esfaqueado até a morte, em agosto, e o de um albanês morto com uma espada por um motoqueiro mascarado, em maio. Outras ações violentas incluem o uso de tacos, pés-de-cabra e cães.

"Hoje, precisamos soar todos os alarmes, porque a violência racista e a ameaça do fascismo estão espalhadas pelo país e são perigosas para a democracia", disse Costis Papaioannou, líder da Comissão Nacional de Direitos Humanos.

EXTREMISMO

O partido de extrema-direita Aurora Dourada tem subido em popularidade, de acordo com pesquisa divulgada na última semana.

O Aurora Dourada tem o apoio de 14% dos gregos, o dobro da porcentagem que o partido teve nas eleições de junho, quando conseguiu uma cadeira no Parlamento.

O partido nega envolvimento com o nazismo. No entanto, seu líder, Nikolaos Mihaloliakos, nega a existência do Holocausto e o parlamentar eleito, Eleni Zaroulia, chegou a dizer que imigrantes são subumanos, na última semana. O símbolo do Aurora Dourada também é parecido com uma suástica.

CRISE

A Grécia passa por uma crise econômica devastadora. O desemprego no país atingiu a marca de 25% em julho, num recorde histórico. A taxa afeta 54,2% dos jovens entre 15 e 24 anos sem estudos e 31,4% na faixa de 25 a 34 anos.

As autoridades do país divulgaram no início de outubro uma previsão de 3,8% de contração do PIB para este ano, confirmando o sexto ano consecutivo de recessão. Sucessivos cortes têm sido feitos para sanar as dívidas do país, em áreas como educação, aposentadoria e benefícios sociais.

Fonte: Jornal Floripa/Agências de Notícia
http://www.jornalfloripa.com.br/mundo/index1.php?pg=verjornalfloripa&id=24669

Ver mais:
tag da Grécia

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Deputada grega considerou imigrantes "sub-humanos"

Elena Zaroulia, deputada do partido Neonazi Aurora Dourada, considerou os imigrantes albaneses e russos "sub-humanos que transmitem doenças aos gregos". Palavras polémicas quando foi eleita para o comité de igualdade do Conselho da Europa.

foto Arquivo Global Imagens
Parlamento grego

Deputada grega considerou
imigrantes "sub-humanos"
Elena Zaroulia é deputada do parlamento grego pelo partido neonazi Aurora Dourada, mulher do líder do partido, Nikolaos Michaloliakos, e, na quinta-feira, causou polémica ao classificar os imigrantes na Grécia como "sub-humanos" que têm "todo o tipo de doenças".

O tom do discurso refere termos normalmente usados pelo partido neonazi, mas a polémica instalou-se pelo facto de Elena Zaroulia ter sido eleita, no início de outubro, como membro do comité de igualdade e anti-discriminação do Conselho da Europa.

A declaração foi feita quando a deputada grega criticava os direitos dos imigrantes na Grécia e reclamava tratamento distinto para os gregos de raízes albanesas e russas. O parlamento grego manifestou a sua condenação e pediu à deputada para se redimir das afirmações, mas Elena Zaroulia recusou.

Associações de direitos humanos em vários países já se insurgiram contra Elena Zaroulia e questionaram a nomeação de um membro de um partido xenófobo e antissemita para uma comissão europeia de igualdade racial.

Fonte: Jornal de Notícias (Portugal)
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=2837766

Ver mais:
'Immigrants Sub-Humans' says neo-Nazi Golden Dawn Female MP as Police Collusion Row Intensifies (International Business Times)
Deputada grega diz que imigrantes são «sub-humanos» (tvi24, Portugal)

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Polícia de Atenas 'torturou e humilhou' quem protestou contra partido neo-nazi

A polícia metropolitana grega é acusada de ter espancado, torturado e humilhado os detidos de manifestações anti-fascismo ©AP

Cerca de 40 pessoas que se uniram em protestos contra o Aurora Dourada, partido neo-nazi que tem revigorado o seu ímpeto na Grécia, foram castigados pelas autoridades com métodos de tortura e humilhação. Os relatos dos detidos falam da violência sofrida por se terem manifestado contra o fascismo, e de como a imprensa helénica fecha os olhos ao que se passa no país.

No último dia de Setembro, o centro de Atenas, capital do país, encheu-se uma vez mais em protesto contra a crescente austeridade que aperta o país, numa manifestação que foi a mais noticiada, mas apenas uma mais entre as várias que assolam o país todas as semanas.

No meio do protesto, convocado pela maior união sindical da Grécia, outros grupos apontavam as suas vozes para outros alvos: o fascismo e o neo-nazismo, hoje simbolizados pelo Aurora Dourada.

Ao final do dia, 15 pessoas que participaram nesse protesto estavam nas instalações da Direcção Geral da Polícia de Attica (GADA, na sigla inglesa), sinónimo da polícia metropolitana de Atenas. Lá terão sido espancados, queimados com isqueiros, humilhados e impedidos de dormir e beber água, num conjunto de queixas noticiadas esta terça-feira pelo The Guardian. Dias depois, outros 25 manifestantes foram detidos e sujeitos a um tratamento semelhante.

«Tínhamos tanta sede que até bebíamos água das retretes», revelou um dos detidos, citado mas não identificado pelo diário britânico, por temer represálias da polícia mas, sobretudo, de elementos do Amanhecer Dourado, com quem os detidos acusam o GADA de colaborar e a imprensa de não noticiar os abusos e violência que fazem por proliferar.

«Aqui, os jornalistas não falam destas coisas, ninguém presta atenção se não noticiarem isto no estrangeiro», apelou um outro. De facto, à hora da escrita desta notícia (16h10), nenhum dos principais jornais gregos, na sua edição online – Ekathimerini (versão inglesa), Ta Nea, Express e Ethnos – destacava qualquer texto sobre a violência noticiada pelo diário britânico.

Uma violência apontada ao GADA e aos seus agentes, e que foi descrita por um dos advogados dos detidos como «uma humilhação ao estilo de Abu Ghraib», a prisão que as tropas norte-americanas utilizavam, no Iraque, para interrogar e torturar prisioneiros iraquianos.

De entre o primeiro grupo de 15 detidos, as queixas revelam que os polícias lhes terão negado acesso a água e advogados durante 19 horas e, aos feridos, só foi concedido tratamento médico no dia seguinte à manifestação. Os detidos terão sido obrigados a despirem-se e a dobrarem-se em posições «humilhantes», sendo impedidos de adormecer pelos agentes, que lhe apontavam lasers e tochas para os olhos e lhes cuspiam em cima.

«Tudo o que podíamos fazer era olhar uns para os outros, pelo canto dos olhos, para nos dar coragem», conta um dos detidos, revelando que, quando um dos agentes, responsável pelos actos, recebeu um telefonema, atendeu-o dizendo: «Estou a trabalhar e a lixá-los, a lixá-los bem», usando uma tradução sem o vernáculo citado pelo The Guardian.

Uma das imagens divulgadas pelo diário mostra um grande hematoma nas pernas de um dos alegados detidos, e um outro com um braço e perna fracturadas.

A amanhecer do extremismo
O partido neo-nazi foi o sexto mais votado em Maio, nas últimas eleições legislativas do país, reunindo votos suficientes para hoje sentar 18 deputados no parlamento helénico.

Em algumas sondagens divulgadas na passada semana, o partido era o terceiro colocado nas intenções de voto, apenas atrás do par que sustenta a coligação no governo – os socialistas do PASOK e os conservadores da Nova Democracia (ND).

Fora das urnas e nas ruas do país, porém, membros conotados com o partido têm atacado várias pessoas em bairros de imigrantes de Atenas e distribuído comida e roupas a cidadãos mais desfavorecidos.

Na noite que passaram nas instalações do GADA, os manifestantes revelam ter recebido repetidas ameaças de que as suas moradas seriam divulgadas ao Aurora Dourada, contra quem, horas antes, tinham lançado as suas vozes de protesto.

Christos Manouras, um porta-voz do GADA, sublinhou que «não houve qualquer uso de força por parte dos agentes da polícia», assegurando ainda que as autoridades «analisam e examinam aprofundadamente qualquer relato que apontem para o uso de violência».

9 de Outubro, 2012
por Diogo Pombo

(artigo corrigido às 18h59.)
diogo.pombo@sol.pt

Fonte: SOL (Portugal)
http://sol.sapo.pt/inicio/Internacional/Interior.aspx?content_id=60685

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Campo de detenção para imigrantes marca ascensão de direita radical na Grécia

De socialistas à extrema direita, partidos gregos instrumentalizam xenofobia para vencer próximas eleições. Centro de detenção na periferia de Atenas comporta mil estrangeiros sem documentos.

A Grécia abriu nesta segunda-feira (30/04), na periferia da capital, seu primeiro campo de detenção especialmente construído para imigrantes sem permissão de residência. A inauguração transcorreu a uma semana das eleições nacionais, em cuja campanha a imigração tem emergido como fator central, em meio a recessão e endividamento crônicos.

Pesquisas de intenção de voto mostram que os extremistas de direita contam com o apoio de 5% do eleitorado grego. Isso lhes garantiria assentos no parlamento pela primeira vez. Os imigrantes têm sido alvo da campanha eleitoral dos radicais.

Como recurso para conquistar votos, o partido socialista PASOK, atualmente no poder, e seu rival conservador Nova Democracia também prometem combater a imigração. Numa manifestação em Atenas, nesta segunda-feira, o ministro da Proteção Civil, Miahlis Chrysohoidis, declarou: "Estamos enviando uma mensagem em todas as direções: o país não está mais desguarnecido".

Na semana anterior, o líder oposicionista conservador Antonis Samaras declarara que deteria o que chamou de "invasão desarmada" por parte de imigrantes sem permissão.

Moradores protestam: medo da criminalidade

Polícia grega torna dfícil
a vida dos estrangeiros
Segundo um porta-voz da polícia, o campo de detenção comporta até mil presos. Até o momento, várias dezenas de pessoas foram transferidas para o local e alojadas em contêineres originalmente destinados a abrigar vítimas de desastres naturais, como terremotos.

A unidade se situa em Amygdaleza, no limite norte de Atenas. Seus moradores realizaram uma série de protestos contra a inauguração, alegando que o campo contribuirá para aumentar a criminalidade no local. Segundo Panayiotis Anagnostopoulos, vice-prefeito de Acharnes, a 25 quilômetros da capital, as autoridades locais já apelaram para a Justiça, numa tentativa de sustar a inauguração do campo. "Espero que os tribunais ajam rapidamente", declarou.

Até meados de 2013, está planejada a construção no país de um total de 50 campos de detenção para imigrantes não legalizados.

Cercas e batidas

As autoridades gregas estão também erguendo uma cerca de arame ao longo de parte do Rio Evros, que faz fronteira com a Turquia e configura um importante ponto de ingresso dos imigrantes ilegais.

Nos últimos anos – desde a adoção de medidas de controle mais severas nas outras fronteiras no Mar Mediterrâneo – a Grécia se tornou o principal ponto de acesso à União Europeia para imigrantes sem papéis. A cada ano, cerca de 130 mil deles – 90% do volume total do bloco de 27 países – entram na UE através da Grécia.

Numa batida no início de abril, a polícia deteve milhares de chamados "imigrantes ilegais" que ocupavam prédios vazios em Atenas. As autoridades calculam que haja cerca de 1 milhão de imigrantes em meio à população da capital, de 11 milhões de pessoas. Atualmente estão sendo processados 30 mil requerimentos de asilo.

Extremistas em ascensão

Dezenas de pessoas já foram
transferidas para campos de detenção
Até pouco tempo atrás, o partido Aurora Dourada era relativamente obscuro. Nas eleições de 2009 ele conseguiu ínfimo 0,23% dos votos. Seus membros fazem saudações fascistas e preconizam responsabilizar os políticos pela crise econômica nacional, deportar os imigrantes e selar as fronteiras nacionais com minas terrestres.

Recentemente, Ilias Nicolacopoulos, professor de Ciência Política na Universidade de Atenas, advertiu para um avanço do Aurora Dourada nas pesquisas de opinião. Ele classifica o grupo como "a forma mais extrema da extrema direita".

Ketty Kehagioglou, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) em Atenas, confirmou existir na Grécia "uma tendência alarmante de ataques racistas contra estrangeiros não pertencentes à UE". "Em épocas de instabilidade é sempre fácil procurar bodes expiatórios", declarou.

AV/afp/rtr/dapd/dpa
Revisão: Francis França

NOTÍCIAS / Política
União Europeia

Fonte: Deutsche Welle (Alemanha)
http://www.dw.de/dw/article/0,,15920422,00.html

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