domingo, 2 de março de 2014

A crise na Ucrânia, os desdobramentos (um resumo)

Se for o caso eu completo ou reviso este texto à noite, mas como os jornais brasileiros e mesmo a mídia de fora (salvo algumas exceções) evitam comentar sobre os pontos centrais do problema (a raiz dos problemas) como abordei aqui neste texto, de 17 de fevereiro último, então segue logo abaixo do comentário sobre o texto do link um resumo sobre os desdobramentos do golpe de Estado provocado pela extrema-direita/direita ucraniana com apoio dos EUA e União Europeia:
A crise da Ucrânia: fascistas (extrema-direita) perto do poder (Black Blocs atuam)

O texto do link acima lista um histórico do fascismo da direita ucraniana e a origem das revoltas por trás do golpe de Estado naquele país feito com ajuda dos grupos fascistas), acho que dá pra fazer um resumo apontando algumas coisas que os jornalões evitam de citar por conta de alinhamento ideológico com alguns países.

Quem quiser ler mais sobre a Ucrânia, fascismo e unidade ucraniana da Waffen-SS no blog, clique na tag Ucrânia.

Matéria de 3 dias atrás:
Putin ordena inspeção de tropas para verificar se estão prontas para combate
Matéria da BBC hoje, mas tende a piorar:
Ucrânia põe Exército em 'alerta máximo'

Imagem: BBC. Soldado russo na Crimeia, no atual
conflito com a Ucrânia.
Dando sequência, vamos lá.

1. Sobre os desdobramentos, a parte russa da Ucrânia (com maioria étnica russa), ou a parte principal em disputa, a Crimeia, já está com tropas russas no local isolando ela do resto da Ucrânia. Há mais notícias que citam que outras cidades ou povoados com maioria russa está seguindo a mesma direção da Crimeia e se alinhando à Rússia na disputa, o que provoca choques com o povo nativo ucraniano (étnico), provoca conflitos que em casos extremos levam a limpezas étnicas, embora não creio que isso irá ocorrer neste caso a não ser que os Estados e a União Europeia (sob liderança de Angela Merkel) façam mais besteira do que já fizeram ao darem apoio a grupos de extrema-direita xenófobos a darem um golpe de estado num governo eleito (ruim ou não, existe uma coisa chamada urna e eleição pra tirar de forma legítima o cara sem toda essa tragédia que está caminhando pra conflito armado). A questão étnica fornece munição pro conflito, isto é um fato, embora este não seja o pivô da crise e sim o desdobramento dela com o golpe de Estado na Ucrânia apoiado pela UE e pelos EUA.

2. A vizinhança da Rússia é área de sua influência (o que a gente chama no "popular" de "quintal de país forte/grande tal"), fora as questões históricas, de ligação étnica, cultural etc, sendo que a Rússia é uma das únicas potências militares do Globo que podem fazer frente aos Estados Unidos, não se trata de um país caindo aos pedaços do Oriente Médio onde os EUA se lançam em guerras pra mostrar poderio bélico, com um inimigo qualificado a coisa não se resolve desta forma a não ser que queira partir prum ataque fratricida e provocar um conflito mundial, o que seria mais um ato insano e irresponsável do governo dos Estados Unidos, mais precisamente o governo do Democrata Barack Obama, que de liderança política tem demonstrado ser um completo fiasco e com discurso dissimulado e "confuso".

3. A ação da Rússia pode-se explicar pela não aceitação (obviamente, ela tem razão nisto) de possíveis movimentos da UE e EUA pra instalarem bases da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), agrupamento militar criado na Guerra Fria pra fazer contenção política e militar da extinta União Soviética (que não é a Rússia e sim várias repúblicas que compunham um país onde o país principal era a Rússia e a capital Moscou) e do bloco socialista com sua parte europeia sendo chamada de Cortina de Ferro, e que no pós-URSS atua pontualmente em algumas ações da Europa (UE) e com a neurose dos EUA em querer fazer um cerco militar à Rússia, já rechaçado outras vezes como quando a Rússia ameaçou retaliar a Polônia caso esta aceitasse colocar bases de mísseis apontados pra Rússia (ainda no governo George W. Bush) e recentemente, em 2008, no período das Olimpíadas de Pequim, no conflito da Rússia com a Geórgia (ex-república soviética e também na área de influência, "quintal", da Rússia).

Sobre o caso da Polônia e o escudo antimísseis direcionado pra Rússia, a crise, matérias de 2007 e uma de 2011 (a última, do El País):
Rússia ameaça instalar mísseis na fronteira com a Europa
Rússia ameaça instalar mísseis na fronteira com a Europa
Rússia condiciona instalação de mísseis a ação de EUA
Rússia implanta mísseis perto das fronteiras com a Polônia e Lituânia

O conflito com a Geórgia em 2008 na Ossétia do Sul, no período das Olimpíadas de Pequim:
Guerra na Ossétia do Sul em 2008
Rússia X Geórgia: entenda o conflito
EUA exigem que Rússia saia da Geórgia imediatamente
Rússia e Geórgia dividem pódio no tiro feminino; ouro é da China
Entenda o conflito envolvendo Rússia e Geórgia na Ossétia do Sul
Entenda a tensão envolvendo a Geórgia e a Rússia
Rússia e Geórgia. Três anos depois da guerra
Isso aqui foi esse ano:
Otan repreende Rússia por usar Jogos para expandir fronteira sobre Geórgia
Rússia invade território da Geórgia para reforçar a segurança em Sochi

Como podem ver, sempre os mesmos blocos envolvidos, Estados Unidos, OTAN (NATO na grafia portuguesa que mantém a sigla em inglês), União Europeia, ex-repúblicas soviéticas, países que foram parte da Cortina de Ferro e próximos à Rússia, e a própria Rússia. Há uma tentativa de fazer contenção com a OTAN pra acuar a Rússia em seu território, isso feito às claras, pra todo mundo ver, não é nem por debaixo dos panos como era na Guerra Fria. "Ah, mas e o povo?", bom, o povo acaba se tornando um "detalhe" por parte de alguns governos nisso, principalmente os atrelados à OTAN (isso é opinião pessoal, ninguém precisa embora os fatos estejam todos listados acima).

4. Resultado prático de toda esta lambança, criada e fomentada pela União Europeia e Estados Unidos, é que a Ucrânia provavelmente acabará dividida, a Crimeia e outras partes de maioria russa (étnica) poderão ser anexadas à Rússia (a Crimeia já foi dela), a Ucrânia está empobrecida, em crise profunda economicamente e a UE que deveria ajudar economicamente (já que foi uma das responsáveis por essa desgraça) não toma uma atitude. O povo ucraniano moderado (não-fascista) sofrerá em virtude da inconsequência de fascistas, que como sempre, só fazem besteira, explorando sentimentos primitivos étnicos e correlatos.

E isto é um cenário "bondoso", "se" não houver mais interferência pesada e irresponsável de outras potências em caso de conflito bélico. Os EUA incitou a Geórgia a fazer besteira em 2008 (estou citando de memória, como disse acima, à noite eu revido o texto e procuro os links) e quando a Rússia revidou violentamente (morreram mais de 2 mil pessoas neste confronto de pouca duração, 2 semanas), não fizeram nada, deixaram o país (a Geórgia) arcar com as bombas sozinha.

Isto é o que se chama de política delinquente e irresponsável, megalômana. E há brasileiros que com o complexo de vira-latas habitual (de uma parte) ainda vangloria ou idolatra alguns países achando que se tratam de um "poço e perfeição" ou algo parecido, comportamento repulsivo e reprovável, além de desnecessário e que provoca um mal-estar terrível, tudo porque ao invés de analisar friamente o mundo ficam criando idealizações sobre tudo e todos em vez de analisar as coisas como realmente são (as idealizações geram imagens distorcida e idolatria pueril, comportamento altamente imbecilizado e vexatório pra boa parte do país já que nem todos os brasileiros comungam deste ideário complexado, inconsequente e politicamente irresponsável).

Eu acho que não mais retornarei ao assunto Rússia-Ucrânia, então fica o resumo que cita coisas que não tem sido abordadas/citadas na "grande mídia" do Brasil, como se hoje em dia alguém precisasse de TV pra se informar.

P.S.1 como disse lá no começo, irei revisar este texto e ver se acho os links de matérias onde algumas coisas são citadas (de memória), como por exemplo não lembro direito do começo do conflito com a Geórgia mas lembro da incitação dos EUA e o recuo do mesmo deixando a Geórgia sozinha arcando com a situação, mas a origem desses confrontos tem uma coisa em comum: OTAN, bases da OTAN pra contenção da Rússia, conflito Aliados "Ocidentais" (EUA e UE) x Rússia, querendo requentar a polarização da Guerra Fria num mundo totalmente diferente, um ato simplesmente grotesco e inconsequente, com desdobramentos perigosos.

P.S.2 Eu ia postar um texto sobre o Holocausto, mas paciência, fica pra depois.

Ver: A crise na Ucrânia, os desdobramentos - II (a caminho da fragmentação e da guerra)

22 comentários:

Unknown disse...

Na Ucrânia existem regiões como a Criméia que são em sua quase totalidade pró-Rússia. É verdade. Porém, a maioria Ucraniana é pró-ocidente. Lembre-se da crise da fome na Ucrânia nos anos 30, onde MILHÕES de pessoas foram mortas por culpa do regime comunista de esquerda e você vai entender a revolta contra o presidente. Quando o presidente resolveu ficar no circulo de influências da Rússia e não da UE e EUA, o povo ficou revoltado, independente de alguns grupos de extrema-direita terem sido financiados ou não. Além disso, o povo tem o direito de tirar um presidente legitimamente eleito do cargo. Eram centenas de milhares de pessoas nas ruas, era a maioria querendo mudanças.

Também me parece que em seus posts surge sempre uma magoa contra a direita. Acho que você tem que esclarecer alguns pontos. Em primeiro lugar, que o nazismo é mais parecido com a esquerda do que com a direita liberal ou conservadora. Pense nisso. Recomendo esse artigo do Olavo de Carvalho:

http://www.olavodecarvalho.org/semana/131110dc.html

Além disso, já que você não fala só de nazismo, você poderia comentar algo a respeito desse vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Dbt1rIg8FbI que mostra a influência gigantesca que a KGB teve no Brasil de 1960 ate 1989.

No mais, seu blog contém informações muito valiosas e você esta fazendo um ótimo trabalho.

Roberto disse...

Maikon, na realidade os ressentimentos históricos são usados por grupos de extrema-direita na Ucrânia pra acentuar ou reforçar a identidade nacional da Ucrânia em detrimento da ligação histórica que eles possuem com a Rússia.

Eu não comentei no texto que esse sentimento provocado principalmente pelos fatos da década de 30 (século passado) não tinham peso, mas não é só isso que motiva a aversão à Rússia, há uma forte manipulação nacionalista xenófoba por partidos de direita ou extrema-direita na Ucrânia com apoio norte-americano e dos cabeças da UE (governo alemão, francês e outros) pra colocar bases da OTAN cercando a Rússia.

A própria OTAN é anacrônica e resquício da guerra fria na Europa. Isso vem desde a tal "revolução laranja" e descambou nesse golpe de estado atual.

O povo ficou revoltado mas se deixou conduzir (ou não teve meios de cortar esses grupos) por esses grupos de extrema-direita na Ucrânia que inclusive fazem parte do atual governo em posições relevantes.

O povo tem direito de tirar um presidente eleito mediante processo legal de impeachment e dando direito de defesa etc, não foi o que houve na Ucrânia. Houve um golpe precipitado por forças externas que a meu ver passaram da "linha vermelha" pois isso abre precedente perigoso pra que mais grupos deste tipo na Europa repitam a dose em outros países.

Os EUA nem a União Europeia "pensaram" nessa questão, curioso que é uma questão que pode simplesmente pulverizar a própria União Europeia que já tem uma ligação entre membros pra lá de débil (a Europa é toda sectária e dividida em "tribos").

Roberto disse...

Sobre "mágoa", eu não tenho mágoa sobre isso, isso seria afetação ou sentimentalismo, as pessoas têm posição política, mas isso não me impede de analisar friamente o que se passa ali, eu dei minha opinião no post mas coloquei os fatos recentes que antecederam essa nova ofensiva, pois é assim que isso é visto pela Rússia (se coloca no lugar deles pra entender melhor).

Você é parte de um país hostilizado por décadas por vários países, tem forças armadas forte (a segunda do mundo), vai ficar olhando um rival anacrônico (pois se pensava que essa neura/polarização EUA x Rússia estava em parte superada) colocar bases de mísseis apontadas pra você? Ninguém em sã consciência com esse poder da Rússia iria ficar esperando o desenrolar dos fatos (a colocação de bases) pra agir militarmente, quem precipitou a ação foram sim os EUA e a União Europeia que agindo de forma anacrônica como se estivessem na guerra fria podem criar um conflito grave onde não havia um, ou poderia ter sido evitado.

O fato do nazismo ser de direita não quer dizer que ele é igual ao liberalismo ou conservadorismo, mas ele é de direita, não-liberal e conservador, essa divisão que apresentam da direita ignora totalmente a divisão histórica da direita Europeia em liberais, conservadores e fascistas (é aí que o nazismo entra, o nazismo é um fascismo).

Essa proposição de nazismo ligado a esquerda seria tão bizarro que as pessoas teriam que achar explicações de como gente como Franco (profundamente reacionário e carola) e Salazar se aproximaram da Alemanha de Hitler e da Itália fascista, ou mesmo governos militares da América Latina. Quem prega isso é uma certa direita ultraliberal dos EUA que historiadores com posições de direita (Joachim Fest, René Remond) nem levam a sério pois não é uma proposição séria e sim panfletária.

O próprio René Remond tem um livro comentando essa divisão da direita europeia, eu ia colocar um post sobre isso mas acabou ficando perdido nos rascunhos e não é algo que eu considere relevante pelo que comentei acima, só quem prega que "nazismo é de esquerda" (ou "mais parecido" com a esquerda) são grupos sectários de direita no Brasil e fora, nem a própria direita estrangeira leva isso a sério.

O livro é esse: Les Droites en France link2

Roberto disse...

"Além disso, já que você não fala só de nazismo, você poderia comentar algo a respeito desse vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Dbt1rIg8FbI que mostra a influência gigantesca que a KGB teve no Brasil de 1960 ate 1989."

Eu teria que assistir o vídeo pra comentar, mas de antemão, há um erro de cara que é a forma como tratam o Brasil no contexto da Guerra Fria, o Brasil não era um país relevante no cenário mundial apesar do tamanho e estava alinhado com os EUA em peso, partidos comunistas foram cassados e perseguidos na ditadura, tanto os EUA como a URSS tinham olhos pra todos os países nesse período, mas poder de fato, a ligação entre Brasil e URSS sempre foi distante, mesmo com a influência dos PCs brasileiro com ligação com a URSS.

Os movimentos por democracia no Brasil nunca se resumiram à esquerda e sim a sociedade civil no geral, a qual estes faziam parte. Ulisses Guimarães e várias outras lideranças políticas brasileiras que tiveram papel decisivo na redemocratização do país não eram comunistas e não tinham ligação com a KGB.

Existe hoje em dia no país uma paranoia ou reavivamento dessa paranoia da guerra fria que é algo anacrônico, datado, sem qualquer significado no contexto atual do mundo, mas que vende livro e se espalha na internet porque há público pra consumir isso em detrimento de livros de História sérios sobre esses episódios que geralmente acabam não sendo traduzidos do inglês (boa parte) pro português, embora haja muito título em espanhol traduzido.

Unknown disse...

Putin disse uma vez que ninguém é ex-KGB. Acho que esse pensamento dele resume bem o sentimento que o governo Russo tem dos países que resolvem sair do seu circulo de influências. O povo ucraniano (a maioria dele) quer uma aproximação da Ucrânia com o ocidente, e isso é justificável tanto economicamente (uma parceria com a EU faria muito bem para a Ucrânia), como historicamente, já que eles sofreram muito na mão da antiga URSS.

Mesmo que grupos de “extrema-direita” tenham sido fomentados e pagos pela UE e EUA, o fato de se aproximar mais do ocidente não deixa de ser algo que a maior parte da população ucraniana concorde. Também seria uma tolice, conhecendo o histórico da Rússia, acreditar que ela não faz esse tipo de coisa de que você acusa o ocidente de fazer.
E porque o presidente vai bater radicalmente de frente contra a maioria do povo que ele representa em assunto tão importante? Isso pra mim é motivo sim de manifestações e insatisfação geral, que culmina na retirada do presidente do poder porque ele não quer atender as exigências solicitadas.
E sobre o nazismo e a “extrema direita”: em geral, ideologias desse tipo se aproximam na maioria de suas características mais da esquerda do que da direita conservadora ou liberal, com a única grande diferença de serem nacionalistas. O correto seria utilizar um terceiro termo para designar o nazismo e essas correntes ditatoriais ditas de “extrema direita”, porque elas diferem radicalmente da direita liberal e conservadora. Isso é patente. Como comparar, por exemplo, Ronald Reagan com Hitler? Esse segundo em seus atos não se parece muito mais com Fidel e Stalin? Enquanto a direita liberal e conservadora defende a diminuição do estado e a garantia de liberdade das pessoas tomarem suas próprias decisões (não espere que a solução venha do governo. O governo é o problema – Reagan), a “extrema direita” como a esquerda, defendem um aumento do estado e naturalmente um maior controle desse sobre a sociedade.
Então de bizarro isso não tem nada.
E sobre a sugestão de vídeo que te passei, você deveria ter visto antes de comentar. Você diz que “O Brasil não era um país relevante no cenário mundial apesar do tamanho”, porém, centenas de agentes da KGB (via STB) estavam infiltrados aqui em várias operações, como, por exemplo, na operação Thomas Mann, que fez um excelente trabalho de desinformação. Porque todo esse trabalho de infiltração se o nosso país era irrelevante? Você desconhece a natureza desse problema. Sugiro que você comece pesquisando sobre Ladislav Bitman, e lendo o seu livro The KGB and Soviétic Desinformation.

Outro erro grotesco que você comete é dizer que “Os movimentos por democracia no Brasil nunca se resumiram à esquerda e sim a sociedade civil no geral, a qual estes faziam parte”. Alguns deles realmente queriam a democracia. Porém, a maioria deles queria a implantação no Brasil de um regime comunista nos moldes cubanos. Muitos deles recebiam verbas pra isso. Assista ao vídeo que te recomendei e talvez você mude de idéia. Tinha muita gente “defendendo a liberdade“ por aqui e sendo influenciada (e muitas vezes paga) por Cuba e URSS.
E você ainda chama isso de paranóia? Paranóia é informações como essas que foram divulgadas no vídeo que te recomendei não serem destaque nacional (não se vê isso na grande mídia NUNCA). O povo brasileiro ainda acredita numa farsa.

Roberto disse...

Putin também recebe "bênçãos" da Igreja Ortodoxa russa que de KGB não tem nada, o problema é recortar a crise atual a essa visão da guerra fria, a Ucrânia ou qualquer país vizinho da Rússia já eram parte da esfera de influência dela antes mesmo da URSS existir. Eles não veem a coisa lá como estão colocando em algumas publicações favoráveis a UE principalmente.

O que está se passando lá é algo parecido com os conflitos que aconteciam na primeira guerra mundial: disputa entre nações, não tem nada a ver com esquerda x direita até porque o governo russo na Rússia é tido como de direita.

Sobre os ucranianos, não sou eu quem tem que achar o que é melhor pra eles, só que isso não me obriga a apoiar golpe de estado deles fomentado por potências estrangeiras, principalmente com neonazis no meio, se a UE aprova isso, "bom" pra ela, mas ela está abrindo um precedente contra ela mesma sem nem a Merkel se "dar conta" ao chancelar golpes de estado.

Os EUA apoiarem coisas desse tipo não chega a ser novidade, faz parte do discurso dúbio deles de "defendemos a democracia" quando na verdade só defendem interesses nacionais ou corporativos deles.

Roberto disse...

"E sobre o nazismo e a “extrema direita”: em geral, ideologias desse tipo se aproximam na maioria de suas características mais da esquerda do que da direita conservadora ou liberal, com a única grande diferença de serem nacionalistas."

Direita não é sinônimo de liberal e conservador, foi o que disse, eu citei o historiador francês acima que retrata isso (o René Remond não era de esquerda, era de direita e é conceituado, mas não é só ele quem acha isso, qualquer publicação da Alemanha como a DW ou Spiegel fala de nazismo como extrema-direita).

Fascismo e nazismo não são de esquerda, são ideologias de direita surgidas na Europa. Não vejo ninguém fora preocupado em admitir isso, só no Brasil que há um grupo ultra-liberal que distorce esses termos pra fins ideológicos ou de propaganda, eu sei quais grupos fazem isso, apenas não gosto de trazer esse tipo de grupo pra cá pois o nível de discussão deles é muito baixo, já via a baixaria que provocavam no Orkut e não me agrada.

"O correto seria utilizar um terceiro termo para designar o nazismo e essas correntes ditatoriais ditas de “extrema direita”, porque elas diferem radicalmente da direita liberal e conservadora."

O liberalismo defendia a eugenia, o nazismo não acabou com a propriedade privada como é pregada pelo liberalismo e conservadorismo, era "diferente" mas tinha pontos em comum também, mas não é isso que determina a igualdade entre ideologias, o nazismo fazia um controle maior do capital nacional no Estado mas não seguia a lógica ideológica da União Soviética onde toda e qualquer indústria ficava sob controle do Estado (pertencia ao Estado). O Krupp grupo nunca foi dos nazistas, continuou sendo da família Krupp que vendia armamento ao Estado nazi seguindo apenas as diretrizes bélicas dele.

"Isso é patente. Como comparar, por exemplo, Ronald Reagan com Hitler?"

E como comparar os governos social-democratas, trabalhistas de esquerda da Europa com Hitler? Eu não fiz comparação, eu disse que nazismo era de direita e Reagan (liberal-conservador) não é "a direita" inteira como você está afirmando, os fascistas existem na Europa como força política.

"Esse segundo em seus atos não se parece muito mais com Fidel e Stalin? Enquanto a direita liberal e conservadora defende a diminuição do estado e a garantia de liberdade das pessoas tomarem suas próprias decisões (não espere que a solução venha do governo. O governo é o problema – Reagan), a “extrema direita” como a esquerda, defendem um aumento do estado e naturalmente um maior controle desse sobre a sociedade."

Eu vou repetir o que eu disse antes: eu disse que havia divisões na direita e que o fascismo e nazismo são parte da direita mas não são liberais, mas são ultraconservadores embora não se enquadrem no termo do conservadorismo.

Eu sugeriria não se apegar tanto a esses textos desse Olavo de Carvalho pois ele está mais preocupado em rotular coisas (atacar) do que compreender, fora que não é uma figura que se deva usar (porque ele não tem conhecimento do assunto) pra ler algo sobre segunda guerra, seria a última coisa que eu iria consultar, ele ou o site do PSTU sobre o assunto.

Roberto disse...

A direita fascista não prega propriamente a diminuição do Estado, ela é uma corrente política europeia, embora a Marine Le Pen anda falando em corte de impostos, mas não dá pra afirmar que ela continuará fazendo isso se fosse eleita (a Le Pen é fascista com o Front National).

"E sobre a sugestão de vídeo que te passei, você deveria ter visto antes de comentar. Você diz que “O Brasil não era um país relevante no cenário mundial apesar do tamanho”, porém, centenas de agentes da KGB (via STB) estavam infiltrados aqui em várias operações, como, por exemplo, na operação Thomas Mann, que fez um excelente trabalho de desinformação. Porque todo esse trabalho de infiltração se o nosso país era irrelevante?"

Qual o peso militar do Brasil no mundo naquela época? Quantas guerras o Brasil participou além da figuração na segunda guerra? Foi disso que falei, o Brasil não era relevante porque não tinha exército intervindo em canto algum, era um país isolado que concorria inclusive com a Argentina pra hegemonia da região (América do Sul) que hoje não existe mais pois o Brasil é hegemônico na América do Sul (é o país mais forte e influente).

"Você desconhece a natureza desse problema. Sugiro que você comece pesquisando sobre Ladislav Bitman, e lendo o seu livro The KGB and Soviétic Desinformation."

Eu não desconheço, apenas não dou crédito ao pensamento conspiratório que muitos desses vídeos difundem, apenas não comentei isso de cara pra não ser mais enfático como por exemplo eu nem criticar o link sobre o tal Olavo de Carvalho que não é uma figura a se considerar sobre segunda guerra, isso pra ficar numa crítica mais leve pois eu lembro da "ascensão meteórica" dele no Orkut propagandeado pela internet mas nunca foi levado a sério como algo relevante fora disso (Orkut).

Roberto disse...

"Outro erro grotesco que você comete é dizer que “Os movimentos por democracia no Brasil nunca se resumiram à esquerda e sim a sociedade civil no geral, a qual estes faziam parte”. Alguns deles realmente queriam a democracia. Porém, a maioria deles queria a implantação no Brasil de um regime comunista nos moldes cubanos."

Não eram a maioria, os grupos que participaram de luta armada ligados ao PC do B etc nunca foram maioria, o MDB era a maioria, o próprio PCB que era o maior partido de esquerda da época foi cassado e os políticos ligados ao PCB foram pro MDB, não participaram da luta armada conduzida por essas facções radicais que foram reduzidas a pó.

Por sinal, da mesma forma como parte da esquerda diz que esses grupos radicais queriam democracia (não queriam), é outro erro sério afirmar que o movimento por democracia no país se resumia a isso ou que eram os grupos mais relevantes pra redemocratização do país, nunca foram, é só ver os comícios das Diretas Já! e ver que a representação desses grupos em palanque beiram a nulidade.

"Muitos deles recebiam verbas pra isso. Assista ao vídeo que te recomendei e talvez você mude de idéia. Tinha muita gente “defendendo a liberdade“ por aqui e sendo influenciada (e muitas vezes paga) por Cuba e URSS."

E muita gente defendendo a ditadura (governo ilegítimo pois não foi eleito) recebendo dinheiro dos EUA. Eu não disse que não havia contato entre os PCs e a URSS, eu disse que isso é superestimado por grupos que ficam panfletando revisionismo sobre o período da ditadura militar.

"E você ainda chama isso de paranóia? Paranóia é informações como essas que foram divulgadas no vídeo que te recomendei não serem destaque nacional (não se vê isso na grande mídia NUNCA). O povo brasileiro ainda acredita numa farsa."

O fato de não estar na grande mídia não quer dizer que algo preste ou seja sério. Cabe a quem acusa que tudo é uma farsa provar, eu conheço esses tipos de vídeos produzidos por uma direita ultra-liberal e distorcem da mesma forma que a extrema-esquerda distorce quando falam da ditadura e que grupos radicais queriam "democracia". Acho que deveriam procurar fontes melhores ao invés de ficarem fechados nesses círculos panfletários que estão mais preocupados com agendas políticas ou pregação do que com esclarecimento dos fatos.

Unknown disse...

“Putin também recebe "bênçãos" da Igreja Ortodoxa russa que de KGB não tem nada, o problema é recortar a crise atual a essa visão da guerra fria, a Ucrânia ou qualquer país vizinho da Rússia já eram parte da esfera de influência dela antes mesmo da URSS existir. Eles não veem a coisa lá como estão colocando em algumas publicações favoráveis a UE principalmente.”

Isso já mostra sua ignorância sobre o tema. Na URSS a maior parte da igreja ortodoxa foi desmantelada. O pouco que restou (menos de 20%) foi completamente dominado pelo governo.

Porque a maioria Ucraniana quer uma parceria com a EU? Não nego que existam regiões como a Criméia que sejam pró-Rússia, mas a maioria não é.

Se o presidente da Ucrânia tivesse aceitado uma aproximação maior com a UE ele não teria sido deposto de seu cargo. Porque ele se opôs a isso? Com certeza por pressão russa. Então não da pra acusar o acidente de influenciar um golpe de estado e esquecer que a Rússia também manipula as coisas por lá. É um jogo de poderes.

Unknown disse...

"A direita fascista não prega propriamente a diminuição do Estado

Eu nunca disse que o fascismo prega a diminuição do estado. Na verdade é o contrário disso. Fascismo prega o aumento do controle do estado na sociedade. Exatamente como a esquerda.
O principal ponto em comum entre as idéias de “extrema-direita” e esquerda é o pensamento revolucionário de que uma pequena parcela da população tem a chave para os males da sociedade, e através de um estado controlador, essas idéias devem ser colocadas em prática. É concentração de poder, eliminação da oposição (nem sempre eliminação física) e perca das liberdades individuais. A direita liberal ou conservadora defende o contrário disso, como na frase de Reagan que coloquei no comentário anterior (não espere que a solução venha do governo. O governo é o problema – Reagan). Isso faz a direita liberal ou conservadora ser MUITO DIFERENTE da extrema direita, e não somente em grau como o termo parece indicar, mas sim em natureza, fins e valores. Esse é o ponto onde quis chegar ao comparar Fidel a Hitler.

“o nazismo fazia um controle maior do capital nacional no Estado, mas não seguia a lógica ideológica da União Soviética onde toda e qualquer indústria ficava sob controle do Estado (pertencia ao Estado)”

Quando digo controle do estado, não quero dizer somente nos meios de produção. Existe o controle da mídia, das instituições, a eliminação gradual da oposição (nem sempre física, como já disse anteriormente) e etc. Aliás, até no comunismo não existe um controle total da indústria nas mãos do estado, porque isso na prática é impossível. 50% da economia soviética se baseava em “capitalismo clandestino”, entre aspas porque ele era clandestino somente oficialmente, liberado conscientemente pelo governo para o país não falir completamente. Coréia do Norte é assim também, por exemplo.

Unknown disse...

"os grupos que participaram de luta armada ligados ao PC do B etc nunca foram maioria"".

Eu sei disso. Estude Gramsci, ele é o cara que influenciou esse pessoal. O que eles mais fizeram foi conquistar espaço nas principais instituições. A principal talvez seja a universidade, onde hoje em dia um aluno de ciências sociais quase que inevitavelmente ao passar por lá sai venerando Marx. Existia um intercambio grande entre CUBA e esse pessoal da esquerda brasileira. E também a KGB não infiltrou uma porrada de gente aqui pra fazer luta armada, ela infiltrou esse pessoal em instituições e geralmente fez desinformação. Esse vídeo mostra documentos originais, é a melhor fonte que se pode ter.

"Cabe a quem acusa que tudo é uma farsa provar"

Ladislav Bittman já fez isso porra! Esse tipo de vídeo que te passei também faz isso utilizando documentos ORIGINAIS. Ion Mihai Pacepa TAMBÉM AJUDA A FAZER ISSO. A coisa já foi provada.

Ladislav Bittman foi o chefe da KGB responsável pelo Brasil. Ele é fonte PRIMÁRIA. Se você não o conhece vai distorcer toda a história nacional. Bittman lançou um livro em 1989 onde já descrevia algumas operações da KGB no Brasil. Esse vídeo que passei agora confirma através de documentos originais da STB Tcheca tudo que Bittman já falava em 1989.

“Qual o peso militar do Brasil no mundo naquela época? Quantas guerras o Brasil participou além da figuração na segunda guerra? Foi disso que falei, o Brasil não era relevante porque não tinha exército intervindo em canto algum, era um país isolado que concorria inclusive com a Argentina pra hegemonia da região (América do Sul) que hoje não existe mais pois o Brasil é hegemônico na América do Sul (é o país mais forte e influente).”

O fato é que a KGB infiltrou vários agentes aqui no Brasil. E se fizerem isso, é porque o Brasil tinha alguma importância. Contra isso não há argumentos, a não ser que você queira desmentir os documentos OFICIAIS da STB Checa e o depoimento do PRÓPRIO chefe da KGB responsável pelo Brasil na época. E essas são as melhores fontes que algum historiador pode encontrar.

Então sobre esse assunto (KGB e Brasil) encerro a minha discussão aqui, porque você desconhece coisas elementares sem as quais é impossível entender discutir e entender a situação.

Unknown disse...

Você também prova uma ignorância tremenda sobre Olavo de Carvalho ao afirmar coisas como “eu lembro da "ascensão meteórica" dele no Orkut propagandeado pela internet mas nunca foi levado a sério como algo relevante fora disso (Orkut)”.

Esperava mais de você, tendo um blog bom como esse. Em 1996 existia Orkut? Pois em 1996 ele lançou o BEST SELLER O Imbecil Coletivo. Segue abaixo alguns dos admiradores do Olavo de Carvalho, que pelo jeito você deve pensar que sejam “jovens ingênuos e incultos ludibriados”:

Miguel Reale, filósofo brasileiro de renome universal.
Antoine Danchin, geneticista, matemático e físico, diretor do Instituto Pasteur em Paris.
Roberto de Oliveira Campos, economista e escritor brasileiro, ex-ministro do Planejamento. Da Academia Brasileira de Letras.
Paulo Francis, jornalista e escritor brasileiro, um dos fundadores do Pasquim, colunista da Folha, do Globo e do Estadão.
Antônio Olinto, romancista brasileiro traduzido em 28 idiomas. Da Academia Brasileira de Letras.
Alexandre Costa Leite, filósofo brasileiro
Jorge Amado, romancista brasileiro de renome internacional. Da Academia Brasileira de Letras.
Josué Montello, romancista brasileiro, ex-presidente das Academia Brasileira de Letras.
brasileiro . Da Academia Brasileira de Letras.
Carlos Heitor Cony, romancista brasileiro. Da Academia Brasileira de Letras,
Nélida Piñon, romancista brasileira, ex-presidente da Academia Brasileira de Letras
João Carlos Martins, pianista e maestro brasileiro de fama mundial
Mendo Castro Henriques, filósofo português, professor da Universidade Católica de Lisboa.
João Seabra Botelho, filósofo português.
Maria José de Queiroz, escritora brasileira, lecionou nas universidades de Paris, Lille, Bordeaux, Aix-en-Provence, Bonn, Colônia, Indiana, Harvard e Berkeley.
Jeffrey Nyquist, escritor americano.
Reinaldo Azevedo, jornalista brasileiro, colunista da Veja.
Amâncio César Santos Friaça, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP.
Amy Colin, diretora da Maison des Sciences de l’Homme, Unesco, Paris.
Jerônimo Moscardo, diplomata brasileiro, ex-ministro da Cultura.
Romano Galeffi, filósofo italiano, ex-catedrático de Estética da Universidade Federal da Bahia.
Carlos Alberto Montaner, jornalista cubano residente na Espanha, colunista (com seis milhões de leitores) de vários jornais da Europa e dos EUA.
Vamireh Chacon, escritor e cientista político brasileiro, professor da Universidade de Brasília.
José Carlos de Azevedo, físico brasileiro, ex-reitor da Universidade de Brasília.
Andrei Pleshu, filósofo romeno, diretor do New Europe College em Bucareste, ex-ministro das Relações Exteriores da Romênia.
Emil Constantinescu, ex-presidente da Romênia.
Paulo Mercadante, filósofo, jurista e escritor brasileiro de renome internacional.
Gabriel Liiceanu, filósofo romeno, diretor da Editora Humanitas em Bucareste.
Vladimir Tismaneanu, cientista político romeno, diretor do Center for the Study of Post-Communist Societies da Universidade de Maryland.
Frank F. Souza, diretor do Center for Portuguese Studies and Culture, Universidade de Massachusetts-Dartmouth.
Célio Borja, ex-ministro da Justiça.
Mauro Salles, escritor e publicitário brasileiro.
Antônio Fernando Borges, romancista brasileiro, ganhador do Prêmio Nestlé de Literatura.
Enio Mainardi, publicitário e escritor brasileiro.
Bryan McCann, professor de História da América Latina na Universidade Georgetown.

Roberto disse...

Só uma rápida correção pois um dos comentários pode ficar ruim de ser entendido. Onde tem "O liberalismo defendia a eugenia", ler "liberais defendiam a eugenia".

Texto breve sobre isso (e não é um site de esquerda, obviamente, não na concepção europeia do termo que é a que é adotada no Brasil): Eugenics, Past and Future

"But these same eugenicists were often political and social liberals — advocates of social reform, partisans of science, critics of stasis and reaction. “They weren’t sinister characters out of some darkly lighted noir film about Nazi sympathizers,”"

A eugenia era o aspecto central ou que mais tinha força no nazismo e era defendida por grupos racistas (conservadores ou liberais) nos Estados Unidos, tanto que a segregação racial nos EUA durou até depois da Segunda Guerra. Um livro que aborda bem isso é o do E. Black "A Guerra contra os fracos" (Link). Não é o único livro sobre isso mas é o ou um dos mais conhecidos e tem em português.

Se bem que a eugenia vem desde o século XIX (citando de memória) e um dos principais teóricos dela que exerceu influência pesada nos eugenistas da Europa era o Gobineau que viveu no Brasil na época de D. Pedro II como embaixador da França. Curiosamente foi inclusive pelo choque com a cultura brasileira (presença de escravos e mestiços) que ele formulou a teoria racista dele.

O que quero mostrar é que se for pegar pontos pra comparar ideologias, há vários pontos em comum também com liberais e conservadores, só que há uma redução do entendimento só a parte econômica quando a questão do fascismo aborda também aspectos culturais como esse "culto à eugenia ou "raças"" que boa parte desses grupos defendem.

Roberto disse...

Eu nunca fiz nenhum post sobre isso porque acho desnecessário e é algo que acaba desviando totalmente a discussão inicial do post que é o conflito atual na Crimeia, Ucrânia e Rússia, em todo caso se der mais pra frente vou colocar esse conceito de fascismo embora seja algo fácil de se achar. Todos os autores que citei não são de esquerda e todos rotulam nazismo e fascismo como ideologias de direita.

O que quis dizer com "Reagan não é a direita inteira" é que a divisão direita não se resume (nem nunca se resumiu) a liberal ou conservador, direita não é sinônimo disso como foi colocado e sim divisão de forças políticas principalmente que por ser algo já enraizado o povo usa mais os termos do que citar nominalmente as ideologias pelos nomes pois há divisões em todas.

Mas isso foge totalmente (como disse acima) da discussão do post.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Nazismo (eugenia), comunismo (luta de classes), ditadura militar brasileira(positivismo), todas elas tem um ponto fundamental em comum e que a direita liberal e conservadora abomina: o pensamento revolucionário de que uma pequena parcela da população tem a chave para os males da sociedade, e através de um estado controlador, essas idéias devem ser colocadas em prática. Esse ponto vai muito além do aspecto econômico, ele é decisivo em quase todas as questões da vida, pois ele interfere no ser humano e em toda sua relação social.

Marx dizia que "as 'raças inferiores' devem sucumbir no holocausto revolucionário"

A esquerda moderada também acredita nessas teorias utópicas, principalmente na luta de classes, que é a perspectiva marxista de história, só variando da extrema-esquerda nos meios e intensidade para se colocar essas ideias em prática.

Já direita liberal não pode seguir essas ideias porque ela acredita que o povo tem que ter o máximo de liberdade possível, beirando a anarquia, e que o estado e o controle sempre serão um problema, e o conservadorismo (esqueci de mencionar, mas quando falo de conservadorismo estou falando do judaico-cristão) só pode apoiar essas ideias nefastas em casos isolados de pura distorção psicótica, pois elas fogem muito da visão de mundo cristã ou judaica.

O problema é que o termo direita no Brasil esta viciado, e quem se auto intitula assim já é taxado de assassino pró-ditadura, mesmo que seja terminantemente contra elas. Ja a esquerda moderada lava as mãos e nunca precisa justificar suas ideias, mesmo que sejam as mesmas que em ultimo grau levem a desgraça do comunismo e outras teorias utópicas. Esse é um grande problema.

E sobre o vídeo, era só uma recomendação, não tem ligação com esse post e só me estendi nesse assunto pois achei necessário diante da suas alegações de que é "exagero, distorção e etc". De distorção e exagero isso não tem nada. É um assunto sério e diretamente ligado aos brasileiros.

Roberto disse...

Todos os movimentos revolucionários do Brasil no séc. XIX eram formados por liberais, essa afirmação de que liberal ou conservador é contra revolução não encontra respaldo com a História, é como citei acima, são panfletos políticos que uma direita ultra-liberal prega que estão no mesmo patamar das bobagens que um PSTU prega do lado esquerdo.

Não deixa de ser um radicalismo esse tipo de pensamento ultraliberal pois leva fatalmente a algum extremismo pois não tolera divergências ao mesmo tempo que diz tolerar opinião contrária.

A direita "liberal" que vc defende só existe no papel ou em teoria, a direita real (liberal ou não) não se comporta dessa forma, não existe isso de "ela não pode seguir", indivíduos, grupos e pessoas nem sempre seguem cartilhas prontas como vcs estão pregando.

Veja que teu primeiro comentário foi sobre a crise na Crimeia e descambou pruma pregação política ignorando se eu sei ou não o que cada grupo prega.

Não existe isso de "judaico-cristão", isso é um discurso evangélico típico dos EUA ligado a uma certa defesa de Israel por lá, a dita civilização Ocidental nunca se resumiu a EUA, Inglaterra ou mundo protestante, é uma divisão que vem principalmente dos choques entre católicos e muçulmanos (Oriente x Ocidente), como religiões cristianismo e judaísmo são coisas distintas apesar do cristianismo ter saído de um grupo judeu mas tem seus próprios princípios, historicamente esse termo "judaico-cristão" é coisa de evangélico norte-americano que usa isso por lá mas essa expressão não tem nenhum significado fora dos Estados Unidos (ou mesmo lá).

Roberto disse...

Maikon, eu não disse que quem é de direita é apoiador de ditadura ou tem que ser, eu disse que certa direita (fascista) defende sim ditadura abertamente, se tiver curiosidade veja o que os "revis" dos EUA falam sobre Hitler, fascismo e afins, todos idolatram ditadura (não só os de lá, como os da Europa, Brasil etc).

Tem muita gente de direita nos EUA e vários chamam nazismo de extrema-direita e não há o menor problema com isso, como existe atritos entre a extrema-esquerda e a esquerda rotulada de moderada com essa sendo chamada de reformista, que "capitulou" etc.

Eu não disse que esquerda era "poço de virtude" (moderada ou não) e nem que não deva ser alvo de crítica, só que como eu já sei do nível de paranoia desse Olavo de Carvalho e o mal que ele causa influenciando negativamente essas pessoas que se aproxima do discurso dele, eu mesmo nem cito o nome dele aqui, primeiro porque acho uma porcaria mesmo, mas principalmente porque vi o "conteúdo" que era pregado no Orkut, e a baixaria e cultura de briga que isso gerava, discussão em torno desse cara parecia UFC e não discussão de fato, com um monte de troca de agressões e conteúdo baixo ou algo que girava em torno de teorias da conspiração e afins. Era uma baixaria fora do comum, não só do lado dele como de uma comuna ridícula que divulgava "inconscientemente" a figura dele chamada OdeC nos Odeia, cheio de psolistas dentro.

Meu comentário não foi uma crítica pessoal, mas acho temerário se fundamentar sobre esses temas usando esses paranoicos brasileiros ligados a esse OdeC. O povo fica muito atrelado à pregação dele e do grupo que o circunda e não procura um livro de História sério sobre esses temas quando há vários, principalmente de segunda guerra, guerra fria etc.

Essas afirmações que ele faz sobre nazismo e cia não têm fundamento algum com historiadores sérios, os nomes que citei acima nenhum é de esquerda só que são sérios, não ficam criando essa polarização esquerda x direita pra tratar um assunto senão não chegam a conclusão alguma a não ser repetição ideológica ou paranoia.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Falo de revolução com CONCENTRAÇÃO DE PODER NA MÃO DE POUCOS (pessoas que se acham iluminadas e pra colocar suas ideias em prática precisam de controle total). Nenhuma ideologia continua na prática "pura", porém, as que mais se aproximaram de uma sociedade com mais liberdades individuais foram as que mais cresceram, como os EUA do século XIX. E a constituição americana seguia os preceitos cristãos, diferente do que você fala. Era o conservadorismo cristão (protestante).

Por garantir a liberdade das pessoas, é que a direita conservadora e liberal (uso esse termo obviamente com o significado que ele tem no Brasil, pois nos EUA liberal é sinonimo de esquerda) sempre corre o risco de ser destruída por dentro. Foram nas economias mais livres que floresceram as mais diversas ideias que acabaram por destruir a própria liberdade que possibilitou o seu surgimento.

Não quero dizer que a esquerda seja igual a "extrema direita", o que quero dizer é que elas tem mais pontos em comum do que a direita conservadora e liberal com a "extrema direita". A diferença nesse caso entre esquerda e "extrema direita" são os seus objetivos utópicos, cada uma tem objetivos "inalcançáveis" diferentes, mas ambas tem esse tipo de objetivo e pra isso sempre querem maior controle e consequentemente tiram a liberdade das pessoas que pensam diferente. Direita conservadora e liberal da esse direito de pensar diferente.

Esses conceitos de direita e esquerda estão totalmente viciados no Brasil (nos outros países nem tanto, por isso os historiadores estrangeiros não veem problemas neles. Lá as pessoas sabem que direita não é sinonimo de ditadura e esquerda de paraíso na terra, por isso lá essa questão não é muito importante).

E sobre o Olavo de Carvalho você não entende nada, é burro mesmo, desculpe ser sincero. Acabei de passar uma lista de vários intelectuais de renome internacional que admiram o Olavo (e tem muito mais), pessoas de diversas áreas, e você ainda continua com esse papo besta. O cara lançou uns 15 livros e você me vem falar de orkut. O que são discussões do orkut perto de 15 livros (muitos consagrados? Quantos você já leu pra falar essa asneira? Você entende bem de alguns assuntos (nazismo, acredito eu) e por isso acha que pode comentar sobre tudo, sobre caras como Olavo, sobre influência da KGB no Brasil, que você desconhece, ou só conhece os clichês, que são as próprias mentiras inventadas pela KGB.

Fim de papo.

Leo Gott disse...

Recomendar leitura de artigos de Olavo de Carvalho é o fim dos tempos.

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