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domingo, 2 de março de 2014

A crise na Ucrânia, os desdobramentos (um resumo)

Se for o caso eu completo ou reviso este texto à noite, mas como os jornais brasileiros e mesmo a mídia de fora (salvo algumas exceções) evitam comentar sobre os pontos centrais do problema (a raiz dos problemas) como abordei aqui neste texto, de 17 de fevereiro último, então segue logo abaixo do comentário sobre o texto do link um resumo sobre os desdobramentos do golpe de Estado provocado pela extrema-direita/direita ucraniana com apoio dos EUA e União Europeia:
A crise da Ucrânia: fascistas (extrema-direita) perto do poder (Black Blocs atuam)

O texto do link acima lista um histórico do fascismo da direita ucraniana e a origem das revoltas por trás do golpe de Estado naquele país feito com ajuda dos grupos fascistas), acho que dá pra fazer um resumo apontando algumas coisas que os jornalões evitam de citar por conta de alinhamento ideológico com alguns países.

Quem quiser ler mais sobre a Ucrânia, fascismo e unidade ucraniana da Waffen-SS no blog, clique na tag Ucrânia.

Matéria de 3 dias atrás:
Putin ordena inspeção de tropas para verificar se estão prontas para combate
Matéria da BBC hoje, mas tende a piorar:
Ucrânia põe Exército em 'alerta máximo'

Imagem: BBC. Soldado russo na Crimeia, no atual
conflito com a Ucrânia.
Dando sequência, vamos lá.

1. Sobre os desdobramentos, a parte russa da Ucrânia (com maioria étnica russa), ou a parte principal em disputa, a Crimeia, já está com tropas russas no local isolando ela do resto da Ucrânia. Há mais notícias que citam que outras cidades ou povoados com maioria russa está seguindo a mesma direção da Crimeia e se alinhando à Rússia na disputa, o que provoca choques com o povo nativo ucraniano (étnico), provoca conflitos que em casos extremos levam a limpezas étnicas, embora não creio que isso irá ocorrer neste caso a não ser que os Estados e a União Europeia (sob liderança de Angela Merkel) façam mais besteira do que já fizeram ao darem apoio a grupos de extrema-direita xenófobos a darem um golpe de estado num governo eleito (ruim ou não, existe uma coisa chamada urna e eleição pra tirar de forma legítima o cara sem toda essa tragédia que está caminhando pra conflito armado). A questão étnica fornece munição pro conflito, isto é um fato, embora este não seja o pivô da crise e sim o desdobramento dela com o golpe de Estado na Ucrânia apoiado pela UE e pelos EUA.

2. A vizinhança da Rússia é área de sua influência (o que a gente chama no "popular" de "quintal de país forte/grande tal"), fora as questões históricas, de ligação étnica, cultural etc, sendo que a Rússia é uma das únicas potências militares do Globo que podem fazer frente aos Estados Unidos, não se trata de um país caindo aos pedaços do Oriente Médio onde os EUA se lançam em guerras pra mostrar poderio bélico, com um inimigo qualificado a coisa não se resolve desta forma a não ser que queira partir prum ataque fratricida e provocar um conflito mundial, o que seria mais um ato insano e irresponsável do governo dos Estados Unidos, mais precisamente o governo do Democrata Barack Obama, que de liderança política tem demonstrado ser um completo fiasco e com discurso dissimulado e "confuso".

3. A ação da Rússia pode-se explicar pela não aceitação (obviamente, ela tem razão nisto) de possíveis movimentos da UE e EUA pra instalarem bases da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), agrupamento militar criado na Guerra Fria pra fazer contenção política e militar da extinta União Soviética (que não é a Rússia e sim várias repúblicas que compunham um país onde o país principal era a Rússia e a capital Moscou) e do bloco socialista com sua parte europeia sendo chamada de Cortina de Ferro, e que no pós-URSS atua pontualmente em algumas ações da Europa (UE) e com a neurose dos EUA em querer fazer um cerco militar à Rússia, já rechaçado outras vezes como quando a Rússia ameaçou retaliar a Polônia caso esta aceitasse colocar bases de mísseis apontados pra Rússia (ainda no governo George W. Bush) e recentemente, em 2008, no período das Olimpíadas de Pequim, no conflito da Rússia com a Geórgia (ex-república soviética e também na área de influência, "quintal", da Rússia).

Sobre o caso da Polônia e o escudo antimísseis direcionado pra Rússia, a crise, matérias de 2007 e uma de 2011 (a última, do El País):
Rússia ameaça instalar mísseis na fronteira com a Europa
Rússia ameaça instalar mísseis na fronteira com a Europa
Rússia condiciona instalação de mísseis a ação de EUA
Rússia implanta mísseis perto das fronteiras com a Polônia e Lituânia

O conflito com a Geórgia em 2008 na Ossétia do Sul, no período das Olimpíadas de Pequim:
Guerra na Ossétia do Sul em 2008
Rússia X Geórgia: entenda o conflito
EUA exigem que Rússia saia da Geórgia imediatamente
Rússia e Geórgia dividem pódio no tiro feminino; ouro é da China
Entenda o conflito envolvendo Rússia e Geórgia na Ossétia do Sul
Entenda a tensão envolvendo a Geórgia e a Rússia
Rússia e Geórgia. Três anos depois da guerra
Isso aqui foi esse ano:
Otan repreende Rússia por usar Jogos para expandir fronteira sobre Geórgia
Rússia invade território da Geórgia para reforçar a segurança em Sochi

Como podem ver, sempre os mesmos blocos envolvidos, Estados Unidos, OTAN (NATO na grafia portuguesa que mantém a sigla em inglês), União Europeia, ex-repúblicas soviéticas, países que foram parte da Cortina de Ferro e próximos à Rússia, e a própria Rússia. Há uma tentativa de fazer contenção com a OTAN pra acuar a Rússia em seu território, isso feito às claras, pra todo mundo ver, não é nem por debaixo dos panos como era na Guerra Fria. "Ah, mas e o povo?", bom, o povo acaba se tornando um "detalhe" por parte de alguns governos nisso, principalmente os atrelados à OTAN (isso é opinião pessoal, ninguém precisa embora os fatos estejam todos listados acima).

4. Resultado prático de toda esta lambança, criada e fomentada pela União Europeia e Estados Unidos, é que a Ucrânia provavelmente acabará dividida, a Crimeia e outras partes de maioria russa (étnica) poderão ser anexadas à Rússia (a Crimeia já foi dela), a Ucrânia está empobrecida, em crise profunda economicamente e a UE que deveria ajudar economicamente (já que foi uma das responsáveis por essa desgraça) não toma uma atitude. O povo ucraniano moderado (não-fascista) sofrerá em virtude da inconsequência de fascistas, que como sempre, só fazem besteira, explorando sentimentos primitivos étnicos e correlatos.

E isto é um cenário "bondoso", "se" não houver mais interferência pesada e irresponsável de outras potências em caso de conflito bélico. Os EUA incitou a Geórgia a fazer besteira em 2008 (estou citando de memória, como disse acima, à noite eu revido o texto e procuro os links) e quando a Rússia revidou violentamente (morreram mais de 2 mil pessoas neste confronto de pouca duração, 2 semanas), não fizeram nada, deixaram o país (a Geórgia) arcar com as bombas sozinha.

Isto é o que se chama de política delinquente e irresponsável, megalômana. E há brasileiros que com o complexo de vira-latas habitual (de uma parte) ainda vangloria ou idolatra alguns países achando que se tratam de um "poço e perfeição" ou algo parecido, comportamento repulsivo e reprovável, além de desnecessário e que provoca um mal-estar terrível, tudo porque ao invés de analisar friamente o mundo ficam criando idealizações sobre tudo e todos em vez de analisar as coisas como realmente são (as idealizações geram imagens distorcida e idolatria pueril, comportamento altamente imbecilizado e vexatório pra boa parte do país já que nem todos os brasileiros comungam deste ideário complexado, inconsequente e politicamente irresponsável).

Eu acho que não mais retornarei ao assunto Rússia-Ucrânia, então fica o resumo que cita coisas que não tem sido abordadas/citadas na "grande mídia" do Brasil, como se hoje em dia alguém precisasse de TV pra se informar.

P.S.1 como disse lá no começo, irei revisar este texto e ver se acho os links de matérias onde algumas coisas são citadas (de memória), como por exemplo não lembro direito do começo do conflito com a Geórgia mas lembro da incitação dos EUA e o recuo do mesmo deixando a Geórgia sozinha arcando com a situação, mas a origem desses confrontos tem uma coisa em comum: OTAN, bases da OTAN pra contenção da Rússia, conflito Aliados "Ocidentais" (EUA e UE) x Rússia, querendo requentar a polarização da Guerra Fria num mundo totalmente diferente, um ato simplesmente grotesco e inconsequente, com desdobramentos perigosos.

P.S.2 Eu ia postar um texto sobre o Holocausto, mas paciência, fica pra depois.

Ver: A crise na Ucrânia, os desdobramentos - II (a caminho da fragmentação e da guerra)

domingo, 23 de fevereiro de 2014

"Pedem que judeus ucranianos deixem Kiev depois que Yanukovych foi deposto pelo Parlamento"

Fiz este post sobre o grupo de extrema-direita (fascista) que encabeça a baderna na Ucrânia, apoiado pelo governo dos Estados Unidos e da União Europeia sob liderança do governo alemão, com o título "A crise da Ucrânia: fascistas (extrema-direita) perto do poder (Black Blocs atuam)". O que era hipótese virou fato. Só um adendo antes se prosseguir, o post é de minha responsabilidade (opinião).

Primeira consequência da mudança política naquele país do leste europeu pode ser lida abaixo. Brincam com fogo, como comentei antes, brincam achando que controlam um bando de fanáticos pra tirar proveito político disso, tal qual fizeram em outras ocasiões e as consequências foram desastrosas.

Pior ainda é o destaque do governo alemão neste episódio pois é o país líder da União Europeia e não dá pra se esconder sob o manto da UE. Angela Merkel e outros líderes europeus terão o desplante de visitar memoriais do Holocausto falando que "não toleram nazismo" depois de apoiarem um grupo fascista a derrubar presidente eleito em um país? Um dos fatos mais graves desde a segunda guerra mundial.

Barack Obama, primeiro presidente negro dos EUA, do Partido Democrata (o partido mais bélico dos EUA), é um dos responsáveis políticos pela ajuda dada a um grupo nazifascista para derrubar um governo eleito na Ucrânia visando o conflito (reedição mal-ajambrada da guerra fria) com a Rússia. Nem W. Bush conseguiria tal "proeza".

O engraçado é ler de um bando de "revis" idiotas (pleonasmo) do país, dizendo que o governo alemão é "sionista" e mais neuroses deles rotulando tudo de "sionista" porque veem judeus em todo canto por conta do antissemitismo psicótico e não conseguem entender nada do que se passa ao redor porque só visualizam o mundo através de "crenças", superstições e preconceitos (a muleta dos idiotas).

Mais ridículo ainda será ver a crise do "lado eurasiano" dessa extrema-direita do Brasil, que idolatra o Putin e seguem ideologicamente um "Rasputin" de extrema-direita/fascista, Aleksandr Dugin, "líder" do grupo neonazi russo Nazbol (uma alegoria com o termo "bolchevique", sendo na prática outro grupo neonazi misturando termos pra tentar se dissociar da imagem do nazismo), sem saberem que posição tomar sobre a crise na Ucrânia, pois os fascistas da Ucrânia odeiam russos e o governo russo (ídolos deles), tendo ligações com os nazistas na segunda guerra que tinham política de extermínio de eslavos. O Dugin merece até um post à parte com a "Third Position" dessa patota (isso é fascismo por outro nome).
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Pedem que Judeus ucranianos deixem Kiev depois que Yanukovych foi deposto pelo Parlamento

Judeus ucranianos foram instados a deixar Kiev, e se possível a Ucrânia, pouco antes de o Parlamento do país votar para derrubar o presidente Viktor Yanukovich do poder.

Crédito: Wikimedia Commons.
(JNS.org) Na esteira de uma escalada de confrontos entre manifestantes e forças do governo ucraniano, que já causou a morte de mais de 120 pessoas na semana passada, o Parlamento da Ucrânia votou neste sábado a remoção do presidente Viktor Yanukovych do cargo e da realização de uma nova eleição em 25 de maio. O Parlamento também votou a favor da libertação da ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, que foi, então, solta sábado do hospital da prisão, informou a Reuters. Yanukovych fugiu de seu escritório em Kiev.

Na sexta-feira, o rabino ucraniano Moshe Reuven Azman pediu que os judeus de Kiev deixassem a cidade e, se possível, o país, devido a temores de que os judeus possam se tornar alvo no caos em curso. Informou a Israel National News na sexta-feira que algumas lojas judaicas foram vandalizadas.

"Eu disse a minha congregação para deixar o centro da cidade ou a cidade todos juntos e, se possível, o país também ... Eu não quero abusar da sorte ... mas há avisos constantes a respeito das intenções de atacar instituições judaicas:" disse Rabi Azman ao Maariv .

Os manifestantes primeiro inundaram a Praça da Independência de Kiev, conhecido como "Maidan", em novembro de 2013 para protestar contra a decisão de Yanukovych para congelar planos de entrar em um acordo de livre comércio com a União Europeia. Em vez disso, Yanukovych apontou uma intenção de se juntar à União Aduaneira da Eurásia, uma união econômica idealizada pelo presidente russo, Vladimir Putin, que é visto como um precursor de uma União Eurasiática de países do Leste Europeu e do Cáucaso.

Até segunda-feira, a oposição e o governo ucraniano pareciam estar trabalhando em direção a um acordo, mas o negócio caiu completamente. Na terça-feira, manifestantes e forças do governo se enfrentaram violentamente novamente, levando a muitas baixas em ambos os lados do conflito na semana passada.

"Contactamos o ministro (israelense) das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, solicitando que ele nos ajude com a segurança da comunidade", disse Edward Dolinsky, chefe da organização de apoio de judeus da Ucrânia.

Fonte: JNS.org
Título original: Ukrainian Jews urged to leave Kiev as Yanukovych is ousted by Parliament
http://www.jns.org/news-briefs/2014/2/22/ukrainian-jews-urged-to-leave-kiev-as-yanukovich-is-ousted-by-parliament
Tradução: Roberto Lucena

Pra quem quiser ler mais, não foi possível traduzir e o post acabaria com excesso de informação, segue os links:
'Estarei combatendo judeus e russos até eu morrer': militantes da extrema-direita ucraniana visando o poder (RT, edição em inglês)
Ucrânia: Agência Judaica envia fundos para garantir segurança dos judeus no país (Expresso, Portugal)
Jewish Agency to send emergency aid to Ukraine’s Jews (Times of Israel)
Jewish Agency offering emergency help to Ukraine Jews (JTA)
Ucrânia: não faça de bode expiatório seus judeus e muçulmanos (Jewish Daily Forward)
Na crise da Ucrânia, não esqueçam da segurança das minorias judaica e muçulmana (Huffington Post)
Israeli agency sends funds to aid Ukrainian Jews' security (Yahoo!)

sábado, 25 de maio de 2013

O Primavera Francesa (Printemps français) tornou-se um "exército secreto" (extrema-direita)

Este é o comunicado que acaba de ser publicado no site do Printemps français (Primavera Francesa), a ala radical da oposição à lei Taubira. Ele se batizou como "A Ordem do dia número um", na forma de um exército secretro.

Observando a promulgação, sábado 18 de maio, da lei do casamento para todos, este texto pretende ser o manifesto de fundação de uma "nova força de resistência". "A França está sendo submetido a forças que a querem escravizar completamente. A batalha está apenas começando. Ela continuará até a vitória."

"Na véspera da batalha, os partidos políticos já anunciaram a sua colaboração com o poder ideológico, alegando falsamente que a lei Taubira não pode ser revogada. Ao se colocarem no campo inimigo, eles se autoplocamaram como adversários ", escrevem os autores do texto, de forma bastante explícita à UMP.

"Tidos como alvos"

Segue a seguinte proclamação exaltada: "O Primavera Francesa, portanto, afirma que serão tidos como alvos: o governo atual e todos os seus apoiadores, os partidos políticos que colaboraram com a lei, os lobbies que elaboraram o programa ideológico e os órgãos que a difundiram".

O comunicado termina com: "Esta agenda é imediatamente executória."

Este texto ocorre em um ambiente de alta tensão, inclusive no movimento anti-casamento gay e alguns dias antes da manifestação no dia 26 de maio, em Paris. O exemplo mais recente desses antagonismos: causou raiva nas alas mais radicais as declarações frias de Frigide Barjot após o suicídio de Dominique Venner. Querendo distanciar o gesto dele do movimento, o porta-voz da manifestação disse que foi um ato de alguém "um pouco perturbado". "Dominique Venner faz parte de uma pequena minoria à margem [que quer] atos violentos, de uma ação forte, dizia que fazemos manifestações suaves", disse ela na terca-feira, 21 de maio em RTL.

Seguindo sua agenda de imprensa, a Primavera Francesa planeja protestar quinta-feira ou sexta-feira na sede do Grande Oriente em Paris.

Fonte: Droite(s) Extreme(s), Le Monde (França)
http://droites-extremes.blog.lemonde.fr/2013/05/22/le-printemps-francais-joue-a-larmee-secrete/
Tradução: Roberto Lucena

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

ONU critica governo francês por desmontar acampamento da etnia rom

Mundo: ONU critica governo francês por desmontar acampamento da etnia rom


Obervadores das Nações Unidas afirmam que evacuação de acampamento rom na periferia de Paris viola os direitos humanos. Ministro do Interior é acusado de repetir política conservadora de Sarkozy.

A polícia da França expulsou, nesta quarta-feira (29/08), centenas de pessoas de um acampamento de membros da etnia rom na periferia de Paris. Segundo as autoridades, cerca de 500 pessoas foram obrigadas a deixar o local, num bairro popular na periferia da capital francesa. Diversos observadores das Nações Unidas criticaram a conduta da polícia francesa.

O ministro francês do Interior, Manuel Valls, ordenou uma série de batidas em acampamentos da etnia rom próximos a Paris, Lyon e Lille, afirmando que eles deveriam ser desmantelados por razões sanitárias. A polícia chegou na manhã de quarta ao subúrbio de Stains, na periferia de Paris, onde as barracas dos roma foram destruídas depois da evacuação.

Os roma reclamaram que não lhes foi oferecida nenhuma alternativa de alojamento. A administração do bairro, por outro lado, declarou que os alojamentos oferecidos a eles não foram aceitos e que os pedidos de que deixassem o local voluntariamente também não haviam sido acatados.

Alta vulnerabilidade

França não respeita direitos humanos, afirmam observadores

Observadores da ONU para minorias, migrantes, racismo e direito a uma moradia adequada criticaram que a evacuação compulsória pode deixar as famílias atingidas numa situação de "alta vulnerabilidade". Segundo eles, o processo de evacuação não está de acordo com o direito internacional.

François Crépeau, encarregado de reportar sobre a situação dos migrantes na França, declarou que o governo francês parece querer expulsar todos os membros da etnia rom do país, onde acontece um debate generalizado a respeito da política oficial em relação aos roma, que em sua maioria procedem da Romênia e da Bulgária.

"A expulsão coletiva é condenada pelo direito internacional e qualquer repatriação deveria ser voluntária, respeitando os padrões internacionais, baseada na vontade individual e monitorada de maneira independente", afirmou Crépeau.

Raquel Rolnik, relatora especial da ONU para questões de moradia adequada, afirmou que a evacuação forçada não é uma resposta apropriada e que "soluções alternativas deveriam ser buscadas em respeito aos padrões dos direitos humanos". Segundo ela, é importante garantir sobretudo a moradia de crianças e mulheres e daqueles que apresentam enfermidades ou deficiências.

Repetindo os conservadores

Faltam alternativas de moradia, segundo enviados da ONU à França

O ministro Valls foi criticado dentro das fileiras de seu próprio partido, o socialista. Ele está sendo acusado de repetir a política linha-dura do governo conservador de Nicolas Sarkozy. A Comissão Europeia havia declarado, no início de agosto, que continua observando atentamente a política francesa para minorias.

Paris havia anunciado que pretende abolir parcialmente as diretrizes da União Europeia que limitam a permissão de trabalho para búlgaros e romenos, a fim de facilitar a integração dos roma no país. No entanto, ignorando totalmente tal premissa, as autoridades resolveram dissolver o acampamento na quarta-feira.

Estima-se que haja na França hoje em torno de 15 mil a 20 mil imigrantes de origem rom, a maioria deles vivendo nas periferias das cidades e em acampamentos com condições precárias.

"Os roma são cidadãos da União Europeia e a minoria mais marginalizada dentro da Europa. Lamentavelmente esses atos demonstram que eles nem sempre gozam do mesmo direito de livre movimento e assentamento que outros cidadãos e que continam sendo vítimas de um tratamento discriminatório", resumiu Rita Izsák, especialista da ONU para assuntos relacionados a minorias.

SV/afp/rtr/dpa
Revisão: Alexandre Schossler

Fonte: Deutsche Welle (Alemanha)
http://www.dw.de/dw/article/0,,16206841,00.html

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Hollande admite responsabilidade da França na deportação de judeus

François Hollande é o primeiro presidente socialista francês a quebrar o tabu da chamada “rafle du Vel d’Hiv”. O primeiro chefe de Estado francês a admitir a responsabilidade da França na deportação de judeus, durante a Segunda Guerra Mundial, foi o conservador Jacques Chirac, ao qual o socialista Hollande prestou homenagem.

A verdade é que este crime foi cometido em França, pela França. O grande mérito do presidente Chirac foi ter reconhecido, aqui, a 16 de julho de 1995, esta verdade”, afirmou François Hollande, que prosseguiu: “A República perseguirá, com a maior determinação, todos os atos, todas as palavras antissemitas que possam provocar nos judeus de França uma sensação de inquietação no seu próprio país.” Uma referência ao assassinato de três crianças judias e de um professor judeu por Mohamed Merah em março último, na cidade de Toulouse.

O presidente francês participava na cerimónia, em Paris, que relembra os 13.152 judeus deportados pela França há 70 anos.

A “rafle du Vel D’Hiv” ocorreu nos dias 16 e 17 de julho de 1942. Durante esses dois dias, as autoridades francesas perseguiram e detiveram 13.152 judeus, os quais, na sua maioria, ficaram retidos no Velódromo de Inverno (“Vel d’Hiv”) – posteriormente demolido, em 1959 – antes de serem enviados aos campos de extermínio nazistas. “Nenhum soldado alemão foi mobilizado” para essa operação realizada por policiais franceses, lembrou o presidente.

Fonte: Euronews
http://pt.euronews.com/2012/07/22/hollande-admite-responsabilidade-da-franca-na-deportacao-de-judeus/

Ver mais:
Presidente da França honrou memória de milhares de judeus parisinos reprimidos (Voz da Rússia)
Hollande lembra participação francesa na deportação de judeus (RFI, Portugal)
Hollande assume responsabilidades francesas no Holocausto (Publico.pt, Portugal)
François Hollande admite responsabilidade de França no Holocausto (RTP, Portugal)

terça-feira, 17 de julho de 2012

França - Arquivos sobre o holocausto são exibidos pela 1º vez

Os perturbadores arquivos policiais sobre a maior deportação de judeus franceses durante Segunda Guerra Mundial estão sendo abertos ao público pela primeira vez, um raro retrato dos dias mais sombrios da colaboração da França com os nazistas.

A mostra, que começa nesta terça-feira, coincide com o 70º aniversário da batida policial em Paris que mandou mais de 13 mil judeus para o campo de extermínio de Auschwitz. Fotos, assinaturas e registros de bens pessoais de muitas vítimas entregues em 16 e 17 de julho de 1942 estão em exibição na prefeitura de Paris.

O presidente François Hollande vai fazer um discurso em memória à deportação no antigo velódromo de inverno, no domingo, o primeiro evento em lembrança do acontecimento em 17 anos. As informações são da Associated Press.

Fonte: AP
http://www.dgabc.com.br/News/5969375/arquivos-sobre-o-holocausto-sao-exibidos-pela-1-vez.aspx

Homenaje al holocausto de judíos franceses cerca de Paris (Televisa, México)

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