De acordo com este site, pesquisando por Jacob Gorfinkel, "De acordo com a distribuição do "cartão de comida" em junho de 1942, restaram 487 judeus (245 homens, 242 mulheres, 22 crianças) em Daugavpils". O baixo número de crianças é uma forte prova de uma política de extermínio na Letônia. Converge com a evidência fotográfica de Liepaja, Letônia, e a outra evidência sobre a Letônia publicada anteriormente neste blog. Também reforça a evidência do massacre de Rumbula em Riga, como é ressaltado no Relatório de Situação Operacional 155, de 11.1.42: "O número de judeus restantes em Riga, 29.500, foi reduzido para 2.600 por uma ação conduzida pelo Superior SS e líder da polícia de Ostland. Em Daugavpils, ainda restam 962 judeus que são urgentemente necessários para o grupo de trabalho". Isto foi no contexto mais amplo de redução da população judaica letã de cerca de 70.000 para menos de 4.000 [Relatórios dos Territórios Ocupados do Leste, nº 7, 12,6,42].
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2017/04/extermination-of-children-in-daugavpils.html
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2017/04/extermination-of-children-in-daugavpils.html
Texto: Jonathan Harrison
Título original: Extermination of Children in Daugavpils, Latvia
Tradução: Roberto Lucena
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sábado, 30 de dezembro de 2017
domingo, 19 de março de 2017
Os planos de (Reinhard) Heydrich no início de outubro de 1941
Não podemos dizer com certeza se Hitler decidiu no início de outubro de 1941 exterminar os judeus da Europa em campos de extermínio. Mas podemos assegurar, entretanto, que Heydrich desejava exterminá-los em áreas controladas pela Alemanha. Veja como. Em 2 de outubro de 1941, Heydrich descartou o reassentamento para o Oriente de tchecos que eram hostis à Alemanha porque "eles formariam um grupo de liderança no Oriente, que seria dirigido contra nós [denn aussiedeln kann ich sie nicht, weil sie drüben Im Osten eine Führerschicht bilden würden, die sich gegen uns richtet]". Ele afirmou que essas pessoas deveriam ser "colocadas contra a parede [sie endgültig a die Wand zu stellen]". No entanto, dois dias depois, Heydrich encontra Meyer, Leibbrandt, Schlotterer e Ehlich e reclama que as demandas de trabalho judaico impediriam um "reassentamento total dos judeus fora dos territórios ocupados por nós" [NO-1020, VEJ 7, pág. 153.: "Dies würde aber den Plan einer totalen Aussiedlung der Juden aus den von un besetzten Gebieten zunichte machen]".
Essas afirmações só podem ser conciliadas se o "totalen Aussiedlung der Juden aus den von uns besetzten Gebieten zunichte machen" de Heydrich for um eufemismo para matar os judeus nos territórios ocupados pelos alemães, porque a declaração de dois dias antes havia descartado o reassentamento de populações hostis em colônias no Leste e os judeus eram intrinsecamente uma população hostil na cosmovisão nazista, como demonstrado pela declaração de Heydrich em Wannsee que, qualquer remanescente judeu tinha de ser "tratado em conformidade, porque é um produto da seleção natural e agiria, se solto, como uma semente de um novo avivamento judaico (ver o registro da história)". Isso também é confirmado pelo fato de que Heydrich bloqueou a emigração de judeus espanhóis residentes na França para o "Marrocos espanhol", porque, segundo Heydrich, "esses judeus também estariam fora do alcance direto das medidas para uma solução básica para a Questão Judaica a ser posta em prática depois da guerra [veja a nota 17 de Browning aqui]." O plano de Heydrich era claro; a única questão é saber se, ou não, Hitler compartilhou isso até essa data; E se não, quanto tempo levou para Hitler dar luz verde?
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2017/03/heydrichs-plans-in-early-october-1941.html
Texto: Jonathan Harrison
Título original: Heydrich's Plans in early October, 1941
Tradução: Roberto Lucena
Essas afirmações só podem ser conciliadas se o "totalen Aussiedlung der Juden aus den von uns besetzten Gebieten zunichte machen" de Heydrich for um eufemismo para matar os judeus nos territórios ocupados pelos alemães, porque a declaração de dois dias antes havia descartado o reassentamento de populações hostis em colônias no Leste e os judeus eram intrinsecamente uma população hostil na cosmovisão nazista, como demonstrado pela declaração de Heydrich em Wannsee que, qualquer remanescente judeu tinha de ser "tratado em conformidade, porque é um produto da seleção natural e agiria, se solto, como uma semente de um novo avivamento judaico (ver o registro da história)". Isso também é confirmado pelo fato de que Heydrich bloqueou a emigração de judeus espanhóis residentes na França para o "Marrocos espanhol", porque, segundo Heydrich, "esses judeus também estariam fora do alcance direto das medidas para uma solução básica para a Questão Judaica a ser posta em prática depois da guerra [veja a nota 17 de Browning aqui]." O plano de Heydrich era claro; a única questão é saber se, ou não, Hitler compartilhou isso até essa data; E se não, quanto tempo levou para Hitler dar luz verde?
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2017/03/heydrichs-plans-in-early-october-1941.html
Texto: Jonathan Harrison
Título original: Heydrich's Plans in early October, 1941
Tradução: Roberto Lucena
sábado, 21 de maio de 2016
Mais provas fotográficas de cadáveres exumados na URSS (Alerta: Contém links com conteúdo violento)
Acrescentando a este post anterior do Roberto Muehlenkamp (Parte 2), adiciono o seguinte material do site do Yad Vashem:
Bogdanovka
Krasnodar
Kramatorsk
Utena
Chernovtsy
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2016/04/photographic-evidence-of-exhumed.html
Texto: Jonathan Harrison
Título original: More Photographic Evidence of Exhumed Corpses in the USSR (Warning: Contains Links to Graphic Content)
Tradução: Roberto Lucena
Bogdanovka
Krasnodar
Kramatorsk
Utena
Chernovtsy
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2016/04/photographic-evidence-of-exhumed.html
Texto: Jonathan Harrison
Título original: More Photographic Evidence of Exhumed Corpses in the USSR (Warning: Contains Links to Graphic Content)
Tradução: Roberto Lucena
segunda-feira, 21 de março de 2016
Planejando o extermínio e a necessidade do trabalho forçado
Nos territórios orientais ocupados, a Wehrmacht, a SS e a administração civil tiveram complexas relações de cooperação e tensão. Eles cooperaram em ações de matar, mas também tiveram conflitos acerca do quanto do trabalho judaico seria preservado em cada fase do genocídio. Abaixo estão duas citações contemporâneos de figuras alemãs de destaque na região da Bielorrússia que fornecem insights sobre esses processos.
O primeiro extrato vem do KdS de Minsk, Strauch, que já fora discutido nesses posts. Em abril, entre 08-10 de 1943, Strauch participou de uma reunião do conselho gebiedscommissies (comitê de área) em Minsk em que ele fez a seguinte declaração:
Esta vontade de superar as restrições de trabalho forçado (escravo) foi também compartilhada por alguns líderes civis, que estavam sob pressão para reduzir as pressões sobre a oferta de alimentos. Houve um equilíbrio delicado entre ver os judeus como trabalhadores essenciais e os ver como comedores inúteis; e os administradores que eram mais alinhados fanaticamente ao dogma antissemita nazista estavam inclinados para finalmente chegar à última perspectiva. Isso é mais evidente no relatório escrito pelo Gebeitskommissar para Slonim, Gerhard Erren, em 25 de janeiro de 1942, onde declarou que:
No caso de Slonim, portanto, o momento dos atos genocidas foi cuidadosamente planejado, e poderia ser implementado sem a resistência, porque a administração civil e a SS estavam de acordo. No caso de Minsk, pelo contrário, a SS (Strauch) teve de negociar com a administração civil (Kube), e a Wehrmacht, que era o principal empregador da comunidade judaica na região, e assim o ritmo da matança foi mais lento.
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2009/04/extermination-planning-and-forced.html
Texto: Jonathan Harrison
Título original: Extermination Planning and Forced Labour Needs
Tradução: Roberto Lucena
O primeiro extrato vem do KdS de Minsk, Strauch, que já fora discutido nesses posts. Em abril, entre 08-10 de 1943, Strauch participou de uma reunião do conselho gebiedscommissies (comitê de área) em Minsk em que ele fez a seguinte declaração:
Quando a administração civil chegou já encontrou empreendimentos econômicos operados pela Wehrmacht, auxiliados por judeus. Numa altura em que os bielorrussos queriam matar os judeus, a Wehrmacht os explorava e preservava. Dessa forma os judeus chegaram a posições-chave e é difícil hoje removê-los completamente, porque as empresas são susceptíveis de ser destruídas, algo que não podemos nos permitir. Eu sou da opinião de que podemos dizer com confiança que dos 150.000, 130.000 já desapareceram. 22.000 ainda estão vivos na área da Gebietskommissariat [fonte: YV TR-10/808, citado por Cholawsky, pág.64].Strauch sugeriu que a metade (11,000) poderia ser removida sem causar dificuldades indevidas:
Por isso, quero solicitar de você que, ao menos, o judeu desapareça a partir do lugar onde ele seja supérfluo. Não podemos concordar com mulheres judias polindo sapatos ... Vamos cortar o número pela metade sem causar dificuldades econômicas.Strauch ficou frustrado pelo fato de que os judeus não poderiam ser removidos completamente mas ele ainda se sentiu confiante o suficiente para solicitar uma redução de 50% numa população que já tinha sido reduzida de 150.000 para 22.000.
Esta vontade de superar as restrições de trabalho forçado (escravo) foi também compartilhada por alguns líderes civis, que estavam sob pressão para reduzir as pressões sobre a oferta de alimentos. Houve um equilíbrio delicado entre ver os judeus como trabalhadores essenciais e os ver como comedores inúteis; e os administradores que eram mais alinhados fanaticamente ao dogma antissemita nazista estavam inclinados para finalmente chegar à última perspectiva. Isso é mais evidente no relatório escrito pelo Gebeitskommissar para Slonim, Gerhard Erren, em 25 de janeiro de 1942, onde declarou que:
[...] Após a minha chegada aqui, havia cerca de 25.000 judeus na área de Slonim, 16.000 na própria cidade, tornando-se mais de dois terços da população do total da cidade. Não foi possível a criação de um gueto, como nem arame farpado ou guardas de mão de obra estavam disponíveis. Então, imediatamente, comentei os preparativos para uma ação em larga escala. Primeiramente toda propriedade foi expropriada e todos os edifícios oficiais alemães, incluindo os bairros da Wehrmacht, foram equipados com o mobiliário e equipamentos que haviam sido disponibilizados ... os judeus foram então registrado com precisão de acordo com número, idade e profissão e todos os artesãos e trabalhadores com qualificações foram escolhidos e foram dados passes e alojamento separados para distingui-los dos outros judeus. A ação realizada pelo SD em 13 de Novembro livrou-me das bocas desnecessárias para alimentar. Os cerca de 7.000 judeus agora presentes na cidade de Slonim foram todos alocados em postos de trabalho. Eles estão trabalhando voluntariamente por causa do medo constante da morte. No início do próximo ano, eles serão rigorosamente verificados e classificados para uma redução adicional [...]Erren não só viu a necessidade do trabalho judaico como temporária, ele tomou medidas proativas para assegurar que não-judeus seriam treinados no artesanato atualmente ocupados por judeus, "de modo que os judeus finalmente serão dispensáveis nos ofícios especializados e setor de comércio e poderão ser eliminados."
[...] O melhor dos trabalhadores qualificados entre os judeus serão obrigados a repassar suas habilidades para aprendizes inteligentes em minhas faculdades de artesanato, então os judeus finalmente serão dispensáveis no setor setor de comércio e ofícios especializados e poderão ser eliminados.
No caso de Slonim, portanto, o momento dos atos genocidas foi cuidadosamente planejado, e poderia ser implementado sem a resistência, porque a administração civil e a SS estavam de acordo. No caso de Minsk, pelo contrário, a SS (Strauch) teve de negociar com a administração civil (Kube), e a Wehrmacht, que era o principal empregador da comunidade judaica na região, e assim o ritmo da matança foi mais lento.
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2009/04/extermination-planning-and-forced.html
Texto: Jonathan Harrison
Título original: Extermination Planning and Forced Labour Needs
Tradução: Roberto Lucena
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
Observações do post "Sobre a Ordem dos Comissários: instruções da guerra de aniquilação nazista na União Soviética"
Antes de repassar as observações do post que também dá título parcial a este post (separarei o texto original com um traço), irei transcrever, quando for possível, algumas observações de outros posts pra não alongar os posts originais, já que algumas observações acabam saindo do tema do post e citando questões políticas atuais no país ou no mundo.
Mas por quê, às vezes (ou muitas vezes), estas observações "saem pela tangente" do tema original do post? (a quem quiser pular esta observação extra, as observações originais do post estão após o traço abaixo e tem informação sobre segunda guerra)
Porque não é possível, por mais esforço que se faça, ignorar a realidade ao redor (do que se passa no país e no mundo) num ambiente de polarização política extrema.
Desde o "Vem pra rua" de 2013 (a "revolução colorida" que não se concretizou, mas faz estrago até hoje) a radicalização política no Brasil, que já era grande, degringolou de vez com grupos reacionários (que se autodenominam como "liberais" ou "liberais-conservadores", e alguns usam o termo "libertários", mas são todos uma coisa só: autoritários, vira-latas, estúpidos e anacrônicos) atacando tudo que consideram "inimigo". E se querem radicalizar, vão ter obviamente um contraponto ou resposta.
Essa polarização política pesada (radicalização) não ocorre só no Brasil, em praticamente quase todo mundo está ocorrendo radicalização política, alguns mais outros menos, mas ocorre em todo mundo.
Só que a polarização no Brasil é agravada ainda mais pela atuação partidarizada da "grande mídia" (o oligopólio de mídia, com destaque pra Rede Globo ou Organizações Globo) e principalmente pelo fato da vulnerabilidade da maior parte da população por aceitar passivamente o que esta grande mídia (que ascendeu na ditadura de 21 anos do país) repassa como "verdade" em questões atuais do país.
Esse não é um "problema" pequeno, é algo extremamente sério e não dá pra ignorar ou deixar de lado.
Evitei ao extremo não sair do tema segunda guerra, mas... uma vez que muita gente não mantém distância dos temas atuais (tentam misturá-los) e uma outra parte fica "calada" (quieta) pra não tomar posição, por covardia (mesmo quando deve), então não sou obrigado a respeitar qualquer um desses lados (não levarei em conta qualquer um desses dois lados pra tomar posições).
Quando pessoas começam a "cercar", enchendo a paciência com temas atuais porque querem usar A, B ou C como "escudos" pra algum fim político (no Orkut isso ocorreu), a tentativa de distanciamento de questões atuais (pra evitar trazer gente tosca, fanática e ignorante panfletando besteira pra junto) vai literalmente pro ralo.
E ninguém se iluda, eu não faço questão alguma de agradar A, B ou C porque alguém aparenta ser "educado" ao mesmo tempo que defende extremismo, ou porque comunidade A ou B tem posição "x" em relação ao Oriente Médio e coisas afins.
Sou humano (porque questões nacionais não devem ficar acima da condição humana), mas sou cidadão brasileiro, e minha visão política de mundo é de cidadão brasileiro (carregada do nativismo de minha terra natal, nativismo que também ocorre em todos os estados do país, uns mais outros menos), mesmo que eu saiba qual é o ponto de vista de outros países.
Não abro mão disso em hipótese alguma discutindo com outros brasileiros. Porque há brasileiros com crise de identidade nacional aguda (tanto brasileiros fora do Brasil como dentro do país), mas isso é problema dessas pessoas, não meu. Não sou "clínica de autoajuda" pra gente com esse tipo de problema.
Que fique claro que quando faço as observações acima, estou me referindo estritamente a discussões em português, principalmente com brasileiros, porque eu não percebo esse tipo de crise de identidade ou "grilo" (de grilado) que sempre remete a um complexo, ou mesmo preconceito agudo porque "fulano" é de tal país, estado, região, cidade (tirando o antissemitismo característico dos "revis") nas discussões em inglês como no blog Holocaust Controversies, no Rodoh etc.
Observações do post "Sobre a Ordem dos Comissários: instruções da guerra de aniquilação nazista na União Soviética" logo abaixo.
__________________________________________________________________________
Observação 1: quem quiser ler mais sobre a diretiva de Hitler, conferir o link do blog Avidanofront:
Ordem do führer sobre a administração das regiões do leste novamente ocupadas
Quem quiser ver o documento em inglês:
Himmler’s Memorandum on the Treatment of Alien Peoples in the East, 25 May 1940
E se alguém achar que isso é o texto mais pesado sobre a questão, tem coisas piores, que envolvem o nazi Erhard Wetzel (figura pouco citada e conhecida) sobre o Generalplan Ost. É curioso o cinismo dos ditos "revis" com a dimensão da guerra de extermínio praticada pelos nazistas, eles praticamente evitar citar essa questão do extermínio no leste europeu.
Cinismo e muitas vezes ignorância e estupidez também já que o conhecimento de boa parte deles do evento é precário ou totalmente distorcido, o que não apaga a ideia asquerosa por detrás desse apego desmedido deles com o que eles visualizam ou identificam como 'nazismo'.
Antes de ser algo caricato como a gente costuma ironizar a cretinice de alguns deles, no fundo esse pessoal é adepto do darwinismo social, como também o é alguns grupos que se denominam "liberais", mas que evitam a citação do termo "darwinismo" explicitamente por motivos óbvios (seriam facilmente rotulados de racistas), embora tenham uma aversão cínica e profunda com a questão do combate ao preconceito e racismo no Brasil e um ódio de classe profundo contra pobres (é essa uma das raízes do darwinismo social).
Ao contrário do que muita gente pensa, esse tipo de ideia de exclusão e racista é bem difundida em algumas cidades brasileiras. A "aparição" de grupos denominados "neonazis" no Brasil, ao contrário do que a mídia propaga como sendo "algo absurdo", infelizmente não é. O que ocorre é que esta mesma mídia e governos não têm interesse de esclarecer nada do assunto e nem de se aprofundar no problema da origem do racismo moderno no Brasil (que tem ligação direta com o evento da imigração pro Brasil no século XIX e começo do século XX), assunto que nem sequer é citado em colégios quando deveria ser obrigatório a discussão disso. E um adendo, refiro-me tanto à mídia de direita e de esquerda. Só vi uma vez citarem algo relativo a isso no site Viomundo, mas era só sobre São Paulo. Ou seja, o assunto sobre branqueamento no Brasil (que é o que dá base a esse racismo atual no país, as crenças racistas, além da herança racista colonial) sequer é discutido por conveniência, pra manter esses preconceitos regionais (preconceitos com conotação racista) inalterados.
Mas como dizia, a aparição desses bandos ditos "neonazis" no Brasil não é algo tão "absurdo" assim, apesar da adoção de símbolos do fascismo alemão por eles sempre soar ridículo pois o Brasil é um país com predominância da cultura portuguesa, indígena e negra, não excluindo as contribuições dos outros povos que pra cá migraram, mas essa também é a base étnica da maior parte do país, inclusive em regiões que a mídia propagam como "brancas" ou sem ligação com essas três culturas e povos (apesar de falarem português o tempo todo... vejam só...) porque há um sentimento de aversão dessas cidades com Portugal, negros e indígenas.
A mídia brasileira, de uns tempos pra cá, andar querendo "escandinavizar" o Brasil, talvez pra suprir seus complexos e sentimentos obscuros (que não tem coragem de externar), embora mantenha pro público externo a imagem do Brasil "tropical" formulada no Estado Novo do país (com contribuição da Disney) que perdura até hoje.
Como já deu pra notar, minha opinião sobre a mídia brasileira não é lá muito boa (e também de boa parte da mídia estrangeira). Digamos que, fizeram por onde ter essa imagem negativa, a "birra" não surgiu do nada. Em geral, a imagem da mídia hoje no mundo não é muito boa, pra não dizer que é terrível.
________________________________
Observação 2: Quem quiser baixar o livro (PDF), vá ao link do site do Centro de História Militar do Exército dos EUA.
Fiz questão de frisar a fonte pra servir como uma amostra pros fanáticos de direita do Brasil, com uma obsessão em repetir discurso da guerra fria.
A quem assistiu a abertura da Copa e leu o texto que coloquei aqui sobre ela (eu não profetizei...), viram uma demonstração desse fanatismo e radicalização imbecil nos xingamentos que esses fanáticos bitolados (e sem qualquer pingo de educação), na parte mais cara do estádio (com ingressos mais caros, setor "VIP" da baixaria e da elite Zé Povinho, o populacho medonho, a gentalha abastada brasileira), proferiram contra a presidente do país, quando não caberia numa cerimônia de abertura se comportarem tão grotescamente daquela forma achando que estavam "abafando", independente de divergência política.
Seria igualmente errado se o fato ocorresse com um presidente com outro retrospecto ideológico, eleito democraticamente. Há que se saber separar divergências de fanatismo e sectarismo, que é o que esse pessoal está fazendo há bastante tempo insuflados por certa mídia irresponsável, inconsequente e corporativa do país. Queimaram-se lindamente pro mundo inteiro ver.
Nem a principal potência rival da URSS (que não existe mais) possui um sectarismo e fanatismo tão estreitos com esses assuntos como o que se verifica na direita brasileira e latinoamericana (e ibérica), ou na maior parte dela. Sectarismo que mistura uma dose de paranoia, idiotice, má educação, prepotência e fanatismo religioso (obscurantismo).
_______________________________
Observação 3: tem uma parte do texto (nas notas 45 e 46) que diz o seguinte:
A própria ideia racista de ocupação e aniquilação de povos no leste (por estes serem inferiores ou descartáveis por ideias racistas, na concepção nazista) não é propriamente algo original da guerra anticomunista da segunda guerra, esta guerra também foi uma guerra de colonização, uma guerra "racial" (étnica) de aniquilação, só que dessa vez na Europa, como as ocorridas nas colonizações feitas na África e nas Américas.
Mas por quê, às vezes (ou muitas vezes), estas observações "saem pela tangente" do tema original do post? (a quem quiser pular esta observação extra, as observações originais do post estão após o traço abaixo e tem informação sobre segunda guerra)
Porque não é possível, por mais esforço que se faça, ignorar a realidade ao redor (do que se passa no país e no mundo) num ambiente de polarização política extrema.
Desde o "Vem pra rua" de 2013 (a "revolução colorida" que não se concretizou, mas faz estrago até hoje) a radicalização política no Brasil, que já era grande, degringolou de vez com grupos reacionários (que se autodenominam como "liberais" ou "liberais-conservadores", e alguns usam o termo "libertários", mas são todos uma coisa só: autoritários, vira-latas, estúpidos e anacrônicos) atacando tudo que consideram "inimigo". E se querem radicalizar, vão ter obviamente um contraponto ou resposta.
Essa polarização política pesada (radicalização) não ocorre só no Brasil, em praticamente quase todo mundo está ocorrendo radicalização política, alguns mais outros menos, mas ocorre em todo mundo.
Só que a polarização no Brasil é agravada ainda mais pela atuação partidarizada da "grande mídia" (o oligopólio de mídia, com destaque pra Rede Globo ou Organizações Globo) e principalmente pelo fato da vulnerabilidade da maior parte da população por aceitar passivamente o que esta grande mídia (que ascendeu na ditadura de 21 anos do país) repassa como "verdade" em questões atuais do país.
Esse não é um "problema" pequeno, é algo extremamente sério e não dá pra ignorar ou deixar de lado.
Evitei ao extremo não sair do tema segunda guerra, mas... uma vez que muita gente não mantém distância dos temas atuais (tentam misturá-los) e uma outra parte fica "calada" (quieta) pra não tomar posição, por covardia (mesmo quando deve), então não sou obrigado a respeitar qualquer um desses lados (não levarei em conta qualquer um desses dois lados pra tomar posições).
Quando pessoas começam a "cercar", enchendo a paciência com temas atuais porque querem usar A, B ou C como "escudos" pra algum fim político (no Orkut isso ocorreu), a tentativa de distanciamento de questões atuais (pra evitar trazer gente tosca, fanática e ignorante panfletando besteira pra junto) vai literalmente pro ralo.
E ninguém se iluda, eu não faço questão alguma de agradar A, B ou C porque alguém aparenta ser "educado" ao mesmo tempo que defende extremismo, ou porque comunidade A ou B tem posição "x" em relação ao Oriente Médio e coisas afins.
Sou humano (porque questões nacionais não devem ficar acima da condição humana), mas sou cidadão brasileiro, e minha visão política de mundo é de cidadão brasileiro (carregada do nativismo de minha terra natal, nativismo que também ocorre em todos os estados do país, uns mais outros menos), mesmo que eu saiba qual é o ponto de vista de outros países.
Não abro mão disso em hipótese alguma discutindo com outros brasileiros. Porque há brasileiros com crise de identidade nacional aguda (tanto brasileiros fora do Brasil como dentro do país), mas isso é problema dessas pessoas, não meu. Não sou "clínica de autoajuda" pra gente com esse tipo de problema.
Que fique claro que quando faço as observações acima, estou me referindo estritamente a discussões em português, principalmente com brasileiros, porque eu não percebo esse tipo de crise de identidade ou "grilo" (de grilado) que sempre remete a um complexo, ou mesmo preconceito agudo porque "fulano" é de tal país, estado, região, cidade (tirando o antissemitismo característico dos "revis") nas discussões em inglês como no blog Holocaust Controversies, no Rodoh etc.
Observações do post "Sobre a Ordem dos Comissários: instruções da guerra de aniquilação nazista na União Soviética" logo abaixo.
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Observação 1: quem quiser ler mais sobre a diretiva de Hitler, conferir o link do blog Avidanofront:
Ordem do führer sobre a administração das regiões do leste novamente ocupadas
Quem quiser ver o documento em inglês:
Himmler’s Memorandum on the Treatment of Alien Peoples in the East, 25 May 1940
E se alguém achar que isso é o texto mais pesado sobre a questão, tem coisas piores, que envolvem o nazi Erhard Wetzel (figura pouco citada e conhecida) sobre o Generalplan Ost. É curioso o cinismo dos ditos "revis" com a dimensão da guerra de extermínio praticada pelos nazistas, eles praticamente evitar citar essa questão do extermínio no leste europeu.
Cinismo e muitas vezes ignorância e estupidez também já que o conhecimento de boa parte deles do evento é precário ou totalmente distorcido, o que não apaga a ideia asquerosa por detrás desse apego desmedido deles com o que eles visualizam ou identificam como 'nazismo'.
Antes de ser algo caricato como a gente costuma ironizar a cretinice de alguns deles, no fundo esse pessoal é adepto do darwinismo social, como também o é alguns grupos que se denominam "liberais", mas que evitam a citação do termo "darwinismo" explicitamente por motivos óbvios (seriam facilmente rotulados de racistas), embora tenham uma aversão cínica e profunda com a questão do combate ao preconceito e racismo no Brasil e um ódio de classe profundo contra pobres (é essa uma das raízes do darwinismo social).
Ao contrário do que muita gente pensa, esse tipo de ideia de exclusão e racista é bem difundida em algumas cidades brasileiras. A "aparição" de grupos denominados "neonazis" no Brasil, ao contrário do que a mídia propaga como sendo "algo absurdo", infelizmente não é. O que ocorre é que esta mesma mídia e governos não têm interesse de esclarecer nada do assunto e nem de se aprofundar no problema da origem do racismo moderno no Brasil (que tem ligação direta com o evento da imigração pro Brasil no século XIX e começo do século XX), assunto que nem sequer é citado em colégios quando deveria ser obrigatório a discussão disso. E um adendo, refiro-me tanto à mídia de direita e de esquerda. Só vi uma vez citarem algo relativo a isso no site Viomundo, mas era só sobre São Paulo. Ou seja, o assunto sobre branqueamento no Brasil (que é o que dá base a esse racismo atual no país, as crenças racistas, além da herança racista colonial) sequer é discutido por conveniência, pra manter esses preconceitos regionais (preconceitos com conotação racista) inalterados.
Mas como dizia, a aparição desses bandos ditos "neonazis" no Brasil não é algo tão "absurdo" assim, apesar da adoção de símbolos do fascismo alemão por eles sempre soar ridículo pois o Brasil é um país com predominância da cultura portuguesa, indígena e negra, não excluindo as contribuições dos outros povos que pra cá migraram, mas essa também é a base étnica da maior parte do país, inclusive em regiões que a mídia propagam como "brancas" ou sem ligação com essas três culturas e povos (apesar de falarem português o tempo todo... vejam só...) porque há um sentimento de aversão dessas cidades com Portugal, negros e indígenas.
A mídia brasileira, de uns tempos pra cá, andar querendo "escandinavizar" o Brasil, talvez pra suprir seus complexos e sentimentos obscuros (que não tem coragem de externar), embora mantenha pro público externo a imagem do Brasil "tropical" formulada no Estado Novo do país (com contribuição da Disney) que perdura até hoje.
Como já deu pra notar, minha opinião sobre a mídia brasileira não é lá muito boa (e também de boa parte da mídia estrangeira). Digamos que, fizeram por onde ter essa imagem negativa, a "birra" não surgiu do nada. Em geral, a imagem da mídia hoje no mundo não é muito boa, pra não dizer que é terrível.
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Observação 2: Quem quiser baixar o livro (PDF), vá ao link do site do Centro de História Militar do Exército dos EUA.
Fiz questão de frisar a fonte pra servir como uma amostra pros fanáticos de direita do Brasil, com uma obsessão em repetir discurso da guerra fria.
A quem assistiu a abertura da Copa e leu o texto que coloquei aqui sobre ela (eu não profetizei...), viram uma demonstração desse fanatismo e radicalização imbecil nos xingamentos que esses fanáticos bitolados (e sem qualquer pingo de educação), na parte mais cara do estádio (com ingressos mais caros, setor "VIP" da baixaria e da elite Zé Povinho, o populacho medonho, a gentalha abastada brasileira), proferiram contra a presidente do país, quando não caberia numa cerimônia de abertura se comportarem tão grotescamente daquela forma achando que estavam "abafando", independente de divergência política.
Seria igualmente errado se o fato ocorresse com um presidente com outro retrospecto ideológico, eleito democraticamente. Há que se saber separar divergências de fanatismo e sectarismo, que é o que esse pessoal está fazendo há bastante tempo insuflados por certa mídia irresponsável, inconsequente e corporativa do país. Queimaram-se lindamente pro mundo inteiro ver.
Nem a principal potência rival da URSS (que não existe mais) possui um sectarismo e fanatismo tão estreitos com esses assuntos como o que se verifica na direita brasileira e latinoamericana (e ibérica), ou na maior parte dela. Sectarismo que mistura uma dose de paranoia, idiotice, má educação, prepotência e fanatismo religioso (obscurantismo).
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Observação 3: tem uma parte do texto (nas notas 45 e 46) que diz o seguinte:
"A ocupação era para ser permanente. Este era o objetivo final do que Hitler queria fazer, e nada nem ninguém estava autorizado a interferir com a realização deste empreendimento.45 Esta foi uma luta de ideologias, não de nações."Pois bem, essa era também minha opinião anterior sobre o evento, mas analisando a coisa hoje eu discordo da minha opinião anterior. Esta foi uma guerra ideológica sim, entre o fascismo (nazismo) e o socialismo da URSS, mas também uma guerra entre nações e de aniquilação.
A própria ideia racista de ocupação e aniquilação de povos no leste (por estes serem inferiores ou descartáveis por ideias racistas, na concepção nazista) não é propriamente algo original da guerra anticomunista da segunda guerra, esta guerra também foi uma guerra de colonização, uma guerra "racial" (étnica) de aniquilação, só que dessa vez na Europa, como as ocorridas nas colonizações feitas na África e nas Américas.
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segunda-feira, 5 de outubro de 2015
Reichskommissariat Kaukasus (Comissariado do Reich para o Cáucaso)
O Reichskommissariat Kaukasus (Comissariado do Reich para o Cáucaso) foi uma administração civil sobre os territórios caucasianos da URSS conquistados pelo Reich durante a guerra no Oriente (Leste). Alguns desses territórios foram conquistados e ocupados pelo Reich e seus aliados entre novembro de 1941 e março de 1943 [1]. Durante a ocupação, o Ministério do Leste queria, com o apoio de Hitler, a implementação de uma administração militar, prelúdio para uma posterior administração civil, preparada pelo Ministério do Leste a ser posta em prática no decorrer do ano de 1942. Mas Hitler decide o contrário durante o verão [2]. Assim, ele permite uma política de suporte às populações caucasianas: Wilhelm List (oficial) implementa, a partir de setembro de 1942, os governos para cada povo, mas que possuem, na prática, nenhum poder. [2]
O sucesso no início do verão de 1942 pressagia o rápido controle dos territórios caucasianos, mas a estratégia soviética de retirada constante, combinada com um endurecimento soviético na base do Cáucaso, torna aleatória a conquista. [3]
Durante as semanas ou meses de ocupação dessas regiões, os alemães tentam se apresentar aos olhos das populações nativas como os defensores da fé e da especificidade cultural dos povos do Cáucaso [1], incentivando uma vida cultural nacional [2]. Alguns diplomatas do Reich proporão até a independência, como um protetorado alemão. [2]
Estes projetos, já minados pelas práticas das unidades de ocupação (com entregas forçadas de comida, com requisições de mão-de-obra [2]) desmoronou após a evacuação dos territórios em questão, principalmente após a derrota em Stalingrado em março de 1943. [2]
Referências:
1. ↑ a e b Christian Baechler, Guerre et exterminations à l'Est, p. 294
2. ↑ a, b, c, d, e e f Christian Baechler, Guerre et exterminations à l'Est, p. 295
3. ↑ Ph.Masson, Histoire de l'Armée allemande, p. 210.
Bibliografia:
1. Chistian Baechler, Guerre et extermination à l'Est. Hitler et la conquête de l'espace vital. 1933-1945, Paris, Tallandier, 2012, 524 p. (ISBN 978-2-84734-906-1)
2. Philippe Masson, Hitler chef de guerre, Perrin, 2005, (ISBN 978-2-262-01561-9).
3. Philippe Masson, Histoire de l'Armée allemande 1939-1945, Perrin, Paris, 1994, (ISBN 2-262-01355-1).
Fonte: verbete da Wikipedia francesa
https://fr.wikipedia.org/wiki/Reichskommissariat_Kaukasus
Título original: Reichskommissariat Kaukasus
Foto: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Reichskommissariat_Caukasus.png
Tradução: Roberto Lucena
O sucesso no início do verão de 1942 pressagia o rápido controle dos territórios caucasianos, mas a estratégia soviética de retirada constante, combinada com um endurecimento soviético na base do Cáucaso, torna aleatória a conquista. [3]
Durante as semanas ou meses de ocupação dessas regiões, os alemães tentam se apresentar aos olhos das populações nativas como os defensores da fé e da especificidade cultural dos povos do Cáucaso [1], incentivando uma vida cultural nacional [2]. Alguns diplomatas do Reich proporão até a independência, como um protetorado alemão. [2]
Estes projetos, já minados pelas práticas das unidades de ocupação (com entregas forçadas de comida, com requisições de mão-de-obra [2]) desmoronou após a evacuação dos territórios em questão, principalmente após a derrota em Stalingrado em março de 1943. [2]
Referências:
1. ↑ a e b Christian Baechler, Guerre et exterminations à l'Est, p. 294
2. ↑ a, b, c, d, e e f Christian Baechler, Guerre et exterminations à l'Est, p. 295
3. ↑ Ph.Masson, Histoire de l'Armée allemande, p. 210.
Bibliografia:
1. Chistian Baechler, Guerre et extermination à l'Est. Hitler et la conquête de l'espace vital. 1933-1945, Paris, Tallandier, 2012, 524 p. (ISBN 978-2-84734-906-1)
2. Philippe Masson, Hitler chef de guerre, Perrin, 2005, (ISBN 978-2-262-01561-9).
3. Philippe Masson, Histoire de l'Armée allemande 1939-1945, Perrin, Paris, 1994, (ISBN 2-262-01355-1).
Fonte: verbete da Wikipedia francesa
https://fr.wikipedia.org/wiki/Reichskommissariat_Kaukasus
Título original: Reichskommissariat Kaukasus
Foto: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Reichskommissariat_Caukasus.png
Tradução: Roberto Lucena
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segunda-feira, 31 de agosto de 2015
Sobre a foto do "Último judeu de Vinnitsa (Ucrânia, 1942)". A arma usada pelo Einsatzgruppe
A quem não viu, este post "O último judeu de Vinnitsa (Ucrânia, 1942)", trata de uma foto bem conhecida do Holocausto que recebeu este nome. Até aí, nada de novo.
Mas como de costume, algum "revi" costuma inventar (ou ressuscitar) alguma idiotice em cima das fotos e fatos do genocídio da segunda guerra e como não iria ficar rebatendo indefinidamente a mesma coisa na página do Facebook, achei melhor fazer o post.
Há bastante tempo, ainda no Orkut, surgiu uma montagem, ou mais precisamente a distorção da nitidez da foto, sobre essa foto alegando que o soldado, que é um SD nos Einsatzgruppen, estava apontando o dedo à pessoa que iria morrer na foto e numa uma arma (pistola). A distorção da foto, muito grosseira por sinal, é essa (clique na imagem pra ver ampliada, colocaram restrição pra colocar o link direto, depois conserto isso):
A montagem/distorção acima foi tirada deste blog neonazista Verdade1945, abandonado (correram), do seguinte post ridículo (entre vários):
http://verdade1945.blogspot.com.br/2007/10/grande-farsa-do-holocausto-judeu.html
Curiosamente os "revis", "atrás da verdade histórica" (conteúdo irônico), omitiram a fonte da foto. Já começa daí o ato de desonestidade intelectual da tropa (mais um de milhares). Porque sabem, embora não assumam, que esse tipo de blog neonazi é "problemático".
Mas por que a menção da foto agora?
Não faz tempo, surgiu uma revoada de "revis" no post da foto original Página no Facebook, dando piti em torno da foto, com as discussões pueris (batidas) de sempre. Em pleno descenso do negacionismo no país e no mundo. A "discussão" (entre aspas, se dá pra chamar disso) começou com um e depois veio uma "tropa" dar piti em cima da foto, com um negócio tão idiota que nem os "revis" de fora deram atenção a essa tosquice do "clube "revi"" brasileiro. Mas nem isso esses revimanés sabem que existe, o pior é a petulância com que comentam, algo hilário se não fosse irritante.
Eu deduzo que, pra aparecer gente do nada em post antigo, colocaram este post em algum grupo do Facebook ou fórum pra vir um bando de uma vez pois o post é antigo, de 2014 ou de 2013 (o FB não registra o ano no post, mas não é deste ano). Ou seja, isso foi publicado faz tempo e só agora vieram encher o saco? E ainda querem que todo mundo tenha paciência com esse tipo de discussão ridícula. Por que ridícula? Prestaram atenção na foto distorcida? Eles alegam que aquilo não é uma arma e sim o "dedo" (não disseram nem qual dedo era) do soldado apontado pra cabeça do futuro fuzilado. Não tem outro termo a dar senão cretinice.
Mas voltando à foto, discutir isso com gente que só lê besteira sobre segunda guerra em sites negacionistas é um ato de tortura, é triste ver os "argumentos" da tropa. Em todo o caso, eu coloquei a foto ampliada original pra verem e a trago pra cá (cliquem pra vê-la ampliada):
O que eles alegam que é um "dedo" (pra que um soldado vai apontar um dedo numa foto imitando uma pistola? com um "dedo avantajado"), é uma pistola Walther PPK (o formato) usada pelos Einsatzgruppen no extermínio de judeus em território soviético na segunda guerra, como descreve o uso desse tipo de armamento o autor Richard Rhodes no livro "Mestres da Morte" (Masters of Death) sobre o extermínio dos Einsatzgruppen nessas áreas. Trecho do livro (depois eu traduzo):
Serial Number List of PPKs to the Einsatzgruppen of the RSHA
E aqui, citação do livro The Writer's Guide to Weapons: A Practical Reference for Using Firearms and Knives in Fiction:
Link
Se alguém achou a arma familiar, ela era usada pelo James Bond.
Inclusive o cabo Adolfo (Hitler) se matou com uma pistola desse tipo.
Eu achei a menção do livro do Rhodes depois de ver sites de pistolas de segunda guerra. Por sinal, isto é uma referência bem negligenciada em textos sobre genocídio na segunda guerra (o tipo de armas, munição), e os "revisionistas" costumam atacar esses pontos pouco abordados.
Se for possível depois eu dou um zoom na foto original pra mostrar só em destaque a mão com a arma do SD do Einsatzgruppen na Ucrânia.
O que os "revis" alegam que é um dedo, além de ser uma arma (acima) o que eles alegam ser mais dedos não passa da fivela do cinto do soldado de preto atrás na foto.
É algo tão óbvio, visível, que chega a beira da cretinice discutir isso. E eles não entendem que estão sendo ridículos e continuam com a petulância ignorante deles. Só leem besteira negacionista na internet, só conhecem coisas rasteiras, não possuem interesse de fato no tema. São apenas idólatras da Alemanha nazi e da estética nazista com um conhecimento precário disso, tosco.
Um inclusive usa uma foto de Mengele jovem como avatar.
Eles acham que alguém tem medo disso? Piada. "Vou pôr uma foto de Mengele pra ver se ficam com medo", ui! Só rindo, rs.
O que passa na cabeça de alguém nascido no Brasil pra ter um culto por um regime onde a maioria deles sequer seriam considerados gente? Deixa pra lá, dá pra ter uma ideia do porquê (não é assunto do post).
Pegam uma foto antiga, bem conhecida, só distorcida grosseiramente com algum programa de imagem, colocada até no Orkut na época das comunidades de discussão disso (faz tempo), que depois foi repassada prum blog neonazista, abandonado provavelmente porque o dono (ou donos) tiveram medo de denúncia, e chamam isso de "procura pela verdade história" ou de "conhecimento". Estão de brincadeira e enchendo a paciência alheia, pois discutir coisas nesse "nível" é ridículo até com "revis".
É grotesco demais. Que esse pessoal leia um livro de História da segunda guerra em vez de ficar hoax negacionista requentado e velho, que já foi discutido antes.
Tocam no assunto como se fosse algo "novo", como se ninguém aqui tivesse visto antes, daí o porquê do termo petulante com o comportamento deles. É a famosa petulância ignorante. Mas nunca admitem que erraram. Vêm acusar, não mostram prova alguma e ainda querem que você "prove". Gente tosca.
Agora podem ralhar a vontade, fiquem negando a foto pois provas, que é bom, não mostraram nenhuma a não ser uma porcaria de foto distorcida com números de um blog neonazista, que não é levado a sério nem pela tropa revimané (negacionista) de fora do país, que em tese alguns pelo menos têm mais "conhecimento" (são menos toscos) que esses "revis" brasileiros.
P.S. faltou colocar a descrição da foto com o SD etc que tem no site do Yad Vashem, depois coloco. Deu uma má vontade incrível de fazer esse post pois esse era um assunto tão ridículo que até os "revis" no Orkut deixaram de lado logo, e ressuscitam agora em pleno 2015.
Mas como de costume, algum "revi" costuma inventar (ou ressuscitar) alguma idiotice em cima das fotos e fatos do genocídio da segunda guerra e como não iria ficar rebatendo indefinidamente a mesma coisa na página do Facebook, achei melhor fazer o post.
Há bastante tempo, ainda no Orkut, surgiu uma montagem, ou mais precisamente a distorção da nitidez da foto, sobre essa foto alegando que o soldado, que é um SD nos Einsatzgruppen, estava apontando o dedo à pessoa que iria morrer na foto e numa uma arma (pistola). A distorção da foto, muito grosseira por sinal, é essa (clique na imagem pra ver ampliada, colocaram restrição pra colocar o link direto, depois conserto isso):
A montagem/distorção acima foi tirada deste blog neonazista Verdade1945, abandonado (correram), do seguinte post ridículo (entre vários):
http://verdade1945.blogspot.com.br/2007/10/grande-farsa-do-holocausto-judeu.html
Curiosamente os "revis", "atrás da verdade histórica" (conteúdo irônico), omitiram a fonte da foto. Já começa daí o ato de desonestidade intelectual da tropa (mais um de milhares). Porque sabem, embora não assumam, que esse tipo de blog neonazi é "problemático".
Mas por que a menção da foto agora?
Não faz tempo, surgiu uma revoada de "revis" no post da foto original Página no Facebook, dando piti em torno da foto, com as discussões pueris (batidas) de sempre. Em pleno descenso do negacionismo no país e no mundo. A "discussão" (entre aspas, se dá pra chamar disso) começou com um e depois veio uma "tropa" dar piti em cima da foto, com um negócio tão idiota que nem os "revis" de fora deram atenção a essa tosquice do "clube "revi"" brasileiro. Mas nem isso esses revimanés sabem que existe, o pior é a petulância com que comentam, algo hilário se não fosse irritante.
Eu deduzo que, pra aparecer gente do nada em post antigo, colocaram este post em algum grupo do Facebook ou fórum pra vir um bando de uma vez pois o post é antigo, de 2014 ou de 2013 (o FB não registra o ano no post, mas não é deste ano). Ou seja, isso foi publicado faz tempo e só agora vieram encher o saco? E ainda querem que todo mundo tenha paciência com esse tipo de discussão ridícula. Por que ridícula? Prestaram atenção na foto distorcida? Eles alegam que aquilo não é uma arma e sim o "dedo" (não disseram nem qual dedo era) do soldado apontado pra cabeça do futuro fuzilado. Não tem outro termo a dar senão cretinice.
Mas voltando à foto, discutir isso com gente que só lê besteira sobre segunda guerra em sites negacionistas é um ato de tortura, é triste ver os "argumentos" da tropa. Em todo o caso, eu coloquei a foto ampliada original pra verem e a trago pra cá (cliquem pra vê-la ampliada):
Clique pra vê-la ampliada |
Weapons, MacLean proposes, would have included Luger, Mauser Model 1910 and Walther P-38 pistols for officers and Mauser Kar 98b rifles for enlisted men. Machine pistols (“Bergmann 9mm Model 35/Is or MP 38s”) were commonly used by both officers and enlisted men. Machine guns would control perimeters; hand grenades would flush victims from hideouts. There was no need for large arms, MacLean concludes: “The mission of the Einsatzkommando, after all, was execution, not combat.”Neste fórum sobre segunda guerra (não sei a linha política do fórum, mas estou colocando pra reforçar a citação acima), novamente o destaque pra pistola Walther PPK:
Serial Number List of PPKs to the Einsatzgruppen of the RSHA
E aqui, citação do livro The Writer's Guide to Weapons: A Practical Reference for Using Firearms and Knives in Fiction:
Link
Se alguém achou a arma familiar, ela era usada pelo James Bond.
Walther PPK |
Eu achei a menção do livro do Rhodes depois de ver sites de pistolas de segunda guerra. Por sinal, isto é uma referência bem negligenciada em textos sobre genocídio na segunda guerra (o tipo de armas, munição), e os "revisionistas" costumam atacar esses pontos pouco abordados.
Se for possível depois eu dou um zoom na foto original pra mostrar só em destaque a mão com a arma do SD do Einsatzgruppen na Ucrânia.
O que os "revis" alegam que é um dedo, além de ser uma arma (acima) o que eles alegam ser mais dedos não passa da fivela do cinto do soldado de preto atrás na foto.
É algo tão óbvio, visível, que chega a beira da cretinice discutir isso. E eles não entendem que estão sendo ridículos e continuam com a petulância ignorante deles. Só leem besteira negacionista na internet, só conhecem coisas rasteiras, não possuem interesse de fato no tema. São apenas idólatras da Alemanha nazi e da estética nazista com um conhecimento precário disso, tosco.
Um inclusive usa uma foto de Mengele jovem como avatar.
Eles acham que alguém tem medo disso? Piada. "Vou pôr uma foto de Mengele pra ver se ficam com medo", ui! Só rindo, rs.
O que passa na cabeça de alguém nascido no Brasil pra ter um culto por um regime onde a maioria deles sequer seriam considerados gente? Deixa pra lá, dá pra ter uma ideia do porquê (não é assunto do post).
Pegam uma foto antiga, bem conhecida, só distorcida grosseiramente com algum programa de imagem, colocada até no Orkut na época das comunidades de discussão disso (faz tempo), que depois foi repassada prum blog neonazista, abandonado provavelmente porque o dono (ou donos) tiveram medo de denúncia, e chamam isso de "procura pela verdade história" ou de "conhecimento". Estão de brincadeira e enchendo a paciência alheia, pois discutir coisas nesse "nível" é ridículo até com "revis".
É grotesco demais. Que esse pessoal leia um livro de História da segunda guerra em vez de ficar hoax negacionista requentado e velho, que já foi discutido antes.
Tocam no assunto como se fosse algo "novo", como se ninguém aqui tivesse visto antes, daí o porquê do termo petulante com o comportamento deles. É a famosa petulância ignorante. Mas nunca admitem que erraram. Vêm acusar, não mostram prova alguma e ainda querem que você "prove". Gente tosca.
Agora podem ralhar a vontade, fiquem negando a foto pois provas, que é bom, não mostraram nenhuma a não ser uma porcaria de foto distorcida com números de um blog neonazista, que não é levado a sério nem pela tropa revimané (negacionista) de fora do país, que em tese alguns pelo menos têm mais "conhecimento" (são menos toscos) que esses "revis" brasileiros.
P.S. faltou colocar a descrição da foto com o SD etc que tem no site do Yad Vashem, depois coloco. Deu uma má vontade incrível de fazer esse post pois esse era um assunto tão ridículo que até os "revis" no Orkut deixaram de lado logo, e ressuscitam agora em pleno 2015.
sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
Svenja Leiber: “Culturalmente, a Alemanha ainda não se recuperou do Holocausto”
A escritora alemã publica 'Los tres violines de Ruven Preuk' (Malpaso) (Os três violinos de Ruven Preuk, tradução livre).
Literatura como seguimento, literatura que se toma o garoto e deixa o homem, e levanta ata de sua formação: é assim que funciona 'Los tres violines de Ruven Preuk' (Malpaso) [Os três violinos de Ruven Preuk, tradução livre], a segunda novela da escritora alemã Svenja Leiber (Hamburgo, 1975), que conta a peripécia de um músico alemão através do campo minado do século vinte. O jovem Preuk, um superdotado do violino, não só assiste - primeiro como espectador, e como soldado depois - a duas guerras mundiais e seus seguintes pós-guerras, como emigra do campo para a cidade, converte-se em músico, namora e se casa, triunfa e fracassa, e presencia, por fim, o vago despertar do fim do século.
O estilo de Leiber, um presente deliberadamente frio, elíptico nas zonas de sombra, se abraça ao fato visto por uma lupa. Com detalhe. Sua intenção é contar a outra guerra: o pós-guerra, o grande através do pequeno, o que ocorreu não só na retaguarda, senão no lar, ainda mais ao fundo de quem se livrou do front, mas que ao invés teve que esperar, entre ruínas e entulhos, a vitória ou a devastação. Por isso Hitler não é citado nominalmente - se faz referência ao Führer só uma vez - e não se mencionam fatos, nem batalhas, nem campos de concentração. "A política não se pode ficcionar - disse Leiber, uma alemã considerável, alta e elegante -, mas ao mesmo tempo toda novela é política, pois a política começa na vida dos homens e disso se ocupa a literatura. Eludir a cita direta não é difícil: cada coisa que ocorreu teve sua consequência direta na gente".
-De onde vem a história de Ruven e seus três violinos?
-Eu cresci em um povoado próximo de Hamburgo, e ali um dos granjeiros tinha três violinos, um dos quais, tinha um valor incalculável. O problema é que nunca soube qual de todos eles era o violino valioso. Partindo daí quis fazer uma analogia com a história de Orfeu a partir da relação do mito com a morte. Era essa, em resumo, a história que eu queria contar, uma história que, devido às andanças dos violinos, tinha que estar atravessada pelo século XX alemão. Alegro-me de ter escrito um livro que fala da história de meu país justo num momento em que percebo certa saturação dos alemães com respeito a isso.
-A que se credita este cansaço?
-É como se muitos alemãs tivessem chegado a uma espécie de limite. Não desejam seguir escutando o que ocorreu. Por outro lado, hoje há certa tendência a dizer: "Bem, fizemos o que fizemos, nosso país fez o que fez, mas eu estou orgulhoso de ser alemão. Já sei: nós alemães somos os melhores". Mas, no meu modo de ver, isso é incompatível com uma visão crítica da história. Continuamente, os meios nos dizem que somos melhores jogando o futebol, que a nível político lideramos a Europa e que somos uma potência econômica. Muito bem, mas vamos aonde nos levou a retórica dos vencedores? A vitória gera derrotados e Alemanha, tendo em conta seu passado, não se pode permitir essa mentalidade.
-Disse que os alemães estão cansados de sua história, mas no ano assado uma série de televisão, Filhos do Terceiro Reich (Unsere Mütter, unsere Väter), foi o maior sucesso de audiência na Alemanha nos últimos anos.
-É interessante que menciones essa série, porque para muitos foi a última gota que encheu o vaso. Minha opinião é que ela é horrível. É uma série cheia de clichês, tópica, sentimental no pior sentido, com essa música que que te falam quando tens que rir, quando tens que se emocionar etc. É uma visão romântica, e portanto, adulterada, do período mais duro do século XX. Por aí não pode ir nossa forma de afrontar o passado.
-Você também se refere, ao final do livro, ao chamado milagre alemão depois da devastação da Segunda Guerra Mundial. Ao lê-lo dá a sensação de que se fez de algum modo a luz.
-A verdade é que não estou muito convencida de que se fez a luz. Na realidade, o milagre alemão não foi tal. É certo que em pouco tempo se levantou um país novo, e no plano econômico pode parecer que as coisas vão bem, mas isso não quer dizer que se levantara um país melhor.
-Por onde há margem de melhorar a Alemanha? A que se refere quando diz que não é um país melhor?
-Refiro-me ao que ficou da guerra. Desde então, há um vazio gigantesco na Alemanha que no dia de hoje se chegou: não nos recuperamos em absoluto a nível cultural. O extermínio de toda a elite judaica foi trágico para a história cultural da Alemanha. é certo que se melhorou, mas ainda se te muito caminho. É curioso, porque hoje são precisamente emigrantes do leste, de procedência em sua maioria judaica, quem está fazendo a Alemanha se recuperar, pouco a pouco, parte do brilho do passado.
Fonte: El Cultural (Espanha)
http://www.elcultural.es/noticias/letras/Svenja-Leiber-Culturalmente-Alemania-aun-no-se-ha-recuperado-del-holocausto/6868
Título original: Svenja Leiber: “Culturalmente, Alemania aún no se ha recuperado del holocausto”
Tradução: Roberto Lucena
Svenja Leiber |
O estilo de Leiber, um presente deliberadamente frio, elíptico nas zonas de sombra, se abraça ao fato visto por uma lupa. Com detalhe. Sua intenção é contar a outra guerra: o pós-guerra, o grande através do pequeno, o que ocorreu não só na retaguarda, senão no lar, ainda mais ao fundo de quem se livrou do front, mas que ao invés teve que esperar, entre ruínas e entulhos, a vitória ou a devastação. Por isso Hitler não é citado nominalmente - se faz referência ao Führer só uma vez - e não se mencionam fatos, nem batalhas, nem campos de concentração. "A política não se pode ficcionar - disse Leiber, uma alemã considerável, alta e elegante -, mas ao mesmo tempo toda novela é política, pois a política começa na vida dos homens e disso se ocupa a literatura. Eludir a cita direta não é difícil: cada coisa que ocorreu teve sua consequência direta na gente".
-De onde vem a história de Ruven e seus três violinos?
-Eu cresci em um povoado próximo de Hamburgo, e ali um dos granjeiros tinha três violinos, um dos quais, tinha um valor incalculável. O problema é que nunca soube qual de todos eles era o violino valioso. Partindo daí quis fazer uma analogia com a história de Orfeu a partir da relação do mito com a morte. Era essa, em resumo, a história que eu queria contar, uma história que, devido às andanças dos violinos, tinha que estar atravessada pelo século XX alemão. Alegro-me de ter escrito um livro que fala da história de meu país justo num momento em que percebo certa saturação dos alemães com respeito a isso.
-A que se credita este cansaço?
-É como se muitos alemãs tivessem chegado a uma espécie de limite. Não desejam seguir escutando o que ocorreu. Por outro lado, hoje há certa tendência a dizer: "Bem, fizemos o que fizemos, nosso país fez o que fez, mas eu estou orgulhoso de ser alemão. Já sei: nós alemães somos os melhores". Mas, no meu modo de ver, isso é incompatível com uma visão crítica da história. Continuamente, os meios nos dizem que somos melhores jogando o futebol, que a nível político lideramos a Europa e que somos uma potência econômica. Muito bem, mas vamos aonde nos levou a retórica dos vencedores? A vitória gera derrotados e Alemanha, tendo em conta seu passado, não se pode permitir essa mentalidade.
-Disse que os alemães estão cansados de sua história, mas no ano assado uma série de televisão, Filhos do Terceiro Reich (Unsere Mütter, unsere Väter), foi o maior sucesso de audiência na Alemanha nos últimos anos.
-É interessante que menciones essa série, porque para muitos foi a última gota que encheu o vaso. Minha opinião é que ela é horrível. É uma série cheia de clichês, tópica, sentimental no pior sentido, com essa música que que te falam quando tens que rir, quando tens que se emocionar etc. É uma visão romântica, e portanto, adulterada, do período mais duro do século XX. Por aí não pode ir nossa forma de afrontar o passado.
-Você também se refere, ao final do livro, ao chamado milagre alemão depois da devastação da Segunda Guerra Mundial. Ao lê-lo dá a sensação de que se fez de algum modo a luz.
-A verdade é que não estou muito convencida de que se fez a luz. Na realidade, o milagre alemão não foi tal. É certo que em pouco tempo se levantou um país novo, e no plano econômico pode parecer que as coisas vão bem, mas isso não quer dizer que se levantara um país melhor.
-Por onde há margem de melhorar a Alemanha? A que se refere quando diz que não é um país melhor?
-Refiro-me ao que ficou da guerra. Desde então, há um vazio gigantesco na Alemanha que no dia de hoje se chegou: não nos recuperamos em absoluto a nível cultural. O extermínio de toda a elite judaica foi trágico para a história cultural da Alemanha. é certo que se melhorou, mas ainda se te muito caminho. É curioso, porque hoje são precisamente emigrantes do leste, de procedência em sua maioria judaica, quem está fazendo a Alemanha se recuperar, pouco a pouco, parte do brilho do passado.
Fonte: El Cultural (Espanha)
http://www.elcultural.es/noticias/letras/Svenja-Leiber-Culturalmente-Alemania-aun-no-se-ha-recuperado-del-holocausto/6868
Título original: Svenja Leiber: “Culturalmente, Alemania aún no se ha recuperado del holocausto”
Tradução: Roberto Lucena
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
Babi Yar ou Babij Jar (o filme), massacre nazi na Ucrânia
A quem quiser assistir (aviso, o filme tem cenas fortes), esse filme nunca foi divulgado no Brasil e é pouco conhecido fora, filme sobre os massacres na ravina de Babi Yar (que tem mais de uma grafia, o que é problemático, mas essa é a mais usada) que ocorreu na Ucrânia, próximo à Kiev (capital), durante a ocupação da União Soviética pelos nazistas. Massacre em Babi Yar link1, link2.
Nos dois primeiros dias de massacres, cerca de 33.771 judeus ucranianos foram mortos nesta ravina, e no total da guerra, entre (estimativa) 110-150 mil pessoas (incluso o número de judeus mortos, Romanis/ciganos, cidadãos ucranianos e prisioneiros soviéticos) perderam a vida nesta ravina vitimados pelas forças de ocupação nazista (Einsatzgruppen).
Ficha do filme, com ajuda da Wikipedia (tradução):
Título: Babiy Yar ou Babij Jar
Dirigido por Jeff Kanew
Estrelando: Michael Degen
Lançado em 3 de julho, 2003
Duração: 112 min.
País: EUA; Idioma: inglês
Filmado na Europa e com lançamento limitado nos cinemas, o filme narra os assassinatos em massa de setembro de 1941, de milhares de judeus, prisioneiros soviéticos (POWs), comunistas, ciganos (Romanis), nacionalistas ucranianos e outros civis por Divisões da SS alemã neste local, uma ravina de Kiev (capital da Ucrânia).
Sinopse do filme (em inglês): Babij Jar (2003), NYTimes
Cena do massacre (reconstituição do filme), caso tenha sensibilidade com imagens fortes ou cenas desse tipo, não assista:
Atualização de link (01.10.2018):
https://www.youtube.com/watch?v=g_gttjKFJDo
https://youtu.be/g_gttjKFJDo
Nos dois primeiros dias de massacres, cerca de 33.771 judeus ucranianos foram mortos nesta ravina, e no total da guerra, entre (estimativa) 110-150 mil pessoas (incluso o número de judeus mortos, Romanis/ciganos, cidadãos ucranianos e prisioneiros soviéticos) perderam a vida nesta ravina vitimados pelas forças de ocupação nazista (Einsatzgruppen).
Ficha do filme, com ajuda da Wikipedia (tradução):
Título: Babiy Yar ou Babij Jar
Dirigido por Jeff Kanew
Estrelando: Michael Degen
Lançado em 3 de julho, 2003
Duração: 112 min.
País: EUA; Idioma: inglês
Filmado na Europa e com lançamento limitado nos cinemas, o filme narra os assassinatos em massa de setembro de 1941, de milhares de judeus, prisioneiros soviéticos (POWs), comunistas, ciganos (Romanis), nacionalistas ucranianos e outros civis por Divisões da SS alemã neste local, uma ravina de Kiev (capital da Ucrânia).
Sinopse do filme (em inglês): Babij Jar (2003), NYTimes
Cena do massacre (reconstituição do filme), caso tenha sensibilidade com imagens fortes ou cenas desse tipo, não assista:
Atualização de link (01.10.2018):
https://www.youtube.com/watch?v=g_gttjKFJDo
https://youtu.be/g_gttjKFJDo
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quinta-feira, 11 de setembro de 2014
Sobre as perdas soviéticas da Segunda Guerra Mundial
Nosso leitor Marko Marjanović de Liubliana (Eslovênia) publicou uma versão atualizada de seu levantamento de perdas humanas da União Soviética na Segunda Guerra Mundial, que podemos ler e baixar a partir deste link.
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2014/08/breaking-down-soviet-world-war-ii-losses.html
Dados adicionais do blog: Crappy Town
Texto: Roberto Muehlenkamp
Título original: Breaking Down Soviet World War II Losses
Tradução: Roberto Lucena
_______________________________________
Complemento: eu ia fazer um post com os dados deste blog Crappy Town cujo autor esloveno comentou no blog Holocaust Controversies, só que acabou não dando pra organizar os textos e links pois poderia ficar confuso se colocar os dados aleatoriamente. Ainda tentarei fazer um post com as tabelas (futuramente), pois há também uma página excelente (não lembro decorado o nome dela) com estimativas de mortos em vários conflitos, incluindo a segunda guerra mundial que cita vários livros e suas estimativas. Eu achei e coloquei esta página com as estimativas ainda no Orkut, na comunidade Segunda Guerra Mundial (a maior), mas como o Orkut chegará ao fim no próximo dia 30 de setembro, o que foi publicado lá virará pó a não ser que o Google libere a consulta ao que foi publicado posteriormente ao fechamento do site, mas eu salvei o link desta página em algum canto.
O Roberto Muehlenkamp colocou as informações no post do HC (blog), e a quem quiser acessar acima, consta a tradução do post original do HC com os links.
O problema das perdas soviéticas (observação do Roberto Muehlenkamp) é o de apurar quais mortes foram ocasionadas pela política genocida nazi, as mortes causadas pela repressão política soviética interna, as por acidentes, a perda de civis, perdas militares etc. É algo colossal, tanto que não existe um consenso fechado (cravado) sobre os mortos na União Soviética até hoje, mas a pesquisa do Marjanović merece ser vista.
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Quem quiser ler o adendo deste post, conferir no link:
Sobre a polarização e radicalização política no Brasil. Adendo do post de perdas soviéticas na Segunda Guerra
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2014/08/breaking-down-soviet-world-war-ii-losses.html
Dados adicionais do blog: Crappy Town
Texto: Roberto Muehlenkamp
Título original: Breaking Down Soviet World War II Losses
Tradução: Roberto Lucena
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Complemento: eu ia fazer um post com os dados deste blog Crappy Town cujo autor esloveno comentou no blog Holocaust Controversies, só que acabou não dando pra organizar os textos e links pois poderia ficar confuso se colocar os dados aleatoriamente. Ainda tentarei fazer um post com as tabelas (futuramente), pois há também uma página excelente (não lembro decorado o nome dela) com estimativas de mortos em vários conflitos, incluindo a segunda guerra mundial que cita vários livros e suas estimativas. Eu achei e coloquei esta página com as estimativas ainda no Orkut, na comunidade Segunda Guerra Mundial (a maior), mas como o Orkut chegará ao fim no próximo dia 30 de setembro, o que foi publicado lá virará pó a não ser que o Google libere a consulta ao que foi publicado posteriormente ao fechamento do site, mas eu salvei o link desta página em algum canto.
O Roberto Muehlenkamp colocou as informações no post do HC (blog), e a quem quiser acessar acima, consta a tradução do post original do HC com os links.
O problema das perdas soviéticas (observação do Roberto Muehlenkamp) é o de apurar quais mortes foram ocasionadas pela política genocida nazi, as mortes causadas pela repressão política soviética interna, as por acidentes, a perda de civis, perdas militares etc. É algo colossal, tanto que não existe um consenso fechado (cravado) sobre os mortos na União Soviética até hoje, mas a pesquisa do Marjanović merece ser vista.
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Quem quiser ler o adendo deste post, conferir no link:
Sobre a polarização e radicalização política no Brasil. Adendo do post de perdas soviéticas na Segunda Guerra
terça-feira, 17 de junho de 2014
Sobre a Ordem dos Comissários: instruções da guerra de aniquilação nazista na União Soviética
Extrato do livro The Soviet Partisan Movement 1941-1944, de Edgar M Howell. Páginas 18-19
A forma da estrutura política final era levar não ficou totalmente clara. Como Rosenberg viu, a Rússia Branca era pra ser transformada em um protetorado alemão com laços muito estreitos progressivamente com a Alemanha; os países bálticos também se tornariam um protetorado, transformado-se em uma parte do Grande Reich alemão pela germanização dos elementos racialmente aceitáveis, pela colonização dos alemães ali, e pela deportação de todos aqueles racialmente indesejáveis; a Ucrânia deveria ser transformada em um Estado independente, em aliança com a Alemanha; e o Cáucaso, seus territórios do norte contíguos se tornariam uma federação de Estados do Cáucaso com um plenipotenciário alemão, bases militares e navais alemãs, e os direitos extraterritoriais militares para a proteção dos campos de petróleo que seriam explorados pelo Reich. [41]
As visões de Hitler eram a mesma coisa: em geral, a Crimeia se tornaria território do Reich, evacuada de todos os estrangeiros e colonizada apenas por alemães; os Estados Bálticos e a área de Don-Volga seriam absorvidos pela Grande Alemanha; enquanto o Cáucaso se tornaria uma colônia militar. O futuro estatuto da Ucrânia e da Rússia Branca permaneceu vago, entretanto, as formas das estruturas nunca foram feitas em detalhes. [42]
Exceto para as operações da administração econômica e das funções de polícia de Himmler (Himmler exerceu tanta autoridade na Rússia tanto quanto exerceu na Alemanha propriamente dita), Rosenberg teria a jurisdição de todo o território a oeste da zona de operações e seria o responsável por toda a administração lá. [43] De seu Ministério para os Territórios Ocupados do Leste, na parte superior, o controle desceria através do Reichskommissare em suas áreas político-étnicas, de modo geral, principalmente no distrito Kommissare. Um líder da SS e da polícia deveria ser colocado em cada Reichskommissariat. [44]
Tomados em conjunto pela "preparação" de Himmler, não havia nada de benevolente acerca desta administração. O que o povo russo sentia ou pensava não tinha importância, e não era pra ser nenhuma tentativa real de atrai-los para o campo alemão. A ocupação era para ser permanente. Este era o objetivo final do que Hitler queria fazer, e nada nem ninguém estava autorizado a interferir com a realização deste empreendimento. [45] Esta foi uma luta de ideologias, não de nações. [46] A intelligentsia "judeu-bolchevique" deveria ser exterminada. Na Grande Rússia vigoraria a lei da força a ser usada "em sua forma mais brutal." [47] Moscou e Leningrado seriam niveladas e tornadas inabitáveis, de modo a evitar a necessidade de alimentar as populações por conta do inverno. [48] A terra seria a primeira a ser dominada, e em seguida administrado e explorada. [49]
A lei marcial deveria ser estabelecida e todos os procedimentos legais para delitos cometidos por civis inimigos, eles deveriam ser eliminados. Guerrilhas seriam brutalmente aniquiladas a qualquer momento. Os civis que atacassem membros da Wehrmacht seriam tratados da mesma maneira (mortos) e no local. Nos casos em que não se pudesse facilmente identificar indivíduos que atacassem as forças armadas, medidas punitivas coletivas deveriam ser efetuadas imediatamente após ordens de um oficial com a patente de comandante de batalhão ou superior. Suspeitos não seriam para ser mantidos sob custódia para o julgamento em uma data posterior. Para as infrações cometidas por membros da Wehrmacht contra a população indígena (nativa), o julgamento não seria compulsório, mesmo quando tais atos constituíssem crimes ou delitos sob a lei militar alemã. Tais atos deveriam ser julgados somente por conta da manutenção da disciplina necessária. [50] Todos os funcionários do Partido Comunista e comissários do Exército Vermelho, incluindo aqueles de pequenas unidades de baixa patente, seriam eliminados como guerrilheiros, não tão depois daqueles prisioneiros de guerra transitando em campos. Esta foi a bem conhecida "Ordem dos Comissários" (tradução livre, em alemão Kommissarbefehl) [51]
Notas:
40 Aktenuermerk, Fuehrerhauptquartier 16. VII.41., memorando de registro, notas sobre a conferência do Fuehrer, 16 Jul 41,in I.M.T. op. cit., XXXVIII, págs. 86-94. (nota 40 começa na página anterior, trecho não traduzido)
41 Instruktion fuer einen Reichskomrnissar im Kaukasien, 7.V.41. Doc. 1027-PS. Arquivos do Gabinete do Chefe do Conselho para crimes de guerra. DRB, TAG: Znstruktion fuer einen Reichskommissar im der Ukraine, 7.V.41 in Z.M.T., op. cit., XXVI, págs. 567-73; Instruktion fuer einen Reichskommissar im Ostland, 8.V.41 in ibid., pp. 573-76; Allgemeine Instruktion fuer alle Reichskommissare in den besetzten Ostgebieten, 8.V.41 in ibid., págs. 576--80.
42 Ver: Aktenvermerk, Fuehrerhauptquartier, 16.VII.41. in Z.M.T., op. cit. XXVIII. págs. 86-94.
43 Abschriftzu Rk. 10714 B. Erlass des Fuehrers ueber die Verwaltung der neu besetzten Ostgebiete, Vom 17.VII.41. in I.M.T. op. cit., XXIX, págs. 235-37.
44 Erster Abschnitt: Die Organization der Verwaltung in den besetzten Ostgebieten, um documento sem data, sem assinatura encontrado nos documentos de Rosenberg que define a organização e administração dos territórios orientais ocupados, em I.M.T.,op. cit., XXVI, págs.592-609. De acordo com Rosenberg, "[Este documento] não é uma instrução direta do Ministério para os Territórios Ocupados do Leste, mas foi o resultado de discussões com diversos orgãos do governo do Reich oficialmente interessado no leste. Este documento contém instruções para o próprio Ministério do Leste." (Ver: I.M.T., op. cit., XXXVIII, págs. 86-94.
45 Aktenvermerk, Fuehrerhauptquartier, 16.VII.41. I.M.T., op. cit., XXXVIII, págs. 86-94.
46 Greiner, "Draft Entries in the War Diary of Def Br of Wehrmacht Operations (Dec 40-Mar 41)," op. cit., pág. 202.
47 "Halder's Journal," op. cit., VI, p. 29.
48 Ibid., p. 212.
49 Aktenvermerk, Fuehrerhauptquartier, 16.VII.41., in I.M.T., op. cit. XXXVIII, págs. 86-94.
50 Ordem sobre leis marciais na área da Operação Barbarossa e medidas especiais para as tropas," Fuehrer HQ, 13.V.41., Em "Fuehrer Directives," (Diretivas do Führer) op. cit., I, págs. 173-74.
Fonte: livro The Soviet Partisan Movement 1941-1944, de Edgar M Howell
Foto: Hitler orders all Soviet Commissars to be shot (site World War II Today)
Tradução: Roberto Lucena
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Se você quiser ler as observações originais completas deste post, acesse o post:
Observações do post "Sobre a Ordem dos Comissários: instruções da guerra de aniquilação nazista na União Soviética"
Abaixo só consta um resumo pra não interferir no conteúdo do post, que poderá ser cortado depois, por isto o link acima.
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Observação 1: quem quiser ler mais sobre a diretiva de Hitler, conferir o link do blog Avidanofront:
Ordem do führer sobre a administração das regiões do leste novamente ocupadas
Quem quiser ver o documento em inglês:
Himmler’s Memorandum on the Treatment of Alien Peoples in the East, 25 May 1940
E se alguém achar que isso é o texto mais pesado sobre a questão, tem coisas piores, que envolvem o nazi Erhard Wetzel (figura pouco citada e conhecida) sobre o Generalplan Ost. É curioso o cinismo dos ditos "revis" com a dimensão da guerra de extermínio praticada pelos nazistas, eles praticamente evitar citar essa questão do extermínio no leste europeu.
________________________________
Observação 2: Quem quiser baixar o livro (PDF), vá ao link do site do Centro de História Militar do Exército dos EUA.
_______________________________
Observação 3: tem uma parte do texto (nas notas 45 e 46) que diz o seguinte:
A própria ideia racista de ocupação e aniquilação de povos no leste (por estes serem inferiores ou descartáveis por ideias racistas, na concepção nazista) não é propriamente algo original da guerra anticomunista da segunda guerra, esta guerra também foi uma guerra de colonização, uma guerra "racial" (étnica) de aniquilação, só que dessa vez na Europa, como as ocorridas nas colonizações feitas na África e nas Américas.
A forma da estrutura política final era levar não ficou totalmente clara. Como Rosenberg viu, a Rússia Branca era pra ser transformada em um protetorado alemão com laços muito estreitos progressivamente com a Alemanha; os países bálticos também se tornariam um protetorado, transformado-se em uma parte do Grande Reich alemão pela germanização dos elementos racialmente aceitáveis, pela colonização dos alemães ali, e pela deportação de todos aqueles racialmente indesejáveis; a Ucrânia deveria ser transformada em um Estado independente, em aliança com a Alemanha; e o Cáucaso, seus territórios do norte contíguos se tornariam uma federação de Estados do Cáucaso com um plenipotenciário alemão, bases militares e navais alemãs, e os direitos extraterritoriais militares para a proteção dos campos de petróleo que seriam explorados pelo Reich. [41]
As visões de Hitler eram a mesma coisa: em geral, a Crimeia se tornaria território do Reich, evacuada de todos os estrangeiros e colonizada apenas por alemães; os Estados Bálticos e a área de Don-Volga seriam absorvidos pela Grande Alemanha; enquanto o Cáucaso se tornaria uma colônia militar. O futuro estatuto da Ucrânia e da Rússia Branca permaneceu vago, entretanto, as formas das estruturas nunca foram feitas em detalhes. [42]
Exceto para as operações da administração econômica e das funções de polícia de Himmler (Himmler exerceu tanta autoridade na Rússia tanto quanto exerceu na Alemanha propriamente dita), Rosenberg teria a jurisdição de todo o território a oeste da zona de operações e seria o responsável por toda a administração lá. [43] De seu Ministério para os Territórios Ocupados do Leste, na parte superior, o controle desceria através do Reichskommissare em suas áreas político-étnicas, de modo geral, principalmente no distrito Kommissare. Um líder da SS e da polícia deveria ser colocado em cada Reichskommissariat. [44]
Tomados em conjunto pela "preparação" de Himmler, não havia nada de benevolente acerca desta administração. O que o povo russo sentia ou pensava não tinha importância, e não era pra ser nenhuma tentativa real de atrai-los para o campo alemão. A ocupação era para ser permanente. Este era o objetivo final do que Hitler queria fazer, e nada nem ninguém estava autorizado a interferir com a realização deste empreendimento. [45] Esta foi uma luta de ideologias, não de nações. [46] A intelligentsia "judeu-bolchevique" deveria ser exterminada. Na Grande Rússia vigoraria a lei da força a ser usada "em sua forma mais brutal." [47] Moscou e Leningrado seriam niveladas e tornadas inabitáveis, de modo a evitar a necessidade de alimentar as populações por conta do inverno. [48] A terra seria a primeira a ser dominada, e em seguida administrado e explorada. [49]
A lei marcial deveria ser estabelecida e todos os procedimentos legais para delitos cometidos por civis inimigos, eles deveriam ser eliminados. Guerrilhas seriam brutalmente aniquiladas a qualquer momento. Os civis que atacassem membros da Wehrmacht seriam tratados da mesma maneira (mortos) e no local. Nos casos em que não se pudesse facilmente identificar indivíduos que atacassem as forças armadas, medidas punitivas coletivas deveriam ser efetuadas imediatamente após ordens de um oficial com a patente de comandante de batalhão ou superior. Suspeitos não seriam para ser mantidos sob custódia para o julgamento em uma data posterior. Para as infrações cometidas por membros da Wehrmacht contra a população indígena (nativa), o julgamento não seria compulsório, mesmo quando tais atos constituíssem crimes ou delitos sob a lei militar alemã. Tais atos deveriam ser julgados somente por conta da manutenção da disciplina necessária. [50] Todos os funcionários do Partido Comunista e comissários do Exército Vermelho, incluindo aqueles de pequenas unidades de baixa patente, seriam eliminados como guerrilheiros, não tão depois daqueles prisioneiros de guerra transitando em campos. Esta foi a bem conhecida "Ordem dos Comissários" (tradução livre, em alemão Kommissarbefehl) [51]
Notas:
40 Aktenuermerk, Fuehrerhauptquartier 16. VII.41., memorando de registro, notas sobre a conferência do Fuehrer, 16 Jul 41,in I.M.T. op. cit., XXXVIII, págs. 86-94. (nota 40 começa na página anterior, trecho não traduzido)
41 Instruktion fuer einen Reichskomrnissar im Kaukasien, 7.V.41. Doc. 1027-PS. Arquivos do Gabinete do Chefe do Conselho para crimes de guerra. DRB, TAG: Znstruktion fuer einen Reichskommissar im der Ukraine, 7.V.41 in Z.M.T., op. cit., XXVI, págs. 567-73; Instruktion fuer einen Reichskommissar im Ostland, 8.V.41 in ibid., pp. 573-76; Allgemeine Instruktion fuer alle Reichskommissare in den besetzten Ostgebieten, 8.V.41 in ibid., págs. 576--80.
42 Ver: Aktenvermerk, Fuehrerhauptquartier, 16.VII.41. in Z.M.T., op. cit. XXVIII. págs. 86-94.
43 Abschriftzu Rk. 10714 B. Erlass des Fuehrers ueber die Verwaltung der neu besetzten Ostgebiete, Vom 17.VII.41. in I.M.T. op. cit., XXIX, págs. 235-37.
44 Erster Abschnitt: Die Organization der Verwaltung in den besetzten Ostgebieten, um documento sem data, sem assinatura encontrado nos documentos de Rosenberg que define a organização e administração dos territórios orientais ocupados, em I.M.T.,op. cit., XXVI, págs.592-609. De acordo com Rosenberg, "[Este documento] não é uma instrução direta do Ministério para os Territórios Ocupados do Leste, mas foi o resultado de discussões com diversos orgãos do governo do Reich oficialmente interessado no leste. Este documento contém instruções para o próprio Ministério do Leste." (Ver: I.M.T., op. cit., XXXVIII, págs. 86-94.
45 Aktenvermerk, Fuehrerhauptquartier, 16.VII.41. I.M.T., op. cit., XXXVIII, págs. 86-94.
46 Greiner, "Draft Entries in the War Diary of Def Br of Wehrmacht Operations (Dec 40-Mar 41)," op. cit., pág. 202.
47 "Halder's Journal," op. cit., VI, p. 29.
48 Ibid., p. 212.
49 Aktenvermerk, Fuehrerhauptquartier, 16.VII.41., in I.M.T., op. cit. XXXVIII, págs. 86-94.
50 Ordem sobre leis marciais na área da Operação Barbarossa e medidas especiais para as tropas," Fuehrer HQ, 13.V.41., Em "Fuehrer Directives," (Diretivas do Führer) op. cit., I, págs. 173-74.
Fonte: livro The Soviet Partisan Movement 1941-1944, de Edgar M Howell
Foto: Hitler orders all Soviet Commissars to be shot (site World War II Today)
Tradução: Roberto Lucena
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Se você quiser ler as observações originais completas deste post, acesse o post:
Observações do post "Sobre a Ordem dos Comissários: instruções da guerra de aniquilação nazista na União Soviética"
Abaixo só consta um resumo pra não interferir no conteúdo do post, que poderá ser cortado depois, por isto o link acima.
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Observação 1: quem quiser ler mais sobre a diretiva de Hitler, conferir o link do blog Avidanofront:
Ordem do führer sobre a administração das regiões do leste novamente ocupadas
Quem quiser ver o documento em inglês:
Himmler’s Memorandum on the Treatment of Alien Peoples in the East, 25 May 1940
E se alguém achar que isso é o texto mais pesado sobre a questão, tem coisas piores, que envolvem o nazi Erhard Wetzel (figura pouco citada e conhecida) sobre o Generalplan Ost. É curioso o cinismo dos ditos "revis" com a dimensão da guerra de extermínio praticada pelos nazistas, eles praticamente evitar citar essa questão do extermínio no leste europeu.
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Observação 2: Quem quiser baixar o livro (PDF), vá ao link do site do Centro de História Militar do Exército dos EUA.
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Observação 3: tem uma parte do texto (nas notas 45 e 46) que diz o seguinte:
"A ocupação era para ser permanente. Este era o objetivo final do que Hitler queria fazer, e nada nem ninguém estava autorizado a interferir com a realização deste empreendimento.45 Esta foi uma luta de ideologias, não de nações."Pois bem, essa era também minha opinião anterior sobre o evento, mas analisando a coisa hoje eu discordo da minha opinião anterior. Esta foi uma guerra ideológica sim, entre o fascismo (nazismo) e o socialismo da URSS, mas também uma guerra entre nações e de aniquilação.
A própria ideia racista de ocupação e aniquilação de povos no leste (por estes serem inferiores ou descartáveis por ideias racistas, na concepção nazista) não é propriamente algo original da guerra anticomunista da segunda guerra, esta guerra também foi uma guerra de colonização, uma guerra "racial" (étnica) de aniquilação, só que dessa vez na Europa, como as ocorridas nas colonizações feitas na África e nas Américas.
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segunda-feira, 5 de maio de 2014
A crise na Ucrânia, os desdobramentos - II (a caminho da fragmentação e da guerra)
Eu fiz um resumo em março aqui sobre os desdobramentos da ascensão de neonazistas ao governo da Ucrânia depois do golpe de estado que depôs o presidente daquele país, resumo com um histórico recente da razão da tensão e conflito na área já que parte da mídia brasileira na ocasião "evitava" comentar o assunto de forma correta por conta de um viés pró-norte-americano, viés recorrente e habitual da maior parte da mídia brasileira, uma vez que o assunto é grave pra ficarem com esse tipo de sectarismo informativo e desinformação por fanatismo político e ideológico.
O problema citado acima também está ocorrendo em vários sites de notícia (estrangeiros) como a BBC, que de tão enviesada, mais parece propaganda oficial do governo dos EUA que site de notícias (a BBC conseguiu ser mais parcial na questão que até as redes de notícia dos EUA).
Indo ao ponto, uma das razões, ou a principal, da tensão como já ressaltado antes no link acima é a provável instalação de bases da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte, na Europa só chamam de NATO) cercando a Rússia, principalmente na Ucrânia que é uma região sensível (área direta de influência russa) cheia de ódios sectários e problema geográfico (pois fecharia o cerco de vez à Rússia).
A mídia não costuma comentar que a Rússia tentará evitar que coloquem bases da OTAN na Ucrânia, de todas as formas possíveis. Narram os fatos como se isto fosse algo irrelevante quando é o epicentro da discórdia. Se não citam esse tipo de "detalhe", na verdade estão passando uma informação pela metade.
A OTAN é uma instituição datada e anacrônica, resquício da Guerra Fria, feita pra contenção militar e econômica da expansão do bloco socialista na Europa (que não existe mais desde a desintegração da União Soviética em 1991) mas que continua na ativa pra cercar a Rússia. Mais por interesses norte-americanos que europeus.
Pra quem não está informado, havia um acordo feito ainda por Gorbachev para que a OTAN não se expandisse pro leste e principalmente pra Ucrânia. Com a ofensiva via golpe de Estado na Ucrânia pra aproximar a mesma da UE e da OTAN, esse acordo foi pro ralo. Os russos se sentem traídos pelos Estados Unidos e pela UE por terem descumprido esse "acordo" décadas depois de uma forte integração da Rússia com a própria UE e os EUA. Aqui a matéria com o Gorbachev criticando abertamente os atos dos EUA e UE com a expansão da OTAN na Ucrânia: Gorbachev blasts NATO eastward expansion
Quem quiser ler em português, só achei esse link.
Mais sobre a questão (em inglês, coloquem no tradutor do Google os links):
Former U.S. Senator Bill Bradley delves into a misunderstanding over NATO expansion that brought decades of grief
Treaty on Conventional Armed Forces in Europe
Nato's action plan in Ukraine is right out of Dr Strangelove
Comentei antes que a UE e os EUA estavam "brincando com fogo" achando que iriam controlar nazistas (fascistas) no poder da Ucrânia e eis uma amostra do resultado: mais de 40 pessoas queimadas até a morte num edifício sindical em Odessa, numa área de maioria étnica russa. Além da própria separação da Crimeia como consequência do golpe de Estado na Ucrânia.
Isso é só uma amostra do que ideologias racistas e extremistas com poder bélico são capazes de fazer. Não precisaria nem citar o caso pois a segunda guerra é um exemplo grande o suficiente e bem conhecido da maioria das pessoas sobre os estragos do fascismo. Pelo visto parece que muita gente não "aprendeu" nada com os erros do passado.
A Ucrânia aos poucos está se fragmentando, caminha pruma guerra civil ou guerra entre países. As partes étnicas russas não querem ficar (e dificilmente ficarão, a não ser pela força e destruição) sob o controle de um governo anti-russo em Kiev e tendem à secessão (separatismo), e as partes ucranianas (étnicas), apesar do apoio ainda ao governo golpista, de quebra está descontente com o "xarope" (pacote econômico) que a União Europeia e os EUA pretendem dar (via FMI) ao que sobrar da Ucrânia. O povo foi atrás do "paraíso" (falsas promessas não cumpridas aproveitando o ódio sectário da população) e estão a caminho do purgatório.
As medidas (xarope) do FMI:
Empréstimos à Ucrânia dependem de austeridade "impopular e dura"
FMI oferece à Ucrânia um pacote de 19,5 mil milhões de euros embrulhados em austeridade
Ucrânia: População receia austeridade exigida pelo FMI
2014 é centenário da Primeira Guerra Mundial, parece que querem "celebrar" em "grande estilo" com mais sangue.
Foto tirada desta matéria.
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A discussão do assunto é obviamente aberta, mas só um aviso: no post anterior rolou uma discussão nonsense nos comentários. Nonsense porque começou a se discutir primeiro uma coisa (o assunto do post) e um comentário ou dois depois descambaram pra pregação de "doutrina política". Obviamente não serei "catequizado" com pregação desse tipo, e acho até infantil esse comportamento. Acho uma pretensão descomunal alguém achar que me "doutrina" ou me leva na conversa com idolatrias, idealizações sem muita base e bobagens desse tipo, até sugiro a não tentarem usar desse tipo de artifício (retórica) pois consigo desmontar fácil esse tipo de pregação e só vai restar vir xingar por não ter o que dizer. A "discussão" (se é que houve) acabou com uma agressão (xingamento), que eu poderia revidar, cheguei a responder mas cortei, pois não vale a pena. É um tipo de discussão idiota, pueril, sem relevância. Discutir esse tipo de assunto na base da catequese, não dá.
Ao pessoal que idolatra países, como já comentei antes, nesse tipo de questão eu olho sempre primeiro pro lado brasileiro depois pros outros. A quem achar estranho, norte-americanos costumam fazer o mesmo (com o país deles) e a maioria dos povos do mundo. Obviamente que não passo por cima de questões humanitárias, mas acho bizarro ver brasileiros querendo discutir conflitos políticos graves em briga de torcida organizada ou disputa de futebol, comportamento imbecil e pueril mas que existe. Já vi pilhas de comentários assim nas matérias sobre a questão e um pior que o outro.
Uma parte da população não sabe se ver como povo, como nação, e fica querendo que você, por não pensar como eles e não sofrer do complexo de vira-latas, passe a se comportar como eles na marra pra que eles não se sintam "isolados" e "sofram sozinhos" por se comportarem dessa forma. Mas eu não irei me comportar desta forma. Quem sofrer de vira-latice (complexo de vira-latas), cure-se disso, as pessoas mundo afora não dão a mínima pra esse comportamento chorão, cheio de autopiedade e autodestrutivo (complexado) de uma parte dos brasileiros. Se você acha que está "abafando" com esse comportamento, saiba que as pessoas em geral acham esse comportamento repulsivo, insuportável, asqueroso. A maioria irá sentir asco de você. Há problemas no mundo inteiro e nenhum país estrangeiro irá resolver nossos problemas. Esse comportamento complexado (complexo de vira-latas) é um comportamento vexatório e que só causa constrangimentos.
Mas retornando ao assunto, não estamos na segunda guerra nem na guerra fria, o mundo hoje é outro, quer alguns gostem de ler isso ou não. A direita brasileira vive em estado de neurose e transe constante tentando insuflar e propagar ideias obtusas como se ainda estivéssemos na Guerra Fria (uma parte que insufla isso nem sequer acredita nessas coisas, mas sabem que há uma massa com senso crítico baixo, ou nenhum, que digere esse tipo de panfletagem), achando que o povo não percebe esse tipo de manipulação política. Se a pessoa quer viver numa realidade paralela fictícia, problema de quem quiser viver assim, mas não peçam pra eu chancelar esse tipo de idiotice pois não irei fazê-lo.
Mas por que faço sempre essas advertências?
Pouca gente comenta no blog, mas muita gente lê. E eu sei mais ou menos o perfil político de uma parte que lê. A parte democrática não cria problemas com discussão e é muito bem-vinda, mas a parte autoritária e neurótica cria muitos problemas e desgaste discutindo. Pelo que já li de comentários, sempre chega alguém com esses comportamentos que descrevi acima querendo que a gente concorde com certas bobagens que pregam e não irei concordar. Essas pessoas não discutem, só querem fazer pregação, discussão é algo muito diferente de pregação e não é sinônimo de consenso, uma discussão pode acabar sem concordância. Discussões são feitas com argumentos e não com retórica. Não me incomodo em passar por "chato" e ser do contra se eu estiver convicto de que estou certo e outra pessoa estiver errada. Quem quiser vir pregar ou tentar levar a gente na conversa com "teorias da conspiração" e paranoias, procure um divã e vá descarregar isso lá.
Vejam que a maior parte do post foi só de advertência por conta do que já li de bobagens (e agressões) em outros posts e em cima do comportamento agressivo das pessoas em redes sociais. Triste isso.
Ver: A crise na Ucrânia, os desdobramentos (um resumo)
O problema citado acima também está ocorrendo em vários sites de notícia (estrangeiros) como a BBC, que de tão enviesada, mais parece propaganda oficial do governo dos EUA que site de notícias (a BBC conseguiu ser mais parcial na questão que até as redes de notícia dos EUA).
Indo ao ponto, uma das razões, ou a principal, da tensão como já ressaltado antes no link acima é a provável instalação de bases da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte, na Europa só chamam de NATO) cercando a Rússia, principalmente na Ucrânia que é uma região sensível (área direta de influência russa) cheia de ódios sectários e problema geográfico (pois fecharia o cerco de vez à Rússia).
A mídia não costuma comentar que a Rússia tentará evitar que coloquem bases da OTAN na Ucrânia, de todas as formas possíveis. Narram os fatos como se isto fosse algo irrelevante quando é o epicentro da discórdia. Se não citam esse tipo de "detalhe", na verdade estão passando uma informação pela metade.
A OTAN é uma instituição datada e anacrônica, resquício da Guerra Fria, feita pra contenção militar e econômica da expansão do bloco socialista na Europa (que não existe mais desde a desintegração da União Soviética em 1991) mas que continua na ativa pra cercar a Rússia. Mais por interesses norte-americanos que europeus.
Pra quem não está informado, havia um acordo feito ainda por Gorbachev para que a OTAN não se expandisse pro leste e principalmente pra Ucrânia. Com a ofensiva via golpe de Estado na Ucrânia pra aproximar a mesma da UE e da OTAN, esse acordo foi pro ralo. Os russos se sentem traídos pelos Estados Unidos e pela UE por terem descumprido esse "acordo" décadas depois de uma forte integração da Rússia com a própria UE e os EUA. Aqui a matéria com o Gorbachev criticando abertamente os atos dos EUA e UE com a expansão da OTAN na Ucrânia: Gorbachev blasts NATO eastward expansion
Quem quiser ler em português, só achei esse link.
Mais sobre a questão (em inglês, coloquem no tradutor do Google os links):
Former U.S. Senator Bill Bradley delves into a misunderstanding over NATO expansion that brought decades of grief
Treaty on Conventional Armed Forces in Europe
Nato's action plan in Ukraine is right out of Dr Strangelove
Comentei antes que a UE e os EUA estavam "brincando com fogo" achando que iriam controlar nazistas (fascistas) no poder da Ucrânia e eis uma amostra do resultado: mais de 40 pessoas queimadas até a morte num edifício sindical em Odessa, numa área de maioria étnica russa. Além da própria separação da Crimeia como consequência do golpe de Estado na Ucrânia.
Isso é só uma amostra do que ideologias racistas e extremistas com poder bélico são capazes de fazer. Não precisaria nem citar o caso pois a segunda guerra é um exemplo grande o suficiente e bem conhecido da maioria das pessoas sobre os estragos do fascismo. Pelo visto parece que muita gente não "aprendeu" nada com os erros do passado.
A Ucrânia aos poucos está se fragmentando, caminha pruma guerra civil ou guerra entre países. As partes étnicas russas não querem ficar (e dificilmente ficarão, a não ser pela força e destruição) sob o controle de um governo anti-russo em Kiev e tendem à secessão (separatismo), e as partes ucranianas (étnicas), apesar do apoio ainda ao governo golpista, de quebra está descontente com o "xarope" (pacote econômico) que a União Europeia e os EUA pretendem dar (via FMI) ao que sobrar da Ucrânia. O povo foi atrás do "paraíso" (falsas promessas não cumpridas aproveitando o ódio sectário da população) e estão a caminho do purgatório.
As medidas (xarope) do FMI:
Empréstimos à Ucrânia dependem de austeridade "impopular e dura"
FMI oferece à Ucrânia um pacote de 19,5 mil milhões de euros embrulhados em austeridade
Ucrânia: População receia austeridade exigida pelo FMI
2014 é centenário da Primeira Guerra Mundial, parece que querem "celebrar" em "grande estilo" com mais sangue.
Foto tirada desta matéria.
______________________________________________________________________
A discussão do assunto é obviamente aberta, mas só um aviso: no post anterior rolou uma discussão nonsense nos comentários. Nonsense porque começou a se discutir primeiro uma coisa (o assunto do post) e um comentário ou dois depois descambaram pra pregação de "doutrina política". Obviamente não serei "catequizado" com pregação desse tipo, e acho até infantil esse comportamento. Acho uma pretensão descomunal alguém achar que me "doutrina" ou me leva na conversa com idolatrias, idealizações sem muita base e bobagens desse tipo, até sugiro a não tentarem usar desse tipo de artifício (retórica) pois consigo desmontar fácil esse tipo de pregação e só vai restar vir xingar por não ter o que dizer. A "discussão" (se é que houve) acabou com uma agressão (xingamento), que eu poderia revidar, cheguei a responder mas cortei, pois não vale a pena. É um tipo de discussão idiota, pueril, sem relevância. Discutir esse tipo de assunto na base da catequese, não dá.
Ao pessoal que idolatra países, como já comentei antes, nesse tipo de questão eu olho sempre primeiro pro lado brasileiro depois pros outros. A quem achar estranho, norte-americanos costumam fazer o mesmo (com o país deles) e a maioria dos povos do mundo. Obviamente que não passo por cima de questões humanitárias, mas acho bizarro ver brasileiros querendo discutir conflitos políticos graves em briga de torcida organizada ou disputa de futebol, comportamento imbecil e pueril mas que existe. Já vi pilhas de comentários assim nas matérias sobre a questão e um pior que o outro.
Uma parte da população não sabe se ver como povo, como nação, e fica querendo que você, por não pensar como eles e não sofrer do complexo de vira-latas, passe a se comportar como eles na marra pra que eles não se sintam "isolados" e "sofram sozinhos" por se comportarem dessa forma. Mas eu não irei me comportar desta forma. Quem sofrer de vira-latice (complexo de vira-latas), cure-se disso, as pessoas mundo afora não dão a mínima pra esse comportamento chorão, cheio de autopiedade e autodestrutivo (complexado) de uma parte dos brasileiros. Se você acha que está "abafando" com esse comportamento, saiba que as pessoas em geral acham esse comportamento repulsivo, insuportável, asqueroso. A maioria irá sentir asco de você. Há problemas no mundo inteiro e nenhum país estrangeiro irá resolver nossos problemas. Esse comportamento complexado (complexo de vira-latas) é um comportamento vexatório e que só causa constrangimentos.
Mas retornando ao assunto, não estamos na segunda guerra nem na guerra fria, o mundo hoje é outro, quer alguns gostem de ler isso ou não. A direita brasileira vive em estado de neurose e transe constante tentando insuflar e propagar ideias obtusas como se ainda estivéssemos na Guerra Fria (uma parte que insufla isso nem sequer acredita nessas coisas, mas sabem que há uma massa com senso crítico baixo, ou nenhum, que digere esse tipo de panfletagem), achando que o povo não percebe esse tipo de manipulação política. Se a pessoa quer viver numa realidade paralela fictícia, problema de quem quiser viver assim, mas não peçam pra eu chancelar esse tipo de idiotice pois não irei fazê-lo.
Mas por que faço sempre essas advertências?
Pouca gente comenta no blog, mas muita gente lê. E eu sei mais ou menos o perfil político de uma parte que lê. A parte democrática não cria problemas com discussão e é muito bem-vinda, mas a parte autoritária e neurótica cria muitos problemas e desgaste discutindo. Pelo que já li de comentários, sempre chega alguém com esses comportamentos que descrevi acima querendo que a gente concorde com certas bobagens que pregam e não irei concordar. Essas pessoas não discutem, só querem fazer pregação, discussão é algo muito diferente de pregação e não é sinônimo de consenso, uma discussão pode acabar sem concordância. Discussões são feitas com argumentos e não com retórica. Não me incomodo em passar por "chato" e ser do contra se eu estiver convicto de que estou certo e outra pessoa estiver errada. Quem quiser vir pregar ou tentar levar a gente na conversa com "teorias da conspiração" e paranoias, procure um divã e vá descarregar isso lá.
Vejam que a maior parte do post foi só de advertência por conta do que já li de bobagens (e agressões) em outros posts e em cima do comportamento agressivo das pessoas em redes sociais. Triste isso.
Ver: A crise na Ucrânia, os desdobramentos (um resumo)
quinta-feira, 27 de março de 2014
"Acredite e destrua. Os intelectuais da máquina de guerra da SS" (livro, Christian Ingrao)
Le Monde | 30.09.2010 às 11:33 • 30.09.2010 Atualizado às 11:33 | Por Thomas Wieder
Erich Ehrlinger. Um nome bastante esquecido. É interessante ver tudo o que foi feito por ele. Com 34 anos de idade em 1944, ou seja, com a vida pela frente, passou a guerra no Einsatzgruppen cruzando a Europa Oriental para abater judeus, com a vantagem de ser discreto. O ex-oficial da SS não se saiu mal. Servindo como croupier no cassino de Constança, em 1950, ele certamente acertará contas com seu passado em 1963 sendo condenado a 12 anos de prisão. Mas a Corte de Apelação seria favorável a ele e ele será solto em 1965, muito antes de morrer em 2004, às vésperas de seus 84 anos.
Se Christian Ingrao, diretor do Instituto de História Contemporânea (CNRS), ficou interessado na trajetória de Erich Ehrlinger, não foi só porque ele ilustra perfeitamente os erros da justiça alemã pós-guerra. Nem porque esclarece as "estratégias" desenvolvidas pelos algozes para enfrentarem seus juízes - estratégias variadas, que variaram da simples "negação" de seus crimes, passando pela "justificação", através da "fuga" de várias formas (rejeição da responsabilidade sobre os outros, manobras processuais etc.).
Não, o interesse de Christian Ingrao está em outro lugar/período. Antes do pós-1945 e antes do pré-1939. O que fascina em Ehrlinger, não é que ele fora um bruto sanguinário. É que ele também fora um advogado brilhante. E mostra, a partir deste ponto de vista, um perfil muito comum: como o autor destaca, e cuja a originalidade do estudo é descrever as trajetórias de 80 executores da aplicação da lei do Terceiro Reich, 60% deles estudaram em universidade. 30% eram doutores - de direito ou economia, muitas vezes.
Um intelectual pode ser um carrasco, isto não é uma novidade. Mas a maior parte dos "arquitetos da aniquilação", nas palavras dos historiadores Götz Aly e Susanne Heim, vieram das fileiras da "excelência", o que rompe com a crença convencional enquanto forma outro problema real. A crença, herdada da historiografia e dos desejos populares do pós-guerra, mostra que líderes nazistas eram desclassificados, loucos ou rebaixados. Agora sabemos que a realidade é mais complexa: o estudo de Christian Ingrao é parte de uma tendência recente de pesquisa que enfatiza o envolvimento dos líderes tradicionais na política nazista de repressão. Suas conclusões são, por exemplo, semelhantes às de Wolfram Wette que, em um livro recente, lembrou que o exército não tinha sido uma espécie de casta aristocrática imunizada contra o veneno nazista, mas tinha voluntariamente participado dos piores abusos do regime (The crimes da Wehrmacht , Perrin, 2009) .
A questão colocada por Ingrao é esta: houve ruptura ou continuidade entre a formação do futuro SS e seu compromisso com as autoridades policiais do Reich? Para o historiador a resposta é clara. Alguns, é claro, agiram de forma oportunista, mas isto não foi um fator determinante - ou nós não entendemos porque eles passaram a integrar a SD, o serviço de inteligência da SS, quando este ainda era embrionário ...
Portanto, não havia outra coisa. E esta outra coisa é o que Ingrao, usando uma noção de seu supervisor de tese Stéphane Audoin-Rouzeau, chama de sua "guerra cultural". A cultura surgida após o "trauma" de 14-18, caracterizando-se pelo que o autor descreve como "ansiedade escatológica": a idéia de que a Alemanha estava em eminência de morte, sua integridade territorial e sua pureza racial estavam ameaçadas, e que, portanto, deve-se eliminar aqueles que trabalham por sua destruição.
Esta cultura chamada "völkisch", tanto nacionalista quanto racista, não espera pelo advento de Hitler para se cristalizar. Através de um estudo cuidadoso da universidade alemã da década de 1920, Christian Ingrao mostra como a 'nazistificação' de espíritos precedeu a do Estado. E a habilidade com que os fundadores do Reich foram capazes de confiar a essas jovens elites intelectuais para promoverem seu trabalho e satisfazerem suas ambições para implementar seus projetos sinistros. Elites que se juntaram totalmente ao projeto de Hitler. E, portanto, não eram burocratas desprovidos dessas crenças, que é uma imagem presente nas reflexões sobre a "banalidade do mal" da filósofa Hannah Arendt.
Isto é o que levanta grande interesse nesta biografia coletiva -, mas algo que a torna profundamente perturbadora: lembre-se que o nazismo provocou uma enorme "fervor". Não só entre as massas embrutecidas mas também entre aqueles que podem ter a esperança de que a inteligência e a cultura sejam baluartes contra a abjeção.
CROIRE ET DÉTRUIRE. LES INTELLECTUELS DANS LA MACHINE DE GUERRE SS (tradução livre: "Acredite e destrua. Os intelectuais da máquina de guerra da SS"), de Christian Ingrao. Fayard, 522 p.,.
Destacando também a publicação da pesquisa de Michael Prazan com os Einsatzgruppen (Seuil, 572 p.,), e a extensão do livro com um excelente documentário transmitido no canal France 2 em 2009.
"Croire et détruire. Les intellectuels dans la machine de guerre SS", de Christian Ingrao. Quando o nazismo fascinou os intelectuais. Thomas Wieder
Título da versão em inglês: Believe and Destroy: Intellectuals in the SS War Machine (Link)
Fonte: Le Monde (França)
http://www.lemonde.fr/livres/article/2010/09/30/croire-et-detruire-les-intellectuels-dans-la-machine-de-guerre-ss-de-christian-ingrao_1418097_3260.html
Tradução: Roberto Lucena
Observação: depois de achar este texto acabei achando outros (críticas) com mais detalhes sobre esse livro que trata de um problema relevante sobre o nazismo pois a imagem reproduzida do mesmo aponta que quem participou da máquina de extermínio nazi era gente com pouca instrução, perturbada etc, e isso é só um estereótipo e senso comum. A máquina de matar nazi era composta por gente com curso superior e boa formação, Mengele, por exemplo, era médico, Goebbels era formado em filosofia, e isso é que é o mais perigoso e intrigante pois põe por terra o pessoal que repete crenças de que os nazis e seus apoiadores eram formados por gente simplória etc pois a repetição desse senso comum cria uma névoa perigosa sobre os bandos que professam essa coisa, há gente muito estúpida no meio desses bandos mas nem todo fascista é propriamente estúpido (na acepção do termo). Como eu já havia começado a traduzir o texto acima, paciência, fica pruma próxima se eu conseguir colocar outro texto com mais detalhes desse livro, que obviamente não foi traduzido e lançado no Brasil.
Muitas editoras no Brasil estão mais preocupadas em fazer politicagem (ficar promovendo o que os donos delas seguem politicamente e ideologicamente) lançando "livros toscos" panfletários do que dar atenção a lançar livros de peso geralmente lançados em outros idiomas. Eu já comentei sobre isso antes em outros posts mas vou sempre enfatizar o problema pois como a coisa persiste não há que ter "meio termo" com isso, ou mudam de postura ou vão sempre receber crítica pesada.
Lançam panfletos da guerra fria como o panfleto do Suvorov (pseudônimo de Vladimir Rezun, assunto a ser tratado noutra oportunidade, tem muito texto sobre esse picareta) sobre a segunda guerra (livro de cabeceira de muito neonazi), ajudando a forjar ainda mais um ambiente de extremismo político no Brasil, já que o país é carente de publicações de peso sobre esses temas (segunda guerra, história militar etc), educação humanista e de qualidade, enquanto o lançamento de panfletos em forma de livros e de livros de conteúdo duvidoso(ruins, de baixa qualidade, conspiratórios, de crendices) abundam formando uma massa alienada, intolerante, raivosa e dogmática, que vivem numa espécie de bolha, com 'opinião formada' sobre tudo, mesmo que não entendam coisa alguma do que comentam. Ou se entendem ficam tentando promover cartilhas políticas pra doutrinação de extrema-direita principalmente (em suas vertentes, neoliberal, fascista etc) com um forte viés anti-democrático e paranoico com discurso datado (e mofado) da guerra fria.
Eu finco posição (finco o pé) contra isso abertamente, quem não gostar que se exploda ou que critique ou rebata isso com argumentos e não com chiliques ou contorcionismo retórico. Quem achar que virá aqui levar as pessoas na conversa com pregação política via retórica, quebra a cara, dá pra desmontar esse tipo de discurso fácil embora seja um saco, é o tipo de discussão estúpida e idiota. Deveriam entender que não é tão difícil (embora seja extremamente idiota como eu disse antes) discutir política com gente que fica presa a cartilhas, esquemões e literatura questionável tentando fazer pregação dogmática de política sem entender o significado dos termos e contexto histórico do que é discutido.
Erich Ehrlinger. Um nome bastante esquecido. É interessante ver tudo o que foi feito por ele. Com 34 anos de idade em 1944, ou seja, com a vida pela frente, passou a guerra no Einsatzgruppen cruzando a Europa Oriental para abater judeus, com a vantagem de ser discreto. O ex-oficial da SS não se saiu mal. Servindo como croupier no cassino de Constança, em 1950, ele certamente acertará contas com seu passado em 1963 sendo condenado a 12 anos de prisão. Mas a Corte de Apelação seria favorável a ele e ele será solto em 1965, muito antes de morrer em 2004, às vésperas de seus 84 anos.
Se Christian Ingrao, diretor do Instituto de História Contemporânea (CNRS), ficou interessado na trajetória de Erich Ehrlinger, não foi só porque ele ilustra perfeitamente os erros da justiça alemã pós-guerra. Nem porque esclarece as "estratégias" desenvolvidas pelos algozes para enfrentarem seus juízes - estratégias variadas, que variaram da simples "negação" de seus crimes, passando pela "justificação", através da "fuga" de várias formas (rejeição da responsabilidade sobre os outros, manobras processuais etc.).
Não, o interesse de Christian Ingrao está em outro lugar/período. Antes do pós-1945 e antes do pré-1939. O que fascina em Ehrlinger, não é que ele fora um bruto sanguinário. É que ele também fora um advogado brilhante. E mostra, a partir deste ponto de vista, um perfil muito comum: como o autor destaca, e cuja a originalidade do estudo é descrever as trajetórias de 80 executores da aplicação da lei do Terceiro Reich, 60% deles estudaram em universidade. 30% eram doutores - de direito ou economia, muitas vezes.
Um intelectual pode ser um carrasco, isto não é uma novidade. Mas a maior parte dos "arquitetos da aniquilação", nas palavras dos historiadores Götz Aly e Susanne Heim, vieram das fileiras da "excelência", o que rompe com a crença convencional enquanto forma outro problema real. A crença, herdada da historiografia e dos desejos populares do pós-guerra, mostra que líderes nazistas eram desclassificados, loucos ou rebaixados. Agora sabemos que a realidade é mais complexa: o estudo de Christian Ingrao é parte de uma tendência recente de pesquisa que enfatiza o envolvimento dos líderes tradicionais na política nazista de repressão. Suas conclusões são, por exemplo, semelhantes às de Wolfram Wette que, em um livro recente, lembrou que o exército não tinha sido uma espécie de casta aristocrática imunizada contra o veneno nazista, mas tinha voluntariamente participado dos piores abusos do regime (The crimes da Wehrmacht , Perrin, 2009) .
A questão colocada por Ingrao é esta: houve ruptura ou continuidade entre a formação do futuro SS e seu compromisso com as autoridades policiais do Reich? Para o historiador a resposta é clara. Alguns, é claro, agiram de forma oportunista, mas isto não foi um fator determinante - ou nós não entendemos porque eles passaram a integrar a SD, o serviço de inteligência da SS, quando este ainda era embrionário ...
Portanto, não havia outra coisa. E esta outra coisa é o que Ingrao, usando uma noção de seu supervisor de tese Stéphane Audoin-Rouzeau, chama de sua "guerra cultural". A cultura surgida após o "trauma" de 14-18, caracterizando-se pelo que o autor descreve como "ansiedade escatológica": a idéia de que a Alemanha estava em eminência de morte, sua integridade territorial e sua pureza racial estavam ameaçadas, e que, portanto, deve-se eliminar aqueles que trabalham por sua destruição.
Esta cultura chamada "völkisch", tanto nacionalista quanto racista, não espera pelo advento de Hitler para se cristalizar. Através de um estudo cuidadoso da universidade alemã da década de 1920, Christian Ingrao mostra como a 'nazistificação' de espíritos precedeu a do Estado. E a habilidade com que os fundadores do Reich foram capazes de confiar a essas jovens elites intelectuais para promoverem seu trabalho e satisfazerem suas ambições para implementar seus projetos sinistros. Elites que se juntaram totalmente ao projeto de Hitler. E, portanto, não eram burocratas desprovidos dessas crenças, que é uma imagem presente nas reflexões sobre a "banalidade do mal" da filósofa Hannah Arendt.
Isto é o que levanta grande interesse nesta biografia coletiva -, mas algo que a torna profundamente perturbadora: lembre-se que o nazismo provocou uma enorme "fervor". Não só entre as massas embrutecidas mas também entre aqueles que podem ter a esperança de que a inteligência e a cultura sejam baluartes contra a abjeção.
CROIRE ET DÉTRUIRE. LES INTELLECTUELS DANS LA MACHINE DE GUERRE SS (tradução livre: "Acredite e destrua. Os intelectuais da máquina de guerra da SS"), de Christian Ingrao. Fayard, 522 p.,.
Destacando também a publicação da pesquisa de Michael Prazan com os Einsatzgruppen (Seuil, 572 p.,), e a extensão do livro com um excelente documentário transmitido no canal France 2 em 2009.
"Croire et détruire. Les intellectuels dans la machine de guerre SS", de Christian Ingrao. Quando o nazismo fascinou os intelectuais. Thomas Wieder
Título da versão em inglês: Believe and Destroy: Intellectuals in the SS War Machine (Link)
Fonte: Le Monde (França)
http://www.lemonde.fr/livres/article/2010/09/30/croire-et-detruire-les-intellectuels-dans-la-machine-de-guerre-ss-de-christian-ingrao_1418097_3260.html
Tradução: Roberto Lucena
Observação: depois de achar este texto acabei achando outros (críticas) com mais detalhes sobre esse livro que trata de um problema relevante sobre o nazismo pois a imagem reproduzida do mesmo aponta que quem participou da máquina de extermínio nazi era gente com pouca instrução, perturbada etc, e isso é só um estereótipo e senso comum. A máquina de matar nazi era composta por gente com curso superior e boa formação, Mengele, por exemplo, era médico, Goebbels era formado em filosofia, e isso é que é o mais perigoso e intrigante pois põe por terra o pessoal que repete crenças de que os nazis e seus apoiadores eram formados por gente simplória etc pois a repetição desse senso comum cria uma névoa perigosa sobre os bandos que professam essa coisa, há gente muito estúpida no meio desses bandos mas nem todo fascista é propriamente estúpido (na acepção do termo). Como eu já havia começado a traduzir o texto acima, paciência, fica pruma próxima se eu conseguir colocar outro texto com mais detalhes desse livro, que obviamente não foi traduzido e lançado no Brasil.
Muitas editoras no Brasil estão mais preocupadas em fazer politicagem (ficar promovendo o que os donos delas seguem politicamente e ideologicamente) lançando "livros toscos" panfletários do que dar atenção a lançar livros de peso geralmente lançados em outros idiomas. Eu já comentei sobre isso antes em outros posts mas vou sempre enfatizar o problema pois como a coisa persiste não há que ter "meio termo" com isso, ou mudam de postura ou vão sempre receber crítica pesada.
Lançam panfletos da guerra fria como o panfleto do Suvorov (pseudônimo de Vladimir Rezun, assunto a ser tratado noutra oportunidade, tem muito texto sobre esse picareta) sobre a segunda guerra (livro de cabeceira de muito neonazi), ajudando a forjar ainda mais um ambiente de extremismo político no Brasil, já que o país é carente de publicações de peso sobre esses temas (segunda guerra, história militar etc), educação humanista e de qualidade, enquanto o lançamento de panfletos em forma de livros e de livros de conteúdo duvidoso(ruins, de baixa qualidade, conspiratórios, de crendices) abundam formando uma massa alienada, intolerante, raivosa e dogmática, que vivem numa espécie de bolha, com 'opinião formada' sobre tudo, mesmo que não entendam coisa alguma do que comentam. Ou se entendem ficam tentando promover cartilhas políticas pra doutrinação de extrema-direita principalmente (em suas vertentes, neoliberal, fascista etc) com um forte viés anti-democrático e paranoico com discurso datado (e mofado) da guerra fria.
Eu finco posição (finco o pé) contra isso abertamente, quem não gostar que se exploda ou que critique ou rebata isso com argumentos e não com chiliques ou contorcionismo retórico. Quem achar que virá aqui levar as pessoas na conversa com pregação política via retórica, quebra a cara, dá pra desmontar esse tipo de discurso fácil embora seja um saco, é o tipo de discussão estúpida e idiota. Deveriam entender que não é tão difícil (embora seja extremamente idiota como eu disse antes) discutir política com gente que fica presa a cartilhas, esquemões e literatura questionável tentando fazer pregação dogmática de política sem entender o significado dos termos e contexto histórico do que é discutido.
sábado, 22 de março de 2014
Von Rundstedt, o Marechal profissional
Von Rundstedt em Nuremberg |
Comando SupremoThe Good Old Days. The Holocaust as Seen by Its Perpetrators and Bystanders. Klee, E; Dressen, W; e Riess, V., editores. (traduzido do alemão por Deborah Burnstone). Konecky e Konecky Old Saybrook, 1991. pág. 116. Referência de arquivo pág. 285 NOKW-541.
Quartel General
Grupo de Exércitos Sul
24 de setembro de 1941.
Ic/AO (Abw. III)
Ref: Combatendo elementos anti-Reich.
A investigação e o combate contra os elementos inimigos do Reich (comunistas, judeus e seus simpatizantes) na medida em que não tenham se incorporado ao exército inimigo, são só de responsabilidade dos Sonderkommandos, da Polícia de Segurança e do SD nas áreas ocupadas. Os Sonderkommandos têm a responsabilidade exclusiva para tomar as medidas necessárias para seus fins.
As ações sem autorização por parte de membros individuais da Wehrmacht, ou a participação de membros da Wehrmacht nos excessos da população ucraniana contra os judeus estão proibidas, assim como o ato de contemplar ou fotografar as ações dos Sonderkommandos.
Esta proibição deve ser comunicada a membros de todas as unidades. Os superiores de todos os rangos são responsáveis de se assegurar que se cumpra esta proibição. No caso que se viole esta ordem, a causa será examinada para determinar se o superior não cumpriu com seu dever de fazer cumprir esta ordem. Se em caso positivo, será castigado severamente.
(Assinado) Von Rundstedt.
Haverá quem seja capaz de ler nesta ordem algo "apolítico". Já é mais duvidoso que se siga dizendo que as matanças dos Einsatzgruppen não ocorriam à vista de todos, e que não havia pessoal na Werhmacht que gostava de olhar... e inclusive participar nos massacres por iniciativa própria, até o ponto do mesmíssimo comandante do Grupo de Exércitos ordenar que oficiais e suboficiais sejam impedidos de fazer isso. Porque em caso contrário ele lhes culpará.
O VI Exército de Von Reichenau estava sob seu comando quando emitiu sua famosa ordem de 10 de outubro, que Von Rundstedt distribuiu ao resto das tropas sob seu comando em 17 de outubro. Pelo visto, pode-se ser apolítico ao mesmo tempo em que se justifica e "compreende" o assassinato de civis suspeitos de ser comunistas ou judeus, ou bem simpatizar com eles. Sempre e quando não se comprometa a disciplina das unidades.
Foto Wikipedia.
Fonte: blog antirrevisionismo (Espanha)
http://antirrevisionismo.wordpress.com/2011/08/29/von-rundstedt-mariscal-profesional/
Tradução: Roberto Lucena
Ver mais:
Ordem de von Rundstedt - As ações da Wehrmacht e dos Einsatzgruppen: A luta contra elementos hostis ao Reich (blog Avidanofront)
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sexta-feira, 14 de março de 2014
Goebbels: os nacionalistas dos estados bálticos e da Ucrânia, influenciados pelos judeus
Um dos paradoxos do pensamento nazi: Goebbels acusa "os judeus" das dificuldades que começam a ter os alemães com os nacionalistas da Letônia, Estônia, Lituânia e Ucrânia. Vários nacionalistas em boa proporção colaboraram com os nazis para matar e saquear seus compatriotas judeus. As cifras de judeus são dadas nas atas da "Conferência Wannsee" de 20 de janeiro passado são muito esclarecedoras. Dos 11 milhões de judeus que estimam ainda existir na Europa, só há uma única região que consideram completamente "livre de judeus": a Estônia.
Tradução de Eduardo de Guzmán. Editora Los libros de Nuestro Tiempo, José Janés diretor. Barcelona 1949. pág. 128.
Fonte: blog antirrevisionismo (Espanha)
http://antirrevisionismo.wordpress.com/2008/05/14/goebbels-los-nacionalistas-de-los-estados-balticos-y-ucrania-influenciados-por-los-judios/
Tradução: Roberto Lucena
6 de março de 1942Joseph Goebbels: Diarios (The Goebbels Diaries. Edição de Louis P. Lochner)
Um relatório do SD dá conta de forma minuciosa da situação na Rússia ocupada. É muito mais inquietante do que geralmente se crê. O perigo partisan aumenta semana a semana. os partisans judeus detentores de algumas grandes zonas da Rússia ocupada, implementaram nelas um regime de terror. Os movimentos nacionalistas, por sua parte, adquiriram maior insolência do que supúnhamos a princípio. E isto pode se aplicar tanto aos estados bálticos como na Ucrânia. Em todas as partes os judeus se movem procurando nos criar dificuldades. É compreensível, portanto, que muitos deles tenham que pagar seus delitos com sua vida. De qualquer forma, estou convencido que quanto maior for o número de judeus que liquidemos, mais consolidaremos a vida na Europa depois da guerra. Não é possível se deixar levar pelo sentimentalismo. Os judeus são a desgraça da Europa. Precisam ser eliminados; caso contrário correremos perigo de sermos eliminados por eles.
A situação alimentar é muito difícil nas zonas ocupadas do Leste. Milhares e dezenas de milhares de pessoas morrem de fome sem se atrever a mover um dedo. Durante muitos anos teremos que fazer frente a grandes problemas e excepcionais dificuldades. Muita água passará pelo Reno antes que essa zona tenha sido integrada na economia europeia e seus ricos produtos estejam a disposição do nosso povo.
Tradução de Eduardo de Guzmán. Editora Los libros de Nuestro Tiempo, José Janés diretor. Barcelona 1949. pág. 128.
Fonte: blog antirrevisionismo (Espanha)
http://antirrevisionismo.wordpress.com/2008/05/14/goebbels-los-nacionalistas-de-los-estados-balticos-y-ucrania-influenciados-por-los-judios/
Tradução: Roberto Lucena
domingo, 2 de março de 2014
A crise na Ucrânia, os desdobramentos (um resumo)
Se for o caso eu completo ou reviso este texto à noite, mas como os jornais brasileiros e mesmo a mídia de fora (salvo algumas exceções) evitam comentar sobre os pontos centrais do problema (a raiz dos problemas) como abordei aqui neste texto, de 17 de fevereiro último, então segue logo abaixo do comentário sobre o texto do link um resumo sobre os desdobramentos do golpe de Estado provocado pela extrema-direita/direita ucraniana com apoio dos EUA e União Europeia:
A crise da Ucrânia: fascistas (extrema-direita) perto do poder (Black Blocs atuam)
O texto do link acima lista um histórico do fascismo da direita ucraniana e a origem das revoltas por trás do golpe de Estado naquele país feito com ajuda dos grupos fascistas), acho que dá pra fazer um resumo apontando algumas coisas que os jornalões evitam de citar por conta de alinhamento ideológico com alguns países.
Quem quiser ler mais sobre a Ucrânia, fascismo e unidade ucraniana da Waffen-SS no blog, clique na tag Ucrânia.
Matéria de 3 dias atrás:
Putin ordena inspeção de tropas para verificar se estão prontas para combate
Matéria da BBC hoje, mas tende a piorar:
Ucrânia põe Exército em 'alerta máximo'
Dando sequência, vamos lá.
1. Sobre os desdobramentos, a parte russa da Ucrânia (com maioria étnica russa), ou a parte principal em disputa, a Crimeia, já está com tropas russas no local isolando ela do resto da Ucrânia. Há mais notícias que citam que outras cidades ou povoados com maioria russa está seguindo a mesma direção da Crimeia e se alinhando à Rússia na disputa, o que provoca choques com o povo nativo ucraniano (étnico), provoca conflitos que em casos extremos levam a limpezas étnicas, embora não creio que isso irá ocorrer neste caso a não ser que os Estados e a União Europeia (sob liderança de Angela Merkel) façam mais besteira do que já fizeram ao darem apoio a grupos de extrema-direita xenófobos a darem um golpe de estado num governo eleito (ruim ou não, existe uma coisa chamada urna e eleição pra tirar de forma legítima o cara sem toda essa tragédia que está caminhando pra conflito armado). A questão étnica fornece munição pro conflito, isto é um fato, embora este não seja o pivô da crise e sim o desdobramento dela com o golpe de Estado na Ucrânia apoiado pela UE e pelos EUA.
2. A vizinhança da Rússia é área de sua influência (o que a gente chama no "popular" de "quintal de país forte/grande tal"), fora as questões históricas, de ligação étnica, cultural etc, sendo que a Rússia é uma das únicas potências militares do Globo que podem fazer frente aos Estados Unidos, não se trata de um país caindo aos pedaços do Oriente Médio onde os EUA se lançam em guerras pra mostrar poderio bélico, com um inimigo qualificado a coisa não se resolve desta forma a não ser que queira partir prum ataque fratricida e provocar um conflito mundial, o que seria mais um ato insano e irresponsável do governo dos Estados Unidos, mais precisamente o governo do Democrata Barack Obama, que de liderança política tem demonstrado ser um completo fiasco e com discurso dissimulado e "confuso".
3. A ação da Rússia pode-se explicar pela não aceitação (obviamente, ela tem razão nisto) de possíveis movimentos da UE e EUA pra instalarem bases da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), agrupamento militar criado na Guerra Fria pra fazer contenção política e militar da extinta União Soviética (que não é a Rússia e sim várias repúblicas que compunham um país onde o país principal era a Rússia e a capital Moscou) e do bloco socialista com sua parte europeia sendo chamada de Cortina de Ferro, e que no pós-URSS atua pontualmente em algumas ações da Europa (UE) e com a neurose dos EUA em querer fazer um cerco militar à Rússia, já rechaçado outras vezes como quando a Rússia ameaçou retaliar a Polônia caso esta aceitasse colocar bases de mísseis apontados pra Rússia (ainda no governo George W. Bush) e recentemente, em 2008, no período das Olimpíadas de Pequim, no conflito da Rússia com a Geórgia (ex-república soviética e também na área de influência, "quintal", da Rússia).
Sobre o caso da Polônia e o escudo antimísseis direcionado pra Rússia, a crise, matérias de 2007 e uma de 2011 (a última, do El País):
Rússia ameaça instalar mísseis na fronteira com a Europa
Rússia ameaça instalar mísseis na fronteira com a Europa
Rússia condiciona instalação de mísseis a ação de EUA
Rússia implanta mísseis perto das fronteiras com a Polônia e Lituânia
O conflito com a Geórgia em 2008 na Ossétia do Sul, no período das Olimpíadas de Pequim:
Guerra na Ossétia do Sul em 2008
Rússia X Geórgia: entenda o conflito
EUA exigem que Rússia saia da Geórgia imediatamente
Rússia e Geórgia dividem pódio no tiro feminino; ouro é da China
Entenda o conflito envolvendo Rússia e Geórgia na Ossétia do Sul
Entenda a tensão envolvendo a Geórgia e a Rússia
Rússia e Geórgia. Três anos depois da guerra
Isso aqui foi esse ano:
Otan repreende Rússia por usar Jogos para expandir fronteira sobre Geórgia
Rússia invade território da Geórgia para reforçar a segurança em Sochi
Como podem ver, sempre os mesmos blocos envolvidos, Estados Unidos, OTAN (NATO na grafia portuguesa que mantém a sigla em inglês), União Europeia, ex-repúblicas soviéticas, países que foram parte da Cortina de Ferro e próximos à Rússia, e a própria Rússia. Há uma tentativa de fazer contenção com a OTAN pra acuar a Rússia em seu território, isso feito às claras, pra todo mundo ver, não é nem por debaixo dos panos como era na Guerra Fria. "Ah, mas e o povo?", bom, o povo acaba se tornando um "detalhe" por parte de alguns governos nisso, principalmente os atrelados à OTAN (isso é opinião pessoal, ninguém precisa embora os fatos estejam todos listados acima).
4. Resultado prático de toda esta lambança, criada e fomentada pela União Europeia e Estados Unidos, é que a Ucrânia provavelmente acabará dividida, a Crimeia e outras partes de maioria russa (étnica) poderão ser anexadas à Rússia (a Crimeia já foi dela), a Ucrânia está empobrecida, em crise profunda economicamente e a UE que deveria ajudar economicamente (já que foi uma das responsáveis por essa desgraça) não toma uma atitude. O povo ucraniano moderado (não-fascista) sofrerá em virtude da inconsequência de fascistas, que como sempre, só fazem besteira, explorando sentimentos primitivos étnicos e correlatos.
E isto é um cenário "bondoso", "se" não houver mais interferência pesada e irresponsável de outras potências em caso de conflito bélico. Os EUA incitou a Geórgia a fazer besteira em 2008 (estou citando de memória, como disse acima, à noite eu revido o texto e procuro os links) e quando a Rússia revidou violentamente (morreram mais de 2 mil pessoas neste confronto de pouca duração, 2 semanas), não fizeram nada, deixaram o país (a Geórgia) arcar com as bombas sozinha.
Isto é o que se chama de política delinquente e irresponsável, megalômana. E há brasileiros que com o complexo de vira-latas habitual (de uma parte) ainda vangloria ou idolatra alguns países achando que se tratam de um "poço e perfeição" ou algo parecido, comportamento repulsivo e reprovável, além de desnecessário e que provoca um mal-estar terrível, tudo porque ao invés de analisar friamente o mundo ficam criando idealizações sobre tudo e todos em vez de analisar as coisas como realmente são (as idealizações geram imagens distorcida e idolatria pueril, comportamento altamente imbecilizado e vexatório pra boa parte do país já que nem todos os brasileiros comungam deste ideário complexado, inconsequente e politicamente irresponsável).
Eu acho que não mais retornarei ao assunto Rússia-Ucrânia, então fica o resumo que cita coisas que não tem sido abordadas/citadas na "grande mídia" do Brasil, como se hoje em dia alguém precisasse de TV pra se informar.
P.S.1 como disse lá no começo, irei revisar este texto e ver se acho os links de matérias onde algumas coisas são citadas (de memória), como por exemplo não lembro direito do começo do conflito com a Geórgia mas lembro da incitação dos EUA e o recuo do mesmo deixando a Geórgia sozinha arcando com a situação, mas a origem desses confrontos tem uma coisa em comum: OTAN, bases da OTAN pra contenção da Rússia, conflito Aliados "Ocidentais" (EUA e UE) x Rússia, querendo requentar a polarização da Guerra Fria num mundo totalmente diferente, um ato simplesmente grotesco e inconsequente, com desdobramentos perigosos.
P.S.2 Eu ia postar um texto sobre o Holocausto, mas paciência, fica pra depois.
Ver: A crise na Ucrânia, os desdobramentos - II (a caminho da fragmentação e da guerra)
A crise da Ucrânia: fascistas (extrema-direita) perto do poder (Black Blocs atuam)
O texto do link acima lista um histórico do fascismo da direita ucraniana e a origem das revoltas por trás do golpe de Estado naquele país feito com ajuda dos grupos fascistas), acho que dá pra fazer um resumo apontando algumas coisas que os jornalões evitam de citar por conta de alinhamento ideológico com alguns países.
Quem quiser ler mais sobre a Ucrânia, fascismo e unidade ucraniana da Waffen-SS no blog, clique na tag Ucrânia.
Matéria de 3 dias atrás:
Putin ordena inspeção de tropas para verificar se estão prontas para combate
Matéria da BBC hoje, mas tende a piorar:
Ucrânia põe Exército em 'alerta máximo'
Imagem: BBC. Soldado russo na Crimeia, no atual conflito com a Ucrânia. |
1. Sobre os desdobramentos, a parte russa da Ucrânia (com maioria étnica russa), ou a parte principal em disputa, a Crimeia, já está com tropas russas no local isolando ela do resto da Ucrânia. Há mais notícias que citam que outras cidades ou povoados com maioria russa está seguindo a mesma direção da Crimeia e se alinhando à Rússia na disputa, o que provoca choques com o povo nativo ucraniano (étnico), provoca conflitos que em casos extremos levam a limpezas étnicas, embora não creio que isso irá ocorrer neste caso a não ser que os Estados e a União Europeia (sob liderança de Angela Merkel) façam mais besteira do que já fizeram ao darem apoio a grupos de extrema-direita xenófobos a darem um golpe de estado num governo eleito (ruim ou não, existe uma coisa chamada urna e eleição pra tirar de forma legítima o cara sem toda essa tragédia que está caminhando pra conflito armado). A questão étnica fornece munição pro conflito, isto é um fato, embora este não seja o pivô da crise e sim o desdobramento dela com o golpe de Estado na Ucrânia apoiado pela UE e pelos EUA.
2. A vizinhança da Rússia é área de sua influência (o que a gente chama no "popular" de "quintal de país forte/grande tal"), fora as questões históricas, de ligação étnica, cultural etc, sendo que a Rússia é uma das únicas potências militares do Globo que podem fazer frente aos Estados Unidos, não se trata de um país caindo aos pedaços do Oriente Médio onde os EUA se lançam em guerras pra mostrar poderio bélico, com um inimigo qualificado a coisa não se resolve desta forma a não ser que queira partir prum ataque fratricida e provocar um conflito mundial, o que seria mais um ato insano e irresponsável do governo dos Estados Unidos, mais precisamente o governo do Democrata Barack Obama, que de liderança política tem demonstrado ser um completo fiasco e com discurso dissimulado e "confuso".
3. A ação da Rússia pode-se explicar pela não aceitação (obviamente, ela tem razão nisto) de possíveis movimentos da UE e EUA pra instalarem bases da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), agrupamento militar criado na Guerra Fria pra fazer contenção política e militar da extinta União Soviética (que não é a Rússia e sim várias repúblicas que compunham um país onde o país principal era a Rússia e a capital Moscou) e do bloco socialista com sua parte europeia sendo chamada de Cortina de Ferro, e que no pós-URSS atua pontualmente em algumas ações da Europa (UE) e com a neurose dos EUA em querer fazer um cerco militar à Rússia, já rechaçado outras vezes como quando a Rússia ameaçou retaliar a Polônia caso esta aceitasse colocar bases de mísseis apontados pra Rússia (ainda no governo George W. Bush) e recentemente, em 2008, no período das Olimpíadas de Pequim, no conflito da Rússia com a Geórgia (ex-república soviética e também na área de influência, "quintal", da Rússia).
Sobre o caso da Polônia e o escudo antimísseis direcionado pra Rússia, a crise, matérias de 2007 e uma de 2011 (a última, do El País):
Rússia ameaça instalar mísseis na fronteira com a Europa
Rússia ameaça instalar mísseis na fronteira com a Europa
Rússia condiciona instalação de mísseis a ação de EUA
Rússia implanta mísseis perto das fronteiras com a Polônia e Lituânia
O conflito com a Geórgia em 2008 na Ossétia do Sul, no período das Olimpíadas de Pequim:
Guerra na Ossétia do Sul em 2008
Rússia X Geórgia: entenda o conflito
EUA exigem que Rússia saia da Geórgia imediatamente
Rússia e Geórgia dividem pódio no tiro feminino; ouro é da China
Entenda o conflito envolvendo Rússia e Geórgia na Ossétia do Sul
Entenda a tensão envolvendo a Geórgia e a Rússia
Rússia e Geórgia. Três anos depois da guerra
Isso aqui foi esse ano:
Otan repreende Rússia por usar Jogos para expandir fronteira sobre Geórgia
Rússia invade território da Geórgia para reforçar a segurança em Sochi
Como podem ver, sempre os mesmos blocos envolvidos, Estados Unidos, OTAN (NATO na grafia portuguesa que mantém a sigla em inglês), União Europeia, ex-repúblicas soviéticas, países que foram parte da Cortina de Ferro e próximos à Rússia, e a própria Rússia. Há uma tentativa de fazer contenção com a OTAN pra acuar a Rússia em seu território, isso feito às claras, pra todo mundo ver, não é nem por debaixo dos panos como era na Guerra Fria. "Ah, mas e o povo?", bom, o povo acaba se tornando um "detalhe" por parte de alguns governos nisso, principalmente os atrelados à OTAN (isso é opinião pessoal, ninguém precisa embora os fatos estejam todos listados acima).
4. Resultado prático de toda esta lambança, criada e fomentada pela União Europeia e Estados Unidos, é que a Ucrânia provavelmente acabará dividida, a Crimeia e outras partes de maioria russa (étnica) poderão ser anexadas à Rússia (a Crimeia já foi dela), a Ucrânia está empobrecida, em crise profunda economicamente e a UE que deveria ajudar economicamente (já que foi uma das responsáveis por essa desgraça) não toma uma atitude. O povo ucraniano moderado (não-fascista) sofrerá em virtude da inconsequência de fascistas, que como sempre, só fazem besteira, explorando sentimentos primitivos étnicos e correlatos.
E isto é um cenário "bondoso", "se" não houver mais interferência pesada e irresponsável de outras potências em caso de conflito bélico. Os EUA incitou a Geórgia a fazer besteira em 2008 (estou citando de memória, como disse acima, à noite eu revido o texto e procuro os links) e quando a Rússia revidou violentamente (morreram mais de 2 mil pessoas neste confronto de pouca duração, 2 semanas), não fizeram nada, deixaram o país (a Geórgia) arcar com as bombas sozinha.
Isto é o que se chama de política delinquente e irresponsável, megalômana. E há brasileiros que com o complexo de vira-latas habitual (de uma parte) ainda vangloria ou idolatra alguns países achando que se tratam de um "poço e perfeição" ou algo parecido, comportamento repulsivo e reprovável, além de desnecessário e que provoca um mal-estar terrível, tudo porque ao invés de analisar friamente o mundo ficam criando idealizações sobre tudo e todos em vez de analisar as coisas como realmente são (as idealizações geram imagens distorcida e idolatria pueril, comportamento altamente imbecilizado e vexatório pra boa parte do país já que nem todos os brasileiros comungam deste ideário complexado, inconsequente e politicamente irresponsável).
Eu acho que não mais retornarei ao assunto Rússia-Ucrânia, então fica o resumo que cita coisas que não tem sido abordadas/citadas na "grande mídia" do Brasil, como se hoje em dia alguém precisasse de TV pra se informar.
P.S.1 como disse lá no começo, irei revisar este texto e ver se acho os links de matérias onde algumas coisas são citadas (de memória), como por exemplo não lembro direito do começo do conflito com a Geórgia mas lembro da incitação dos EUA e o recuo do mesmo deixando a Geórgia sozinha arcando com a situação, mas a origem desses confrontos tem uma coisa em comum: OTAN, bases da OTAN pra contenção da Rússia, conflito Aliados "Ocidentais" (EUA e UE) x Rússia, querendo requentar a polarização da Guerra Fria num mundo totalmente diferente, um ato simplesmente grotesco e inconsequente, com desdobramentos perigosos.
P.S.2 Eu ia postar um texto sobre o Holocausto, mas paciência, fica pra depois.
Ver: A crise na Ucrânia, os desdobramentos - II (a caminho da fragmentação e da guerra)
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