Saiu em espanhol esse livro Soldaten, lançado em alemão e agora com a tradução pro espanhol com o título Soldados del Tercer Reich (Testimonios de lucha, muerte y crimen), de Sönke Neitzel e Harald Welzer. Para quem quiser ler um livro bom sobre o período do nazismo e sobre os crimes do regime, eis uma dica (pela proximidade do idioma) já que o título não foi traduzido para o português e é difícil que saia no Brasil.
Se possível, essa matéria do El País (Espanha) sobre o livro será colocada depois aqui (traduzida): Así mataban los soldados de Hitler
A ideia é de futuramente fazer um ranking de livros (listando uns 10 ou 20 apenas) sobre o Holocausto lançados em português (e possivelmente em espanhol e inglês) para servir de consulta para quem for procurar livros sobre o tema, indicando os que a gente considera como principais sobre o assunto (pelo menos os que se encontram em catálago). Embora haja no blog a parte de bibliografias, com uma lista muito maior, caso alguém tenha interesse em consultar.
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sábado, 7 de abril de 2012
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Livro resgata prazer de matar dos soldados alemães na 2ª Guerra
O historiador Sönke Neitzel e o psicólogo Harald Wetzer resgataram um outro olhar sobre os horrores da Segunda Guerra Mundial, abordando a fascinação pelo confronto bélico por parte de muitos soldados alemães.
No livro Soldaten (Soldados, em alemão), Neitzel e Wetzer acabam com o mito que o Exército alemão teve um papel supostamente respeitável na Segunda Guerra Mundial e que não tinha sido cúmplice direto dos crimes do nacional-socialismo, em contraste com as unidades especiais das SS.
O mito já tinha sido alvo com a famosa exposição "Vernichtungskrieg. Verbrecher der Wehrmacht" (Guerra de Extermínio. Crimes do Exército alemão) que percorreu a Alemanha entre 1995 e 1999, e que em algumas cidades gerou protestos.
Os testemunhos de soldados alemães publicados em seu livro por Nietzel e Wetzer não deixam dúvidas que matar e saquear não representava nenhum problema ético e, pelo contrário, gerava prazer.
As declarações foram encontradas por Neitzel em arquivos britânicos e americanos quando o historiador pesquisava sobre a guerra no Atlântico.
Trata-se de transcrições de conversas entre soldados alemães em cativeiro nas quais não escondam o prazer que sentiram ao matar, e que foram gravadas sem que eles soubessem com o objetivo de obter informação militarmente relevante.
"No segundo dia da guerra da Polônia tive que lançar bombas sobre uma estação em Posem. Não gostei. No terceiro dia, me pareceu igual, e no quarto, já passei a gostar", disse um soldado em uma conversa gravada no dia 30 de abril de 1940 que acrescentou: "Nossa diversão matutina era caçar soldados inimigos pelos campos com metralhadoras e deixá-los no chão com duas balas nas costas".
Outro soldado, ao descrever um bombardeio no qual os cavalos "voaram pelos ares", disse que senti pena dos animais, mas não sentia o mesmo pelas pessoas.
"Os cavalos me davam pena, as pessoas não. Os cavalos me deram pena até o último dia", explicou a um de seus companheiros de cativeiro.
O Holocausto, por outro lado, é pouco citado durante as conversas, uma circunstância que os autores do livro atribuem a que para os soldados não se tratava de algo especial.
Quando abordam o tema fica claro que estão informados do que ocorria, e inclusive um dos soldados conta a outro como um oficial das SS o convidou para presenciar e filmar um fuzilamento em massa de judeus.
A espontaneidade e a sinceridade é o maior "valor" das conversas frente os testemunhos diretos de soldados que participaram da Segunda Guerra Mundial, pois geralmente "maquiavam" suas verdadeiras sensações.
As cartas, por sua parte, eram, de certa forma, uma versão da guerra para as famílias, que naturalmente ocultava muitos detalhes, enquanto as memórias de veteranos da Segunda Guerra Mundial apresentam, por último, o problema da deformação, às vezes involuntária, das noções de lembranças que costumam perder com o passar dos anos, somada à necessidade dos autores de apresentar uma imagem respeitável.
Fonte: EFE/Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5076381-EI8142,00-Livro+resgata+prazer+de+matar+dos+soldados+alemaes+na+Guerra.html
No livro Soldaten (Soldados, em alemão), Neitzel e Wetzer acabam com o mito que o Exército alemão teve um papel supostamente respeitável na Segunda Guerra Mundial e que não tinha sido cúmplice direto dos crimes do nacional-socialismo, em contraste com as unidades especiais das SS.
O mito já tinha sido alvo com a famosa exposição "Vernichtungskrieg. Verbrecher der Wehrmacht" (Guerra de Extermínio. Crimes do Exército alemão) que percorreu a Alemanha entre 1995 e 1999, e que em algumas cidades gerou protestos.
Os testemunhos de soldados alemães publicados em seu livro por Nietzel e Wetzer não deixam dúvidas que matar e saquear não representava nenhum problema ético e, pelo contrário, gerava prazer.
As declarações foram encontradas por Neitzel em arquivos britânicos e americanos quando o historiador pesquisava sobre a guerra no Atlântico.
Trata-se de transcrições de conversas entre soldados alemães em cativeiro nas quais não escondam o prazer que sentiram ao matar, e que foram gravadas sem que eles soubessem com o objetivo de obter informação militarmente relevante.
"No segundo dia da guerra da Polônia tive que lançar bombas sobre uma estação em Posem. Não gostei. No terceiro dia, me pareceu igual, e no quarto, já passei a gostar", disse um soldado em uma conversa gravada no dia 30 de abril de 1940 que acrescentou: "Nossa diversão matutina era caçar soldados inimigos pelos campos com metralhadoras e deixá-los no chão com duas balas nas costas".
Outro soldado, ao descrever um bombardeio no qual os cavalos "voaram pelos ares", disse que senti pena dos animais, mas não sentia o mesmo pelas pessoas.
"Os cavalos me davam pena, as pessoas não. Os cavalos me deram pena até o último dia", explicou a um de seus companheiros de cativeiro.
O Holocausto, por outro lado, é pouco citado durante as conversas, uma circunstância que os autores do livro atribuem a que para os soldados não se tratava de algo especial.
Quando abordam o tema fica claro que estão informados do que ocorria, e inclusive um dos soldados conta a outro como um oficial das SS o convidou para presenciar e filmar um fuzilamento em massa de judeus.
A espontaneidade e a sinceridade é o maior "valor" das conversas frente os testemunhos diretos de soldados que participaram da Segunda Guerra Mundial, pois geralmente "maquiavam" suas verdadeiras sensações.
As cartas, por sua parte, eram, de certa forma, uma versão da guerra para as famílias, que naturalmente ocultava muitos detalhes, enquanto as memórias de veteranos da Segunda Guerra Mundial apresentam, por último, o problema da deformação, às vezes involuntária, das noções de lembranças que costumam perder com o passar dos anos, somada à necessidade dos autores de apresentar uma imagem respeitável.
Fonte: EFE/Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5076381-EI8142,00-Livro+resgata+prazer+de+matar+dos+soldados+alemaes+na+Guerra.html
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