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domingo, 12 de janeiro de 2014

Diretor chinês coloca na tela Julgamento de Tóquio

O julgamento de Tóquio, efetuado pelo Tribunal Militar Internacional Aliado para o Extremo Oriente contra os 28 maiores criminosos de guerra japoneses, foi transportado à tela pelo diretor chinês, Gao Qunshu. O filme, com nome homônimo, entrou em circuito nacional no dia 31 de agosto.

O famosíssimo julgamento da história da humanidade, que estendeu de maio de 1946 a julho de 1948, cravou vários recordes históricos: 818 sessões, 48 mil páginas de registros taquigráficos, 419 testemunhas, mais de 4.000 provas documentais e 1.131 páginas de sentença.

Gao Qunshu juntou duas histórias no filme: o relato de Mei Ru´ao, o único juiz chinês no tribunal e as dores de uma família comum japonesa durante a guerra. Segundo ele, a maior dificuldade da filmagem se encontrou na procura de fontes materiais.

"Os registros históricos existentes na China sobre o Julgamento de Tóquio são muito limitados. Visitamos quase todas as bibliotecas que possuem registros a respeito. Tenho que confessar que as fontes mais valiosas para o filme vem de uma série de livros publicados no Japão".

Conforme o diretor, 80% dos diálogos do longa ocorrem nos idiomas Inglês e Japonês. O roteiro do filme foi revisado, palavra por palavra, por historiadores, linguistas e juristas. Isso, segundo Gao, é um reflexo de respeito à história.

"O roteiro foi revisado por historiadores e linguistas. Há muitos termos referentes à lei, que exigem uma alta precisão das palavras. É importantíssimo para um diretor de filme assumir sua responsabilidade ao transportar a história à tela. O julgamento existiu e assumiu uma importância indiscutível na história da humanidade".

O elenco da longa é formado por atores do continente chinês, Taiwan, Hong Kong, Japão e EUA. De acordo com Gao, os atores japoneses, que dão vida aos criminosos de guerra, atuaram de maneira muito profissional.

"Decidimos desde o começo selecionar atores japoneses para interpretar os criminosos de guerra. O objetivo é garantir a credibilidade do filme. E eles (atores japoneses) aceitaram interpretar os papéis".

Formado em jornalismo, Gao Qunshu foi repórter e diretor de novelas. O Julgamento de Tóquio é a sua primeira produção cinematográfica e arrecadou 4,5 milhões de yuans apenas nos primeiros três dias de estreia. A conclusão do filme, no entanto, foi dificultada por uma crise financeira provocada pela retirada de um dos investidores da produção. Gao só conseguiu prosseguir o filme com 5 milhões de yuans obtidos após a hipoteca dos direitos autorais de uma das suas novelas inéditas.

"Fiz tudo o que podia diante de um tema histórico tão sério e pesado", concluiu Gao.

Fonte: Site da CRI (Rádio Internacional da China)
http://portuguese.cri.cn/101/2006/09/18/1@51596.htm

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Coleção de arte nazista contém obras-primas até então desconhecidas

Atualizado em 5 de novembro, 2013 - 13:27 (Brasília) 15:27 GMT
Reprodução de obra de Chagall (AP)

Quadros foram encontrados durante investigação de evasão fiscal
Obras até então desconhecidas de grandes pintores estão entre as cerca de 1,4 mil peças encontradas em uma valiosa coleção de arte que havia sido confiscada pelos nazistas, anunciaram autoridades alemãs.

A coleção foi encontrada em Munique, em 2012, durante uma investigação de evasão fiscal por parte de autoridades alemãs. Mas o caso só veio a público agora em uma reportagem na revista alemã Focus.

Um curador que está analisando a coleção - com quadros que se supõe terem sido confiscada de instituições e colecionadores judeus durante o nazismo - disse à BBC que o catálogo inclui obras que se pensava que estavam destruídas e outras cuja existência era desconhecida.

Entre elas estão quadros não registrados de artistas como Marc Chagall, Otto Dix, Max Liebermann e Henri Matisse.

Há também obras de Pablo Picasso, Henri de Toulouse-Lautrec e Gustave Courbet.

Com base nisso, historiadores da arte de todo o mundo estão preparando adendos a biografias de diversos artistas modernistas.

Por sua vez, promotores afirmam que ainda estão tentando identificar a quem as obras pertenciam originalmente.

Segredos

O editor de artes da BBC, Will Gompertz, ressalta, porém, que há frustração no meio artístico com a falta de informações fornecidas pelas autoridades alemãs a respeito da coleção - dos cerca de 1,4 mil quadros encontrados, só foram dados detalhes de dois deles.

O caso todo está envolto em sigilo. O catálogo inteiro não será postado online, e pessoas que achem que suas famílias podem ser as donas originais das obras devem tomar a iniciativa de buscar as autoridades.

Questionada em entrevista coletiva o porquê da demora em trazer o assunto a público, a Promotoria alemã afirmou que teria sido "contraproducente" divulgar o caso e que mantém informações em segredo por motivos "práticos e legais".

Investigadores dizem ter "provas concretas" de que ao menos parte da coleção fora tomada pelos nazistas de seus donos originais ou foram consideradas "degeneradas" pelo regime.

Reinhard Nemetz, chefe da Promotoria de Augsburg, disse que a coleção - com 121 quadros emoldurados e outros 1.258 sem moldura - foi encontrada no apartamento de um homem chamado Cornelius Gurlitt, investigado por evasão fiscal.
Obras descobertas do artista Otto Dix (Reuters)

Autoridades alemãs foram criticadas
pela demora em revelar a descoberta
Segundo a Focus, Gurlitt é filho de um colecionador de arte que teria sido recrutado pelos nazistas para vender obras confiscadas no exterior. Depois da Segunda Guerra Mundial, o colecionador alegou que sua coleção fora destruída durante um bombardeio.

Um conhecido dele disse que Gurlitt herdou a coleção após a morte de sua mãe, ainda que aparentemente não a tenha declarado. Ele teria se tornado um recluso mercador de arte em Munique, que vendia os quadros quando precisava de dinheiro. Seu paradeiro é desconhecido e não se sabe ainda se ele sequer cometeu algum crime.

O que se sabe é que estava em posse de uma coleção estimada em 1 bilhão de euros (mais de R$ 3 bilhões).

'Qualidade excepcional'

Representantes de associações judaicas questionaram a demora da Alemanha em revelar a coleção e fizeram um apelo para que ela seja devolvida a seus donos originais - alegando que coleções privadas de arte do Terceiro Reich eram em sua maioria de posse de judeus.

Mas alguns leiloeiros argumentaram que pelo menos parte da coleção recém-descoberta foi comprada pelo pai de Gurlitt por preços irrisórios, em 1938, de uma outra coleção, de obras em posse do governo.

O especialista em arte Meike Hoffmann disse que algumas das obras da coleção estão sujas, mas não danificadas.

"Os quadros são de qualidade excepcional e têm valor muito especial para especialistas", diz ele. "Muitos sequer eram conhecidos até agora."

Fonte: BBC Brasil
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/11/131105_colecao_arte_nazista_pai.shtml

Ver mais:
http://www.dgabc.com.br/Noticia/492579/alemanha-colecao-inclui-obras-de-arte-desconhecidas?referencia=minuto-a-minuto-topo (Dgabc, Brasil)
http://www.dw.de/tesouro-de-munique-inclui-obras-de-arte-in%C3%A9ditas/a-17206936 (DW, Alemanha)

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Livro resgata prazer de matar dos soldados alemães na 2ª Guerra

O historiador Sönke Neitzel e o psicólogo Harald Wetzer resgataram um outro olhar sobre os horrores da Segunda Guerra Mundial, abordando a fascinação pelo confronto bélico por parte de muitos soldados alemães.

No livro Soldaten (Soldados, em alemão), Neitzel e Wetzer acabam com o mito que o Exército alemão teve um papel supostamente respeitável na Segunda Guerra Mundial e que não tinha sido cúmplice direto dos crimes do nacional-socialismo, em contraste com as unidades especiais das SS.

O mito já tinha sido alvo com a famosa exposição "Vernichtungskrieg. Verbrecher der Wehrmacht" (Guerra de Extermínio. Crimes do Exército alemão) que percorreu a Alemanha entre 1995 e 1999, e que em algumas cidades gerou protestos.

Os testemunhos de soldados alemães publicados em seu livro por Nietzel e Wetzer não deixam dúvidas que matar e saquear não representava nenhum problema ético e, pelo contrário, gerava prazer.

As declarações foram encontradas por Neitzel em arquivos britânicos e americanos quando o historiador pesquisava sobre a guerra no Atlântico.

Trata-se de transcrições de conversas entre soldados alemães em cativeiro nas quais não escondam o prazer que sentiram ao matar, e que foram gravadas sem que eles soubessem com o objetivo de obter informação militarmente relevante.

"No segundo dia da guerra da Polônia tive que lançar bombas sobre uma estação em Posem. Não gostei. No terceiro dia, me pareceu igual, e no quarto, já passei a gostar", disse um soldado em uma conversa gravada no dia 30 de abril de 1940 que acrescentou: "Nossa diversão matutina era caçar soldados inimigos pelos campos com metralhadoras e deixá-los no chão com duas balas nas costas".

Outro soldado, ao descrever um bombardeio no qual os cavalos "voaram pelos ares", disse que senti pena dos animais, mas não sentia o mesmo pelas pessoas.

"Os cavalos me davam pena, as pessoas não. Os cavalos me deram pena até o último dia", explicou a um de seus companheiros de cativeiro.

O Holocausto, por outro lado, é pouco citado durante as conversas, uma circunstância que os autores do livro atribuem a que para os soldados não se tratava de algo especial.

Quando abordam o tema fica claro que estão informados do que ocorria, e inclusive um dos soldados conta a outro como um oficial das SS o convidou para presenciar e filmar um fuzilamento em massa de judeus.

A espontaneidade e a sinceridade é o maior "valor" das conversas frente os testemunhos diretos de soldados que participaram da Segunda Guerra Mundial, pois geralmente "maquiavam" suas verdadeiras sensações.

As cartas, por sua parte, eram, de certa forma, uma versão da guerra para as famílias, que naturalmente ocultava muitos detalhes, enquanto as memórias de veteranos da Segunda Guerra Mundial apresentam, por último, o problema da deformação, às vezes involuntária, das noções de lembranças que costumam perder com o passar dos anos, somada à necessidade dos autores de apresentar uma imagem respeitável.

Fonte: EFE/Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5076381-EI8142,00-Livro+resgata+prazer+de+matar+dos+soldados+alemaes+na+Guerra.html

sábado, 12 de março de 2011

Quem foi Oswald Pohl

Oswald Pohl em Nuremberg,
sentenciado à pena de morte
(1892-1951), chefe da principal secretaria econômico-administrativa das SS (Wirtschafts Verwaltungshauptamt, WVHA). Pohl entrou no Partido Nazista em 1926 e na SS em 1929. Seu talento como organizador chamou a atenção do chefe da SS Heinrich Himmler, que fez de Pohl chefe da principal secretaria de administração das SS em 1935.

Em 1939, Pohl foi nomeado diretor ministerial do Ministério do Interior. Nessa posição, ele rapidamente construiu empresas SS com a ajuda de apoiadores nazistas de várias indústrias alemãs. Em 1942 as atividades de Pohl foram reunidos sob um novo local: a WVHA, que foi responsável pela inspecção do campo de concentração, e dos projetos de trabalho de mais de 500.000 prisioneiros do campo de concentração, que às vezes eram escondidos para trabalhar para empresas alemãs. Este fez de Pohl um dos homens mais poderosos e proeminentes nas SS.

Pohl também trouxe a idéia de mandar de volta à Alemanha todos os pertences pessoais de judeus que foram gaseados - incluindo o cabelo, dentes de ouro, roupas, alianças e outras jóias etc - e usá-las ou transformá-las em dinheiro. Esta operação foi em toda parte a ênfase das SS para serem eficientes e financeiramente independentes de outros países. Depois da guerra, Pohl foi preso e condenado à morte. Ele foi executado em 1951.

Fonte: Shoah Resource Center (Yad Vashem)
http://www1.yadvashem.org/odot_pdf/Microsoft%20Word%20-%205731.pdf
Tradução: Roberto Lucena

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