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domingo, 29 de março de 2015

Werner Heyde. A psiquiatria nos campos de concentração, os Totenkopf e a Aktion T4

Werner Heyde figura nos livros de história do III Reich por dois motivos. Nas histórias militares, ou das SS, é o jovem psiquiatra que sanou as dúvidas de Himmler sobre a cordura (tolerância) e sanidade de de Theodor Eicke. A raíz de seus relatórios, Eicke deixou de estar recluso em uma clínica psiquiátrica, para ser nomeado comandante do maior campo de concentração (KZ) da Alemanha, Dachau, a partir de junho de 1933.

A partir daí, Eicke desenvolveu uma singular carreira como organizador de todo o sistema de campos de concentração do III Reich, previu o assassinato de Ernst Röhm na chamada Noite dos longos punhais. Em 1940, abandonou essas responsabilidades para liderar uma divisão com o pessoal de seus campos. Terminou morrendo no front, quando seu Storch foi derrubado em 26 de fevereiro de 1943. Talvez devido a essa morte prematura, todo o pessoal dos KZ, nos julgamentos pós-guerra, atribuíram a sua formação, a crueldade e dureza do sistema. Eles só seguiam as ordens de Eicke. Nada além disso.

Mas regressemos a Werner Heyde.

Werner Heyde ingressa no NSDAP em 01-05-1933 pela recomendação de Eicke, e participou no desenho e na realização prática dos programas de esterilização e eugenia. Começou trabalhando dois dias na semana nas SS-Totenkopfverbände, como chefe das unidades psiquiátricas dos KZ, ao mesmo tempo que era professor associado da Universidade de Würzburg. SS-Hauptsturmführer (capitão) em 1936, de 1939 a dezembro de 1941 foi o diretor médico da Aktion T4. A Aktion T4 consistiu em matar, segundo suas próprias cifras, a 70.273 doentes mentais alemães entre 1939 e 1941, sem incluir outras mortes e seleções no KZ. Heyde também trabalhou nas esterilizações forçadas.

Heyde perdeu seu cargo a frente da T4 ao ser acusado pelo SD de atividades homossexuais, que pelo visto reconheceu, alegando traumas infantis. Himmler considerou que era valioso demais para as SS e não o expulsou da organização. Tendo em conta seu enfoque prático nessas questões, sem dúvida pesou a favor de Heyde o fato de que estava casado desde 1927, de forma que sua homossexualidade não o impedia de ter filhos para o Reich. Heyde chegou a SS-Obersturmbannführer (tenente coronel), e no pós-guerra seguiu trabalhando como médico e perito judicial sob nome falso. Descoberto e acusado, suicidou-se na prisão de Butzbach em 13-02-1964.

Bibliografia:

Michael Burleigh: Death and Deliverance. Euthanasia in Germany 1900-1945. Pan Books, Londres 2002, pg. 116-120. (1º ed. 1994 Cambridge University Press).

French MacLean: The Camp Men, Schiffer Militay History, Atglen, PA, 1999. Pg. 108.

Verbete da Wikipedia alemã (a Wikipedia inglesa, consultada em 16-02-15 contém muitos erros).


Werner Heyde no momento de sua detenção em 1959. Fonte: http://historyofmentalhealth.com/

Fonte: blog Antirrevisionismo (Espanha)
Título original: Werner Heyde. La psiquiatría en los campos de concentración, los Totenkopf y la Aktion T4
https://antirrevisionismo.wordpress.com/2015/02/16/werner-heyde-la-psiquiatria-en-los-campos-de-concentracion-los-totenkopf-y-la-aktion-t4/
Tradução: Roberto Lucena

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Himmler e suas Waffen-SS

Desde 1934 estava claro que Himmler preparava sua SS para criar seu próprio exército privado, uma guarda pretoriana acima da autoridade da Wehrmacht, com capacidade de combate e apenas leal ao seu führer. Ninguém devia acusar seus policiais, ou os guardas dos campos de concentração, de escapulir do front.

O começo dessa "elite" não foi muito prometedor, mas o que lhe faltava em experiência ou adestramento o supriram com seu entusiasmo, sofrendo mais baixas que outras unidades. Na Polônia, em que pese seu entusiasmo (ou por conta dele mesmo) o regimento motorizado da guarda de Hitler (o Leibstandarte de Sepp Dietrich) foi cercado e teve que ser resgatado por uma vulgar infantaria. Ao estar submetidos à disciplina do exército, este se empenhou em julgar um policial e um soldado de artilharia da SS por assassinar um de cinquenta judeus. Foram condenados a três anos. Mas não tiveram que cumprir um só dia, já que houve uma anistia geral para todos os casos deste tipo de "indisciplina" antes da campanha da França.

Exaustos no front, em 27 de maio de 1940 uma companhia da Totenkopf sob comando do tenente Fritz Knöchlein fuzilou a uma centena de prisioneiros britânicos do 2º regimento de Norfolk em Le Paradis, depois de haver sofrido baixas sob seu fogo. Em 28 o segundo batalhão da Leibstandarte fez o mesmo com uns oitenta prisioneiros desarmados em um celeiro próximo de Wormhoudt, em Flandes.

Os 18.000 SS armados de 1939 haviam se convertido em 100.000 em maio de 1940. Além disso, já não estavam submetidos à polícia militar do exército alemão.

Himmler ante os oficiais da Leibstandarte SS Adolf Hitler, outono de 1940
[...] Onde com uma temperatura de quarenta graus abaixo de zero tivermos que trasladar, a milhares, a dezenas de milhares, a centenas de milhares, onde tivermos que ter dureza de, e que vão escutar e depois esquecer imediatamente, matar a tiros centenas de dirigentes poloneses, onde tivermos que ser extremamente duros porque, caso contrário se voltarão contra a gente depois. Em muitos casos, é muito mais simples entrar na batalha com uma companhia de infantaria que suprimir uma população obstrutora de baixa cultura ou executar pessoas ou removê-las.
Notas:

Lang, the divided Self, 1966. pg 121 Citado por Padfield, Peter: Himmler, el líder de las SS y de la Gestapo. (Himmler, Reichführer SS, Nueva York 1990), Tradução de Ana Mendoza, La Esfera de los Libros, Madrid 2003. pg. 358.

Para referência dos primeiros crimes de guerra das Waffen-SS na França, em maio de 1940:
Lumsden, Robin: Historia secreta de las SS (Hitler’ Black Order, 1997) Tradução de Alejandra Devoto. La Esfera de los Libros, Madrid 2003. pp. 292-293.

Padfield, Peter: Himmler, el líder de las SS y de la Gestapo. (Himmler, Reichführer SS, 1990), Tradução de Ana Mendoza, La Esfera de los Libros, Madrid 2003. pg. 372-73.

Wykes, Alan: Guardia de Hitler, SS Leibstandarte (SS Leibstandarte, 1970.Tradução Lázaro Minué). Editora San Martín, Madrid 1977. pg. 95-99.

Elting, John R; Steinn, George: Las SS (The SS, 1990 Tradução de Domingo Santos) Editora Rombo, Barcelona 1995 pg. 155-156.

Fonte: blog antirrevisionismo. El III Reich y la Wehrmacht
http://antirrevisionismo.wordpress.com/2007/07/26/himmer-y-sus-waffen-ss/
Tradução: Roberto Lucena

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