Werner Heyde figura nos livros de história do III Reich por dois motivos. Nas histórias militares, ou das SS, é o jovem psiquiatra que sanou as dúvidas de Himmler sobre a cordura (tolerância) e sanidade de de Theodor Eicke. A raíz de seus relatórios, Eicke deixou de estar recluso em uma clínica psiquiátrica, para ser nomeado comandante do maior campo de concentração (KZ) da Alemanha, Dachau, a partir de junho de 1933.
A partir daí, Eicke desenvolveu uma singular carreira como organizador de todo o sistema de campos de concentração do III Reich, previu o assassinato de Ernst Röhm na chamada Noite dos longos punhais. Em 1940, abandonou essas responsabilidades para liderar uma divisão com o pessoal de seus campos. Terminou morrendo no front, quando seu Storch foi derrubado em 26 de fevereiro de 1943. Talvez devido a essa morte prematura, todo o pessoal dos KZ, nos julgamentos pós-guerra, atribuíram a sua formação, a crueldade e dureza do sistema. Eles só seguiam as ordens de Eicke. Nada além disso.
Mas regressemos a Werner Heyde.
Werner Heyde ingressa no NSDAP em 01-05-1933 pela recomendação de Eicke, e participou no desenho e na realização prática dos programas de esterilização e eugenia. Começou trabalhando dois dias na semana nas SS-Totenkopfverbände, como chefe das unidades psiquiátricas dos KZ, ao mesmo tempo que era professor associado da Universidade de Würzburg. SS-Hauptsturmführer (capitão) em 1936, de 1939 a dezembro de 1941 foi o diretor médico da Aktion T4. A Aktion T4 consistiu em matar, segundo suas próprias cifras, a 70.273 doentes mentais alemães entre 1939 e 1941, sem incluir outras mortes e seleções no KZ. Heyde também trabalhou nas esterilizações forçadas.
Heyde perdeu seu cargo a frente da T4 ao ser acusado pelo SD de atividades homossexuais, que pelo visto reconheceu, alegando traumas infantis. Himmler considerou que era valioso demais para as SS e não o expulsou da organização. Tendo em conta seu enfoque prático nessas questões, sem dúvida pesou a favor de Heyde o fato de que estava casado desde 1927, de forma que sua homossexualidade não o impedia de ter filhos para o Reich. Heyde chegou a SS-Obersturmbannführer (tenente coronel), e no pós-guerra seguiu trabalhando como médico e perito judicial sob nome falso. Descoberto e acusado, suicidou-se na prisão de Butzbach em 13-02-1964.
Bibliografia:
Michael Burleigh: Death and Deliverance. Euthanasia in Germany 1900-1945. Pan Books, Londres 2002, pg. 116-120. (1º ed. 1994 Cambridge University Press).
French MacLean: The Camp Men, Schiffer Militay History, Atglen, PA, 1999. Pg. 108.
Verbete da Wikipedia alemã (a Wikipedia inglesa, consultada em 16-02-15 contém muitos erros).
Werner Heyde no momento de sua detenção em 1959. Fonte: http://historyofmentalhealth.com/
Fonte: blog Antirrevisionismo (Espanha)
Título original: Werner Heyde. La psiquiatría en los campos de concentración, los Totenkopf y la Aktion T4
https://antirrevisionismo.wordpress.com/2015/02/16/werner-heyde-la-psiquiatria-en-los-campos-de-concentracion-los-totenkopf-y-la-aktion-t4/
Tradução: Roberto Lucena
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domingo, 29 de março de 2015
Werner Heyde. A psiquiatria nos campos de concentração, os Totenkopf e a Aktion T4
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segunda-feira, 11 de novembro de 2013
Doutores do inferno: experimentos com fenol
Publicado em 26 junho, 2012
Foi este o terceiro grupo de experimentos que não aparecia descritos expressamente no texto de acusação, mas que ainda assim foram ajuizados devido à existência de provas que colocavam de manifesto a comissão de atos desumanos e atrocidades.
O propósito deste experimento consistia em comprovar a tolerância do soro composto de fenol em soldados afetados com gangrena gasosa. Tanto nos campos de concentração como no exército, buscava-se métodos preventivos contra a gangrena gasosa.
O fenol é um potente veneno corrosivo, e sua solução aquosa, o ácido carbólico, é utilizado como antisséptico. As injeções de fenol se converteram assim mesmo no método clínico para o assassinato em massa dentro do programa de eutanásia, sem o objetivo científico de sanar, senão o de melhor "restabelecer" a saúde do Volk alemão mediante a erradicação de todos os "elementos inferiores". Esta categoria laxa (larga) incluía a judeus, ciganos e eslavos; "vidas indignadas de serem vividas": enfermos, retardados, deficientes mentais, epiléticos, enfermos mentais, cegos e pessoas deformes; e "indesejáveis": delinquentes, homossexuais, alcoólicos e outros grupos.
(…)
O doutor Hoven, um dos acusados, testemunho em 24 de outubro de 1946 como médico chefe de Buchenwald (prova 281 da acusação):
Fonte: extraído do blog El Viento en la Noche (Espanha)
http://universoconcentracionario.wordpress.com/2012/06/26/doctores-del-infierno-experimentos-con-fenol/
Trecho do livro (citado no blog): "Doctores del Infierno" (livro original em inglês, Doctors from Hell), Tempus, 2009, págs. 262 a 263; de Vivien Spitz
Tradução: Roberto Lucena
Foi este o terceiro grupo de experimentos que não aparecia descritos expressamente no texto de acusação, mas que ainda assim foram ajuizados devido à existência de provas que colocavam de manifesto a comissão de atos desumanos e atrocidades.
O propósito deste experimento consistia em comprovar a tolerância do soro composto de fenol em soldados afetados com gangrena gasosa. Tanto nos campos de concentração como no exército, buscava-se métodos preventivos contra a gangrena gasosa.
O fenol é um potente veneno corrosivo, e sua solução aquosa, o ácido carbólico, é utilizado como antisséptico. As injeções de fenol se converteram assim mesmo no método clínico para o assassinato em massa dentro do programa de eutanásia, sem o objetivo científico de sanar, senão o de melhor "restabelecer" a saúde do Volk alemão mediante a erradicação de todos os "elementos inferiores". Esta categoria laxa (larga) incluía a judeus, ciganos e eslavos; "vidas indignadas de serem vividas": enfermos, retardados, deficientes mentais, epiléticos, enfermos mentais, cegos e pessoas deformes; e "indesejáveis": delinquentes, homossexuais, alcoólicos e outros grupos.
(…)
O doutor Hoven, um dos acusados, testemunho em 24 de outubro de 1946 como médico chefe de Buchenwald (prova 281 da acusação):
"Em alguns casos supervisionei a morte desses reclusos imprestáveis mediante injeções de fenol, a petição dos reclusos. As mortes ocorreram no hospital de campo e vários reclusos me ajudaram. Em uma ocasião, o doutor Ding foi ao hospital assistir as mortes com fenol e disse que não estavam sendo feitas corretamente, assim que ele mesmo deu algumas injeções. Naquela ocasião foram mortas três pessoas com injeções de fenol, e os três morreram em menos de um minuto.As surras as quais se referia o doutor Hoven ocorriam porque alguns presos recebiam tratamento preferencial. Os reclusos aos quais eram dados postos-chaves no campo, normalmente eram encarcerados por motivos não "políticos", desfrutavam frequentemente de melhores condições de vida. Isso gerava inveja entre os reclusos menos favorecidos que provocavam represálias, inclusive o assassinato. Tal comportamento era comum nos campos de concentração. Hoven usa a palavra "traidor" para dar a entender que os sujeitos da experimentação eram presos políticos.
O número total de traidores que foram mortos fora de uns cento e cinquenta, dos quais sessenta morreram por injeções de fenol administradas por mim pessoalmente ou sob minha supervisão no hospital de campo, e os demais presos foram foram mortos de diversas maneiras; por espancamento, por exemplo"
Fonte: extraído do blog El Viento en la Noche (Espanha)
http://universoconcentracionario.wordpress.com/2012/06/26/doctores-del-infierno-experimentos-con-fenol/
Trecho do livro (citado no blog): "Doctores del Infierno" (livro original em inglês, Doctors from Hell), Tempus, 2009, págs. 262 a 263; de Vivien Spitz
Tradução: Roberto Lucena
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sexta-feira, 13 de setembro de 2013
Grupo neonazi tortura e humilha jovens gays para postar vídeos e imagens em redes sociais
Alarmante situação na Rússia. Grupo neonazi tortura e humilha jovens gays para postar vídeos e imagens em redes sociais.
Aviso: vídeo abaixo contém cenas violentas, não recomendável a visualização por quem se choca muito com imagens de espancamento e tortura.
Um jovem homossexual foi agredido na Rússia por difundir propaganda de relações do mesmo sexo em redes sociais.
Os agressores que dizem lutar contra os pecados da sociedade contatam suas vítimas através de contas falsas do Facebook para acordar sitas com jovens e adultos homossexuais, e depois os obrigam a realizar atividades vergonhosas, humilham-nos e os golpeiam.
Artem Gorodilov é uma das últimas vítimas do grupo “Occupy Pedofilyaj” que foi ultrajado e obrigado a subir em um carro e viajar até o cemitério local de Kamensk-Uralsky, onde os agressores o submetiam a insultos e ameaças por ser homossexual e difundir propaganda gay através da internet.
Seus captores o obrigaram a ficar ao lado da tumba de outro garoto homossexual que havia cometido suicídio meses antes depois de ter sido agredido também por este grupo.
Os ataques são colocados na internet para satisfação dos algozes.
Este e outros casos de agressão são provas evidentes da gravíssima situação que vivem os homossexuais na Rússia depois da aprovação da lei que proíbe a chamada «propaganda homossexual».
A despreocupação do governo e de 84% da população em relação aos ataques a pessoas homossexuais permite que isto continua acontecendo a cada dia mais atos como este na Rússia.
Este é um dos vídeos que mostra o abuso por parte do grupo neonazi a pessoas homossexuais.
Yotube/JohnAravosis
Publicado em 11 de setembro de 2013
Fonte: Redação NTN24
Fonte: NTN24 (Colômbia)
http://www.ntn24.com/noticias/en-rusia-un-grupo-neonazi-tortura-y-humilla-jovenes-gais-y-luego-postea-videos-de-las-victimas-en
Tradução: Roberto Lucena
Aviso: vídeo abaixo contém cenas violentas, não recomendável a visualização por quem se choca muito com imagens de espancamento e tortura.
Foto tomada de: inoutpost.com |
Os agressores que dizem lutar contra os pecados da sociedade contatam suas vítimas através de contas falsas do Facebook para acordar sitas com jovens e adultos homossexuais, e depois os obrigam a realizar atividades vergonhosas, humilham-nos e os golpeiam.
Artem Gorodilov é uma das últimas vítimas do grupo “Occupy Pedofilyaj” que foi ultrajado e obrigado a subir em um carro e viajar até o cemitério local de Kamensk-Uralsky, onde os agressores o submetiam a insultos e ameaças por ser homossexual e difundir propaganda gay através da internet.
Foto de: inoutpost.com |
Os ataques são colocados na internet para satisfação dos algozes.
Este e outros casos de agressão são provas evidentes da gravíssima situação que vivem os homossexuais na Rússia depois da aprovação da lei que proíbe a chamada «propaganda homossexual».
A despreocupação do governo e de 84% da população em relação aos ataques a pessoas homossexuais permite que isto continua acontecendo a cada dia mais atos como este na Rússia.
Este é um dos vídeos que mostra o abuso por parte do grupo neonazi a pessoas homossexuais.
Yotube/JohnAravosis
Publicado em 11 de setembro de 2013
Fonte: Redação NTN24
Fonte: NTN24 (Colômbia)
http://www.ntn24.com/noticias/en-rusia-un-grupo-neonazi-tortura-y-humilla-jovenes-gais-y-luego-postea-videos-de-las-victimas-en
Tradução: Roberto Lucena
quinta-feira, 20 de junho de 2013
Fascistas criaram 'ilha gay' na Itália para confinar homossexuais (Fascismo)
Alan Johnston. BBC News
Atualizado em 14 de junho, 2013 - 07:57 (Brasília) 10:57 GMT
Há 75 anos, durante o fascismo na Itália, um grupo de homens rotulados de "degenerados", foram expulsos de casa e internados em uma ilha.
Eles eram mantidos em cárcere privado, mas alguns deles dizem ter vivido uma experiência liberalizante nesta que teria sido a primeira comunidade abertamente gay do país.
Todos os anos, turistas são atraídos pela beleza dessa pequena faixa de ilhas vulcânicas do Mar Adriático.
Mas apenas recentemente um grupo de visitantes chegou ao arquipélago de Tremiti, não apenas para aproveitar a paz e o sossego do lugar, mas para lembrar um fato importante.
O grupo era formado por ativistas de direitos dos gays, lésbicas e transgêneros.
Eles vieram para realizar uma pequena cerimônia relembrando um triste episódio ocorrido na ilha há 70 anos.
'Avanço da degeneração'
Por volta do final dos anos 1930, o arquipélago teve participação importante no esforço dos fascistas de Benito Mussolini de suprimir a homossexualidade.
Os gays atrapalhavam o projeto do líder fascista do país, Benito Mussolini, que queria disseminar uma Itália de imagem masculina.
"Fascismo é um regime viril. Portanto, os italianos são fortes e masculinos, e é impossível que a homossexualidade possa existir no regime fascista", diz o professor de história da Universidade de Bergamo, Lorenzo Benadusi.
Assim, a estratégia era a de encobrir a questão de todas as formas possíveis.
Leis discriminatórias contra gays acabaram não sendo aprovadas na época, mas o clima criado não permitia manifestações de homossexualidade, que poderiam ser vigorosamente reprimidas.
E um prefeito da cidade siciliana de Catania tirou grande proveito dessa atmosfera de repressão de Mussolini.
"Nós notamos que alguns clubes, praias e lugares nas montanhas recebem muitos desses homens doentes e jovens de todas as classes sociais buscam a sua companhia", escreveu.
Ele estava determinado a combater o "avanço da degeneração" na cidade "ou, pelo menos, conter a aberração sexual que ofende a moralidade e que é um desastre para a saúde pública e para o melhoramento da raça".
E ele continuou: "Este demônio precisa ser atacado e queimado na sua essência".
Livro
"Nós fazíamos teatro e podíamos nos vestir de mulher que ninguém dizia nada"
Giuseppe B, prisioneiro de San Domino
Assim, em 1938, cerca de 45 homens acusados de serem homossexuais em Catania, na Sicília, foram presos e enviados a um exílio interno.
Subitamente, o grupo se viu confinado a 600 km de distância, na ilha de San Domino, em Tremitis, no Mar Adriático.
O episódio foi totalmente esquecido. Acredita-se que ninguém que tenha enfrentado a punição continue vivo atualmente e existem apenas poucos relatos do que aconteceu na ilha.
Mas no livro A Ilha e a Cidade, os pesquisadores Gianfranco Goretti e Tommaso Giartosi falam de dezenas de homens, a maioria de Catania, e as duras condições que enfrentaram em San Domino.
Eles teriam chegado algemados e então abrigados numa casa ampla de dormitórios espartanos, sem eletricidade ou água encanada.
"Nós ficávamos curiosos, porque eles eram chamados de 'as garotas'", conta Carmela Santoro, uma moradora da ilha que era apenas uma criança quando os exilados gays começaram a chegar.
"Nós íamos assisti-los a sair do barco... todos bem vestidos, no verão, com meias brancas... de chapéu. E nós vínhamos vê-los com surpresa... 'olha aquela uma, como ela se mexe!' Mas nós não tínhamos nenhum contato com eles".
Outro morador, Attilio Carducci, relembra quando um sinal sonoro tocava às 8 da noite todos os dias, anunciando que os homens não podiam mais ficar do lado de fora.
"Eles eram trancados dentro dos dormitórios e ficavam sob vigilância da polícia", relembra.
"Meu pai sempre falava bem deles. Ele nunca teve nada de mal a dizer sobre eles - e ele era um representante local fascista".
Os prisioneiros sabiam que a exposição de sua homossexualidade teria causado vergonha e raiva de seus familiares em lares extremamente conservadores nas cidades e vilas italianas.
Um pouco dessa atmosfera é capturada na carta de um filho para um pai pobre e agricultor. Ele estava estudando para ser padre quando foi preso.
Implorando às autoridades judiciais para deixá-lo ir pra casa, ele escreveu: "Imagine, Sua Excelência, o dor do meu amado pai. Que desonra para ele!"
"Exílio por cinco anos... Isso me enlouquece só em pensar".
O prisioneiro, identificado apenas como Orazio L, requisitou a chance de deixar a ilha para "servir à Pátria" no Exército.
"Me tornar soldado, e depois retornar ao seminário para viver em confinamento é o único jeito no qual eu posso reparar o escândalo e a desonra para a minha família", escreveu.
Nem tão ruim
Mas alguns relatos dados por ex-exilados gays indicam que a vida não era tão ruim em San Domino.
Eles descrevem o dia a dia em um regime de prisão comparativamente tranquilo.
Sem querer, os fascistas criaram um canto na Itália onde se era esperado ser abertamente gay.
Pela primeira vez na vida, os homens podiam ser eles mesmos, livres do estigma que normalmente os circundava na devota Itália católica dos anos 1930.
O relato de um ex-prisioneiro da ilha explicou o que isso significava, numa rara entrevista publicada há alguns anos na revista gay Babilonia. Ele disse que de certa forma, os homens viviam melhor na ilha do que fora dela.
"Naquela época se você era um femmenella (gíria italiana para homem gay), você não poderia nem mesmo sair de casa ou se fazer perceber, a polícia prenderia você", disse ele de sua cidade natal, perto de Nápoles.
"Na ilha, de um outro lado, nós celebrávamos nossos dias de santo ou a chegada de alguém novo. Nós fazíamos teatro e podíamos nos vestir de mulher que ninguém dizia nada".
E para completar, claro, ele disse que existiam romances e até mesmo brigas.
Alguns prisioneiros partiram, disse Giuseppe, com o início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, e o consequente fim do regime de confinamento de San Domino. Os prisioneiros foram então colocados numa espécie de confinamento doméstico nas cidades de onde eles vieram.
Exclusivamente gay
Um grande número de homens gays foram internados junto com prisioneiros políticos em outras pequenas ilhas, como Ustica e Lampedusa, mas San Domino foi única em que todos os exilados eram gays.
É extremamente irônico, levando em conta a situação na Itália daquele tempo, que os gays pudessem encontrar um certo grau de liberdade apenas em uma prisão numa ilha.
Na celebração dos gays ativistas de direitos humanos, que se reuniram no arquipélago há algumas semanas, foi inaugurada uma placa em memória dos exilados.
O marco será uma lembrança perene da perseguição de Mussolini contra homossexuais na Itália.
"Isto é necessário, porque ninguém sabe o que aconteceu naqueles anos", disse um dos ativistas, Ivan Scalfarotto, que também é membro do Parlamento, em Roma.
Ele afirma que a comunidade gay ainda sofre na Itália. Os homossexuais não são mais presos e despachados para ilhas, mas até mesmo hoje em dia eles não são considerados cidadãos "classe A".
Para Scalfarotto, ainda existe o estigma social ligado à homofobia na Itália, já que o Estado não estende todos os direitos civis a casais homossexuais.
Por isso, Scalfarotto acredita que a luta pela igualdade continua na Itália.
Fonte: BBC Brasil
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/06/130613_ilha_gay_mussolini_gm.shtml
Ver mais:
A ilha 'gay' na Itália de Mussolini (DN Globo, Portugal)
La isla gay creada por el fascismo en Italia (BBC Mundo)
Atualizado em 14 de junho, 2013 - 07:57 (Brasília) 10:57 GMT
Ilha de San Domino, no arquipélago de Tremiti, no Mar Adriático, na Itália |
Eles eram mantidos em cárcere privado, mas alguns deles dizem ter vivido uma experiência liberalizante nesta que teria sido a primeira comunidade abertamente gay do país.
Todos os anos, turistas são atraídos pela beleza dessa pequena faixa de ilhas vulcânicas do Mar Adriático.
Mas apenas recentemente um grupo de visitantes chegou ao arquipélago de Tremiti, não apenas para aproveitar a paz e o sossego do lugar, mas para lembrar um fato importante.
O grupo era formado por ativistas de direitos dos gays, lésbicas e transgêneros.
Eles vieram para realizar uma pequena cerimônia relembrando um triste episódio ocorrido na ilha há 70 anos.
'Avanço da degeneração'
Por volta do final dos anos 1930, o arquipélago teve participação importante no esforço dos fascistas de Benito Mussolini de suprimir a homossexualidade.
Os gays atrapalhavam o projeto do líder fascista do país, Benito Mussolini, que queria disseminar uma Itália de imagem masculina.
"Fascismo é um regime viril. Portanto, os italianos são fortes e masculinos, e é impossível que a homossexualidade possa existir no regime fascista", diz o professor de história da Universidade de Bergamo, Lorenzo Benadusi.
Assim, a estratégia era a de encobrir a questão de todas as formas possíveis.
Leis discriminatórias contra gays acabaram não sendo aprovadas na época, mas o clima criado não permitia manifestações de homossexualidade, que poderiam ser vigorosamente reprimidas.
E um prefeito da cidade siciliana de Catania tirou grande proveito dessa atmosfera de repressão de Mussolini.
"Nós notamos que alguns clubes, praias e lugares nas montanhas recebem muitos desses homens doentes e jovens de todas as classes sociais buscam a sua companhia", escreveu.
Ele estava determinado a combater o "avanço da degeneração" na cidade "ou, pelo menos, conter a aberração sexual que ofende a moralidade e que é um desastre para a saúde pública e para o melhoramento da raça".
E ele continuou: "Este demônio precisa ser atacado e queimado na sua essência".
Livro
Benito Mussolini, o "Il Dulce" (O Líder) |
Giuseppe B, prisioneiro de San Domino
Assim, em 1938, cerca de 45 homens acusados de serem homossexuais em Catania, na Sicília, foram presos e enviados a um exílio interno.
Subitamente, o grupo se viu confinado a 600 km de distância, na ilha de San Domino, em Tremitis, no Mar Adriático.
O episódio foi totalmente esquecido. Acredita-se que ninguém que tenha enfrentado a punição continue vivo atualmente e existem apenas poucos relatos do que aconteceu na ilha.
Mas no livro A Ilha e a Cidade, os pesquisadores Gianfranco Goretti e Tommaso Giartosi falam de dezenas de homens, a maioria de Catania, e as duras condições que enfrentaram em San Domino.
Eles teriam chegado algemados e então abrigados numa casa ampla de dormitórios espartanos, sem eletricidade ou água encanada.
"Nós ficávamos curiosos, porque eles eram chamados de 'as garotas'", conta Carmela Santoro, uma moradora da ilha que era apenas uma criança quando os exilados gays começaram a chegar.
"Nós íamos assisti-los a sair do barco... todos bem vestidos, no verão, com meias brancas... de chapéu. E nós vínhamos vê-los com surpresa... 'olha aquela uma, como ela se mexe!' Mas nós não tínhamos nenhum contato com eles".
Outro morador, Attilio Carducci, relembra quando um sinal sonoro tocava às 8 da noite todos os dias, anunciando que os homens não podiam mais ficar do lado de fora.
"Eles eram trancados dentro dos dormitórios e ficavam sob vigilância da polícia", relembra.
"Meu pai sempre falava bem deles. Ele nunca teve nada de mal a dizer sobre eles - e ele era um representante local fascista".
Os prisioneiros sabiam que a exposição de sua homossexualidade teria causado vergonha e raiva de seus familiares em lares extremamente conservadores nas cidades e vilas italianas.
Um pouco dessa atmosfera é capturada na carta de um filho para um pai pobre e agricultor. Ele estava estudando para ser padre quando foi preso.
Implorando às autoridades judiciais para deixá-lo ir pra casa, ele escreveu: "Imagine, Sua Excelência, o dor do meu amado pai. Que desonra para ele!"
"Exílio por cinco anos... Isso me enlouquece só em pensar".
O prisioneiro, identificado apenas como Orazio L, requisitou a chance de deixar a ilha para "servir à Pátria" no Exército.
"Me tornar soldado, e depois retornar ao seminário para viver em confinamento é o único jeito no qual eu posso reparar o escândalo e a desonra para a minha família", escreveu.
Nem tão ruim
Mas alguns relatos dados por ex-exilados gays indicam que a vida não era tão ruim em San Domino.
Eles descrevem o dia a dia em um regime de prisão comparativamente tranquilo.
Sem querer, os fascistas criaram um canto na Itália onde se era esperado ser abertamente gay.
Pela primeira vez na vida, os homens podiam ser eles mesmos, livres do estigma que normalmente os circundava na devota Itália católica dos anos 1930.
O relato de um ex-prisioneiro da ilha explicou o que isso significava, numa rara entrevista publicada há alguns anos na revista gay Babilonia. Ele disse que de certa forma, os homens viviam melhor na ilha do que fora dela.
"Naquela época se você era um femmenella (gíria italiana para homem gay), você não poderia nem mesmo sair de casa ou se fazer perceber, a polícia prenderia você", disse ele de sua cidade natal, perto de Nápoles.
"Na ilha, de um outro lado, nós celebrávamos nossos dias de santo ou a chegada de alguém novo. Nós fazíamos teatro e podíamos nos vestir de mulher que ninguém dizia nada".
E para completar, claro, ele disse que existiam romances e até mesmo brigas.
Alguns prisioneiros partiram, disse Giuseppe, com o início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, e o consequente fim do regime de confinamento de San Domino. Os prisioneiros foram então colocados numa espécie de confinamento doméstico nas cidades de onde eles vieram.
Exclusivamente gay
Um grande número de homens gays foram internados junto com prisioneiros políticos em outras pequenas ilhas, como Ustica e Lampedusa, mas San Domino foi única em que todos os exilados eram gays.
É extremamente irônico, levando em conta a situação na Itália daquele tempo, que os gays pudessem encontrar um certo grau de liberdade apenas em uma prisão numa ilha.
Na celebração dos gays ativistas de direitos humanos, que se reuniram no arquipélago há algumas semanas, foi inaugurada uma placa em memória dos exilados.
O marco será uma lembrança perene da perseguição de Mussolini contra homossexuais na Itália.
"Isto é necessário, porque ninguém sabe o que aconteceu naqueles anos", disse um dos ativistas, Ivan Scalfarotto, que também é membro do Parlamento, em Roma.
Ele afirma que a comunidade gay ainda sofre na Itália. Os homossexuais não são mais presos e despachados para ilhas, mas até mesmo hoje em dia eles não são considerados cidadãos "classe A".
Para Scalfarotto, ainda existe o estigma social ligado à homofobia na Itália, já que o Estado não estende todos os direitos civis a casais homossexuais.
Por isso, Scalfarotto acredita que a luta pela igualdade continua na Itália.
Fonte: BBC Brasil
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/06/130613_ilha_gay_mussolini_gm.shtml
Ver mais:
A ilha 'gay' na Itália de Mussolini (DN Globo, Portugal)
La isla gay creada por el fascismo en Italia (BBC Mundo)
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Grupo skinhead ataca 3 gays na avenida Paulista, diz polícia
Rapaz foi medicado em hospital da capital após ser atacado na Avenida Paulista
Reduzir Normal Aumentar Imprimir Três homossexuais foram agredidos na manhã do domingo por um grupo de skinheads na avenida Paulista, em São Paulo, segundo a Polícia Militar. Um dos homens foi encontrado desmaiado na altura do número 459 da Paulista, após a agressão, por volta das 6h30.
A PM recebeu uma chamada e, ao chegar ao local, testemunhas informaram que um grupo de jovens havia corrido em direção à estação Brigadeiro do Metrô. A polícia conseguiu alcançar o grupo e deteve os cinco suspeitos de agressão. Segundo a Polícia Civil, quatro deles são menores.
Eles foram levados para o 5º DP (Aclimação). Duas das vítima da agressão foram levadas ao pronto-socorro Vergueiro e um delas foi logo liberada. A outra, menos ferida, foi à delegacia prestar depoimento.
Fonte: Terra
http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4791105-EI5030,00-Homem+e+agredido+por+suposto+grupo+de+skinheads+na+Paulista.html
Foto: Werther Santana/ Agência Estado |
A PM recebeu uma chamada e, ao chegar ao local, testemunhas informaram que um grupo de jovens havia corrido em direção à estação Brigadeiro do Metrô. A polícia conseguiu alcançar o grupo e deteve os cinco suspeitos de agressão. Segundo a Polícia Civil, quatro deles são menores.
Eles foram levados para o 5º DP (Aclimação). Duas das vítima da agressão foram levadas ao pronto-socorro Vergueiro e um delas foi logo liberada. A outra, menos ferida, foi à delegacia prestar depoimento.
Fonte: Terra
http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4791105-EI5030,00-Homem+e+agredido+por+suposto+grupo+de+skinheads+na+Paulista.html
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sábado, 12 de junho de 2010
Detidos cinco integrantes de um grupo de música neonazi
Neonazis passaram a quarta-feira a disposição do Tribunal de Instrução 5 de El Vendrell
Material confiscado pelos Mossos d'Esquadra.
A Divisão de Inteligência realizou dois registros em Sabadell e Santa Oliva
Os "Mossos d'Esquadra" detiveram na segunda-feira passada lunes, dia 7, em Santa Oliva (Tarragona), Sabadell, Barberà del Vallès e Sant Vicenç de Castellet (Barcelona) quatro integrantes de um grupo de música por apologia ao nazismo e homofobia, e um outro por posse ilícita de armas.
Segundo informou a polícia catalã, o grupo possui letras de canções que supostamente fomentam o ódio e a discriminação contra homossexuais, judeus e outros grupos sociais, e enalteciam o regime nazi, e que difunciam em concertos ao vivo, na Internet e em CDs.
Os agentes detiveram Juan M.V., de 23 anos, próximo de Santa Oliva; Daniel M.M., de 23 e próximo de Sant Vicenç de Castellet; Luis Alberto P.L., de 22 e próximo de Sabadell; Daniel M.H., de 23 e próximo de Barberà del Vallès, assim como Juan Jaime M.V., de 56 anos e próximo de Santa Oliva - por posse ilegal de armas-.
Os investigadores da Divisão de Inteligência realizou dois registros em Sabadell e Santa Oliva, onde apreenderam propaganda xenófoba, simbologia neonazi, material nacional-socialista(nazista) e armas.
Os cinco detidos passaram a quarta-feira a disposição do Tribunal de Instrução número 5 de El Vendrell por delitos contra o exercício dos direitos fundamentais e contra a comunidade internacional, assim como um delito de posse ilegal de armas.
Fonte: Elmundo.es, Europa Press(Barcelona, Espanha)
http://www.elmundo.es/elmundo/2010/06/11/barcelona/1276280461.html
Tradução: Roberto Lucena
Outras matérias:
Tribunal espanhol condena 14 membros de grupo neonazista
Material confiscado pelos Mossos d'Esquadra.
A Divisão de Inteligência realizou dois registros em Sabadell e Santa Oliva
Os "Mossos d'Esquadra" detiveram na segunda-feira passada lunes, dia 7, em Santa Oliva (Tarragona), Sabadell, Barberà del Vallès e Sant Vicenç de Castellet (Barcelona) quatro integrantes de um grupo de música por apologia ao nazismo e homofobia, e um outro por posse ilícita de armas.
Segundo informou a polícia catalã, o grupo possui letras de canções que supostamente fomentam o ódio e a discriminação contra homossexuais, judeus e outros grupos sociais, e enalteciam o regime nazi, e que difunciam em concertos ao vivo, na Internet e em CDs.
Os agentes detiveram Juan M.V., de 23 anos, próximo de Santa Oliva; Daniel M.M., de 23 e próximo de Sant Vicenç de Castellet; Luis Alberto P.L., de 22 e próximo de Sabadell; Daniel M.H., de 23 e próximo de Barberà del Vallès, assim como Juan Jaime M.V., de 56 anos e próximo de Santa Oliva - por posse ilegal de armas-.
Os investigadores da Divisão de Inteligência realizou dois registros em Sabadell e Santa Oliva, onde apreenderam propaganda xenófoba, simbologia neonazi, material nacional-socialista(nazista) e armas.
Os cinco detidos passaram a quarta-feira a disposição do Tribunal de Instrução número 5 de El Vendrell por delitos contra o exercício dos direitos fundamentais e contra a comunidade internacional, assim como um delito de posse ilegal de armas.
Fonte: Elmundo.es, Europa Press(Barcelona, Espanha)
http://www.elmundo.es/elmundo/2010/06/11/barcelona/1276280461.html
Tradução: Roberto Lucena
Outras matérias:
Tribunal espanhol condena 14 membros de grupo neonazista
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terça-feira, 27 de abril de 2010
Livro alerta sobre a difusão do negacionismo do Holocausto
José Antônio Rosa - Cruzeiro On Line
Notícia publicada na edição de 18/04/2010 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 1 do caderno B - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
(Foto)Créditos: Bruno Cecim
Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus: teorias que tentam relativizar o holocausto dos judeus
Há dez anos, quando lecionava na rede particular, o sorocabano Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus, hoje com 33, encomendou aos alunos um trabalho sobre o holocausto e seus desdobramentos. A ideia era fazer com que os jovens, pesquisando, refletissem sobre um dos mais marcantes fatos da história do século passado. Tão logo começou a receber o material produzido pelos estudantes, o professor foi tomado de surpresa: praticamente todos os textos tomavam por base levantamento feito na internet, mais precisamente postagens de um site mantido pela Editora Revisão.
A empresa, localizada em Porto Alegre, pertence a Siegrfied Ellwanger, um descendente de imigrantes alemães que adotou o pseudônimo de E. Castan. Reproduzir, a partir de comandos (o tão falado “control c” e “control v”), informações que circulam pela rede mundial de computadores não constitui novidade, mesmo sendo uma prática reprovável do ponto de vista ético e acadêmico. O que assustou Carlos Gustavo foi saber que Castan é um dos mais ativos propagadores da teoria negacionista, segundo a qual, o massacre de judeus, durante a Segunda Guerra, não teria ocorrido.
Pior, ele conta, foi constatar que os adolescentes identificaram-se com os conceitos. Muitos deles chegaram a acreditar que os crimes não foram cometidos, que as torturas aplicadas tinham fundamento. Algumas discussões em sala de aula revelaram que parte da classe dava como certa a informação de que os milhões de prisioneiros mantidos em campos de concentração morreram vítimas de um surto de tifo. Que as câmaras de gás seriam lugares onde submetiam-se ao processo de desinfecção.
A experiência fez com que o sorocabano decidisse aprofundar os estudos e escolhesse o assunto como tema da tese da pós-graduação em História que cursou na Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Assis. O resultado da investida, intitulada “Anti-semitismo e nacionalismo; negacionismo e memória”, ganhou a forma de livro. No trabalho, Carlos Gustavo discute a expansão da corrente de pensamento no Brasil a partir, principalmente, da atuação de E. Castan e sua editora. No percurso que fez para estudar o fenômeno, o professor usou muito do senso investigativo e chegou a viajar até Porto Alegre onde avistou-se com o próprio Ellwanger.
Na entrevista, ele reafirmou suas convicções e contou jamais ter testemunhado qualquer episódio relacionado àquilo que prega. Ou seja: tudo o que a editora Revisão (que ele criou) divulga apóia-se em relatos e documentos que lhe foram entregues por familiares, estes, sim, vinculados ao regime nazista. Castan mantém na casa onde mora uma gráfica onde são rodados os livros de sua autoria. Todos, rigorosamente, versam sobre o negacionismo e servem de cartilha para aqueles que, conforme Carlos Gustavo, endossam a cultura da intolerância. Com o advento da internet, a Revisão passou a propagar suas mensagens de forma mais ampla.
Por conta disso, passou, também, a ser mais visada. Há alguns anos, o Ministério Público ingressou com ação para enquadrar Castan como autor do crime de racismo. O embate jurídico chegou ao Supremo Tribunal Federal e suscitou outra questão: até que ponto o direito de se expressar, assegurado pela Constituição, pode ser exercido com liberdade? Em sua defesa, o responsável pelas mensagens de fundo anti-semita alegou que nada mais fez do que externar sua opinião. Carlos Gustavo teve acesso à papelada. Leu pilhas de documentos e páginas do processo que, ao final, impôs ao acusado a pena de prisão de três anos. Ele, no entanto, cumpriu a pena em liberdade, por conta da idade avançada.
Castan chegou, mais, a ter livros apreendidos em feiras das quais participou, entre elas a Bienal do Rio de Janeiro. Lá, por iniciativa da Federação Israelita do Estado, não pôde participar do evento. Um dos precursores do negacionismo no Brasil, Castan, mais recentemente, recorreu a estratégias para escapar do monitoramento de suas atividades. Uma delas consiste em retirar do site que hospeda na internet textos de conteúdo ofensivo. Carlos Gustavo reproduziu no livro algumas das páginas para comprovar a prática.
Numa delas, datada de maio de 2000, o autor faz um alerta às autoridades brasileiras para o “intento sionista” e condena programas de educação desenvolvidos em escolas sobre educação judaica e “holocausto”. Chama a isso de “intenção de manter, por mais cinquenta anos, a terrível Mentira do Século”.
Pesquisador acompanha grupo de skinheads
Para entender a motivação da corrente que insiste em negar as atrocidades praticadas contra o povo judeu, Carlos Gustavo saiu a campo. O foco do trabalho é o jovem e, com esse propósito, ele conseguiu acompanhar um grupo de skinheads da região metropolitana de São Paulo numa de suas noitadas. “Vi coisas estarrecedoras. Eles saem sem rumo e, do nada, agridem moradores de ruas, gente indefesa. Se o alvo pertencer ao que chamam de raça inferior, usam da violência simplesmente em nome da intolerância.”
É essa a reação que os teóricos do negacionismo esperam. Carlos Gustavo conta que, considerados gurus, eles trabalham para que mais seguidores alimentem a crença na existência de uma raça pura e em outros ideais. O perigo, adverte Carlos Gustavo, marca presença fora do país, a partir da extrema-direita. Na Áustria, o governo se alinha à doutrina negacionista, mesma orientação do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad.
No Brasil, a cultura da intolerância ganha força de acordo com o estudioso. Embora não exista uma mapeamento estatístico, são muitos os registros de gangues de neo nazistas que se voltam não apenas contra judeus. “Negros, homossexuais e excluídos são também visados”, ele acrescenta. O combate ao negacionismo parte, conforme Carlos Gustavo, de uma urgente mudança de postura, sobretudo educacional: “É muito difícil lutar contra organizações que usam ferramentas poderosas, como a internet, para realizar seu intento”.
Mesmo assim, ele defende mecanismos de controle do uso de computador por jovens: “Os pais devem ficar atentos e acompanhar o que os filhos estão acessando na rede. Começar a mudar dentro de casa, pode ajudar”. O pesquisador sugere, mais, que os professores se municiem mais de conhecimento a respeito do assunto. “Infelizmente, a falta de preparo abre campo para que a geração de hoje não seja alertada como deveria sobre os riscos que corre.”
“Anti-semitismo e nacionalismo, negacionismo e memória” pode ser adquirido na Fundação Editora Unesp, pelo site www.editoraunesp.com.br, ao preço de R$ 30,00.
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul
http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia.phl?editoria=42&id=285309
Notícia publicada na edição de 18/04/2010 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 1 do caderno B - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
(Foto)Créditos: Bruno Cecim
Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus: teorias que tentam relativizar o holocausto dos judeus
Há dez anos, quando lecionava na rede particular, o sorocabano Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus, hoje com 33, encomendou aos alunos um trabalho sobre o holocausto e seus desdobramentos. A ideia era fazer com que os jovens, pesquisando, refletissem sobre um dos mais marcantes fatos da história do século passado. Tão logo começou a receber o material produzido pelos estudantes, o professor foi tomado de surpresa: praticamente todos os textos tomavam por base levantamento feito na internet, mais precisamente postagens de um site mantido pela Editora Revisão.
A empresa, localizada em Porto Alegre, pertence a Siegrfied Ellwanger, um descendente de imigrantes alemães que adotou o pseudônimo de E. Castan. Reproduzir, a partir de comandos (o tão falado “control c” e “control v”), informações que circulam pela rede mundial de computadores não constitui novidade, mesmo sendo uma prática reprovável do ponto de vista ético e acadêmico. O que assustou Carlos Gustavo foi saber que Castan é um dos mais ativos propagadores da teoria negacionista, segundo a qual, o massacre de judeus, durante a Segunda Guerra, não teria ocorrido.
Pior, ele conta, foi constatar que os adolescentes identificaram-se com os conceitos. Muitos deles chegaram a acreditar que os crimes não foram cometidos, que as torturas aplicadas tinham fundamento. Algumas discussões em sala de aula revelaram que parte da classe dava como certa a informação de que os milhões de prisioneiros mantidos em campos de concentração morreram vítimas de um surto de tifo. Que as câmaras de gás seriam lugares onde submetiam-se ao processo de desinfecção.
A experiência fez com que o sorocabano decidisse aprofundar os estudos e escolhesse o assunto como tema da tese da pós-graduação em História que cursou na Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Assis. O resultado da investida, intitulada “Anti-semitismo e nacionalismo; negacionismo e memória”, ganhou a forma de livro. No trabalho, Carlos Gustavo discute a expansão da corrente de pensamento no Brasil a partir, principalmente, da atuação de E. Castan e sua editora. No percurso que fez para estudar o fenômeno, o professor usou muito do senso investigativo e chegou a viajar até Porto Alegre onde avistou-se com o próprio Ellwanger.
Na entrevista, ele reafirmou suas convicções e contou jamais ter testemunhado qualquer episódio relacionado àquilo que prega. Ou seja: tudo o que a editora Revisão (que ele criou) divulga apóia-se em relatos e documentos que lhe foram entregues por familiares, estes, sim, vinculados ao regime nazista. Castan mantém na casa onde mora uma gráfica onde são rodados os livros de sua autoria. Todos, rigorosamente, versam sobre o negacionismo e servem de cartilha para aqueles que, conforme Carlos Gustavo, endossam a cultura da intolerância. Com o advento da internet, a Revisão passou a propagar suas mensagens de forma mais ampla.
Por conta disso, passou, também, a ser mais visada. Há alguns anos, o Ministério Público ingressou com ação para enquadrar Castan como autor do crime de racismo. O embate jurídico chegou ao Supremo Tribunal Federal e suscitou outra questão: até que ponto o direito de se expressar, assegurado pela Constituição, pode ser exercido com liberdade? Em sua defesa, o responsável pelas mensagens de fundo anti-semita alegou que nada mais fez do que externar sua opinião. Carlos Gustavo teve acesso à papelada. Leu pilhas de documentos e páginas do processo que, ao final, impôs ao acusado a pena de prisão de três anos. Ele, no entanto, cumpriu a pena em liberdade, por conta da idade avançada.
Castan chegou, mais, a ter livros apreendidos em feiras das quais participou, entre elas a Bienal do Rio de Janeiro. Lá, por iniciativa da Federação Israelita do Estado, não pôde participar do evento. Um dos precursores do negacionismo no Brasil, Castan, mais recentemente, recorreu a estratégias para escapar do monitoramento de suas atividades. Uma delas consiste em retirar do site que hospeda na internet textos de conteúdo ofensivo. Carlos Gustavo reproduziu no livro algumas das páginas para comprovar a prática.
Numa delas, datada de maio de 2000, o autor faz um alerta às autoridades brasileiras para o “intento sionista” e condena programas de educação desenvolvidos em escolas sobre educação judaica e “holocausto”. Chama a isso de “intenção de manter, por mais cinquenta anos, a terrível Mentira do Século”.
Pesquisador acompanha grupo de skinheads
Para entender a motivação da corrente que insiste em negar as atrocidades praticadas contra o povo judeu, Carlos Gustavo saiu a campo. O foco do trabalho é o jovem e, com esse propósito, ele conseguiu acompanhar um grupo de skinheads da região metropolitana de São Paulo numa de suas noitadas. “Vi coisas estarrecedoras. Eles saem sem rumo e, do nada, agridem moradores de ruas, gente indefesa. Se o alvo pertencer ao que chamam de raça inferior, usam da violência simplesmente em nome da intolerância.”
É essa a reação que os teóricos do negacionismo esperam. Carlos Gustavo conta que, considerados gurus, eles trabalham para que mais seguidores alimentem a crença na existência de uma raça pura e em outros ideais. O perigo, adverte Carlos Gustavo, marca presença fora do país, a partir da extrema-direita. Na Áustria, o governo se alinha à doutrina negacionista, mesma orientação do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad.
No Brasil, a cultura da intolerância ganha força de acordo com o estudioso. Embora não exista uma mapeamento estatístico, são muitos os registros de gangues de neo nazistas que se voltam não apenas contra judeus. “Negros, homossexuais e excluídos são também visados”, ele acrescenta. O combate ao negacionismo parte, conforme Carlos Gustavo, de uma urgente mudança de postura, sobretudo educacional: “É muito difícil lutar contra organizações que usam ferramentas poderosas, como a internet, para realizar seu intento”.
Mesmo assim, ele defende mecanismos de controle do uso de computador por jovens: “Os pais devem ficar atentos e acompanhar o que os filhos estão acessando na rede. Começar a mudar dentro de casa, pode ajudar”. O pesquisador sugere, mais, que os professores se municiem mais de conhecimento a respeito do assunto. “Infelizmente, a falta de preparo abre campo para que a geração de hoje não seja alertada como deveria sobre os riscos que corre.”
“Anti-semitismo e nacionalismo, negacionismo e memória” pode ser adquirido na Fundação Editora Unesp, pelo site www.editoraunesp.com.br, ao preço de R$ 30,00.
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul
http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia.phl?editoria=42&id=285309
terça-feira, 7 de abril de 2009
Buchenwald - Enciclopédia do Holocausto
Buchenwald, juntamente com seus muitos campos satélites, foi um dos maiores campos de concentração criados pelos nazistas. Foi construído em 1937 em uma área arborizada na encosta setentrional da floresta de Ettersberg, a cerca de 8 quilômetros a noroeste da cidade de Weimar, situada na área centro-leste da Alemanha. Antes do domínio nazista, Weimar era famosa por ser a residência do mundialmente conhecido e admirado escritor e poeta alemão Johann Wolfgang von Goethe, uma das maiores expressões da tradição liberal alemã do século dezoito e início do dezenove, e também por ter sido o berço da democracia constitucional alemã, a República de Weimar instituída em 1911. Durante e após o regime nazista "Weimar" passou a ser associada ao campo de concentração de Buchenwald.
Em julho de 1937 Buchenwald foi aberto para a acomodação masculina, e até o final de 1943 ou início de 1944 mulheres não eram detidas naquele sistema de campos de concentração. Os detentos eram confinados na seção norte do campo, em uma área conhecida como o “campo principal”, e as barracas dos guardas das SS e o complexo administrativo ocupavam a parte sul. O campo principal era rodeado por cercas de arame eletrificado e farpado, torres de vigilância, e uma rede de sentinelas armadas com metralhadoras automáticas. A área de detenção, também conhecida como Bunker, ficava na entrada do campo principal. Os agentes das SS freqüentemente fuzilavam prisioneiros nos estábulos ou os enforcavam na área do crematório.
A maioria dos primeiros detentos de Buchenwald era formada por prisioneiros políticos. Contudo, em 1938, após o massacre da Kristallnacht, os agentes das SS e da polícia alemã enviaram cerca de 10.000 judeus para Buchenwald, onde foram submetidos a tratamentos extraordinariamente cruéis. Duzentos e cinqüenta e cinco deles morreram por causa dos maus tratos iniciais infligidos naquele campo.
Judeus e prisioneiros políticos não foram os únicos grupos a fazerem parte da população de detentos em Buchenwald, embora os "políticos", devido à sua longa permanência no local, desempenhassem um papel importante na infra-estrutura carcerária do campo. Criminosos reincidentes, Testemunhas de Jeová, ciganos roma e sinti, e desertores militares alemães também eram mantidos em detenção em Buchenwald. Este foi um dos únicos campos de concentração a manter como prisioneiros pessoas acusadas de “preguiça”, indivíduos que o regime encarcerou sob a acusação de serem "anti-sociais" porque não podiam, ou não queriam, conseguir uma ocupação lucrativa. Em seus últimos dias, o campo também teve prisioneiros de guerra de diversas nacionalidades, combatentes da resistência, ex-dirigentes importantes dos países ocupados pelos alemães, e operários estrangeiros realizando trabalhos forçados.
A partir de 1941, médicos e cientistas empreenderam um programa diversificado de experiências “médicas” com os prisioneiros de Buchenwald, realizadas em barracas especiais montadas na parte norte do campo principal. O objetivo dessas experiências era testar a eficácia de vacinas e tratamentos contra doenças contagiosas como o tifo, a febre tifóide, a cólera e a difteria, experiências estas que resultaram em centenas de mortes. Em 1944, o médico dinamarquês Dr. Carl Vaernet iniciou uma série de experiências de transplantes hormonais que, segundo ele, trariam a "cura" para detentos homossexuais.
Ainda naquele mesmo ano, os oficiais do campo montaram, próximo ao prédio da administração de Buchenwaldum, um "complexo especial" para receber prisioneiros políticos alemães famosos. Ernst Thaelmann, presidente do conselho do Partido Comunista Alemão antes que Hitler ascendesse ao poder em 1933, lá foi assassinado em agosto de 1944.
Buchenwald: trabalho forçado e sub-campos
Durante a Segunda Guerra Mundial, o sistema do campo de concentração de Buchenwald tornou-se uma fonte importante de trabalho forçado. A população de prisioneiros cresceu rapidamente, chegando a 112.000 em fevereiro de 1945. As autoridades do campo de Buchenwald utilizavam esses trabalhadores escravos em oficinas, na pedreira situada no campo, e também na Deutsche- Ausrüstungs-Werk – DAW, a Fábricas de Equipamentos Alemães, uma empresa de propriedade das SS e por elas administrada. Em fevereiro de 1942, a empresa de armamentos “Wilhelm Gustloff Werke” montou uma pequena fábrica de apoio em um sub-campo de Buchenwald e, em março de 1943, abriu uma grande fábrica de munições ao lado do campo. Um ramal ferroviário, concluído em 1943, ligava o campo às áreas de embarque em Weimar, facilitando o transporte de materiais de guerra.
De Buchenwald eram administrados pelo menos 88 sub-campos espalhados pelos território alemão: de Düsseldorf, na Renânia, à fronteira com o Protetorado da Boêmia e da Moravia, a leste (anteriormente parte da República Checa). Os prisioneiros dos campos satélites eram colocados para trabalhar principalmente nas fábricas de armamentos, em pedreiras, e em projetos de construção. Os prisioneiros de Buchenwald periodicamente passavam por uma seleção, e os oficiais das SS enviavam aqueles que estavam incapacitados para trabalhar, seja por estarem extremamente debilitados ou por serem portadores de alguma deficiência física, para instalações de extermínio, como a de Bernburg. Lá eles eram mortos nas câmaras de gás como parte da Operação 14f13, que era uma extensão das operações de eutanásia contra os prisioneiros doentes e exauridos de outros campos de concentração. Os demais prisioneiros considerados fracos eram mortos por injeções de fenol aplicadas pelo médico do campo.
A liberação de Buchenwald
À medida que as tropas soviéticas se espalhavam rapidamente pela Polônia, os alemães evacuavam milhares de prisioneiros dos campos de concentração das áreas ocupadas que estavam sob ameaça. Após longas e brutais caminhadas, mais de 10.000 prisioneiros debilitados e exaustos, a maioria judeus, vindos de Auschwitz e Gross-Rosen chegaram a Buchenwald em janeiro de 1945.
No início de abril de 1945, com a aproximação das tropas americanas, os alemães começaram a evacuar cerca de 28.000 prisioneiros do campo principal e milhares de outros dos sub-campos de Buchenwald. Aproximadamente um terço destes prisioneiros morreu de exaustão no caminho e logo após a chegada, ou foram fuzilados pelas SS. Muitas vidas foram salvas por membros da resistência em Buchenwald. Devido às posições administrativas fundamentais que executavam no campo eles conseguiram dificultar a execução das ordens dos nazistas e atrasaram a evacuação.
Em 11 de abril de 1945, na iminência de sua libertação, prisioneiros famintos e extenuados lançaram-se de assalto aos vigias, assumindo o controle do campo. Naquela mesma tarde, as tropas americanas ocuparam Buchenwald, e os soldados da Terceira Divisão do Exército Americano lá encontraram mais de 21.000 pessoas. Entre julho de 1937 e abril de 1945, cerca de 250.000 pessoas de todos os países europeus ficaram aprisionados em Buchenwald. O número de mortes no campo de Buchenwald não pode ser dado com precisão pois uma quantidade significativa de prisioneiros nunca foi registrada: sabe-se que pelo menos 56.000 detentos do sexo masculino foram assassinados no sistema de concentração de Buchenwald, dos quais 11.000 eram judeus.
Fonte: USHMM (U.S. Holocaust Memorial Museum)
Foto: isurvived.org
Em julho de 1937 Buchenwald foi aberto para a acomodação masculina, e até o final de 1943 ou início de 1944 mulheres não eram detidas naquele sistema de campos de concentração. Os detentos eram confinados na seção norte do campo, em uma área conhecida como o “campo principal”, e as barracas dos guardas das SS e o complexo administrativo ocupavam a parte sul. O campo principal era rodeado por cercas de arame eletrificado e farpado, torres de vigilância, e uma rede de sentinelas armadas com metralhadoras automáticas. A área de detenção, também conhecida como Bunker, ficava na entrada do campo principal. Os agentes das SS freqüentemente fuzilavam prisioneiros nos estábulos ou os enforcavam na área do crematório.
A maioria dos primeiros detentos de Buchenwald era formada por prisioneiros políticos. Contudo, em 1938, após o massacre da Kristallnacht, os agentes das SS e da polícia alemã enviaram cerca de 10.000 judeus para Buchenwald, onde foram submetidos a tratamentos extraordinariamente cruéis. Duzentos e cinqüenta e cinco deles morreram por causa dos maus tratos iniciais infligidos naquele campo.
Judeus e prisioneiros políticos não foram os únicos grupos a fazerem parte da população de detentos em Buchenwald, embora os "políticos", devido à sua longa permanência no local, desempenhassem um papel importante na infra-estrutura carcerária do campo. Criminosos reincidentes, Testemunhas de Jeová, ciganos roma e sinti, e desertores militares alemães também eram mantidos em detenção em Buchenwald. Este foi um dos únicos campos de concentração a manter como prisioneiros pessoas acusadas de “preguiça”, indivíduos que o regime encarcerou sob a acusação de serem "anti-sociais" porque não podiam, ou não queriam, conseguir uma ocupação lucrativa. Em seus últimos dias, o campo também teve prisioneiros de guerra de diversas nacionalidades, combatentes da resistência, ex-dirigentes importantes dos países ocupados pelos alemães, e operários estrangeiros realizando trabalhos forçados.
A partir de 1941, médicos e cientistas empreenderam um programa diversificado de experiências “médicas” com os prisioneiros de Buchenwald, realizadas em barracas especiais montadas na parte norte do campo principal. O objetivo dessas experiências era testar a eficácia de vacinas e tratamentos contra doenças contagiosas como o tifo, a febre tifóide, a cólera e a difteria, experiências estas que resultaram em centenas de mortes. Em 1944, o médico dinamarquês Dr. Carl Vaernet iniciou uma série de experiências de transplantes hormonais que, segundo ele, trariam a "cura" para detentos homossexuais.
Ainda naquele mesmo ano, os oficiais do campo montaram, próximo ao prédio da administração de Buchenwaldum, um "complexo especial" para receber prisioneiros políticos alemães famosos. Ernst Thaelmann, presidente do conselho do Partido Comunista Alemão antes que Hitler ascendesse ao poder em 1933, lá foi assassinado em agosto de 1944.
Buchenwald: trabalho forçado e sub-campos
Durante a Segunda Guerra Mundial, o sistema do campo de concentração de Buchenwald tornou-se uma fonte importante de trabalho forçado. A população de prisioneiros cresceu rapidamente, chegando a 112.000 em fevereiro de 1945. As autoridades do campo de Buchenwald utilizavam esses trabalhadores escravos em oficinas, na pedreira situada no campo, e também na Deutsche- Ausrüstungs-Werk – DAW, a Fábricas de Equipamentos Alemães, uma empresa de propriedade das SS e por elas administrada. Em fevereiro de 1942, a empresa de armamentos “Wilhelm Gustloff Werke” montou uma pequena fábrica de apoio em um sub-campo de Buchenwald e, em março de 1943, abriu uma grande fábrica de munições ao lado do campo. Um ramal ferroviário, concluído em 1943, ligava o campo às áreas de embarque em Weimar, facilitando o transporte de materiais de guerra.
De Buchenwald eram administrados pelo menos 88 sub-campos espalhados pelos território alemão: de Düsseldorf, na Renânia, à fronteira com o Protetorado da Boêmia e da Moravia, a leste (anteriormente parte da República Checa). Os prisioneiros dos campos satélites eram colocados para trabalhar principalmente nas fábricas de armamentos, em pedreiras, e em projetos de construção. Os prisioneiros de Buchenwald periodicamente passavam por uma seleção, e os oficiais das SS enviavam aqueles que estavam incapacitados para trabalhar, seja por estarem extremamente debilitados ou por serem portadores de alguma deficiência física, para instalações de extermínio, como a de Bernburg. Lá eles eram mortos nas câmaras de gás como parte da Operação 14f13, que era uma extensão das operações de eutanásia contra os prisioneiros doentes e exauridos de outros campos de concentração. Os demais prisioneiros considerados fracos eram mortos por injeções de fenol aplicadas pelo médico do campo.
A liberação de Buchenwald
À medida que as tropas soviéticas se espalhavam rapidamente pela Polônia, os alemães evacuavam milhares de prisioneiros dos campos de concentração das áreas ocupadas que estavam sob ameaça. Após longas e brutais caminhadas, mais de 10.000 prisioneiros debilitados e exaustos, a maioria judeus, vindos de Auschwitz e Gross-Rosen chegaram a Buchenwald em janeiro de 1945.
No início de abril de 1945, com a aproximação das tropas americanas, os alemães começaram a evacuar cerca de 28.000 prisioneiros do campo principal e milhares de outros dos sub-campos de Buchenwald. Aproximadamente um terço destes prisioneiros morreu de exaustão no caminho e logo após a chegada, ou foram fuzilados pelas SS. Muitas vidas foram salvas por membros da resistência em Buchenwald. Devido às posições administrativas fundamentais que executavam no campo eles conseguiram dificultar a execução das ordens dos nazistas e atrasaram a evacuação.
Em 11 de abril de 1945, na iminência de sua libertação, prisioneiros famintos e extenuados lançaram-se de assalto aos vigias, assumindo o controle do campo. Naquela mesma tarde, as tropas americanas ocuparam Buchenwald, e os soldados da Terceira Divisão do Exército Americano lá encontraram mais de 21.000 pessoas. Entre julho de 1937 e abril de 1945, cerca de 250.000 pessoas de todos os países europeus ficaram aprisionados em Buchenwald. O número de mortes no campo de Buchenwald não pode ser dado com precisão pois uma quantidade significativa de prisioneiros nunca foi registrada: sabe-se que pelo menos 56.000 detentos do sexo masculino foram assassinados no sistema de concentração de Buchenwald, dos quais 11.000 eram judeus.
Fonte: USHMM (U.S. Holocaust Memorial Museum)
Foto: isurvived.org
terça-feira, 10 de junho de 2008
Neonazistas desfiguram rosto de PM em São Paulo a pancadas
Vinte gangues são investigadas por crimes de intolerância em SP.
Vinte gangues que agem contra negros, nordestinos e homossexuais na Grande São Paulo são investigadas pela Delegacia de Crimes Raciais e de Intolerância.
No Centro da capital, jovens de classe média foram detidos na Rua Augusta por agredir um policial militar. A via ficou manchada de sangue.
Era madrugada de domingo (8), quando cinco rapazes xingaram e agrediram um jovem negro de 22 anos que caminhava com uma amiga. A moça correu para pedir ajuda. O PM, que estava à paisana, tentou evitar a agressão mas acabou sendo espancado. O rapaz negro conseguiu fugir durante a confusão.
Segundo testemunhas, um dos integrantes da gangue pulou sobre a cabeça da vítima. O policial levou golpes de cano e soco inglês, além de chutes de coturnos com bicos de aço.
A brutalidade só terminou com a chegada da polícia. Ainda assim, os agressores não se intimidaram. “Na hora em que os policiais foram efetuar a prisão, eles, parecendo gangue de rua mesmo, chamaram os policiais para a briga, enfrentaram os policiais”, conta a tenente Jaqueline Paiva.
O PM foi socorrido pelos próprios colegas. “Eu o conhecia, ele trabalhou comigo há algum tempo, e ele estava com o rosto completamente desfigurado. Na hora em que encontrei com ele, não o reconheci no momento”, relatou a tenente. O PM precisou passar por uma cirurgia plástica.
Reportagem no Bom Dia Brasil:
Prisão
Três agressores foram presos. Dois deles são irmãos e moram com a mãe, viúva, em um prédio de classe média da Zona Sul da cidade. Pelo interfone, ela disse não saber que os filhos faziam parte de uma gangue ou que portassem objetos como um soco inglês. “Não senhor, de jeito nenhum. Inclusive dizem que eles estavam com isso, com aquilo. Eles não estão nem com mochila porque mochila é quando eles vão para a faculdade”, afirmou a mãe.
Os três presos são operadores de telemarketing e vão responder por injúria, lesão corporal e tentativa de homicídio. Eles devem ser transferidos para um Centro de Detenção Provisória (CDP) nesta segunda-feira (9).
Celulares
Segundo a polícia, na agenda do celular de um deles, o nome do outro aparece seguido das letras “ns”, que seriam as iniciais de “Nacional Socialista”, o partido nazista alemão.
“Nos celulares dele, ainda para confirmar as características deles, algumas mensagens, sou skin, fotos com punhal, soco inglês. Eles de coturno, coisas que comprovam que eles são realmente skinheads”, afirmou a tenente Jacqueline.
Mais um caso
Na mesma madrugada em que o policial foi agredido, um rapaz de 21 anos foi morto a facadas, também na Rua Augusta. A polícia não descarta o envolvimento de skinheads na morte do rapaz.
Os casos de violência deixam inseguros os freqüentadores da região. “Precisamos de uma idéia de segurança maior”, afirmou o arquiteto Breno Miguel. “A gente não sabe aonde pode andar”, disse uma mulher que prefere não se identificar.
Fonte: G1
http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL593955-5605,00.html
Link do vídeo: http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM838812-7823-POLICIAL+MILITAR+E+ESPANCADO+POR+JOVENS+DE+CLASSE+MEDIA+EM+SAO+PAULO,00.html
Observação importante não comentava e divulgada na entrevista e matéria(serve como alerta): a negação do Holocausto, vulgo "revisionismo" do Holocausto(entre aspas, por não se tratar de História e sim de propaganda ideológica), é divulgada principalmente por grupos de extrema-direita(neonazistas e afins, e outros grupos extremistas diversos), no Brasil e no mundo. Esperamos que não haja impunidade neste caso para com os culpados deste crime bárbaro que choca a sociedade brasileira mais uma vez com o terrorismo promovido por esses bandos de bárbaros.
Vinte gangues que agem contra negros, nordestinos e homossexuais na Grande São Paulo são investigadas pela Delegacia de Crimes Raciais e de Intolerância.
No Centro da capital, jovens de classe média foram detidos na Rua Augusta por agredir um policial militar. A via ficou manchada de sangue.
Era madrugada de domingo (8), quando cinco rapazes xingaram e agrediram um jovem negro de 22 anos que caminhava com uma amiga. A moça correu para pedir ajuda. O PM, que estava à paisana, tentou evitar a agressão mas acabou sendo espancado. O rapaz negro conseguiu fugir durante a confusão.
Segundo testemunhas, um dos integrantes da gangue pulou sobre a cabeça da vítima. O policial levou golpes de cano e soco inglês, além de chutes de coturnos com bicos de aço.
A brutalidade só terminou com a chegada da polícia. Ainda assim, os agressores não se intimidaram. “Na hora em que os policiais foram efetuar a prisão, eles, parecendo gangue de rua mesmo, chamaram os policiais para a briga, enfrentaram os policiais”, conta a tenente Jaqueline Paiva.
O PM foi socorrido pelos próprios colegas. “Eu o conhecia, ele trabalhou comigo há algum tempo, e ele estava com o rosto completamente desfigurado. Na hora em que encontrei com ele, não o reconheci no momento”, relatou a tenente. O PM precisou passar por uma cirurgia plástica.
Reportagem no Bom Dia Brasil:
Prisão
Três agressores foram presos. Dois deles são irmãos e moram com a mãe, viúva, em um prédio de classe média da Zona Sul da cidade. Pelo interfone, ela disse não saber que os filhos faziam parte de uma gangue ou que portassem objetos como um soco inglês. “Não senhor, de jeito nenhum. Inclusive dizem que eles estavam com isso, com aquilo. Eles não estão nem com mochila porque mochila é quando eles vão para a faculdade”, afirmou a mãe.
Os três presos são operadores de telemarketing e vão responder por injúria, lesão corporal e tentativa de homicídio. Eles devem ser transferidos para um Centro de Detenção Provisória (CDP) nesta segunda-feira (9).
Celulares
Segundo a polícia, na agenda do celular de um deles, o nome do outro aparece seguido das letras “ns”, que seriam as iniciais de “Nacional Socialista”, o partido nazista alemão.
“Nos celulares dele, ainda para confirmar as características deles, algumas mensagens, sou skin, fotos com punhal, soco inglês. Eles de coturno, coisas que comprovam que eles são realmente skinheads”, afirmou a tenente Jacqueline.
Mais um caso
Na mesma madrugada em que o policial foi agredido, um rapaz de 21 anos foi morto a facadas, também na Rua Augusta. A polícia não descarta o envolvimento de skinheads na morte do rapaz.
Os casos de violência deixam inseguros os freqüentadores da região. “Precisamos de uma idéia de segurança maior”, afirmou o arquiteto Breno Miguel. “A gente não sabe aonde pode andar”, disse uma mulher que prefere não se identificar.
Fonte: G1
http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL593955-5605,00.html
Link do vídeo: http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM838812-7823-POLICIAL+MILITAR+E+ESPANCADO+POR+JOVENS+DE+CLASSE+MEDIA+EM+SAO+PAULO,00.html
Observação importante não comentava e divulgada na entrevista e matéria(serve como alerta): a negação do Holocausto, vulgo "revisionismo" do Holocausto(entre aspas, por não se tratar de História e sim de propaganda ideológica), é divulgada principalmente por grupos de extrema-direita(neonazistas e afins, e outros grupos extremistas diversos), no Brasil e no mundo. Esperamos que não haja impunidade neste caso para com os culpados deste crime bárbaro que choca a sociedade brasileira mais uma vez com o terrorismo promovido por esses bandos de bárbaros.
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Neonazistas atacam pessoas brutalmente em São Paulo
'Poder letal das gangues é muito grande'
A delegada Margarette Correia Barreto, titular da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerâcia (Decradi), diz que o poder letal das gangues intolerantes que agem na região central de São Paulo é muito grande.
Em entrevista ao G1, ela comentou as características dessas pessoas que se reúnem para agredir negros, judeus e homossexuais.
O caso mais recente foi registrado na madrugada deste domingo (8) na Rua Augusta, no Centro de ã Paulo. Um policial militar foi agredido ao tentar defender um rapaz negro que era atacado por um grupo de supostos skinheads. O PM levou golpes de cano e soco inglês, além de chutes e pontapés, e teve ferimentos graves no rosto.
São grupos intolerantes que pregam a exclusão de determinadas pessoas do grupo social. Alguns perseguem negros, judeus ou homossexuais. Basicamente, eles pregam a supremacia racial de algumas etnias sobre outras e o extermínio de algumas pessoas que eles discordam de comportamentos ou procedência, explicou a delegada.
De acordo com Margarette, o Decradi investiga de 20 a 25 gangues de intolerantes em São Paulo. A delegacia faz o cadastramento dos grupos para que, quando ocorrer um crime de intolerância, as pessoas envolvidas sejam rapidamente identificadas. “O que eles têm em comum é essa cultura de intolerância, de perseguição, mas são jovens de todas as classes sociais”, disse. Confira alguns pontos da entrevista:
Crime na região central
A delegada confirma que o maior número de casos ocorre na região central de São Paulo. “Essas regiões são freqüentadas pelos grupos intolerantes e, também, por pessoas da diversidade. Então, quando eles encontram um negro, um judeu ou um homossexual nesses locais acabam fazendo os ataques. Pelo levantamento, é na região central e na Avenida Paulista o maior foco”, afirmou.
Roupas e prevenção
Margarette Barreto diz que os crimes de intolerância são de difícil prevenção. “Algumas vezes eles estão trajando as vestimentas do grupo intolerante. Outras, não. Então é complicado se fazer prevenção porque, quando eles não querem ser percebidos pela polícia, eles andam como pessoas comuns. Nessa ocorrência de domingo, algumas pessoas estavam trajando a roupa própria e outras, não.”
Os grupos se vestem com roupas parecidas e alguns instrumentos. “Eles usam coturno com biqueira de aço, alguns usam algumas camisetas com dizeres skinheads ou hooligans. Mas isso depende da gangue que ele faz parte”, afirmou.
Participação dos pais
A delegada Margarette Barreto concede entrevista ao SPTV (Foto: Reprodução/TV Globo)Muitos pais não percebem que o filho faz parte de uma gangue, de acordo com Margarette. “Quando o filho sai de casa com uma roupa diferente, eles acham que é o modismo, não acreditam que o filho está fazendo parte de uma gangue de intolerantes. Os pais devem observar os filhos para que isso não aconteça”, disse.
A delegada também contou o caminho dos jovens para ser aceito nesses grupos. “Primeiro, ele começa a se vestir com as roupas da gangue, começa a sair em alguns passeios. Depois, para o batismo, ele tem que cometer um ato de intolerância. Ou ele é submetido a lesões corporais pelo grupo para ver se ele agüenta apanhar, ou ele tem que cometer um ato de intolerância contra um dos segmentos que aquela gangue odeia.”
Importância das denúncias
A delegada diz que essas gangues são muito violentas e a polícia conta com a denúncia da população contra os grupos. “Eles promovem ataques com muita lesão às pessoas envolvidas. Geralmente, ocasionam a morte ou lesão corporal grave nas pessoas. Eles concentram os golpes, o coturno com biqueira de aço é uma arma, eles usam soco inglês e barra de ferro. Então, o poder letal dessas gangues é muito grande.”
As denúncias podem ser feitas pelo 181, o Disque-Denúncia, ou pelo telefone do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde funciona a Decradi: 3315-0151. A testemunha não precisa se identificar.
Fonte: G1
http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL594398-5605,00-PODER+LETAL+DAS+GANGUES+E+MUITO+GRANDE+DIZ+DELEGADA.html
Observação importante não comentava e divulgada na entrevista e matéria(serve como alerta): a negação do Holocausto, vulgo "revisionismo" do Holocausto(entre aspas, por não se tratar de História e sim de propaganda ideológica), é divulgada principalmente por grupos de extrema-direita(neonazistas e afins, e outros grupos extremistas diversos), no Brasil e no mundo. Esperamos que não haja impunidade neste caso para com os culpados deste crime bárbaro que choca a sociedade brasileira mais uma vez com o terrorismo promovido por esses bandos de bárbaros.
A delegada Margarette Correia Barreto, titular da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerâcia (Decradi), diz que o poder letal das gangues intolerantes que agem na região central de São Paulo é muito grande.
Em entrevista ao G1, ela comentou as características dessas pessoas que se reúnem para agredir negros, judeus e homossexuais.
O caso mais recente foi registrado na madrugada deste domingo (8) na Rua Augusta, no Centro de ã Paulo. Um policial militar foi agredido ao tentar defender um rapaz negro que era atacado por um grupo de supostos skinheads. O PM levou golpes de cano e soco inglês, além de chutes e pontapés, e teve ferimentos graves no rosto.
São grupos intolerantes que pregam a exclusão de determinadas pessoas do grupo social. Alguns perseguem negros, judeus ou homossexuais. Basicamente, eles pregam a supremacia racial de algumas etnias sobre outras e o extermínio de algumas pessoas que eles discordam de comportamentos ou procedência, explicou a delegada.
De acordo com Margarette, o Decradi investiga de 20 a 25 gangues de intolerantes em São Paulo. A delegacia faz o cadastramento dos grupos para que, quando ocorrer um crime de intolerância, as pessoas envolvidas sejam rapidamente identificadas. “O que eles têm em comum é essa cultura de intolerância, de perseguição, mas são jovens de todas as classes sociais”, disse. Confira alguns pontos da entrevista:
Crime na região central
A delegada confirma que o maior número de casos ocorre na região central de São Paulo. “Essas regiões são freqüentadas pelos grupos intolerantes e, também, por pessoas da diversidade. Então, quando eles encontram um negro, um judeu ou um homossexual nesses locais acabam fazendo os ataques. Pelo levantamento, é na região central e na Avenida Paulista o maior foco”, afirmou.
Roupas e prevenção
Margarette Barreto diz que os crimes de intolerância são de difícil prevenção. “Algumas vezes eles estão trajando as vestimentas do grupo intolerante. Outras, não. Então é complicado se fazer prevenção porque, quando eles não querem ser percebidos pela polícia, eles andam como pessoas comuns. Nessa ocorrência de domingo, algumas pessoas estavam trajando a roupa própria e outras, não.”
Os grupos se vestem com roupas parecidas e alguns instrumentos. “Eles usam coturno com biqueira de aço, alguns usam algumas camisetas com dizeres skinheads ou hooligans. Mas isso depende da gangue que ele faz parte”, afirmou.
Participação dos pais
A delegada Margarette Barreto concede entrevista ao SPTV (Foto: Reprodução/TV Globo)Muitos pais não percebem que o filho faz parte de uma gangue, de acordo com Margarette. “Quando o filho sai de casa com uma roupa diferente, eles acham que é o modismo, não acreditam que o filho está fazendo parte de uma gangue de intolerantes. Os pais devem observar os filhos para que isso não aconteça”, disse.
A delegada também contou o caminho dos jovens para ser aceito nesses grupos. “Primeiro, ele começa a se vestir com as roupas da gangue, começa a sair em alguns passeios. Depois, para o batismo, ele tem que cometer um ato de intolerância. Ou ele é submetido a lesões corporais pelo grupo para ver se ele agüenta apanhar, ou ele tem que cometer um ato de intolerância contra um dos segmentos que aquela gangue odeia.”
Importância das denúncias
A delegada diz que essas gangues são muito violentas e a polícia conta com a denúncia da população contra os grupos. “Eles promovem ataques com muita lesão às pessoas envolvidas. Geralmente, ocasionam a morte ou lesão corporal grave nas pessoas. Eles concentram os golpes, o coturno com biqueira de aço é uma arma, eles usam soco inglês e barra de ferro. Então, o poder letal dessas gangues é muito grande.”
As denúncias podem ser feitas pelo 181, o Disque-Denúncia, ou pelo telefone do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde funciona a Decradi: 3315-0151. A testemunha não precisa se identificar.
Fonte: G1
http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL594398-5605,00-PODER+LETAL+DAS+GANGUES+E+MUITO+GRANDE+DIZ+DELEGADA.html
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sábado, 31 de maio de 2008
Documentário debate relação entre homossexualidade e nazismo
(Foto)'Homens, heróis, gays nazistas' e a cultura da masculinidade
No documentário "Homens, heróis, gays nazistas", o diretor alemão Rosa von Praunheim aborda a relação entre homossexualidade e nazismo, cujo ideário e estética estão cada vez mais presentes na cena gay atual.
Em uma série de documentários realizada recentemente, o célebre diretor gay alemão Rosa von Praunheim (Eu sou minha própria mulher, 1992 e O Einstein do Sexo, 1999) relata sobre testemunhas gays sobreviventes da era nazista.
Em Schwein gehabt – Joe Luga (Joe Luga teve sorte), por exemplo, Von Praunheim conta a história do cantor Joe Luga, que fazia shows travestido de mulher para os soldados alemães da frente russa. Somente após a guerra, nos anos de 1950 e 1960, sua homossexualidade o levou às prisões da antiga Alemanha Ocidental.
Mas é no longo documentário Männer, Helden, Schwule Nazis (Homens, heróis, gays nazistas), disponível desde o ano passado em DVD, que o diretor aborda a paradoxal relação entre a homossexualidade e as idéias do radicalismo de direita, cuja estética está cada vez mais presente na cena gay atual.
Homossexualidade e nazismo: é possível?
(Foto)Alexander Schlesinger posa em frente ao aeroporto de Tempelhof
Andre, ex-ativista skinhead, fala sobre a "cultura da masculinidade" em grupos de extrema direita. Botinas, cabeças raspadas e suspensórios são símbolos de virilidade e radicalismo.
Bernd Ewald Althaus, preso nos anos de 1990 por propagar "a mentira de Auschwitz", explica suas convicções, enquanto é mostrado distribuindo panfletos para festas gays em Berlim.
Alexander Schlesinger pertence a um partido de extrema direita, cujo nome não foi citado. Ele explica que seu chefe está informado de sua homossexualidade.
Os três são gays assumidos e estão ou estiveram ligados ao movimento de extrema direita. Em seu documentário, Von Praunheim tenta não somente mostrar o paradoxo entre a homossexualidade e o neonazismo, mas também que a sexualidade está presente em todos, até mesmo em nazistas.
Nazistas de ontem e de hoje
(Foto)A homossexualidade de Ernst Röhm (c) foi tolerada durante anos por Hitler
Entre os casos mais famosos, trazidos por Von Praunheim à tela, estão Ernst Röhm, chefe da SA (Seção de Assalto), a tropa de segurança do partido de Hitler, e Michael Kühnen, líder do proibido FAP (Partido Liberal dos Trabalhadores Alemães).
Ernst Röhm vivia sua homossexualidade de forma relativamente aberta. Ele quis abolir o parágrafo 175 do Código penal, que até os anos de 1970 considerava a homossexualidade crime na Alemanha.
Sua homossexualidade era motivo de chacota da oposição social-democrata. Por uma ameaça de golpe de Estado e por sua homossexualidade, Hitler o mandou fuzilar, em 1934, juntamente com seus aliados. Cerca de 40 anos mais tarde surgia Michael Kühnen, chefe do FAP e um dos mais importantes neonazistas da Alemanha.
(Foto)Michael Kühnen (c) morreu de aids
Em 1986, Kühnen publicou o manifesto Nacional-socialismo e Homossexualidade, onde explicava, entre outros, que os homossexuais eram mais aptos a assumir funções de chefia, já que não tinham família, podendo assim se dedicar completamente à sua causa. Nas teorias de Kühnen, a mulher assumia uma função biológica. Michael Kühnen morreu de aids em 1991, fato negado, assim como sua homossexualidade, pela maioria dos seus seguidores.
Nem Hitler nem Hess escaparam
Em Homens, heróis, gays nazistas, nem o ditador Adolf Hitler e seu vice, Rudolph Hess, escaparam da homossexualidade. Por sua feminilidade, Hess era chamado de "senhorita Hess" por alguns companheiros de partido e só se casou porque Hitler o obrigou, explica o documentário de Rosa von Praunheim.
No livro O Segredo de Hitler, o historiador e professor da Universidade de Bremen Lothar Machtan tenta provar que o ditador era homossexual, usando como argumentos, entre outros, depoimentos de antigos camaradas e o fato de Hitler só ter tido relações com mulheres aos 48 anos.
Esquerda passiva, direita ativa
(Foto)Para Von Praunheim, a sexualidade está em todos
Quanto ao avanço do neonazismo entre os homossexuais da atualidade, que muitas vezes adotam a estética do radicalismo de extrema direita sem mesmo ter convicções políticas neonazistas, o diretor de 65 anos explica, no final de seu filme, sua visão atual dos movimentos de emancipação gays.
"Os tempos de uma esquerda ativa já passaram, vivemos agora uma época de um engajamento de direita."
Sempre houve gays ligados a movimentos de extrema direita, por mais paradoxal que seja esta posição, explica o diretor. Já que, a partir de 1935, os nazistas acirraram ainda mais a perseguição aos homossexuais. Através da fome e trabalhos forçados em campos de concentração, gays eram "reeducados" como heterossexuais.
Perguntado por Rosa von Praunheim sobre o que achava de homossexuais nazistas, o prefeito de Berlim, Klaus Wowereit, cujo lema eleitoral foi "Sou gay e é bom assim", declarou no documentário: "Nazistas, sejam eles homossexuais ou heterossexuais, eu desconsidero".
Carlos Albuquerque
Fonte: Deutsche Welle(15.01.2007)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,2310990,00.html
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quinta-feira, 29 de maio de 2008
Homossexuais vítimas do nazismo ganham memorial em Berlim
Como através de uma janela, observador vê filme com dois homens se beijando
Em torno de 54 mil homossexuais foram condenados durante o regime nazista. Sete mil foram mortos em campos de concentração. Próximo ao Memorial do Holocausto, um monumento é inaugurado em memória às vitimas.
O amor que não ousa dizer o nome. Como se estivesse olhando através de uma janela, o observador vê uma cena de filme em preto-e-branco: dois homens se beijando projetados no interior de um bloco retangular de concreto de cerca de quatro metros de altura.
Num misto de instalação e escultura, o duo de artistas Michael Elmgreen e Ingar Dragset projetou o memorial dos homossexuais perseguidos pelo regime nacional-socialista, que o ministro alemão da Cultura, Bernd Neumann, inaugura nesta terça-feira (27/05) em Berlim.
Localizado em frente ao Memorial do Holocausto, a forma retangular do novo monumento dialoga com as colunas cinza retangulares do memorial aos judeus assassinados pelo regime de Hitler.
Além de honrar as vítimas perseguidas e mortas pelos nazistas, a Alemanha deseja, com este monumento, manter acordada a lembrança da injustiça e estabelecer um sinal duradouro contra a intolerância, a hostilidade e a exclusão de gays e lésbicas, explicam os dizeres ao lado do novo memorial.
Beijo gay, beijo lésbico
Ingar Dragset e Michael Elmgreen
Em 12 de dezembro de 2003, o Bundestag, câmara baixa do Parlamento alemão, decidiu a construção do monumento aos homossexuais – contra os votos dos partidos da União (CDU/CSU), à qual pertence a atual chanceler federal alemã Angela Merkel.
Este foi um belo presente de aniversário para o deputado federal do Partido Verde Volker Beck, ativista homossexual e um dos principais incentivadores do monumento.
Para Beck, a importância do memorial está no fato de ter sido negada, durante muito tempo, a injustiça feita a gays e lésbicas. O mesmo Parágrafo 175 do Código Penal Alemão que permitiu aos nazistas a perseguição e o assassinato de homossexuais foi válido na República Federal da Alemanha até 1969.
Quanto à resolução artística do monumento, o deputado não demonstra preocupação. Após críticas, principalmente de mulheres, a obra foi remodelada. No primeiro projeto, serão vistos dois homens se beijando. Mais tarde, serão duas mulheres.
Responsabilidade especial
Monumento do respeito aos homossexuais
A partir de 1935, os nazistas acirraram o Parágrafo 175. Um beijo entre pessoas do mesmo sexo já bastava para a perseguição judicial. Houve mais de 50 mil julgamentos. Os nazistas conseguiram impor, algumas vezes, até mesmo a castração das vítimas.
O Parágrafo 175 significava prisão em campos de concentração. Muitos não sobreviveram. Eles morriam de fome, doenças ou foram vítimas dos assassinatos sistemáticos.
Com exceção da Áustria anexada, a homossexualidade feminina não sofreu perseguição. Lesbianismo não era considerado perigoso ao regime. Se lésbicas, no entanto, entrassem em conflito com os nazistas, também se tornavam vítimas das repressões.
Direitos humanos de gays e lésbicas
O governo alemão observa a importância do novo monumento também pelo fato de pessoas serem, em várias partes do mundo, ainda hoje vítimas de hostilidade devido à sua identidade sexual.
"Devido a sua história, a República Federal da Alemanha tem a especial responsabilidade de se posicionar, decididamente, contra as agressões aos direitos humanos de gays e lésbicas", lê-se na placa do memorial.
Segundo o deputado Volker Beck, existem hoje mais de 80 países onde a homossexualidade entre pessoas adultas é passível de punição, que pode chegar até mesmo à pena de morte em 12 desses países – o que faz lembrar os nazistas e a importância do atual monumento.
Fonte: Deutsche Welle/Agências(27.05.2008)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,3362743,00.html
Em torno de 54 mil homossexuais foram condenados durante o regime nazista. Sete mil foram mortos em campos de concentração. Próximo ao Memorial do Holocausto, um monumento é inaugurado em memória às vitimas.
O amor que não ousa dizer o nome. Como se estivesse olhando através de uma janela, o observador vê uma cena de filme em preto-e-branco: dois homens se beijando projetados no interior de um bloco retangular de concreto de cerca de quatro metros de altura.
Num misto de instalação e escultura, o duo de artistas Michael Elmgreen e Ingar Dragset projetou o memorial dos homossexuais perseguidos pelo regime nacional-socialista, que o ministro alemão da Cultura, Bernd Neumann, inaugura nesta terça-feira (27/05) em Berlim.
Localizado em frente ao Memorial do Holocausto, a forma retangular do novo monumento dialoga com as colunas cinza retangulares do memorial aos judeus assassinados pelo regime de Hitler.
Além de honrar as vítimas perseguidas e mortas pelos nazistas, a Alemanha deseja, com este monumento, manter acordada a lembrança da injustiça e estabelecer um sinal duradouro contra a intolerância, a hostilidade e a exclusão de gays e lésbicas, explicam os dizeres ao lado do novo memorial.
Beijo gay, beijo lésbico
Ingar Dragset e Michael Elmgreen
Em 12 de dezembro de 2003, o Bundestag, câmara baixa do Parlamento alemão, decidiu a construção do monumento aos homossexuais – contra os votos dos partidos da União (CDU/CSU), à qual pertence a atual chanceler federal alemã Angela Merkel.
Este foi um belo presente de aniversário para o deputado federal do Partido Verde Volker Beck, ativista homossexual e um dos principais incentivadores do monumento.
Para Beck, a importância do memorial está no fato de ter sido negada, durante muito tempo, a injustiça feita a gays e lésbicas. O mesmo Parágrafo 175 do Código Penal Alemão que permitiu aos nazistas a perseguição e o assassinato de homossexuais foi válido na República Federal da Alemanha até 1969.
Quanto à resolução artística do monumento, o deputado não demonstra preocupação. Após críticas, principalmente de mulheres, a obra foi remodelada. No primeiro projeto, serão vistos dois homens se beijando. Mais tarde, serão duas mulheres.
Responsabilidade especial
Monumento do respeito aos homossexuais
A partir de 1935, os nazistas acirraram o Parágrafo 175. Um beijo entre pessoas do mesmo sexo já bastava para a perseguição judicial. Houve mais de 50 mil julgamentos. Os nazistas conseguiram impor, algumas vezes, até mesmo a castração das vítimas.
O Parágrafo 175 significava prisão em campos de concentração. Muitos não sobreviveram. Eles morriam de fome, doenças ou foram vítimas dos assassinatos sistemáticos.
Com exceção da Áustria anexada, a homossexualidade feminina não sofreu perseguição. Lesbianismo não era considerado perigoso ao regime. Se lésbicas, no entanto, entrassem em conflito com os nazistas, também se tornavam vítimas das repressões.
Direitos humanos de gays e lésbicas
O governo alemão observa a importância do novo monumento também pelo fato de pessoas serem, em várias partes do mundo, ainda hoje vítimas de hostilidade devido à sua identidade sexual.
"Devido a sua história, a República Federal da Alemanha tem a especial responsabilidade de se posicionar, decididamente, contra as agressões aos direitos humanos de gays e lésbicas", lê-se na placa do memorial.
Segundo o deputado Volker Beck, existem hoje mais de 80 países onde a homossexualidade entre pessoas adultas é passível de punição, que pode chegar até mesmo à pena de morte em 12 desses países – o que faz lembrar os nazistas e a importância do atual monumento.
Fonte: Deutsche Welle/Agências(27.05.2008)
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segunda-feira, 22 de outubro de 2007
Documento Especial - A Cultura do Ódio (neonazismo no Brasil), parte 3
Terceira e última parte do documentário produzido pelo extinto programa Documento Especial sobre a atuação de grupos neonazistas, integralistas e nacionalistas xenófobos no Brasil, escancarando o problema da formação de grupos militantes e organizados que pregam abertamente o racismo ideológico e institucional em território brasileiro.
Documento Especial - A Cultura do Ódio (neonazismo no Brasil), parte 3
Documento Especial - A Cultura do Ódio, parte 1
Documento Especial - A Cultura do Ódio, parte 2
O que ocorreu devido à exibição do programa(no ano de 1992): 20 neonazistas presos ma época.
O que impressiona é a data de exibição do programa, 1992, e o problema ao invés de diminuir ou ficar estável, aumentou, em parte por conta de uma atuação adequada pra repressão desse tipo de grupos terroristas. A sociedade brasileira espera e deseja ver uma resposta adequada e rápida por parte do poder público brasileiro às manifestações de ódio racial/étnico(racismo), preconceito regional e disseminação de racismo e neonazismo que se proliferam rapidamente e de forma considerável e robusta principalmente no site de relacionamentos do Google, o Orkut. Compactuar com a impunidade de grupos racistas/neonazistas no Brasil é o mesmo que deixar a intolerância e o racismo tomarem de assalto um país onde é inaceitável que este tipo de escória de ódio assustem e aterrorizem a sociedade com o rastro de ódio que deixam por onde passam.
Documento Especial - A Cultura do Ódio (neonazismo no Brasil), parte 3
Documento Especial - A Cultura do Ódio, parte 1
Documento Especial - A Cultura do Ódio, parte 2
O que ocorreu devido à exibição do programa(no ano de 1992): 20 neonazistas presos ma época.
O que impressiona é a data de exibição do programa, 1992, e o problema ao invés de diminuir ou ficar estável, aumentou, em parte por conta de uma atuação adequada pra repressão desse tipo de grupos terroristas. A sociedade brasileira espera e deseja ver uma resposta adequada e rápida por parte do poder público brasileiro às manifestações de ódio racial/étnico(racismo), preconceito regional e disseminação de racismo e neonazismo que se proliferam rapidamente e de forma considerável e robusta principalmente no site de relacionamentos do Google, o Orkut. Compactuar com a impunidade de grupos racistas/neonazistas no Brasil é o mesmo que deixar a intolerância e o racismo tomarem de assalto um país onde é inaceitável que este tipo de escória de ódio assustem e aterrorizem a sociedade com o rastro de ódio que deixam por onde passam.
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revisionismo
Documento Especial - A Cultura do Ódio (neonazismo no Brasil), parte 2
Segunda parte do documentário produzido pelo extinto programa Documento Especial sobre a atuação de grupos neonazistas, integralistas e nacionalistas xenófobos no Brasil. No segundo vídeo um integralista nega o Holocausto e o dono da Editora Revisão, editora responsável por publicação de livros antissemitas, apologéticos do nazismo e da negação do Holocausto aparecem no vídeo.
Documento Especial - A Cultura do Ódio (neonazismo no Brasil), parte 2
Documento Especial - A Cultura do Ódio, parte 1
Documento Especial - A Cultura do Ódio, parte 3
Documento Especial - A Cultura do Ódio (neonazismo no Brasil), parte 2
Documento Especial - A Cultura do Ódio, parte 1
Documento Especial - A Cultura do Ódio, parte 3
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domingo, 21 de outubro de 2007
Documento Especial - A Cultura do Ódio (neonazismo no Brasil), parte 1
Vídeo do especial apresentado pelo SBT no ano de 1992 sobre grupos neonazistas, nacionalistas xenófobos, integralistas, e a pregação de ódio a judeus, negros, "nordestinos" e homossexuais no Brasil por parte dessas gangues de vândalos apoiadas por políticos e com suporte ideológico dos livros publicados e traduzidos pela Editora Revisão.
Documento Especial - A Cultura do Ódio (neonazismo no Brasil), parte 1
Link anterior está morto: http://www.youtube.com/watch?v=qsD0g29nVzI
Documento Especial - A Cultura do Ódio, parte 2
Documento Especial - A Cultura do Ódio, parte 3
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Documento Especial - A Cultura do Ódio, parte 2
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terça-feira, 7 de agosto de 2007
Hans Münch, médico de Auschwitz
Declaração de Hans Münch em Auschwitz, 1995.
"Eu, Dr. Hans Münch, certifico que, como médico da SS de serviço em Auschwitz em 1944, testemunhei o processo de seleção das pessoas que iriam continuar a viver e os que iriam morrer. Outros médicos da SS de plantão nos campos fizeram seleções na plataforma onde os transportes chegavam. Eles também fizeram seleções nos quartéis. Eu era isento de fazer seleções porque eu tinha recusado a fazê-las.
Eu ainda atesto que vi milhares de pessoas serem gaseadas aqui em Auschwitz. As crianças, os idosos, os doentes e aqueles incapazes de trabalhar foram enviados às câmaras de gás. Eram seres humanos inocentes: judeus, ciganos, homossexuais, opositores políticos de Hitler - qualquer um que não concordasse com a idéia de Hitler de uma raça ariana pura.
Estou assinando este papel por minha própria vontade para ajudar a documentar a intolerância cruel dos meus colegas da SS.
Eu, um ex-médico da SS, testemunhei a queda de Zyklon-B nas saídas de ar de fora das câmaras de gás. O Zyklon-B começou a funcionar assim que ele foi lançado a partir de latas. Os efeitos do gás foram observados através de um olho-mágico por um médico designado ou oficial da SS de plantão. Depois de três a cinco minutos, a morte podia ser confirmada, e as portas eram abertas como um sinal de que os cadáveres estavam prontos para serem cremados.
Este é um pesadelo que continuo a viver cinquenta anos depois.
Eu sinto muito que de alguma maneira eu tenha sido parte disso. Sob as circunstâncias prevalecentes eu fiz o melhor que podia para salvar o máximo de vidas possível. Juntar-me à SS foi um erro. Eu era jovem. Era um oportunista. E uma vez que entrei, não havia maneira de sair."
(assinado)
Dr. Hans Münch
27 de janeiro, 1995, Auschwitz
(6 testemunhas)
Link com a cópia (digitalização) do documento: http://www.nizkor.org/ftp.cgi/people/m/muench.hans/ftp.cgi?people/m/muench.hans//images/auschwitz-declaration-950127.jpg
Fonte: Nizkor (declaração em Auschwitz)
http://www.nizkor.org/ftp.cgi/people/m/muench.hans/ftp.cgi?people/m/muench.hans//auschwitz-declaration.950127
http://www.nizkor.org/hweb/people/m/muench-hans/auschwitz-declaration.html
Tradução: Roberto Lucena
Atualização: mudança de texto e tradução, 06 de março, 2014.
Ver mais:
Is Dr Munch a confused old man or a defiant Nazi? (The Independent, Reino Unido)
"Eu, Dr. Hans Münch, certifico que, como médico da SS de serviço em Auschwitz em 1944, testemunhei o processo de seleção das pessoas que iriam continuar a viver e os que iriam morrer. Outros médicos da SS de plantão nos campos fizeram seleções na plataforma onde os transportes chegavam. Eles também fizeram seleções nos quartéis. Eu era isento de fazer seleções porque eu tinha recusado a fazê-las.
Eu ainda atesto que vi milhares de pessoas serem gaseadas aqui em Auschwitz. As crianças, os idosos, os doentes e aqueles incapazes de trabalhar foram enviados às câmaras de gás. Eram seres humanos inocentes: judeus, ciganos, homossexuais, opositores políticos de Hitler - qualquer um que não concordasse com a idéia de Hitler de uma raça ariana pura.
Estou assinando este papel por minha própria vontade para ajudar a documentar a intolerância cruel dos meus colegas da SS.
Eu, um ex-médico da SS, testemunhei a queda de Zyklon-B nas saídas de ar de fora das câmaras de gás. O Zyklon-B começou a funcionar assim que ele foi lançado a partir de latas. Os efeitos do gás foram observados através de um olho-mágico por um médico designado ou oficial da SS de plantão. Depois de três a cinco minutos, a morte podia ser confirmada, e as portas eram abertas como um sinal de que os cadáveres estavam prontos para serem cremados.
Este é um pesadelo que continuo a viver cinquenta anos depois.
Eu sinto muito que de alguma maneira eu tenha sido parte disso. Sob as circunstâncias prevalecentes eu fiz o melhor que podia para salvar o máximo de vidas possível. Juntar-me à SS foi um erro. Eu era jovem. Era um oportunista. E uma vez que entrei, não havia maneira de sair."
(assinado)
Dr. Hans Münch
27 de janeiro, 1995, Auschwitz
(6 testemunhas)
Link com a cópia (digitalização) do documento: http://www.nizkor.org/ftp.cgi/people/m/muench.hans/ftp.cgi?people/m/muench.hans//images/auschwitz-declaration-950127.jpg
Fonte: Nizkor (declaração em Auschwitz)
http://www.nizkor.org/ftp.cgi/people/m/muench.hans/ftp.cgi?people/m/muench.hans//auschwitz-declaration.950127
http://www.nizkor.org/hweb/people/m/muench-hans/auschwitz-declaration.html
Tradução: Roberto Lucena
Atualização: mudança de texto e tradução, 06 de março, 2014.
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Is Dr Munch a confused old man or a defiant Nazi? (The Independent, Reino Unido)
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