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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Filme: "Holocausto Brasileiro" mostra barbárie em hospital psiquiátrico em Minas Gerais

Baseado no livro homônimo de Daniela Arbex, novo documentário da HBO estreia neste domingo (20) e choca por realidade desconhecida

Depois de inspirar uma série de reportagens e um livro, a história do Hospital Colônia de Barbacena, em Minas Gerais, é tema do documentário "Holocausto Brasileiro", que estreia neste domingo (20), às 21h, no canal MAX.
Divulgação/HBO: "Holocausto Brasileiro" mostra caso
do Hospital Colônia de Barbacena, onde 60 mil pessoas morreram
Baseado no livro homônimo de Daniela Arbex, "Holocausto Brasileiro" conta o que acontecia nos muros do Colônia, que tratava de pacientes com supostos problemas mentais. Cerca de 60 mil pessoas morreram no hospital durante seus 80 anos de funcionamento.

"Muita gente da minha geração não conhecia essa história, então achei importante contar", explicou a diretora em entrevista ao iG. Ela assina o documentário com Alessandro Arbex e a equipe da HBO Latin America.

O filme demorou dois anos para ser produzido, entre 2013 e 2015, e traz depoimentos emocionantes de sobreviventes do hospital. "Não dá para contar uma história dessas sem se tocar", confessou Daniela sobre a produção do documentário. Na época em que ela começou a série de reportagens sobre o Colônia para o jornal Tribuna de Minas, em 2011, a jornalista tinha acabado de ser mãe pela primeira vez. "Mexeu muito comigo ver as histórias daquelas mulheres que tiveram seus filhos tirados delas", admitiu.

O documentário mostra com detalhes as condições as quais as pessoas internadas no Colônia eram submetidas. Entrevistas com funcionários do hospital e jornalistas que acompanharam a situação de perto são a base para o filme, que faz revelações chocantes, como as de que centenas de pessoas morreram de fome na instituição e de que os pacientes chegaram a beber esgoto por não terem água limpa.

Reprodução: O Hospital Colônia de Barbacena,
em Minas Gerais, é o cenário de "Holocausto Brasileiro"
Para a jornalista, o filme serve para documentar a memória das pessoas que sofreram no hospital. Muitas das pessoas que seriam entrevistadas morreram durante a produção do documentário, enquanto outras que aparecem na tela nunca chegarão a assisti-lo. Um deles é o maquinista do trem que levava os internos até Barbacena. "Era o sonho dele estar em um filme", lamenta a diretora sobre o personagem da entrevista que abre "Holocausto Brasileiro", que morreu antes de conseguir ver o filme.

Mexendo no vespeiro

Quando começou a explorar a história do hospital, Daniela Arbex sabia que o tema poderia causar bastante barulho, mas não tinha ideia da grandeza que ele tomaria. "Eu sabia que era uma história grandiosa, mas o filme foi a grande surpresa", contou. Quando a série de reportagens foi publicada, a jornalista lembra de ter recebido milhares de e-mails de pessoas que tiveram parentes internados em Barbacena.

O crescimento da história também tornou o trabalho de Arbex mais difícil. Seu caminho foi se complicando à medida que o caso do Colônia ganhava mais atenção. "Fui muito bem recebida para fazer a matéria, o governo de Minas Gerais até me passou alguns contatos para as entrevistas. Mas quando fui retomar o caso para escrever o livro, passei a incomodar", disse. "O problema maior foi para fazer o filme", contou a diretora, que passou dois meses em Barbacena produzindo o documentário. "As pessoas da cidade não gostavam da gente lá."

Além do Brasil, "Holocausto Brasileiro" também será exibido pela HBO em toda a América Latina. Para Daniela Arbex, isso cumpre seu compromisso com a história. Além do livro ter sido adotado em cursos de ensino fundamental e médio, a jornalista levará o caso do Hospital Colônia de Barbacena para todo o País e o exterior. "O filme é incrível, a gente sabe o potencial dele, e espero que tenha um caminho lindo", disse a diretora.

"Holocausto Brasileiro" mostra barbárie em hospital psiquiátrico em Minas Gerais
Por Caio Menezes | 20/11/2016 09:00

Fonte: Portal IG
http://gente.ig.com.br/cultura/2016-11-20/holocausto-brasileiro.html
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Acréscimo:

Um pequeno adendo (pequena introdução) ao documentário e livro, lembro de uma matéria que tratava do assunto feita pelo Goulart de Andrade sobre um Hospital psiquiátrico em Juqueri (https://www.tvgazeta.com.br/videos/goulart-de-andrade-em-juqueri/). Mais sobre a matéria conferir aqui. Sempre que vejo algo sobre o livro ou documentário desse livro da Daniela Arbex lembro dessa matéria no Juqueri que me impactou profundamente (provocou um ódio profundo das classes dominantes deste país, do desprezo deles pela vida humana, do higienismo ideológico nazi-liberal dessa gente, gente bárbara, asquerosa, gente da pior espécie, sempre que olho as imagens me causa nojo da classe dominante deste país, da perversão pela qual são "fabricados"). Esses hospitais psiquiátricos parecem/pareciam campos de concentração, literalmente.

Eu ia divulgar o livro "Holocausto brasileiro" (Daniela Arbex) no ano em que saiu (acho que em 2013), mas devidos aos altos e baixos do país (com um golpe no meio, sabotagens etc, e um certo desânimo), foi ficando pra depois, depois... e acabou por não se mencionar antes o livro, e agora o documentário sobre o livro. Mas antes tarde que nunca.

O documentário "Holocausto brasileiro" (procurem pelo Youtube, se não tirarem do ar) mostra a outra face do Brasil, a que a "propaganda oficial" do país não mostra pro mundo, pois colocaria abaixo a imagem de "país cordial", "pacato", "diferente de todos os outros" que a propaganda oficial do país costuma vender, e que acaba por acobertar os inúmeros crimes, desrespeitos e brutalidade que ocorrem corriqueiramente no país pelas pessoas "cordiais" do país e aparato burocrático/privado.

Um país que trata doentes mentais desta forma como a relatada nesses documentários e livro, mostra na realidade um país não muito diferente de uma Alemanha nazi, o princípio de internamento dessas pessoas era o mesmo usado no nazismo, e por 80 longos anos (o regime nazi durou 12 anos). Até a escala de mortes é parecida.

A quem quiser ler mais: Doentes mentais e o Nazismo

Há alguns puristas ou fanáticos religiosos (cheios de melindre, serei sincero, não gosto de quem mistura crença religiosa com questões desse tipo, não gosto de fanático religioso) que não gostam que usem a palavra "Holocausto" pro livro e pro documentário.

Sinceramente, sacralizar uma palavra ou confinar a mesma a um episódio histórico é uma postura bem perigosa (e egoísta também) e que em nada ajuda no entendimento dessas questões, até porque o termo mais adequado pro que houve na segunda guerra é genocídio. Não vou entrar aqui na discussão do surgimento e adoção/uso do termo Holocausto pro genocídio nazista, no blog tem explicação pra isso em posts antigos (clique aqui). Também não tenho o menor interesse em que melindra com supostas "ofensas" sobre uso do nome, não acredito nessas ofensas e sim em uma postura fanática, autoritária e possessiva.

Não vou me alongar mais, leiam a matéria sobre o filme (esta introdução ficaria no começo do post mas resolvi pôr no fim pra não atrapalhar a leitura).

Entrevista com a autora: Livros 63: Holocausto Brasileiro - Daniela Arbex

domingo, 29 de março de 2015

Werner Heyde. A psiquiatria nos campos de concentração, os Totenkopf e a Aktion T4

Werner Heyde figura nos livros de história do III Reich por dois motivos. Nas histórias militares, ou das SS, é o jovem psiquiatra que sanou as dúvidas de Himmler sobre a cordura (tolerância) e sanidade de de Theodor Eicke. A raíz de seus relatórios, Eicke deixou de estar recluso em uma clínica psiquiátrica, para ser nomeado comandante do maior campo de concentração (KZ) da Alemanha, Dachau, a partir de junho de 1933.

A partir daí, Eicke desenvolveu uma singular carreira como organizador de todo o sistema de campos de concentração do III Reich, previu o assassinato de Ernst Röhm na chamada Noite dos longos punhais. Em 1940, abandonou essas responsabilidades para liderar uma divisão com o pessoal de seus campos. Terminou morrendo no front, quando seu Storch foi derrubado em 26 de fevereiro de 1943. Talvez devido a essa morte prematura, todo o pessoal dos KZ, nos julgamentos pós-guerra, atribuíram a sua formação, a crueldade e dureza do sistema. Eles só seguiam as ordens de Eicke. Nada além disso.

Mas regressemos a Werner Heyde.

Werner Heyde ingressa no NSDAP em 01-05-1933 pela recomendação de Eicke, e participou no desenho e na realização prática dos programas de esterilização e eugenia. Começou trabalhando dois dias na semana nas SS-Totenkopfverbände, como chefe das unidades psiquiátricas dos KZ, ao mesmo tempo que era professor associado da Universidade de Würzburg. SS-Hauptsturmführer (capitão) em 1936, de 1939 a dezembro de 1941 foi o diretor médico da Aktion T4. A Aktion T4 consistiu em matar, segundo suas próprias cifras, a 70.273 doentes mentais alemães entre 1939 e 1941, sem incluir outras mortes e seleções no KZ. Heyde também trabalhou nas esterilizações forçadas.

Heyde perdeu seu cargo a frente da T4 ao ser acusado pelo SD de atividades homossexuais, que pelo visto reconheceu, alegando traumas infantis. Himmler considerou que era valioso demais para as SS e não o expulsou da organização. Tendo em conta seu enfoque prático nessas questões, sem dúvida pesou a favor de Heyde o fato de que estava casado desde 1927, de forma que sua homossexualidade não o impedia de ter filhos para o Reich. Heyde chegou a SS-Obersturmbannführer (tenente coronel), e no pós-guerra seguiu trabalhando como médico e perito judicial sob nome falso. Descoberto e acusado, suicidou-se na prisão de Butzbach em 13-02-1964.

Bibliografia:

Michael Burleigh: Death and Deliverance. Euthanasia in Germany 1900-1945. Pan Books, Londres 2002, pg. 116-120. (1º ed. 1994 Cambridge University Press).

French MacLean: The Camp Men, Schiffer Militay History, Atglen, PA, 1999. Pg. 108.

Verbete da Wikipedia alemã (a Wikipedia inglesa, consultada em 16-02-15 contém muitos erros).


Werner Heyde no momento de sua detenção em 1959. Fonte: http://historyofmentalhealth.com/

Fonte: blog Antirrevisionismo (Espanha)
Título original: Werner Heyde. La psiquiatría en los campos de concentración, los Totenkopf y la Aktion T4
https://antirrevisionismo.wordpress.com/2015/02/16/werner-heyde-la-psiquiatria-en-los-campos-de-concentracion-los-totenkopf-y-la-aktion-t4/
Tradução: Roberto Lucena

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O médico da SS, Dr. Horst Schumann (Eutanásia em doentes mentais, Aktion T4)

Dr. Horst Schumann, médico da SS
Envolvido no programa de Eutanásia
O Dr. Horst Schumann (tenente superior da Força Aérea e Sturmbannführer da SS) nasceu em 1906 em Halle an der Saale, filho de um médico de medicina general. Desde 1930 afiliado ao NSDAP com o número 190 002 e desde 1932 membro da SA. Schumann se formou em medicina em 1933 em Halle, e em 1934 trabalhou para Saúde Pública em Halle e quando estourou a guerra em 1939 foi recrutado como médico adjunto da Força Aérea.

Viktor Brack, chefe da oficina da aktion T4 (no qual se praticava a eutanásia dos doentes mentais, os doentes crônicos, os judeus e os assim chamados antissociais) lhe pediu em 1939 que participasse como médico nesta ação de eutanásia, ao que Schumann aceitou pouco tempo depois. Em janeiro de 1940 foi nomeado chefe da clínica de eutanásia de Grafeneck em Württemberg; ali a eutanásia consistia em assassinar as pessoas mediante gases de escape. No verão de 1940 foi nomeado diretor da clínica Sonnenstein próxima de Pirna na Saxônia.

Depois que Hitler houvesse ordenado oficialmente a aniquilação dos assim chamados "doentes incuráveis", pondo-a sob o nome de código "14 f 13" também os presos dos campos de concentração, Schumann fez parte das comissões de médicos que selecionavam os presos incapacitados para trabalhar, assim como os presos extremamente débeis nos campos de concentração de Auschwitz, Buchenwald, Dachau, Flossenburg, Groß-Rosen (Gross-Rosen), Mauthausen, Neuengamme e Niederhangen, para serem transportados às clínicas de eutanásia, onde eram gaseados.

Em 28 de julho de 1941 Schumann chegou pela primeira vez a Auschwitz, onde selecionou 575 presos que foram transportados para a clínica de eutanásia em Sonnenstein próxima de Pirna, onde foram assassinados. A partir de agosto de 1941, a SS prosseguiu com sua ação "14 f 13", agora com os presos doentes lhes era injetado fenol diretamente no coração. Um ano e meio mais tarde, Schumann voltou a Auschwitz para pôr a prova um método "econômico e rápido", com raios-X, para esterilização em massa de homens e mulheres. Quase nenhuma de suas numerosas vítimas sobreviveu; sendo as causas dessas mortes as queimaduras sofridas, as "intervenções complementares" (extirpação de ovários e testículos), o esgotamento físico e o choque psíquico. Em 1944 Schumann abandonou Auschwitz. Em outubro de 1945 apareceu em Gladbeck, onde se deu alta no Registro e onde também foi nomeado médico desportivo.

Mediante um crédito que se concedia exclusivamente aos refugiados (!), abriu em 1949 sua própria clínica, e até 1951 as autoridades pertinentes não se deram conta de que na realidade se tratava de um criminoso nacional-socialista procurado. Schumann pode fugir. Nos anos seguintes, segundo suas declarações, exerceu medicina em um barco, trabalhou a partir de 1955 no Sudão, de onde fugiu em 1959, via Nigéria e Líbia, para Gana. Até 1966, Schumann não havia sido extraditado para a República Federal da Alemanha. Em setembro de 1970 foi aberto o processo contra Schumann, interrompido em abril do ano seguinte pela hipertensão arterial do acusado. Em 29 de julho de 1972 foi posto em liberdade, fato que passou desapercebido do grande público. Passou o resto de seus dias em Frankfurt, onde faleceu em 5 de maio de 1983, onze anos depois de haver sido posto em liberdade. Graças aos certificados médicos pode se livrar de uma condenação e até da prisão.

Fonte: Institut fuer Sozial- und Wirtschaftsgeschichte - Uni Linz (Áustria)
http://www.wsg-hist.uni-linz.ac.at/auschwitz/htmlesp/Schumann.html
http://www.wsg-hist.uni-linz.ac.at/auschwitz/htmld/Schumann.html
Foto: Arquivo Yad Vashem (http://collections.yadvashem.org/photosarchive/en-us/1059_12880.html)
Tradução: Roberto Lucena

Ver mais:
Experimentos Médicos - Oberhauser e Schumann
Tag Cobaias Humanas

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Soldau

Otto Rasch deu uma declaração à SS em Berlim, em junho de 1943, em que descreveu as funções de Soldau. O testemunho, que se encontra aqui, afirma que o propósito original de Soldau era liquidar prisioneiros políticos poloneses discretamente. Rasch também afirma (pág. 3) que Soldau foi posteriormente usado para matar doentes mentais, como também está documentado em NO-2908.

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2011/12/soldau.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Gray Matter(Massa Cinzenta) - documentário

Arquivado como: Crítica
Gray Matter(Massa Cinzenta)
Dirigido por: Joe Berlinger

Mas quando você pensa que todos os horrores do Holocausto foram expostos, em 2002 os cérebros de cerca de setecentas crianças foram finalmente entregues para um enterro adequado em Viena. Como resultou, os cérebros vieram de crianças deficientes que não se deram contas de estar envolvidas num inacreditável experimento Nazi para determinar a causa das deformidades e de cortá-las na raiz. Onde está Indiana Jones quando você precisa dele? Documentário aclamado do diretor Joe Berlinger que viajou até Viena em 2002 para documentar o grande enterro e fazer alguma investigação dentro daquilo que é uma das mais alarmantes histórias vindas do Holocausto.

Neste ponto, Berlinger é provavelmente melhor conhecido por seu criticamente aclamado documentário Paradise Lost(Paraíso Perdido), no qual sua investigação em cima da convicção de três adolescentes que levantaram algumas sérias questões sobre a falta de evidência que puseram suspeitos de assassinos de crianças atrás das grades. E mais recentemente, "Metallica: Some Kind of Monster" dirigido para entretenimento até de não-fãs do Metallica. Entretanto Gray Matter foi feito para TV e ajustado para ser apresentado em menos de uma hora, trata do objeto do tema com muito respeito e além disso, como o roteiro do Metallica e a gravação de St.Anger, é uma bom trabalho a propósito.

Berlinger põe seu talento investigativo no trabalho em sua procura por Heinrich Gross, o mentor e doutor do Nazi experimento no Hospital Mental Spiegelgrund no qual estes experimentos tomaram lugar. Como resultado, Gross não está apenas ainda vivo como bem, mas aparentemente vive confortavelmente sem apoio financeiro do governo austríaco. Enquanto procurava o doutor prova-se mais difícil que o experado, Berlinger tenta se conduzir para adquirir algum accesso excepcional ao agora reformado Hospital Spiegelgrund, incluindo as salas nas quais os atuais cérebros foram mantidos. Uma série de entrevistas e análise de evidência conduziu a crença de que a experimentação com os cérebros proseguiu até fins de 1998.

A diferença entre este e o trabalho anterior de Berlinger é que ele atua por um período de tempo muito maior no filme, aparecendo com a câmara na maior parte do filme. Acompanhamos ele como um diretor em sua jornada para confrontar Dr.Gross. Suponho que você poderia dizer que é um estilo Michael Moore de investigação, entretanto a diferença é que não havia realmente dois lados da história. Não havia nenhuma dúvida de que Gross teve parte na horrível atrocidade e permanece sem punição pelo que fez, além do fato de que o governo não apenas o apoiou mas ocasionalmente o usa como um expert(especialista)forense em julgamentos da suprema corte, é algo igualmente muito chocante.

Eu acho que é difícil de dizer que filmes sobre o Holocausto são requentados. É uma parte da história, e os filmes produzidos deveriam ser vistos mais como documentação do que como formas de entretenimento. Enquanto histórias como esta continuarem a aparecer, haverá sempre espaço para filmes como Gray Matter(Massa Cinzenta)nos lembrar do que pessoas são capazes de fazer. — Jay C.

Fonte: The Documentary Blog(in english)
http://www.thedocumentaryblog.com/index.php/2005/07/01/gray-matter/
Publicado por Jay C em 1 de Julho, 2005
Tradução(português): Roberto Lucena

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Ex-senador alemão diz ter praticado eutanásia em idosa

Ex-senador alemão diz ter praticado eutanásia em idosa

O ex-senador de Hamburgo (norte da Alemanha) Roger Kusch desafiou as leis do país ao admitir hoje ter ajudado uma idosa a morrer, contrariando a rígida proibição alemã sobre a eutanásia.

A Promotoria de Hamburgo abriu investigações sobre o caso, depois de o próprio Kusch comunicar que tinha auxiliado a morrer uma mulher de 79 anos, que, mesmo não estando gravemente doente, não queria continuar vivendo com medo de ir a um asilo.

A mulher, que morava em Würzburg (sul da Alemanha), tomou por conta própria um coquetel composto por remédios contra a malária junto com tranqüilizantes, disse Kusch.

O político afirmou que gravou previamente em vídeo uma entrevista da idosa, que explicava às câmeras sua firme vontade de morrer.

A Alemanha tem uma legislação muito rígida sobre a eutanásia, a qual incorre em homicídio assistido, cuja pena é de até cinco anos de prisão.

Teoricamente, é permitida a ajuda ao suicida, com a autorização de fornecer a ele a dose letal necessária, mas há a obrigação de prestar auxílio ao indivíduo imediatamente, pois, caso contrário, incorre-se em omissão de socorro, o que é crime.

Além disso, a eutanásia é, na Alemanha, um tabu, devido ao papel desempenhado por parte dos médicos durante o nazismo.

Estima-se que cerca de 200 mil pessoas morreram vítimas do programa da eutanásia do nazismo, entre doentes mentais, epilépticos e gente com doenças consideradas de origem genética.

Fonte: EFE(30.06.2008)
http://www.clicabrasilia.com.br/portal/noticia.php?IdNoticia=62191

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 52

52. Qual foi o papel do Vaticano durante o tempo em que se supõe que seis milhões de judeus foram exterminados?

O IHR diz:

Se houvesse existido um plano de extermínio, com segurança o Vaticano teria estado em condições de sabê-lo. Mas como não houve nenhum, o Vaticano não teve razões para denunciá-lo.

Nizkor responde:

Mentiras. Os nazis odiavam a Igreja Católica, e executaram muitos sacerdotes na Polônia e outros lugares. A Igreja não tinha o menor poder ou influência sobre os nazis. O Ministro de Propaganda do Reich, Joseph Goebbels, anotou em seu diário em 26 de março de 1942 (ver Lochner, The Goebbels Diaries, 1948, p. 146):

É uma baixeza e algo muito sujo que a Igreja Católica prossiga com suas atividades subversivas de todas as maneiras possíveis, intentando agora difundir sua propaganda inclusive entre as crianças protestantes evacuadas das regiões ameaçadas por bombardeios. Depois dos judeus, estes políticos-sacerdotes são a pior gentalha repugnante que ainda vive no Reich. Depois da guerra chegará o momento de solucionar este problema definitivamente.


Ou dêem uma olhada nisto:

Carta ao Ministro da Justiça do Reich
Do Bispo Católico de Limburg
13 de agosto de 1941

...várias vezes na semana chegam à Hadamar ônibus com um grande número destas vítimas. As crianças da escola da vizinhança reconhecem estes veículos e dizem: "Aí chega o comboio assassino". Depois da chegada dos ditos veículos, os cidadãos de Hadamar vêem a fumaça que sai da chaminé e ficam nervosos pensando constantemente nas pobres vítimas, especialmente quando, dependendo da direção do vento, têm que suportar o horrível odor. A conseqüência de que se esteja fazendo isto aqui é que as crianças, quando se brigam umas com as outras, dizem coisas como: "Estás gordo, enfiaram-te no forno em Hadamar". As pessoas que não querem casar-se, ou que não tem a oportunidade de fazê-lo, dizem: "Casar-se?. Não importa fazê-lo. Trazer filhos ao mundo que terminarão numa pilha de cadáveres...". Os anciãos dizem: "De nenhuma maneira irei ao hospital estatal! Depois dos débeis-mentais, os anciãos serão as próximas bocas para alimentar que não servem para nada".


O último parágrafo se refere a aniquilação sistemática de dezenas de milhares de doentes mentais e deficientes psíquicos pelos nazis, através do chamado programa de "eutanásia" ou programa da "morte piedosa".

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

A história de Helene Melanie Lebel

Helene Melanie Lebel
Nasceu em Viena, Áustria, 15 de Setembro de 1911

A mais velha de duas filhas nascidas de um pai judeu e uma mãe católica, Helene foi criada em Viena. Seu pai morreu durante a primeira guerra mundial quando Helene tinha somente cinco anos, e sua mãe só voltou a casar-se quando Helene tinha quinze anos. Conhecida afetuosamente como Helly, Helene amava nadar e ir à ópera. Depois de terminar a escola secundária começou a estudar advocacia.

1933-39: Aos 19, Helene começa a mostrar sintomas de enfermidade mental. Sua condição piorou durante 1934, e em 1935 teve que deixar seus estudos e seu trabalho de secretária. Depois que perdeu seu cachorro(a), Lydi, sofreu um colapso nervoso. Diagnosticaram-na com esquizofrenia, e foi internada no hospital psiquiátrico Steinhof de Viena. Dois anos depois, em março de 1938, a Alemanha anexa a Áustria [Anschluss].

1940: Helene foi confinada em Steinhof e não lhe permitiram ir para sua casa ainda que sua condição houvesse melhorado. Seus pais foram levados a crer que a Helene seria lhe dada alta. Mas a mãe de Helene foi informada em agosto que Helene havia sido transferida para um hospital em Niedernhart, cruzando a fronteira da Bavaria. Na realidade, Helene foi transferida a um local que houvera sido convertido em prisão em Bradenburg, Alemanha, onde foi despida, sujeita a um exame físico, e levada a um banho com duchas.

Helene foi uma das 9.772 pessoas gaseadas nesse ano no centro de “Eutanásia” de Brandenburg. A razão oficial de sua morte foi que ela morreu em sua habitação de uma “excitação aguda esquizofrênica.”

Fonte(espanhol): do link 'Histórias Pessoais' da Enciclopédia do Holocausto do Museu do Holocausto dos EUA, a história de Helene Melanie Lebel
http://www.ushmm.org/wlc/media_oi.php?lang=sp&ModuleId=10005751&MediaId=3057
Ver também:
http://www.ushmm.org/wlc/article.php?lang=sp&ModuleId=10005751
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Dinamite contra doentes mentais

Fonte: The Destruction of the European Jews, Raul Hilberg, pág. 219

"...After the speech Himmler, Nebe, von dem Bach, and the chief of Himmler's Personal Staff, Wolff, inspected an insane asylum. Himmler ordered Nebe to end the suffering of these people as soon as possible. At the same time Himmler asked Nebe to "turn over in his mind" various other killing methods more humane than shooting. Nebe asked for permission to try out dynamite on the mentally sick people. Von dem Bach and Wolff protested that the sick people after all were not guinea pigs, but Himmler decided in favor of the attempt. Much later, Nebe confided to von dem Bach that the dynamite had been tried on the inmates with woeful results 165... "
Tradução:

"...Depois do discurso, Himmler, Nebe, von dem Bach e o chefe do staff pessoal de Himmler, Wolff, inspecionaram um hospício. Himmler ordenou a Nebe que terminasse com o sofrimento dessas pessoas o mais rápido possível. Ao mesmo tempo, Himmler pediu a Nebe que "ponderasse com calma" vários outros métodos de matança mais humanos do que os fuzilamentos. Nebe pediu permissão para experimentar dinamite nos doentes mentais. Von dem Bach e Wolff protestaram, dizendo que os doentes mentais afinal não eram cobaias, mas Himmler decidiu em favor da tentativa. Muito depois, Nebe confidenciou a von dem Bach que a dinamite havia sido testada nos internos, com
resultados deploráveis 165 ...
"
165. A história da visita de Himmler, como contada por von dem Bach, foi impressa na Aufbau (Nova York), de 23 de agosto de 1946, pp 1-2.

A história acima, contada pelo major-general da SS, Erich von dem Bach-Zelewski, em 1946, também é citada pelo historiador Richard Overy, em Russia's War, Penguin Books 1998, páginas 125/126, conf. transcrito por Roberto Muehlenkamp:

"In August 1941 the commander of Einsatzgruppe B, Artur Nebe, called up experts from the Criminal Technical Institute to help him solve a problem. A short while before, Heinrich Himmler had visited the Belorussian capital of Minsk to witness the execution of a hundred `saboteurs'. It was the first time he had seen men killed, shot a dozen at a time face down in an open pit. He asked Nebe to test other methods that were less brutalizing to those who carried out the executions. The experts drove to Russia in trucks filled with explosives and gassing equipment. The morning after their arrival they drove out to a wood outside Minsk, where they packed two wooden bunkers with 250 kilograms of explosive and twenty mental patients from a Soviet asylum. The first attempt to blow them up failed, and the wounded and frightened victims were packed into the bunkers with a further 100 kilograms of explosive. This time they were blown to smithereens, and Jewish prisoners were forced to scour the area picking up the human remains. The group then tried a different method at an asylum in Mogilev. Here they herded mental patients into a bricked-up laboratory, into which they inserted a pipe connected to a car exhaust. Fumes from the car took too long to kill the victims, and the car was swapped for a truck, which could generate a larger volume of fumes. The victims died in eight minutes. Gas killing became the preferred option. Altogether an estimated 10,000 died in asylums across German-occupied territory: men, women and children.

These murderous experiments were part of a programme of ethnic cleansing and 'counterinsurgency' in the East that led to the deaths of millions of Jews, Soviet prisoners of war, captured Communists, partisans and ordinary people caught in the crossfire of ideological and racial war – a harvest of dead unparalleled in the history of modern war.
"
Tradução:

"Em agosto de 1941, o comandante da Einsatzgruppe B, Artur Nebe, convidou peritos do Instituto Técnico Criminal para ajudá-lo a resolver um problema. Pouco tempo antes, Heinrich Himmler havia visitado a capital bielo-russa de Minsk para testemunhar a execução de uma centena de "sabotadores". Foi a primeira vez que ele havia visto homens sendo mortos, fuzilados uma dúzia de uma vez, virados de frente para uma vala aberta. Ele pediu a Nebe que testasse outros métodos que fossem menos embrutecedores para aqueles que se encarregavam das execuções. Os peritos dirigiram-se para a Rússia com caminhões cheios de explosivos e equipamentos de gaseamento. Na manhã após a chegada deles, eles dirigiram-se para uma floresta do lado exterior de Minsk, onde eles encheram dois bunkers de madeira com 250 quilogramas de explosivo e vinte pacientes doentes mentais de um asilo soviético. A primeira tentativa de explodi-los falhou, e as vítimas feridas e atemorizadas foram aglomeradas dentro dos bunkers com mais 100 quilogramas de explosivo. Desta vez, eles foram explodidos em pedacinhos, e prisioneiros judeus foram forçados a vasculhar a área recolhendo os restos humanos. O grupo então tentou um método diferente num asilo em Mogilev. Nesse local, eles conduziram pacientes mentais para um laboratório fechado com tijolos, dentro do qual eles inseriram um cano conectado a um escapamento de carro. A fumaça do carro levou muito tempo para matar as vítimas, e o carro foi substituído por um caminhão, o qual poderia gerar um volume maior de gases. As vítimas morreram em oito minutos. Matanças por gás tornaram-se a opção preferida. No total, um número estimado de 10.000 morreram em asilos de um lado ao outro dos territórios ocupados por alemães: homens, mulheres e crianças.

Esses experimentos assassinos eram parte de um programa de limpeza étnica e "contra-insurgência" no Leste, que levou às mortes de milhões de judeus, prisioneiros soviéticos de guerra, comunistas capturados, partisans e pessoas comuns pegas no fogo cruzado de guerra ideológica e racial - uma colheita de morte sem paralelos na história da guerra moderna.
"
O seguinte documento mostra que, em 1967, o Dr. Albert Widmann foi julgado e condenado a seis anos e meio de prisão, por crimes cometidos em Mogilev:

Fonte: http://www1.jur.uva.nl/junsv/brd/brdengfiles/brdeng658.htm

"Case Nr.658
Crime Category: Euthanasia, Other Mass Extermination Crimes
Accused: Widmann, Dr. Albert 6½ Years
Court: LG Stuttgart 670915
Country where the crime was committed: Germany, GUS
Crime Location: Minsk, Mogilew, Berlin
Crime Date: 4109, 42
Victims: Mentally Disabled, Jews
Nationality: Soviet
Office: RSHA Kriminaltechnisches Institut
Subject of the proceeding: Blowing up of a bunker near Minsk in which mentally disabled patients had been locked up, as well as gassing of mentally disabled patients in Mogilew. Technical screening of 'gas vans' built by the RSHA (Berlin, 1942)
"
Tradução:

"Caso Nr.658
Categoria do Crime: Eutanásia, Outros Crimes de Extermínio em Massa
Acusado: Widmann, Dr. Albert 6½ anos
Tribunal: LG Stuttgart 670915
País onde o crime foi cometido: Alemanha, GUS
Local do Crime: Minsk, Mogilew, Berlim
Data do Crime: 4109, 42
Vítimas: Deficientes mentais, judeus
Nacionalidade: Soviética
Escritório: RSHA Kriminaltechnisches Institut
Assunto do processo: Explosão de um bunker próximo a Minks no qual pacientes mentais haviam sido trancados, assim como gaseamento de pacientes deficientes mentais em Mogilew. Exames técnicos de "vans de gaseamento" construídas pela RSHA (Berlim, 1942)
"
Tradução: Marcelo Oliveira, Roberto Muehlenkamp
Fonte: Lista holocausto-doc Yahoo!
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/6233

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