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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Descobertas cartas íntimas de um dos mentores do Holocausto (Himmler)

Descobertas cartas íntimas de um dos mentores do Holocausto
Nicolau Ferreira. 26/01/2014 - 19:21

Himmler, em primeiro plano, ao lado
de Adolf Hitler Corbis/Reuters
Cineasta israelita detém cartas, fotografias e diários da família de Heinrich Himmler a que um semanário alemão teve acesso. Documentário sobre Himmler estreia-se a 9 de Fevereiro, na 64.ª edição do Festival de Cinema de Berlim.

A vida privada de uma das figuras de topo do regime nazi vai ser observada à lupa nas próximas semanas. Cartas, fotografias e diários de Heinrich Himmler — um dos orquestradores do Holocausto, responsável pela morte de cerca de seis milhões de judeus durante a II Guerra Mundial (1939-1945) — e da sua mulher, Margarete Himmler, vieram a público. O comandante das SS vai ser revisto, a partir deste espólio, num documentário israelita a estrear no Festival de Cinema de Berlim a 9 de Fevereiro. Um semanário alemão começou neste domingo a lançar uma série de artigos sobre a figura histórica.

A partir do material, é possível conhecer detalhes da vida e do relacionamento entre Heinrich e Margarete Himmler, os passeios ao campo que faziam já em plena guerra ou as opiniões antissemitas que partilhavam. “Estou a caminho de Auschwitz. Beijos do teu Heini”, lê-se numa das cartas, citada pelo jornal britânico The Guardian. O tom cândido do excerto contrasta com os acontecimentos que tiveram lugar no campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, onde 1,1 milhões de pessoas foram mortas, a maioria judeus, a maioria em câmaras de gás.

Heinrich Himmler e Margarete Boden conheceram-se em 1927, ano em que Himmler fazia 27 anos — Margarete era sete anos mais velha. Em 1928 casaram-se. Quando se conheceram, Himmler já pertencia ao Partido Nazi desde 1923. Em 1933, quando se iniciou o III Reich de Adolf Hitler, Himmler era comandante das SS, a polícia política nazi, cargo que manteve até 1945, quando pediu a Hitler para se render. O alemão acabou por se suicidar a 23 de Maio de 1945 em Luneburgo, na Alemanha, já depois de ter sido capturado pelas forças britânicas.

Quanto ao percurso das mais de 70 cartas, um diário, fotografias, livros de receitas e outras notas agora conhecidas, sabe-se menos.

Segundo o semanário alemão Welt am Sonntag — que neste domingo publicou o primeiro de oito longos artigos sobre Himmler e os novos documentos —, dois soldados norte-americanos encontraram o material em Maio de 1945 na casa do comandante nazi na Baviera. Décadas depois, no início dos anos de 1980, o material surgiu nas mãos de Chaim Rosenthal, um sobrevivente do Holocausto que vivia em Israel.

Não se sabe como Rosenthal obteve este material. Mas a polêmica que se instalou em 1983 devido à publicação de Os diários de Hitler pela revista alemã Stern e pelo jornal britânico The Sunday Times — mais tarde soube-se que os diários eram falsos — ofuscou os documentos de Himmler.

Em 2007, o pai de Vanessa Lapa, uma cineasta israelita, comprou o material a Chaim Rosenthal, oferecendo-o depois à filha. A cineasta produziu com este espólio um documentário que vai ser estreado mundialmente na Berlinale, o festival de cinema de Berlim. Vanessa Lapa partilhou ainda o material com o jornal alemão Welt am Sonntag, que confirmou a autenticidade dos documentos, enviando-os para historiadores e especialistas alemães sobre o período nazi.

Um casal malvado

A pilha de documentos está escondida num cofre de um banco em Tel Aviv. Mas o pouco que já se conhece do seu conteúdo ajuda a pintar o quadro de uma família antissemita. “Todo estes negócios dos judeus, quando é que esta gente se vai embora para que nós possamos apreciar as nossas vidas?”, lê-se no diário de Margarete Himmler, citado pelo The Guardian, numa entrada em Novembro de 1938, um ano antes da guerra começar.

“Minha pobre querida, que tem de discutir com aqueles miseráveis judeus por causa de dinheiro”, escreve o marido, a 28 de Abril de 1928, em plena República de Weimar, antes da Grande Depressão. “Odeio e irei sempre odiar o sistema de Berlim, que nunca te irá estrangular, a ti, mulher pura e virtuosa”, escreveu Himmler em Dezembro de 1927. “Berlim está contaminado. Toda a gente só fala de dinheiro”, escreveria a mulher, um ano mais tarde.

Nos documentos, Margarete descreveu o marido como “um homem mau com um coração duro e rude”, mas que era “uma mulher de sorte por ter um bom homem tão mau que ama tanto a sua malvada mulher como ela o ama a ele”, volta a citar o The Guardian.

“Esta colecção é importante porque a questão de como o Holocausto foi humanamente possível continua no ar desde o final da guerra”, explica Haim Gertner à Associated Press. Gertner é diretor da Divisão de Arquivos da Yad Vashem, que contém uma das maiores coleções de documentos sobre o Holocausto. Apesar disso, para o especialista, nem os documentos privados de uma das figuras mais importantes na hierarquia do Partido Nazi ajudariam a compreender completamente aquele acontecimento.

No entanto, para Haim Gardner estes documento privados ajudam a comparar dois lados de Himmler: “Alguém que vive em privado uma vida aparentemente normal, ao mesmo tempo que é o líder público de um assassinato em massa”.

Fonte: Público (Portugal)
http://www.publico.pt/cultura/noticia/descobertas-cartas-intimas-de-um-dos-mentores-do-holocausto-1621191

Observação: fiz algumas correções (não sei se todas) em palavras porque não estão no novo acordo ortográfico em vigor.

domingo, 15 de maio de 2011

Fontes sobre as Testemunhas de Jeová e o Holocausto

Há algumas semanas foi pedido fontes sobre as Testemunhas de Jeová e o Holocausto no blog. Como cheguei a comentar na ocasião, fontes sobre esse tema só se encontra com facilidade em alemão e inglês. Em português é muito difícil, espanhol idem. Segue abaixo uma listagem de algum material com indicações de fontes(livros em sua maioria) sobre as Testemunhas de Jeová e o Holocausto.

1. Holocaust Teacher Resource Center
http://www.holocaust-trc.org/Jehovah.htm
Texto original no site do USHMM
Texto acima traduzido pro português.

Fontes indicadas no texto:
Friedman, Ina R. The Other Victims: First-Person Stories of Non-Jews Persecuted by the Nazis (Boston, 990), pp. 47-59.

King, Christine E. "Jehovah's Witnesses under Nazism," no livro de Michael Berenbaum, ed., A Mosaic of Victims: Non-Jews Persecuted and Murdered by the Nazis (New York, 1990), pp. 188-193.

King, Christine E. The Nazi State and the New Religions: Five Case
Studies in Non-Conformity
(New York, 1982).

Watchtower Bible and Tract Society of New York. Jehovah's Witnesses: Proclaimers of God's Kingdom (Pennsylvania, 1993).

Watchtower Bible and Tract Society of New York. 1974 Yearbook of Jehovah's Witnesses (Pennsylvania, 1973).

Em vídeo: Purple Triangles, a história da família Kusserow. Uma produção da Starlock Pictures para TV, 1991. Versão em inglês distribuída por Watchtower Bible and Tract Society of New York, Inc., 25 Columbia Heights. Brooklyn, NY 11201.
2. Verbete da Wikipedia em inglês na parte das referências:
Perseguição das Testemunhas de Jeová, referências

3. Verbete da Wikipedia em alemão sobre as Testemunhas de Jeová (Zeugen Jehovas):
Verfolgung im Nationalsozialismus

4. Verbete da Wikipedia em alemão só sobre nazismo e as TJs (bibliografia):
Zeugen Jehovas im Nationalsozialismus
Referências
Weblinks
Literatura

5. Verbete da Wikipedia em português(ver a parte de "Pesquisas adicionais", contém bibliografia):
Testemunhas de Jeová e o Holocausto

6. Sites com indicações:
http://www.standfirm.de/english/
http://www.standfirm.de/
Institut für Sozial- und Wirtschaftsgeschichte, Johannes Kepler Universität Linz (em alemão)
Informativo (em alemão e inglês)
http://www.hdbg.de/basis/08_sprachen.php

7. Dar uma lida nos textos sobre as vítimas não-judias do Holocausto:
5 milhões de vítimas não judias? (1ª Parte)
5 milhões de vítimas não judias? (2ª Parte)
Até parece que...

Textos originais em inglês:
5 million non-Jewish victims? (Part 1)
5 million non-Jewish victims? (Part 2)
One might think that...
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/search?q=Jehovah

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