Hoje o Washington Post traz uma atualização acerca da disputa sobre os registros alojados no Serviço Internacional de Arquivos em Arolsen, na Alemanha. A história primeiro estourou há pouco mais de um mês, quando foi revelado que mais de 20 países estavam pedindo à Alemanha para abrir o acesso ao arquivo de Arolsen a historiadores e parentes.
O arquivo, administrado desde 1955 pela República Federal da Alemanha, contém registros criados pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) depois de 1945 através de seus esforços para rastrear e localizar as inúmeras pessoas deslocadas, refugiados e campos de concentração. Cerca de mais de 17 milhões de nomes estão contidas nesses registos.
Então, por que os arquivos Arolsen são de interesse para ambos, historiadores do Holocausto bem como para os negadores do Holocausto? Para entender isso, veja abaixo da dobra.
O motivo, ao que parece, para a obstinação de ambos, da CICV e do governo alemão, reside nas leis de privacidade estritas que regem o acesso aos arquivos alemães. Se você já se perguntou porque Christopher Browning e outros historiadores de peso têm que escrever Hans K. ou inventar pseudônimos para testemunhas oculares, isto se deve à lei alemã de proteção de dados. Isso se aplica tanto às vítimas, bem como perpetradores, com o resultado de que os homens da SS condenados ou absolvidos de acusaçõesacusados de crimes de guerra nos tribunais alemães não podem ser citados pelo nome por historiadores, apesar de suas identidades poderem livremente ser estabelecidas com consulta aos arquivos pessoais da SS disponíveis no Arquivos Nacionais dos EUA.
Da história de hoje do Washington Post, arece que o ITS também está ficando para trás em sua função primária, a de catalogar centenas de milhares de casos que necessitam de identificação. Isto fere não só aqueles que procuram estabelecer o destino de seus parentes desaparecidos, mas também pode prejudicar os casos de compensação trazidas por sobreviventes sob os regimes existentes. Contudo, parece que o governo alemão pode temer uma avalanche de novos pedidos de que os arquivos devam ser abertos.
Mas a compensação é uma questão de segunda ordem diante da principal controvérsia em torno acesso aos seus arquivos. Este diz respeito ao acesso para historiadores. Como os historiadores já trabalham sob restrições incrivelmente duras acerca da privacidade em outros arquivos alemães, como o ex-centro Zentrale Stelle für Landesjustizverwaltung em Ludwigsburg, que abriga os registros de investigações de crimes de guerra da Alemanha Ocidental, já há precedentes de como preocupações com a privacidade pode ser gerenciada. Até agora, devido à oposição alemã, nenhum acordo foi alcançado entre o comitê de supervisão de 11 países encarregados de Arolsen sobre estabelecer até mesmo um grupo de trabalho de especialistas para avaliar o valor dos registros para os historiadores.
Among the research centres that have protested the lack of access to Arolsen include the University of Amsterdam and the US Holocaust Memorial Museum.
Entre os centros de pesquisa que protestaram contra a falta de acesso a Arolsen estão incluídos a Universidade de Amsterdã e o Museu Memorial do Holocausto dos EUA (USHMM).
A ironia de toda a controvérsia é que muitos arquivos de Arolsen foram copiados para outros arquivos, incluindo o Arquivo Nacional dos EUA, e através dele então, para o arquivo do Museu Memorial do Holocausto dos EUA.
Então, o que essas coleções existentes contém? Os 189 rolos de microfilmes no NARA (Arquivo Nacional dos EUA) sozinhos contém os registros de alguns mas não todos os campos de concentração alemães, mas mais interessante também um conjunto incompleto de listas de deportação de Berlim e várias outras cidades alemãs. Eles, portanto, ajudam a documentar o número de judeus transportados para Auschwitz, incluindo milhares de berlinenses deportados durante o então chamado Fabrikaktion de início de 1943, sobre o qual Wolf Gruner escreveu recentemente de forma detalhada.
Além disso, outros arquivos de Arolsen foram copiados para arquivos do Yad Vashem. Foram estes arquivos, por exemplo, nos quais Christian Gerlach encontrou uma cópia de um relatório de 1945, indicando os números de chegadas em Auschwitz em 1944 daqueles que foram selecionados para o trabalho, clarificando o destino dos judeus deportados durante a Ação húngara.
Assim, os arquivos do ITS oferem um pequeno consolo aos negadores do Holocausto como Ernst Zundel, que afirma que os materiais Arolsen provam que houve um número de mortos muito inferior dentro dos campos de concentração alemães.
O valor do arquivo Arolsen para pesquisadores não reside na abertura dos arquivos relacionados com os principais campos de concentração, uma vez que a maioria destes já estão disponíveis para acesso público no NARA. Além disso, os registros detalhados de muitos campos como Majdanek e Neuengamme foram destruídos, e não podem ser mais recuperados. Nem Arolsen contém materiais relativos aos campos da Aktion Reinhard. Não se pode excluir que o arquivo Arolsen também pode conter mais documentos relacionados com o destino de judeus deportados como o relatório Glaser mencionado acima. Mas este não é o único material que Arolsen detém.
Em vez disso, os arquivos do ITS também poderiam ajudar a esclarecer o destino de literalmente milhões de outros deportados, especialmente os trabalhadores forçados não-judeus da Europa Ocidental e Oriental, como também das vítimas de expulsões étnicas na Europa Central e do Leste depois de 1945. Arolsen é, portanto, motivo de preocupação não só para os historiadores do Holocausto, mas, para os historiadores da Segunda Guerra Mundial e suas conseqüências como um todo. A investigação sobre a deportação de mais de 7 milhões de trabalhadores estrangeiros para a Alemanha, os movimentos pós-guerra das Pessoas Deslocadas, programas de repatriamento e as expulsões étnicas, todos serão enriquecidos pelo acesso aos arquivos do ITS.
Neste sentido, os negadores do Holocausto expõem sua falta de imaginação e falta de humanidade quando se concentram apenas sobre o destino dos judeus europeus, ignorando o destino de milhões de não-judeus que também sofreram por causa das políticas nazistas de deportação. Nem parecem tão preocupados com o destino dos alemães étnicos expulsos do leste da Cortina de Ferro. Talvez, neste último caso, porque é mais fácil palpitar superficialmente a fonte das estimativas do que fazer uma devida investigação.
Atualização: ver a resposta ao AAARGH aqui.
Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Nicholas Terry
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2006/05/arolsen-aaargh-all-those-names.html
Tradução: Roberto Lucena
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domingo, 9 de dezembro de 2012
A controvérsia dos arquivos de Arolsen: pequeno conforto para negacionistas
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sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Berlim conclui lista com todos os judeus perseguidos pelo nazismo
BERLIM (AFP) — O governo alemão recebeu nesta quarta-feira a primeira lista com todos os judeus que foram perseguidos pelo nazismo na Alemanha, cerca de 600 mil pessoas, informou um comunicado oficial.
A lista inclui informações sobre estes judeus, que viveram ou passaram pelo território alemão entre a chegada de Hitler ao poder, em 1933, e sua queda, em 1945, destaca o serviço de imprensa do governo.
(Foto)Loja de judeus em Berlim amanhece pichada com inscrições anti-semitas em novembro de 1938
Entre 500 mil e 550 mil judeus viviam na Alemanha antes do nazismo e em 1945, ao final da Segunda Guerra Mundial, restaram apenas alguns milhares.
A lista também inclui os judeus que passaram pela Alemanha quando fugiam do nazismo, como os judeus russos que se dirigiam aos Estados Unidos, explica a Fundação Memória, Responsabilidade e Futuro (EVZ), encarregada de elaborar o documento.
A relação será enviada a diversos museus e instituições, como o museu Yad Vashem de Jerusalém, o museu judeu de Berlim, a Jewish Claims Conference, o Holocaust Museum de Washington e o serviço de arquivos nazistas de Bad Arolsen (Alemanha).
A Fundação EVZ foi criada pelo governo de Gerhard Schroeder (1998-2005) para indenizar os ex-trabalhadores forçados do nazismo.
A lista traz informações como nome, endereço, data da prisão, da deportação e do exílio. No caso de óbito, o documento informa quando e onde ocorreu.
"É um tijolo que contribuirá para a reconstrução da identidade judaica", estimou o diretor da Fundação EVZ, Gunter Saathoff.
Fonte: AFP
http://afp.google.com/article/ALeqM5g228pNlf6Gu8P3ZfR3QhuPuZdfpg
A lista inclui informações sobre estes judeus, que viveram ou passaram pelo território alemão entre a chegada de Hitler ao poder, em 1933, e sua queda, em 1945, destaca o serviço de imprensa do governo.
(Foto)Loja de judeus em Berlim amanhece pichada com inscrições anti-semitas em novembro de 1938
Entre 500 mil e 550 mil judeus viviam na Alemanha antes do nazismo e em 1945, ao final da Segunda Guerra Mundial, restaram apenas alguns milhares.
A lista também inclui os judeus que passaram pela Alemanha quando fugiam do nazismo, como os judeus russos que se dirigiam aos Estados Unidos, explica a Fundação Memória, Responsabilidade e Futuro (EVZ), encarregada de elaborar o documento.
A relação será enviada a diversos museus e instituições, como o museu Yad Vashem de Jerusalém, o museu judeu de Berlim, a Jewish Claims Conference, o Holocaust Museum de Washington e o serviço de arquivos nazistas de Bad Arolsen (Alemanha).
A Fundação EVZ foi criada pelo governo de Gerhard Schroeder (1998-2005) para indenizar os ex-trabalhadores forçados do nazismo.
A lista traz informações como nome, endereço, data da prisão, da deportação e do exílio. No caso de óbito, o documento informa quando e onde ocorreu.
"É um tijolo que contribuirá para a reconstrução da identidade judaica", estimou o diretor da Fundação EVZ, Gunter Saathoff.
Fonte: AFP
http://afp.google.com/article/ALeqM5g228pNlf6Gu8P3ZfR3QhuPuZdfpg
sábado, 10 de maio de 2008
Arquivo de vítimas do nazismo é aberto para pesquisa
BERLIM - Pela primeira vez, os segredos do nazismo que estão escondidos há décadas, foram finalmente abertos ao público que desejem consultá-lo nesta quarta-feira. Os 30 milhões de Arquivos de Bad Arolsen contém documentos sobre 17,5 milhões de pessoas que foram perseguidas pelos nazistas. O arquivo ficou fechado durante seis décadas.
As atas que estão no arquivo, caso fossem colocadas em fila, formariam uma fileira de papel de 25 km.
Nos documentos os nazistas registraram minuciosamente o destino de suas vítimas nos campos de concentração e também registraram informações como a hora exata do fuzilamento de alguns prisioneiros, se havia doenças hereditárias em sua família, testes médicos aos quais eram submetidos e se eram acusados de serem homossexuais.
Entre o material arquivado há nomes das pessoas incluídas na famosa lista de Oskar Schindler (1908-1974), por meio da qual 1.200 judeus tiveram suas vidas salvas. Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), um acordo entre os 11 países que criaram o arquivo limitou o acesso ao mesmo a pessoas que tivessem sido vítimas dos nazistas ou que tiveram parentes perseguidos, com o objetivo de proteger a privacidade dos mesmos.
Em maio de 2007, foi feito um acordo que permitiu a abertura do arquivo para pesquisas. Com esta decisão, os pesquisadores têm agora acesso a milhões de documentos que permitem reconstruir aspectos da máquina de extermínio dos nazistas e os destinos de vítimas.
As pessoas que quiserem pesquisar os arquivos têm que apresentar uma solicitação através de um formulário online disponível no site www.its-arolsen.org .
Fonte: JB Online(30.04.2008)
Com informações de agências internacionais e International Tracing Service at Bad Arolse - ITS
http://jbonline.terra.com.br/extra/2008/04/30/e300415237.html
As atas que estão no arquivo, caso fossem colocadas em fila, formariam uma fileira de papel de 25 km.
Nos documentos os nazistas registraram minuciosamente o destino de suas vítimas nos campos de concentração e também registraram informações como a hora exata do fuzilamento de alguns prisioneiros, se havia doenças hereditárias em sua família, testes médicos aos quais eram submetidos e se eram acusados de serem homossexuais.
Entre o material arquivado há nomes das pessoas incluídas na famosa lista de Oskar Schindler (1908-1974), por meio da qual 1.200 judeus tiveram suas vidas salvas. Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), um acordo entre os 11 países que criaram o arquivo limitou o acesso ao mesmo a pessoas que tivessem sido vítimas dos nazistas ou que tiveram parentes perseguidos, com o objetivo de proteger a privacidade dos mesmos.
Em maio de 2007, foi feito um acordo que permitiu a abertura do arquivo para pesquisas. Com esta decisão, os pesquisadores têm agora acesso a milhões de documentos que permitem reconstruir aspectos da máquina de extermínio dos nazistas e os destinos de vítimas.
As pessoas que quiserem pesquisar os arquivos têm que apresentar uma solicitação através de um formulário online disponível no site www.its-arolsen.org .
Fonte: JB Online(30.04.2008)
Com informações de agências internacionais e International Tracing Service at Bad Arolse - ITS
http://jbonline.terra.com.br/extra/2008/04/30/e300415237.html
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
Arquivo permite pesquisar sobre mais de 17 milhões de vítimas do Holocausto
Arquivo permite pesquisar sobre mais de 17 milhões de vítimas do Holocausto
O arquivo do serviço internacional de buscas da Cruz Vermelha com informações sobre pessoas desaparecidas durante o regime nazista será aberto à opinião pública. Segundo o ministério alemão das Relações Exteriores, todos os 11 países ligados ao arquivo permitiram sua abertura.
O arquivo, também conhecido como arquivo do Holocausto, contém informações sobre mais de 17,5 milhões de pessoas raptadas ou desaparecidas durante o regime nazista e só estava aberto a vítimas da perseguição nazista ou seus familiares. (rw)
Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 28.11.2007)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,2975909,00.html
Site de Bad Arolsen:
http://www.its-arolsen.org/en/press/index.html
Com a ficha de requisição e licença para pesquisa aberta para o público.
(Contribuição: Lise)
Leia mais:
Documents to shed new light on Holocaust
http://www.abc.net.au/news/stories/2007/08/27/2015752.htm
Opening of Nazi Archive Moving Forward
http://abcnews.go.com/International/wireStory?id=3169910
Survivors Outraged at Holocaust Museum over Bad Arolsen(By Edwin Black)
http://hnn.us/articles/38788.html
After 50 years, Holocaust archive going public(AP)
http://www.msnbc.msn.com/id/15791203/
A new window into Nazi death camps(Edwin Black)
http://www.ibmandtheholocaust.com/articles/sfgate/sfgateBadArolsen03_11_2007.htm
Secret Bad Arolsen Holocaust Archive—a trove of Revelations about Holocaust Insurance, Corporate Complicity and IBM involvement(Edwin Black)
http://www.ibmandtheholocaust.com/BadArolsenArticles.php
Fotos:
O arquivo do serviço internacional de buscas da Cruz Vermelha com informações sobre pessoas desaparecidas durante o regime nazista será aberto à opinião pública. Segundo o ministério alemão das Relações Exteriores, todos os 11 países ligados ao arquivo permitiram sua abertura.
O arquivo, também conhecido como arquivo do Holocausto, contém informações sobre mais de 17,5 milhões de pessoas raptadas ou desaparecidas durante o regime nazista e só estava aberto a vítimas da perseguição nazista ou seus familiares. (rw)
Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 28.11.2007)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,2975909,00.html
Site de Bad Arolsen:
http://www.its-arolsen.org/en/press/index.html
Com a ficha de requisição e licença para pesquisa aberta para o público.
(Contribuição: Lise)
Leia mais:
Documents to shed new light on Holocaust
http://www.abc.net.au/news/stories/2007/08/27/2015752.htm
Opening of Nazi Archive Moving Forward
http://abcnews.go.com/International/wireStory?id=3169910
Survivors Outraged at Holocaust Museum over Bad Arolsen(By Edwin Black)
http://hnn.us/articles/38788.html
After 50 years, Holocaust archive going public(AP)
http://www.msnbc.msn.com/id/15791203/
A new window into Nazi death camps(Edwin Black)
http://www.ibmandtheholocaust.com/articles/sfgate/sfgateBadArolsen03_11_2007.htm
Secret Bad Arolsen Holocaust Archive—a trove of Revelations about Holocaust Insurance, Corporate Complicity and IBM involvement(Edwin Black)
http://www.ibmandtheholocaust.com/BadArolsenArticles.php
Fotos:
Alemanha terá acesso integral a acervo sobre o Holocausto
Alemanha terá acesso integral a acervo sobre o Holocausto
Cerca de 52 mil videodepoimentos de testemunhas do Holocausto estão disponíveis para a FUB
Estudantes, professores e pesquisadores da Universidade Livre de Berlim terão acesso aos arquivos da Fundação Shoah. É a primeira vez que a fundação permite o acesso à integra dos registros fora dos Estados Unidos.
A Fundação Shoah, da Universidade do Sul da Califórnia, criada pelo cineasta norte-americano Steven Spielberg, concedeu à Universidade Livre de Berlim (FUB), na Alemanha, acesso a todo seu acervo – a maior coletânea do mundo de videodepoimentos testemunhais sobre o Holocausto.
É a primeira vez que a fundação permite o acesso à integra dos registros fora dos Estados Unidos, embora já tenha disponibilizado antes parte das gravações para diversas instituições parceiras, como as mais de mil entrevistas em alemão que foram liberadas para exibição no Museu Judaico em Berlim, em 2004.
Universidade Livre de Berlim é a primeira a ter acesso à íntegra do acervo da Fundação Shoah, fora dos EUA. Ainda este mês, estudantes, professores e pesquisadores da FUB terão acesso online direto às informações estocadas no banco de dados da universidade. São cerca de 120 mil horas de entrevistas (o que corresponde a mais de 13 anos de gravações contínuas), distribuídas em quase 52 mil vídeos, que foram feitos em 56 países e em 32 línguas.
"A história compõe-se não apenas de números e fatos, mas também de trajetórias individuais e destinos – e exatamente isso documenta o arquivo," disse o presidente da FUB, Dieter Lenzen.
Douglas Greenberg, presidente e CEO da Fundação Shoah enfatizou que "um dos mais importantes objetivos do nosso instituto é este: proporcionar acesso ao arquivo a um público tão amplo quanto possível".
Conteúdo do acervo
A Fundação Shoah (termo em hebraico que designa o Holocausto) começou a ser idealizada na Polônia quando o cineasta Steven Spielberg filmava o premiado longa-metragem A Lista de Schindler – que conta a história de um alemão que empregava mão de obra 100% judaica em suas fábricas e assim livrou muitos dos campos de concentração. Spielberg foi inspirado pelos inúmeros sobreviventes do Holocausto, dispostos a dividirem suas histórias.
Entre 1994 e 1999, voluntários e funcionários da Shoah coletaram os depoimentos de sobreviventes e testemunhas do Holocausto. Os sobreviventes incluem judeus, testemunhas de Jeová, ciganos das etnias rom e sinti, prisioneiros políticos e homossexuais. Entre as testemunhas estão os que libertaram os prisioneiros dos campos de concentração e participantes dos processos de crimes de guerra iniciados após o fim da Segunda Guerra.
Nos depoimentos gravados pela Fundação Shoah, sobreviventes e testemunhas relatam o que viram e viveram. Os depoimentos foram catalogados e podem ser localizados através de uma lista tecnológica que associa palavras-chave com trechos dos vídeos. "O que os testemunhos podem ensinar aos jovens é que eles têm a responsabilidade de fazer do mundo um lugar mais tolerante," destaca Douglas Greenberg.
Os arquivos da fundação são acessíveis para propósitos educacionais e científicos, trazem relatos do que as pessoas viram e viveram. Como se separaram de suas famílias, quando viram seus parentes pela última vez, que sentimentos guardam e como crêem poder contribuir para um futuro melhor.
"Eu diria: Não ignore! Você tem que estar envolvido, porque senão a mesma coisa pode acontecer de novo. Não importa o quão maravilhoso seja o país. Você só precisa de umas poucas pessoas que comecem a espalhar rumores", é o conselho que deixa uma das entrevistadas, Mollie Stauber, em vídeo disponível no site da fundação.
(cv)
Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 07.12.2006)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,2263680,00.html
Cerca de 52 mil videodepoimentos de testemunhas do Holocausto estão disponíveis para a FUB
Estudantes, professores e pesquisadores da Universidade Livre de Berlim terão acesso aos arquivos da Fundação Shoah. É a primeira vez que a fundação permite o acesso à integra dos registros fora dos Estados Unidos.
A Fundação Shoah, da Universidade do Sul da Califórnia, criada pelo cineasta norte-americano Steven Spielberg, concedeu à Universidade Livre de Berlim (FUB), na Alemanha, acesso a todo seu acervo – a maior coletânea do mundo de videodepoimentos testemunhais sobre o Holocausto.
É a primeira vez que a fundação permite o acesso à integra dos registros fora dos Estados Unidos, embora já tenha disponibilizado antes parte das gravações para diversas instituições parceiras, como as mais de mil entrevistas em alemão que foram liberadas para exibição no Museu Judaico em Berlim, em 2004.
Universidade Livre de Berlim é a primeira a ter acesso à íntegra do acervo da Fundação Shoah, fora dos EUA. Ainda este mês, estudantes, professores e pesquisadores da FUB terão acesso online direto às informações estocadas no banco de dados da universidade. São cerca de 120 mil horas de entrevistas (o que corresponde a mais de 13 anos de gravações contínuas), distribuídas em quase 52 mil vídeos, que foram feitos em 56 países e em 32 línguas.
"A história compõe-se não apenas de números e fatos, mas também de trajetórias individuais e destinos – e exatamente isso documenta o arquivo," disse o presidente da FUB, Dieter Lenzen.
Douglas Greenberg, presidente e CEO da Fundação Shoah enfatizou que "um dos mais importantes objetivos do nosso instituto é este: proporcionar acesso ao arquivo a um público tão amplo quanto possível".
Conteúdo do acervo
A Fundação Shoah (termo em hebraico que designa o Holocausto) começou a ser idealizada na Polônia quando o cineasta Steven Spielberg filmava o premiado longa-metragem A Lista de Schindler – que conta a história de um alemão que empregava mão de obra 100% judaica em suas fábricas e assim livrou muitos dos campos de concentração. Spielberg foi inspirado pelos inúmeros sobreviventes do Holocausto, dispostos a dividirem suas histórias.
Entre 1994 e 1999, voluntários e funcionários da Shoah coletaram os depoimentos de sobreviventes e testemunhas do Holocausto. Os sobreviventes incluem judeus, testemunhas de Jeová, ciganos das etnias rom e sinti, prisioneiros políticos e homossexuais. Entre as testemunhas estão os que libertaram os prisioneiros dos campos de concentração e participantes dos processos de crimes de guerra iniciados após o fim da Segunda Guerra.
Nos depoimentos gravados pela Fundação Shoah, sobreviventes e testemunhas relatam o que viram e viveram. Os depoimentos foram catalogados e podem ser localizados através de uma lista tecnológica que associa palavras-chave com trechos dos vídeos. "O que os testemunhos podem ensinar aos jovens é que eles têm a responsabilidade de fazer do mundo um lugar mais tolerante," destaca Douglas Greenberg.
Os arquivos da fundação são acessíveis para propósitos educacionais e científicos, trazem relatos do que as pessoas viram e viveram. Como se separaram de suas famílias, quando viram seus parentes pela última vez, que sentimentos guardam e como crêem poder contribuir para um futuro melhor.
"Eu diria: Não ignore! Você tem que estar envolvido, porque senão a mesma coisa pode acontecer de novo. Não importa o quão maravilhoso seja o país. Você só precisa de umas poucas pessoas que comecem a espalhar rumores", é o conselho que deixa uma das entrevistadas, Mollie Stauber, em vídeo disponível no site da fundação.
(cv)
Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 07.12.2006)
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Bad Arolsen - Arquivos do Holocausto
Assinado protocolo para abertura do Arquivo do Holocausto
Arquivo reúne cerca de 50 milhões de documentos em 25 quilômetros de prateleiras
Mais de 60 anos após o final da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha e sete outros países assinam um protocolo para liberação do maior arquivo nazista do mundo, localizado em Bad Arolsen, no Estado alemão de Hessen.
A Alemanha e sete outros países assinaram, nesta quarta-feira (26/07) no Ministério das Relações Exteriores em Berlim, o protocolo para a abertura do Arquivo do Holocausto de Bad Arolsen.
Os signatários são membros do comitê administrativo do arquivo, fundado pela Cruz Vermelha britânica em 1943. Dele fazem parte Alemanha, França, Grécia, Reino Unido, Luxemburgo, Itália, Israel e Estados Unidos, além da Bélgica, dos Países Baixos e da Polônia, que devem assinar o protocolo até 1° de novembro, antes da abertura definitiva.
O Arquivo do Holocausto ou Arquivo de Bad Arolsen cuida dos destinos das vítimas civis desaparecidas e perseguidas pelo regime nazista. Até agora, ele só era acessível ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha e as informações nele contidas só podiam ser repassadas às vítimas ou a seus parentes mais próximos, para ajudá-los a localizá-las.
Lista de Schindler entre os documentos
Governo temia onda de processos.
A abertura do arquivo vai permitir a pesquisadores o acesso a documentos sobre 17,5 milhões de prisioneiros de campos de concentração, trabalhadores forçados e outras vítimas do regime nazista. Em 25 quilômetros de prateleiras, há mais de 50 milhões de documentos, entre eles a Lista de Schindler.
Documentadas rigorosamente pela SS, a polícia nazista, também encontram-se nas pastas informações sobre tortura, orientação sexual dos prisioneiros, incesto ou sobre colaborações com os nazistas.
O governo alemão hesitou muito em liberar tais informações, temendo processos por parte das vítimas ou de seus descendentes. Afinal, os documentos poderiam conter dados bastante sensíveis sobre as vítimas, inclusive informações de crimes praticados anteriormente.
Estados Unidos pressionaram abertura
Seis décadas após o final da Guerra, os Estados Unidos foram a força motriz para a abertura do arquivo. O embaixador norte-americano em Berlim, William Timken, avaliou a assinatura do protocolo como uma grande ajuda para os familiares. "Perguntas que não foram respondidas podem agora encontrar respostas", comentou.
"Esperou-se vários anos pela abertura do arquivo", afirma Shimon Stein, embaixador israelense na Alemanha. "Eu fico contente pela assinatura deste protocolo, que permitirá o aprofundamento das pesquisas sobre a trágica era nazista", afirmou Stein.
Os onze países membros do comitê administrativo do Arquivo de Bad Arolsen receberão, por ocasião da abertura, uma cópia digitalizada do conteúdo, colocando-os assim à disposição da pesquisa.
(ca)
Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 26.07.2006)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,2110791,00.html
Arquivo reúne cerca de 50 milhões de documentos em 25 quilômetros de prateleiras
Mais de 60 anos após o final da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha e sete outros países assinam um protocolo para liberação do maior arquivo nazista do mundo, localizado em Bad Arolsen, no Estado alemão de Hessen.
A Alemanha e sete outros países assinaram, nesta quarta-feira (26/07) no Ministério das Relações Exteriores em Berlim, o protocolo para a abertura do Arquivo do Holocausto de Bad Arolsen.
Os signatários são membros do comitê administrativo do arquivo, fundado pela Cruz Vermelha britânica em 1943. Dele fazem parte Alemanha, França, Grécia, Reino Unido, Luxemburgo, Itália, Israel e Estados Unidos, além da Bélgica, dos Países Baixos e da Polônia, que devem assinar o protocolo até 1° de novembro, antes da abertura definitiva.
O Arquivo do Holocausto ou Arquivo de Bad Arolsen cuida dos destinos das vítimas civis desaparecidas e perseguidas pelo regime nazista. Até agora, ele só era acessível ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha e as informações nele contidas só podiam ser repassadas às vítimas ou a seus parentes mais próximos, para ajudá-los a localizá-las.
Lista de Schindler entre os documentos
Governo temia onda de processos.
A abertura do arquivo vai permitir a pesquisadores o acesso a documentos sobre 17,5 milhões de prisioneiros de campos de concentração, trabalhadores forçados e outras vítimas do regime nazista. Em 25 quilômetros de prateleiras, há mais de 50 milhões de documentos, entre eles a Lista de Schindler.
Documentadas rigorosamente pela SS, a polícia nazista, também encontram-se nas pastas informações sobre tortura, orientação sexual dos prisioneiros, incesto ou sobre colaborações com os nazistas.
O governo alemão hesitou muito em liberar tais informações, temendo processos por parte das vítimas ou de seus descendentes. Afinal, os documentos poderiam conter dados bastante sensíveis sobre as vítimas, inclusive informações de crimes praticados anteriormente.
Estados Unidos pressionaram abertura
Seis décadas após o final da Guerra, os Estados Unidos foram a força motriz para a abertura do arquivo. O embaixador norte-americano em Berlim, William Timken, avaliou a assinatura do protocolo como uma grande ajuda para os familiares. "Perguntas que não foram respondidas podem agora encontrar respostas", comentou.
"Esperou-se vários anos pela abertura do arquivo", afirma Shimon Stein, embaixador israelense na Alemanha. "Eu fico contente pela assinatura deste protocolo, que permitirá o aprofundamento das pesquisas sobre a trágica era nazista", afirmou Stein.
Os onze países membros do comitê administrativo do Arquivo de Bad Arolsen receberão, por ocasião da abertura, uma cópia digitalizada do conteúdo, colocando-os assim à disposição da pesquisa.
(ca)
Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 26.07.2006)
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