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terça-feira, 8 de outubro de 2013

O exército de mulheres de Hitler (livro)

Um livro documenta a participação ativa e frequentemente entusiasta das alemãs no maquinário assassino do regime nazi
07.10.13 - 00:57 - ANTONIO PANIAGUA | MADRID.
Erna Petri matou seis garotos judias com entre 6 e 12 anos com disparos na nuca na Polônia
A maioria das nazis levaram uma vida
normal uma vez acabada a guerra. /E. C.
Durante o Terceiro Reich as mulheres não se limitaram a servir como conforto para os soldados alemães. Seu papel no maquinário de destruição de Hitler não é muito menos anedótico. Algumas delas empunharam pistolas para aniquilar judeus. A fronteira entre o lar e a frente de batalha era mais que difusa. Consentiram com o genocídio e foram parte ativa do extermínio.

A historiadora estadunidense Wendy Lower revela, sem pôr panos quentes nas atrocidades, a complexidade de grande parte da população feminina nos crimes dos nazis e sua cooperação na hora de enviar às câmaras de gás jovens "racialmente degenerados". No livro 'Arpías de Hitler' (Harpias de Hitler, tradução livre do título em espanhol, título em inglês: Hitler's Furies: German Women in the Nazi Killing Fields (Crítica), a pesquisadora do Holocausto sublinha que as primeiras matanças massivas foram protagonizadas pelas enfermeiras nos hospitais assassinando crianças por inanição (fome), com drogas ou injeções letais.

Durante a guerra, as alemãs romperam o cerco que as confinava a sustentar lares sem pai, granjas e negócios familiares. Pouco a pouco sua presença foi mais além dos trabalhos administrativos e trabalhos agrícolas. À medida que a engrenagem do terror ia se estendendo, foram dados as mulheres trabalhos de vigilância nos campos de concentração. Nos territórios do Leste do Terceiro Reich, onde foram deportados um número sem-fim de judeus para ser gaseados e onde ocorreram os crimes mais execráveis, as alemãs encontraram novas ocupações. "Para as jovens ambiciosas, as possibilidades de ascensão social se multiplicavam com a emergência do novo império nazi", afirma Lower.

Parteiras infanticidas

Obviamente que não se pode fazer generalizações. Contudo, a historiadora maneja um argumento irrebatível: um terço da população feminina, ou seja, treze milhões de mulheres, militaram na organização do Partido Nazi. Por acréscimo, em fins da guerra, uma décima parte do pessoal dos campos de concentração era formado por mulheres. Ao menos 35.000 delas foram instruídas para ser guardas de campos da morte, sobretudo em Ravensbrück, de onde foram destinadas a outros como Stutthof, Auschwitz-Birkenau e Majdanek.

Hitler havia proclamado que o lugar da mulher se encontrava no lar e também no movimento. Arguia que uma mãe de cinco filhos sãos e bem educados fazia mais pelo regime que uma advogada. Não é estranho que nessa época o ofício de parteira gozou de um prestígio e auge até então desconhecidos.

Não menos importante era a profissão de enfermeira, curiosamente a ocupação mais letal com diferencia. Os barbitúricos, a morfina e a agulha hipodérmica foram postas a serviço da eugenia, par a desgraça de crianças com malformações e adolescentes com taras. O programa de 'eutanásia' do Reich empregou as parteiras e o pessoal sanitário feminino. "Com o tempo, essas profissionais chegariam a matar mais de duzentas mil pessoas na Alemanha, Áustria e nos territórios fronteiriços com a Polônia ocupada e anexada ao Reich, assim como na Tchecoslováquia", aponta Lower.

Em que pese a sua implicação no sistema, a maioria das mulheres que participaram do Holocausto seguiram tranquilamente com suas vidas uma vez acabada a guerra. Uma das poucas que desfrutou do cumprimento de seu caso foi Erna Petri. Esta mulher, casada com um alto oficial da SS, liquidou seis garotos judeus entre seis e doze anos com disparos na nuca na Polônia e foi condenada a prisão perpétua. Nem reabilitada e nem indultada, ela saiu da prisão em 1992 por motivos de saúde.

Depois da guerra, a atitude que adotaram as mulheres foi o silêncio, fruto da dor e do medo. Contudo, as cúmplices do nazismo não podiam invocar ignorância dos acontecimentos. A proporção de mulheres que chegaram a trabalhas em escritórios da Gestapo em Viena e Berlim chegou a 40% em fins da guerra. Poucas mulheres sentaram no banco dos réus. Há exceções como a doutora Herta Oberheuser, que mesmo condenada a 22 anos por seus cruéis experimentos médicos, cumpriu só sete anos e se reincorporou à medicina como pediatra.

Fonte: El Correo
http://www.elcorreo.com/alava/v/20131007/cultura/ejercito-mujeres-hitler-20131007.html
Tradução: Roberto Lucena

Ver a outra resenha do livro:
Enfermeiras de dia, nazis e assassinas à noite (livro de Wendy Lower)

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Filme de corpos exumados em Majdanek (Holocausto)

Aqui está uma versão no Youtube do filme feito pelo exército polonês em Majdanek entre 24-25 de julho de 1944, dirigido por Aleksander Ford. A exumação das valas comuns é mostrada aos 12:00 minutos do filme. A sequência de imagens corresponde à versão resumida do arquivo de Spielberg, aqui.

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Jonathan Harrison
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2012/12/film-of-exhumed-bodies-at-majdanek.html
Tradução: Roberto Lucena

domingo, 9 de dezembro de 2012

A controvérsia dos arquivos de Arolsen: pequeno conforto para negacionistas

Hoje o Washington Post traz uma atualização acerca da disputa sobre os registros alojados no Serviço Internacional de Arquivos em Arolsen, na Alemanha. A história primeiro estourou há pouco mais de um mês, quando foi revelado que mais de 20 países estavam pedindo à Alemanha para abrir o acesso ao arquivo de Arolsen a historiadores e parentes.

O arquivo, administrado desde 1955 pela República Federal da Alemanha, contém registros criados pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) depois de 1945 através de seus esforços para rastrear e localizar as inúmeras pessoas deslocadas, refugiados e campos de concentração. Cerca de mais de 17 milhões de nomes estão contidas nesses registos.

Então, por que os arquivos Arolsen são de interesse para ambos, historiadores do Holocausto bem como para os negadores do Holocausto? Para entender isso, veja abaixo da dobra.

O motivo, ao que parece, para a obstinação de ambos, da CICV e do governo alemão, reside nas leis de privacidade estritas que regem o acesso aos arquivos alemães. Se você já se perguntou porque Christopher Browning e outros historiadores de peso têm que escrever Hans K. ou inventar pseudônimos para testemunhas oculares, isto se deve à lei alemã de proteção de dados. Isso se aplica tanto às vítimas, bem como perpetradores, com o resultado de que os homens da SS condenados ou absolvidos de acusaçõesacusados ​​de crimes de guerra nos tribunais alemães não podem ser citados pelo nome por historiadores, apesar de suas identidades poderem livremente ser estabelecidas com consulta aos arquivos pessoais da SS disponíveis no Arquivos Nacionais dos EUA.

Da história de hoje do Washington Post, arece que o ITS também está ficando para trás em sua função primária, a de catalogar centenas de milhares de casos que necessitam de identificação. Isto fere não só aqueles que procuram estabelecer o destino de seus parentes desaparecidos, mas também pode prejudicar os casos de compensação trazidas por sobreviventes sob os regimes existentes. Contudo, parece que o governo alemão pode temer uma avalanche de novos pedidos de que os arquivos devam ser abertos.

Mas a compensação é uma questão de segunda ordem diante da principal controvérsia em torno acesso aos seus arquivos. Este diz respeito ao acesso para historiadores. Como os historiadores já trabalham sob restrições incrivelmente duras acerca da privacidade em outros arquivos alemães, como o ex-centro Zentrale Stelle für Landesjustizverwaltung em Ludwigsburg, que abriga os registros de investigações de crimes de guerra da Alemanha Ocidental, já há precedentes de como preocupações com a privacidade pode ser gerenciada. Até agora, devido à oposição alemã, nenhum acordo foi alcançado entre o comitê de supervisão de 11 países encarregados de Arolsen sobre estabelecer até mesmo um grupo de trabalho de especialistas para avaliar o valor dos registros para os historiadores.

Among the research centres that have protested the lack of access to Arolsen include the University of Amsterdam and the US Holocaust Memorial Museum.

Entre os centros de pesquisa que protestaram contra a falta de acesso a Arolsen estão incluídos a Universidade de Amsterdã e o Museu Memorial do Holocausto dos EUA (USHMM).

A ironia de toda a controvérsia é que muitos arquivos de Arolsen foram copiados para outros arquivos, incluindo o Arquivo Nacional dos EUA, e através dele então, para o arquivo do Museu Memorial do Holocausto dos EUA.

Então, o que essas coleções existentes contém? Os 189 rolos de microfilmes no NARA (Arquivo Nacional dos EUA) sozinhos contém os registros de alguns mas não todos os campos de concentração alemães, mas mais interessante também um conjunto incompleto de listas de deportação de Berlim e várias outras cidades alemãs. Eles, portanto, ajudam a documentar o número de judeus transportados para Auschwitz, incluindo milhares de berlinenses deportados durante o então chamado Fabrikaktion de início de 1943, sobre o qual Wolf Gruner escreveu recentemente de forma detalhada.

Além disso, outros arquivos de Arolsen foram copiados para arquivos do Yad Vashem. Foram estes arquivos, por exemplo, nos quais Christian Gerlach encontrou uma cópia de um relatório de 1945, indicando os números de chegadas em Auschwitz em 1944 daqueles que foram selecionados para o trabalho, clarificando o destino dos judeus deportados durante a Ação húngara.

Assim, os arquivos do ITS oferem um pequeno consolo aos negadores do Holocausto como Ernst Zundel, que afirma que os materiais Arolsen provam que houve um número de mortos muito inferior dentro dos campos de concentração alemães.

O valor do arquivo Arolsen para pesquisadores não reside na abertura dos arquivos relacionados com os principais campos de concentração, uma vez que a maioria destes já estão disponíveis para acesso público no NARA. Além disso, os registros detalhados de muitos campos como Majdanek e Neuengamme foram destruídos, e não podem ser mais recuperados. Nem Arolsen contém materiais relativos aos campos da Aktion Reinhard. Não se pode excluir que o arquivo Arolsen também pode conter mais documentos relacionados com o destino de judeus deportados como o relatório Glaser mencionado acima. Mas este não é o único material que Arolsen detém.

Em vez disso, os arquivos do ITS também poderiam ajudar a esclarecer o destino de literalmente milhões de outros deportados, especialmente os trabalhadores forçados não-judeus da Europa Ocidental e Oriental, como também das vítimas de expulsões étnicas na Europa Central e do Leste depois de 1945. Arolsen é, portanto, motivo de preocupação não só para os historiadores do Holocausto, mas, para os historiadores da Segunda Guerra Mundial e suas conseqüências como um todo. A investigação sobre a deportação de mais de 7 milhões de trabalhadores estrangeiros para a Alemanha, os movimentos pós-guerra das Pessoas Deslocadas, programas de repatriamento e as expulsões étnicas, todos serão enriquecidos pelo acesso aos arquivos do ITS.

Neste sentido, os negadores do Holocausto expõem sua falta de imaginação e falta de humanidade quando se concentram apenas sobre o destino dos judeus europeus, ignorando o destino de milhões de não-judeus que também sofreram por causa das políticas nazistas de deportação. Nem parecem tão preocupados com o destino dos alemães étnicos expulsos do leste da Cortina de Ferro. Talvez, neste último caso, porque é mais fácil palpitar superficialmente a fonte das estimativas do que fazer uma devida investigação.

Atualização: ver a resposta ao AAARGH aqui.

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Nicholas Terry
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2006/05/arolsen-aaargh-all-those-names.html
Tradução: Roberto Lucena

sábado, 17 de dezembro de 2011

Discurso de Himmler no mesmo dia do massacre de Lídice

Como o Dr. Lindtner aponta [1], Himmler afirmou em 09.06.42: "Die Völkerwanderung der Juden werden wir in einem Jahr bestimmt fertig haben, dann wandert keiner mehr."(Sobre a migração dos judeus, devemos terminá-la dentro de um ano e então não haverá mais migrações). Deve ser ressaltado que isto ocorreu um dia depois do funeral de Heydrich e no mesmo dia do massacre em Lídice(em português); em 10 de junho, 1.000 judeus foram deportados de Praga para Majdanek. Assim, não há dúvidas quanto ao significado do que Himmler disse quando usou a frase "dann wandert keiner mehr"(e então não haverá mais migrações).

Fonte: Holocaust Controversies
Título original: Himmler's Speech on the same day as Lidice
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2011/12/himmlers-speech-on-same-day-as-lidice.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena

[1] Complemento: comentário do Dr. Lindtner na caixa de comentários do blog Holocaust Controversies, que consta do texto acima como link, sobre o discurso de Himmler. Comentário traduzido pro português. Link:
Holocaust Denial is Chutzpah(Dr. Lindtner) disse...

"...dann wandert keiner mehr"

A fim de defender a desesperada afirmação de que a Judenpolitik(política judaica) de Hitler/Himmler eram campos de "trânsito", e não destruição/extermínio físico(Vernichtung), Faurisson, em seu blog, em 20 de junho de 2011, cita esta sentença do discurso dado por Himmler na Haus der Flieger(Câmara dos Pilotos), em 09 de junho de 1942 (Geheimreden..., 1974, p.159): "Die Völkerwanderung der Juden werden wir in einem Jahr bestimmt fertig haben, dann wandert keiner mehr" (Sobre a migração dos judeus, devemos terminá-la dentro de um ano e então não haverá mais migrações).

Como Graf et.al.(e outros), Faurisson esquece de nos dizer onde e como esta Völkerwanderungs(migração forçada) iria acabar. O que Himmler quis dizer em suas quatro últimas palavras, "dann wandert keiner mehr"(e então não haverá mais migrações)?- A resposta foi dada pelo próprio RFSS(Reichsfuehrer SS), por exemplo, em Posen, em 06 de outubro de 1943 (ibid. pág. 169): "Es musste der schwere Entschluss gefasst werden, dieses Volk von der Erde verschwinden zu lassen" (Se faz necessário tomar uma decisão séria pra fazer este povo desaparecer da face da Terra).

Claramente, Faurisson, Graf e outros, não estão interessados em descobrir "o que realmente aconteceu". Do contrário eles não poderiam ter ignorado isto e várias outras passagens claras com o mesmo efeito.

Mortos dificilmente levantam de seus túmulos.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Valas comuns e Majdanek

No ensaio sobre Majdanek de Mattogno e Graf, eles reconhecem que os corpos foram descobertos em Krepiecki, a 12km de Majdanek:
a Comissão polonesa-soviética, em sua busca nos terrenos do campo e da floresta Krepiecki, descobriu 467 corpos e 266 crânios que foram submetidos à análise forense. A Comissão também descobriu 4,5m³ de cinzas e ossos
Krepiecki é claramente o mesmo local que W.H. Lawrence descreveu ao visitar aqui:
Eu estive em Krempitski, dez milhas ao leste, onde vi três das dez valas comuns abertas e olhei para 368 corpos parcialmente decompostos de homens, mulheres e crianças que tinham sido executados individualmente em uma variedade de métodos cruéis e horríveis. Só nesta floresta as autoridades estimam que existam mais de 300.000 corpos.
Mattogno e Graf podem, e vão, lamuriar e mentir sobre os números, mas isso não altera o fato de que os judeus estavam sendo assassinados em massa nessas áreas e que alguns dos corpos achados foram observados por jornalistas norte-americanos, como também por investigadores poloneses e soviéticos. Além disso, note que esses números foram relatados com cautela por Lawrence:
É impossível para este correspondente afirmar com certeza quantas pessoas os alemães mataram aqui. Muitos corpos inquestionavelmente foram queimados, e não faz tanto tempo que todas as valas nesta vizinhança foram abertas antes do período que visitei a cena.

Mas eu estive em um armazém de madeira no campo, com cerca de 150 pés de comprimento, no qual eu atravessava literalmente dezenas de milhares de sapatos espalhados pelo chão como grãos num elevador cheio pela metade. Lá eu vi sapatos de crianças tão jovens como de uma de um ano de idade. Havia sapatos de homens e mulheres jovens e velhos. Aqueles que eu vi estavam todos em mau estado - desde que os alemães usaram este campo não apenas para exterminar suas vítimas, mas também como um meio de obterem roupas para o povo alemão - mas alguns, obviamente, tinham sido bastante caros. Pelo menos um par viera dos EUA, pois tinha um selo, "Goodyear Welt".

Já passei por um armazém no centro da cidade de Lublin, no qual vi centenas de malas e literalmente dezenas de milhares peças de roupas e pertences pessoais de pessoas que morreram aqui, e tive a oportunidade de indagar um oficial alemão, Herman Vogel, 42, de Millheim, que admitiu que, como chefe dos barracões de roupas, ele tinha supervisionado a transferência de cargas de dezoito vagões de cargas carregados de roupas para a Alemanha durante um período de dois meses e que ele sabia que isso vinha dos corpos de pessoas que haviam sido mortas em Majdanek.
Este homem era apenas mais um que estava consumindo propaganda soviética?

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2011/02/mass-graves-and-majdanek.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena

segunda-feira, 29 de março de 2010

Criança morta em campo de concentração nazista tem 5 mil 'amigos' no Facebook

Varsóvia, 27 mar (EFE).- Henio Zytomirski, um menino judeu assassinado na Polônia pelos nazistas há 70 anos no campo de concentração de Majdanek, sorri em uma velha foto no Facebook, e o seu perfil, criado para lembrar o Holocausto, já conta com quase cinco mil 'amigos'.

Com calças curtas e sapatinhos brancos, o menino congelado no tempo recebe mensagens que se acumulam em seu mural. Os internautas comentam as fotografias de Henio, que nasceu na cidade polonesa de Lublin em 1933, onde viveu até a invasão alemã.

"Não temos medo de receber críticas por criar um perfil de um menino assassinado durante a guerra. Não achamos que isso seja um abuso", declarou à Agencia Efe o autor da página, Piotr Brozek, estudante de história e membro da associação cultural da Província de Lublin "Porta de Grodzka".

"Não pretendemos utilizar a história de Henio para o nosso próprio benefício, mas queremos aproximar essa história e o drama do Holocausto dos jovens que hoje usam as novas tecnologias e as redes sociais", diz Brozek.

A ideia nasceu no verão passado, quando a prima de Henio, Neta Zytomirski, que mora hoje em Israel, entregou um pacote de fotografias velhas aos membros do "Porta de Grodzka", um coletivo que luta contra o racismo e busca manter viva a lembrança do Holocausto através da arte.

"Infelizmente não podemos contar seis milhões de histórias (o número de vítimas do Holocausto na Europa), portanto escolhemos a de Henio porque tínhamos essas fotos, embora sua história seja muito comovente", afirma o autor do perfil.

A ideia foi um sucesso e os comentários se amontoam no perfil de Henio Zytomirski. São 35 fotografias em preto e branco que percorrem a curta vida do menino - nos braços de seu pai Moisés, durante a celebração do seu segundo aniversário, os jogos nas ruas de Lublin...-, até a última imagem, em que se acredita que ele estivesse com sete anos.

"Tenho sete anos, tenho papai e mamãe, e tenho meu lugar favorito. Nem todos têm papai e mamãe, mas todos têm um lugar favorito. Hoje decidi que ficarei para sempre em Lublin, em meu lugar favorito, com meu papai e minha mamãe", diz a apresentação de Henio no Facebook.

Para o jovem historiador e "pai" de menino na Rede, "contar a história em primeira pessoa serve para envolver mais as pessoas, que assim se sentem mais próximas aos eventos".

Uma história que terminou no campo de concentração nazista de Majdanek, nos arredores de Lublin, leste da Polônia, onde foram parar a grande maioria dos judeus poloneses da região, incluindo Henio e sua família, onde esta criança perdeu a vida nas câmaras de gás, possivelmente em 1942.

"Por enquanto Henio tem quase cinco mil amigos, o limite máximo de amigos que se podem ter no Facebook - explica o autor -, portanto temos que claro que faremos algo mais na internet".

Esta espécie de museu virtual em que se transformou o perfil de Henio atrai cada vez mais curiosos que querem conhecer a história de uma criança transformada no símbolo da destruição da comunidade judaica de Lublin. Antes da Segunda Guerra Mundial 40% da população da cidade era formada por judeus.

Campos de concentração como os de Majdanek, onde foram assassinadas cerca de 80 mil pessoas, acabaram para sempre com aquela Lublin em que Henio sorri agora graças ao milagre atemporal do Facebook. EFE

Fonte: G1/EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1548012-5602,00-CRIANCA+MORTA+EM+CAMPO+DE+CONCENTRACAO+NAZISTA+TEM+MIL+AMIGOS+NO+FACEBOOK.html

Ler mais: iOnline(Portugal)
http://www.ionline.pt/conteudo/53027-menino-assassinado-no-holocausto-com-5-mil-amigos-no-facebook

Se alguém se interessar em ver o perfil do Henio no Facebook, aí vão os links:
Henio Zytomirski
http://www.facebook.com/henio.zytomirski

Página do Henio sem limite de adição de amigos
http://www.facebook.com/pages/Henio-Zytomirski-Page-No-Limited-Profile/113504528659885

sábado, 11 de abril de 2009

Porta da câmara de gás de Majdanek

Esta peça era parte da porta de uma câmara de gás do campo de extermínio de Majdanek, perto de Lublin, Polônia. Majdanek era tanto um campo de concentração, quanto de trabalho forçado e de extermínio. Cada câmara de gás de Majdanek era equipada com uma porta de metal, que fechava hermeticamente antes do gás ser injetado dentro da câmara. Os guardas das SS podiam observar o processo de extermínio através do olho mágico instalado na metade superior da porta. O Museu Estadunidense Memorial do Holocausto a mantém em exposição e é responsável por ela.

— Landesbildstelle Berlin

Para assistir o vídeo, entrar no link do site do museu.

Fonte: USHMM
http://www.ushmm.org/wlc/ptbr/media_da.php?MediaId=100

Para ler mais, artigo completo(em inglês).

sábado, 31 de maio de 2008

Colunas de Zyklon - coluna Kula

Uma das peças de propaganda "revisionistas" mais difundidas é a idéia de que não havia buracos nas câmaras de gás nazistas. No seguinte texto do Holocaust History Project, todas as distorções "revisionistas" são desmitificadas e é apresentada uma explicação detalhada das colunas de Zyklon, que fizeram parte de todo aparato de assassinato em massa nos campos de extermínio nazi.

Colunas de Zyklon - coluna Kula

Introdução

Em Auschwitz-Birkenau, nas câmaras de gás dos crematórios II e III, o Zyklon-B era colocado através de buracos no teto. Depois dos recentes experimentos com este veneno, a equipe do campo tinha aprendido que era importante deixar as pastilhas de Zyklon para serem removidos depois da morte das vítimas, e também para provocar um aumento da velocidade de evaporação do gás.

A solução para estes problemas era o uso de uma coluna de malha de arame, que percorria todo o chão acima do teto pelo telhado. Um homem das SS, usando uma máscara de gás e em pé no telhado, colocaria as pastilhas no topo da coluna e poria uma cobertura de madeira sobre isso. As pastilhas caiam dentro de uma cesta interna de malha de arame, que as recebia e então liberavam seu veneno dentro da câmara de gás.

Depois que o assassinato em massa estivesse completo, a cobertura era aberta, a cesta era retirada, e o Zyklon que restava expelia seu veneno de um modo inofensivo ao ar livre. Enquanto isso, a ventilação da câmara de gás e a cremação de cadáveres podiam ter início.

Estas colunas são relatadas no inventário do crematório II, 31 de março de 1943, como "mecanismo de introdução de malha de arame" (Drahtnetzeinschiebvorrichtung) com "coberturas de madeira" (Holzblenden).

Esquema

Abaixo há um esquema de uma seção transversal da introdução da coluna, vista de lado. Cada um das medidas foram coletadas de várias fontes de depoimentos de testemunhas oculares; eles foram sintetizados dentro deste desenho. As medidas mostradas são as melhores aproximações daquelas fontes, mas não devem ser consideradas exatas para medida em centrímetros.(clique na imagem para vê-la ampliada)

Fontes: Gutman, Yisrael, and Michael Berenbaum, Anatomy of the Auschwitz Death Camp, 1994; Pressac, Jean-Claude, Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers, Beate Klarsfeld Foundation, New York, 1989.

Esboço

Michal Kula, um ex-prisioneiro que trabalhou num local de confecção de esquadrias metálicas do campo de Auschwitz-Birkenau, deu um depoimento descrevendo a introdução das colunas em junho de 1945. Abaixo há um esboço ilustrando o que ele descreveu naquele depoimento. As imagens são do livro de Jean-Claude Pressac "Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers"(Auschwitz: Técnica e Operação das Câmaras de Gás), que foi originalmente publicado em francês; as traduções estão abaixo.

Este esboço mostra a menor "cesta de arame" abaixo a coluna dentro da qual isto foi inserido. Esta "parte móvel" é o que realmente carrega as pastilhas de Zyklon para elas liberarem o gás venenoso, e é o que era retirado uma vez que a operação de gaseamento era completada.(clique na imagem para vê-la ampliada)

Traduções:

PARTIE MOBILE - PARTE MÓVEL

Coiffe en tôle - Tampa de Metal

Intervalle separant le tube en tôle du 3ème tamis: 25 mm - Espaço entre os tubos de metal e a terceira estrutura: 25 mm

Troisième tamis intérieur à maille de 1 mm de côté - Terceira, interna, estrutura de 1 mm de malha

Tube en fine tôle zinguée de 15 cm de côté - Tubo de metal galvanizado interno, 15 cm²

PARTIE FIXE - PARTE FIXA

Pièce de métal reliant les 1er et 2ème tamis - Pedaço de metal unindo a primeira e segunda estruturas

Premier tamis extérieur en fil de 3 mm de diamètre et de maille de 45 mm de côté - Primeira, externa, estrutura de 3 mm de diâmetro de arame, 45 mm de malha

Deuxième tamis intérieur à maille de 25 mm de côté - Segunda, interior, estrutura de 25 mm de malha

3 m environ - Aproximadamente 3 m

Cornières de 50 x 50 x 10 mm - Calhas de 50 x 50 x 10 mm

Fonte: Pressac, Jean-Claude, Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers, Beate Klarsfeld Foundation, New York, 1989, p. 487.

Testemunho de Erber

Em 1981, o historiador Gerald Fleming conversou com o ex SS-Sergeant Major Josef Houstek, que havia mudado seu nome para Josef Erber depois de servir em Auschwitz. Erber descreveu as colunas parecendo ligeiramente diferentes:
Em cada uma destas áreas de gaseamento [dos crematórios [II and III] em Birkenau] estavam dois dutos: em cada duto, quatro tubos de ferro percorriam do chão até o teto. Estes estavam recobertos com malha de arame de aço e dentro havia um recipiente de estanho com uma borda baixa. Anexo a este estanho havia um arame pelo qual isto poderia ser retirado pelo telhado. Quando as tampas eram levantadas, alguém poderia retirar o recipiente de estanho e remexer os cristais do gás dentro dele. Então o recipiente foi baixado, e a tampa fechada. 6

6. Prisioneiro Josef Erber ao autor, 14 de setembro de 1981.

Os "quatro tubos de ferro" são supostamente as quatro calhas ao redor dos quais a malha do lado externo fora envolvida. O recipiente de estanho baixado por um arame deveria ser, mais cedo ou mais tarde, a versão do lado de dentro da "cesta de arame" descrita por Kula.

Fonte: Fleming, Gerald, Hitler and the Final Solution, 1984, p. 188.

A descrição de Tauber

Henryk Tauber deu um depoimento em maio de 1945 que incluiu uma descrição das colunas:
A lateral destes pilares, que iam até o telhado, eram de malha de arame pesado. Dentro desta grade, havia outra de malha mais fina e dentro daquela uma terceira de malha mais fina ainda. Dentro da jaula desta última malha havia uma lata removível que era retirada com um arame para recuperar as pastilhas das quais o gás havia evaporado.

[...]

A sala de despir e a câmara de gás eram cobertas primeiro com um bloco de concreto e então com uma capa de de solo coberto com grama. Existiam quatro pequenas chaminés, as aberturas através das quais o gás era expelido naquelas saídas acima da câmara de gás.
Fonte: Pressac, Jean-Claude, op.cit., p. 484.

Vista Aérea

As aeronaves de reconhecimento dos Aliados adquiriram a capacidade militar para sobrevoar a área de Auschwitz em meados de 1944. A fábrica da IG Farben próxima produzia borracha sintética e óleo, e era de interesse militar por esta razão, mas várias fotografias foram também tiradas do campo de Birkenau. Em 25 de agosto de 1944, um aeroplano capturou esta vista de Birkenau, incluindo as câmaras de gás dos crematórios II e III.

Nesta fotografia, o crematório II está no retângulo central à direita, e o crematório III está abaixo à direita. O Norte está ao fundo(parte inferior).

Abaixo, uma ampliação da mesma fotografia mostra a edificação do crematório II. Ao fundo, a chaminé do crematório faz uma extensa sombra. Extendendo-se pra cima(sul) da edificação está o subsolo da câmara de gás, Leichenkeller 1. Quatro manchas escuras são visíveis, correspondendo às quatro "pequenas chaminés" da introdução das colunas.

Fonte: U.S. National Archives, Record Group 317 - Auschwitz Box Envelope 17 / Security Set - CIA Annotated Negative #17, photograph of August 25, 1944.

Vista Terrestre

Abaixo está uma vista do terreno do mesmo crematório, olhando ao norte de seu Sul. Na direita está a edificação do crematório com sua chaminé visível. Jean-Claude Pressac situa a data desta fotografia entre 9 e 11 de fevereiro de 1943. A edificação está ainda sendo construída e não será terminada até fim de março de 1943.

A câmara de gás Leichenkeller 1, justo à direita da fumaça do trem, extende-se na direção da câmara e ligeiramente para direita.

Abaixo, uma ampliação da mesma fotografia mostra a câmara de gás. Como o resto da edificação, está em construção. Não tinha sido ainda coberta com terra, fazendo as "pequenas chaminés" parecerem mais altas que elas seriam.

Uma cuidadosa análise fotográfica mostrou que as duas sombras escuras curtas e verticais, sob o centro da janela nesta foto, estão "pequenas chaminés" ao sul. (O retângulo escuro à sua direita parece estar contra a parede da edificação, atrás da câmara de gás. É desconhecido o que está mais curto, e a sombra cinza mais clara está à sua esquerda. As linhas de luzes verticais em frente à câmara de gás são postes da cerca.) A terceira "pequena chaminé" está atrás da fumaça do trem, e no canto superior da quarta pode apenas ser vista, justo à esquerda da fumaça do trem, e mais escurecida pelo monte de cobertura de neve da terra. Deste ângulo, sua colocação está oscilando devido a alternância leste-oeste.

Fonte: Pressac, Jean-Claude, Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers, Beate Klarsfeld Foundation, New York, 1989, p. 340. Cited by Pressac as PMO neg. no. 20995/494, Kamann series. And Keren, Daniel, Jamie McCarthy, and Harry W. Mazal, Holocaust and Genocide Studies, Oxford University Press, Vol. 18, No. 1, Spring 2004, pp. 68ff.: "The Ruins of the Gas Chambers: A Forensic Investigation of Crematoriums at Auschwitz I and Auschwitz-Birkenau."

Um Respiradouro Similar

Uma rara fotografia de uma introdução de respiradouro similar de Majdanek, não de Auschwitz, foi preservada. Majdanek foi também um campo onde gaseamentos em massa foram realizados.

Quando o Exército Vermelho chegou em julho de 1944 os soldados acharam enormes depósito transbordado de bens. Eles descobriram cadáveres e mais evidências de uma enorme série de atrocidades, as quais noticiaram imediatamente para a imprensa mundial.

(Feig, Konnilyn, Hitler's Death Camps, 1979, p. 330.)

Um homem do exército soviético posou para esta fotografia, pegando a cobertura do aparelho, em pé próximo ao aparelho. Foi publicada pela London press em outubro de 1944. É desconhecido como similar a isto pareciam às "pequenas chaminés" de Auschwitz-Birkenau.

Fonte: The Illustrated London News, October 14, 1944, p. 442.

Negadores do Holocausto

Negadores do Holocausto rejeitam que estas colunas também existiram. A convergência desta evidência, incluindo os testemunhos convincentes que deram detalhes antes de corroborar evidências que foram desenterradas é ignorada.

Os depoimentos de Kula e Tauber descrevendo as inserções de "aparelhos de malha de arame", décadas antes corroborando a evidência foram descobertos nos arquivos, não podem ser descartados. O depoimento de Houstek/Erber dos mesmos aparelhos, também antes desta evidência ser descoberta, é também uma forte corroboração.

Negadores provavelmente sustentarão que uma menor diferença em suas descrições significa que devamos ignorá-los. Mas realmente devemos esperar achar narrativas idênticas? Os prisioneiros deram suas descrições meses depois do fato; o perpetrador, 35 anos mais tarde. Que devem contar para alguns como diferença. Justamente como em grande medida, não sabemos se os nazis em fulga da operação de gaseamento tentaram usar ligeiramente diferentes tipos do equipamento de hora em hora.

Certamente, se todas as três descrições eram exatamente semelhantes, devemos suspeitar que a narrativa mais recente foi copiada das mais antigas. Por elas não serem, sabemos que aqui estão três testemunhas oculares separadas por estes itens.

Negadores do Holocausto rejeitam a validade das fotografias aéreas, alegando que aqueles quatro postes escuros no telhado de cada câmara de gás foram retoques adicionados pela CIA ou alguma outra conspiração. John Ball, que não é nenhum perito em interpretar fotografias aéreas, sugere uma destas hipóteses ou, alternativamente, que os postes escuros eram vasos em repouso em cada câmara de gás.

Os objetos mostrados no telhado na foto terrestre, dizem alguns negadores, são caixas comuns de material de construção.

Negadores também alegam que não há nenhuma evidência dos quatro buracos no telhado de cada câmara de gás. Porque as câmaras foram dinamitadas numa tentativa de esconder evidência de assassinatos em massa da chegada do Exército Soviético, os telhados desmoronaram e é difícil dizer nos escombros o que é um buraco e o que não é. Mais tarde neste ano, um ensaio no website direcionará esta questão em detalhe.

Finalmente, negadores do Holocausto intencionalmente confundem o sólido apoio no telhado das colunas das câmaras de gás com as colunas de malha de arame. Como óbvia evidência de seus crimes, as últimas seriam removidas pelos nazis das câmaras de gás antes delas serem destruídas. De forma absurda, negadores mostram fotos de sólidas colunas como prova de que as colunas de malha de arame nunca existiram.

Esta débil intenção em reescrever a história não se sustenta.
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Agradecimentos ao voluntário Harry Mazal do Holocaust History Project pela assistência de pesquisa.

Última alteração: 30 de outubro de 2005
Contato técnico/administrativo: webmaster@holocaust-history.org

Texto: Jamie McCarthy e Mark Van Alstine
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/intro-columns/
Tradução: Roberto Lucena

domingo, 4 de maio de 2008

'Marcha para Vida' traz histórias de sobreviventes do Holocausto

Documentário brasileiro retrata trajeto pelos campos de concentração de Varsóvia até Auschwitz-Birkenau

Flávia Guerra/AE

Campo de concentração de Majdanek, em Lublin, na Polônia

POLÔNIA - Os bisavós de Anna Ren morreram no campo de concentração de Auschwitz, no sul da Polônia. A avó foi prisioneira lá. O avô também. "Ela trabalhava na cozinha. Ele era bombeiro. Tinham bons trabalhos. Por isso sobreviveram. Mas se conheceram em campos de trabalho forçado da Alemanha", conta Anna, que hoje é guia do museu em que se transformou o mais sangrento campo de extermínio nazista da história. Anna, em vez de fazer como a grande maioria dos jovens poloneses, e passar o mais longe possível de uma das grandes feridas que a Segunda Guerra deixou em seu país, preferiu rememorar, e reconstruir, sua trajetória todos os dias. Sem mágoas ou rancores que acometem, compreensivelmente, tantos judeus sobreviventes do Holocausto. Sem a culpa que acomete tantos poloneses não judeus. Anna é a cara jovem de um drama que, terminada a guerra, ainda permaneceu soterrado sob a névoa da repressão ideológica do comunismo, regime que dominou a Polônia após os nazistas deixarem o território.

Por esses belos acasos, ou não, do destino, foi Anna quem guiou, em fevereiro, a equipe do documentário Marcha para Vida em sua visita de reconhecimento pelo complexo Auschwitz-Birkenau, centro de extermínio onde mais de 1,5 milhão de prisioneiros (a grande maioria judeus, além de outras minorias, como ciganos, homossexuais, presos políticos e até Testemunhas de Jeová) foram assassinados de 1940 a janeiro de 1945, quando o exército soviético libertou o complexo. "Minha avó falava o que viu. Foi ela quem quis voltar para Oswiecim (nome polonês da cidade, chamada de Auschwitz pelos alemães). Ela queria ficar perto do lugar onde seus pais tinham morrido. Meu avô virou guarda aqui quando o campo virou museu, em 1947. Gostaria de saber mais. Mas ele era muito calado."

Traumatizada, uma geração se calou. Com décadas de silêncio, muitos relatos se perderam. Hoje, com a abertura política da Polônia (que após a queda do comunismo, em 1989, tem se disposto a debater temas como o Holocausto), o resgate da história das milhões de vidas que se perderam para o nazismo, assim como o de milhares que sobreviveram, é tarefa desta nova geração. E o resgate começou há quase 20 anos, em 1988, quando sobreviventes do Holocausto resolveram pegar pela mão seus jovens descendentes e percorrer com eles a trilha da morte que vai de Varsóvia (capital, no norte da Polônia) até Auschwitz-Birkenau (na Cracóvia), passando por campos da morte como Treblinka, Majdanek, até chegar a Israel. Nascia a Marcha para Vida, que, desde então, ganha mais peregrinos a cada ano. Para este, estima-se que cerca de 15 mil pessoas farão o percurso e se encontrarão em uma cerimônia em Auschwitz em 1º de maio.

E são os 20 anos desta peregrinação que Marcha para Vida (o documentário) vai contar. Engana-se quem pensa que será um filme restrito a uma comunidade. "Mais que uma bela história, Marcha faz uma leitura jovem da guerra. E revela o que pensa a juventude que herdou esta experiência, como assimila o que ocorreu e como celebra a vida, sem esquecer o passado terrível por que passaram seus avós. E este é um tema que interessa a todos pelo caráter histórico e humano", declara o produtor LG Tubaldini Jr.

A realidade a que se refere o produtor pode também parecer distante do brasileiro. Mas vale lembrar que a comunidade judaica no Brasil é de cerca de 120 mil pessoas e que todo ano cerca de 400 jovens brasileiros participam da Marcha. Este número vai aumentar em 2008, quando também são comemorados os 60 anos do Estado de Israel.

Marcha marca também um caso raro do cinema nacional. A produção de um documentário brasileiro e internacional ao mesmo tempo. O documentário foi idealizado pelo publicitário Márcio Pitliuk e tem produção da Latinamerica Internacional e da Conspiração Filmes. A direção, no entanto, fica a cargo de uma jovem americana, Jessica Sanders (que concorreu ao Oscar de melhor curta em 2002 por Sing e foi premiada em Sundance 2005 com o documentário After Innocence). Mas o filme não é só internacional por contar com diretora americana, equipe brasileira e ser rodado em vários países. A meta é também atingir o público pelo mundo. Esta é uma tendência forte que vem sendo firmada pela nova geração de produtores brasileiros.

Marcha tem orçamento de cerca de R$ 3 milhões, deve ficar pronto no fim do ano e participar de festivais de cinema no Brasil e no exterior. Previsões audaciosas, mas à altura de uma produção que será rodada em formato HD digital (e ser transferida para película 35 mm) e passar por quatro países: Brasil, EUA, Polônia e Israel. "A primeira fase começa agora em abril. Jessica chega e já começam as entrevistas com os participantes brasileiros da Marcha", conta Tubaldini. "Em seguida, volta para os EUA, onde realiza entrevistas com os americanos. Voltamos para a Polônia no fim de abril e percorremos a Marcha até chegar, em maio, a Auschwitz, onde haverá uma cerimônia com participantes e líderes políticos de todo o mundo", explica o produtor paulista. "A fase final será em Israel, onde a Marcha chega a seu objetivo que é não remoer com mágoa e rancor os horrores por que passaram os judeus, mas celebrar a vida. É transmitir para as novas gerações a história que foi terrível, mas sem esquecer que este é um caminho que celebra a reconstrução", completa Jessica.

"Sempre quis saber mais sobre a Marcha. Não havia informação. Resolvi contar esta vivência. E a parceria com o Tubaldini foi crucial", diz o publicitário, que conheceu o parceiro de projeto em 2006, quando o produtor montou sua peça Iidiche Mamma Mia. "Escrevi a comédia para falar das diferenças, e semelhanças, entre a comunidade judaica (já que eu sou judeu) e italiana (minha mulher é filha de italianos). E propus ao Tubaldini documentar a Marcha", conta Pitliuk, que, com o fotógrafo Márcio Scavone, vai editar também um livro fotográfico sobre a Marcha.

Superada a primeira fase, a dupla partiu para a Polônia. "Precisávamos conhecer o terreno em que queríamos semear. Descobrimos lugares incríveis e que ainda há histórias maravilhosas que precisam ser contadas", acrescenta o produtor, revelando-se, em uma comparação grosso modo, mas não equivocada, uma espécie de Oskar Schindler brasuca. Aderiu ao projeto por profissionalismo e acabou se apaixonando pela cultura judaica. "Achei que seria um grande desafio, mas, principalmente nesta última viagem, percorrendo todos os campos e conversando com tantos especialistas e pessoas comuns que viveram este drama, virei um entusiasta", confessa ele, que, com Pitliuk, Jessica, a produtora-executiva Valéria Amorim e Scavone refizeram, em fevereiro, os caminhos da Marcha em uma viagem não só de ‘pesquisa de locação’, mas de descobertas e encantamentos.

A repórter viajou a convite do governo polonês
Flávia Guerra, de O Estado de S. Paulo

Assista imagens do Holocausto

Fonte: Estadão
http://www.estadao.com.br/arteelazer/not_art137880,0.htm

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 29

Traduzido por Leo Gott

29. Por que o utilizaram no lugar de algum gás mais apropriado para o extermínio em massa?

O IHR diz:

Se os nazistas quisessem utilizar gás para exterminar pessoas, eles dispunham de gases muito mais eficientes. O Zyklon-B é pouco eficiente, salvo quando se usa como agente fumigante.

Nizkor responde:

Mentiras.

O Zyklon-B foi usado porque é extremamente eficaz para matar pessoas. Certamente, existem outros gases com efetividade maior. Sem dúvida, o Zyklon-B era único porque tinha outras duas vantagens:
  1. Era fácil de embalar, armazenar e transportar – pedia-se a indústrias químicas convencionais, e vinha em latas fechadas.
  2. Era um produto muito extendido, já que se usava para despiolhar. De fato, provavelmente 90% do Zyklon-B usado em Auschwitz foi para eliminar piolhos. Ver Gutman, Anatomy of the Auschwitz Death Camp, 1994, p. 215.
Como foi dito em nossa resposta à pergunta 28, é extremamente eficaz para matar pessoas. Hoje em dia o gás liberado pelo Zyklon-B se usa para execuções nos Estados Unidos.

Para dizer com todo rigor e exatidão, temos que assinalar que as câmaras de gás usadas nas execuções de hoje em dia liberam o Cianeto de Hidrogênio por reações químicas, não simplesmente deixando-o evaporar, como se fazia com o Zyklon-B. Mas não havia nenhum problema com o método utilizado pelos nazistas, ele funcionava bem.

Tal e qual los nazistas averiguaram, o gargalo no processo de extermínio era a incineração dos cadáveres, não o gaseamento. Podia-se matar mil pessoas em questão de minutos, ou em uma ou duas horas, se incluirmos todo o processo desde a chegada ao campo até à ventilação da câmara de gás.

Mas queimar os cadáveres destas mil pessoas levava tempo. Eles compraram enormes fornos muito caros, e gastaram muitos marcos do Reich para mantê-los, mas a incineração todavia levava umas dez vezes mais tempo.

Os nazistas inclusive reduziram o tamanho das câmaras de gás depois de dar-se conta de que gargalo sempre estava na capacidade dos fornos - ver Gutman et al., Anatomy of the Auschwitz Death Camp, 1994, p. 224.

Assim, os argumentos sobre as dificuldades do processo de gaseamento, ou sobre a eficiência do gás, são maneiras de desviar a atenção. Ver também seção correspondente na FAQ sobre Auschwitz .

De qualquer forma, se temos tantos gases que são "muito mais eficazes", por que o IHR não nomeia alguns? Já foi pedido a Greg Raven que fizera isto na Usenet entre 1994 e 1995, mas, depois que insistiram muitas vezes, o único que ele encontrou foi:


O Monóxido de Carbono, por exemplo, seria mais rápido que o HCN, ou igual que
muitos gases nervosos.”
Como já foi explicado, a velocidade do agente mortal não é o gargalo do processo de extermínio,assim dizer que o gás tal é mais rápido é totalmente irrelevante.

E aparte disso, o Monóxido de Carbono na realidade não é "mais rápido" que o Cianeto de Hidrogênio, que é um dos venenos mais rápidos. Ver documento sobre este tema para mais detalhes.

E mais ainda, os nazistas experimentaram o uso do Monóxido de Carbono nos campos da Operação Reinhard e em Majdanek, onde se encontrou monóxido de carbono em cilindros adequados para este gás. Mas, como explicou Höss em suas memórias, viram que os métodos existentes não eram eficazes e decidiram trocar para o Zyklon-B.

"Gases nervosos" é uma expressão demasiado vaga para poder contestá-la.

O outro único exemplo de especificação de um gás concreto que havíamos encontrado até agora é uma patética demonstração de ignorância. Ele é chamado de "Relatório Lüftl", Walter Lüftl escreve:

Qualquer familiarizado com o perigo que supõe a manipulação do Cianeto de
Hidrogênio (que é explosivo e extremamente tóxico) deveria perguntar por que os
carrascos das SS não usaram dióxido de carbono -que é mais fácil de manejar e
completamente inofensivo para o carraco - para matar os prisioneiros que
supostamente foram envenenados com Zyklon.
Qualquer texto de fisiologia confirma que em caso de anoxia (falta de oxigênio), as alterações no funcionamento do cérebro fazem sua aparição após cinco segundos, seguidas pela perda de consciência em 15 segundos, e à morte cerebral em cinco minutos. Esta é a maneira que "dormem" os animais, sem dor e com segurança, também funciona com as pessoas.


Isto é uma absoluta estupidez. o dióxido de carbono simplesmente asfixia as suas vítimas, deixando-as sem ar oxigenado.A perda de consciência levaria muito mais de 15 segundos. A morte não seria indolor, seria pelo menos como morrer afogado ou estrangulado. E tem que transportar o dióxido de carbono comprimido em cilindros, ja que o "gelo seco" não pode sublimar-se o suficientemente rápido para matar alguém.

Quantas garrafas de dióxido de carbono seriam necessárias para preencher completamente o air normal com oxigênio de uma cámara de gas?

Quanto haveria custado transportar e recarregar os cilindros?

Não deveria ter sido mais fácil usar una pequena quantidade de um veneno que bastem poucas centenas de partes por milhão para ser mortal, no lugar de ter que alcançar suficiente concentração para substituir o ar?

De fato, Friedrich Berg desestimula o uso de dióxido de carbono em outro artigo publicado pelo IHR, e disponível no site de Greg Raven:


O dióxido de carbono na realidade não é mais tóxico que a água. A maioria dos
livros sobre toxicologia nem sequer o mencionam. Quando se encontra, geralmente se classifica como "não tóxico, asfixiante".

Aqui temos mais uma contradição interna.

O "Relatório Lüftl" está na Internet em um arquivo de texto no site Nizkor, ou em uma página web no web site de Greg Raven.

Procure pelo texto “fisiologia”. :-)

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 3

Traduzido por Leo Gott


3. Simon Wiesenthal afirmou por escrito que "não havia campos de extermínio em solo alemão"?

O IHR disse (edição original):

Sim. Na edição de abril de 1975 de Books and Bookmen. Ele afirma que o "gaseamento" de judeus teve lugar na Polônia.

E na edição revisada:

Sim. O famoso "caçador de nazistas" escreveu isto na edição de 24 de janeiro de 1993 da revista Stars and Stripes. Também afirmou que os "gaseamentos" de judeus aconteceram somente na Polônia.



Nizkor responde:

A carta ao editor de 1975 de Wiesenthal dizia:

Dado que não havia campos de extermínio em solo alemão, os neonazistas estão
utilizando isto como prova de que estes crimes não aconteceram [...]

Que irônico é isso, ele não só disse a verdade, sendo que ademais suas palavras foram manipuladas precisamente da maneira em que o descrevia.

Ambas respostas são corretas em si: Wiesenthal certamente disse em 1975 e em 1993 que não havia campos de extermínio onde agora é Alemanha. Embora a manipulação de suas palavras parece ser inocente, leva o leitor a pensar que de certa forma está admitindo que o Holocausto foi algo muito mais limitado do que se tem afirmado até agora e que a verdade por fim está saindo à luz.

Frases como a de Wiesenthal são de fato a base em que se apoiam os negadores para proclamar que sua pressão está fazendo que a verdade surja apesar da resistência dos historiadores.

A verdade é que os historiadores, e outras pessoas como Wiesenthal, tem tentado repetidamente durante anos desmentir certos mitos sobre o Holocausto: por exemplo, o da produção em massa de sabão à partir de gordura humana.

Outro conceito errôneo que tem tratado de aclarar é o que afirma que a maior parte do processo de extermínio dos judeus tiveram lugar na própria Alemanha - ou, falando com propriedade, no "Altreich", dentro das fronteiras alemãs de pré-guerra. Embora houveram câmaras de gás e se praticaram gaseamentos no Altreich, a escala foi muito menor se comparada com os gaseamientos que tiveram lugar nos campos da Polônia ocupada pelos nazistas, como Belzec, Sobibor, Treblinka, Kulmhof/Chelmno, Maidanek/Majdanek, e Auschwitz-Birkenau.

Uns 3 milhões de pessoas foram gaseadas, quase todos judeus. Os gaseamentos no Altreich possivelmente só ceifou a vida de algumas milhares de pessoas, quase com certeza uns 10 mil. Aparte destes gaseamentos "a pequena escala" que houve em lugares como Dachau, Sachsenhausen, Stutthof, Neuengamme, e Ravensbrück, a outra campanha de gaseamentos que teve lugar no Altreich foi o programa de "eutanásia" com o qual assassinaram cerca de 5 mil pessoas, a maioria não-judeus.

Os nazistas tinham ao menos 2 razões para construir os campos de extermínio fora da Alemanha:

Em primeiro lugar, assim era mais fácil mantê-los longe do povo alemão devido às caóticas condições por causa da guerra que havia nos territórios que rodeavam o Altreich, era maiss fácil mantê-los ocultos ali.

Em segundo lugar, a grande maioria dos judeus assassinados eram procedentes de território conquistado no leste e no sul - por que se preocupar em levar até à Alemanha? Eles não os estavam “deportando” para o leste? (Ver as estatísticas no final da Pergunta 1.)

O que os negadores do Holocausto não reconhecem é que o que Wiesenthal disse é exatamente o que os historiadores mais respeitáveis estão dizendo desde os últimos 50 anos, começando talvez com o Instituto de História Contemporânea de Münich, em 1950.

A esta parcialidade podemos chamar simples e seguramente de mentir recorrendo a omissões e insinuações sem fundamento algum.

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 1

Postado originalmente em: http://www.nizkor.org/features/qar/qar01.html

Traduzido por Leo Gott.

1. Que provas existem que os Nazistas praticaram o genocídio ou assassinaram deliberadamente seis milhões de judeus?

O IHR (http://www.ihr.org) responde (combinando a versão original, a da Editora Samisdat (de Ernst Zündel) e à revisada):

Nenhuma. A única evidência são os testemunhos do pós-guerra de "sobreviventes" individuais. Estes testemunhos são contraditórios, e nenhum "sobrevivente" afirma ter sido testemunho de nenhum gaseamento. Não existem documentos da época que demonstrem nenhuma prova tangível: nem montes de cinzas, nem crematórios capazes de eliminar milhões de corpos, nem pilhas de roupa, nem sabão feito de restos humanos, nem abajures feitos com pele humana, nem registros, nem estatísticas demográficas credíveis.

Nizkor responde:

Uma mentira atrás da outra, e sem a mínima prova.

Isto é um ponto tão bom como qualquer outro para começar a expor algumas provas detalhadas que são ignoradas como base para negar o Holocausto. Veremos que esta resposta será maior que as outras sessenta e cinco, mas talvez o leitor compreenderá que é necessário.
  • Suponhamos como única evidência, "os testemunhos de pós-guerra de sobreviventes individuais".


Em primeiro lugar, consideremos a teoria conspiratória implícita. Observe-se como os testemunhos de todos e de cada um dos prisioneiros dos campos nazistas são automaticamente depreciados como pouco convincentes. Este desprezo a estes testemunhos, junto com a desvalorização dos testemunhos de vários nazistas (¡¡), é a maior suposição não expressada da negação do Holocausto.


Esta suposição, que poucas vezes é expressada claramente, afirma que o genocídio judeu nunca teve lugar, sendo que foi uma conspiração dos judeus que começou desde 1941, e que falsificou milhares de documentos para prová-lo; depois da guerra, falaram com os sobreviventes dos campos e lhes indicaram o que estes deveriam dizer.


Aparentemente, os “conspiradores” também conseguiram torturar centenas de nazistas que estavam em postos-chave durante a guerra, para confessarem crimes que nunca cometeram, ou para implicarem os seus companheiros. Mesmo assim, conseguiram colocar centenas de documentos nos arquivos nazistas que nunca foram descobertos até depois da guerra, e muitas vezes somente com muita sorte. O diário de Goebbels, por exemplo, foi salvo de ser vendido como 7.000 páginas de papel usado, mas nos manuscritos se encontram algumas entradas como estas (segundo a tradução do inglês de Lochner, The Goebbels Diaries, 1948, pp. 86, 147-148):

14 de fevereiro de 1942: O Führer voltou a expressar sua determinação de eliminar sem piedade os judeus da Europa. Deve desaparecer todo sentimentalismo embutido(?). Foram os judeus que provocaram a catástrofe que está se aproximando. Sua destruição irá unida à destruição dos nossos inimigos. Devemos acelerar este processo sem piedade.

27 de março de 1942: O procedimento é muito bárbaro, e não irei detalhá-lo aqui. Não sobraram muito dos judeus. Em cifras gerais, podemos dizer que cerca de sessenta por cento deles serão liquidados, enquanto que quarenta por cento se salvarão para serem utilizados como mão de obra.


Michael Shermer tem assinalado que as estatísticas dos nazistas sobre o número de judeus europeus giravam entre onze milhões, e sessenta por cento de onze milhões são 6,6 milhões, algo muito próximo das cifras reais. (Na realidade, os quarenta por cento são uma estimativa muito por alto da taxa de sobrevivência dos judeus que foram capturados, mas muitos judeus escaparam).


Em qualquer caso, a maioria das informações do diário é trivial, e somente interessa aos historiadores.

Você crê na suposta conspiração judia que inseriu sete mil páginas de um diário simplesmente para inserir umas poucas linhas a seu favor? Como eles fizeram para conhecer a vida de Goebbels tanto a fim de evitar contradições, como por exemplo situá-lo e outras pessoas em uma cidade e dias equivocados?


Tal e como foi admitido inclusive pelo “revisionista” David Cole, os “revisionistas” ainda têm que dar uma explicação satisfatória sobre este documento.


E quanto aos testemunhos de pós-guerra dos nazistas, todos foram torturados para que confessarem seus horríveis crimes que supostamente não cometeram?
Isto seria credível se somente houvessem capturado uns poucos nazistas depois da guerra, ou talvez se alguns tivessem enfrentado um tribunal que lhes julgava, e tivessem confessado ao mundo a intenção de manipular seus testemunhos. Mas centenas deles testemunharam sobre o Holocausto, em julgamentos que vão de 1945 ate os anos 60. (Por exemplo, ver Böck, Hofmann, Hössler, Klein, Münch, e Stark).


Muitos destes nazistas testemunharam e não foram acusados de nenhum crime. Em que se baseia sua suposta manipulação? Muitos destes julgamentos aconteceram em tribunais alemães. Os alemães torturaram seus próprios compatriotas? Bem, os negadores do Holocausto às vezes afirmam que os judeus estão infiltrados no governo alemão e o controlam. Não obstante, preferimos não falar muito desta “teoria”, visto que isso beira o lunático.

A questão principal é que nenhuma destas supostas vítimas de tortura -em cinqüenta anos, nenhuma- apoiou estas teorias segundo os quais foram coagidos.


Pelo contrário, ao longo destes anos os testemunhos foram confirmados. Que coerções poderiam ter levado o juiz Konrad Morgen a confirmar seus crimes que foram testemunhados no Tribunal de Nuremberg em 1946? De onde não foi acusado de nenhum crime? E para depois voltar a testemunhar perante o Julgamento de Auschwitz celebrado em Frankfurt de 1963 a 1965? Qual foi a coerção ao médico das SS Johann Kremer para testemunhar em sua própria defesa em 1947, e, depois de haver sido condenado na Polônia e na Alemanha, voltar a aparecer novamente e sair da prisão para testemunhar no Julgamento de Frankfurt? Qual a coerção a Böck, a Hössler, a Hölblinger, a Storch e a Wiebeck, todos eles das SS, todos eles testemunharam em Frankfurt, sem que nenhum deles foi acusado de nenhum crime naquele Julgamento?


Os que negam o Holocausto destacam pequenas discrepâncias nos testemunhos para que possam ser desacreditados. O que eles pretendem com isso é que o leitor aceite estas pequenas discrepâncias como a evidência de uma vasta e toda poderosa conspiração judia. Isto é um absurdo.


É certo que as discrepâncias e os pequenos erros em detalhes falam contra, e não a favor, da teoria conspiratória. Por quê os conspiradores haveriam passado informação diferente a diferentes nazistas? De fato, todos os testemunhos, tanto dos nazistas como dos prisioneiros, foram demasiado parecidos, não existe dúvida de que os que negam o Holocausto o considerariam uma evidência de conspiração.


Que coações poderiam perdurar durante quatro décadas para forçar o antigo SS-Untersturmführer Dr. Hans Münch a conceder uma entrevista, contra a vontade de sua família, à televisão sueca? Na entrevista de 1981, ele falou de Auschwitz:


Entrevistador: Não é contrário aos valores éticos de um médico o conceito de genocídio?

Münch: Sim, sem dúvida. É indiscutível. Mas isso vivia comigo, e tratei por todos os meios evitar e aceitar, mas tive que viver com ele. Que outra coisa eu poderia fazer? E eu não o enfrentei diretamente, até que nos foi ordenado, a mim, e a meu superior, e a outra pessoa, tomar parte do extermínio, dado que os doutores do campo estavam saturados do trabalho.

Entrevistador: Devo perguntar-lhe algo. Os que duvidam sobre a autenticidade do Holocausto argumentam que "tratamento especial" poderia significar qualquer coisa, menos para tratar de extermínio.

Münch: O "tratamento especial", na terminologia dos campos de concentração, referia-se ao extermínio físico. Se tratava de algo mais que um pequeno grupo de pessoas, onde o melhor que se podia fazer era gaseá-los, sim, eram gaseados.

Entrevistador: O "tratamento especial" se referia ao gaseamento?

Münch: Sim, sem nenhuma dúvida.

Que coações poderiam perdurar durante quatro décadas para forçar o antigo SS-Unterscharführer (Cabo das SS) Franz Suchomel a conceder uma entrevista para o filme Shoah? Pedindo falsas promessas de anonimato, falou dos crimes cometidos no campo de extermínio de Treblinka (do livro Shoah, Claude Lanzmann, 1985, p. 54):

Entrevistador: O seu testemunho é muito importante. Vocêpode nos dizer o que foi Treblinka?

Suchomel: Mas não utilize meu nome.

Entrevistador: Não usarei, te prometo. Muito bem, quando você chegou a Treblinka...

Suchomel: ...O sargento Stadie nos apresentou todo o campo. Durante o percurso, passamos pelas câmaras de gás quando elas se abriam, e vimos as pessoas cair como sacos de batatas. Logicamente, isto nos aterrorizou e impactou. Nós demos uma volta, nos sentamos sobre nossas malas e choramos como anciãos.
Cada dia se escolhia uma centena de judeus para que levassem os cadáveres para as covas comuns. Ao entardecer, os ucranianos levavam estes judeus para as câmaras de gás ou lhes davam um tiro. Todos os dias!

Perguntem aos que negam o Holocausto por que desacreditam o testemunho de Franz Suchomel? Greg Raven lhes dirá que "não é uma prova... dêem-me uma prova, por favor". Outros lhe dirão que Suchomel e Münch estavam loucos, ou que alucinaram, ou que são fantasias.


Mas onde estão as fantasias nas mentes dos que preferem evitar a enorme quantidade de provas, e crêem em troca na hipotética conspiração, apoiada em nada mais que suas imaginações.


Esta total falta de provas é o que faz que a "suposição da conspiração" quase nunca apareça por escrito. Não existe nem um único documento “revisionista”, artigo, discurso, panfleto, livro, fita, fita de vídeo ou boletim que proporcione detalhes sobre esta suposta conspiração judia ou sionista que revela todo o trabalho sujo. Nem um único.


Como sempre, a literatura “revisionista” faz veladas referências ao Congresso Mundial Judeu como o perpetuador de um "engano" (Arthur Butz, 1976) - mas sem mostrar detalhes. E toda a negação do Holocausto se apoia nesta suposta conspiração.


Enquanto os testemunhos dos sobreviventes, que segundo os "revisionistas" são a única evidência, e neles existem milhares de referências a gaseamentos e outras atrocidades, relatadas por prisioneiros judeus que sobreviveram aos campos e por outras classes de prisioneiros, como prisioneiros de guerra. Muitos dos prisioneiros de guerra que testemunharam sobre os gaseamentos não são judeus, por exemplo. Vejamos, por exemplo, o testemunho do oficial polonês Zenon Rozansky sobre o primeiro gaseamento em Auschwitz, onde foram assassinados 850 prisioneiros de guerra russos (Reitlinger, The Final Solution, p. 154):


Os que estavam contra a porta tinham uma estranha rigidez e então caíram aos
nossos pés, batendo o rosto contra o chão de cimento. Cadáveres! Cadáveres que
se mantinham erguidos preenchendo todo o bunker, estavam tão apertados que não podiam cair.


Quais "revisionistas" negaram isto? Qual deles esteve alí?

Quais têm autoridade para dizer a Rozansky o que ele viu e o que ele não viu?


A frase "nenhum 'sobrevivente' afirma ter testemunhado um gaseamento" é claramente falsa; nas últimas versões, eles trocaram "nenhum sobrevivente" por "uns poucos sobreviventes", algo um pouco mais próximo da verdade.


Mas não é necessário limitar somente aos testemunhos dos sobreviventes, dos nazistas, ou de qualquer outra pessoa. Muitos documentos elaborados durante a guerra, não descrições do pós-guerra, que falam especificamente de gaseamentos e outras atrocidades, capturados pelo exército americano. A maioria está nos Arquivos Nacionais de Washington, D.C.; outros estão na Alemanha.


Por exemplo, aqui temos um documento secreto enviado ao SS Obersturmbannführer (Tenente-Coronel das SS) Rauff pelo SS Untersturmführer Becker sobre os furgões(vans) de gaseamento, os precursores das câmaras de gás (de Nazi Conspiracy and Aggression, 1946, Vol. I, pp. 999-1001):


Se choveu, por exemplo, durante meia hora, não se pode usar o furgão porque
patina. Só pode usá-lo quando não chove. A pergunta agora é se pode usar o
furgão permanecendo parado no lugar da execução. Pero primeiro o furgão tem que chegar ao lugar, e só podemos fazer sem chuva...
Normalmente, o gás não é aplicado corretamente. Para acabar o mais rápido possível, o condutor pisa fundo no acelerador. Fazendo isto, as pessoas morrem por asfixia, sem desmaiar, e não é o que havia sido planejado. As medidas que tenho tomado demonstram que um correto ajuste do acelerador faz com que a morte seja mais rápida e que os prisioneiros morram pacificamente desmaiados.

Rauff recebeu outro informe sobre os furgões de gaseamento em 5 de junho de 1942, sendo este informe classificado como "secreto" e "cópia única". É uma horrível amostra dos eufemismos nazistas, que se refere aos assassinatos como "o processamento" e às vítimas como "o assunto" e "a carga". (Ver Kogon, Nazi Mass Murder, 1993, pp. 228-235.):

Desde dezembro de 1941, por exemplo, se processou 97.000 usando três furgões,
sem que os veículos sofressem avarias...
A capacidade dos furgões é de nove a dez por metro quadrado. A capacidade maior dos furgões especiais Saurer não é uma vantagem. Embora não sofram excesso de carga, perdem muita manobrabilidade fora dos caminhos e estradas em qualquer terreno. Seria desejável uma redução na capacidade da carga. Podemos fazer reduzindo em um metro o tamanho do furgão. A dificuldade mencionada não pode ser resolvida reduzindo a carga, como se tem feito até agora. Esta redução requer um tempo maior de operação, uma vez que temos que preencher o espaço vazio com CO [o gás emitido pelo cano de descargautilizado para asfixiar as vítimas].
É necessário proteger melhor as luzes. A grade deveria cobrir os faróis o suficiente para impossibilitar que se rompam os bulbos. Parece que raramente se acendem os faróis, porque os usuários dizem que podem ser retirados. Mas a experiência demonstra que, quando se fecha a porta traseira o interior escurece, e a carga se aperta contra a porta. O motivo é que quando o interior escurece, a carga se desloca para o menor resquício de luz. Isto dificulta o fechamento da porta. Também temos reparado que o ruído provocado pelo fechamento da porta se une ao medo provocado pela escuridão.

Existem certos deslizes cometidos na correspondência sobre as câmaras de gás, e algumas destas cartas, por sorte, não foram destruídas e foram recuperadas depois da guerra. Um relatório escrito pelo SS Karl Bischoff em 27 de novembro de 1942 descreve a câmara de gás do Krema II sem o habitual término "Leichenkeller", mas sim como "Sonderkeller", "porão especial".


E dois meses depois, em 29 de janeiro de 1943, Bischoff escreveu um relatório para Kammler, referindo-se a esta mesma câmara de gás como "Vergasungskeller". (Ver Gutman, Anatomy of the Auschwitz Death Camp, 1994, pp. 223, 227.) "Vergasungskeller" significa literalmente "porão de gaseamento", uma câmara de gás subterrânea.

Os negadores do Holocausto recorrem a Arthur Butz, que da uma enganosa explicação do término: "Vergasunsg", diz, não pode referir-se a assassinar pessoas com gás, mas sim somente ao processo de converter um sólido ou líquido em gás. Assim, diz que "Vergasungkeller" devia ser um cômodo especial em que o combustível para os fornos de Auschwitz era transformado em gás - uma "câmara de gasificação".


Existem três problemas nesta explicação. Em primeiro lugar, "Vergasung" certamente pode referir-se a assassinar pessoas com gás; Butz não fala alemão, assim não deveria fazer especulações com o idioma. Em segundo lugar, não existe um cômodo que pudesse realizar a função que Butz descreve - anos depois de escrever seu livro, ele admitiu, e inutilmente tratou de sugerir que pode ser que houvera outro edifício em alguma parte que acomodou a câmara de gasificação. Em terceiro lugar, o tipo de forno usado em Auschwitz não requeria nenhum processo de gasificação. Os fornos utilizam combustível sólido(coque). (Ver Gutman, op. cit., pp. 184-193.)


Então, a que se refere o termo "porão de gaseamento"? Os negadores do Holocausto ainda têm que oferecer uma explicação credível.
Um inventário de material, capturado antes da guerra, revelou a existência de quatorze chuveiros e uma porta suspensa na câmara de gás do Krema III. Os negadores dizem que esta sala era um necrotério; mas não explicam para que usar em um necrotério quatorze chuveiros e uma porta suspensa. (Ver fotografía do documento, ou Pressac, Auschwitz: Technique and Operation, 1989, pp. 231, 438.)


Um relatório do escritório de obras de Auschwitz, datado de 31 de março de 1943, diz: (Hilberg, Documents of Destruction, 1971, pp. 207-208):


Aproveitamos para mencionar outro pedido de 6 de março de 1943 de uma porta suspensa 100/192 para o Leichenkeller 1 de Krema III, Bw 30a, que deve instalar-se seguindo o procedimento e medidas da porta do porão do Krema II, com uma escotilha com vidro duplo de 8 milímetros selada com borracha. Este pedido deve ser considerado urgente...

Para que necessitaria urgentemente em um necrotério uma porta com escotilhas com um vidro grosso duplo de 8 milímetros?


A questão referente a que isto pode demonstrar é o uso de gás cianeto nas câmaras de gás de Auschwitz, é algo que intriga os negadores. Como tem anunciado o Relatório Leuchter, por exemplo, dedica grandes esforços a perguntar-se se existem restos de cianeto ali hoje em dia. Mas não necessitamos buscar traços químicos para confirmar o uso de cianeto (Gutman, op. cit., p. 229):


Várias cartas e telegramas trocados entre 11 e 12 de fevereiro [de 1943] entre o Zentralbauleitung e Topf mencionam o pedido de um ventilador de madeira para o Leichenkeller 1.

Esta referência confirma o uso do “necrotério” como câmara de gas: Bischoff e Prüfer consideravam que a extração de air mesclado com ácido prússico concentrado [cianeto dissolvido em água] (20 gr/cm3) requeria um ventilador que não pudesse corroer.


Na realidade, Bischoff e Prüfer se equivocaram, e acabou usando aceitavelmente bem um ventilador metálico. Mas o feiro de que pensaram que era necessário demonstra que o cianeto era habitualmente utilizado nas salas que os negadores chamam de necrotérios. (O cianeto não serve como desinfetante em um necrotério, já que não elimina bactérias).

Outros documentos capturados, inclusive ainda que não se referiam diretamente a alguma parte do processo de extermínio, se referem a ele pelas conseqüências deste. Um relatório capturado do SS-Brigadeführer (General de Brigada de las SS) Kammler revela que a capacidade de incineração prevista dos fornos de Auschwitz era de um total de 4.756 cadáveres por dia (ver fotografía do documento Kogon, op. cit., p. 157).

Os negadores estão acostumados a dizer que todo isto não era realizado na prática. Não é correto. Estes crematórios foram projetados cuidadosamente em 1942 para ter uma capacidade de eliminação de 140.000 por mês – em um campo em que só havia 125.000 pessoas. Podemos concluir que o extermínio massivo foi previsível, inclusive planejado, já em meados de 1942. Um campo projetado para incinerar toda sua população de prisioneiros a cada quatro semanas não é um simples centro de detenção.

Finalmente, depois dos abundantes testemunhos, confissões, e evidências físicas do processo de extermínio, certamente não tem necessidade de buscar provas sobre as intenções e planos dos nazistas.

Mas aqui temos alguns exemplos. Do diário de Hans Frank (de Nazi Conspiracy and Aggression, 1946, Vol. I, pp. 992, 994):

Mas, o que se deveria fazer com os judeus? Acreditam que serão reassentados
no 'Ostland' [territórios do leste], em povoados [de reassentamento]? Isto é o
que nos dizem em Berlim: por que tantas doenças? Não podemos fazer nada com eles nem no 'Ostland' nem no 'Reichkommissariat'. Assim serão liquidados.

Cavalheiros, devo pedir-lhes que abandonem todos os seus sentimentos de piedade. Devemos aniquilar os judeus, onde quer que se encontrem e em qualquer momento em que possamos, para assim manter a estrutura do Reich como um todo...

Não podemos disparar ou envenenar estes 3,500.000 de judeus, mas sem dúvida seremos capazes de tomar medidas que levarão, de uma maneira ou outra, à sua aniquilação...


Sentenciar 1,200.000 judeus a morrer de fome é algo que só se notaria um pouco.

O discurso de Himmler em Posen de 4 de outubro de 1943 foi gravado em fita (Trial of the Major War Criminals, 1948, Vol. XXIX, p. 145):

Irei me referir agora à evacuação dos judeus, ao extermínio do povo judeu. Esta é uma das coisas que se dizem facilmente: "se está exterminando os judeus", dizem todos os membros do partido, "muito certo, é parte dos nossos planos, a eliminação dos judeus, seu extermínio, nós estamos fazendo".


O trabalho de extermínio foi inclusive mencionado em pelo menos um veredito oficial de um tribunal nazista. Em maio de 1943, um tribunal de Münich declarou em sua sentença contra o SS-Untersturmführer Max Taubner que:

Não se deveria castigar o acusado em razão das ações cometidas contra os
judeus como tais. Os judeus tem de ser exterminados e nenhum dos judeus mortos é uma grande perda. Embora o acusado deveria haver-se dado conta de que o
extermínio dos judeus é a missão dos Kommandos que se criaram especialmente para ele, se deveria desculpar que se considerara a si mesmo com a autoridade
necessária para tomar parte no extermínio.


E Hitler falou claramente dele em público em pelo menos três ocasiões. Em 30 de janeiro de 1939, sete meses antes da Alemanha invadir a Polônia, deu um discurso no Reichstag (transcrito da revista Skeptic, Vol. 2, No. 4, p. 50):

Hoje quero voltar a converter-me em profeta: se a judiaria internacional da
Europa e de fora dela tiverem êxito mais uma vez em sua intenção de levar as
nações a outra guerra mundial, a consequência não será a bolchevização da Tierra
e assim, a vitória dos judeus, e sim a aniquilação da raça judia na Europa.


Por certo, esta última frase, em alemão é "die Vernichtung der jüdischen Rasse in Europa". Aos que falam alemão se darão conta de que não é em absoluto ambígua.

Em setembro de 1942:

...se os judeus conspiram para provocar outra guerra mundial para exterminar os
arianos da Europa, não deverão ser os arianos os exterminados, e sim os
judíos...


Em 8 de novembro de 1942:


Relembrou da sessão do Reichstag em que declarou: si os judeus imaginam que
poderão provocar uma guerra mundial para exterminar as raças européias, o
resultado não será o extermínio das raças européias, e sim o extermínio dos
judeus da Europa. As pessoas sempre riram de mim quando profetizava. Daqueles
que riram então, um incontável número já não ri hoje, e os que ainda riem,
talvez rirão somente durante um pequeno tempo.


Existem muitos outros exemplos de documentos e testemunhos que poderiam ser apresentados.
Temos que ter em conta a resposta do IHR a “que provas existem?" A resposta é "nenhuma". Como demonstrado claramente, é fácil dizer que a resposta é uma fraude. E isto é a chave do que queremos expressar: a negação do Holocausto é uma fraude.

Seguiremos agora analisando o resto das afirmações, mais específicas, sobre as que se supõe que não hà provas.

A expressão "nenhuma montanha de cinzas" é contraditória com respeito a outros documentos do IHR. Em um artigo do boletim publicado pelo IHR, que também publica as 66 Perguntas e Respostas, o editor do boletim afirmou que uma comissão polonesa encontrou em 1946 uma cova com cinzas humanas no campo de extermínio de Treblinka com uma profundidade de seis metros. Podemos ler este artigo no website de Greg Raven.
(Ao que parece, alguns sobreviventes afirmam que os cadáveres não eram incinerados por completo. Devido ao que se mesclavam restos não incinerados com as cinzas, o editor sugeriu que os testemunhos eram falsos. Surpreendentemente, não se fez nenhum comentário sobre como estava ali uma cova de seis metros com cinzas humanas. Talvez considerou que não valia a pena ter isto em conta).

Também foram encontradas montanhas de cinzas em Maidanek. Em Auschwitz-Birkenau, jogaram as cinzas dos cadáveres nos rios e pântanos que rodeavam o campo, e jogaram gradativamente nos campos das fazendas vizinhas.

"Nenhum crematório" capaz de eliminar milhões de corpos? Totalmente falso, os crematorios eram mais que capazes de realizar o trabalho, de acordo com os relatórios internos dos próprios nazistas e com os testemunhos dos sobreviventes. Os negadores do Holocausto confundem deliberadamente, as pessoas falando dos crematórios atuais dos cemitérios em vez de falar dos enormes fornos industriais dos campos de extermínio. Este tema será discutido em detalhes nas perguntas e respostas 42 e 45.

"Nenhuma montanha de roupa"? Aparentemente, o IHR considera que as pilhas de roupa são uma "prova tangível"! Isto é estranho, porque no tentam negar a existência de outras pilhas encontradas nos campos nazistas: de óculos, de sapatos (em Auschwitz, Belzec, e Maidanek), de dentes de ouro, de cadáveres queimados, de próteses (see Swiebocka, Auschwitz: A History in Photographs, 1993, p. 210), de cabelos humanos (ibid, p. 211), de malas abertas e reviradas (ibid, p. 213), de escovas de cabelo (ibid, p. 215), de pentes (ibid), de cassarolas e frigieiras (ibid), e sim, inclusive pilhas de roupa (ibid, p. 214) que segundo o IHR não existem.

Talvez os leitores deste texto se deram conta de que era perigoso para eles admitir que estas pilhas eram provas tangíveis, porque então se veriam obrigados a admitir que outras coisas são "provas tangíveis". Talvez é por isso que os mesmos retiraram esta frase da edi’c~ao revisada das 66 Perguntas e Respostas do Holocausto.

Se não encontraram com freqüência objetos em quantidades massivas, é porque os nazistas distribuiam entre a população alemã. Foi encontrado um relatório sobre este assunto, revelando que inclusive distribuíram roupas íntimas femininas.

"Nenhum sabão com restos humanos"? Isto é certo, mas é uma meia verdade. Embora haja algumas provas da fabricação de sabão à partir de cadáveres em uma quantidade experimentale muito limitada, os boatos "produção em massa" nunca existiram, e não se sabe da existência de sabão feito de cadáveres humanos. Não obstante, existe o testemunho juramentado, nunca refutado, de prisioneiros de guerra britânicos e de um oficial do exército alemão, segundo o qual aconteceram experimentos, e os aliados capturaram a receita do sabão. Afirmar a secas que os nazistas não fizeram sabão de seres humanos não é correto.

"Nenhum abajur de pele humana"? Falso - foram utilizados como provas abajures de lâmpadas e outros "adornos" feitos com pele humana nos dois julgamentos de Ilse Koch, e foram mostrados a uma comissãode investigação do Senados dos Estados Unidos em fins dos anos '40. Sabemos que estes objetos foram feitos de pele humana porque levavam tatuagens, e porque foi realizada análise microscópica forense. (Nizkor está preparando uma página dedicada exclusivamente ao assunto.)


¿"Nenhum registro"? Isto é uma estupidez (temos que explicar que esta afirmação desapareceu das versões revisadas das 66 Perguntas e Respostas). Certamente, sempre se falou do extermínio por gás utilizando palavras em código, e não se registrava em nenhum livro as vítimas que chegavam aos campos de extermínio para serem gaseadas imediatamente. Mas existem vários deslizes no uso destas palavras em código que revelam seus verdadeiros significados, como já foi descrito. Existem inventários e pedidos do Krema que falam de objetos extranhos em um uso normal, mas não em um extermínio em massa por gaseamento. Existem registros de trens de deportação que, reunidos, falam claramente... Como demonstrado em alguns exemplos anteriormente.

"Nenhuma estatística demográfica credível"? Esta é a segunda contradição do IHR com seus próprios documentos. Ver as preguntas 2 e 15. O comitê anglo-americano que estudou o tema estimou o número de vítimas judias em 5,7 milhões, baseando-se em estatísticas de população.

Alemanha 195.000
Áustria 53.000
Tchecoslováquia 255.000
Dinamarca 1.500
França 140.000
Bélgica 57.000
Luxemburgo 3.000
Noruega 1.000
Holanda 120.000
Itália 20.000
Iugoslávia 64.000
Grécia 64.000
Bulgária 5.000
Romênia 530.000
Hungria 200.000
Polônia 3,271.000
URSS 1,050.000
Refugiados em diversos países. (308.000)

Total de judeus assassinados 5,721.500

(Esta estimativa foi realizada à partir de estatísticas de população, e não somando o número de vítimas em cada campo. Também estão disponíveis estes cálculos - por exemplo, um arquivo com a sentença de um tribunal alemão sobre o número de vítimas em Treblinka. As SS elaboraram registros mais precisos, e foram resgatados muitos documentos, apoiados por testemunhos e testemunhos oculares).

Algumas estimativas dão cifras mais baixas, outras dão cifras mais altas, mas é uma questão de cifras, não do feito. Em um artigo do jornal dos estudantes da CMU, é citado o chefe do Departamento de História da CMU, Peter Stearns, afirmando que documentos recentemente descobertos - especialmente na antiga União Soviética - indicam que o número de vítimas supera os seis milhões. Outros historiadores consideram que não supera os cinco milhões. A Encyclopedia of the Holocaust usa a cifra de 5,596.000 como mínimo e 5,860,000 como máximo (Gutman, 1990, p. 1799).

EM RESUMO:
Os “revisionistas” com freqüência afirmam corretamente que o peso das provas corresponde ao dos historiadores. As provas, por exemplo, têm sido PÚBLICAS desde finais de 1945, e podem ser lidas em bibliotecas do mundo inteiro. Estas provas foram analizadas muitíssimas vezes. Simplesmente estamos mostrando uma pequena parte de alguns dos pontos principais do imenso conjunto de provas, existem muito mais disponíveis.


O simples fato de pleitear que o Holocausto nunca ocorreu é um absurdo. Afirmar seriamente que não existe a mínima prova está mais além do absurdo, e é UM CLARO EXEMPLO DAS INTENÇÕES DISTORCIDAS DO “REVISIONISMO”.

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