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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

A mente de Rosenberg, ideólogo do Holocausto, exposta. "Alfred Rosenberg. Diarios (1934-1944)" [livro]

Madrid, 7 set (EFE).- Pela primeira vez serão publicados mais de 400 páginas do diário de cabeceira do nazista Alfred Rosenberg com o título de "Alfred Rosenberg. Diarios (1934-1944)", o testemunho inédito em primeira pessoa de uma dos ideólogos do Holocausto, a quem foi apelidado por Hitler como "o pai da Igreja nacional-socialista".

Assim, esses diários, que saem amanhã em castelhano, num volume publicado pela Crítica (editora), completam-se com um amplo prólogo e 23 documentos com os discursos e artigos do nazi e os comentários dos editores do livro, os alemães Jürgen Matthäus e Frank Bajohr.

Além disso, o volume, que ocupa mais de 700 páginas, inclui também outros arquivos que ajudam a completar esta radiografia de uma das mentes mais influentes do Partido Nacional-Socialista da Alemanha.

E é um desses documentos, precisamente, onde se recolhe a proposta de Rosenberg (Talim, 1893 - Nuremberg, 1946) de levar a cabo o "extermínio biológico de todo o povo judeu na Europa".

Contudo, chama a atenção a sutileza desses "Diários" na hora de se referir ao Holocausto por parte de Rosenberg, a quem se cuidou de não incluir em suas memórias comentários explícitos sobre o extermínio judeu.

Mas isto não é algo novo nas memórias que se conhecem dos dirigentes nazistas, pois o mesmo cuidado se pode observar nos diários de Josef Goebbels, competidor, de fato, de Rosenberg, a quem mostra sua aversão pelo ministro da Propaganda de Adolf Hitler, referindo-se a ele, por exemplo, como "foco de pus".

Para a publicação desses "Diários", seus editores elaboraram uma primeira parte de moto que a introdução aporta pequenas pinceladas sobre a vida de Rosenberg e de seu papel num dos episódios mais terríveis da História do século XX.

Neste sentido, também abarca a história do paradeiro dos diários, que foram encontrados em 2003 depois de ter estado até 1993 em poder de Robert M.W. Kempner, um dos assessores legais estadunidenses durante os julgamentos no Tribunal Militar de Nuremberg e promotor no procedimento conhecido como "o caso dos ministérios".

Depois da morte de Kempner, em 93, o Museu do Holocausto estive mais de uma década buscando os documentos que faltavam, entre eles este diário, que o promotor havia retido ilegalmente, foi encontrado completo em 2013 e passou a fazer parte do Museu do Holocausto.

Depois desta introdução, as páginas dão passo ao conteúdo "reproduzido" dos diários de Rosenberg. Inclusive conservam seus "erros de ortografia, abreviaturas, rasuras, sublinhados e incoerências", segundo indicam os editores.

As anotações daquele que foi ministro para Assuntos do Leste do Führer se interrompem em 3 de dezembro de 1944, última data na qual Rosenberg escreve, a partir de seu refúgio em Berlim.

Alfred Rosenberg nasceu em Talim (Estônia) no seio de uma família germano-báltica e posteriormente cursou Arquitetura em Riga e Moscou e chegou à Alemanha em 1918, onde não tardou para se introduzir nos círculos nacionalistas alcançando certo renome como autor de textos políticos de orientação antissemita e anticomunista, antes de se unir ao regime nazista.

Ao fim de seus dias, foi acusado em Nuremberg de crimes contra a humanidade, crimes de guerra, participação na preparação de uma guerra de agressão e crimes contra a paz, acusações das quais foi declarado culpado e condenado à pena de morte. Foi executado na forca, em 16 de outubro de 1946.

Os editores do livro foram Frank Bajohr, desde 2013 diretor de pesquisa do Centro de Estudos do Holocausto no Institut für Zeitgeschichte em Munique, e Jürgen Matthäus, que desenvolve seu trabalho profissional no Museu Memorial do Holocausto em Washington DC.

eca/crs/ram
Cultura | 07/09/2015 - 16:38h
Elena Cortés.

Fonte: La Vanguardia (Espanha)
http://www.lavanguardia.com/cultura/20150907/54436319188/la-mente-de-rosenberg-ideologo-del-holocausto-al-descubierto.html
Título original: La mente de Rosenberg, ideólogo del Holocausto, al descubierto
Tradução: Roberto Lucena

Observação: este diário havia sido divulgado, online, pelo USHMM, anos atrás. Só que pelo tamanho do livro o material exibido pelo museu na época não foi integral (suponho).

Esta edição em espanhol saiu primeiro que a edição em inglês do livro, pelo menos no site de uma loja de vendas grande dos EUA o título em inglês ainda está em reserva. Tanto que já saíram algumas matérias do lançamento do livro todas em jornais da Espanha. Redundante dizer, mas... (tem gente que só entende com a menção), não saiu o título traduzido no Brasil e nem indicação de que irá sair.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

E se o Holocausto foi pior do que pensamos? (Enciclopédia USHMM)

Auschwitz, Treblinka e o gueto de Varsóvia simbolizam o Holocausto na memória coletiva. Mas estes lugares não contam toda a história da perseguição nazi aos judeus. Por mais brutais que tenham sido, eles representam apenas uma fração minúscula do sistema de detenção, tortura e morte

Roupas e sapatos de campos de concentração no Museu do Holocausto em Washington, cujo projecto
de investigação ainda vai a meio. Nem todos os 42.500 locais tinham como objectivo o extermínio
de pessoas: o projecto contabilizou mais de 30 mil campos de trabalhos forçados, 1150 guetos judeus,
980 campos de concentração, mil campos de prisioneiros de guerra, 500 bordéis
Jim Young / Reuters
Há 13 anos, quando investigadores do Museu do Holocausto em Washington iniciaram o projeto de documentar exaustivamente todos os campos de concentração, prisões, guetos e centros de trabalhos forçados estabelecidos pelos nazis entre 1933 e 1945, foi-lhes dado uma estimativa de que teriam existido entre cinco e sete mil desses lugares. Os números não pararam de aumentar ao longo dos anos, à medida que avançaram a sua pesquisa. Até agora, os investigadores conseguiram identificar 42.500 desses lugares, um número que chocou até académicos ligados ao estudo do Holocausto quando foi anunciado no Instituto Histórico Alemão em Washington, em Janeiro.

"Se alguém me perguntasse quantos destes lugares existiram, eu teria dito 7000, 8000, 10 mil - 15 mil, no máximo. 42.500 é um número que nunca me teria passado pela cabeça", diz ao PÚBLICO Deborah Lipstadt, historiadora do Holocausto e professora na Emory University em Atlanta.

Geoffrey Megargee, o coordenador da investigação do Museu do Holocausto, admite que o número possa vir a aumentar porque o projeto ainda vai a meio. A data prevista de conclusão é 2025.

A descoberta mostra até que ponto a história do Holocausto ainda está a ser escrita, 68 anos depois do fim da II Guerra, que revelou ao resto do mundo a existência dos campos de concentração. O novo número oferece um retrato mais complexo e disseminado do horror nazi, um sistema por onde terão passado entre 15 e 20 milhões de pessoas, segundo as estimativas dos investigadores, e não apenas judeus, mas também outros grupos étnicos, homossexuais e prisioneiros de guerra. E, sublinha Megargee, o número de vítimas - seis milhões de judeus mortos - permanece inalterado.

"O Holocausto acaba de tornar-se mais chocante", escreveu o New York Times no início deste mês, quando publicou uma notícia sobre a nova contagem dos investigadores do Museu do Holocausto. "Quando uma pessoa lê isso, pensa: "O quê??? Isso é impossível!", diz Deborah Lipstadt. "Isto não muda as coisas, mas vem reforçar o que nós, que trabalhamos nesta área, já tínhamos constatado: que quando existem 42.500 diferentes campos, instalações, o que lhes quiser chamar, é virtualmente impossível que as pessoas na Alemanha e nos países alinhados não soubessem o que se estava a passar."

Essa também é a conclusão de Geoffrey Megargee. "Quando chegamos a um número como este, as pessoas podiam não saber os detalhes do que estava a acontecer nalguns destes lugares, podiam não estar cientes da sua escala, podiam não saber quantos judeus é que estavam a ser mortos na Europa de Leste, mas literalmente era impossível dobrar uma esquina na Alemanha sem encontrar centros de detenção de prisioneiros de guerra ou campos de concentração com trabalhadores forçados. As pessoas sabiam que os direitos humanos estavam a ser violados, se quisessem pensar no assunto. Podem ter preferido não ver os piores aspectos do sistema. Mas até certo ponto, o sistema estava à frente dos olhos de toda a gente."

Só em Berlim, os investigadores identificaram três mil campos de concentração e casas de reclusão para judeus. Nem todos os 42.500 lugares tinham como objetivo o extermínio de pessoas. Eles variavam em termos de função, organização e tamanho, conforme as necessidades dos nazis. Megargee e o seu colega Martin Dean contabilizaram mais de 30 mil campos de trabalhos forçados, 1150 guetos judeus, 980 campos de concentração, mil campos de prisioneiros de guerra, 500 bordéis onde as mulheres eram obrigadas a ter relações sexuais com militares alemães. Megargee nota que havia campos "especiais" de trabalhos forçados para judeus e campos de trabalhos forçados especificamente para não-judeus destinados a ajudar a economia alemã durante a guerra. As experiências podiam variar imenso. "Um prisioneiro de guerra americano ou um britânico tinha condições relativamente aceitáveis - e quero sublinhar a palavra "relativamente"", diz Megargee, porque, por regra, os campos onde se encontravam eram fiscalizadas pela Cruz Vermelha Internacional que, entre outras coisas, fazia chegar remessas alimentares.

"Mas no outro extremo dos prisioneiros de guerra estavam os soviéticos: 60% dos soldados soviéticos capturados pelos alemães morreram ou de fome, ou devido a abusos ou porque foram mortos."

Os investigadores também identificaram 100 clínicas, dirigidas por pessoal médico: quando uma trabalhadora forçada engravidava, era enviada para um destes estabelecimentos, onde era obrigada a abortar. Nos casos em que as mulheres davam à luz, os bebês eram mortos, normalmente por um lento processo de subnutrição. Em qualquer dos casos, a mulher regressava para o campo de trabalhos forçados.

"As pessoas perguntam-me: "Por que é que os alemães estavam a fazer isto quando tinham uma guerra para combater?" E a resposta é que isto fazia parte da guerra que estavam a combater. Eliminar os judeus era um objetivo de guerra para eles, não era uma distração", diz Geoffrey Megargee.

Levantamento exaustivo

Muitos dos lugares documentados pelos investigadores eram previamente conhecidos, mas apenas a nível local. Mas este é o primeiro levantamento exaustivo, que procura reunir toda essa informação num mesmo projeto.

O objetivo é catalogar tudo numa enciclopédia de sete volumes, dois dos quais já foram publicados e contêm cerca de duas mil páginas cada. O segundo volume, sobre guetos na Europa de Leste, contém cerca de 320 lugares cuja existência nunca tinha sido documentada em nenhuma publicação.

Sam Dubbin, um advogado da Florida que representa a maior organização de sobreviventes do Holocausto nos Estados Unidos, a Holocaust Survivors Foundation USA, nota ao PÚBLICO que há casos de sobreviventes a quem foram negadas compensações por não haver qualquer registro do lugar onde dizem ter sido encarcerados ou sujeitos a trabalhos forçados. Dubbin acredita que o trabalho dos investigadores do Museu do Holocausto pode ajudar a reparar essa lacuna. Segundo este advogado, muitos destes lugares permaneceram longe do conhecimento público durante tanto tempo porque havia entidades interessadas em manter essa informação secreta - companhias de seguros que protegiam os bens e propriedades que foram confiscados aos judeus, os Governos alemão e de países colaboracionistas - para não terem de pagar indenizações às vítimas do nazismo.

É uma tese que Deborah Lipstadt não rejeita inteiramente, mas considera algo exagerada. "Detesto teorias da conspiração. Passei grande parte da minha vida a lutar contra pessoas que difundem teorias da conspiração", diz, referindo-se aos revisionistas que negam o Holocausto. "Eu diria que é muito provável que tenha havido instituições, organizações, até mesmo organismos governamentais que não viram qualquer benefício em ter essa informação cá fora. Agora, quer isso dizer que havia pessoas sentadas sobre essa informação, a tentar escondê-la? Não me parece."

Geoffrey Megargee diz que começou por pensar no projeto como qualquer acadêmico pensaria. "Achei que a enciclopédia seria muito valiosa enquanto obra de referência, ponto. Mas quando saiu o primeiro volume, fiz uma apresentação no museu a um grupo de sobreviventes e houve um deles que se levantou, pôs a mão sobre o livro e disse: "Este é um livro sagrado." Para os sobreviventes, é muito importante que alguém esteja finalmente a documentar todos estes milhares de lugares que, de outra forma, estariam condenados ao esquecimento."

Kathleen Gomes, Washington
17/03/2013 - 00:00

Fonte: Público (Portugal)
http://www.publico.pt/culturaipsilon/jornal/e-se-o-holocausto-foi-pior-do-que-pensamos-26233035#/0

Ver mais:
O Holocausto ainda mais chocante: catalogaram 42.500 campos nazis na Europa (Matéria do New York Times)

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Museu de Auschwitz no Pinterest

Pra quem não conhece, o Pinterest é uma rede social de fotos, só que ao contrário de outras redes (onde se publica tudo, desde algo que preste a idiotices, que é o que mais abunda), ela pode servir como um banco de fotos temático sobre eventos históricos. É este o uso dado por esses museus.

Não sei o volume de fotos disponibilizadas por esses museus nela, mas vale a pena conferir. O link da conta do Museu de Auschwitz na Polônia é esse:
http://www.pinterest.com/auschwitzmuseum/

A conta do museu de Auschwitz no Twitter: https://twitter.com/AuschwitzMuseum

Há contas de outros museus no Pinterest (http://www.pinterest.com/explore/holocaust-museum/) como a do Yad Vashem:
http://www.pinterest.com/yadvashem/

Ou a do USHMM: http://www.pinterest.com/lanirosemarie/holocaust-memorial-museum-in-washington-dc/

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Museu do Holocausto recupera diário de Alfred Rosenberg. Diário completo colocado online

Museu do Holocausto recupera diário de criminoso de guerra nazi

O Museu do Holocausto dos Estados Unidos anunciou hoje ter recuperado o diário de um quadro nazi, que está disponível 'online' para promover o conhecimento sobre o extermínio de judeus e outras minorias orquestrado por Adolf Hitler.

REUTERS/Gary Cameron
Museu do Holocausto recupera diário de criminoso de guerra nazi
O Museu do Holocausto, situado em Washington, tentou, durante anos, recuperar o diário de Alfred Rosenberg, fiel do ditador alemão e um dos principais autores e promotores da teoria da supremacia da raça ariana.

"Hoje, a busca termina", regozijou-se a diretora do museu, Sara Bloomfield, na cerimônia oficial de transferência para as autoridades federais americanas das 425 páginas, manuscritas e datilografadas, que constituem o diário.

Depois de ter passado por várias mãos, o documento estava agora na posse de um editor acadêmico americano, que o terá recebido de um dos promotores públicos envolvidos nos julgamentos de Nuremberg.

Desaparecido desde 1946, quando terminaram os julgamentos de Nuremberg aos crimes cometidos pelo regime nazi, o diário de Rosenberg ilustra, ao longo de um período de dez anos, com início em 1934, o plano racista que conduziu ao extermínio de seis milhões de judeus e cinco milhões de pessoas de outras minorias étnicas ou sexuais.

Capturado pelas tropas aliadas no final da II Guerra Mundial, Rosenberg foi condenado em Nuremberg e executado em outubro de 1946, aos 53 anos.

Fonte: Tsf/Reuters (Portugal)
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Internacional/Interior.aspx?content_id=3593500

Pra quem quiser ver o diário completo online, o USHMM disponibilizou as páginas digitalizadas e transcritas (em alemão): Diário de Alfred Rosenberg
http://collections.ushmm.org/view/2001.62.14?page=1

sábado, 28 de setembro de 2013

Museus de Washington podem ter de encerrar

Instituições culturais do Estado estão dependentes da aprovação do Orçamento que terá de acontecer antes de Outubro
27/09/2013 - 00:00

Em Washington, a menos de uma semana da aprovação, ou não, do Orçamento federal para o próximo ano, teme-se que os serviços dependentes do Estado norte-americano possam sofrer uma eventual paralisação. Entre eles estão importantes instituições culturais, como Museu Nacional da História da América, que faz parte do Instituto Smithsonian, a National Gallery of Art, o museu de arte contemporânea Hirshhorn, o Museu do Holocausto, o Museu Nacional da História da América, e todas as áreas do Instituto Smithsonian. Poderão fechar temporariamente se o Congresso norte-americano não chegar a um acordo até 1 de Outubro.

O Congresso tem de aprovar um novo Orçamento federal até 30 de Setembro, para a manter a função pública e serviços dependentes do Estado operacionais a partir dessa data. Mas a ala mais conservadora do Partido Republicano na câmara baixa do Congresso, associada ao Tea Party, insistiu em introduzir uma providência que bloqueia a aplicação da lei de acesso universal a cuidados de saúde, a reforma mais emblemática do primeiro mandato presidencial de Barack Obama, como condição para autorizar o novo Orçamento.

Os museus estão já activar planos de contingência para não serem apanhados de surpresa, caso o Orçamento federal não seja aprovado, escrevem o The Art Newspaper e o New York Times, que dá o exemplo do Museu Nacional da História da América: adiou, para já, a recepção de um esqueleto raro e praticamente intacto de um Tyrannosaurus rex (T-Rex), emprestado a um museu de Montana há 50 anos, porque não sabe o que vai acontecer às suas instalações e funcionários.

O próprio jardim zoológico, National Zoo, poderá ter de encerrar e mandar pessoal para casa.

A última vez que os serviços se viram obrigados a fechar portas por motivos semelhantes foi em Dezembro de 1995. Durante 21 dias os serviços pararam.

Fonte: Público (Portugal)
http://www.publico.pt/cultura/jornal/museus-de-washington-podem-ter-de-encerrar-27156035

sexta-feira, 21 de junho de 2013

O diario de Alfred Rosenberg. Hitler a Rosenberg: "Finalmente chegou seu momento!"

Apresentado em Delaware o diário perdido do ideólogo nazi.
As autoridades o descrevem como "uma janela de uma alma obscura"

Dia a dia da barbárie nazi
O pedante filósofo do nazismo

Carolina García. Washington 13 JUN 2013 - 21:04 CET
Arquivado em:

Documento dos diários de Alfred Rosenberg recuperados nos EUA / Vídeo: AFP-LIve! / Foto: Efe

Alfred Rosenberg ao centro
com a farda nazista
“Em uma das partes do diário, Alfred Rosenberg conta como Adolf Hitler lhe pede que o acompanhe até o jardim. Uma vez do lado de fora, Hitler lhe diz: "Finalmente chegou seu momento!", segundo explicou Henry Mayer, assessor do Museu do Holocausto, durante a roda de imprensa sobre o achado do diário de Rosenberg, assessor e confidente do genocida nazi. "Rosenberg não desenvolveu esta frase", continua o especialista, "o que Hitler disse foi tão grande que não podia deixar de lê-lo". "Nosso trabalho é encontrar evidências do Holocausto e este documento é um desses objetos que saíram a luz depois de uma longa busca que durou mais de 10 anos", explicou com sossego Mayer, em Delaware. O diário pertence ao Governo dos EUA, que pretende expô-lo no Museu do Holocausto, situado em Washington para que seja acessível ao público, aos pesquisadores e aos estudantes.

As páginas compreendem o período que vai do ano de 1936 até 1944, um período no qual Rosenberg era o responsável pelo saque de pertences nos países ocupados pelos nazistas e do planejamento da invasão dos territórios soviéticos. "Como ministro do Reich, ele teve um papel decisivo nos assassinatos em massa de milhares de judeus que ocupavam os territórios do Leste e no envio de civis, forçados a trabalhar nos campos de concentração para apoiar os esforços da Alemanha na guerra", disseram as autoridades.

"O diário é uma janela à alma obscura de um dos grandes males da história da humanidade", disse John Morton, diretor de Imigração dos EUA, presente também na roda de imprensa. Segundo explicaram as autoridades, conhecia-se a existência destas memórias porque foram citadas nos julgamentos de Nuremberg, um conjunto de processos jurídicos empreendidos por iniciativa das nações aliadas vencedoras ao final da Segunda Guerra Mundial, nos quais se determinou a sancionar as responsabilidades de dirigentes, funcionários e colaboradores com o regime nazi. Mas o diário desapareceu depois da guerra.

Durante muito tempo se acreditava que o documento estava em posse de Robert Kempner, um dos promotores dos Estados Unidos que participou desses julgamentos contra crimes de guerra. Kempner morreu em 1993. Vários anos depois, o Museu do Holocausto chegou a recuperar até 150.000 documentos, mas o diário seguia desaparecido. O FBI abriu uma investigação sobre o caso, ainda que não apresentou nenhum cargo.

Morton não quis revelar a identidade exata da pessoa que tinha as memórias, tão só disse que era um amigo do secretário pessoal de Kempner, Margot Lipton. Em princípios de 2013, o museu e um agente de Investigação e Segurança Nacional dos EUA começaram a buscar as páginas desaparecidas. Foi recuperado finalmente em cinco de abril.

Rosenberg (1893-1946) foi um ideólogo nazi, assim como autor de livros como "O mito do século XX (1930). Exerceu a posição de chefe do Departamento de Assuntos Externos do Partido Nazi em 1933. Em 1940, fundou uma organização denominada Império Rosenberg, cuja missão era saquear e confiscar os tesouros culturais de toda a Europa. Julgado como criminoso nazi ante o Tribunal Militar Internacional de Nuremberg em 1945, Rosenberg foi declarado culpado e condenado à morte. Foi enforcado em 1946, junto com outros nove altos dirigentes,

“A descoberta deste diário vai outorgar um novo ponto de vista sobre a política dos dirigentes nazis e dos perpetradores do Holocausto", afirmam. Os fragmentos estão em muito bom estado e são uma peça fundamental para entender os julgamentos de Nuremberg. "Que este diário esteja em boas mãos é uma vitória!", disse com ênfase o assessor da pinacoteca. Apesar de que se realizará uma análise mais aprofundada do achado, “sabemos que estas páginas dão muita e nova informação sobre os líderes do partido nazi e sua relação com o Estado", concluiu Mayer.

Fonte: El País (Espanha)
http://cultura.elpais.com/cultura/2013/06/13/actualidad/1371148457_958021.html
Tradução: Roberto Lucena

Ver mais:
EUA encontram diário perdido de líder nazista e assessor de Hitler
(Blog Avidanofront)
Long-Lost Diary Of Alfred Rosenberg Found
(Ibitimes TV)

Diário de Rosenberg completo online, USHMM:
Museu do Holocausto recupera diário de Alfred Rosenberg. Diário completo colocado online

domingo, 3 de março de 2013

O Holocausto ainda mais chocante: catalogaram 42.500 campos nazis na Europa (Matéria do New York Times)

Matéria original saiu no NY Times com duas páginas The Holocaust Just Got More Shocking (http://www.nytimes.com/2013/03/03/sunday-review/the-holocaust-just-got-more-shocking.html). Segue abaixo uma tradução de uma matéria menor em outro jornal destacando o mesmo assunto.

O Holocausto ainda mais "chocante": catalogaram 42.500 campos nazis na Europa
Publicado: 2 mar 2013 | 22:33 GMT Última atualização: 2 mar 2013 | 22:33 GMT. ushmm.org

Um estudo dos pesquisadores do Museu Memorial do Holocausto dos EUA revela que a escala de extensão do Holocausto vai muito mais além dos marcos que os historiadores haviam traçado.

No total os autores do projeto documentaram e assinalaram no mapa 42.500 locais de tortura nazi onde, segundo estimativas, de 15 a 20 milhões de pessoas morreram ou foram presas.

Durante os últimos treze anos os pesquisadores, segundo escreve o jornal 'The New York Times', dedicaram-se à tarefa de contar e catalogar todos os guetos, campos de concentração, campos de trabalhos forçados e campos de prisioneiros de guerra que os nazis estabeleceram na Europa desde 1933 até 1945. Também na lista foram incluídos prostíbulos para militares alemães e centros de "cuidado" onde se realizavam abortos forçados e matavam as crianças recém-nascidas.
ushmm.org

"O número é muito mais alto do que se pensava originalmente", disse o diretor do Instituto de História Alemã em Washington, Hartmut Berghoff, em uma entrevista ao jornal. “Antes sabíamos o quão horrível que eram os campos e guetos", disse Berghoff, “mas esta cifra é incrível”.
ushmm.org

Geoffrey Megargee e Martin Dean, principais redatores do projeto, fizeram inventário de milhares de locais em uma enciclopédia de vários volumes cujas páginas se apresenta a história detalhada "das condições de trabalho e vida, a atitude dos conselhos judeus, a resposta judaica à perseguição, as mudanças demográficas e os detalhes da liquidação dos guetos".

O estudo do Museu Memorial do Holocausto além de ter grande valor histórico pode ajudar as pessoas que sobreviveram e agora lutam pela recompensa. "Quantas demandas foram rechaçadas tão somente porque as vítimas se encontravam em um acampamento que nem sequer conhecemos?", disse ao jornal estadunidense Sam Dubbin, advogado que representa os interesses dos sobreviventes.

Fonte: RT.com (Rússia)
http://actualidad.rt.com/actualidad/view/87987-holocausto-escala-increible-campos-nazi-europa
Tradução: Roberto Lucena

domingo, 9 de dezembro de 2012

A controvérsia dos arquivos de Arolsen: pequeno conforto para negacionistas

Hoje o Washington Post traz uma atualização acerca da disputa sobre os registros alojados no Serviço Internacional de Arquivos em Arolsen, na Alemanha. A história primeiro estourou há pouco mais de um mês, quando foi revelado que mais de 20 países estavam pedindo à Alemanha para abrir o acesso ao arquivo de Arolsen a historiadores e parentes.

O arquivo, administrado desde 1955 pela República Federal da Alemanha, contém registros criados pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) depois de 1945 através de seus esforços para rastrear e localizar as inúmeras pessoas deslocadas, refugiados e campos de concentração. Cerca de mais de 17 milhões de nomes estão contidas nesses registos.

Então, por que os arquivos Arolsen são de interesse para ambos, historiadores do Holocausto bem como para os negadores do Holocausto? Para entender isso, veja abaixo da dobra.

O motivo, ao que parece, para a obstinação de ambos, da CICV e do governo alemão, reside nas leis de privacidade estritas que regem o acesso aos arquivos alemães. Se você já se perguntou porque Christopher Browning e outros historiadores de peso têm que escrever Hans K. ou inventar pseudônimos para testemunhas oculares, isto se deve à lei alemã de proteção de dados. Isso se aplica tanto às vítimas, bem como perpetradores, com o resultado de que os homens da SS condenados ou absolvidos de acusaçõesacusados ​​de crimes de guerra nos tribunais alemães não podem ser citados pelo nome por historiadores, apesar de suas identidades poderem livremente ser estabelecidas com consulta aos arquivos pessoais da SS disponíveis no Arquivos Nacionais dos EUA.

Da história de hoje do Washington Post, arece que o ITS também está ficando para trás em sua função primária, a de catalogar centenas de milhares de casos que necessitam de identificação. Isto fere não só aqueles que procuram estabelecer o destino de seus parentes desaparecidos, mas também pode prejudicar os casos de compensação trazidas por sobreviventes sob os regimes existentes. Contudo, parece que o governo alemão pode temer uma avalanche de novos pedidos de que os arquivos devam ser abertos.

Mas a compensação é uma questão de segunda ordem diante da principal controvérsia em torno acesso aos seus arquivos. Este diz respeito ao acesso para historiadores. Como os historiadores já trabalham sob restrições incrivelmente duras acerca da privacidade em outros arquivos alemães, como o ex-centro Zentrale Stelle für Landesjustizverwaltung em Ludwigsburg, que abriga os registros de investigações de crimes de guerra da Alemanha Ocidental, já há precedentes de como preocupações com a privacidade pode ser gerenciada. Até agora, devido à oposição alemã, nenhum acordo foi alcançado entre o comitê de supervisão de 11 países encarregados de Arolsen sobre estabelecer até mesmo um grupo de trabalho de especialistas para avaliar o valor dos registros para os historiadores.

Among the research centres that have protested the lack of access to Arolsen include the University of Amsterdam and the US Holocaust Memorial Museum.

Entre os centros de pesquisa que protestaram contra a falta de acesso a Arolsen estão incluídos a Universidade de Amsterdã e o Museu Memorial do Holocausto dos EUA (USHMM).

A ironia de toda a controvérsia é que muitos arquivos de Arolsen foram copiados para outros arquivos, incluindo o Arquivo Nacional dos EUA, e através dele então, para o arquivo do Museu Memorial do Holocausto dos EUA.

Então, o que essas coleções existentes contém? Os 189 rolos de microfilmes no NARA (Arquivo Nacional dos EUA) sozinhos contém os registros de alguns mas não todos os campos de concentração alemães, mas mais interessante também um conjunto incompleto de listas de deportação de Berlim e várias outras cidades alemãs. Eles, portanto, ajudam a documentar o número de judeus transportados para Auschwitz, incluindo milhares de berlinenses deportados durante o então chamado Fabrikaktion de início de 1943, sobre o qual Wolf Gruner escreveu recentemente de forma detalhada.

Além disso, outros arquivos de Arolsen foram copiados para arquivos do Yad Vashem. Foram estes arquivos, por exemplo, nos quais Christian Gerlach encontrou uma cópia de um relatório de 1945, indicando os números de chegadas em Auschwitz em 1944 daqueles que foram selecionados para o trabalho, clarificando o destino dos judeus deportados durante a Ação húngara.

Assim, os arquivos do ITS oferem um pequeno consolo aos negadores do Holocausto como Ernst Zundel, que afirma que os materiais Arolsen provam que houve um número de mortos muito inferior dentro dos campos de concentração alemães.

O valor do arquivo Arolsen para pesquisadores não reside na abertura dos arquivos relacionados com os principais campos de concentração, uma vez que a maioria destes já estão disponíveis para acesso público no NARA. Além disso, os registros detalhados de muitos campos como Majdanek e Neuengamme foram destruídos, e não podem ser mais recuperados. Nem Arolsen contém materiais relativos aos campos da Aktion Reinhard. Não se pode excluir que o arquivo Arolsen também pode conter mais documentos relacionados com o destino de judeus deportados como o relatório Glaser mencionado acima. Mas este não é o único material que Arolsen detém.

Em vez disso, os arquivos do ITS também poderiam ajudar a esclarecer o destino de literalmente milhões de outros deportados, especialmente os trabalhadores forçados não-judeus da Europa Ocidental e Oriental, como também das vítimas de expulsões étnicas na Europa Central e do Leste depois de 1945. Arolsen é, portanto, motivo de preocupação não só para os historiadores do Holocausto, mas, para os historiadores da Segunda Guerra Mundial e suas conseqüências como um todo. A investigação sobre a deportação de mais de 7 milhões de trabalhadores estrangeiros para a Alemanha, os movimentos pós-guerra das Pessoas Deslocadas, programas de repatriamento e as expulsões étnicas, todos serão enriquecidos pelo acesso aos arquivos do ITS.

Neste sentido, os negadores do Holocausto expõem sua falta de imaginação e falta de humanidade quando se concentram apenas sobre o destino dos judeus europeus, ignorando o destino de milhões de não-judeus que também sofreram por causa das políticas nazistas de deportação. Nem parecem tão preocupados com o destino dos alemães étnicos expulsos do leste da Cortina de Ferro. Talvez, neste último caso, porque é mais fácil palpitar superficialmente a fonte das estimativas do que fazer uma devida investigação.

Atualização: ver a resposta ao AAARGH aqui.

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Nicholas Terry
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2006/05/arolsen-aaargh-all-those-names.html
Tradução: Roberto Lucena

sábado, 24 de novembro de 2012

Richard Widmann e Verohnika Clark (Alterado)

Originalmente publicado em: 24 de dezembro de 2009; alterado em 2 de janeiro de 2010.

Richard A. Widmann recentemente fez esta afirmação a respeito de seu novo jornal:
O site Inconvenient History tenta retornar às raízes do revisionismo sem qualquer agenda política ou desejo de tornar atrativos regimes totalitários.
Esta afirmação pode ser comprovada como falsa.

Vários dos contribuidores do jornal tem uma agenda antissemita e a mais extremista se chama Verohnika Clark, a quem Widmann publicou seus textos sob o pseudônimo anglicizado Veronica Clark.

Em 2006, Clark encontrou a 'Adolf Hitler Research Society' (Sociedade de Estudos Adolf Hitler). No mesmo ano, ela escreveu:
Os agora um milhão de registrados [Ain, 1993] que alegam ser "sobreviventes do Holocausto" deveriam ficar totalmente enojados com eles mesmos, e completamente envergonhados por serem tão implacáveis com os sacrifícios de Hitler e da Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. Eles realmente deveriam ter sido deixados para morrer, como do contrário aconteceu de serem salvos pela SS em fuga.
Em 2007, Clark escreveu:
Judeus são lixos subumanos.

Eu disse isso porque ninguém tem mais 'colhões'. Deveria eu clamar por um genocídio contra os judeus? Bem, se eu fosse presidente dos Estados Unidos, então, "Sim, eu o faria." Gostaria de bombardear a merd* vivente em Tel Aviv e cortar todo o financiamento para todos os judeus. Gostaria de amarrar numa corda seus líderes de circo - Chertoffsky iria balançar em uma corda. Então, livrar-me dos Bush, Levy, Feinstein, Feingold, Boxer, Schumer, Lieberman, Clinton e todos os outros judeus e cripto-judeus no governo judeumericano (Jewmerican).
Não é surpresa que Clark seja apoiada por Fritz Berg, que deu a ela esta introdução:
Nossa próxima pessoa a falar é Verohnika Clark. Ela é uma cristã, e uma admiradora de Adolf Hitler. Eu mesmo sou um pagão, mas também sou um admirador de Adolf Hitler. Se não fosse por Adolf Hitler, todos nós estaríamos vivendo sob o comunismo hoje, se estivéssimos vivos. O que salvou o Ocidente depois da Segunda Guerra Mundial foi a bomba atômica - sem a bomba atômica antes do fim da Segunda Guerra, quem salvou a civilização ocidental foi Adolf Hitler. Apesar da Sra. Clark e eu termos diferenças religiosas - ambos, ela e eu, somos revisionistas.
...
A Sra. Verohnika Clark entende Hitler melhor que qualquer um que eu conheça. Só há apenas quatro anos atrás que ela fez de Hitler o foco de sua pesquisa e escritos. Uma das mais importates descobertas é que Hitler era um cristão - mas não um típico cristão. Hitler era um um cristão revisionista procurando, e encontrando, o novo significado da mensagem cristã. A Sra. Clark tem dois excelentes websites sobre Hitler que ela criou em apenas um ano e os dirige totalmente sozinha. Em apenas seis meses, ela escreveu mais que uma centena verdadeiros soberbos ensaios, desbravando novos caminhos em muitos casos - e todos eles aparecem em seus websites. É dentro desses ensaios que eu detetei um enorme crescimento dentro dela, não apenas como uma revisionista, mas como uma pessoa que deve inspirar a todos nós. O próprio ato de ser uma ativista revisionista, lutando com a evidência histórica e seus próprios pensamentos sendo ela mesma, ouso dizer, a fez crescer e evoluir espiritualmente. Ela certamente me inspirou. Ela é da Califórnia - que ó - soa como um estranho lugar para o Ocidente. Eu tinha que falar isso porque acontece também da Sra. Clark ter um diploma da Associação de Artes em tecnologia automativa a diesel - bem como um bacharelado em ciência política global.
Em 30 de abril de 2009, Clark fez uma aparição neste programa de rádio usando os pseudônimos de Emma Goldmann e Emma Peters, que ela também costumava usar como administradora do site Adolf Hitler. A entrevista pode ser escutada aqui. Fritz Berg pôs um link para 'Emma' neste tópico da Cesspit*, que cita este texto:
Emma: a mais sangrenta e última-longa guerra da Europa. A Igreja Católica exerceu um proeminente papel no derramamento de sangue deste período. Não é surpresa de que vários Papas são judeus étnicos.
Tão óbvio são os links nazis, e tão insanos os escritos e história da rádio, que isso só pode fazer apenas uma contra-produtiva presença de Clark no jornal de Widmann. Então por que Widmann a publicou? Pode ser talvez por que a visão política de Widmann seja simpática com a dela? Em 2007, Widmann escreveu:
Hoje a cultura branca e herança europeia são denunciadas por serem ultimamente responsáveis pelo pensamento e ideologia que resultaram no Holocausto. No coração da capital de nossa nação, Distrito de Washington, o Museu Memorial do Holocausto dos EUA foi fundado. Uma das primeiras coisas exibidas que é confrontada pelo museu é o vídeo que condena 2000 anos de antissemitismo, que ele alega que resultaram no Holocausto. Isto quer dizer, o Cristianismo (com seus 2000 anos de história) é em última instância responsável por Auschwitz.
Além disso, no mesmo artigo, Widmann afirma que a historiografia do Holocausto e comemoração eram responsáveis pela 'degeneração moral' dos EUA:
Um exemplo recente é status heróico dado a Oskar Schindler, a indivíduo moralmente falido que fez sua vida com trabalho escravo, que traiu sua esposa, e foi um traidor de seu próprio país. (11) A aplicação de tais lições à cultura norte-americana podem apenas resultar na continuidade de sua degeneração moral e ruína.
Widmann ignora o fato que seus herois preferidos, Cristóvão Colombo e George Washington, também ganharam dinheiro com a escravidão. Este flagrante duplo-padrão apenas pode existir na mente de alguém que considera a 'influência judaica' como um problema real.

Atualização, 2 de janeiro de 2010: eu alterei minha descrição de Clark de 'nacionalista branca' para 'neonazi' na subsequente pesquisa. Sua entrevista à rádio, com o link acima, expressa conflitos entre ela mesma e nacionalistas brancos, incluindo uma conversa acalorada com Tom Metzger, discutida por um insano nacionalista branco aqui e aqui. Eu adicionei mais alguns links, como um que eu originalmente postei no site AHRS que está atualmente protegido por senha.

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Jonathan Harrison
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2009/12/richard-widmann-and-verohnika-clark.html
Tradução: Roberto Lucena

*Cesspit: para quem quiser entender o que significa "Cesspit" no contexto do negacionismo do Holocausto, confira o link.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Misterioso álbum com fotografias inéditas de Hitler é encontrado em Nova York

Um misterioso álbum que contém dezenas de fotografias inéditas da Segunda Guerra Mundial, nas quais aparecem desde Adolf Hitler a prisioneiros de um campo de concentração na Bielorrúsia, foi descoberto em Nova York.
O jornal "The New York Times" teve acesso ao livro fotográfico, do qual se desconhece tanto o autor das imagens como seu proprietário - sabe-se apenas que este último é um "homem da indústria da moda que trabalha em Manhattan" e que preferiu ficar no anonimato, segundo matéria publicada nesta terça-feira pelo jornal nova-iorquino.

As fotos em preto e branco não apresentam nenhuma referência de quando ou onde foram tiradas, o que levou o jornal a pedir a seus leitores que ajudem a resolver o mistério de quem estava por trás da câmera.

A particularidade deste álbum não é apenas o fato de ter permanecido em segredo durante vários anos, mas por reunir tanto soldados nazistas como as vítimas do extermínio em massa, todas elas registradas de perto, o que demonstra que o fotógrafo tinha acesso tanto às tropas de Hitler como aos campos de concentração.

Em uma das páginas do álbum pode ser visto um prisioneiro do que parece ser um campo em Minsk (Bielorrúsia) por volta de 1941, muito magro e coberto por uma manta enegrecida, ao lado de outra imagem na qual aparece um grupo de prisioneiros com a Estrela de Davi pintada sobre a roupa.

Adolf Hitler aparece em quatro páginas do livro, rodeado de militares, esperando em uma estação de trem a chegada do então regente da Hungria, Miklós Horthy, segundo as averiguações do "The New York Times".

O autor das imagens também documentou o trajeto pelo Leste Europeu de um ônibus do Partido Nazista, um grupo de enfermeiras saudando Hitler em uma estação de trem, uma família com seis filhos imersa na pobreza e as ruínas de uma cidade destruída após bombardeios.

"Este álbum se diferença da maioria dos demais pela qualidade de suas fotografias", disse ao jornal a diretora da coleção de fotografia do Museu do Holocausto dos Estados Unidos, Judith Cohen.

A especialista garantiu também que o autor das imagens "era claramente um profissional e sabia o que fazia", por isso "provavelmente" integrava o comitê de propaganda do Partido Nazista.

"Eu sabia que tinha um pedaço de História", reconheceu o proprietário do álbum, que agora quer vendê-lo para sair de uma situação econômica desfavorável.

"Estava muito preocupado que caísse nas mãos erradas. Mas agora minha necessidade é grande demais", disse o misterioso proprietário ao jornal.

Fonte: EFE
http://noticias.terra.com.br/noticias/0,,OI5198524-EI188,00-Misterioso+album+com+fotografias+ineditas+de+Hitler+e+encontrado+em+Nova+York.html

sábado, 5 de março de 2011

Viúva de Guimarães Rosa morre aos 102 anos

Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa, viúva do escritor João Guimarães Rosa , morreu na manhã desta sexta-feira de causas naturais, em São Paulo. Aos 102 anos, ela sofria de Mal de Alzheimer.

Aracy ficou imortalizada na literatura brasileira com a dedicatória que o escritor fez a ela no livro "Grande Sertão: Veredas", de 1956, onde dizia: "A Aracy, minha mulher, Ara, pertence esse livro". Aracy e Rosa se conheceram em Hamburgo, Alemanha, às vésperas da Segunda Guerra, quando ambos trabalhavam no consulado brasileiro na cidade. Ela era encarregada da seção de vistos e ajudou centenas de famílias judias a fugirem da Alemanha. Aracy, que teve apenas um filho do primeiro casamento, deixa quatro netos e oito bisnetos.

Ela tem o nome escrito no Jardim dos Justos entre as Nações, no Museu do Holocausto (Yad Vashem), em Israel e também é homenageada no Museu do Holocausto de Washington (EUA).

Segundo informações de uma representante da família, Dona Aracy ficou muito próxima de uma das famílias que ajudou a resgatar da Alemanha. Quando voltaram ao Brasil ela e Maria Margareth Bertel Levy, ou Dona Margarida - como era conhecida, se tornaram quase inseparáveis. A amiga alemã ficou viúva cedo e acabou sendo ´adotada´ pelos Tess. "Quando uma ficava doente, a outra também ficava. Parecia que eles sentiam as mesmas coisas. Em 2003 as duas caíram, uma em casa, outra na rua, e acabaram ficando de cama até hoje", afirmou a fonte.

Dona Margarida faleceu no último dia 21 de falência múltipla dos órgãos e, três dias após o ocorrido, Dona Aracy começou a passar mal e foi internada novamente. De acordo com a representante da família, é evidente que ela não tinha conhecimento do falecimento da amiga, mas é curioso como elas passaram por muitos problemas semelhantes em períodos próximos.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-ministro José Gregori compareceram ao velório, no Hospital Albert Einstein. Aracy já foi cremada no Crematório Horto da Paz. Dona Aracy ia completar 103 anos no dia 20 de abril.

Fonte: Guara Notícias
http://www.guaranoticias.com.br/index.php?i=m&c=2&m=6570

Ver mais:
Morre em SP aos 102 anos a viúva do escritor Guimarães Rosa, Aracy

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Divulgado arquivo digital com mais de 20 mil obras roubadas pelos nazis aos judeus

Várias organizações judaicas divulgaram esta segunda-feira um vasto arquivo digital com mais de 20 mil obras de arte confiscadas pelos nazis, incluindo dezenas de peças de Picasso e de Goya, entre outros autores.

Com a elaboração desta base de dados, as organizações judaicas pretendem facilitar o regresso das obras roubadas pelos nazis em França e na Bélgica durante a II Guerra Mundial aos seus proprietários originais.

Este trabalho, que pode ser visitado aqui [http://www.errproject.org/jeudepaume/], foi promovido pelo Museu do Holocausto em Washington e pela Conferência sobre as Reivindicações Materiais dos Judeus contra a Alemanha, com sede em Nova Iorque.

Até agora existiam várias listas, entre elas a dos Arquivos Nacionais dos Estados Unidos e a dos Arquivos Alemães, mas não havia uma única base de dados com o nome e a descrição dos objetos roubados.

Para este trabalho, as organizações contaram com a ajuda do próprio regime nazi, que deixou como herança uma lista exaustiva das obras roubadas pela Einsatzstab Reichsleiter Rosenberg, a unidade militar do Terceiro Reich dedicada às obras de arte desviadas.

De facto, a identificação das obras foi possível graças aos documentos que os nazis processaram em Jeu de Paume, o edifício localizado nos Jardins de Tuileries, em Paris, onde as obras roubadas eram armazenadas antes de serem vendidas ou divididas entre os altos oficiais do Reich, informam as organizações.

A lista online, que está disponível neste momento, contém obras que foram retiradas aos judeus e inclui peças de Vermeer, Rembrandt e Leonardo. Há ainda registo de mais de 80 obras de Picasso, cerca de 20 de Goya e várias de Miró e de Dalí.

No entanto, as organizações explicam que esta lista inclui apenas uma pequena parte dos cerca de 650 mil trabalhos que foram roubados às famílias, a galerias e a colecionadores judeus aquando da invasão de França.

Muitas das obras foram devolvidas mas "milhares delas continuam desaparecidas".

Em declarações à BBC, o presidente da Conferência, Julius Berman, afirmou que "agora é da responsabilidade dos museus, das galerias e das casas de leilões analisarem as peças que possuem e determinarem se se trata de arte roubada às vítimas do Holocausto".

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
Lusa

Fonte: SIC Notícias(Portugal)
http://sic.sapo.pt/online/noticias/vida/divulgado+arquivo+digital+com+mais+de+20+mil+obras+roubadas+pelos+nazis+aos+judeus.htm

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Como você procura informações sobre o Holocausto na internet?

Muita gente procura em sites de busca(pra ilustrar o exemplo vou usar como referência o Google mesmo) algo sobre temas históricos ou outros assuntos e sempre perguntam: há site confiável? em qual site procuro? como faço distinção de sites? onde procuro? etc.

A questão é que não há nada na mão, quem quer saber de algo tem que ir atrás(parece óbvio mas muita gente ignora isso e vai "na onda" do que a mídia vive pregando sobre as "facilidades" da internet), se não for só uma curiosidade passageira.

Mas supondo que a pessoa de fato esteja interessado no assunto e queira encontrar algo, como fazer? Já que nessa "selva de bytes" há uma quantidade considerável de sites antissemitas se passando por "coisa séria" ou "descolada" e que aparecem na busca misturados com os demais sites.

Sobre o Holocausto, os principais sites do tema estão em inglês, há vários nos links do blog, como esse site Holocaust History Project.

É bom sempre procurar por bibliografia do tema pra se orientar quando for checar informações, quando colocar na busca associar os termos assim(com sinal de adição):

holocausto+bibliografia

Só um exemplo(1).

Atenção: verificar se aparece alguma lista bibliográfica de instituição de ensino superior(de preferência) ou em sites que não sejam "revisionistas"(antissemitas).

Em inglês, exemplo(2).

Ter em mente que nenhum site, por mais elaborado que seja, tem todas as informações sobre um assunto, se há dúvida ou alguma dúvida persistir, procurar por um livro ou se dirigir a instituições como o USHMM ou o Yad Vashem(via e-mail). É importante algum domínio do inglês, pois a maior parte da produção de História sobre o Holocausto se encontra naquele idioma. Se não der, terá que se virar na língua mais próxima e com uma quantidade boa de publicações, o espanhol.

O texto acima é só uma ajuda ou resumo já que muita gente adentra em redes de relacionamento perguntando coisas que poderiam encontrar por conta própria ou por confiarem demais em sites apinhados de antissemitas, na maioria das vezes por comodismo. O mesmo vale pra dezenas de outros assuntos, não recomendaria ninguém procurar algo sobre física no Orkut.

Se alguém(não-"revisionista") tiver mais alguma sugestão é só postar nos comentários.

sábado, 20 de junho de 2009

E-mail de Von Brunn apareceu no CODOH

Em 2004, o CODOH* reproduziu um e-mail inflamado entitulado "Hora de limpar a memória de todos os Memoriais do "Holocausto"," escrito por ninguém menos que o futuro atirador do USHMM(Museu do Holocausto dos EUA), James von Brunn. Jonnie Hargis respondeu com aprovação ao spam de ódio em seu próximo post. A discussão foi preservada aqui e o e-mail também foi preservado aqui.

Notem especialmente que Hargis não tinha nenhum problema com von Brunn se descrever como sendo um Revisionista no cabeçalho da discussão. O que ocorre é que há poucas proibições ideológicas - à direita - para ser um "revisionista". Antissemitismo virulento certamente não é desencorajado.

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Jonathan Harrison
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2009/06/von-brunn-email-appeared-on-codoh.html
Tradução: Roberto Lucena

*Codoh: pros que não estão familiarizados com o site, o Codoh é um site de discussão gerido por negadores do Holocausto("revisionistas") com a falsa premissa de "livre discussão" sobre o Holocausto. Também apelidado de Cesspit pelo pessoal do Rodoh(o fórum antagônico ao Codoh).

Cesspit literalmente em português significa "fossa"(algo cheio de... bom, acho que vocês já sabem do que uma fossa é cheia, rsrs).

Ver também: A Rebelião dos Moonbats

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Filho de atirador de museu nos EUA diz que ódio racial arruinou família

Washington, 13 jun (EFE).- O filho de James von Brunn, acusado de assassinar um segurança do Museu do Holocausto em Washington, disse hoje que o episódio é "imperdoável", e afirmou que o ódio racial de seu pai foi uma praga que arruinou a família.

Erik von Brunn, de 32 anos, manifestou suas condolências à família do vigia negro Stephen Johns em entrevista divulgada na edição digital do jornal "The Washington Post".

James von Brunn foi acusado formalmente na quinta-feira de homicídio pelo FBI (Polícia federal americana) e pela Polícia local, e pode ser condenado à morte.

As autoridades estudam a possibilidade de apresentar acusações por crime racial e contra os direitos civis, conforme informou em entrevista coletiva na quinta-feira o diretor associado da unidade de Washington do FBI, Joseph Persichini.

Na quarta-feira, Brunn entrou no Museu do Holocausto de Washington armado com uma espingarda e disparou contra o segurança negro Stephen T. Johns, de 39 anos, que morreu em decorrência dos tiros.

O atirador também ficou gravemente ferido, após ser baleado pelos guardas do museu, um dos mais visitados da capital americana.

O filho do acusado disse ao "Washington Post" não só conheceu o pai aos 11 anos, quando Von Brunn saiu da prisão após cumprir seis anos e meio de pena por tentar sequestrar membros do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) em 1981.

"Naquele momento já tinha essas crenças", disse Erik von Brunn, que afirmou que o ódio racial sempre fez parte de sua vida.

O filho do atirador disse que o ataque de quarta-feira o deixou abalado, e afirmou que nunca pensou que seu pai pudesse fazer algo assim. EFE

Fonte: EFE
http://g1.globo.com/Noticias/PopArte/0,,MUL1193614-7084,00-FILHO+DE+ATIRADOR+DE+MUSEU+NOS+EUA+DIZ+QUE+ODIO+RACIAL+ARRUINOU+FAMILIA.html

Ler mais: 'Act of cowardice' says museum shooter James von Brunn's son

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Ato homenageia segurança assassinado por racista em museu do Holocausto

Religiosos e flores marcaram pranto em memorial de Washington.
Matador era supremacista branco de 88 anos que odiava judeus e negros.

Da Reuters

Uma manifestação interreligiosa e flores homenagearam nesta quinta (11) o segurança Stephen Tyrone Jones, morto a tiros pelo fanático racista James von Brunn num ataque ao Museu Memorial do Holocausto em Washington. Brunn, de 88 anos, veterano da Segunda Guerra Mundial, afirmava que o Holocausto era uma farsa dos judeus e também desprezava Obama e os negros americanos. O segurança Jones, que era negro, morreu após ser socorrido. Outros seguranças do museu trocaram tiros com Brunn, que foi ferido e está internado em estado grave.


Mulheres levaram flores ao local (Foto: Mike Theiler/Reuters)


Delegação interreligiosa faz ato com velas diante do museu (Foto: Mike Theiler/Reuters)

Fonte: Reuters
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1191545-5602,00-ATO+HOMENAGEIA+SEGURANCA+ASSASSINADO+POR+RACISTA+EM+MUSEU+DO+HOLOCAUSTO.html

sábado, 11 de abril de 2009

Porta da câmara de gás de Majdanek

Esta peça era parte da porta de uma câmara de gás do campo de extermínio de Majdanek, perto de Lublin, Polônia. Majdanek era tanto um campo de concentração, quanto de trabalho forçado e de extermínio. Cada câmara de gás de Majdanek era equipada com uma porta de metal, que fechava hermeticamente antes do gás ser injetado dentro da câmara. Os guardas das SS podiam observar o processo de extermínio através do olho mágico instalado na metade superior da porta. O Museu Estadunidense Memorial do Holocausto a mantém em exposição e é responsável por ela.

— Landesbildstelle Berlin

Para assistir o vídeo, entrar no link do site do museu.

Fonte: USHMM
http://www.ushmm.org/wlc/ptbr/media_da.php?MediaId=100

Para ler mais, artigo completo(em inglês).

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Enciclopédia do Holocausto do USHMM em portugues

Pro público lusófono, boa notícia, o USHMM(Museu Memorial do Holocausto dos EUA)colocou no ar a seção da Enciclopédia do Holocausto em português(brasileiro):
http://www.ushmm.org/museum/exhibit/focus/portuguese/

Já havia a seção em inglês obviamente, em espanhol e outros idiomas, e agora disponível também em português.

Mais uma grande fonte de consulta em português para quem quiser saber ou ter ideia do que foi o Holocausto.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Os Estados Unidos e o Holocausto

O resgate dos refugiados não era uma prioridade do governo dos Estados Unidos. Não era tampouco sempre claro aos líderes Aliados como se poderia levar a cabo um resgate de grande escala das linhas alemãs. Por causa em parte do anti-semitismo, o isolamento, a Depressão e a xenofobia, a política para com os refugiados do departamento de Estado dos Estados Unidos (a cargo do Secretário de Estado Cordell Hull) lhes fora dificultada a conseguir vistos de entrada.

O departamento de Estado também demorou em publicar os relatórios de genocídio. Em agosto de 1942, o departamento de Estado recebeu um telegrama confirmando os planos nazis para assassinar os judeus europeus. O relatório, enviado por Gerhart Riegner (o representante em Genebra do Congresso Judaico Mundial), não foi disseminado. O departamento de Estado pediu ao rabino americano Stephen Wise, que também havia recebido o relatório, que se abstivesse de anunciá-lo. As reportagens das atrocidades nazis a miúde não eram recolhidos pela imprensa americana. Em 1943, o mensageiro polonês Jan Karski informou ao presidente Franklin D. Roosevelt sobre as notícias de assassinatos em massa recebidas por líderes judeus no gueto de Varsóvia. Nenhuma ação foi tomada.

Em 19 de abril de 1943, representantes dos Estados Unidos e Grã-Bretanha se reuniram em Bermuda para resolver o problema dos refugiados. Nenhuma proposta significativa foi considerada na Conferência de Bermuda. Em janeiro de 1944, Roosevelt estabeleceu a Junta para os Refugiados de Guerra como parte do departamento do Tesouro para facilitar o resgate de refugiados em perigo. Fort Ontario em Nova York começou a servir ostensivamente como um porto livre para os refugiados. Mas os refugiados que chegavam a Fort Ontario não eram das áreas ocupadas pelos nazis, se não das zonas liberadas.

Já na primavera de 1944, os Aliados sabiam dos gaseamentos em Auschwitz-Birkenau. Os líderes judeus suplicaram sem sucesso ao governo estadunidense que bombardeasse as câmaras de gás e vias(ferrovias) de trem que chegavam ao campo. Desde 20 de agosto até 13 de setembro de 1944, a força aérea dos Estados Unidos bombardeou o complexo industrial de Auschwitz-Monowitz, menos de cinco milhas das câmaras de gás em Birkenau. Não obstante os Estados Unidos mantiveram sua política de não-participação no resgate, e não bombardearam nem as câmaras de gás e nem as vias de trem usadas para transportar prisioneiros.

Foto: Cartaz anti-semita que equipara os judeus com o comunismo. Estados Unidos, 1939.
— Jewish War Veterans Museum
http://www.ushmm.org/wlc/media_ph.php?lang=sp&ModuleId=10005762&MediaId=3390

Fonte: USHMM(United States Holocaust Memorial Museum)
http://www.ushmm.org/wlc/article.php?lang=sp&ModuleId=10005762
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

A história de Helene Melanie Lebel

Helene Melanie Lebel
Nasceu em Viena, Áustria, 15 de Setembro de 1911

A mais velha de duas filhas nascidas de um pai judeu e uma mãe católica, Helene foi criada em Viena. Seu pai morreu durante a primeira guerra mundial quando Helene tinha somente cinco anos, e sua mãe só voltou a casar-se quando Helene tinha quinze anos. Conhecida afetuosamente como Helly, Helene amava nadar e ir à ópera. Depois de terminar a escola secundária começou a estudar advocacia.

1933-39: Aos 19, Helene começa a mostrar sintomas de enfermidade mental. Sua condição piorou durante 1934, e em 1935 teve que deixar seus estudos e seu trabalho de secretária. Depois que perdeu seu cachorro(a), Lydi, sofreu um colapso nervoso. Diagnosticaram-na com esquizofrenia, e foi internada no hospital psiquiátrico Steinhof de Viena. Dois anos depois, em março de 1938, a Alemanha anexa a Áustria [Anschluss].

1940: Helene foi confinada em Steinhof e não lhe permitiram ir para sua casa ainda que sua condição houvesse melhorado. Seus pais foram levados a crer que a Helene seria lhe dada alta. Mas a mãe de Helene foi informada em agosto que Helene havia sido transferida para um hospital em Niedernhart, cruzando a fronteira da Bavaria. Na realidade, Helene foi transferida a um local que houvera sido convertido em prisão em Bradenburg, Alemanha, onde foi despida, sujeita a um exame físico, e levada a um banho com duchas.

Helene foi uma das 9.772 pessoas gaseadas nesse ano no centro de “Eutanásia” de Brandenburg. A razão oficial de sua morte foi que ela morreu em sua habitação de uma “excitação aguda esquizofrênica.”

Fonte(espanhol): do link 'Histórias Pessoais' da Enciclopédia do Holocausto do Museu do Holocausto dos EUA, a história de Helene Melanie Lebel
http://www.ushmm.org/wlc/media_oi.php?lang=sp&ModuleId=10005751&MediaId=3057
Ver também:
http://www.ushmm.org/wlc/article.php?lang=sp&ModuleId=10005751
Tradução: Roberto Lucena

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