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domingo, 10 de setembro de 2017

As origens patronais do Fascismo italiano

A ascensão do fascismo na Itália surge como consequência da Primeira Guerra Mundial. Ao fim do conflito, atingido pela inflação e desemprego, o país é dominado por uma forte agitação social. Para se protegerem, os industriais e os latifundiários apelam para esquadrões fascistas criados por Benito Mussolini em 1915, abrindo o caminho para a tomada do poder.

Por Lionel Richard

"Antes do paraquedas se abrir", de Tullio Crali, 1931
"Em 1909, os signatários italianos do Manifesto Futurista, escrito por Marinetti, exaltam uma arte com "violência demolidora e incendiária". Fascinados pela guerra, "a única higiene do mundo", e pela técnica, os "aeropintores" como Tullio Crali interpretam as perspectivas cósmicas para retratar o poder dos meios de transporte modernos. Já na década de 1920, grande parte desta corrente se junta ao fascismo."
Exposição temporária do Guggenheim NY.

Quando a guerra eclodiu em 1914, a Itália era aliada - desde o final do século XIX - à Alemanha e o Império Austro-húngaro. No entanto, o governo optou por permanecer neutro. Os "intervencionistas", poucos, que queriam lutar ao lado da Tríplice Entente (França, Reino Unido e Rússia), em seguida, encontraram um porta-voz: Benito Mussolini, que dirigia o órgão do Partido Socialista, "Avanti!". Esta posição lhe rendeu expulsão de seu partido. Mas, em 14 de Novembro de 1914, financiado pela França, fundou outro jornal, "Il Popolo d'Italia". Ele conclamava, em 01 de Janeiro de 1915, para lançar uma "revolução contra a monarquia inerte" com o apoio da "Fasci Autonomi de rivoluzionaria Azione" (Fascistas autônomos da Ação revolucionária).

Em 23 de maio de 1915, reviravolta na Itália. Mussolini e seus fáscios não são grande coisa. Foi alcançado um acordo entre o governo italiano e a Tríplice Entente que, em caso de vitória, a Itália teria vantagens territoriais.

Resultados da guerra: o déficit público se multiplica por oito, e quando por seu lado, os industriais veem seus lucros aumentar em mais de 20%. Os italianos são submetidos à inflação e o desemprego. Nas fábricas do norte, havia 200.000 grevistas. Enquanto isso o Sul era bem agrário. Revoltas eclodem, lojas são saqueadas. Em vez de deixarem o Estado agir, os industriais e proprietários de terra chamam os esquadrões fascistas, sob o pretexto de "ameaça bolchevique". Os Fascistas italianos de combate, estabelecidos por Mussolini em 23 de marco de 1919 para substituir a "Ação Revolucionária Fascista", atacam os sindicatos e as Bolsas de trabalho.

"Controle da imprensa, instauração de uma polícia secreta, supressão do imposto sobre os lucros"

Até então, o "fascismo" era, segundo Mussolini, um "estado de espírito". Mas em 12 de novembro de 1921, foi fundado o Partido Nacional Fascista, cuja mistura de conservadorismo e nacionalismo satisfazia plenamente os círculos industriais. Eles subsidiam as organizações fascistas. As brigadas fascistas, que tinham cerca de 17 mil membros em outubro de 1919, pouco mais de três anos depois tinha mais de 300 mil.

"Perfil contínuo de Mussolini », de Renato Bertelli, 1933.
Renato Bertelli, source: Fondation Marinela Ferrari/DR
Para Mussolini, a hora de mostrar a força havia chegado. Em 28 de outubro de 1922, ocorre a marcha sobre Roma de seus camisas negras. Temendo uma guerra civil, o rei Victor-Emmanuel III se recusou a assinar o decreto que permitiria ao exército reprimir o golpe pela força. Em 30 de outubro de 1922, ele acata uma demanda de Mussolini para que constituísse o novo governo.

Uma vez que o Parlamento lhe deu todos os poderes, Mussolini, promovido à comandante (duce) da nação italiana, ataca as instituições democráticas. Controle da imprensa, criação de uma polícia secreta, prisões, assassinatos ... O poder econômico das classes dominantes é fortalecido. Os impostos sobre bens vendidos ou herdados, os lucros na capitalização financeira e sobre produtos de luxo são eliminados. As ações/participações do Estado em empresas são transferidas para empresas privadas.

A política social também é legalmente modificada. A semana de trabalho, que poderia exceder 50 horas, foi limitada a 40 horas em 1923. Uma organização de lazer, o "Dopolavoro", foi criada em abril de 1925. Em 1927, foi criado um programa de saúde pública. Mais a promulgação, no mesmo ano, de uma carta de trabalho, resultou em uma redução de salários de 20% para 2 milhões de trabalhadores.

La Padula et Romano
Construído entre 1938 e 1940 pelos arquitetos Guerrini, "La Padula et Romano",
o Palácio da civilização italiana é um monumento emblemático da arquitetura fascista. © Fotogramma/Ropi-REA.
Quando a crise econômica mundial atingiu a Itália, em 1931, Mussolini veio ao resgate de bancos em falência, uma medida que não teve efeito sobre o emprego. Em dois anos, quando vários milhões de italianos já haviam emigrado para encontrar trabalho, o número de desempregados passou de cem mil para mais de um milhão.

Com o regime fascista, aparece um novo tipo de ditadura. Em toda a Europa, diante da perspectiva de mudanças sociais que seus oponentes consideram como de "inspiração comunista", os grupos de ação são formados no modelo dos Fascistas de Combate.

Fonte: Le Monde diplomatique (Edição francesa)
https://www.monde-diplomatique.fr/publications/manuel_d_histoire_critique/a53170
Título original: Les origines patronales du fascisme italien
Tradução: Roberto Lucena

terça-feira, 21 de julho de 2015

Novas fotos de Eduardo VIII a fazer saudação nazi surgem em público

Depois das imagens de Elizabeth II* com sete anos a fazer o que parece ser a saudação nazi, é a vez do seu tio Eduardo VIII, conhecido simpatizante de Hitler, surgirem em pública, mas para um leilão.

A polêmica em torno das imagens da família real britânica a fazer gestos nazis continua no Reino Unido. Desta vez, é o Telegraph que publica imagens do tio de Elizabeth II, Eduardo VIII, a fazer a saudação nazi numa visita à Alemanha em 1937.


A ‘simpatia’ de Eduardo VIII pelo regime alemão está longe de ser um segredo, mas a divulgação das imagens não vem numa boa altura, depois de o The Sun ter publicado imagens da rainha Elizabeth II em 1933, então com apenas sete anos, a fazer a saudação nazi nos jardins reais.

Nas fotos, que foram colocadas em leilão, o então Duque de Windsor surge a fazer rodeado de responsáveis nazis de uniforme, alguns com uma braçadeira com a cruz suástica, numa visita a uma mina alemã. A visita não era oficial, e tinha a objeção do Governo britânico.

Eduardo VIII chegou a conhecer, juntamente com a sua mulher, Adolf Hitler.


A altura em que as fotos surgem é apenas uma coincidência, garante a casa de leilões que irá proceder à sua venda. “É pura coincidência. Aconteceu ser na mesma altura que a outra história saiu”, diz um responsável da Morgan Evans.

Mas a história continua a fazer correr muita tinta no Reino Unido, com algumas histórias que já eram conhecidas a ressurgirem, em grande parte numa tentativa de explicar o que se sabia na época.


No blogue de política do jornal britânico Guardian, Michael White, diretor adjunto do jornal, lembra que em meados da década de 30 não era só a realeza e os políticos que achavam que valia a pena ser amigo de Adolf Hitler.

Entre outros casos que são recuperados, o Guardian lembra o caso da seleção de futebol inglesa em 1938, quando foi a Berlim jogar contra a sua homóloga germânica. A foto é conhecida, mas ajuda a ilustrar a época, com toda a seleção a fazer a saudação nazi no início do jogo.


Fonre: Observador (Portugal)
http://observador.pt/2015/07/21/novas-fotos-de-eduardo-viii-a-fazer-saudacao-nazi-surgem-em-publico/

*Observação sobre grafia: eu irei publicar mais outro post sobre isso então colocarei a explicação no outro. Mas onde há "Elizabeth II", no jornal/site (que é de Portugal) há a grafia da rainha da Inglaterra como "Isabel II". Mas como ninguém no Brasil a conhece mais por esse nome, eu alterei a grafia. Fica o aviso a quem for ler, e coloco no outro post o "porquê" disso, pois o certo seria escrever Isabel II mesmo, e o Brasil escrevia assim e "alterou". Fica estranho a grafia de Edward VIII ser mantida como Eduardo VIII e a de Elizabeth II sem alteração pra Isabel II como era antes. Neste aviso estou me dirigindo ao público brasileiro, mas como o blog alcança vários países (incluindo os de língua portuguesa, obviamente), caso alguém tenha curiosidade no assunto, fica o alerta.

Na Espanha também se grafa Isabel II, não deixam o nome grafado em inglês.

Mas pruma imprensa (como a do Brasil) que fala "tá calor" (perdi as contas de quantas vezes ouvi isso em TV, verbo de ligação "estar" pede adjetivo, no caso seria "quente", pois "calor" é substantivo), conjuga verbo com "mim", o "fazem anos" (em vez do "faz anos"), e agora deu pra usar a expressão "risco de morte" no lugar da tradicional "risco de vida" (apesar das duas estarem corretas, mas sempre se usou "risco de vida") por cretinice e modismo (essa eu lembro quando começou, foi modismo da Rede Globo, a 'onipotente'), tudo é possível. Tudo isso são regras básicas que se aprendem (teoricamente) em colégio, não há nada de "sofisticado" nessas expressões pra se justificar tanto erro.

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