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segunda-feira, 10 de junho de 2024

Norman Finkelstein sobre o "identitarismo" (em inglês: "Wokeism")

Andei lendo o verbete do N. Finkelstein na Wikipedia (em inglês), que sofria preconceito forte de uma camada da "academia" aqui no Brasil (os caras querem combater tecnologia em vez de assimilar e aprender/entender como a coisa funciona e usar, por pura preguiça, desleixo, falta de interesse), principalmente a versão em português (que é problemática justamente por essa falta de empenho, motivação que esse meio acadêmico deveria insuflar nos alunos/estudantes pra melhorarem esse tipo de site enciclopédia), e como dizia, fui ver outra coisa no verbete (sobre um livro dele ou tese), como acabo lendo o restante, havia uma citação sobre "wokeism" (que é como chamam nos EUA o que no Brasil se "popularizou" como "identitarismo").

Fui ver o verbete em português e só conseguiram achar um "termo" sobre isso em 2012 (de um texto obscuro pra poder citar pra negar o que afirmo de que a coisa tomou vulto num finado grupo de esquerda do Facebook, há problemas de registro das discussões, e é um problema sério essa questão da "memória" em tempos "digitais"), o resto das citações é sempre depois de 2016, principalmente no Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica_identit%C3%A1ria). Em inglês o termo (https://en.wikipedia.org/wiki/Woke).

Como o Finkelstein não costuma ser contestado como o pessoal "não-celebrity" o é (o Finkelstein já foi citado nas "mídias alternativas" recentemente, em algumas como se fosse uma "novidade", o que é bizarro, mas tudo bem, antes tarde que nunca...), eu ia mencionar esse trecho há mais de semana e não deu, sobre o que ele comenta sobre "identitarismo", que como disse acima, nos EUA recebeu o nome de "wokeism", "movimento Woke", ou mais precisamente acabou se popularizando com esse termo já que "identitarian" significa outra coisa em inglês (termo ligado a movimentos/grupos supremacistas brancos).

Verbete do Norman Finkelstein em inglês: (https://en.wikipedia.org/wiki/Norman_Finkelstein). E o link original do trecho num vídeo do Youtube (de entrevista), pra quem fizer "beicinho" pra Wikipedia (é só checar direto a fonte, até isso eu tou repassando de "mão beijada"): (https://www.youtube.com/watch?v=0rvxnmIJ7yQ&t=2732s)

Vou colocar o texto original em inglês e a tradução mais abaixo:

""Wokeism"

In May 2023, on Glenn Loury's podcast The Glenn Show, Finkelstein called wokeness a "lucrative scam" and "intellectually worthless", criticizing Ibram X. Kendi's and Angela Davis's speaking engagements as "rich white folks using woke people as protective cover".[134]

In an interview with Imran Garda, Finkelstein expanded on this:

I didn't have a problem with it, it seemed to be another "college fad"... but then it became painfully obvious that it was politically a very pernicious phenomenon... the big difference between political correctness and woke politics is political correctness was really marginal, a few campus radicals, but the Democratic Party has instrumentalized identity politics to displace what was once its base, namely the trade union movement... identity politics has infiltrated most of what you would call liberal culture and so its impact, the dangers it poses are much more significant... identity politics has appropriated those causes, the women's question, the African-American question, but lopped off the class element.[135]"

 

Tradução (português):

"Identitarismo"

Em maio de 2023, no podcast de Glenn Loury, o "The Glenn Show", Finkelstein chamou o "wakeness" ("identitarismo") de uma "fraude lucrativa" e "intelectualmente sem valor", criticando as palestras de Ibram X. Kendi e Angela Davis como "pessoas brancas ricas usando identitários/minorias como cobertura de proteção".[ 134]

Numa entrevista com Imran Garda, Finkelstein expandiu a crítica:

"Eu não tive nenhum problema com isso, parecia ser mais uma "moda universitária"... mas então ficou dolorosamente óbvio que era politicamente um fenômeno muito pernicioso... a grande diferença entre o politicamente correto e a política identitária é que o politicamente correto era realmente marginal, de alguns radicais de campus (Universidade), mas o Partido Democrata instrumentalizou a "política de identidade" para deslocar o que já foi sua base, ou seja, o movimento sindical... a política de identidade se infiltrou na maior parte do que você chamaria de cultura liberal e, portanto, seu impacto , os perigos que representa são muito mais significativos... a política de identidade apropriou-se dessas causas, a questão das mulheres, a questão afro-americana, mas eliminou o elemento de classe.[135]"

 

Quando a gente tentava dizer a mesma coisa (há muitos anos), muito tempo atrás, vinha uma leva refratária negando, atenuando, "passando pano", "mas não, vocês exageram, isso não é tudo isso que alegam etc". Taí o estrago político, econômico e o que esses grupos apresentam na prática de discurso de melhoria pra população nesses países?

Se alguém tiver algum ponto disso (melhorias pro povo, pras minorias por parte dessa claque que ruge como leão nessas bolhas, e afina com a extrema-direita) pode vir aqui e apresentar.

Estou destacando o trecho do Norman Finkelstein aqui porque a apropriação de comentários, citações e discussões é tão constante (pro meu lado e de outras pessoas), sem se dar os créditos etc ("ah, mas por que isso é relevante?", comento pro fim), que é bom sempre deixar registrado pra depois não virem se apropriar e lançar (por terceiros) como se "soltassem uma bomba", se mencionarem (quem ler o post vai saber de onde saiu quando ouvir/ler em outro canto, porque são sempre os mesmos redutos). Por que é relevante citar fonte e cia? Porque isso é um debate público, ou deveria ser, não é "propriedade" de patotinha A ou B, fora que se apropriar de discurso político, comentários etc de terceiros e apresentar como sendo seu é de uma desonestidade intelectual miserável, e eu começo a perder respeito quando fazem isso.

Porque eu poderia simplesmente ficar em silêncio, só que como eu sei que o nível de discussão nesse país é um lixo há muito tempo, e a gente (eu incluso) precisa desse país pra viver e sobreviver, eu não posso simplesmente adotar uma posição "linha dura", "egoísta" (mas justa, se eu eu fizesse estaria no meu direito, e não abusem, não tenho muita paciência mais com esse tipo de babaquice de internet) de silenciar, lavar as mãos e deixar o barril de pólvora explodir (mesmo que eu me lasque junto), mas não sou irresponsável e inconsequente pra isso, mesmo com a atitude pueril de uma parte.

Eu sei que a ideia bem colocada, correta, verdadeira, trazida a público, em algum momento se dissemina (se houver quem consiga fazer isso), se espalha, e se servir pra população ela é assumida como valor cultural de um povo etc.

Acho até engraçado uma parte da esquerda do país viver falando em Gramsci e não entender nada do que o cara disse sobre hegemonia cultural (o astrólogo "Olavinho" deu um nó na "intelectualidade" das Universidades brasileiras nisso, tendo só a quarta série do primário, o que é uma vergonha completam, tudo por preguiça/desleixo do meio universitário e despreparo pra lidar com o problema), aí quando a gente "adere" ao "gramcismo" os caras não entendem ou vão a "reboque". O termo "identitário" foi propagado à revelia da "vontade" dssas mídias alternativas, de forma até marginal (via grupo de Facebook, anos de 2015/2016, e como disse acima, de difícil registro, porque ninguém deu muita atenção à época disso e é difícil vasculhar arquivos velhos nessas redes fechadas, há um problema de estudo da memória do que foi propagado nessas redes fechadas das Big Techs, elas podem fazer um "1984" a todo instante apagando coisas, a memória histórica recente, e fica por isso se ninguém catalogar).

O discurso "identitário" infestou as siglas de esquerda do país (Brasil) também, implode tudo por onde passa. Mas tem gente que quer que sejamos tolerantes com a coisa, a troco de quê? De algo que não presta? De algo que não melhora vida de minoria (mas as usa pra fins políticos escusos)? Ponham a mão na cabeça e reflitam sobre isso, e parem de querer "ir na onda" pra agradar meia dúzia, a pancadaria come mais adiante (contra todos), Bolsonaro cresceu e emergiu em cima dessa palhaçada toda parida na última década.

Depois chiam quando a extrema-direita "woke" (a turma "neurótica" com "identitarismo" são os identitários de direita, pra fazer "tabelinha" com os "à esquerda"), discutindo besteira. Esses de direita são os famosos fiscais de "traseiro", como a gente chamava gente moralista e reaça que dava piti com essas questões comportamentais e similares. Ficam de tabelinha discutindo besteira com os "chiliquentos" de sinal trocado e rebaixando o nível da discussão pública do país por onde passam.

Larguem essa turma enquanto é tempo, porque quando o povo explodir dizendo "chega", vão passar um trator em cima de quem ainda estiver agarrado a esse pessoal. E não se trata de discriminar minorias, isso é afirmação falsa de meia dúzia de bocós, as causas em questão (de grupos discriminados) já existiam antes dessa baboseira "mande in USA" (norte-americana) aportar no país e ser reproduzida, tem que se retomar a discussão antiga e não bobagem (moda, artimanha) importada dos EUA.

A questão sobre racismo na Constituição de 1988 foi elaborada antes dessa baboseira tomar corpo no país (muito antes), só pra mostrar o quanto esses bandos que surfam em cima dessas "ondas" são um "paiol" de "nada" (de 'inutilidade' a serviço da classe dominante do Brasil alinhada a dos EUA). Porque somos uma colônia, um país dominado, e essas patotas também negam esse status do Brasil (mas tá cada vez mais difícil de negar o problema/a questão).

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Expansionismo alemão, Liberalismo imperial e os Estados Unidos, 1776–1945

Alemanha e o Imperialismo "Laissez-Faire" dos Estados Unidos

Ligado ao aumento da capacidade industrial doméstica e a ascensão de uma clsse política instruída, comercialmente com mentalidade liberal e desejosa de expandir oportunidades econômicas, a penetração global da Alemanha durante o longo século XIX foi predicada na convicção de que a expansão ultramarina traria tanto benefícios mercantis e mudanças políticas internas. Ao longo da última década, este período de mudança interna e da atividade internacional foi um campo frutífero para pesquisadores estudarem o desenvolvimento histórico da Alemanha. Os historiadores têm uma variação ao enquadrarem esta penetração através do conceito superordenado da "globalização"; ou alternativamente, de imperialismo, que é uma das principais formas históricas primárias de "globalização".

Quer sejam vistas como esforços imperiais ou globalizantes, as tentativas alemãs de penetração ultramarina durante o século XIX não ocorreram num vácuo histórico, com numerosos impérios europeus preexistentes praticamente expulsando a Alemanha das fileiras dos impérios globais. Enquanto os antiquados impérios ibéricos ofereciam um contra-exemplo aos liberais alemães, os impérios de águas azuis dos britânicos, dos franceses e dos holandeses eram vistos pelos liberais alemães como exemplos de empreendimentos imperialistas liberais europeus bem-sucedidos. Com grande entusiasmo e clareza, Jens-Uwe Guettel defende que falta neste quadro o papel fundamental dos Estados Unidos, que ele argumenta ser central para a compreensão alemã do império liberal e, em alguns aspectos, oferece um modelo para as abordagens alemãs ao expansionismo. Guettel traça o imperialismo liberal da Alemanha, ou como ele o chama, “liberalismo imperial”, desde o final do século XVIII até meados do século XX, mostrando os numerosos pontos de sobreposição transatlântica.

Começando pelas respectivas meditações sobre a escravidão de Immanuel Kant, Alexander von Humboldt e Christoph Meiners, cujo conteúdo deriva de modelos anglo-americanos, ele ilustra como a tensão entre a experiência negativa da condição de escravidão para o escravo, e a utilidade da escravidão enquanto instituição que permite um maior desenvolvimento económico europeu, foi decidida a favor desta última. A partir daqui, o relato de Guettel avança para uma refutação da noção de qualquer afinidade ou empatia alemã especial pela situação dos nativos americanos. Ele faz isso demonstrando a recepção favorável na Alemanha das narrativas norte-americanas sobre os ameríndios “desaparecidos”, que apresentavam as extraordinárias taxas de mortalidade excessivas associadas à expansão imperial como ocorrências "naturais" inexplicáveis ou, muitas vezes, como um processo alinhado com os desenvolvimentos históricos mundiais que ditaram que as formas de vida “superiores” devem substituir as formas “inferiores”.

Astutamente, Guettel salienta que este discurso racializante era multidirecional, com Friedrich Ratzel não apenas transmitindo o pensamento atual dos EUA sobre a política indígena, mas também contribuindo para a renovação do pensamento imperialista liberal nos Estados Unidos, influenciando figuras como Frederick Jackson Turner. Neste ponto, poderia ter sido interessante ver Guettel ir ainda mais longe e tentar avaliar o impacto e a ação dos colonos alemães comuns nos Estados Unidos neste intercâmbio transcontinental. Uma tarefa reconhecidamente difícil, mas que poderia ter sido possível por utilizar o material descoberto por Stefan von Senger und Etterlin na sua obra de 1991 "Neu-Deutschland in Nordamerika: Massenauswanderung, nationale Gruppenansiedlungen und liberale Kolonialbewegung, 1815 – 1860".

Um dos principais elementos do imperialismo norte-americano que Guettel vê como uma boa tradução para o contexto alemão foi a ênfase no que ele conceitua de "estilo americano" de abordagem do laissez-faire para o Império, que ele argumenta que particularmente formou as visões não apenas de Ratzel mas também do secretário colonial da "esquerda liberal" Bernhard Dernburg. No centro deste modelo norte-americano estavam a liberdade política, autossuficiência econômica, uma abordagem descentralizada dos padrões de colonização e uma abordagem localizada, "racional", de questões de hierarquia colonial racial. Enquanto os três primeiros, certamente o laissez-faire e os aspectos descentralizados da política racial dos EUA que a Alemanha adotou não eram, pelo menos até o final do período imperial, nem sempre aparentes, como Guettel admite. Uma tensão entre impulsos localizados e centralizadores eram aparente e acentuadamente pronunciados sob o secretário colonial da esquerda liberal Wilhelm Solf, que em 1912 saiu de uma posição de que decretos específicos da colônia proibindo miscigenação e casamentos mistos para uma demanda de que tais medidas fossem promulgadas em Berlim e consagradas na legislação nacional. Como o apelo de Solf por uma lei contra os casamentos mistos foi derrotado por uma combinação de forças do "Partido Centrista Católico" (Zentrum) e pelos Social-democratas no Reichstag, Guettel explica como Solf uma vez mais recorreu ao exemplo dos Estados Unidos; desta vez para estudar como as leis do segregacionista Jim Crow de alguns estados coexistiam com as Emendas 14 e 15, que pareciam contradizê-las em nível federal.

Guettel quite correctly reveals just how much changed for Germany after World War One. Germany lost a significant portion of its territory, including all of its overseas colonies, while also enduring a period of partial occupation, including occupation by African troops brought in under French auspices. This inversion of the hitherto-prevailing colonial socio-racial order was decried in the German press. In addition, as a result of the American entry into the war, Germany’s relationship with the United States suffered greatly, to the extent that favorable allusions to U.S. racial conditions in post-1918 German debates fell off markedly. Even more obvious, Guettel reveals, was the Nazi Party’s disdain for the state of racial law in the United States. Rejecting the prewar enthusiasm for a decentralized approach to racial law, the Nazis instead argued that the United States was in fact a racially degenerating counterexample which should follow the new, highly centralized German approach. “Unlike in 1912,” Guettel argues, “in 1935 America was not allowed to be exemplary” (p. 200). The previously admired liberal mode of U.S. imperialism was necessarily criticized on the same grounds--it lacked centralization and was too heavily bound up in notions such as individualism and political liberty which, the Nazis claimed, they had superseded. In this way, Guettel convincingly disrupts accounts of Nazi imperialism that stress its continuity with prewar forms of liberal imperialism, suggesting instead that “the pre-1914 imperialism and post-1918 visions of living space in the East existed as perceived opposites within a framework of dialectical tension” (p. 223).

Um campo natural de investigação adicional, tanto para o autor como para outros futuros pesquisadores, são as representações liberais da Europa Central na Alemanha do século XIX. Abordada brevemente no primeiro capítulo, é uma área que pode precisar de uma análise mais aprofundada. Talvez em deferência à distinção seminal de Lebensraum/Weltpolitik de Woodruff Smith, Guettel parece sublinhar a distinção entre império ultramarino e império europeu contíguo nos círculos liberais.[1] Embora ele aponte corretamente as diferenças marcantes entre o imperialismo liberal e o imperialismo Nazista em termos de modalidade política, política racial e modo de execução, vale a pena lembrar que liberais alemães como Friedrich List, Friedrich Naumann e Max Weber também tiveram seus próprios sentidos de uma Mitteleuropa (Europa Central) dominada pela Alemanha que complementava as exigências liberais de um império ultramarino, como reconhece Guettel (p. 63). A sobreposição parcial na topografia imperial dos alemães liberais e dos alemães nazistas não significa que existissem continuidades estruturais ou políticas exclusivamente alemãs que determinaram a mudança do imperialismo liberal para o imperialismo nazi. Dado também que o imperialismo liberal dos EUA assumiu, em grande parte (mas não exclusivamente), a forma de uma expansão territorial contígua, Guettel poderia avaliar com proveito como a Europa Central olhava não apenas para os nazis, mas também para os alemães liberais do século XIX, com traços de familiaridade com o expansionismo dos EUA. Isto poderia potencialmente fortalecer a sua já detalhada e convincente refutação das linhas abrangentes e idiossincráticas de continuidade política e imperial na história alemã.

O livro de Guettel é admirável por várias razões. Disseca de forma hábil os mitos "gêmios" de que o expansionismo norte-americano era unicamente desprovido de violência, características imperialistas e que a história do imperialismo alemão é de alguma forma reduzido à violência proto-nazista. Citando a miríade de afirmações de intentos violentos contra populações indígenas feitas pelos liberais dos EUA e destacando a transferência dessas afirmações pro discurso público alemão, Guettel expõe com precisão como estratégias para a consolidação imperial não ficaram restritas a Estados-nações em particular mas foram repassados, translocados. O livro também contextualiza o pré-guerra do imperialismo alemão dentro de um meio liberal que compartilhava uma série de suposições com seu homólogo norte-americano acerca das formas corretas de penetração imperialista e dos meios necessários para lidar com as populações indígenas relutantes ou incpazes de se submeterem aos "rigores" da dominação político-militar europeia e do trabalho disciplinado. Como Guettel mostra, o imperialismo e as formas de conhecimento sócio-racial que ele gerou foram uma parte integral do liberalismo de ambos os lados do Atlântico.

Notas:

[1]. Woodruff D. Smith; The Ideological Origins of Nazi Imperialism (Nova Iórque: Oxford University Press, 1986).

Jens-Uwe Guettel. German Expansionism, Imperial Liberalism and the United States, 1776–1945. Cambridge: Cambridge University Press, 2012. 292 S. $90.00 (cloth), ISBN 978-1-107-02469-4.

Revisado por Matthew P. Fitzpatrick (Universidade de Flinders)
Publicado em H-Diplo (Abril de 2013)
Encomendado por Seth Offenbach

Fonte: H-Net
https://www.h-net.org/reviews/showrev.php?id=38209
Tradução: Roberto Lucena

segunda-feira, 24 de julho de 2023

"11 milhões de britânicos encararam fome em 2022". A extrema-direita cresce em cima dessas coisas (destruição do bem-estar social), financiada e organizada por frações das elites

Das notícias que não saem no Brasil, apesar de que na verdade o que se passa é "se a a Globo não diz então não existe", pro país, pras bolhas de pasmaceira de classe média "esquerda fofucha identitária" dessas redes que "nunca sabem de nada", "nunca discutem" nada (sério, quando não são infantilizados e histéricos) e ficam "chocados" porque vivem alienados de quase tudo (do mundo, do país etc). Além das crenças vira-latas de parte dessa turma sobre a Europa, que seguem (sem assumir) crenças "racistas" de "supremacismo do branco europeu", da "super-raça" sem entender de fato como houve melhoria por lá (com o estado de bem-estar social [1] pós-2aGM, o mesmo bem-estar social que começa a ser detonado pra valer nos anos 80 no próprio Reino Unido na figura de Thatcher, a restauração reacionária do velho liberalismo que pariu duas guerras mundiais colapsando e abraçando a extrema-direita, quando não ajudaram a forjá-los). Pelo menos a horda do miliciano (bolsonarismo ou olavismo) é mais explícita na simpatia pela coisa (quando algum entende algo) que uma turma "cheirosa" que usa a alcunha ridícula de "progressista", termo importado dos liberais dos EUA.

Sem muita delonga, recebi essa notícia ainda em fim de junho, tradução livre porque até quando me foi passado não havia (não sei se há) tradução alguma pro português, "ah, mas não entendo", usa o tradutor da rede que dá pra entender sim (não cola mais essa desculpa do "está em inglês" em 2023): "11 milhões de britânicos encararam fome em 2022" ("Over 11 million Britons faced hunger in 2022" https://www.bworldonline.com/world/2023/06/28/531193/over-11-million-britons-faced-hunger-in-2022/). Notícia original da Reuters (é citada no texto original, no final).

Fome essa provocada graças à austeridade na economia (os famosos cortes de investimento público que a mídia dominante no Brasil e "Ocidente" falam de "Estado inchado", grande e outras baboseiras, mas pra dar dinheiro pra bancos e setor financeiro "tudo bem", aí pode ser "grande", gigante), o famoso neoliberalismo e a guerra da OTAN na Ucrânia (que causa inflação na Europa Ocidental).

Antes que alguém chie, sempre me denominei de esquerda mas nunca "progressista" (não sou parte de "patota descolada", nunca fui e sei que essa turma em geral acaba me "adorando" entre aspas por dizer abertamente a coisa), até porque boa parte dessa turma fica apinhada naquele lixo do Facebook copiando comentários pra repetir coisas que não entendem bem (não se aprofundam), a horda de palhaços que se declaram "progressistas" sempre enveredam pra explicações esdrúxulas, meramente de "roteiro cultural" ignorando a parte material concreta da coisa: fome, desemprego, precarização, desindustrialização de países etc. Tentando resumir, as mesmas elites que destruíram isso em vários países, pra conter a "turba" (povo) enfurecido com a perda de direitos, bem-estar social e cia começam a insuflar, financiar bandos de extrema-direita "radicalizados" pra conter qualquer reação de protesto ou contra a destruição/declínio do bem-estar social, ancorados sempre numa mídia forte que cria "cortina de fumaça" sobre a explicação econômica e política do problema, também com a cumplicidade de certos setores alinhados da elite posando de "esquerda", que fazem cortina de fumaça pra todos esses problemas só mencionando a consequência da coisa (sem irem à raiz da coisa nunca).

Essa mesma mídia hegemônica resumiu que tudo isso "aconteceu" ao Reino Unido por conta simplesmente do Brexit, e não do inferno provocado pela bruxa Thatcher (eu uso até nome pior que "bruxa" pra ela, mas pra evitar "chiados" vamos chamar "só" de "bruxa", por enquanto) nos anos 80 chancelada pelo "New Labour" do FHC britânico (Tony Blair).

Em outro post ou nos comentários (se o Stéphano ou outra pessoa comentar) dá pra aprofundar na questão, pra discutir a origem desse "caos" (no Thatcherismo dos anos 80 e colapso soviético) e ainda abordar outras questões que uma parte anda "rugindo" nas bolhas sem nem entender a origem ou sentido real dos termos ("identitarismo", pós-modernos, Francis Fukuyama, ascensão absoluta do Império norte-americano e consequente declínio etc).

Por sinal, aproveitando o gancho, tem uma patotinha do neo-PDT da Cirolândia que me "segue" há tempo, o termo "New Left" ("Nova Esquerda") que uso é muito em referência ao Blair e o "New Labour" (sabem o que é?) apesar de não aparecer com ele (mas ele é parte). Quando quiserem usar termos/conceitos pra xingar a esmo, ao menos entendam a razão do uso dos termos pra não ficarem repetindo as coisas distorcidas como o bando de xucros que são. E vejam que vocês não me controlam, eu deixo a coisa aqui registrada (tanto o Holocaust Controversies, referência pra esse blog, como esse, tem citações em teses no país e é lido por um público mais antenado), por isso que sempre zombei de vocês ao fazerem aquelas "Lives" enfadonhas ridículas (entendiantes) quando basta a gente colocar a coisa num texto (explicada) e repassar a coisa de forma adequada. Nunca citam a fonte de nada, eu também só vou mencionar vocês de forma "genérica", se o público leitor do blog ouvir algum boquirroto ou idiotas no Youtube repetindo essas coisas, a explicação correta disso sempre estará aqui e não com esse pessoal. Como costumo sempre "passar na cara" dessa turma, espero que eles tenham notado que não é necessário a chancela deles pra se publicar ou participar politicamente do debate no país. Embora a ressonância maior fosse melhor, paciência, depois de praticamente 10 anos de desgraça (explode a coisa em junho de 2013), não tenho mais "saco" pra aturar devaneio de patota ou a soberba desse pessoal, que deveria calçar as "sandálias da humildade" [2] e parar de ficar repetindo cantinela batida enfadonha sobre "fascismo! fascismo! fascismo" sem entender os mecanismos de domínio reais nos países e o contexto em que isso se dá.

Eu sempre disse que era simpatizante da figura do Brizola, e pra meu desgosto destroçaram o que sobrou (que não era grande coisa já) do PDT, partido criado pelo Brizola, Darcy Ribeiro e outros quando pegam a sigla do PTB pra devaneios e deturpação de filhotes da ditadura militar (1964-1985).

Se assistirem "por aí" na rede canais alternativos "lacrando" [3] citando o assunto, já sabem da origem da coisa (de onde saiu a "pancada", a discussão), porque nunca citam fonte de nada, pra não fazer "sombra" (aos canais, não se preocupem, se precisarem de guarda-chuva e sombrinha a gente providencia). A gente pode até ocupar o mesmo barco, mas cada um vai remar de um jeito (e o jeito de remar daqui é bom, sem falsa modéstia).

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Pra mais informações sobre a fome no Reino Unido, conferir os links (pros que "duvidam", as informações destacadas neste blog sempre possuem lastro, até bem mais que a mídias "dominante" e "alternativa" do país:

10 Facts About Hunger in the United Kingdom (https://borgenproject.org/hunger-in-the-united-kingdom/)

Hunger in the United Kingdom (Verbete Wikipedia em inglês: https://en.wikipedia.org/wiki/Hunger_in_the_United_Kingdom)

Anniversary of the National Hunger March (http://www.rcpbml.org.uk/wwie-20/ww20-39/ww20-39-11.htm)

Neo(liberalismo) é isso: fome, miséria e desgraça. As duas grandes guerras do século XX foram consequência direta da crise que o liberalismo provocou com o capitalismo selvagem "laissez-faire", por isso que é bizarro ver uma massa precarizada no Brasil delirando sobre "empreendedorismo" e baboseiras do tipo achando que são "empresários", quando são mais perrapados que o povo no passado que tinham direitos trabalhistas revogados na Reforma de Temer/Bolsonaro/Santander (Espanha, ela veio da Espanha pro Brasil). O país de Margaret Thatcher é um primor de exemplo do laboratório neoliberal da "bruxa" e de seus pupilos escoceses no "Partido Trabalhista britânico" (New-Labour), Tony Blair e Gordon Brown.

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[1] O Estado de bem-estar social surge antes da 2aGM ainda, mas só se consolida de fato com o término daquele conflito (segunda guerra mundial, e no Reino Unido só pela década de 1950. A quem quiser ler mais, complemento da coisa: "1945-51: Labour and the creation of the welfare state" ("1945-51: Partido Trabalhista e a criação do Estado de bem-estar social") [https://www.theguardian.com/politics/2001/mar/14/past.education], e esse "Welfare state in the United Kingdom" ("Estado de bem-estar social no Reino Unido"), dados [https://en.wikipedia.org/wiki/Welfare_state_in_the_United_Kingdom]. Como podem ver nesse último link verbete da Wikipedia em inglês (pros que conferem os links), a coisa salta e é registrada pra valer lá por volta do ano de 1948 (próximo da década de 1950s), a ascensão, é que não achei uma matéria também do "The Guardian" (jornal britânico), senão me engano com um título nessa linha "O bem-estar chega ao Reino Unido" só com fotos do acesso a bens de consumo pela classe operária britânica, se alguém localizar a matéria pode colocar na parte de comentários, agradeço antecipadamente também

[2] Sempre ouvi muito muita gente citar o termo "sandálias da humildade" (conotação do termo é bem óbvia) mas não assistia esses quadros/programas "sofríveis" da TV aberta no Brasil. E não precisa assistir pra "ouvir falar", quem assiste acaba repetindo na rede e a coisa "pega", também nunca havia entendido (até ler esse link do porquê da associação do termo à figura do Clodovil, mas os motivos são bem óbvios, tratava-se de figura arrogante notória, boçal, que soltava pérolas como essa (negação do Holocausto), e o termo é bem óbvio pra gente prepotente que acredita estar em um pedestal intocável, com delírios de "fama" etc (coisa de subcelebridades, artistas pavões etc).

[3] "Lacração/lacrando", significado (https://dicionario.priberam.org/lacra%C3%A7%C3%A3o), que na verdade, hoje, é um termo usado como conotação negativa e em forma de deboche/crítica aos grupos "liberais" "pós-modernos" em siglas como o PSOL (que não existem só nesse, antes fosse), é um "novo dialeto" "inventado/artificial e importado" do país ou "novilíngua" (você escolhe https://pt.wikipedia.org/wiki/Novil%C3%ADngua), que pode ser também fruto de pobreza/limitação de vocabulário, já que uma parte não lê mais ou quando lê há problemas graves de interpretação de texto (dislexia, problema de formação em língua portuguesa no período escolar mesmo), tornando a comunicação um monte de "monossílabos" ou linguagem de idiotas, reduzida, limitada, a tal ponto dessa turma se irritar quando você "escreve muito", o que não é bem verdade porque parte desses textos não são tão grandes assim, e há muita informação inserida. 

 Haverá outro post só pra tratar dos "pós-modernos" e cia, já que há "gente por aí" na rede "irritada" brigando com os termos porque não conseguiram entender o significado, acreditando que esses termos emergiram como crítica de "gente do PSOL", o PSOL e afins são o próprio problema, jamais teriam capacidade de se autocriticar como o "problema" ou como extensão do neoliberalismo fruto do colapso soviético e ascensão dos EUA como única superpotência global em 1990/1991.

P.S. 1 vou ainda revisar (reler pra lembrar) esse texto pra ver se dá pra acrescentar outras coisas, caso contrário completa-se em outro post. Pra que ninguém se espante se o post aumentar (com imagens etc).

P.S. 2 se alguém puder simplificar o procedimento de colocar o blog do "blogger" com url com "https://" de antemão já agradeço (pode deixar comentário na parte de comentários ou email, como quiserem). Esse blog anda aparecendo na busca do Google com o "http://" sem o "s", o que torna o site "perigoso", "suspeito" nos navegadores (protocolo de segurança).

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Comentário sobre o post de março (2020), pandemia no Brasil segue fora de controle (75 mil mortes, números de hoje)

Como prometi no post anterior, irei comentar o post de março em que destaco texto sobre 2 milhões de mortos (e de onde viria a cifra) e sobre os comentários do Átila sobre isso, porque se não viram, o "negócio do negacionismo" (método), a "onda" pegou até na covid, com resultados trágicos (como é de se esperar, estupidez e manipulação matam).

Os 2 milhões presumo que vêm de contabilizar 1% de 210 milhões de habitantes se nada houvesse sido feito na ocasião em que rolou o alerta. Por sorte, os governos de Estado agiram a despeito da inação (proposital, criminosa) do desgoverno federal bolsonarista (governo FHC III, o mandato que FHC não teve pra completar a destruição tucana dos anos noventa, que o povo desmemoriado esqueceu e agora paga a conta, de novo), Bolsonaro conseguiu a proeza de dividir o país em 27 "países" sendo que os estados não se desmembraram, se reuniram e tentaram mitigar o caos, que funcionou devido às restrições feitas por março, abril e maio, mais fortes em alguns estados (no Nordeste, onde há um consórcio regional que furou a insanidade bolsonarista pra adquirir equipamentos que é obrigação do governo federal conseguir e só fez criar problemas, continua criando) e questionáveis em outros, mas mesmo assim mitigando no que pode o alastramento da pandemia, que ficou fora de controle porque o presidente do país (quem ocupa a cadeira), em ato criminoso, fez tudo o que pode desde o começo pra sabotar, atacar qualquer política de contenção do vírus.

Não preservou economia (ao contrário do que prega, porque sem conter pandemia não existe retomada plena de nada, o povo não voltará ao comércio com medo do vírus e sem renda da crise econômica promovida pelo neoliberalismo pinochetista-FHC de Guedes), não preservou vidas, age de forma criminosa e espero que seja julgado e preso por isso assim que sair do poder (todos os envolvidos). É bom as Forças Armadas pararem de delírio, devaneio e desembarcarem o quanto antes (enquanto podem) dessa barca furada, porque pelo conjunto da obra a coisa toda já respinga em vocês e vão ter que lidar com isso pelas próximas décadas, não achem que esse desgoverno durará pra sempre porque não vai.

Sobre o Átila Iamarino, acho a posição de esclarecimento dele sobre o vírus válida, assistia (quando dava)o canal "Nerdologia" dele (canal antigo de divulgação de ciência no Youtube, um dos canais mais conhecidos com esse tema), mas não concordo com o viés político liberal do Átila, algo normal, ninguém tem que concordar em tudo com ninguém e isso não invalida o que ele fala sobre o vírus. Digo isso porque teve "covidiota" atacando a figura com discurso desonesto, como se quem tivesse passado os vídeos dele concordasse com tudo que a pessoa diz, desonestidade e cara-pau fazerem isso.

Mas em suma, os "covidiotas" (termo adaptado do inglês, já rola essa expressão), ou negacionistas da Covid (que chamaram de "gripezinha", que "é só mais uma coisa entre tantas", já não conseguem embalar mais essa asneira pelos contornos dramáticos que a coisa ganha) também repetem baboseira do Steve Bannon propagandeando discurso xenófobo anti-China sobre o 5G (que tem "radiação" e idiotices do tipo), a grosso modo, é como o sujeito voltar ao passado (década passada) começasse a atacar a vinda da "banda larga" em detrimento da "internet discada", é como o sujeito ficar na frente de um trem-bala achando que não será atropelado (o trem tecnológico passará por cima dessa gente sem pena alguma, mesmo com as ações bélicas dos Estados Unidos tentando conter esse avanço pra frear a China, disputa geopolítica, que tem uma "turma ruidosa" na rede que descobriu o termoe só falta se declarar "proprietário" do mesmo).

Dirigindo-me especificamente a esse pessoal, alguns deles "covidiotas" (além de decepções), caso leiam (porque fingem que "não conhecem ninguém" mais mas sabem muito bem das posições discordantes aqui e não vão conseguir censurar nada, não que alguém sinta falta de vocês, pra deixar bem claro, mas faltou esse tipo de resposta a vocês), já que adoram o termo "audiência" e alguns aplicaram censura pro meu lado e pro lado de amigos achando que abafam a gente politicamente, esse blog já foi acessado mais de 1,5 milhão de vezes. Traduzindo em números, esse site aqui tem mais audiência/leitura acumulada (e é lido por um público mais crítico) que vários canais toscos de Youtube e baboseiras do tipo. Vejam que eu não quis usar a ferramenta (blog) discutindo o caso, porque nem vale a pena (vocês falam pra "guetos" de rede, DCEs aloprados curtindo "sarau"), mas quero deixar bem claro que há como revidar qualquer asneira dita por vocês (caso fosse necessário). Da próxima vez que pensarem em "censurar" ou silenciar alguém, tenham certeza de que de fato conseguem pois nunca foi fácil fazer esse tipo de "palhaçada" pro meu lado, escolheram a pessoa errada pra mexer (eu costumo ficar na minha, quieto, desde que não mexam muito). Não pensem que dizem o que querem e não terá contraponto ou discordância sobre essas coisas, "baixem a bola" enquanto ainda é tempo (2020 é o "ano da redenção",ajoelhem-se e peçam perdão "pelos pecados", rs) e parem com o discurso paranoide, apocalíptico, fatalista, sem norte político, como "birutas" de aeroporto.

sábado, 27 de junho de 2020

Um vídeo resume a tragédia do Brasil (56.109 mortes, 27.06.2020, e sobe). Teatro do absurdo do "bolsolavismo" liberal

O post anterior merece considerações, até pra cortar a panaceia de negação do vírus (de negacionismo em negacionismo o Brasil vai se acabando... e o de agora tem consequências diretas), mas é um vídeo tão absurdo que resume o que é a escória apoiada pela elite podre, lacaia do Brasil e as mais de 55 mil mortes pela covid no país (somos párias globais). Vem muita olavete defecar pelos teclados principalmente no post sobre "moeda nazicomunista", não querem defecar (que é o que vocês fazem, o guru de seita de vocês faz também) aqui também não? E não se iludam, quando esse país for retomado (vocês não durarão pra sempre no poder), vocês serão escanteados nesse país de uma forma jamais vista, vão pagar por cada desgraça que submeteram a população e por essa série de humilhações e rapinagem a que submeteram o país.

domingo, 10 de setembro de 2017

As origens patronais do Fascismo italiano

A ascensão do fascismo na Itália surge como consequência da Primeira Guerra Mundial. Ao fim do conflito, atingido pela inflação e desemprego, o país é dominado por uma forte agitação social. Para se protegerem, os industriais e os latifundiários apelam para esquadrões fascistas criados por Benito Mussolini em 1915, abrindo o caminho para a tomada do poder.

Por Lionel Richard

"Antes do paraquedas se abrir", de Tullio Crali, 1931
"Em 1909, os signatários italianos do Manifesto Futurista, escrito por Marinetti, exaltam uma arte com "violência demolidora e incendiária". Fascinados pela guerra, "a única higiene do mundo", e pela técnica, os "aeropintores" como Tullio Crali interpretam as perspectivas cósmicas para retratar o poder dos meios de transporte modernos. Já na década de 1920, grande parte desta corrente se junta ao fascismo."
Exposição temporária do Guggenheim NY.

Quando a guerra eclodiu em 1914, a Itália era aliada - desde o final do século XIX - à Alemanha e o Império Austro-húngaro. No entanto, o governo optou por permanecer neutro. Os "intervencionistas", poucos, que queriam lutar ao lado da Tríplice Entente (França, Reino Unido e Rússia), em seguida, encontraram um porta-voz: Benito Mussolini, que dirigia o órgão do Partido Socialista, "Avanti!". Esta posição lhe rendeu expulsão de seu partido. Mas, em 14 de Novembro de 1914, financiado pela França, fundou outro jornal, "Il Popolo d'Italia". Ele conclamava, em 01 de Janeiro de 1915, para lançar uma "revolução contra a monarquia inerte" com o apoio da "Fasci Autonomi de rivoluzionaria Azione" (Fascistas autônomos da Ação revolucionária).

Em 23 de maio de 1915, reviravolta na Itália. Mussolini e seus fáscios não são grande coisa. Foi alcançado um acordo entre o governo italiano e a Tríplice Entente que, em caso de vitória, a Itália teria vantagens territoriais.

Resultados da guerra: o déficit público se multiplica por oito, e quando por seu lado, os industriais veem seus lucros aumentar em mais de 20%. Os italianos são submetidos à inflação e o desemprego. Nas fábricas do norte, havia 200.000 grevistas. Enquanto isso o Sul era bem agrário. Revoltas eclodem, lojas são saqueadas. Em vez de deixarem o Estado agir, os industriais e proprietários de terra chamam os esquadrões fascistas, sob o pretexto de "ameaça bolchevique". Os Fascistas italianos de combate, estabelecidos por Mussolini em 23 de marco de 1919 para substituir a "Ação Revolucionária Fascista", atacam os sindicatos e as Bolsas de trabalho.

"Controle da imprensa, instauração de uma polícia secreta, supressão do imposto sobre os lucros"

Até então, o "fascismo" era, segundo Mussolini, um "estado de espírito". Mas em 12 de novembro de 1921, foi fundado o Partido Nacional Fascista, cuja mistura de conservadorismo e nacionalismo satisfazia plenamente os círculos industriais. Eles subsidiam as organizações fascistas. As brigadas fascistas, que tinham cerca de 17 mil membros em outubro de 1919, pouco mais de três anos depois tinha mais de 300 mil.

"Perfil contínuo de Mussolini », de Renato Bertelli, 1933.
Renato Bertelli, source: Fondation Marinela Ferrari/DR
Para Mussolini, a hora de mostrar a força havia chegado. Em 28 de outubro de 1922, ocorre a marcha sobre Roma de seus camisas negras. Temendo uma guerra civil, o rei Victor-Emmanuel III se recusou a assinar o decreto que permitiria ao exército reprimir o golpe pela força. Em 30 de outubro de 1922, ele acata uma demanda de Mussolini para que constituísse o novo governo.

Uma vez que o Parlamento lhe deu todos os poderes, Mussolini, promovido à comandante (duce) da nação italiana, ataca as instituições democráticas. Controle da imprensa, criação de uma polícia secreta, prisões, assassinatos ... O poder econômico das classes dominantes é fortalecido. Os impostos sobre bens vendidos ou herdados, os lucros na capitalização financeira e sobre produtos de luxo são eliminados. As ações/participações do Estado em empresas são transferidas para empresas privadas.

A política social também é legalmente modificada. A semana de trabalho, que poderia exceder 50 horas, foi limitada a 40 horas em 1923. Uma organização de lazer, o "Dopolavoro", foi criada em abril de 1925. Em 1927, foi criado um programa de saúde pública. Mais a promulgação, no mesmo ano, de uma carta de trabalho, resultou em uma redução de salários de 20% para 2 milhões de trabalhadores.

La Padula et Romano
Construído entre 1938 e 1940 pelos arquitetos Guerrini, "La Padula et Romano",
o Palácio da civilização italiana é um monumento emblemático da arquitetura fascista. © Fotogramma/Ropi-REA.
Quando a crise econômica mundial atingiu a Itália, em 1931, Mussolini veio ao resgate de bancos em falência, uma medida que não teve efeito sobre o emprego. Em dois anos, quando vários milhões de italianos já haviam emigrado para encontrar trabalho, o número de desempregados passou de cem mil para mais de um milhão.

Com o regime fascista, aparece um novo tipo de ditadura. Em toda a Europa, diante da perspectiva de mudanças sociais que seus oponentes consideram como de "inspiração comunista", os grupos de ação são formados no modelo dos Fascistas de Combate.

Fonte: Le Monde diplomatique (Edição francesa)
https://www.monde-diplomatique.fr/publications/manuel_d_histoire_critique/a53170
Título original: Les origines patronales du fascisme italien
Tradução: Roberto Lucena

terça-feira, 18 de julho de 2017

Para entender o mundo: livros (PDF)

Repasso abaixo dois posts com links de duas coleções de livros que foram bem difundidos no país (em PDF) sobre política. Se um dos principais problemas (se não for o central) do país é a falta de entendimento do povo sobre como funcionam as coisas, caso alguém tenha interesse, as duas coleções vem bem a calhar. Vou transcrever o texto dos posts abaixo e coloco os links pra download (provisoriamente, pois o certo é que o povo clique no link original e baixe de lá, pra dar mais visualizações ao site que lançou isso).
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"Coleção Primeiros Passos em PDF, para download"

"A série de livros Primeiros Passos é uma importante coleção da Editora Brasiliense que, há mais de 30 anos, reúne textos sobre diversos temas: O que é capitalismo? O que é filosofia? O que é racismo? O que é Cultura?

Lançada em 1970 e em formato de bolso, a coleção foi um sucesso, por exemplo, apenas durante o ano de 1999, vendeu meio milhão de exemplares… Tratam-se de textos curtos, porém concisos, sobre temas contemporâneos. Outra característica importante desta coleção é a indicação de uma bibliografia complementar disponibilizada ao final de cada volume, para aqueles que queiram se aprofundar no tema em questão.

Segue abaixo a lista de livros disponíveis em PDF e, mais abaixo, em azul, o link para o download das obras:
"

Link do post (o nome dos livros se encontram no link):
https://farofafilosofica.com/2017/04/15/colecao-primeiros-passos-completa-em-pdf-para-download/
Download:
Link1

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"Coleção Os pensadores| 55 livros para download"

"Dos pré-socráticos aos pós-modernos! Coleção “Os Pensadores -: 55 livros sobre os pensadores das principais escolas filosóficas em PDF, disponível para download.

A Coleção “Os Pensadores” é uma coleção de livros que reúne as obras dos filósofos ocidentais desde os pré-socráticos aos pós-modernos. O interessante desta coleção é que ela reúne em cada exemplar um pequeno apanhado sobre a biografia do autor em questão e um, dois ou três livros deste mesmo autor, normalmente os títulos mais conhecidos.

Publicada originalmente pela editora Abril Cultural, entre os anos de 1973/1975 era composta de 52 volumes. A edição que indicamos é de 1984 e é composta por 56 títulos, segue abaixo a lista de títulos disponíveis e mais abaixo (em vermelho) o link para fazer o donload dos livros em PDF:
"

Link do post (o nome dos livros/pensadores se encontram no link):
https://farofafilosofica.com/2017/02/16/os-pensadores-colecao-completa-55-livros-para-download/
Download:
Link2

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E pra quem ainda não viu (link fixo fica tanto no canto esquerdo superior como na parte destacada do blog, pra download) o ebook do Holocaust Controversies sobre o Holocausto (o texto está em inglês), pra baixar gratuitamente caso interesse (em PDF). Link abaixo do post:
(EBOOK) Belzec, Sobibor, Treblinka. Negação do Holocausto e Operação Reinhard. Uma crítica às falsificações de Mattogno, Graf e Kues

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Donald Sassoon. "Mussolini e a ascensão do fascismo" (livro) - Vídeo

O Denilton mencionou noutro post da série "Nazismo de esquerda?" o autor (Donald Sassoon) de um livro e fui dar uma olhada no título e nome do autor (o nome não era estranho), e há um post no blog sobre o livro dele acerca da ascensão do Fascismo, a quem quiser (re)ler o texto, eis o link:
Resenha: Mussolini e a ascensão do fascismo (livro)
http://holocausto-doc.blogspot.com/2014/10/resenha-mussolini-e-ascensao-do-fascismo-livro-sassoon.html

A quem quiser ler mais sobre o livro, outro link (no Scielo):
SASSOON, Donald. Mussolini e a ascensão do fascismo (História vol.28 no.2 Franca 2009)
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-90742009000200033

Mas acabei achando mais este vídeo deste canal no Youtube, Leitura ObrigaHISTÓRIA, em que aborda o livro do Sasson sobre a ascensão do Fascismo na Itália, e que acaba mencionando um tema "espinhoso" pros ditos "liberais" brasileiros que negam as ligações dos liberais do passado com os fascistas e fascismo, que é justamente a origem (causa) desta panfletagem do slogan "Nazismo é de esquerda".

O comentário acima fui eu que fiz sobre partes do vídeo, não tirem conclusões precipitadas sobre o vídeo sem assisti-lo. Digo isto porque muita gente só de ler um comentário, no qual discorde, já dá "chilique" e acaba por não querer assistir/ver o vídeo, e vale a pena vê-lo. A quem quiser ver de onde começa a questão que eu mencionei, pelo menos no blog (mais ou menos, há mais de um post sobre a questão), ler esses posts de 2014 (ambos os livros abaixo não possuem tradução pro português):
Ishay Landa - "O Aprendiz de Feiticeiro: a Tradição Liberal e o Fascismo" [O elo "perdido" dos liberais com o fascismo] (livro)
http://holocausto-doc.blogspot.com/2014/12/ishay-landa-o-aprendiz-de-feiticeiro-a-tradicao-liberal-e-o-fascismo-o-elo-perdido-dos-liberais-com-o-fascismo-livro.html
As divisões da Direita Norte-americana: Direita Anticomunista, Racista, Cristã e Neoconservadora
http://holocausto-doc.blogspot.com/2014/09/as-divisoes-da-direita-norte-americana-direita-anticomunista-racista-crista-e-neoconservadora.html

A quem não assistiu o vídeo, basta clicar na tela abaixo no próprio post e ver. Há outro vídeo do mesmo canal em que aborda a conceituação de fascismo, deixo este outro vídeo no fim do post.

#022 Mussolini e a ascensão do Fascismo, de Donald Sassoon


O outro vídeo sobre a conceituação do fascismo:
O que é Fascismo? - Conceitos Históricos

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Filme: "Holocausto Brasileiro" mostra barbárie em hospital psiquiátrico em Minas Gerais

Baseado no livro homônimo de Daniela Arbex, novo documentário da HBO estreia neste domingo (20) e choca por realidade desconhecida

Depois de inspirar uma série de reportagens e um livro, a história do Hospital Colônia de Barbacena, em Minas Gerais, é tema do documentário "Holocausto Brasileiro", que estreia neste domingo (20), às 21h, no canal MAX.
Divulgação/HBO: "Holocausto Brasileiro" mostra caso
do Hospital Colônia de Barbacena, onde 60 mil pessoas morreram
Baseado no livro homônimo de Daniela Arbex, "Holocausto Brasileiro" conta o que acontecia nos muros do Colônia, que tratava de pacientes com supostos problemas mentais. Cerca de 60 mil pessoas morreram no hospital durante seus 80 anos de funcionamento.

"Muita gente da minha geração não conhecia essa história, então achei importante contar", explicou a diretora em entrevista ao iG. Ela assina o documentário com Alessandro Arbex e a equipe da HBO Latin America.

O filme demorou dois anos para ser produzido, entre 2013 e 2015, e traz depoimentos emocionantes de sobreviventes do hospital. "Não dá para contar uma história dessas sem se tocar", confessou Daniela sobre a produção do documentário. Na época em que ela começou a série de reportagens sobre o Colônia para o jornal Tribuna de Minas, em 2011, a jornalista tinha acabado de ser mãe pela primeira vez. "Mexeu muito comigo ver as histórias daquelas mulheres que tiveram seus filhos tirados delas", admitiu.

O documentário mostra com detalhes as condições as quais as pessoas internadas no Colônia eram submetidas. Entrevistas com funcionários do hospital e jornalistas que acompanharam a situação de perto são a base para o filme, que faz revelações chocantes, como as de que centenas de pessoas morreram de fome na instituição e de que os pacientes chegaram a beber esgoto por não terem água limpa.

Reprodução: O Hospital Colônia de Barbacena,
em Minas Gerais, é o cenário de "Holocausto Brasileiro"
Para a jornalista, o filme serve para documentar a memória das pessoas que sofreram no hospital. Muitas das pessoas que seriam entrevistadas morreram durante a produção do documentário, enquanto outras que aparecem na tela nunca chegarão a assisti-lo. Um deles é o maquinista do trem que levava os internos até Barbacena. "Era o sonho dele estar em um filme", lamenta a diretora sobre o personagem da entrevista que abre "Holocausto Brasileiro", que morreu antes de conseguir ver o filme.

Mexendo no vespeiro

Quando começou a explorar a história do hospital, Daniela Arbex sabia que o tema poderia causar bastante barulho, mas não tinha ideia da grandeza que ele tomaria. "Eu sabia que era uma história grandiosa, mas o filme foi a grande surpresa", contou. Quando a série de reportagens foi publicada, a jornalista lembra de ter recebido milhares de e-mails de pessoas que tiveram parentes internados em Barbacena.

O crescimento da história também tornou o trabalho de Arbex mais difícil. Seu caminho foi se complicando à medida que o caso do Colônia ganhava mais atenção. "Fui muito bem recebida para fazer a matéria, o governo de Minas Gerais até me passou alguns contatos para as entrevistas. Mas quando fui retomar o caso para escrever o livro, passei a incomodar", disse. "O problema maior foi para fazer o filme", contou a diretora, que passou dois meses em Barbacena produzindo o documentário. "As pessoas da cidade não gostavam da gente lá."

Além do Brasil, "Holocausto Brasileiro" também será exibido pela HBO em toda a América Latina. Para Daniela Arbex, isso cumpre seu compromisso com a história. Além do livro ter sido adotado em cursos de ensino fundamental e médio, a jornalista levará o caso do Hospital Colônia de Barbacena para todo o País e o exterior. "O filme é incrível, a gente sabe o potencial dele, e espero que tenha um caminho lindo", disse a diretora.

"Holocausto Brasileiro" mostra barbárie em hospital psiquiátrico em Minas Gerais
Por Caio Menezes | 20/11/2016 09:00

Fonte: Portal IG
http://gente.ig.com.br/cultura/2016-11-20/holocausto-brasileiro.html
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Acréscimo:

Um pequeno adendo (pequena introdução) ao documentário e livro, lembro de uma matéria que tratava do assunto feita pelo Goulart de Andrade sobre um Hospital psiquiátrico em Juqueri (https://www.tvgazeta.com.br/videos/goulart-de-andrade-em-juqueri/). Mais sobre a matéria conferir aqui. Sempre que vejo algo sobre o livro ou documentário desse livro da Daniela Arbex lembro dessa matéria no Juqueri que me impactou profundamente (provocou um ódio profundo das classes dominantes deste país, do desprezo deles pela vida humana, do higienismo ideológico nazi-liberal dessa gente, gente bárbara, asquerosa, gente da pior espécie, sempre que olho as imagens me causa nojo da classe dominante deste país, da perversão pela qual são "fabricados"). Esses hospitais psiquiátricos parecem/pareciam campos de concentração, literalmente.

Eu ia divulgar o livro "Holocausto brasileiro" (Daniela Arbex) no ano em que saiu (acho que em 2013), mas devidos aos altos e baixos do país (com um golpe no meio, sabotagens etc, e um certo desânimo), foi ficando pra depois, depois... e acabou por não se mencionar antes o livro, e agora o documentário sobre o livro. Mas antes tarde que nunca.

O documentário "Holocausto brasileiro" (procurem pelo Youtube, se não tirarem do ar) mostra a outra face do Brasil, a que a "propaganda oficial" do país não mostra pro mundo, pois colocaria abaixo a imagem de "país cordial", "pacato", "diferente de todos os outros" que a propaganda oficial do país costuma vender, e que acaba por acobertar os inúmeros crimes, desrespeitos e brutalidade que ocorrem corriqueiramente no país pelas pessoas "cordiais" do país e aparato burocrático/privado.

Um país que trata doentes mentais desta forma como a relatada nesses documentários e livro, mostra na realidade um país não muito diferente de uma Alemanha nazi, o princípio de internamento dessas pessoas era o mesmo usado no nazismo, e por 80 longos anos (o regime nazi durou 12 anos). Até a escala de mortes é parecida.

A quem quiser ler mais: Doentes mentais e o Nazismo

Há alguns puristas ou fanáticos religiosos (cheios de melindre, serei sincero, não gosto de quem mistura crença religiosa com questões desse tipo, não gosto de fanático religioso) que não gostam que usem a palavra "Holocausto" pro livro e pro documentário.

Sinceramente, sacralizar uma palavra ou confinar a mesma a um episódio histórico é uma postura bem perigosa (e egoísta também) e que em nada ajuda no entendimento dessas questões, até porque o termo mais adequado pro que houve na segunda guerra é genocídio. Não vou entrar aqui na discussão do surgimento e adoção/uso do termo Holocausto pro genocídio nazista, no blog tem explicação pra isso em posts antigos (clique aqui). Também não tenho o menor interesse em que melindra com supostas "ofensas" sobre uso do nome, não acredito nessas ofensas e sim em uma postura fanática, autoritária e possessiva.

Não vou me alongar mais, leiam a matéria sobre o filme (esta introdução ficaria no começo do post mas resolvi pôr no fim pra não atrapalhar a leitura).

Entrevista com a autora: Livros 63: Holocausto Brasileiro - Daniela Arbex

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Estrangeiros descobrem que Globo ameaça a democracia; blindagem garante domínio dos Marinho sobre opinião e espaço públicos

A quem quiser ler o texto diretamente sem essa "introdução" (comentário), pode pular pra parte abaixo da linha que separa os textos. Assim não precisa deixar de ler o texto do Viomundo (que é o que interessa) pra ler esta parte, que é só um comentário breve (mas ficou longo de novo, posso colocá-lo num post à parte se eu notar que está atrapalhando a leitura do outro texto) mas que ficou "meio" extenso.

Peço desculpas mais uma vez pelo assunto abordado não ser diretamente ligado ao tema do blog, mas... como já comentei em um post passado, não tomar posição e fazer de conta que não está ocorrendo nada no país com um golpe de estado urdido por um corrupto mentecapto e psicopata como Eduardo Cunha, com o vice de enfeite (e maçom) Michel Temer, é endossar a escrotice dessa corja apoiada pela quadrilha do congresso nacional, blindada pela Rede Globo principalmente, emissora cabeça (maior aríete intelectual do golpe) do golpismo, sendo o Eduardo Cunha o articulador do golpe no congresso.

A quem quiser ler sobre o tema da segunda guerra, material não falta. São 1676 posts publicados sendo que a maioria absoluta é só sobre segunda guerra e genocídio da segunda guerra, fora os mais de 118 ebooks/PDFs disponíveis na parte de ebooks do blog, mais o ebook exclusivo do blog Holocaust Controversies sobre a Operação Reinhard. Ou seja, se o problema é a ausência de posts sobre Holocausto e cia (por motivos de força maior: a situação do país), há coisa demais para ser lida e revista, mais os ebooks e mais os blogs com temática da segunda guerra nos links do blog (um blog sensacional sobre filmes), e destaque pro blog do Daniel (A Vida no Front) e pro próprio Holocaust Controversies (em inglês) do Roberto Muehlenkamp, Nick Terry e demais pessoas do HC team.

Voltando ao assunto inicial, irei colocar abaixo uma matéria do Viomundo já que não foi possível eu elaborar um texto sobre a "Revolução Colorida" de 2013, e nem sei se há clima pra isso agora. Se der, eu faço, mas também não prometo.

A questão do golpe nunca foi o PT e sim a democracia e retrocessos sociais no país. Quem reduz tudo o que se passa (essa ofensiva contra a democracia do país, mesmo com todos os defeitos) a uma neurose sobre um partido: ou é trouxa, ou sabe porque repete este discurso (os golpistas sabem porque repetem isso, pra tirar proveito político disso) ou é completamente cretino. Cure-se enquanto é tempo, o que irá ocorrer domingo afetará o país nas próximas décadas, vocês das marchas na Av. Paulista ajudaram a criar tudo isso, são politicamente um dos principais culpados do que se passa. Não farei discurso "fofucho" como o G. Duvivier fez dizendo pra isentar de "culpa" esse pessoal "alienado" dessas marchas dizendo que são possivelmente mal informados (não estou conseguindo localizar o texto agora), isso não elimina ou atenua a cagada que fizeram, como o ataque frontal ao pré-Sal pela direita entreguista neoliberal do país. Eu não sou de passar a mão na cabeça do povo quando fazem besteira, nunca adotei o discurso "Lulinha paz e amor", sou bem duro nessa questão, se fizeram besteira, precisam assumir que fizeram ou deixar de maluquice (sectarismo).

Espero que haja um desfecho positivo sobre o que se passa no país com o golpe sendo barrado domingo, caso contrário, haverá resistência e os golpistas de um possível governo ilegítimo e golpista Temer-Cunha não terão sossego dia algum, nem seus apoiadores. Se querem jogar este país no caos terão que arcar com o ônus disso pra História. Apunhalar a democracia porque não conseguem eleger uma chapa que defenda pauta neoliberal (até porque o neoliberalismo provoca crises sociais mundo afora vide a maior crise social europeia desde a segunda guerra, e a própria crise nos EUA) é coisa de golpista e não merece respeito, tampouco reconhecimento (legitimidade). Passando ou não o golpismo, quem apoiou isto já tem a pecha de golpista pra sempre colada na testa e já entrou pra história como escória do país. O peso do termo golpista é pesado, mas vocês fizeram por merecer, não foram obrigados a apoiar isto, não venham chorar depois posando de "arrependidos", teleguiados da Globo.

Eu não estou criticando quem tenha críticas ao atual governo, eu mesmo tenho várias, e posso listar num post futuramente essas questões, uma delas, uma das críticas centrais, foi a aceitação daquele pimpolho tucano neoliberal na pasta do Ministério da Fazenda, o Joaquim Levy. Disparado foi quem pôs esse governo abaixo com o arrocho e cortes de tesoura dele, não fez nada além disso (fora a crise de confiança que criou) enquanto esteve no cargo, aceito de forma equivocada do governo aceitando passivamente o lobby que a Rede Globo pra esse pulha tucano Chicago Boy ser aceito no Ministério da Fazenda. O estrago está aí e os efeitos políticos idem, porque a Dilma na época não quis ouvir as críticas (só queria ceder à histeria dos reacionários da Av. Paulista insuflados pela Globo). Só que eu tenho crítica e eu votei neste governo, eu tenho direito de estar irritado e não aceito que um golpista que promoveu o caos atual pro golpe venha se "indignar" por mim por ela ter "me enganado", ela não me enganou, ela cometeu erro político sério porque ela não entendeu o que circundava o governo dela e não tem a mesma habilidade política do Lula, mas isto não justifica GOLPE de estado pra apeá-la do poder por capricho de um grupo que PERDEU eleição pra presidente em 2014, mesmo sendo vitoriosos no congresso com essa legião de bandidos que colocaram lá pra depois reclamar que a política no país "vai mal" (nem as divisões de poderes do Estado, e a força de cada uma, essas antas sabem quais são, em vez de ler pra saber ficam enchendo o saco na internet pregando "soluções mágicas" pra tudo com um simplismo de doer nos nervos).

Sem mais delongas, texto abaixo.
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Estrangeiros descobrem que Globo ameaça a democracia; blindagem garante domínio dos Marinho sobre opinião e espaço públicos

publicado em 14 de abril de 2016 às 00:24







Da Redação

A radiodifusão brasileira é regulamentada por uma lei de 1962, assinada pelo presidente João Goulart. Desde então, é a selva. Segundo a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), a selva favorece ao atuais radiodifusores, especialmente à Globo.

Não é, portanto, uma selva casual, já que na ausência de uma lei moderna a Globo faz o que quer. Se a legislação é desconexa, desatualizada, a Globo tem o poder de emplacar as mudanças administrativas ou mesmo legislativas que bem entende. Basta usar o poder de pressão que obteve graças aos favores recebidos durante a ditadura militar.

Neste sentido, a Globo é o maior dos entulhos autoritários que resta remover desde o fim formal da ditadura. A emissora reproduz, através de suas afiliadas locais, a coalizão de interesses econômicos que governa o Brasil desde 1964.

É o poder da Globo em relação ao Estado, sem qualquer tipo de controle, que permite à emissora usar espaço público para suas atividades sem pagar nada — das praias de Copacabana para os eventos de futebol de areia ao parque Ibirapuera para gravações de novela.

Em Nova York, a prefeitura cobra de emissoras de TV e produtoras de cinema todas as locações feitas nas ruas da cidade: da hora extra do policial ao eventual prejuízo dos comerciantes.

Livre de qualquer tipo de regulamentação, a Globo usa o poder de seu grupo — que inclui no mesmo mercado emissora de TV, jornal, portal e emissoras de rádio — para extorquir, ameaçar e “convencer” autoridades com mandato popular. Há vários exemplos:

1. Paula, herdeira da família Marinho, recebeu através do marido, como permissionária — sem concorrência pública — o estádio de remo em área nobre da cidade, adjacente à lagoa Rodrigo de Freitas, para montar cinemas, restaurantes e clube noturno; estava tudo formalmente em nome do marido, mas ela assinou um dos aditivos como fiadora e desfrutava de bens resultantes do contrato;

2. a Fundação Roberto Marinho administra museus construídos com dinheiro público, o que também faz em São Paulo no Pacaembu (Museu do Futebol) e na estação da Luz (Museu da Língua Portuguesa). Em todos os casos, a Globo entra apenas com a promoção. Os locais são públicos e o dinheiro para manutenção é levantado através da Lei Rouanet, ou seja, acaba saindo do bolso do contribuinte na forma de isenção fiscal;

3. Através de relação carnal com a CBF, a Globo tem controle dos direitos de transmissão dos principais eventos do futebol brasileiro e da FIFA, numa relação desenvolvida ao longo de décadas com dirigentes como Ricardo Teixeira, João Havelange e outros, todos implicados em escândalos que foram ou estão sob investigação de autoridades da Suiça e dos Estados Unidos.

4. No Rio, conforme denunciado pelo candidato a prefeito Marcelo Freixo, o modelo de ocupação do espaço público segue os princípios gerais da TV Globo: um modelo autoritário de cidade. Militarização das favelas, que atende ao projeto de estender os serviços de TV a cabo da emissora aos morros e grandes projetos privados financiados com dinheiro público, como o Porto Maravilha, onde fica o Museu do Amanhã, administrado pela Fundação Roberto Marinho. Em São Paulo, depois de construir seu prédio na avenida Berrini, a emissora conseguiu acelerar a construção de uma obra de prioridade duvidosa, a ponte Octávio Frias de Oliveira sobre o rio Pinheiros, com o objetivo de usá-la como backdrop para seu estúdio envidraçado.

A ponte que teve construção acelerada para servir de cenário, a herdeira blindada e um dos museus que a Globo controla no Rio: dona do espaço construído com dinheiro público, tudo mantido com isenção fiscal
No plano mais geral da política, a Globo atua como o principal partido de oposição, filtrando seu noticiário de acordo com os interesses dos maiores bilionários do Brasil — os irmãos Marinho. Tais interesses são subordinados aos objetivos mais gerais da política externa dos Estados Unidos: privatização de bens públicos a preço de banana para investidores estrangeiros, entrega do patrimônio nacional para exploração pelo capital internacional — das minas de ferro de Carajás ao pré-sal — dominação do campo pelas empresas multinacionais — curiosamente, a Globo integra uma associação do agronegócio!

De outra parte, a política editorial da emissora criminaliza aqueles que se opõem a seus interesses, o que resulta em críticas constantes, distorcidas e infundadas à esquerda e aos movimentos sociais em geral e a líderes específicos que discordem de seus objetivos: de Leonel Brizola a João Pedro Stédile, do MST, do ex-presidente Lula ao deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ).

O conluio com outros donos de meios de comunicação, que jogam um papel subordinado ou têm negócios em sociedade com os Marinho, garante blindagem quase absoluta à emissora na mídia.

Para tratar apenas de três casos da atualidade:

1. Passou quase batido pelo noticiário o fato de que a Globo foi denunciada pela Receita Federal como autora de uma manobra para sonegar impostos no Brasil através da criação de uma empresa de papel nas ilhas Virgens Britânicas, a Empire. Os Marinho, sempre segundo inspetor da Receita, simularam investimento externo na empresa, que em seguida foi desmontada, com o capital transferido para a compra de direitos de transmissão. Isso resultou em multa de mais de R$ 600 milhões por sonegação de impostos no Brasil através de artifício contábil. O processo desapareceu de dentro de uma sede da Receita no Rio de Janeiro, o que retardou ação que poderia resultar em denúncia criminal dos Marinho — segundo nossas fontes, eles pagaram a multa que ascendeu a cerca de R$ 1 bilhão.

2. Embora não tenham sido citados na contabilidade paralela da empreiteira Odebrecht, os irmãos Marinho deixaram de noticiar em detalhes a existência de contribuições de campanha a seus aliados políticos. As justificativas: “faltaria tempo” no Jornal Nacional e era impossível determinar exatamente quais pagamentos tinham sido ilegais. No entanto, este mesmo cuidado nunca foi observado quando se tratava de delações que comprometiam o PT, Lula ou a presidente Dilma. O grampo entre Dilma e Lula, captado ilegalmente, foi reproduzido no mesmo Jornal Nacional sem qualquer tipo de observação que poderia macular seu conteúdo.

3. A neta xodó de Roberto Marinho, Paula, filha de João Roberto Marinho, teve o nome diretamente associado a três empresas offshore criadas pela panamenha Mossack-Fonseca. Paula, pelas anotações, teria pago taxas de manutenção das empresas Vaincre LLC, Juste International e A Plus Holdings. Os documentos, apreendidos no escritório da Mossack em São Paulo, nunca foram avaliados ou divulgados pela mídia corporativa. A família Marinho diz que Paula não tinha relação com as empresas, que pertenciam ao marido dela, Alexandre Chiappetta Azevedo. Porém, a investigação segue sem que haja vazamentos como aqueles que acompanharam outras investigações da Lava Jato. O juiz Sérgio Moro, herói promovido pela Globo, remeteu os dados da apreensão para análise do Supremo Tribunal Federal (STF), sem que se tenha determinado que as empresas pertencessem a pessoas com foro privilegiado.

Tal é o poder da Globo!

Fonte: Viomundo
http://www.viomundo.com.br/denuncias/estrangeiros-descobrem-que-a-globo-ameaca-a-democracia-blindagem-de-parceiros-da-midia-garante-queda-lenta-da-ficha-no-brasil.html

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Giovanni Gentile, a adesão ao fascismo. O liberal de Mussolini

Giovanni Gentile e o Partido Nacional Fascista (Partito Nazionale Fascista - PNF)

Giovanni Gentile
Em 2 de novembro de 1922, Giovanni Gentile, já uma personalidade de altíssima expressão no panorama cultural italiano, é nomeado ministro da Educação no primeiro gabinete de Mussolini. Na primavera de 1923, ele justifica sua adesão formal ao PNF evidenciando a conformidade do fascismo com o liberalismo da direita no Risorgimento no qual ele se identificava, e e que segue com "o liberalismo da liberdade na lei e portanto, no Estado forte e no Estado concebido como realidade ética". Gentile vê se concretizar na nova realidade política a sua "Antiga fé" (ópera gentiliana editada em 1923), destinada a resgatar o caráter dos italianos e libertá-los da velha doença do ceticismo e da indiferença. Por esta "Antiga fé", ele se sente "precursor" do fascismo. Mais exatamente: da nova filosofia idealista, do sindicalismo soreliano, do reencontro do sentimento religioso, do empenho ético da guerra, em outras palavras, todo o fermento ideal e moral das primeiras décadas do século XX - que reage ao desgaste da ideologia iluminista, democrática e socialista da velha Europa - encontra uma saída natural na marcha sobre Roma e na energia despertada pelo Fascismo. Isso caminha dessa forma, e salta aos olhos de Gentile, da intérprete da vida nacional, a tarefa na qual todos os italianos que não querem mais ficar "sentados na janela", deveriam agora se empenhar.

Giovanni Gentile e o fascismo

O Fascismo parece para Gentile não uma ideologia ou um sistema fechado, mas sim um processo histórico, um ideal a ser realizado. Como tal, ele é útil para a contribuição daquela crítica construtiva que reconhece sua função nacional, e deve lutar para combater "a democracia dos advogados criadores de caso", "o socialismo radicaloide e humanitária", "o liberalismo do Estado negativo e agnóstico", no momento que o Fascismo - como qualquer movimento histórico sério - é o "sentimento religioso" a ser restaurado na mente e na consciência coletiva. Esta visão da política como uma fé, que o filósofo já tinha desenvolvido e defendido em anos anteriores, vislumbra no fascismo seu retorno mais profundo.

Por outro lado, que o fascismo não seja um episódio acidental na vida de Gentile, é comprovado o empenho público e da ação de colaboração e de estímulo exercido em relação ao regime durante todo o período dos anos 20. Além do cargo de Ministro da Educação nos anos de 1922-1924, ele é Presidente da Comissão dos Quinze -, então dos Dezoito - para a reforma constitucional, fundador em 1925 do Instituto fascista de Cultura, Presidente do Conselho de Educação de 1926 a 1928, membro do Grande Conselho até 1929 e seguidor de Mussolini também até a última aventura da República social. Em momentos críticos, que também atravessou Gentile - especialmente quando sua reforma escolar é alterado ou quando se estipula os Pactos Lateranenses com um compromisso que nega a essência de seu conceito de um Estado ético - não para separar as suas próprias responsabilidades das de Mussolini, ele reafirma sua fé no fascismo com o qual continua até o fim em identificar o próprio futuro da nação.

Pagherà la sua ferma adesione al regime con la vita, ucciso il 15 aprile 1944 a Firenze da un commando partigiano aderente ai GAP.

Pagou sua adesão ao regime com sua própria vida, morreu em 15 de abril de 1944 em Florença, por um comando guerrilheiro (partisan) aderente ao GAP.

29/03/2014. Por Matteo Anastasi

Matteo Anastasi (Roma, 1989), formou-se com honras em História na Universidade Europeia de Roma e, novamente com honras, em Relações Internacionais na Luiss Guido Carli. Para Europinione lida com história e com a parte estrangeira. Ele também colabora com a Cronache Internazionali e a Mediterranean Affairs e é co-fundador do think tank de política internacional "Il Termometro – Blog di opinioni e discussioni" (O Termômetro - Blog de opinião e discussão".

Fonte: Europinione (Itália)
http://www.europinione.it/giovanni-gentile-ladesione-al-fascismo/
Link alternativo:
http://holocaust-doc.blogspot.com/2016/02/giovanni-gentile-ladesione-al-fascismo.html
Título original: Giovanni Gentile, l’adesione al fascismo
Tradução: Roberto Lucena

sábado, 17 de outubro de 2015

Reinhold Quaatz e o "Partido do Povo Alemão" (DVP). A direita radical liberal-conservadora alemã, pavimento do Nazismo

Reinhold Quaatz
Reinhold Quaatz (nasceu em 08 de maio de 1876 em Berlim - morreu em 15 agosto de 1953 em Berlim Ocidental) foi um político conservador alemão ativo durante a República de Weimar. Embora associado com a extrema-direita e tendências völkisch (A), Quaatz era meio-judeu em ascendência. [1]

Quaatz foi membro do Reichstag, sendo eleito pela primeira vez em 1920 pelo Partido do Povo Alemão (DVP) (B) antes deste se converter em Partido Nacional do Povo Alemão (DNVP) e mantendo seu assento até o estabelecimento do regime nazista. [2] Ele fora um membro da Nationalliberale Vereinigung (C), um grupo de proprietários de terras que era filiado à DVP, e que também incluía as preferências de Johann Becker, Moritz Klönne, Albert Vogler e Alfred Gildemeister, mas então colidiram com a liderança do partido e mudaram para o DNVP (D) no início de 1924. Como resultado disso, Quaatz concorreu pela sigla do DNVP na eleição de maio 1924 a partir de então. [3] Como membro do DNVP, Quaatz foi pessoalmente próximo ao líder do partido, Alfred Hugenberg. O industrial frequentemente foi confidente de seu amigo, fato demonstrado quando os diários de Quaatz foram publicados em 1989. [4] Apesar de sua mãe ser judia, Quaatz endossou as políticas antissemitas durante seu tempo como político do DNVP e até mesmo encorajou Hugenburg a trabalhar estreitamente com Adolf Hitler porque ele temia tanto o socialismo como o catolicismo político do Partido Centrista. [5]

Longe da política, ele era industrial e financista, e no início de 1933 ele foi nomeado para a diretoria do Banco Dresdner. [6] Ele foi removido dessa posição em fevereiro de 1936 devido às leis nazistas que barravam os Mischling (E) de tais posições. [7] Ele foi brevemente interrogado pela Gestapo logo após o atentado em 1944 contra a vida de Hitler, mas geralmente seus contactos de alto nível significavam que ele merecia pouca atenção do Estado. [7] Ele foi membro fundador da União Democrata-Cristã em Berlim (F), após a guerra.

Referências:

[1] Hermann Beck, The Fateful Alliance: German Conservatives and Nazis in 1933: The Machtergreifung in a New Light, Berghahn Books, 2009, pág. 199
[2] Datenbank der deutschen Parlamentsabgeordneten
[3] Beck, The Fateful Alliance, pág. 24
[4] Beck, The Fateful Alliance, pág. 91
[5] Hermann Weiss und Paul Hoser (eds), Die Deutschnationalen und die Zerstörung der Weimarer Republik. Aus dem Tagebuch von Reinhold Quaatz 1928-1933 (Schriftenreihe der Vierteljahrshefte für Zeitgeschichte 59), Oldenbourg: Munich 1989, págs. 19-21
[6] Gerald D. Feldman, Wolfgang Seibel, Networks of Nazi Persecution: Bureaucracy, Business, and the Organization of the Holocaust, Berghahn Books, 2006, pág. 48
[7] Hermann Weiss und Paul Hoser (eds), Die Deutschnationalen und die Zerstörung der Weimarer Republik. Aus dem Tagebuch von Reinhold Quaatz 1928-1933 (Schriftenreihe der Vierteljahrshefte für Zeitgeschichte 59), Oldenbourg: Munich 1989, pág. 17

Meus acréscimos:
(coloquei os destaques como letras entre parênteses no texto)

A) Do Movimento Völkisch, da palavra "Volk" (povo), referente a um movimento cultural-político reacionário que exaltava ou ressaltava a cultura e folclore dos povos germânicos e de unificação dos mesmos, serviu de base a todos os grupos de extrema-direita na Alemanha, notadamente o Partido Nazista que foi o grupo mais bem sucedido entre os grupos de extrema-direita e fundador do Terceiro Reich.

B) DVP (Deutsche Volkspartei), Partido do Povo Alemão, ou em inglês German People's Party. Partido de linha ideológica nacional-liberal ou liberal-conservador, de extrema-direita, sucessor do Partido Nacional Liberal National Liberal que acabou em 1918. Depois mudou o nome para Partido Nacional do Povo Alemão (tradução livre do nome em inglês German National People's Party). Todas foram formações de extrema-direita, liberais e conservadoras.

C) Nationalliberale Vereinigung, tradução Associação Nacional Liberal (do inglês National Liberal Association). Era um grupo de extrema-direita liberal, reacionário, anti-marxista, dentro do próprio DVNP. Um círculo de industrialistas que não se sentiam ideologicamente separados dos nacionalistas. Para mais informações, confiram os links: The Rise and Fall of Weimar Democracy; Recasting Bourgeois Europe: Stabilization in France, Germany, and Italy in the Decade after World War I

D) DNVP (Deutschnationale Volkspartei), Partido Nacional do Povo Alemão (explicação acima).

E) Sobre Mischling, ler Os "Mischlinge" (ou clique no marcador/tag). Era como eram chamados os "mestiços", gente com alguma ascendência judaica segundo a classificação racista das Leis de Nuremberg.

F) União Democrata-Cristã (em alemão Christlich Demokratische Union Deutschlands, sigla CDU), partido da atual chanceler da Alemanha, Angela Merkel. O Reinhold Quaatz, segundo o registro, foi membro fundador da CDU. Mas no Brasil uma trupe de petulantes pernósticos ignorantes toda vez vêm encher o saco com a lenga-lenga do "nazismo de esquerda" tentando se dissociar do termo extrema-direita. Não estou afirmando que a CDU atual tenha a ver com o Partido Nazi (alguns conseguiriam interpretar isto pois não querem que se comente nada sobre nazismo e direita, mas não estou numa ditadura de direita liberal ainda, então vão com calma), mas quando se fala em espectro político de direita, isso engloba todos os grupos de direita e é curioso que o Quaatz e vários outros radicais de direita não tinha objeção a Hitler (ou tanta objeção), além de nacionalistas, e no Brasil os grupos organizados liberais tentam à força reescrever a História da segunda guerra e da Alemanha negando fatos e conexões. Eu detalharei isto no comentário do post que será colocado em um post à parte depois pois o post ficaria muito extenso.

Fonte: Wikipedia (verbetes da versão inglesa e foto da versão alemã)
https://en.wikipedia.org/wiki/Reinhold_Quaatz
https://de.wikipedia.org/wiki/Reinhold_Quaatz
Título original: Reinhold Quaatz (verbete, Wikipedia versão inglesa)
Tradução: Roberto Lucena
________________________________________________________

Observação 1: sobre o conteúdo do post, será colocada em um post à parte.

Observação 2: em caso de cópia de texto do post, por ser o texto original (em inglês) um verbete da Wikipedia, caso alguém queira colocar na Wikipedia em português, cite a fonte, ou mesmo em qualquer canto. É a postura padrão, correta, de se usar um texto, porque a tradução do verbete é do blog. Eu até colocaria na Wikipedia o texto, mas já tive texto ou trecho cortado de lá e link do blog removido (na versão em português), quando isto não ocorre nos verbetes em inglês porque se um texto consta de um site, o site tem que ser citado, ou então que arrume outra fonte pra copiar. Parece tolice a observação, mas é grotesca a postura de preconceito com blogs, sites etc na versão em português da Wikipedia, fora a cultura disseminada de que a Wikipedia não "presta". A Wikipedia presta, a versão em inglês é muito boa (melhor que muita enciclopédia conhecida), o problema dela são as versões de país com cultura mesquinha, cabeça pequena que criam esse tipo de problema (não me refiro só ao Brasil, o problema abrange todo mundo "lusófono"). Já tá na hora de mudar de postura e deixarem esse pedantismo (culto à burrice) de lado.

Os maiores prejudicados com este tipo de postura mesquinha são: 1. o povo. 2. a visão negativa que se cria em torno desse elitismo burro e pedantismo de gente com preconceito tosco com blogs e sites (quem geralmente corta é algum afetado metido a "sabido") com conteúdo quando ao mesmo tempo este pessoal pouca acrescenta ou repassa pro povo algum conhecimento. Não acrescentam mas cortam, atrapalham, enchem o saco.

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