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sábado, 17 de outubro de 2015

Reinhold Quaatz e o "Partido do Povo Alemão" (DVP). A direita radical liberal-conservadora alemã, pavimento do Nazismo

Reinhold Quaatz
Reinhold Quaatz (nasceu em 08 de maio de 1876 em Berlim - morreu em 15 agosto de 1953 em Berlim Ocidental) foi um político conservador alemão ativo durante a República de Weimar. Embora associado com a extrema-direita e tendências völkisch (A), Quaatz era meio-judeu em ascendência. [1]

Quaatz foi membro do Reichstag, sendo eleito pela primeira vez em 1920 pelo Partido do Povo Alemão (DVP) (B) antes deste se converter em Partido Nacional do Povo Alemão (DNVP) e mantendo seu assento até o estabelecimento do regime nazista. [2] Ele fora um membro da Nationalliberale Vereinigung (C), um grupo de proprietários de terras que era filiado à DVP, e que também incluía as preferências de Johann Becker, Moritz Klönne, Albert Vogler e Alfred Gildemeister, mas então colidiram com a liderança do partido e mudaram para o DNVP (D) no início de 1924. Como resultado disso, Quaatz concorreu pela sigla do DNVP na eleição de maio 1924 a partir de então. [3] Como membro do DNVP, Quaatz foi pessoalmente próximo ao líder do partido, Alfred Hugenberg. O industrial frequentemente foi confidente de seu amigo, fato demonstrado quando os diários de Quaatz foram publicados em 1989. [4] Apesar de sua mãe ser judia, Quaatz endossou as políticas antissemitas durante seu tempo como político do DNVP e até mesmo encorajou Hugenburg a trabalhar estreitamente com Adolf Hitler porque ele temia tanto o socialismo como o catolicismo político do Partido Centrista. [5]

Longe da política, ele era industrial e financista, e no início de 1933 ele foi nomeado para a diretoria do Banco Dresdner. [6] Ele foi removido dessa posição em fevereiro de 1936 devido às leis nazistas que barravam os Mischling (E) de tais posições. [7] Ele foi brevemente interrogado pela Gestapo logo após o atentado em 1944 contra a vida de Hitler, mas geralmente seus contactos de alto nível significavam que ele merecia pouca atenção do Estado. [7] Ele foi membro fundador da União Democrata-Cristã em Berlim (F), após a guerra.

Referências:

[1] Hermann Beck, The Fateful Alliance: German Conservatives and Nazis in 1933: The Machtergreifung in a New Light, Berghahn Books, 2009, pág. 199
[2] Datenbank der deutschen Parlamentsabgeordneten
[3] Beck, The Fateful Alliance, pág. 24
[4] Beck, The Fateful Alliance, pág. 91
[5] Hermann Weiss und Paul Hoser (eds), Die Deutschnationalen und die Zerstörung der Weimarer Republik. Aus dem Tagebuch von Reinhold Quaatz 1928-1933 (Schriftenreihe der Vierteljahrshefte für Zeitgeschichte 59), Oldenbourg: Munich 1989, págs. 19-21
[6] Gerald D. Feldman, Wolfgang Seibel, Networks of Nazi Persecution: Bureaucracy, Business, and the Organization of the Holocaust, Berghahn Books, 2006, pág. 48
[7] Hermann Weiss und Paul Hoser (eds), Die Deutschnationalen und die Zerstörung der Weimarer Republik. Aus dem Tagebuch von Reinhold Quaatz 1928-1933 (Schriftenreihe der Vierteljahrshefte für Zeitgeschichte 59), Oldenbourg: Munich 1989, pág. 17

Meus acréscimos:
(coloquei os destaques como letras entre parênteses no texto)

A) Do Movimento Völkisch, da palavra "Volk" (povo), referente a um movimento cultural-político reacionário que exaltava ou ressaltava a cultura e folclore dos povos germânicos e de unificação dos mesmos, serviu de base a todos os grupos de extrema-direita na Alemanha, notadamente o Partido Nazista que foi o grupo mais bem sucedido entre os grupos de extrema-direita e fundador do Terceiro Reich.

B) DVP (Deutsche Volkspartei), Partido do Povo Alemão, ou em inglês German People's Party. Partido de linha ideológica nacional-liberal ou liberal-conservador, de extrema-direita, sucessor do Partido Nacional Liberal National Liberal que acabou em 1918. Depois mudou o nome para Partido Nacional do Povo Alemão (tradução livre do nome em inglês German National People's Party). Todas foram formações de extrema-direita, liberais e conservadoras.

C) Nationalliberale Vereinigung, tradução Associação Nacional Liberal (do inglês National Liberal Association). Era um grupo de extrema-direita liberal, reacionário, anti-marxista, dentro do próprio DVNP. Um círculo de industrialistas que não se sentiam ideologicamente separados dos nacionalistas. Para mais informações, confiram os links: The Rise and Fall of Weimar Democracy; Recasting Bourgeois Europe: Stabilization in France, Germany, and Italy in the Decade after World War I

D) DNVP (Deutschnationale Volkspartei), Partido Nacional do Povo Alemão (explicação acima).

E) Sobre Mischling, ler Os "Mischlinge" (ou clique no marcador/tag). Era como eram chamados os "mestiços", gente com alguma ascendência judaica segundo a classificação racista das Leis de Nuremberg.

F) União Democrata-Cristã (em alemão Christlich Demokratische Union Deutschlands, sigla CDU), partido da atual chanceler da Alemanha, Angela Merkel. O Reinhold Quaatz, segundo o registro, foi membro fundador da CDU. Mas no Brasil uma trupe de petulantes pernósticos ignorantes toda vez vêm encher o saco com a lenga-lenga do "nazismo de esquerda" tentando se dissociar do termo extrema-direita. Não estou afirmando que a CDU atual tenha a ver com o Partido Nazi (alguns conseguiriam interpretar isto pois não querem que se comente nada sobre nazismo e direita, mas não estou numa ditadura de direita liberal ainda, então vão com calma), mas quando se fala em espectro político de direita, isso engloba todos os grupos de direita e é curioso que o Quaatz e vários outros radicais de direita não tinha objeção a Hitler (ou tanta objeção), além de nacionalistas, e no Brasil os grupos organizados liberais tentam à força reescrever a História da segunda guerra e da Alemanha negando fatos e conexões. Eu detalharei isto no comentário do post que será colocado em um post à parte depois pois o post ficaria muito extenso.

Fonte: Wikipedia (verbetes da versão inglesa e foto da versão alemã)
https://en.wikipedia.org/wiki/Reinhold_Quaatz
https://de.wikipedia.org/wiki/Reinhold_Quaatz
Título original: Reinhold Quaatz (verbete, Wikipedia versão inglesa)
Tradução: Roberto Lucena
________________________________________________________

Observação 1: sobre o conteúdo do post, será colocada em um post à parte.

Observação 2: em caso de cópia de texto do post, por ser o texto original (em inglês) um verbete da Wikipedia, caso alguém queira colocar na Wikipedia em português, cite a fonte, ou mesmo em qualquer canto. É a postura padrão, correta, de se usar um texto, porque a tradução do verbete é do blog. Eu até colocaria na Wikipedia o texto, mas já tive texto ou trecho cortado de lá e link do blog removido (na versão em português), quando isto não ocorre nos verbetes em inglês porque se um texto consta de um site, o site tem que ser citado, ou então que arrume outra fonte pra copiar. Parece tolice a observação, mas é grotesca a postura de preconceito com blogs, sites etc na versão em português da Wikipedia, fora a cultura disseminada de que a Wikipedia não "presta". A Wikipedia presta, a versão em inglês é muito boa (melhor que muita enciclopédia conhecida), o problema dela são as versões de país com cultura mesquinha, cabeça pequena que criam esse tipo de problema (não me refiro só ao Brasil, o problema abrange todo mundo "lusófono"). Já tá na hora de mudar de postura e deixarem esse pedantismo (culto à burrice) de lado.

Os maiores prejudicados com este tipo de postura mesquinha são: 1. o povo. 2. a visão negativa que se cria em torno desse elitismo burro e pedantismo de gente com preconceito tosco com blogs e sites (quem geralmente corta é algum afetado metido a "sabido") com conteúdo quando ao mesmo tempo este pessoal pouca acrescenta ou repassa pro povo algum conhecimento. Não acrescentam mas cortam, atrapalham, enchem o saco.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Falece aos 100 anos o industrial alemão Karl Diehl que colaborou com o nazismo

Karl Diehl
Berlim, 20 jan. (EFECOM).- O industrial alemão Karl Diehl, que colaborou com o nazismo e fez uso de trabalhadores forçados e presos de campos de concentração em suas fábricas, faleceu este sábado com a idade de 100 anos, informou hoje sua empresa em um comunicado oficial.

"Era uma magnífica personalidade empresarial" e um exemplo de empresário patriota, assinalou numa nota necrológica o presidente do governo da Baviera, o social-cristão (CSU) Günther Beckstein, que em nenhum momento fez referência ao polêmico papel de Diehl durante o nacional-socialismo (nazismo).

O comunicado difundido por sua empresa sublinha que "Karl Dihel soube dirigir a herança de seus pais em tempos difíceis e a converter numa empresa familiar de grande sucesso", que hoje emprega 11.000 pessoas, com um volume de negócios de cerca de 2,2 bilhões de euros e se situa entre as firmas armamentistas mais importantes da Alemanha.

Contudo, Karl Diehl sempre se viu assombrado por seu passado, já que ingressou em 1933 no Partido Nacional-Socialista (NSDAP), coincidindo com a chegada de Adolf Hitler ao poder, e sua empresa teve caráter estratégico durante a Segunda Guerra Mundial ao produzir milhões de detonadores e cartuchos de munição.

Na época, suas fábricas fizeram uso de trabalho forçado, prisioneiros de guerra e presos de campos de concentração, em cujos terrenos chegou a montar feitorias para a produção de temporizadores, entre outros artigos.

Após o fim da guerra, alguns sobreviventes fizeram acusações graves de maus-tratos contra Diehl, ao relatar que os trabalhadores tinham as mãos marteladas quando paravam seu trabalho e só podiam ir ao banheiro duas vezes em jornadas trabalhistas exaustivas.

Diehl --que herdou a direção do grupo industrial de seu pai em 1938 e cedeu a mesma a seus três filhos homens --buscou após a guerra o diálogo com os sobreviventes e indenizou-os voluntariamente.

Para justificar sua colaboração com os nazistas, ele afirmou que não quis ver ameaçados sua empresa, família e trabalhadores durante a época do nazismo. Seu filho Werner chegou a viajar para Israel para pedir perdão pessoalmente em nome da família às suas vítimas.

O já lendário empresário alemão chegou inclusive a encarregar os historiadores Wolfgang Benz e Gregor Schöllgen de elaborar um amplo relatório sobre a história de sua empresa durante o período nazista.

Schöllgen chegou à conclusão que Diehl, "a mesma forma que a maioria dos empresários em sua situação, agiu pragmaticamente", enquanto Benz afirmou que os trabalhadores forçados foram mandados a ele pelos nazistas, mas que o industrial não teve culpa.

Com o fim da guerra, Karl Diehl conseguiu reconstruir seu grupo industrial, arruinado desde o colapso do nazismo, e trabalhou ininterruptamente para isso até há cinco anos, quando deixou seu cargo de dirigente do Conselho de Administração, apesar de ter continuado como presidente de honra até sua morte.

Além disso, o industrial era considerado um generoso mecenas que, entre outras coisas, criou uma fundação para ajudar os necessitados e ex-funcionários, além de apoiar economicamente vários projetos sociais e culturais, principalmente em sua cidade de Nuremberg, que em 1997 nomeou-o filho predileto.

Fonte: EFE/El Economista (Espanha)
http://www.eleconomista.es/empresas-finanzas/noticias/348113/01/08/Fallece-a-los-100-anos-industrial-aleman-Karl-Diehl-que-colaboro-con-nazismo.html
Título original: Fallece a los 100 años industrial alemán Karl Diehl que colaboró con nazismo
Tradução (a revisar): Roberto Lucena

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