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quarta-feira, 5 de março de 2014

Certidão húngara de 1944 com a marcação "judeu" de acordo com as leis de Nuremberg

Tem duas descrições pra imagem abaixo, vou traduzir as duas, mas a do site da Univ. de Minnesota (que é o segundo texto) é a mais completa. A primeira se encontra no site de fotos Pinterest (que tem várias fotos da segunda guerra mundial, um acervo considerável e com descrição nas fotos):
Esta imagem é a imagem de uma certidão/certificado húngara ("Bizonyítvány") de 3 de abril de 1944 de uma escola de artesanato industrial marcado com o "Zs" em vermelho que é a inicial de "Zsidó" ("judeu"), de modo que a pessoa do certificado seria tratado de acordo com as leis de Nuremberg do governo fascista e da ocupação alemã.
O texto do site da Univ. de Minnesota:
Certificado emitido em abril de 1944 para alguém chamado Miklos Klein para estudos industriais. Observe o proeminente "Zs" impresso em vermelho representando o equivalente a "judeu" em húngaro para identificar todos os judeus em documentos oficiais húngaros. Este documento é de Budapeste, aparentemente da seção Dohany, onde a famosa Sinagoga de Dohany foi reaberta recentemente depois de muitos anos de reconstrução, e para a qual ambos os serviços postais, húngaros e israelenses, emitiram selos.

Fonte: Pinterest e site da Universidade de Minnesota
http://www.pinterest.com/pin/242279654927291494/
http://www.chgs.umn.edu/histories/documentary/documents/hungarian.html
Tradução: Roberto Lucena

domingo, 7 de dezembro de 2008

A respeito da punição ao réu Rudolf Hess

Traduzido à partir do link: http://www.derechos.org/nizkor/nuremberg/judgment/cap14.html

O Julgamento do Tribunal retrata de forma correta e adequada a posição proeminente que Rudolf Hess ocupava na liderança do partido nazista e no Estado. Ele era na verdade o confidente pessoal mais próximo de Adolf Hitler e sua autoridade era enorme. Neste contexto, é suficiente para citar o decreto de Hitler que nomeia Hess como seu adjunto: “Venho por este nomear Hess como meu adjunto e dou-lhe plenos poderes para tomar decisões em meu nome e em todas as questões da liderança do partido". (Transcrito [da sessão] da tarde do dia 7 de fevereiro de 1946)

Mas a autoridade de Hess não era confiada somente à liderança do partido:

Na publicação oficial do NSDAP "Livro do Partido para o ano 1941", o qual foi admitido como prova documental E.U.A. No. 255, PS 3163, afirma que: “...para além das funções de liderança do Partido, o adjunto do Führer tem grande alcance nos poderes do Estado. Estes são, primeiro: a participação na legislação nacional, incluindo a participação de ordens do Führer. O adjunto do Führer desta forma valida a concepção do Partido...segundo, Aprovação do adjunto do Führer em propostas de nomeações para os serviços oficial e de líderes de trabalho. Terceiro, que assegura a influência do Partido durante as unidades municipais do governo. "(Doc. E.U.A.-255, PS-3163.)

Hess era um suporte ativo na política agressiva de Hitler. Os crimes contra a paz cometidos por ele são tratados em detalhes no Julgamento. A missão empreendida por Hess em voar para a Inglaterra deve ser considerada como o último destes crimes, como o foi empreendido na esperança de facilitar a realização de agressão contra a União Soviética por imobilizar temporariamente a Inglaterra de lutar. O fracasso dessa missão levou Hess ao isolamento e ele não tomou parte direta no planejamento e posterior crimes cometidos pelo regime de Hitler. Não existem dúvidas, porém, que Hess fez todo o possível para a preparação destes crimes.

Hess, juntamente com Himmler, ocupava o papel de criador da organização policial fascismo alemão SS, que mais tarde cometeu o mais cruel dos crimes contra a Humanidade. O réu apontou claramente a “missão especial” que as formações das SS enfrentaram nos territórios ocupados.

Quando as Waffen SS estavam sendo formadas, Hess emitiu uma ordem especial através do qual fez parte a Chancelaria, auxiliando a conscrição dos membros do Partido e dos membros dessas organizações em todos os meios como parte obrigatória para os órgãos. Ele delineou as funções estabelecidas antes da Waffen-SS como segue:

"As unidades da Waffen-SS compostas por nacionais-socialistas são mais adequadas do que outras unidades armadas para as tarefas específicas a serem resolvidas nos territórios ocupados do Leste, devido ao treinamento intensivo no que se refere às questões de raça e nacionalidade." (GB-267, 3245-PS).

Logo em 1934 o réu iniciou uma proposta de que as chamadas SD do Reichsfuehrer SS (Serviço de Segurança) onde eram dados poderes extraordinários para assim tornar-se a força motriz na Alemanha nazista.

No dia 9 de junho de 1934, Hess emitiu um decreto, de acordo com o qual o "Serviço de Segurança do Reichsfuehrer SS", era declarado ser o "único órgão de notícias políticas e serviço de defesa do Partido". (GB-257.)

Assim, o réu teve um papel direto no âmbito da criação e consolidação do sistema de órgãos especiais da polícia que estavam sendo preparadas para o cometimento de crimes nos territórios ocupados.

Achamos que Hess sempre foi defensor da teoria da “raça superior”. Em um discurso proferido em 16 de janeiro de 1937, dizendo sobre o ensino da língua do povo alemão, Hess assinalou:

“assim, estão sendo instruídos a colocar os assuntos alemães acima de uma nação estrangeira, independentemente das suas posições ou sua origem. “ (GB-253, 3124-PS).

Hess assinou a chamada "Lei de Proteção do Sangue e Honra" em 15 de setembro de 1935. (E.U.A.-300, 3179-PS). O corpo desta lei dispõe que o “adjunto do Führer está autorizado a emitir todos os decretos e as diretivas necessárias” para a realização prática dos "decretos de Nuremberg."

Em 14 de novembro de 1935, uma portaria emitida por Hess sobre a cidadania do Reich, em conformidade com a lei que era negado aos judeus o direito de voto nas eleições ou que os mesmos ocupassem cargos públicos. (GB-258; 1417-PS). No dia 20 de maio de 1938, um decreto assinado pelo Hess extendeu as Leis de Nuremberg para a Áustria. (GB-259, 224-PS).

Em 12 outubro de 1939, Hess assinou um decreto criando a administração dos territórios poloneses ocupados (Reichsgesetzblatt N-210, 1939, p. 2077). O Artigo 2 deste decreto concedia ao réu [Hans] Frank poderes de ditador. Não há provas suficientemente convincentes que demonstrem que esse réu não limitou esta diretiva geral que introduzidas no território polonês ocupado, criou um regime de terror desenfreado. Tal como é mostrado na carta do Reichsminister da Justiça para o Chefe da Chancelaria do Reich datada de 17 de abril de 1941, Hess iniciou em especial a formação das "leis penais" para os poloneses e os judeus nos territórios ocupados do Leste. O papel deste réu na elaboração destas "leis" é caracterizado pelo Ministro da Justiça, nos seguintes termos:

“De acordo com o parecer do adjunto do Führer eu comecei a partir do ponto de vista de que o pólo é menos suscetível à imposição de castigo normal (...) Sob estas novas formas de punição os prisioneiros estão sendo alojados e aprisionados em campos de refugiados e estão fazendo trabalhos forçados pesados e mais pesados ( ...) A introdução dos castigos corporais que o adjunto do Führer trouxe à discussão não foi incluída no projeto. Não posso concordar com este tipo de punição (...)O processo para fazer cumprir a perseguição foi revogado, para ele parecia intolerável que os judeus ou os poloneses deveriam ser capazes de instigar uma acusação pública. Poloneses e judeus também estão privados do direito de processar em seus próprios nomes ou aderir a uma no Ministério Público(...)Desde o início era destinado a intensificar um tratamento especial, em caso de necessidade: Quando essa necessidade se tornou um decreto verdadeiro emitido, para que o adjunto do Führer refira na sua carta ...."( GB-268, R-96.)

Assim, não pode haver dúvida de que Hess, juntamente com os outras grandes criminosos de guerra é culpado de crimes contra humanidade.

Levando em consideração que entre os dirigentes políticos da Alemanha hitlerista, Hess foi a terceira em importância e desempenhou um papel decisivo nos crimes do regime nazistas.

Eu considero justificada a sentença e no seu caso poderia ser a morte.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 49

Trivialização das Leis Anti-judaicas

49. Quais eram as princípais disposições das "leis de Nuremberg" alemães de 1935?

O IHR diz:

Leis contra os matrimônios mistos e as reações sexuais entre alemães e judeus, similares as leis que existem atualmente em Israel.

Nizkor responde:

Mais mentiras anti-semitas e mais relativismo moral. Não existem leis deste tipo em Israel (ainda que o número de matrimônios mistos seja pequeno).

As leis de Nuremberg não só proibiam as relações sexuais entre alemães e judeus, castigavam-nos com a pena de morte. (Ainda que a pena estabelecida era de cárcere ou trabalhos forçados - ou ambas as coisas - alguns judeus foram executados por manter relações sexuais com alemães. Inclusive ao ser surpreendido beijando ou acariciando era razão suficiente para aplicar a pena de morte).

As Leis de Nuremberg de 1935 alteraram muitas coisas, à parte das relações pessoais. Mais adiante, nesse mesmo ano, promulgou-se um decreto baseado em uma das leis de Nuremberg (ver Hilberg, "Documents of Destruction", 1971, p. 20):

Com base no artigo 3 da Lei de Cidadania do Reich de 15 de setembro de 1935 (Gaceta Legal del Reich I, 1146), ordena-se o seguinte: ...
Artigo 4

1. Um judeu não pode ser considerado cidadão do Reich. Não pode votar em eleiçõs políticas; não pode ostentar um cargo público.

2. Todos os funcionários públicos judeus devem abandonar seu cargo no máximo em 31 de dezembro de 1935...


As leis posteriores foram muito menos sutis.

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Falece aos 100 anos o industrial alemão Karl Diehl que colaborou com o nazismo

Karl Diehl
Berlim, 20 jan. (EFECOM).- O industrial alemão Karl Diehl, que colaborou com o nazismo e fez uso de trabalhadores forçados e presos de campos de concentração em suas fábricas, faleceu este sábado com a idade de 100 anos, informou hoje sua empresa em um comunicado oficial.

"Era uma magnífica personalidade empresarial" e um exemplo de empresário patriota, assinalou numa nota necrológica o presidente do governo da Baviera, o social-cristão (CSU) Günther Beckstein, que em nenhum momento fez referência ao polêmico papel de Diehl durante o nacional-socialismo (nazismo).

O comunicado difundido por sua empresa sublinha que "Karl Dihel soube dirigir a herança de seus pais em tempos difíceis e a converter numa empresa familiar de grande sucesso", que hoje emprega 11.000 pessoas, com um volume de negócios de cerca de 2,2 bilhões de euros e se situa entre as firmas armamentistas mais importantes da Alemanha.

Contudo, Karl Diehl sempre se viu assombrado por seu passado, já que ingressou em 1933 no Partido Nacional-Socialista (NSDAP), coincidindo com a chegada de Adolf Hitler ao poder, e sua empresa teve caráter estratégico durante a Segunda Guerra Mundial ao produzir milhões de detonadores e cartuchos de munição.

Na época, suas fábricas fizeram uso de trabalho forçado, prisioneiros de guerra e presos de campos de concentração, em cujos terrenos chegou a montar feitorias para a produção de temporizadores, entre outros artigos.

Após o fim da guerra, alguns sobreviventes fizeram acusações graves de maus-tratos contra Diehl, ao relatar que os trabalhadores tinham as mãos marteladas quando paravam seu trabalho e só podiam ir ao banheiro duas vezes em jornadas trabalhistas exaustivas.

Diehl --que herdou a direção do grupo industrial de seu pai em 1938 e cedeu a mesma a seus três filhos homens --buscou após a guerra o diálogo com os sobreviventes e indenizou-os voluntariamente.

Para justificar sua colaboração com os nazistas, ele afirmou que não quis ver ameaçados sua empresa, família e trabalhadores durante a época do nazismo. Seu filho Werner chegou a viajar para Israel para pedir perdão pessoalmente em nome da família às suas vítimas.

O já lendário empresário alemão chegou inclusive a encarregar os historiadores Wolfgang Benz e Gregor Schöllgen de elaborar um amplo relatório sobre a história de sua empresa durante o período nazista.

Schöllgen chegou à conclusão que Diehl, "a mesma forma que a maioria dos empresários em sua situação, agiu pragmaticamente", enquanto Benz afirmou que os trabalhadores forçados foram mandados a ele pelos nazistas, mas que o industrial não teve culpa.

Com o fim da guerra, Karl Diehl conseguiu reconstruir seu grupo industrial, arruinado desde o colapso do nazismo, e trabalhou ininterruptamente para isso até há cinco anos, quando deixou seu cargo de dirigente do Conselho de Administração, apesar de ter continuado como presidente de honra até sua morte.

Além disso, o industrial era considerado um generoso mecenas que, entre outras coisas, criou uma fundação para ajudar os necessitados e ex-funcionários, além de apoiar economicamente vários projetos sociais e culturais, principalmente em sua cidade de Nuremberg, que em 1997 nomeou-o filho predileto.

Fonte: EFE/El Economista (Espanha)
http://www.eleconomista.es/empresas-finanzas/noticias/348113/01/08/Fallece-a-los-100-anos-industrial-aleman-Karl-Diehl-que-colaboro-con-nazismo.html
Título original: Fallece a los 100 años industrial alemán Karl Diehl que colaboró con nazismo
Tradução (a revisar): Roberto Lucena

domingo, 16 de setembro de 2007

Salvadores Alemães 2 - Else Blochwitz e Elisabeth Bussian

Else Blochwitz

"Else Blochwitz (nascida em 1899) vivia junto com sua amiga Margarete Dietrich num apartamento grande na rua Kürfürstendamm em Berlim. Já desde meados dos anos '20 era uma conhecida opositora ao regime nazi e manifestava seu protesto nas atividades públicas do NSDAP (Partido Nacional-Socialista Alemão). Ao ministério de propaganda nazi, chamou-lhe atenção a sua facilidade de se expressar e tratou de capturá-la para suas fileiras. Else recusou a proposta e por causa disso foi posta sob vigilância especial da Gestapo.

Depois das leis de Nuremberg (1935) se propôs a ajudar judeus: deu assistência a muitos para que emigrassem da Alemanha. Entre 1938 e 1941 acolheu temporariamente refugiados em sua casa. Ao se negar a expulsar de seu apartamento a sua inquilina e amiga judia Herta Arndt foi obrigada a pôr a estrela de David na porta de sua casa. A partir desse momento começou a receber "cartões de alimentação para judias", que correspondiam a uma dieta alimentar reduzida.

Finalmente não pode evitar que sua amiga Herta Arndt fosse deportada a Minsk em novembro de 1941.

O alcance total da atividade de apoio e das ações de resgate de Elsa Blochwitz e Margarete Dietrich é difícil de reconstituir. Muitos dos refugiados a quem elas lhes deram refúgio em suas casas, ou aos quem provinham com cartões de alimentação ou roupa, não sabiam os nomes reais destas mulheres duas mulheres, já que elas se apresentavam unicamente com o codinome de "Black". Por sua função de responsável dos refúgios contra os bombardeios aéreos, Elsa Blochwitz tinha conhecimento sobre sótãos sem uso que serviram de esconderijo. Além disso redigiu volantes opositores ao regime nazi que distribuía durante os ataques aéreos.

Finalizada a guerra Elsa Blochwitz sofreu, de acordo com seu próprio testemunho, uma "decaída pessoal e total". Logo depois da liberação, continuou compartilhando seu apartamento com Rita Grabowski, uma judia a quem alojava clandestinamente desde 1944."

Elisabeth Bussian

"Nascida em 1907, era filha de um lar social-democrata. Em 1930 se casou com o professor Walter Bussian. Com sua filha Renate viviam num bairro burguês de Berlim. Ao se agravar a discriminação e privação de direitos aos judeus, os Bussian apoiavam tanto a seus vizinhos judeus Martha Pietrowski com sua filha Käthe, assim como ao casal Amalie e Paul Ballo, facilitando-lhes alimentos e outras ajudas.

Em agosto de 1942 Martha Pietrowski foi deportada ao campo de concentração de Theresienstadt. Nos meses seguintes a filha dos Pietrowski e o casal Ballo também foram deportados, com o qual Elisabeth e Walter Bussian foram encontrar a advogada Anita Eisner - uma amiga de Käthe Pietrowski - e lhe manifestaram seu desejo de salvá-la da deportação iminente. Na noite de 3 de março de 1943 os Bussian foram a casa de Anita Eisner para ajudá-la a abandonar seu apartamento. Apenas haviam entrado, e a Gestapo golpeou a porta de Anita Eisner. O casal e a advogada conseguiram escapar pela escada traseira. Anita Eisner encontrou abrigo na casa dos Bussian, que continuaram a apoiá-la posteriormente em outros esconderijos.

Através de Anita Eisner, os Bussian conheceram Richard e Vally Wiener, que viviam em "Mischehe" (Casamento misto). Dado que seu matrimônio havia sido dissolvido forçosamente, Richard Wiener estava ameaçado de deportação imediata. Os Bussian o escondiam durante o dia e na casa deles ele podia se encontrar com sua esposa não judia.

Depois de um bombardeio em novembro de 1943, durante o qual seu apartamento foi destruído, Elisabeth Bussian foi viver no campo com sua filha. Walter Bussian - chamado às fileiras desde 1939 - esteve estacionado em Berlim entre 1942 e 1944.

Graças a ajuda dos Bussian, Richard Wiener e Anita Eisner conseguiram sobreviver."

Fonte: The International Raoul Wallenberg Foundation (website, seção em espanhol)
Else Blochwitz http://www.raoulwallenberg.net/es/salvadores/alemanes/rescate/else-blochwitz/
Link morto: http://www.raoulwallenberg.net/go/?50402
Elisabeth Bussian http://www.raoulwallenberg.net/es/salvadores/alemanes/rescate/elisabeth-bussian/
Link morto: http://www.raoulwallenberg.net/go/?50403
Título original: Salvadores Alemanes - Else Blochwitz y Elisabeth Bussian
Tradução: Roberto Lucena

Ver também:
Salvadores Alemães 3 - Os Daene e os Heller

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Os Ciganos e o Holocausto: Sinti e Roma

Sinti e Roma
Um grupo de prisioneiros romani, à espera de instruções de seus captores alemães, sentados em um espaço aberto próximo à cerca do Campo de Concentração de Belzec.

Foto: Archives of Mechanical Documentation, apud USHMM Photo Archives http://fcit.coedu.usf.edu/holocaust/people/victroma.htm

Romanis(genericamente mas incorretamente chamados de Ciganos) eram considerados pelos nazistas párias da sociedade. Durante a República de Weimar – o denominado governo alemão de 1918 a 1933 – leis anti-romani foram amplamente disseminadas. Estas leis exigiam que se reportassem às autoridades, proibiam a livre locomoção, e os enviaram para campos de trabalho forçado. Quando os nazistas assumiram o poder, estas leis permaneceram em vigor e foram aprofundadas. Sob as diretrizes da lei de esterilização de julho de 1933, muitos romanis foram esterilizados contra a vontade.

Em novembro de 1944, a “Lei contra Criminosos Perigosos Habituais” (Law Against Dangerous Habitual Criminals) foi aprovada. Cumprindo a lei, a polícia começou a prender romanis juntamente com outros considerados “associais”. Mendigos, errantes, os sem-teto, e alcoólatras foram presos e mandados para campos de concentração.

As leis raciais de Nuremberg, aprovadas em 15 de setembro de 1935, não mencionavam especificamente romanis, mas eles foram considerados, ao lado de judeus e “negros”, como parte de minorias “racialmente distintas” de “sangue estrangeiro”. Desta forma, foram-lhes proibidos casamentos com “Arianos”. Eles também foram destituídos de seus direitos civis.

No verão de 1938, um grande contingente romani proveniente da Alemanha e da Áustria foi detido e enviado para campos de concentração. Utilizavam como sinal de identificação triângulos pretos (destinados aos “associais”) e eventualmente a letra “Z”.

Da mesma forma que ocorrera com os judeus, o início da guerra em setembro de 1939 conflito encrudeceu a política nazista em relação grupo romani. Sua “recolonização para o Leste” e seu extermínio em massa encontraram seu paralelo na deportação e assassinato sistemático de judeus. É difícil estimar quantos romanis foram assassinados. A estimativa varia em torno de 220.000 a 500.000.

Fonte: Dr. William L. Shulman, A State of Terror: Germany 1933-1939. Bayside, New York: Holocaust Resource Center and Archives.
Site: http://fcit.coedu.usf.edu/holocaust/people/victroma.htm
Tradução: Marcelo Hiramatsu Azevedo

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