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sábado, 12 de março de 2011

Quem foi Oswald Pohl

Oswald Pohl em Nuremberg,
sentenciado à pena de morte
(1892-1951), chefe da principal secretaria econômico-administrativa das SS (Wirtschafts Verwaltungshauptamt, WVHA). Pohl entrou no Partido Nazista em 1926 e na SS em 1929. Seu talento como organizador chamou a atenção do chefe da SS Heinrich Himmler, que fez de Pohl chefe da principal secretaria de administração das SS em 1935.

Em 1939, Pohl foi nomeado diretor ministerial do Ministério do Interior. Nessa posição, ele rapidamente construiu empresas SS com a ajuda de apoiadores nazistas de várias indústrias alemãs. Em 1942 as atividades de Pohl foram reunidos sob um novo local: a WVHA, que foi responsável pela inspecção do campo de concentração, e dos projetos de trabalho de mais de 500.000 prisioneiros do campo de concentração, que às vezes eram escondidos para trabalhar para empresas alemãs. Este fez de Pohl um dos homens mais poderosos e proeminentes nas SS.

Pohl também trouxe a idéia de mandar de volta à Alemanha todos os pertences pessoais de judeus que foram gaseados - incluindo o cabelo, dentes de ouro, roupas, alianças e outras jóias etc - e usá-las ou transformá-las em dinheiro. Esta operação foi em toda parte a ênfase das SS para serem eficientes e financeiramente independentes de outros países. Depois da guerra, Pohl foi preso e condenado à morte. Ele foi executado em 1951.

Fonte: Shoah Resource Center (Yad Vashem)
http://www1.yadvashem.org/odot_pdf/Microsoft%20Word%20-%205731.pdf
Tradução: Roberto Lucena

quinta-feira, 22 de maio de 2008

A ideologia nacional-socialista (nazista)

Prof. Abraham Zylberman
As origens do Nacional-Socialismo.

"Origens da ideologia, síntese "Nação-social", racismo e anti-semitismo arraigados no povo, a política exterior, o conceito chave de "luta", Hitler como personificação do espírito do Povo. Sua habilidade para dar uma forma coerente a idéias díspares, e uma expressão política de massas.

O nacional-socialismo alemão tem suas raízes numa tradição intelectual e política nacional poderosa, que não se limita a simples herança científica ou filosófica de fins do século XIX(Darwin, Gobineau, Chamberlain, Nietzsche, Wagner). Numerosos temas que ressurgem no nacional-socialismo, animavam a vida política social alemã faz-se desde décadas.

A síntese "Nacional-social" se apóia sobre as duas correntes políticas principais do século XIX, o nacionalismo e o socialismo, que foram por muito tempo antagonistas. A idéia desta síntese foi formulada na Alemanha em fins de século por Adolf Stöcker e Friedrich Naumann. Sua influência política foi reduzida, mas a idéia se difundiu tanto entra a esquerda como na direita. A derrota e a crise alemã posterior a 1918 não fizeram mais que reforçar esta corrente. Levada esta idéia à prática, implicou numa mistificação pois nada teve a ver com o nacionalismo ou socialismo, tal como estes termos são entendidos. E sim parte das promessas não cumpridas do primitivo programa do Partido, redatado em 1920, que foram socialistas, e só tiveram valor como meio para ganhar o apoio das massas.

Várias são as explicações que se faz acerca do nacional-socialismo.

1. A crítica à democracia parlamentarista e a aspiração a um governo forte são produto da evolução econômica e política moderna. O liberalismo aparece como superado. Para fazer frente as novas tarefas interiores e exteriores, o Estado deve dispôr de meios mais amplos. O parlamentarismo não foi jamais aceito totalmente na Alemanha, nem sequer depois de 1918, e o vêem como produto da Revolução Francesa, imposto pelo estrangeiro vitorioso. Weimar é o regime da derrota, anti-nacional por essência e nascimento.

2. A idéia do «völkisch», o racismo e o anti-semitismo em fins do século XIX, a idéia da especificidade dos povos e das raças, e a de um laço estreito entre o povo(natureza) e sua civilização(cultura) conheceu uma grande expansão e não somente na Alemanha. A situação geopolítica da Alemanha na Europa, suas fronteiras móveis e sua recente unidade, contribuíram para necessidade de afirmar sua superioridade.

3. O anti-semitismo não é uma exclusividade da Rússia ou França. No plano político é na Áustria onde alcança seu desenvolvimento mais brilhante com Karl Lueger, intendente de Viena entre 1897 e 1919. Na Alemanha, apesar de que o intento de Stöcker fracassara rapidamente e de que os deputados anti-semitas no Reichstag não fossem mais que 16, a idéia impregnou a setores cada vez mais amplos da população (exército, professores, classes-médias rurais e urbanas). Uma poderosa imigração judaica em começos do século XX proveniente da Europa do leste e a concentração dos judeus em certos setores da vida nacional (bancos, comércio, profissões liberais, imprensa) não fizeram mais que exacerbar, em ocasião da crise, sentimentos já arraigados no povo alemão.

4. A política exterior: desde o tombo de Bismarck (1890), a Alemanha não cessou de reclamar seu «lugar ao sol», ou seja, terras para povoamento, fontes de matérias-primas, mercados para sua indústria, colônias em relação com seu dinanismo demográfico. A amputação de 10% de seu território e a perda das colônias em 1918 provocaram um profundo sentimento de frustração. O nacional-socialismo não será neste aspecto senão o eco sonoro de uma reivindicação comum a imensa maioria dos alemães.

A manifestação de todas estas aspirações será projetada quando o nacional-socialismo se expressar através de Adolf Hitler e seu partido, o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães(NSDAP).

Em 1925 o NSDAP que não era mais que um grupo pequeno minado por divergências e rivalidades, reconstruiu-se. Se implanta primeiro na Alemanha média e setentrional, e sua fisionomia mudava por completo: o pequeno partido fascista bávaro se converte num movimento de massas alemão, que pronto abarca todas as regiões e todas as camadas sociais do país. Com freqüência deve conquistar pela força a liberdade de expressar-se nos bastiões ocupados pela esquerda. Sua propaganda, as demonstrações de poderio das SA, a novidade de seu programa e de seu estilo, os erros de seus adversários e o cansaço da opinião pública, asseguram êxito após êxito. Em julho de 1932 o NSDAP se torna o primeiro partido no Reichstag. Com os comunistas, tem a maioria absoluta. Os chanceleres Papen e Schleicher devem governar sem parlamento. O sistema político weimariano está morto. De agora em diante, nenhum governo será possível sem os nacional-socialistas. Em 30 de janeiro, Adolf Hitler se torna Chanceler do Reich.

O nazismo não estava baseado num conjunto de normas razoadas e coerentes como ocorre em outras ideologias. E tampoco as opiniões dos líderes nazis ofereceram um programa detalhado da política a seguir uma vez no poder. A Weltanshauung de Hitler, a atitude frente à vida, se move num contexto de conflito. Sua obra escrita, Mein Kampf, significa Minha Luta, e luta é uma palavra a qual se recorre uma e outra vez nos discursos do líder nazi: “Toda a obra da natureza é como uma luta entre a força e a debilidade. Os Estados que violam esta lei elementar, sucumbem”. Hitler considerava esta luta como a base de tudo o que fora alcançado pelo homem e sem ela, os indivíduos nunca conseguiriam nada”.

O aspecto mais característico da Weltanschauung era sua insistência na raça e na interpretação histórica de Rosenberg, o ideólogo do partido, que estava estruturada a partir de categorias de luta interracial. A luta que Rosenberg havia acreditado perceber ao longo da história, havia tido lugar entre a super-raça nórdica ou ária e outras raças menores da humanidade. A palavra “raça” utilizada sem um significado biológico preciso, e a pretensão de descender de uma pretendida raça superior ária, tem talvez origem no conde Gobineau. O conde Gobineau em seu “Ensaio da Desigualdade das raças humanas” havia sustentado a idéia, em meados do século XIX, para dar suporte a aristrocracia contra a democracia. Em princípios do século XX, Chamberlain, um inglês casado com a filha de Richard Wagner e que adotou a nacionalidade alemã, popularizou o mito ário numa obra pseudo-científica, “Os fundamentos do século XIX”. A vital contribuição de Chamberlain consistiu em elevar o existente culto ao germanismo a reivindicações de superioridade nacional. Gobineau havia afirmado a superioridade de uma classe social; Chamberlain a superioridade de um povo sobre o resto do gênero humano.

Rosenberg sustentava que a raça ária provinha do norte da Europa, de onde se havia expandido ao Egito, Pérsia, Índia, Grécia e Roma. Esta raça, a única apta para criar cultura, havia remodelado as antigas civilizações que floresciam naquelas áreas. O colapso destas civilizações, sustentava, havia obedecido a degeneração provocada pela mescla de ários com raças inferiores. A filosofia na qual se baseava esta compreensão da história torna-lhe a estar inatacável desde a visão do autor. Para ele, todas as faculdades morais e mentais eram raciais, pelo o que os ários conheciam intuitivamente qual era sua verdade essencial.

“Pensamos com nosso sangue” era a resposta a qualquer argumento convincente de crítica analítica. Rosenberg caracterizava “sua” raça ária como loira, de olhos azuis, alta e de crânio alongado. Entre suas características pessoais incluía a honra, o valor, o amor à liberdade e seu espírito de investigação científica. A anti-raça e grande parte da causa do que, para Rosenberg, era “degenerado”, era a raça judia. A inumana perseguição dos judeus por parte dos nazis estava firmemente baseada em sua atitude ante à vida. O fato de que foram capazes de pregar um anti-semitismo tão aberto antes de sua ascensão ao poder, indica quão arraigado estava este prejuízo social na Europa central. Nesta concepção racial, os ários constituíam uma parte da nação alemã e sua missão estava em formar uma elite com uma função de fazer extensiva sua weltanschauung à nação, dando-lhe assim um caráter ário. Este mítico conceito justificava o direito dos nazis em dirigir os alemães e o dos alemães em dirigirem os eslavos. Isto implicava, assim mesmo, que não houvesse igualdade de raças ou indivíduos humanos, que para Hitler era uma norma natural inquebrantável.

De aceitar a compreensão da história como uma luta entre raças à exaltação do Volk, só havia um passo. Este mito constituía o núcleo da ideologia de Hitler. Era de importância essencial, para ele, “localizar adequadamente o Volk; o estado era um organismo artificial, destinado a preservar o Volk mais que a nenhuma outra coisa”. Assim foi como se justificaram os primeiros ataques nazis à República de Weimar, que foi acusada de não proteger o Volk. Esta situação axial do Volk, determinava assim mesmo a função principal do Partido e justificava a subordinação dos desejos e liberdades individuais a seu serviço. Hitler sustentava que os verdadeiros interesses do Volk não podiam ser alcançados através de formas democráticas de governo.

As votações secretas, as decisões da maioria e outros procesos semelhantes, debilitavam as responsabilidades do indivíduo frente ao Volk, destruindo as heróicas qualidades da raça ária.

Hitler tomou como modelo a organização militar tradicional. Daí ele desenvolveu do seu Führerprinzip, “princípio da liderança”, que foi aplicado pela primeira vez à organização do Partido e depois de 1933, ao governo do Estado. Dizia a respeito que “o funcionário no cargo escuta as distintas expressões de opinião e logo, por sua parte, outorga sua decisão. Não cabe decisão possível na qual um homem não assuma responsabilidade. Este é um princípio que guia nosso movimento”. Nos termos do estudo clássico da fonte da autoridade feito por Max Weber, Hitler teria sido descrito como um líder “carismático”. Esta qualidade consiste em que possui aparentemente qualidades “sobrenaturais ou sobre-humanas ou pelo menos, especificamente fora do comum”, que o façam aparecer como um emissário de Deus, ou um Líder predestinado. Mas apesar dele, Hitler não pode haver chegado jamais ao poder sem seus seguidores que fizeram o trabalho preparatório, “de manipulação”, quando os opositores foram aterrorizados e silenciados, as decisões tomadas antes das reuniões que supostamente deviam adotá-las e se simulava a uninamidade pela combinação de terror, intriga e teatralidade, onde o Líder surge gradualmente como infalível e invencível.

Teoricamente o Führer era a personificação do espírito do Volk, espírito que podia estar adormecido ou ser ignorado durante séculos, mas que ocasionalmente podia se manifestar na pessoa de seu líder. O Führerprinzip pegava a idéia de Hitler de que os grandes acontecimentos e realizações da história eram obra de grandes homens, ainda que em determinadas circunstâncias cabia atribui-las além disso, a um grupo aristocrático ou elite.

No contexto nazi, o papel da elite correspondia ao Partido, um organismo eleito, disciplinado e com funções específicas. Servia de vínculo entre o Führer e o Volk, o que permitiu a Hitler negar, ao menos para sua própria satisfação, que fôra um ditador. Mas uma vez feito com o poder, o Partido é transformado de uma instituição hierárquica dotada de vida política, em um bando de seguidores obedientes e incondicionais. O Estado estava subordinado ao Partido, ainda que ambos existiam para executar a vontade do Volk. Em virtude de que o Führer não era só o chefe do Partido senão também a voz mística do Volk alemão, para Hitler lhe resultou fácil ascender a condição de Líder único, por sobre o Partido e o Estado. Hitler assumiu o título de Führer e chanceler do Reich depois da morte de Hindenburg em 1934, indicando assim que sua autoridade derivava de uma fonte distinta da Constituição. Na prática, isto significava mostrar que a autoridade do Führer derivava da “vontade unida do povo” e não provinha do Estado nem do Partido.

Unida à idéia de comunidade racial indo até a do Lebensraum ou espaço vital. Essa idéia foi elaborada a partir de idéias conhecidas na Europa há muito tempo e fundamentalmente pretendia uma Alemanha poderosa na Europa central e oriental, que se extenderia tanto o quanto permitisse o poder militar. Esta teoria estava baseada em grande parte no conceito de luta. Se mantinha a idéia de um processo natural de seleção que permitiria destruir o Estado débil ou não expansivo. Os Estados vigorosos realizariam sua expansão de um modo natural, pelo qual as fronteiras estáticas apenas teriam algum significado. Contudo, estes conceitos seriam usados, principalmente, como propaganda, para provocar nos alemães uma “consciência espacial”.

O razoamento mais eficaz presente na concepção do espaço vital, descansava na primazia do poder político sobre o econômico. O desenvolvimento econômico, sustentava Hitler, está baseado num controle político e ambos dependiam do poder militar. O espaço como tal carecia de importância, mas as amplas áreas contíguas à Alemanha, uma vez conquistadas e controladas eficazmente, proveriam as materias-primas e outras exigências econômicas em quantidades suficientes para converter a Alemania em auto-suficiente, fator vital para um estado de guerra ou de trégua armada. Os povos subjugados das regiões conquistadas estavam destinados a servir de meio à raça alemã para manter um alto standard(padrão)de vida, enquanto os seus próprios povos permaneceriam perpetuamente abaixo.

Onde reside a originalidade do nacional-socialismo? Na reivindicação do Lebensraum, já presente nos pangermanistas? Na organização dirigista da economia e da sociedade, preconizada pelos socialistas e ainda por certos conservadores? Na eliminação da luta de classes, que a maioria das forças políticas não marxistas consideravam almejável? Nas concepções raciais sobre a superioridade dos ários(arianos)sobre as outras raças? A originalidade reside em haver sabido dar-lhe uma forma coerente e dinâmica a todas essas idéias e no marco de uma crise geral, uma expressão política de massas.

BIBLIOGRAFIA
Drioton-Vandier. Los Fascismos. Fondo de Cultura Económica
Neumann Franz. Behemot. Fondo de Cultura Económica
Payne Stanley. El Fascismo. Alianza
Saborido, Jorge. Interpretaciones del fascismo. Nueva Visión.

Fonte: Fundación Memoria del Holocausto(Argentina)
http://www.fmh.org.ar/revista/16/laideo.htm
Texto original(espanhol): Prof. Abraham Zylberman
Tradução: Roberto Lucena

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Falece aos 100 anos o industrial alemão Karl Diehl que colaborou com o nazismo

Karl Diehl
Berlim, 20 jan. (EFECOM).- O industrial alemão Karl Diehl, que colaborou com o nazismo e fez uso de trabalhadores forçados e presos de campos de concentração em suas fábricas, faleceu este sábado com a idade de 100 anos, informou hoje sua empresa em um comunicado oficial.

"Era uma magnífica personalidade empresarial" e um exemplo de empresário patriota, assinalou numa nota necrológica o presidente do governo da Baviera, o social-cristão (CSU) Günther Beckstein, que em nenhum momento fez referência ao polêmico papel de Diehl durante o nacional-socialismo (nazismo).

O comunicado difundido por sua empresa sublinha que "Karl Dihel soube dirigir a herança de seus pais em tempos difíceis e a converter numa empresa familiar de grande sucesso", que hoje emprega 11.000 pessoas, com um volume de negócios de cerca de 2,2 bilhões de euros e se situa entre as firmas armamentistas mais importantes da Alemanha.

Contudo, Karl Diehl sempre se viu assombrado por seu passado, já que ingressou em 1933 no Partido Nacional-Socialista (NSDAP), coincidindo com a chegada de Adolf Hitler ao poder, e sua empresa teve caráter estratégico durante a Segunda Guerra Mundial ao produzir milhões de detonadores e cartuchos de munição.

Na época, suas fábricas fizeram uso de trabalho forçado, prisioneiros de guerra e presos de campos de concentração, em cujos terrenos chegou a montar feitorias para a produção de temporizadores, entre outros artigos.

Após o fim da guerra, alguns sobreviventes fizeram acusações graves de maus-tratos contra Diehl, ao relatar que os trabalhadores tinham as mãos marteladas quando paravam seu trabalho e só podiam ir ao banheiro duas vezes em jornadas trabalhistas exaustivas.

Diehl --que herdou a direção do grupo industrial de seu pai em 1938 e cedeu a mesma a seus três filhos homens --buscou após a guerra o diálogo com os sobreviventes e indenizou-os voluntariamente.

Para justificar sua colaboração com os nazistas, ele afirmou que não quis ver ameaçados sua empresa, família e trabalhadores durante a época do nazismo. Seu filho Werner chegou a viajar para Israel para pedir perdão pessoalmente em nome da família às suas vítimas.

O já lendário empresário alemão chegou inclusive a encarregar os historiadores Wolfgang Benz e Gregor Schöllgen de elaborar um amplo relatório sobre a história de sua empresa durante o período nazista.

Schöllgen chegou à conclusão que Diehl, "a mesma forma que a maioria dos empresários em sua situação, agiu pragmaticamente", enquanto Benz afirmou que os trabalhadores forçados foram mandados a ele pelos nazistas, mas que o industrial não teve culpa.

Com o fim da guerra, Karl Diehl conseguiu reconstruir seu grupo industrial, arruinado desde o colapso do nazismo, e trabalhou ininterruptamente para isso até há cinco anos, quando deixou seu cargo de dirigente do Conselho de Administração, apesar de ter continuado como presidente de honra até sua morte.

Além disso, o industrial era considerado um generoso mecenas que, entre outras coisas, criou uma fundação para ajudar os necessitados e ex-funcionários, além de apoiar economicamente vários projetos sociais e culturais, principalmente em sua cidade de Nuremberg, que em 1997 nomeou-o filho predileto.

Fonte: EFE/El Economista (Espanha)
http://www.eleconomista.es/empresas-finanzas/noticias/348113/01/08/Fallece-a-los-100-anos-industrial-aleman-Karl-Diehl-que-colaboro-con-nazismo.html
Título original: Fallece a los 100 años industrial alemán Karl Diehl que colaboró con nazismo
Tradução (a revisar): Roberto Lucena

Adolf Hitler fala sobre suas intenções em exterminar judeus

"Revisionistas"(negadores do Holocausto e/ou simpatizantes do nazismo/fascismo)costumam alegar em defesa do ditador da Alemanha no período nazista que nunca fora encontrada uma ordem escrita do ditador autorizando o extermínio de judeus, e que com isto se "prova" de forma contundente que Adolf Hitler nunca tivera intenção de exterminar judeus e outras minorias numa lógica macabra(sem documento = sem ordem de extermínio), como uma forma de acobertar suas reais intenções sobre o genocídio.

Para azar dos ditos "revisionistas" há testemunhos que relatam as intenções do ditador nazista sobre judeus como este documento datado de 1922 em que Hitler fala sobre aniquilação dos judeus, mais de dez anos antes mesmo de chegar ao poder daquele país e instaurar uma ditadura sangüinária que acarretaria na destruição da Alemanha e em sua posterior divisão por décadas como de praticamente quase toda a Europa.

Roberto
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Hitler fala em extermínio
Entrevista de Hitler a Joseph Hell, em 1922

Em 1922, Joseph Hell perguntou a Hitler, "O que você gostaria de fazer com os judeus assim que tivesse plenos poderes discricionários?" (1) Hitler, que até então havia falado calmamente e com palavras medidas, sofreu uma transformação total:

"Seus olhos não mais me viam, mas em vez disso passaram por mim e transportaram-se para o espaço vazio; sua explicação ficou cada vez mais fluente, até que ele caiu num tipo de espasmo que terminou com ele gritando, como se fosse para uma reunião pública inteira:

"Assim que eu realmente estiver no poder, minha primeira e mais importante tarefa será a aniquilação dos judeus. Tão logo eu tenha o poder de fazer isso, eu terei forcas construídas em fileiras - na Marienplatz em Munique, por exemplo, tantas quantas o tráfego permitir. Então os judeus serão enforcados indiscriminadamente, e eles continuarão pendurados até federem; eles ficarão pendurados lá tanto tempo quanto os princípios da higiene permitirem. Assim que eles tiverem sido desamarrados, o próximo lote será enforcado, e assim por diante da mesma maneira, até que o último judeu em Munique tiver sido exterminado. Outras cidades farão o mesmo, precisamente dessa maneira, até que toda a Alemanha tenha sido completamente limpa de judeus.'"

(1) Josef Hell, "Aufzeichnung," 1922, ZS 640, p. 5, Institut für Zeitgeschichte. O Major aposentado Josef Hell foi um jornalista nos anos 20, e no começo dos anos 30, tempo durante o qual ele também colaborou com o Dr. Fritz Gerlich, o editor do jornal semanal Der Gerade Weg.>>

Fleming, Gerald. Hitler and the Final Solution.Berkeley: University of California Press. 1984. p. 17

Traduzido por Marcelo Oliveira
Fonte(inglês): http://www.einsatzgruppenarchives.com/annihilation.html
Português: http://h-doc.vilabol.uol.com.br/hell.htm

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Intolerância virtual - Racismo e neonazismo na rede

Pesquisa aponta crescimento do número de páginas com temática neonazista na internet

(Valhalla88): Uma das 12,6 mil páginas da internet com temática neonazista, racista ou revisionista identificadas pela equipe da Unicamp. A página, denunciada e retirada do ar, hoje apresenta conteúdo anti-nazista.

Nos últimos anos, cresceu o número de páginas na internet, blogs e chats destinados à exaltação da superioridade da ‘raça’ ariana e à disseminação do ódio a outras etnias e grupos sociais, como homossexuais e judeus. Uma análise detalhada do discurso ideológico presente em páginas virtuais neonazistas, feita por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mostra como elas conseguem conquistar cada vez mais simpatizantes.

O estudo, fruto da tese de mestrado da antropóloga Adriana Dias no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, identificou quem são os neonazistas na internet, como eles operam na rede e em que páginas se encontram. Segundo a pesquisadora, há na internet mais de doze mil páginas e aproximadamente 200 comunidades no Orkut (uma página virtual de relacionamentos) associadas a temáticas racistas, neonazistas e revisionistas (que negam a existência do holocausto na Segunda Guerra Mundial).

Para a pesquisa, Dias selecionou as páginas virtuais mais acessadas, com maior visibilidade e que estão disponíveis em inglês, português e espanhol. Segundo ela, um dos maiores desafios foi driblar as estratégias usadas para dificultar a identificação imediata do conteúdo.

“Os sites racistas são em geral muito densos, tanto em hipertextualidade (há páginas com mais de 500 links), como no uso de multimídia (ícones, vídeos e imagens ocupam dezenas de bytes). Há muito mais links internos do que externos, o que dificulta a localização de grande parte do conteúdo, geralmente de caráter mais agressivo, por meio de motores de busca”, explica Dias. Para superar esse obstáculo, ela usou em sua pesquisa uma ferramenta de análise de tráfego que permite identificar links mais internos e páginas de difícil acesso.

Rede de articulação

O aumento significativo no número de páginas virtuais neonazistas mostra que a internet é uma das grandes facilitadoras da comunicação e articulação entre os diversos grupos ou ativistas de movimentos desse tipo. Ela possibilita a formação de uma rede de apoio entre eles e ainda confere o anonimato necessário para que seus integrantes e suas ações não sejam identificados. Segundo Dias, além de irradiar idéias racistas, neonazistas e revisionistas, a internet faz com que a cada dia esses movimentos conquistem mais adeptos, principalmente entre os jovens.

A pesquisadora ressalta que esses grupos constroem ou se apropriam de discursos para validar suas visões e suas ações. Um deles é o discurso genômico, que afirma que os indivíduos pertencentes à ‘raça ariana’ possuem genes superiores e foram escolhidos por Deus para promover o desenvolvimento da humanidade e hierarquizar o mundo.

(National Alliance): A página norte-americana National Alliance, que se preocupa com a atuação política na luta pelos ‘direitos brancos’, exibe a imagem do deus nórdico Thor, mito apropriado pelo movimento nazista para legitimar a 'raça' ariana.

Em outra vertente, há o discurso mitológico, que se apropria de mitos já existentes, como o de Thor (deus da mitologia germânica), o da suástica e o da runa algiz (letra do alfabeto nórdico), e cria outros, como o do sangue ariano, para dar força à ideologia nazista. “O deus nórdico Thor é apontado como o responsável pela legitimação da 'raça ariana', a suástica é usada como símbolo da identidade ariana e da pureza racial e a runa algiz é utilizada para a proteção da família”, explica Dias.

Segundo a antropóloga, no mito do sangue ariano estaria a chave para compreender os mitos criados para defender a superioridade biológica, psíquica, cultural e espiritual da ‘raça’ ariana sobre outros povos. É ainda esse mito do sangue o responsável pela suposta conexão transcendental entre os membros da ‘raça’ ariana, que os faz desprezar o conceito de nação. “Para eles, a raça é a nação.”

A análise evidenciou as diferentes abordagens existentes entre os grupos neonazistas. Uma das mais correntes é a de que a raça ariana estaria ameaçada pela mistura racial. “Esses grupos têm uma ideologia de ódio ao outro, ao não ariano, principalmente a negros e judeus. O discurso adquire um tom religioso e messiânico, em que a raça ariana precisa ser preservada a todo custo”, afirma Dias.

Após o estudo, muitas páginas virtuais de conteúdo neonazista foram denunciadas e até retiradas do ar. A antropóloga alerta que a única forma de combater a formação do pensamento racista e discriminatório é a construção de uma educação conscientizadora que desmitifique o conceito de raça e pregue a solidariedade entre os povos.

Rachel Rimas
Fonte: Ciência Hoje On-line(08/01/2008)
http://cienciahoje.uol.com.br/109282

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