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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Carnavalesco da Grande Rio critica "Holocausto" da Viradouro

Breve comentário sobre a matéria que reporta uma crítica de outro carnavalesco que teve parentes mortos no Holocausto.

Notícia do dia 25 de Janeiro, mas que merece ser destacada por conta da leviandade do carnavalesco da Escola de Samba Viradouro e do seu pouco caso com a questão dos direitos humanos, num país como o Brasil onde há forte violação dos direitos humanos, ao tentar, por puro capricho, pôr um carro alegórico com 'formato' de cadáveres das vítimas do Holocausto com um figurante no papel do ditador nazista Adolf Hitler na ala em pleno desfile que é transmitido para o mundo inteiro, apenas para preenchimento de um enredo sobre "arrepio". A banalização do genocídio com a caracterização proposta pela escola, que felizmente foi vetada poupando o público do espetáculo deste espetáculo grotesco, foi total.

Carnavalesco da Grande Rio critica "Holocausto" da Viradouro
Raphael Azevedo

Holocausto no samba, guerra na Avenida. O carnavalesco da Grande Rio, Roberto Szaniecki, criticou duramente o colega Paulo Barros, que vai mostrar a matança de judeus no desfile sobre o arrepio na Viradouro.

"Fiquei profundamente incomodado e acho uma apelação essa figura (Paulo Barros) mostrar isso na Avenida. Não tem contexto e muito menos defesa dentro do enredo", disse Szaniecki, polonês e de família judia.

"É uma falta de sensibilidade. A transmissão do desfile chega à Europa. Eles irão ver isso. Não tive meus avós por causa do Holocausto", desabafou.

A Federação Israelita do Rio também manifestara preocupação. Carro alegórico faz referência à morte de seis milhões de judeus na 2ª Guerra. Trará pilhas de corpos e caveiras em alto-relevo. Procurado, Paulo Barros não quis se manifestar.

Fonte: O Dia/Terra(Brasil, 25 de janeiro de 2008)
http://carnaval2008.terra.com.br/interna/0,,OI2271514-EI10735,00.html

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Holocausto da Viradouro incomoda Federação Israelita

Uma montanha de corpos que mais parecem esqueletos, nus e empilhados. A representação do Holocausto, o extermínio de 6 milhões de judeus pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, vai contrastar com a alegria dos foliões no desfile da Viradouro, no Rio.

A boa intenção do carnavalesco Paulo Barros, autor do enredo "É de arrepiar", é protestar contra uma das maiores atrocidades cometidas pelo Homem. O contexto em que o manifesto se insere, porém, é visto como inadequado pela Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (Fierj).

Há cerca de dois meses, Paulo e o presidente da agremiação Marco Lira, procuraram o presidente da Fierj, Sergio Niskier, para conversar sobre a alegoria. Na reunião, definida por Niskier como saudável e positiva, ficou claro para a entidade que a obra não carrega traços de preconceito. Mas Niskier teme que o público não entenda tão bem a mensagem.

"Percebemos a intenção correta de utilizar o espaço fantástico de divulgação do Carnaval para fazer uma denúncia da violência. Mas julgamos inadequada a mistura do Holocausto no contexto do desfile. Não seria percebido pela população da forma que o Holocausto precisa ser", afirma Niskier.

O erro de interpretação ocorre antes mesmo de a alegoria chegar à Avenida. A foto do carro foi divulgada na Internet e seguiu-se uma longa discussão sobre a imagem do "acidente da TAM" no desfile. Paulo sempre insere no seu Carnaval uma alegoria voltada para o seu trabalho como artista plástico. O deste ano é o carro do Holocausto. Ele lamenta a falta de sensibilidade das pessoas.

"O acidente da TAM está totalmente fora do enredo e eu não seria irresponsável de tocar nesse assunto. O carro se baseia num acontecimento histórico. É o arrepio que a gente não quer mais ter. A forma é extremamente expressiva. Não é para ferir, mas para lembrar que o Holocausto não pode voltar a acontecer", diz.

É a única alegoria em que não há teatralização, nem uma pessoa sambará ali. Ela é seguida por alas que mostram as barbáries cometidas pelo Homem ao ceifar a vida. Paulo espera divertir o público com fantasias sobre degolados e enforcados.

A abertura do desfile vem em tom bem mais leve e descontraído. O público vai se arrepiar de frio com a geleira que a escola montará horas antes da apresentação. O abre-alas traz pista de esqui de 20 metros de comprimento coberta com 26 toneladas de gelo triturado. Esquiadores descerão 9 metros de altura e respingarão gelo no público. A geleira vai refrescar um pouco a ala de pingüins de quase dois metros.

Fonte: O Dia/Terra(Sexta, 18 de janeiro de 2008)
http://carnaval2008.terra.com.br/interna/0,,OI2245849-EI10735,00.html

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