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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Homenagem póstuma a Harry W. Mazal (1937-2011)

Como o Leo bem observou, só deu pra ficar a par do falecimento de Harry Mazal ao ler um dos posts recentes do Holocaust Controversies com uma dedicatória a ele. Fica aqui o agradecimento e reconhecimento à sua dedicação frente ao site The Holocaust History Project e à Mazal Library, como também pelo seu combate ao negacionismo do Holocausto. Descanse em paz.

Harry W. Mazal (10 de maio de 1937 - 22 de agosto de 2011)

Ele criou uma biblioteca amplamente usada em San Antonio
In Memory of Harry W. Mazal

terça-feira, 12 de maio de 2009

Respostas Técnicas e Históricas às Declarações do Bispo Richard Williamson a Respeito do Holocausto - Parte 4

EPÍLOGO

O Bispo Williamson fez referência ao livro de Jean-Claude Pressac, intitulado Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers como fonte de consulta para determinar se o Holocausto ocorreu ou não. Como este é um livro extremamente raro e caro, nós temos um link direto para ele: http://www.holocaust-history.org/auschwitz/pressac/technique-and-operation/

Lá ele poderá ler tanto a cópia scanner como uma versão HTML do livro. Enquanto que no site ele também poderá ler sobre os Einsatzgruppen, que foram responsáveis pelos assassinatos a tiros de cerca de 1,5 milhões de homens, mulheres e crianças judias: http://www.holocaust-history.org/intro-einsatz/

DANOS IRREVERSÍVEIS

Mesmo que o Bispo Richard Williamson retrate suas declarações sobre o Holocausto em uma gravação de vídeo, ele abriu uma verdadeira Caixa de Pandora do mal. A sua odiosa e desonesta entrevista foi copiada para milhares de sites na Internet, onde irão continuar a atacar a verdade e atormentar as vítimas do Holocausto. Essa divulgação da sua entrevista na televisão, infelizmente, será dada uma grande credibilidade, por se tratar de um sacerdote Católico Romano, ou melhor, um Bispo Católico Romano que proferiu estas palavras em um fórum público.

Isso é coisa para um membro da National Alliance, ou da Ku Klux Klan, ou um grupo neonazista, ou qualquer uma das organizações de propagação de ódio, ódio aos judeus e de negadores do Holocausto. É uma coisa muito diferente para um Bispo altamente considerado e respeitado pela Igreja Católica Romana a endossar ódio – muito ódio – e falsidades.

É sugerido respeitosamente ao Bispo Williamson que considere as conseqüências a uma pessoa do seu porte e categoria se orientar por falsos testemunhos.

Harry W. Mazal OBE
The Holocaust History Project, Inc.,
14427 Brook Hollow Boulevard, Suite 281
San Antonio, TX, 78216
USA
http://www.holocaust-history.org
http://www.mazal.org

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quinta-feira, 7 de maio de 2009

Respostas Técnicas e Históricas às declarações do Bispo Richard Williamson a Respeito do Holocausto - Parte 3

Bispo Williamson: Porque o gás cianeto é muito perigoso...se você...vamos supor que você colocou gás em uma câmara de gás lotada com 300 pessoas, e que eles, eles estão todos vestindo roupas, por exemplo, se eles estão vestidos com roupas é muito perigoso ir para retirar os corpos, porque um pouco de gás está preso na roupa e isso irá matar a pessoa. Ele é extremamente perigoso. Para...uma vez que você gaseou pessoas você tem que se livrar de...para evacuar o gás para poder entrar na câmara e usá-la.

Análise: É uma surpresa que um graduado pela Universidade de Cambridge na Grã-Bretanha seja tão desinformado sobre a Lei dos Gases. Para entrarem nesta prestigiada universidade, os alunos precisam ter uma pontuação elevada Nível-A nos exames. Este lugar tem uma grande importância sobre, entre outras coisas, os conhecimentos de química, física, matemática e história. Presumivelmente o Bispo Williamson tem pelo menos um nível-O de conhecimento nestes assuntos.

Embora seja verdade que o cianeto de hidrogênio (HCN) é um gás altamente venenoso. Também é verdade que segue todas as leis da física relativas aos gases. Cianeto de hidrogênio tem um peso molecular muito baixo (27.02), uma elevada pressão de vapor de 630mm Hg a 20o C, e uma baixa densidade de .90 (ou seja, mais leve que o ar). De acordo com a leis dos gases, ele dispersa quase que instantaneamente quando liberado em local fechado. A concentração será uniforme em todos os sentidos de qualquer espaço onde ele é liberado dentro de segundos. Roupas são porosas ao gás. Segundo a Lei de Difusão de Graham (ou efusão):

Gases sem nenhuma mudança de pressão, tanto em difusão quanto em todas as direções à partir de uma concentração inicial, espalham-se através de pequenos orifícios circulares em mistura a uma taxa que é inversamente proporcional à raiz quadrada da fórmula de peso das partículas de gás.


Foi simplesmente citado que a concentração de HCN seria exatamente a mesma, no espaço vazio ou espaço fechado, como seria nas roupas (se é que foram vestindo roupas) dos pobres coitados que estavam dentro daquele espaço. Os pequenos orifícios no tecido (espaços entre o material dos tecidos) asseguram que a concentração dentro ou fora dos tecidos seja exatamente a mesma. Isso significa que se o nível de gás nas câmaras de gás foi suficientemente seguro para as pessoas que entravam para remover os corpos, qualquer que seja “o gás que estivesse preso nas roupas”, também seria suficiente seguro. No caso dos crematórios 2 e 3, as câmaras de gás eram equipadas com poderosos sistemas de ventilação a fim de reduzir a concentração de gás no interior da câmara (e nas roupas) para garantir um nível seguro dentro de meia hora. Os crematórios 4 e 5 estavam acima do solo. Bastava abrir as portas das câmaras de gás para permitir que o gás dispersasse na atmosfera a uma taxa muito alta:

Em suas memórias Hoess disse que as portas das câmaras de gás, presumivelmente para os industrialmente eficazes Kremas II a V de Birkenau, poderiam ser abertas cerca de meia hora depois que o processo de ventilação tinha terminado. Um artigo de Richard Green e Jamie McCarthy apresenta um modelo matemático de dissipação do gás depois da ventilação, sendo consistente com as declarações de Hoess.

http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/not-the-science/

Tudo acima é discutível, naturalmente, uma vez que todas as descrições do processo de assassinato em Auschwitz-Birkenau (e em outros centros de assassinato empregando gás venenoso) descrevem que as roupas das vítimas eram removidas antes delas entrarem nas câmaras de gás, algo que o “especialista” Leuchter parece não ter encontrado.

Bispo Williamson: Para evacuar o gás é necessário uma grande chaminé, se a chaminé é muito baixa, o gás vai para o passeio e mata quem estiver caminhando por ele. Você precisa de uma chaminé grande. Eu esqueci quão alto ele diz que deve ser. Se você...se existiu uma chaminé alta, então a sombra...na maior parte do dia...a sombra iria direcionar ao chão e os fotógrafos aéreos aliados que sobrevoarm ao longo dos campos teriam pego a sombra desta chaminé. Nunca teve qualquer sombra dessas. Nunca teve tal chaminé; que, de acordo com o testemunho de Fred Leuchter, não poderia ter tido câmaras de gás.

Análise: Não era necessário qualquer chaminé, alta ou baixa, para dissipar HCN à partir da câmara de gás. Conforme a Lei dos Gases mencionada acima, qualquer gás tipo HCN liberado na atmosfera iria dissipar imediatamente e de maneira uniforme, tornando parte da atmosfera terrestre. Essa qualidade intríseca do gás explica que a cada vez que tem uma lufada de ar fresco, é respirada uma minúscula porção a cada respiração, isso para qualquer pessoa (ou animal) que já foi vivo. E, de fato, o mesmo ocorre com qualquer outro gás foi uniformemente disseminado na atmosfera desde a criação da Terra.

Se isso fosse verdade – o que decididamente não é – quando o HCN é liberado para a atmosfera “o gás vai para o passeio e mata quem estiver caminhando por ele”, então o mesmo seria válido para quase todos os gases venenosos. Homens, mulheres e crianças (incluindo o Bispo) iriam cair como moscas simplesmente por caminhar ao lado de uma estrada com veículos automotores que produzem abundantes quantidades do gás monóxido de carbono. Não há relatos na literatura científica mostrando que o monóxido de carbono foi “para o passeio e matou qualquer um que estava andando”, e nem que qualquer veículo do mundo tenha “altas chaminés” ligadas aos canos de descarga. Ainda, a gasolina utilizada nos motores dos veículos produz monóxido de carbono aos montes, e coincidentemente tem muitas características semelhantes às do HCN. Produção de gás mortal ocorre a toda hora e em qualquer parte da Terra.

Monóxido de carbono (CO), tem peso molecular de 28.01, HCN de 27.03; ambos os gases são mais leves que o ar: CO=0,976; HCN=0,90; ambos os gases são extremamente tóxicos para os seres humanos. Como que qualquer gás flutua até o passeio e mata “qualquer pessoa (que) passeia por ele”, o Bispo Williamson (e naturalmente o Sr.Leuchter) fariam muito bem em ler um simples tutorial sobre o comportamento dos gases.

Talvez Leuchter e o Bispo Williamson estão confundindo as características físicas do HCN com os de um produto conhecido como “gás mostarda”. Para que conste, o gás mostarda não é na realidade um gás, mas um líquido denso e oleoso:

Gás mostarda é um líquido oleoso de cor âmbar claro, com um ligeiro odor de mostarda/alho. Não é propriamente combustível. Seus vapores são mais pesados que o ar, são muito tóxicos, e podem ser absorvidos através da pele. Os efeitos da exposição ao material incluem cegueira que pode ser demorada. A exposição prolongada do recipiente ao fogo ou calor intenso pode causar uma violenta ruptura e explodir. Gás mostarda também é conhecido como dichlorodiethyl sulfide
[ou iperita].

National Oceanic and Atmospheric Administration


Embora o gás mostarda possa parecer um “gás” ele não é regido pelas Leis dos Gases. In use it is a finely dispersed heavier-than-air liquid. Como todos os aerossóis é afetado pela gravidade (que não é gás) e tende a cair lentamente na terra. Evapora a 215,5o C, e é dispersado como um nevoeiro. J. Bebie, Manual of Explosives, Military Pyrotechnics and Chemical Warfare Agents (Boulder, CO: Paladin Press, 1942)

HCN foi de cerca de 1870 até o advento do DDT e Warfarin, a forma mais eficaz e barata para fumigar e matar insetos nocivos, ratos e outras pragas. HCN foi – e continua a ser – usado em armazéns, porões de navio, pomares, casas e etc, nenhum destes com altas chaminés para se livrar do gás. Algumas precauções simples, que ainda serão discutidas neste trabalho, asseguram que os operadores desse processo não ficavam em risco. http://www.chemtutor.com/gases.htm

Bispo Williamson: Ele olha para a porta e diz: “A porta tem que ser absolutamente hermética”, senão o gás escapa e mata as pessoas que estão lá fora. As portas de câmara de gás que são mostradas aos turistas em Auschwitz não absolutamente herméticas. Absolutamente.

Análise: “Absolutamente”? O Bispo está se referindo à câmara de gás do campo principal de Auschwitz. Esta construção é conhecida como Crematório I (Krema I), que foi adaptado pelo exército polonês como bunker. O primeiro grande gaseamento de judeus com Zyklon-B – um nome comercial para o HCN – aconteceu neste bunker. Quando as instalações de gaseamento e cremação ficaram disponíveis em Birkenau, a câmara de gás e o crematório foram desmantelados, juntamente com uma grande chaminé usada como escapamento de gases em combustão, não HCN, que era anexa ao crematório. Os buracos, que eram introduzidos os grânulos de Zyklon-B contendo o gás venenoso foram fechados, e a construção foi convertida em uma espécie de abrigo anti-bomba. Uma nova porta de entrada à prova de gás foi colocada na parede da câmara de gás. O teto da ex-câmara de gás foi utilizado pelos SS para atividades sociais, como bailes e jantares. A decisão de mudar as atividades homicidas de Birkenau foi em parte porque a câmara de gás original estava localizada no campo principal de Auschwitz, e poderia ser facilmente observada pelos detentos do campo.

O exército soviético libertou Auschwitz em Janeiro de 1945 e mostraram como a câmara de gás era utilizada. Alguns anos mais tarde, quando as autoridades decidiram transformar Auschwitz e Birkenau em memorial aos mortos, realizaram a reconstrução da câmara de gás de Auschwitz, os fornos crematórios e a grande chaminé. Na reconstrução da câmara de gás a porta da ex-câmara de gás abria para o exterior (referido anteriormente) foi mantida para permitir aos visitantes entrar e sair. É esta a porta que o Bispo Williamson e Leuchter estão se referindo. Agora foi incorporado à porta uma vidraça, permitindo que a luz entre na câmara de gás e para que as pessoas não se chocassem ao entrar e sair. A questão da vedação da porta da câmara de gás que para ele tem que ser “absolutamente hermética” é uma frívola peça de ficção promovida por Leuchter. Embora essas portas que foram construídas possam ser encontradas em Birkenau, métodos muito mais simples foram empregados em Birkenau e até mesmo em impermeabilização de edifícios, porões de navio, casas particulares, pomares onde o HCN foi utilizado como fumigante. Uma vez que o HCN é um gás excepcionalmente venenoso, possa aparecer a surpresa de que ele tenha sido usado livremente por profissionais e donas de casa muito antes, e na verdade, na Segunda Guerra Mundial, com a finalidade de destruir insetos, roedores e outros animais nocivos. Alguns exemplos abaixo:

De: Fumigation Methods, Willis G. Johnson, Orange Judd Company, 1902, P.8

Em 1898 eu fui o primeiro a sugerir a utilização do gás HCN como remédio para a destruição de insetos em moinhos, elevadores e armazéns. O sistema tem sido aperfeiçoado sob a minha direção, e está agora em uso geral, neste e em outros países. Em 1900 eu demonstrei que o gás poderia ser usado em edifícios com perfeito sucesso e segurança, mesmo em distritos densamente povoados de uma cidade, quando adequadamente tratado, para a destruição de certas pragas, incluindo ratos e camundongos. A fumigação de ruas e ferrovias para destruir percevejos e outros animais nocivos é normalmente praticada em muitos lugares.O gás também é empregado para livras casas de pragas indesejáveis, mas em tais casos, deve ser manuseado com muito cuidado.


De Henley’s Formulas for Home and Workshop (PP.419-420): Originalmente publicado como Henley’s Twentieth Century Formulas, Recipes and Process © 1907

O uso de Cianeto de Hidrogênio para Exterminar Insetos Domésticos. As recentes bem sucedidas aplicações de HCN para o extermínio de insetos que infectavam estufas de plantas têm sugerido a utilização do mesmo remédio para pragas domésticas. Hoje é fato estabelecido que 1 ½ grão de 98% de cianeto de potássio puro em espaço de um pé cúbico, se permitido permanecer por um período não inferior a 3 horas, mata todas as baratas e insetos similares.

[...]

Os materiais utilizados e o método de procedimento são os seguintes... uma vasilha de vidro ou vaso de cerâmica (não metálicos) de 2 a 4 galões de capacidade, para cada 5.000 metros cúbicos de espaço a ser fumigado.[...] Distribua os potes de acordo com o espaço, e amarre cada ponta do pote com uma corda para um ponto comum perto da saída da porta...apoiar o cabo acima do pote através da parte de trás de uma cadeira...em tal posição que, quando a carga de cianeto de potássio for segura, irá pendurar diretamente sobre o centro do pote...Próxima consideração...cerca de 17 onças de 98% de cianeto de potássio puro...enrolar e colocar em uma sacola de papel até o final do cabo sobre o pote...coloque um pouco mais de ¼ de água [no pote] e...adicione 1 ½ quartilho de ácido sulfúrico...Feche todas as aberturas por fora...de modo que possa usar pela força...para alcançar os insetos. Ver se todas as entradas estão fechadas ou protegidas para evitar a entrada de pessoas...sair do local segurando os cabos. O gás sairá em poucos minutos, e deve permanecer no local por pelo menos 3 horas.

[...]

Ao final do tempo necessário para a fumigação, as janelas e portas devem ser abertas à partir do exterior para permitir que o gás saia do local antes da entrada de alguém.

[...]

Este método será muito bem aplicado na limpeza de edifícios antigos e de navios.


Tendas usadas para a fumigação de edificações fechadas, como segue:

De: Fumigation of Citrus Trees, Farmer’s Bulletin 923, Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, Março de 1918

Em fevereiro de 1906, uma série de experimentos de fumigação foi iniciado para testar a difusão de HCN em casas, com o objetivo de determinar a rapidez com que este gás se difunde, tanto em casas vazias como em caixas...

A capa foi dobrada até o final e foi aberta usando uma corda e uma roldana no outro extremo. Foram fechadas com tiras de feltro...The Ohio Naturalist [Vol, VII, No. 5]




A fumigação de edificações com HCN para a destruição de pragas é uma das mais importantes no campo de controle de insetos. Nenhum outro gás conhecido destrói tão rapidamente a vida de insetos, ao mesmo tempo, tem uma vasta gama de utilidade. O seu primeiro uso como inseticida foi em 1886 pelo falecido D.W. Coquillett, um agente deste departamento, para controlar certos insetos em árvores cítricas na Califórnia.



Material para as tendas devem ser de fios dos mais apertados quanto possível, comparativamente leves, e de resistência suficiente para prevenir de chuva quando as árvores estiverem sendo molhadas. Tendas de corpos pesados não são apenas difíceis de se manipular mas elas quebram os compartimentos, amassam frutas, e, além disso, não se encaixarão tão perto do chão ao redor das árvores, e assim permitirão a escapada rápida do gás. Os materiais agora de uso mais comum para barracas de lona são os de 6-onças e 7-onças de perfuração especial, de 8-onças com dupla-haste, e 7-onças e 8-onças de haste especial de tenda militar. Uma especial, próxima de tecido (entrelaçado), de 8-onças do Exército dos EUA é recomendada como superior para qualquer outra de lona para tendas de fumigação, tanto porque é forte e durável e retém o gás muito melhor que as outras cobertas com pano.

Fumigation of Citrus Trees, Farmer’s Bulletin 923,
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, Março de 1918.


Abaixo alguns excertos de:

FUMIGATION METHODS
Willis G. Johnson
©1902
Orange Judd Company, New York


Notar um bom e simples gerador de HCN, no local onde a fumigação por HCN foi realizada, e os métodos utilizados para selas as fendas e aberturas externas. Apesar destes projetos primitivos, não foi documentado nenhum incidente em que trabalhadores perderam suas vidas enquanto fumigavam porões de navio, casa particulares, quartéis, silos, carros ferroviários, estufas e etc.


(pág.115)



A sacola com cianeto é colocada na estante e o gerador em A, ao final da tábua de deslizamento, B. Esta tábua é empurrada para baixo inclinando, C, e quando a tábua exterior é puxada para baixo e mantido no mesmo local por uma porta deslizante. A estante sobre a qual está o cianeto é colocado em um pivô, como mostrado na figura. 69 em D. Projetando para cima da haste, E, formando uma armadilha. Quando a caixa for jogada por sobre a capa até à estante é que o cianeto é virado e despejado no gerador. Este dispositivo é simples e barato.


Preparações necessárias: em fumigação de moinho, elevador, depósito ou outro recinto contendo grãos armazenados ou produtos manufaturados, várias outras coisas devem ser levadas em consideração.


[...]

A edificação deve estar praticamente vedada, fechando todas as fendas e aberturas externas. Isto pode ser feito melhor colando tiras de papel comum sob as
fissuras. Atenção especial deve ser dada às janelas e portas, e elas devem ser cuidadosamente fechadas antes do gás ser produzido.

(páginas 164//)



p.164


“Os parafusos-olho devem estar firmemente fixados e somente os de boa qualidade devem ser usados. Os sacos com cianeto deve estar completamente fechados e suspensos nos potes antes do ácido e a água serem colocados neles. Um pequeno gancho para o fio, conforme mostrado na figura, pode ser usado, mas uma corda amarrada firmemente ao redor do pescoço do jarro gera menos problemas e é mais seguro. A cada saco de cianeto de três libras usar a medida de 4 ½ libras de ácido sulfúrico líquido e 6 ¾ libras de água.

Carros e navios – Não raramente carros ferroviários, automóveis e navios são infestados com vermes de vários tipos. Esses recintos podem ser facilmente fumigados com HCN, seguindo as instruções dadas agora. Na África do Sul, algumas empresas ferroviárias acharam oportuno fumigar seus vagões de passageiros para mantê-los livres de percevejos e outras pragas. Muitas vezes, navios são infestados de baratas, pulgas, percevejos e etc. O gás pode ser utilizado em tais lugares com perfeito sucesso na destruição das pragas. De qualquer forma, no recinto a ser fumigado as mesmas precauções e métodos utilizados para a manipulação e geração do gás deverão ser observadas.

Habitações e armazéns – Este gás também pode ser utilizado com perfeita segurança nas mãos de um especialista em habitações ou armazéns infestados em estas pragas comuns em domicílios. Nesses casos, porém, muito cuidado deve ser tomado no manuseio do material, e ninguém deve permanecer dentro da casa durante o período de fumigação.”

[...]



Nenhum dos exemplos citados anteriormente relata o uso de altas chaminés, portas herméticas, olho-mágico, nem nenhuma precaução extraordinária e excessivamente dramática são tomadas quando se utilizam HCN para executar criminosos. Trabalhadores que empregaram este gás venenoso nos exemplos acima são vistos de pé ao lado de tendas semi-permeáveis feitas de pano, onde a concentração do gás venenoso teve um considerável excesso do que seria sido para matar seres humanos. O gás venenoso passava constantemente através do tecido. Não há provas, nem é fisicamente possível, que o HCN teria “ido ao passeio” (ou, neste caso o solo), em vez de dispersar instantaneamente na atmosfero, que é o que os gases fazem. Isso sugere que o HCN, embora altamente venenoso, poderia ter sido facilmente, e foi utilizado com um mínimo de garantias para exterminar seres humanos, mesmo em construções muito primitivas, como aliás acontece em Birkenau.

Além do mais:

As vedações das portas das câmaras de despiolhamento originais de Birkenau, onde altíssimas concentrações de HCN foram empregadas para desinfestar roupas, eram nada mais do que simples vedações feitas de feltro comum:



As portas fechadas com tiras de feltro vedando as câmaras eram suficientes para garantir que os operadores das instalações que estavam andando e trabalhando de imediato fora destas portas não fossem prejudicados, e muito menos, mortos.

Pergunta: O que você está dizendo agora, é que o Holocausto nunca ocorreu, não da forma como os historiadores dizem...

Bispo Williamson: Eu estou dizendo...estou dizendo aquilo que julgo ser a prova histórica de acordo com pessoas que observaram e analisaram a prova, eu acredito no que eles concluíram. Eles podem mudar a sua conclusão; me sinto prazeroso em seguir as suas conclusões, porque eu penso que eles julgaram pelas evidências. Eu acho que de 200 mil a 300 mil judeus pereceram em campos de concentração nazistas, mas nenhum, nenhum deles por câmara de gás.

Análise: O Bispo Williamson está aparentemente disposto a aceitar apenas as “evidências históricas” que foram produzidas pelos negadores do Holocausto. O seu aval aos propagadores da negação não é novo. Quando o Bispo Williamson foi o reitor da Sociedade de São Pio X no seminário de São Thomás de Aquino em Winona, Minnesota ele deu uma palestra em 1989 na Igreja de Notre-Dame-de-Lourdes em Sherbrooke no Canadá, quando passeava por Quebec. Entre outras coisas ele disse o seguinte:

"Nenhum judeu foi morto em câmaras de gás. Isso é uma mentira...os judeus inventaram o Holocausto para que ajoelhássemos diante deles e aceitar o seu Estado de Israel...os governos não tocam nos judeus, mas eles perseguem Zündel que luta pela verdade”.[8] O próprio Bispo foi apologista, afirmando que “A igreja está passando momentos ruins por causa dos protestantes, dos maçons, dos comunistas, dos meios de comunicação e dos judeus...Eu não acredito que 6 milhões de judeus foram mortos (no Holocausto), é uma impossibilidade física."[9]

[8] “La GRC NE porte pás d’accusation contre l’eveque Richard Williamson,” por Linda Baril, La Presse 15 abril 1989
[9]Ibid.Um ano mais tarde, na ordenação de treze novos sacerdotes Lefebvristas em Econe, Williamson elogiou o que chamou de “bonito racismo” de Lefebvre, que estava fazendo para “criar uma nova raça de sacerdotes”. (Agência France-Press, 30 de junho de 1990)


Quando uma queixa foi apresentada contra ele sob as leis canadenses de ódio, o RCMP constatou que não havia base legal para indiciar Williamson, pois ele “não estava incitando a violência”. Ele é mesmo um apologista.

Infelizmente, o Bispo Williamson parece ter um forte ressentimento contra os judeus. Ele promoveu a negação do Holocausto hà 20 anos. Ele ofereceu amizade ao negador David Irving e defendeu Ernst Zündel, um condenado por promover ódio, comprovadamente um distorcedor da verdade e renomado negador do Holocausto. Isso sugere que o Bispo está praticando uma agenda antissemita.

Pergunta: Se isso não é antissemitismo, o que é antissemitismo?

Bispo Williamson: Antissemitismo. Se antissemitismo é ruim, é contra a verdade; se algo é verdadeiro não é ruim. Eu não estou interessado na palavra antissemitismo, a palavra é muito perigosa...

Pergunta: O Bispo chamou você de Antissemi...

Bispo Williamson: O Bispo pode me chamar de dinossauro, ele pode me chamar de idiota, ele pode me chamar do que quiser. A questão não é me apelidar. Esta é uma questão de verdade histórica. A verdade histórica passa por provas e não pela emoção.

Análise: A verdade histórica é de fato ir “por evidências e não pela emoção”. O Bispo Williamson, no entanto, não fez qualquer tentativa para analisar as evidências históricas publicadas por centenas de sérios historiadores acadêmicos ( e nem o mínimo, o mesmo é Presidente do Departamento de História de sua alma mater; testemunhas do processo de extermínio; relatórios e diários de perpetradores; evidências fotográficas; evidência física dos campos; fotografias atuais e etc. Ele dependia exclusivamente das “provas” produzidas pelos desacreditados negadores do Holocausto, cujo único objetivo comum é o de humilhar os judeus.

Enquanto ele está pesquisando fontes legitimas sobre o Holocausto, Vossa Excelência também poderia querer ler a Nostra Aetate do Concílio do Vaticano II.

Bispo Williamson: Existe certamente uma enorme exploração. A Alemanha tem pago bilhões e bilhões de Marcos Alemães e agora Euros, porque os alemães têm um complexo sobre a sua culpabilidade, que gasearam seis milhões de judeus, mas eu não acho que seis milhões de judeus foram gaseados.

Análise: Mais uma vez o Bispo Williamson emprega o literário Cavalo de Tróia para incorporar mentiras dentro de uma verdade. Ninguém nunca afirmou que seis milhões de judeus foram gaseados. Seis milhões de judeus foram mortos, muitos por gás, muitos por esquadrões da morte, muitos por enforcamento, muito por fome deliberada, muitos por doenças, mas tudo isso porque a política nazista considerava os judeus sub-humanos e dispensáveis.

Parece que nem os negadores do Holocausto ou o Bispo Williamson se incomodam que todos os judeus sob o regime nazista foram despojados de seus direitos como cidadãos; despojados de suas propriedades e dinheiro; sem cerimônias; brutalmente e sem julgamento, primeiro presos em guetos e finalmente em campos de concentração; foram submetidos a trabalho escravo; espancados; morreram de fome; tiro; gaseados; incinerados e seus ossos calcinados usados para propósitos industriais. Será que o Bispo nega que aqueles que foram roubados e vitimados pelos nazistas têm direito de exigir e receber uma justa retribuição? Ou será que ele acredita que os nazistas tinha o direito de roubar cada posse que pertencia legitimamente a milhões de pessoas e matá-los simplesmente porque eram judeus?

Se for esse o caso, o Bispo Williamson não deve falar muito de seu cristianismo.

Bispo Williamson: Agora cuidado, eu te imploro. Isto é contra a lei na Alemanha. Se houvesse um alemão aqui, alguém que é do Estado alemão, poderia ter me colocado em uma prisão, antes de ter deixado a Alemanha. Espero que esta não seja a sua intenção.

Análise: Ninguém deve negar ao Bispo Williamson o direito de se expressar livremente. O seu não é um caso normal, entretando, ele é responsável perante uma Alta Corte.



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terça-feira, 5 de maio de 2009

Respostas Técnicas e Históricas às declarações do Bispo Richard Williamson à respeito do Holocausto - Parte 2

(todos os grifos do tradutor)
Bispo Williamson: Você já ouviu falar do Relatório Leuchter? Bem, Fred Leuchter era um expert em câmaras de gás. Ele projetou três câmaras de gás para três estados, três dos cinqüenta estados Americanos, para a execução de criminosos. Então ele sabia em que estava envolvido. E ele estudou as supostas câmaras de gás na Alemanha, em algum momento da década de 80, nas ruínas das supostas câmaras de gás, os crematórios de Auschwitz-Birkenau e sua conclusão, sua conclusão de perito foi que era impossível que estas poderiam ter sido utilizadas para gasear um grande número de pessoas.

Análise: O Bispo Williamson está terrivelmente mal informado. Fred Leuchter dificilmente pode ser chamado de perito na tecnologia de câmaras de gás, muito menos engenheiro. Quando ele foi pego mentindo sobre suas experiências como engenheiro especializado em tecnologia de execução, o Board of Registration of Professional Engineers and Land Surveyors [NT: seria uma entidade com atividade semelhante à do CREA aqui no Brasil] do Estado de Massachusetts, o processou por fazer falsas alegações sobre sua experiência. Ele assinou a seguinte declaração em 11 de junho de 1991:

Eu, Fred A. Leuchter Jr., estou concordando em cessar e desistir imediatamente [do que estava a fazer], enquanto eu estiver em Massachussets e permanecer sem registro nos termos do G.L. c. 112, a.81D-T:


1) Usando de qualquer modo o título de “engenheiro”,


2) Oferecendo a prática de engenharia por alegação verbal, sinal, propaganda, papel timbrado, cartão ou de qualquer outra forma de apresentar-me como engenheiro, ou de qualquer outra forma oferecer a prática da engenharia conforme definido no G.L. c112, enquanto estiver na Commonwealth de Massachussets.


3) Praticar engenharia, tal como definido no G.L. c112. S81D-T enquanto estiver na Commonwealth de Massachusetts.


4) Emitindo ou distribuindo quaisquer relatórios que tem a mim mesmo como engenheiro ou alternativamente fornecendo engenharia especificamente, não somente limitado ao “Um relatório de engenharia sobre as alegadas câmaras de execução a gás de Auschwitz, Birkenau e Majdanek”.
http://www.holocaust-history.org/leuchter-consent-agreement/
http://www.holocaust-history.org/leuchter-consent-agreement/scans.shtml



“Posso informa-vos, entretanto, que San Quentin não contratou Fred A.Leuchter Jr para a instalação do sistema de monitoramento cardíaco tampouco para outro trabalho.” Assinado: DANIEL B. Vasquez, Warden (California).


E


Além disso, nossos registros não confirmam que o Sr.Leuchter realizou consulta ou qualquer serviço...Eu posso atestar que o planejamento e o trabalho foram executados pelo Departamento de Correção – Seção de Engenharia e nosso departamento de manutenção.” Assinado: Gary T. Dixon, Warden (Carolina do Norte)


O único estado que Leuchter alegou que foi consultado sobre câmaras de gás foi o Missouri. No entanto, embora Leuchter tenha alegadamente “projetado” uma câmara de gás para o Estado, nós temos que ter alguma palavra sobre ela, uma vez que esta câmara de gás, nunca foi construída e instalada, na verdade, o Missouri não tem câmara de gás operacional, embora Leuchter alegadamente projetou uma para eles...

Leuchter também é um achacador:

Em 20 de julho de 1990, o Assistente do Procurador Geral do Alabama, Ed Carnes, enviou um memorando para todos os estados que aplicam a pena de morte, questionando as credenciais e a credibilidade de Leuchter. Carnes declarou que não só o ponto de vista sobre as câmaras de gás seria um processo “não ortodoxo”, mas que ele estava executando um plano de extorsão de dinheiro. Se um estado recusou seus serviços, Leuchter poderia testemunhar no último minuto, em nome do preso, alegando que a câmara de gás do estado poderia não funcionar. [Memorando deEd Carnes, Assistente do Procurador Geral do Alabama, para todos os Estados que executam pena de morte, 20 de Julho 1990; Shapiro 'Truth Prevails' páginas 17 e 21; Newsweek, 22 de outubro 1990, p. 64; Swampscott Journal, 1 de novembro, 1990.] De acordo com Carner, Leuchter faz 'dinheiro de ambos os lados da cerca.' [Associated Press, 24 de outubro de 1990.] Descrevendo o comportamento de Leuchter na Virgínia, Flórida e Alabama, Carnes observou que, em menos de trinta dias Leuchter havia testemunhado nestes três estados que a tecnologia da cadeira-elétrica era muito velha para ser usada. Na Flórida e Virgínia os tribunais federais rejeitaram o testemunho de Leuchter como não confiável. Na Flórida, o tribunal tinha considerado que Leuchter ‘citou incorretamente declarações’ contidas em um importante depoimento e foi ‘imprecisamente e não conclusivo’ uma premissa crucial de sua conclusão [Carnes, Op.Cit.,2] Na Virgínia, Leuchter municiou um advogado de um prisioneiro do corredor da morte com uma declaração afirmando que a cadeira-elétrica seria um
fracasso. O tribunal da Virgínia decidiu que a credibilidade do depoimento de Leuchter era limitado porque Leuchter foi “o contratante que recusou proposta para substituir os eletrodos da cadeira-elétrica da Virgínia. [Shapiro, "Truth Prevails, 22]." (Lipstadt, 170)
http://www.nizkor.org/faqs/leuchter/leuchter-faq-22.html


Leuchter nunca disse ou publicou alguma coisa sobre ter sido considerado suspeito.

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sexta-feira, 17 de abril de 2009

Breve comentário sobre a série de refutações às afirmações do Richard Williamson sobre o Holocausto

Como todos já podem ler o início da tradução do texto do Mazal com as análises das afirmações do bispo Richard Williamson sobre o Holocausto, tradução do Leo:
Respostas técnicas e históricas às declarações do Bispo Richard Williamson à respeito do Holocausto - Parte 1

Segue um breve comentário sobre a série de textos, que não é propriamente uma introdução, para situar a todos, resumidamente, sobre o que compreenderá o texto.

Como o texto original é bastante grande, e quem quiser pode checar o original na íntegra em inglês aqui, achou-se melhor dividi-lo em partes para uma melhor compreensão e leitura de cada refutação feita pelo Harry Mazal sobre as alegações feitas pelo senhor Richard Williamson, onde o mesmo repete em entrevista todo o repertório retórico dos negadores do Holocausto("revisionistas") para diminuir ou negar por completo o genocídio perpetrado pelo regime nazista.

É uma boa introdução para aqueles que não estão familiarizados com a enchente de propaganda na internet de textos negando o Holocausto saber do que se trata o assunto. Praqueles que já sabem do que trata o tema, o texto é bom para se fazer uma releitura e reforçar aquilo que todos sabem(as várias falácias e distorções "revisionistas" e as motivações acerca da negação do Holocausto).

O texto original tem 10 análises das afirmações do bispo, um comentário final e o apêndice. Ao fim das postagens das traduções, será feito um índice com todas as traduções para caso de alguém querer repassar ou mesmo encontrar o texto futuramente para ler, conseguir localizar facilmente todos os links das traduções em uma só postagem.

Início do texto>> Respostas técnicas e históricas às declarações do Bispo Richard Williamson à respeito do Holocausto - Parte 1

Respostas técnicas e históricas às declarações do Bispo Richard Williamson à respeito do Holocausto - Parte 1

Por Harry W. Mazal, OBE

(todos os grifos são do tradutor)

Durante uma entrevista na Alemanha para um programa de televisão sueco chamado Uppdrag Granskning que foi exibido em 21 de janeiro de 2009, o Bispo Richard Williamson fez uma série de declarações em conflito com a história estabelecida do Holocausto. Ele fez outras declarações que vão contra a ciência. Este documento irá respeitosamente tentar resolver estas questões na esperança de que elas possam ajudar a convencer o Bispo a abjurar suas declarações e focar sua atenção em sua vocação religiosa.

Nossa experiência com os negadores do Holocausto mostrou que, raramente, ou nunca, algum deles vai mudar a sua opinião, não importando a quantidade de provas que são colocadas ante eles. Negadores são invariavelmente antissemitas que utilizam a negação do Holocausto como um instrumento para perseguir e humilhar o povo judeu. A verdade raramente colore suas obras e declarações. Rezemos para que o Bispo Williamson seja maduro e inteligente o suficiente para ter uma decisão esclarecida.

Recentemente o Bispo Williamson afirmou que o seu conhecimento sobre este assunto veio de livros e folhetos que ele havia adquirido na década de 80, durante o tempo em que ele foi Reitor do seminário de São Tomás de Aquino em Winona, Minnesota.

TELEVISÃO ENTREVISTA O BISPO WILLIAMSON

Pergunta: Bispo Williamson, estas são suas palavras: “Nenhum judeu foi morto por câmaras de gás. Foi tudo mentira, mentira, mentira.” São estas as suas palavras?

Bispo Williamson: Você está citando o que eu disse no Canadá, Acredito que sim, hà muitos anos atrás. Hmm. Eu acredito em evidências históricas, as evidências históricas são fortemente contra, é, é, extremamente contra, seis milhões de judeus terem sido deliberadamente gaseados em câmaras de gás como uma política sistemática de Adolf Hitler.

Análise: O Bispo está distorcendo a verdade à partir de uma declaração aparentemente verdadeira, como se fosse uma espécie de Cavalo de Tróia. Os negadores do Holocausto empregam esta técnica freqüentemente para tentar fazer algum ponto. A declaração do Bispo é: “as evidências históricas são fortemente contra, é, é, extremamente contra, seis milhões de judeus terem sido deliberadamente gaseados em câmaras de gás como uma política sistemática de Adolf Hitler.”, à primeira vista, é bem verdade. Entretanto, é importante dissecar a declaração e explicar como é que está usando para promover uma mentira:

1) Seis milhões de judeus não foram mortos deliberadamente em câmaras de gás. Nenhum historiador do mundo jamais disse isso. No entanto, aproximadamente seis milhões de judeus foram mortos, [soma-se] as câmaras de gás em Belzec, Sobibor, Treblinka, Majdanek e Auschwitz-Birkenau; ou a tiros de pistolas, fuzis, metralhadoras pelos Einsatzgruppen, como ocorreu em Babi Yar; ou nas vans de gaseamento inicialmente localizadas em Chelmno e em outros lugares; ou através de experimentos médicos; ou por injeções de fenol em seus corações ou por premeditada fome, etc.

2) Adolf Hitler tinha uma política deliberada para se livrar de todos os judeus da Europa, mas não necessariamente através da utilização de câmaras de gás como a declaração do Bispo implica. A lista mostrando a população judaica da Europa que foi apresentada para os participantes da Conferência Wannsee não poderia ter mostrado as intenções da política de extermínio nazista de forma mais clara.

Pergunta: Mas você disse que nenhum judeu foi morto...

Bispo Williamson: ...em câmaras de gás, eu penso...

Pergunta: Não existiram câmaras de gás...

Bispo Williamson: Eu acredito que não existiram câmaras de gás. Sim. Eu penso. Como eu estudei as evidências; não vou pela emoção, Eu vou...tanto quanto eu entendi as evidências, existem, por exemplo, pessoas que são contra o que muitos hoje acreditam sobre a expressão abre e fecha parêntesis “O Holocausto”, eu acho que essas pessoas, essas pessoas que concluem, eles são chamados de revisionistas, eu penso que é mais sério concluir, que entre 200 mil e 300 mil judeus pereceram em campos de concentração nazistas, mas nenhuma delas gaseadas em câmaras de gás.

Análise: O Bispo insiste em dizer que não existiram câmaras de gás. Em uma irônica guinada, o negador do Holocausto David Irving – que tinha hospedado o Bispo Williamson em sua casa em Windson, dez dias antes desta entrevista – respondeu à pergunta do Bispo sobre as câmaras de gás para assassinar judeus:

Eu estou me mantendo fora disso. O conselho que eu gostaria de passar a Sua Excelência, é aceitar que eles organizaram assassinatos em massa do verão de 1942 a outubro de 1943 em três lugares sob ordens de Himmler perto do Rio Bug – Treblinka, Sobibor e Belzec; hà muita controvérsia sobre os números e métodos de
assassinato, mas ele não deve disputar se houveram tais assassinatos.

O Sr.Irving não tocou nas instalações de assassinato em Auschwitz-Birkenau por razões que não são pertinentes para o objetivo principal deste documento.

O Bispo alega que ele tem “entendido as evidências” onde os negadores do Holocausto (a quem o Bispo identifica como “revisionistas”) “que entre 200 mil e 300 mil judeus pereceram em campos de concentração nazistas, mas nenhum delas gaseadas em câmaras de gás.” Isto é obviamente falso.

O Bispo Williamson se baseia exclusivamente de declarações e publicações emitidas pelos conhecidos negadores do Holocausto e antissemitas. Ele não consulta as provas publicadas por historiadores acadêmicos tais como: Richard Evans, Peter Longerich, Hugh Trevor-Roper, Deborah Dwork, Robert Jan van Pelt, Raul Hilberg, Sir Martin Gilbert, Christopher Browning, Martin Broszat, Eberhard Jäckel, Gerald Fleming, para citar apenas alguns das centenas de historiadores que têm escrito sobre o Holocausto. Notar que muitos destes não são judeus.

Também o Bispo – ele deveria ter – consultado os diários, registros, biografias, confissões, examinações cruzadas dos autores, tais como Rudolf Höss, Johann Paul Kramer, Ernst Kaltenbrunner, etc.

Apesar do fato de que há milhões de documentos, fotografias, transcrições de crimes de guerra em cada língua européia, declarações de sobreviventes e Gentios Justos, o Bispo Williamson parece ignorá-los completamente. Gentios Justos são pessoas de outra fé que arriscaram suas vidas para salvar judeus. Seria de se pensar que seu testemunho é inatacável. Mas ele parece mostrar que tem uma exclusiva predisposição para material produzido por pessoas que não são acreditados como historiadores, nem, muito menos, reconhecidos cientistas.

Também é evidente que o bispo não é um especialista em estatística, ainda que só demografia. [Ou] Um pesquisador cuidadoso buscando analisar as provas demográficas publicados pela American Jewish Yearbook dos últimos 100 anos. Estes mostram a população judaica em todo o mundo, país por país e ano por ano. Uma curva populacional de 1900 a 2005, mostra que houve um aumento gradativo da população mundial judaica até 1941. À partir daí a curva começou uma acentuada descendente. Em 1938 o American Jewish Yearbook revelou o número de judeus no mundo sendo de aproximadamente seis milhões a mais do que os vivos em 1946. De fato, a atual população judaica mundial em 2009, é muito menor do que era em 1939. Um artigo acadêmico de um douto demógrafo do extinto Journal of Holocaust Education reitera os números populacionais do American Jewish Yearbook.

O Bispo pode optar por não utilizar fonte de material judaico, ele pode obter uma contagem bastante precisa dos judeus na Europa em um documento produzido pelos próprios nazistas. Um documento que foi distribuído aos oficiais que participaram da Conferência Wannsee, onde mostra a população judaica em todos os países da Europa. Uma cópia da quantidade de judeus incluídos no Protocolo Wannsee aparece no corpo deste documento.

Do ponto de vista puramente ético, não é saber se trezentos mil ou seis milhões de judeus foram assassinados pelos nazistas, mas sim saber se os nazistas tinham o direito de matar até mesmo uma única pessoa simplesmente por causa de sua etnia [NT: ou ideologia/religião].


Fonte: The Holocaust History Project: http://www.holocaust-history.org/williamson/williamson.shtml
Tradução: Leo Gott


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