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sexta-feira, 19 de abril de 2013

O que é "revisionismo" do Holocausto

Por Roger, um contribuidor do THHP* (The Holocaust History Project)

Este ensaio é um complemento para um artigo anterior, Porque("Revisionismo") não é Revisionismo. Perguntaram-me recentemente porque o THHP tão veementemente se opõe ao negacionismo, e a resposta para mim é algo bem óbvio, vamos olhar bem atentamente para as recentes declarações de negadores. Meus agradecimentos a David Irving, Germar Rudolf e Mark Weber por tornar a questão tão simples.

"Outro dia" foi mencionado no texto Porque("Revisionismo") não é Revisionismo. A negação do Holocausto é, sempre foi e sempre será uma saída para o ódio irracional, usando uma base desonesta em cada ocasião para alimentar egos inflados em uma tentativa de financiar seu estilo de vida.

Começo oferecendo a David Irving, que tardiamente recusou o infantil cartaz de negacionista, e que não contente em ser tanto o primeiro a afirmar que os Diários de Hitler são falsos, como também foi o último a declará-los autênticos, numa tentativa completamente falha de se distanciar de suas declarações anteriores sobre o Holocausto, declarou recentemente:
Em Auschwitz eu estava enganado. Eu disse que não havia câmaras de gás, apesar disso ser totalmente verdade, porque descobri mais tarde provas de que elas estavam apenas fora do campo.

Isso vindo de um "historiador" que também aceitou, sem críticas, um "relatório forense", que foi incorreto em basicamente todos os detalhes. Sim, a localização até o último centímetro é o ponto chave quando se tentar negar a história.

Ou talvez o problema seja a química? Germar Rudolf, sob muitos de seus pseudônimos, foi forçado a admitir por aqueles que podem mostrar um maior conhecimento de química que ele (não importa do que ele mesmo se denomina) que química não é ciência e que pode provar ou refutar quaisquer alegações sobre o Holocausto "rigorosamente '. "

Isto, apesar do fato dele perder seu único emprego legítimo, ao fazer a afirmação oposta e fazendo a mesma de uma forma desonesta da qual seu empregador concordou.

Isto nos direciona a Mark Weber (diretor do IHR, que se descreve como "um centro de ensino, pesquisa e publicação de interesse público dedicado a promover uma maior consciência pública da história"), que escreveu: "Na luta real contra o poder judeu-sionista, o revisionismo do Holocausto provou ser tanto um obstáculo como uma ajuda."(http://www.ihr.org/weber_revisionism_jan09.html)

E como tal é a oposição em todo pensamento, são pessoas que se importam com os outros.

Então, agora temos três daqueles que são os luminares da negação fazendo rodeios de 180 graus e revelando, assim, que suas motivações não são aquelas que vêm afirmado repetidamente:

Irving não se preocupa com fato histórico, a motivação de Irving é a autopromoção dele. Daí o nome pela qual sua vaidade é conhecida e como é sugerida, que ele, e apenas ele, é capaz de discernir o que é história "real", enquanto continuamente tenta fazer jogos de palavras, como sua frase "o povo vizinho ao lado"... mas quem é este povo exatamente, David?

Germar Rudolf, aparentemente, tem uma semelhante aversão congênita à verdade, tendo, apesar de tudo, mentido para todo país que ele tentou viver como um residente, todos os empregadores que ele já teve - até mesmo sua própria madrinha e que ainda administra a marca do autor de todos os seus infortúnios (ok, autores, entre eles Jörg Berger; Ernst Gauss; Manfred Köhler; Christian Konrad, Werner Kretschmer; Anton Magerle; Rudolph Markert; Wolfgang Pfitzner, Ronald Reeves; Angela Schneider; Gerd Steiger, e Rudi Zornig), todos dos quais este investigador com nervos-de-aço buscando a verdade usou para disfarçar que todos eles são: você adivinhou - Sr. Sheerer né o próprio Rudolf), judeus.

E principal objetivo de Weber nos dias de hoje parece para todo o mundo uma tentativa de se distanciar desses desagradáveis ​​negadores odiadores de judeus, para que ele possa se ​​concentrar mais naquela variedade de judeu odiando o que ele agora defende.

E assim temos a motivação para a negação do Holocausto: fazer dinheiro em cima de odiadores menos inteligentes do que a si mesmo. Enquanto este dinheiro é conseguido a partir de outros odiadores, e que outros odiadores estão dispostos a culpar qualquer um além deles por sua incapacidade em manter um teto e comida na mesa, a negação do Holocausto continuará a existir.

Esta é a gênese do THHP - em contraste, uma organização sem fins lucrativos, seguindo todas as leis de todos os países em que estamos presentes, escrito e mantido exclusivamente por voluntários que são, e que fazem parte por associação com o Projeto, de modo geral pessoas que não estão entre os auto-denominados por Irving como "tradicionais inimigos da liberdade de expressão". Queremos que eles lá fora façam papel de bobosdeles mesmos e de outros: o que torna nossa tarefa muito mais fácil.

Não vai se juntar a nós?

Última modificação: 18 de dezembro, 2011
Contato técnico/administrativo: webmaster@holocaust-history.org

*THHP = sigla do site The Holocaust History Project

Fonte: The Holocaust History Project
http://www.holocaust-history.org/revisionism-isnt/revisionism-is/
Tradução: Roberto Lucena

Observação: revisão parcial do texto

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Homenagem póstuma a Harry W. Mazal (1937-2011)

Como o Leo bem observou, só deu pra ficar a par do falecimento de Harry Mazal ao ler um dos posts recentes do Holocaust Controversies com uma dedicatória a ele. Fica aqui o agradecimento e reconhecimento à sua dedicação frente ao site The Holocaust History Project e à Mazal Library, como também pelo seu combate ao negacionismo do Holocausto. Descanse em paz.

Harry W. Mazal (10 de maio de 1937 - 22 de agosto de 2011)

Ele criou uma biblioteca amplamente usada em San Antonio
In Memory of Harry W. Mazal

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Breve comentário sobre a série de refutações às afirmações do Richard Williamson sobre o Holocausto

Como todos já podem ler o início da tradução do texto do Mazal com as análises das afirmações do bispo Richard Williamson sobre o Holocausto, tradução do Leo:
Respostas técnicas e históricas às declarações do Bispo Richard Williamson à respeito do Holocausto - Parte 1

Segue um breve comentário sobre a série de textos, que não é propriamente uma introdução, para situar a todos, resumidamente, sobre o que compreenderá o texto.

Como o texto original é bastante grande, e quem quiser pode checar o original na íntegra em inglês aqui, achou-se melhor dividi-lo em partes para uma melhor compreensão e leitura de cada refutação feita pelo Harry Mazal sobre as alegações feitas pelo senhor Richard Williamson, onde o mesmo repete em entrevista todo o repertório retórico dos negadores do Holocausto("revisionistas") para diminuir ou negar por completo o genocídio perpetrado pelo regime nazista.

É uma boa introdução para aqueles que não estão familiarizados com a enchente de propaganda na internet de textos negando o Holocausto saber do que se trata o assunto. Praqueles que já sabem do que trata o tema, o texto é bom para se fazer uma releitura e reforçar aquilo que todos sabem(as várias falácias e distorções "revisionistas" e as motivações acerca da negação do Holocausto).

O texto original tem 10 análises das afirmações do bispo, um comentário final e o apêndice. Ao fim das postagens das traduções, será feito um índice com todas as traduções para caso de alguém querer repassar ou mesmo encontrar o texto futuramente para ler, conseguir localizar facilmente todos os links das traduções em uma só postagem.

Início do texto>> Respostas técnicas e históricas às declarações do Bispo Richard Williamson à respeito do Holocausto - Parte 1

sábado, 30 de agosto de 2008

Porque ("revisionismo") não é Revisionismo

Um ensaio de Gordon McFee

Introdução

Este ensaio descreve, de uma perspectiva metodológica, alguns dos erros inerentes da abordagem "revisionista"(01) para a história do Holocausto. Não se tem intenção em ser uma polêmica, tampouco intenta atribuir motivos. Ao invés disto, busca explicar o erro fundamental na abordagem "revisionista", como também o porquê desta abordagem necessitar em não dar nenhuma escolha.

Conclui-se que o "revisionismo" é um termo equivocado devido aos fatos de não concordarem com a posição que apresentam e, em grande medida, sua metodologia inverte a abordagem apropriada para a investigação histórica.

O que é método histórico?

História é a narrativa registrada de eventos do passado, especialmente aqueles que acerca de um período particular, nação, indivíduo, etc. Reconta eventos com cuidadosa atenção a sua importância, suas relações em comum, suas causas e consequências, selecionando e agrupando eventos sobre o terreno de seus interesses ou importância.(2) Pode ser visualizado disto que a história reconhece a existência de eventos e fatos e busca entender como eles acontecem, no que eles resultam, como eles são interconectados e o que eles significam.

As distinções precisam ser feitas entre fatos, análise e interpretação. Fatos são comprovadamente eventos demonstrados de forma empírica cuja ocorrência pode pode ser provada usando métodos evidenciais. Análise é o método de determinar ou descrever a natureza de uma coisa por determinando-se dentro de suas partes. Interpretação é o intento de dar o significado de alguma coisa. Segue-se que aos fatos conduzem à análise que conduz à interpretação. E se segue que cada etapa no processo é mais subjetiva que a etapa anterior.

Neste contexto, a história é indutiva em sua metodologia, naquilo que acumula os fatos, tenta determinar sua natureza e suas conectividades e então intenta tecê-los dentro de um mosaico compreensível e com significado.

O que é revisionismo histórico legítimo?

Em seu nível mais básico, revisionismo não é nada mais que o apoio à revisão, o qual em si é o ato de revisar, ou modificar algo que já existe. Aplicado à história, isto significa que historiadores questionam a versão aceita das causas ou as consequências de eventos históricos. Como tal, é uma parte importante e aceita do esforço histórico que serve ao redobrado propósito da constante reexaminação do passado enquanto também aumenta nosso entendimento dele. Certamente, se alguém aceita que a história intenta nos ajudar a melhor entender o presente por uma melhor compreensão de como chegamos aqui, o revisionismo é essencial.

Três exemplos de revisionismo histórico legítimo devem bastar para ilustrar isto:

1. A.J.P. Taylor aplicou uma nova interpretação aos eventos que conduziram à segunda guerra mundial. Ele minimiza o papel de Hitler naqueles eventos - the Anschluß (Anschluss, anexação) com a Áustria, a anexação dos Sudetos, a crise de Danzig, o papel dos Aliados, o apaziguamento - comparados ao padrão de interpretação, enquanto retratou a Alemanha nazista como muito menos centralizada e monolítica que a regra. (3)

2. Daniel Jonah Goldhagen questionou virtualmente todas as interpretações habituais das razões para a cumplicidade de muitos alemães na perpetração do Holocausto, e assinalou aquele desejo próprio comum aos alemães que os envolvia devido a existência de um profundo e enraizado antissemitismo eliminacionista nos alemães daquela era. Ele minimiza, ou senão indiscutivelmente rechaça, a influência de Hitler e do Partido Nazista. (4)

3. O historiador alemão Christian Gerlach interpretou um diário de anotações de Joseph Goebbels e um recém descoberto diário de Heinrich Himmler para demonstrar que a data da decisão de Hitler para exterminar judeus foi em dezembro de 1941 ao invés do final do inverno ou início do verão como muitos até então acreditavam. (5)

O que fazem os "Revisionistas"?

"Revisionistas" partem de uma conclusão de que o Holocausto não ocorreu e trabalhar a reversão através de adaptar os fatos para que pré-ordenem a conclusão. Posto de outra forma, eles invertem a própria metodologia descrita acima, e deste modo voltando o próprio método histórico de investigação e análise nesta direção. Isto não quer dizer que historiadores nunca partam de um resultado preconcebido ou desejado; Eles frequentemente o fazem. Mas observando rigorosamente a metodologia correta, aceitam que o resultado de sua investigação pode não ser o que eles previram no início. Eles estão preparados para adaptar suas teorias àquela realidade. Certamente, eles são frequentemente requeridos a revisar suas conclusões baseadas em fatos. Para pôr isto trivialmente, "revisionistas" invertem os fatos baseados em sua conclusão.

Desde que os "revisionistas" partem da conclusão de que o Holocausto não ocorreu, i.e., eles negam sua existência e são frequentemente chamados de "negadores". Em vez de analisarem eventos históricos, fatos, suas causas e consequências e suas interações com outros eventos, eles defendem uma conclusão, independente dos fatos se sustentarem ou não.

O porquê deles fazerem isto não é objeto deste texto, mas pequenos exemplos das distorções, evasivas e negações forçam-nos a ilustrarem como intelectualmente desonesto isto é. E isto deveria ser relembrado, de que eles os forçam a isto, ao fato de que os "revisionistas" negarem uma ocorrência histórica distorcendo os fatos de acordo com aquela negação.

A Teoria de Conspiração

Desde que os fatos não estejam de acordo com a conclusão "revisionista", eles podem encontrar um ponto de vista mais abrangente ou uma forma de rechaça-los. Isto não é uma simples tarefa, desde que os fatos convirjam ao resultado de que os nazis tinham de fato um plano para exterminar o povo judeu europeu, alcançado em grande parte pela sua execução, e deixam pra trás numerosas evidências deste intento. (6)

Portanto, os "revisionistas" tem que alegar que há uma conspiração para fabricar todas aquelas evidências - uma conspiração que deu início a seu trabalho antes do final da guerra - e uma que continua até o presente. "Judiaria Organizada" ou muitas das variantes dos "Sionistas" estão na raiz desta conspiração. A teoria de conspiração manifesta os seguintes posições artificiosas:

. testemunhas sobreviventes mentiram, até onde sua evidência era corroborada por documentos ou outras fontes;

. evidência do perpetrador foi obtida através de tortura, medo por seus familiares ou falsificada de várias formas;

. documentos deixados pra trás pelos nazis foram falsificados, não querem dizer o que eles aparentam dizer, ou são forjados;

. fotografias foram falsificadas;

. filmes foram falsificados;

. palavras não querem dizer o que aparentam dizerem. Quando Himmler usou a palavra "ausrotten" (exterminar) em relação aos judeus, ele não quis dizer realmente "exterminar". Quando Hitler usou a palavra "vernichten" (aniquilar) em relação aos judeus, ele não quis realmente dizer "aniquilar". Quando os Einsatzgruppen falaram das mulheres e crianças judias assassinadas, eles realmente queriam dizer partisans, mesmo que partisans tivessem listas separadas nos muitos relatórios que eles deixaram pra trás;

. discursos gravados foram falsificados. O discurso de 1943 de Himmler em Posen, que foi gravado, não era realmente sua voz, ou partes foram adicionadas mais tarde, ou a tecnologia para gravar não existia em 1943 (ou existia), ou discordava das notas de Himmler para o discurso(ou não);

as vítimas eram responsáveis por aquilo que ocorreu a elas. As mulheres e crianças judias eram partisans ou eram culpados de cometerem crimes atrozes, ou ambos;

Judeus mereceram o tratamento duro de qualquer forma. Mesmo que o Holocausto tivesse ocorrido, e isto seria contudo justificado porque os judeus são alienígenas, raça parasita, determinados em destruir o nobre ariano, e/ou profanarem seu sangue, etc.;

. se nenhuma ordem escrita por Hitler para o Holocausto pode ser encontrada, não houve nenhuma ordem para isto;

. nenhuma câmara de gás está funcionando atualmente. portanto, nunca houve câmaras de gás. Mas mesmo que tivessem existido câmaras de gás, elas foram usadas apenas para fumigar roupas, mesmo que elas estivessem num depósito de cadáveres.

Falsus in Uno, Falsus in Omnibus(Falso em um ponto, falso em todos)

Desde que, como esta lista mostra, uma quantidade de evidências empíricas para o Holocausto são tão claras e devastadoras, os "revisionistas" tem que se lançar em outro truque para desqualificação. Isto tem sido chamado de condição "falsus in uno, falsus in omnibus" (uma prova errada equivale a todas as provas estarem erradas). Isto quer dizer, por exemplo, que se qualquer singular pedaço de evidência de sobrevivente puder ser apresentada como errada, todas as evidências dos sobreviventes estarão erradas e isto pode ser rechaçado. Se qualquer oficial nazista mentiu sobre um aspecto do Holocausto(dentro da questão ou não), todos os oficiais nazistas mentiram, e qualquer coisa que os nazistas disseram depois da guerra é rechaçado. Se qualquer nazista puder ser mostrado por ter sido torturado ou maltratado, todos eles foram e qualquer coisa que disseram é inválida.

Conclusão

O "revisionismo" é obrigado a se desviar do padrão metodologia histórico perseguido, porque busca moldar fatos para se adequar a um resultado preconcebido, nega eventos que foram objetivamente e empiricamente provados que ocorreram, e porque funciona ao reverso, da conclusão para os fatos, de modo a necessitar da distorção e manipulação daqueles fatos onde eles diferem da conclusão preordenada (algo que eles quase sempre fazem). Em poucas palavras, o "revisionismo" nega alguma coisa que de forma demonstrável aconteceu, através de desonestidade metodológica.

Sua desonestidade ética e motivação antissemita são questões que ficam para outro dia.

Notas

01. As menções sobre os "revisionistas" não são apenas citações. Elas indicam que metodologicamente os "revisionistas" não são o que eles afirmam ser. Isto é explicado em detalhe ao longo do ensaio.

02. Funk & Wagnall's Standard Dictionary of the English Language, Volume 1, New York, 1973, p. 599.

03. A.J.P. Taylor, The Origins of the Second World War, Penguin Books, Middlesex, 1964.

04. Daniel Jonah Goldhagen, Hitler's Willing Executioners: Ordinary Germans and the Holocaust(Carrascos Voluntários de Hitler), Alfred A. Knopf, New York, 1996.

05. Die Zeit, edition of January 9, 1998. Seus achados são reportados em Zeitschrift Werkstatt Geschichte, Heft 18/1997.

06. Ver a propósito "Hilberg, The Destruction of the European Jews; Gilbert, The Holocaust; Yahil, The Holocaust; Dawidowicz, The War Against the European Jews 1933-1945; Breitman, The Architect of Genocide; Less, Eichmann Interrogated; Fleming, Hitler and the Final Solution; Broszat et al., Anatomie des SS-Staates;" e muito mais.
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Leitura sugerida: de Pierre Vidal-Naquet, A Paper Eichmann: Anatomy of a Lie(Um artigo para Eichmann: Anatomia de uma Mentira), em particular a parte 4, On the Revisionist Method(Sobre o método "revisionista").

Gordon McFee concluiu seu mestrado em 1973, na Universidade de New Brunswick, Canadá, e na Universidade de Albert Ludwigs, Freiburg im Breisgau, Alemanha (estudos separados), em história e alemão.

Última modificação: 15 de maio de 1999
Copyright © 1998-99 Gordon McFee. Todos os direitos reservados.
Technical/administrative contact: webmaster@holocaust-history.org

Fonte: The Holocaust History Project
http://www.holocaust-history.org/revisionism-isnt/
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Negação do Holocausto, uma Definição

Negação do Holocausto, uma Definição
por Andrew E. Mathis(do 'The Holocaust History Project')

Esta entrada sobre a Negação do Holocausto aparece em 'Conspiracy Theories in American History: An Encyclopedia'(Teorias da Conspiração na História Americana: Uma Enciclopédia). Escrita por um membro do The Holocaust History Project, trata da história desta crença de conspiração na Europa e EUA. Nós agradecemos o reconhecimento da ABC-CLIO pela permissão em reproduzi-la aqui.

O Holocausto nazista é um dos eventos da história que recebeu o maior escrutínio. Enquanto historiadores discordam em diferentes aspectos deste fenômeno, é basicamente aceito que o Holocausto pode ser corretamente definido como se segue: (1) o Holocausto foi o assassinato intencional dos judeus europeus pelo governo Nazista da Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial como uma matéria de política; (2) este assassinato em massa empregou câmaras de gás, entre outros métodos, como um método de assassinato; e (3) o total de mortes dos Judeus europeus no fim da Segunda Guerra era de aproximadamente 6 milhões. Não surpreendentemente, com um grupo de eventos históricos tão penosamente estudados como o Holocausto, teorias de conspiração sobre este período abundam. Entretando, a mais proeminente teoria de conspiração dos EUA em relação ao Holocausto é sua negação.

Antes de discutir como a negação do Holocausto constitui uma teoria de conspiração, e como a teoria é claramente americana, é importante entender o que que quer dizer o termo "negação do Holocausto." Negadores do Holocausto, ou "revisionistas," como eles chamam a si mesmos, questionam todos os três maiores pontos de definição do Holocausto nazista. Primeiro, eles argúem que, enquanto assassinatos em massa de judeus ocorriam (ainda que eles disputam ambos a intencionalidade daqueles assassinatos como também o suposto mérito destes assassinatos), não houve nenhuma política oficial Nazi para matar judeus. Segundo, e talvez a mais proeminente, eles alegam que não houve nenhuma câmara de gás homicida, particularmente em Auschwitz-Birkenau, onde os principais historiadores acreditam que cerca de 1 milhão de judeus foram assassinados, primeiramente em câmaras de gás. E terceiro, Negadores do Holocausto alegam que o total de mortos dis judeus europeus durante a Segunda Guerra foi bem abaixo de 6 milhões. Os números dos negadores flutuam na casa dos 300.000 e 1.5 milhão, como regra geral.

Enquanto a negação do Holocausto começou como uma teoria da conspiração alemã e francesa, seus antecedentes são ambos especificamente norte-americano e uma encapsulação de 2.000 anos de anti-semitismo europeu. Direcionando ao primeiro ponto, mais antigo, a teoria de conspiração que alega que judeus manipulam não-judeus de várias maneiras, condições, e formas é aproximadamente tão antiga quanto o judaísmo em si. De acordo com anti-semitas, judeus (não apenas a elite judaica que governava no primeiro século, mas todos os judeus) assassinaram Jesus, envenenaram poços, propagaram a Peste Negra, assassinaram crianças cristãs para preparar as matzohs da Páscoa com seu sangue, e foram os principais articuladores por detrás do movimento comunista no leste europeu. Se um único texto abarca todo anti-semitismo europeu, é o anônimo Protocolos dos Sábios de Sião, com as aparentes minutas de um encontro de líderes da judaria internacional no qual a destruição da cultura não-judaica é discutida. Tendo origem na Rússia no começo do século XX, os Protocolos foram, de fato, um plágio alterado do "Dialogue aux Enfers entre Montesquieu et Machiavel"(Um diálogo no Inferno entre Montesquieu e Maquiavel)de Maurice Joly, escrito nos anos de 1860s como um ataque contra Luís Napoleão III (Ridgeway, 50)02.

De uma forma estranha, apesar das conexões atuais entre alguns negadores do Holocausto e extremistas violentos, havia uma via do movimento anti-guerra da Primeira Guerra Mundial que plantou as sementes da negação do Holocausto nos Estados Unidos. Este processo foi dobrado. Primeiramente, o industrial anti-semita dos EUA Henry Ford trouxe os Protocolos aos Estados Unidos depois de uma visita à Europa durante a Primeira Guerra planejando promover uma resolução pacífica para o conflito. Ford o leu e tornou-se convicto de que os "industriais judeus" eram antes de tudo responsáveis pela guerra. A introdução deste documento deu-se numa nação onde membros da Ku Klux Klan estavam na ascensão de adicionar o anti-semitismo ao sentimento corrente nativista, racista e anti-católico. Ford publicou os Protocolos em seu jornal, o Dearborn Independent, ao longo de um período de sete anos entre as duas guerras, dando legitimidade à conspiração da Cabala judaica que buscava propagar guerra como uma operação para ganhar dinheiro.

No mesmo período, historiadores anti-guerra, notavelmente Harry Elmer Barnes, começaram a sugerir motivações conspiracionistas na área dos poderosos da guerra. Como a historiadora Deborah Lipstadt apontou, Barnes e seus colegas foram corretos em muitas de suas suposições, por exemplo, de que a Alemanha não era unicamente culpada pela guerra (a Servia havia, depois de tudo, aberto o fogo); muita propaganda anti-alemã que circulou durante e depois da guerra foi, de fato, falsa; e houve exploradores de guerra que fizeram fortunas nos massacres da guerra (Lipstadt, (33-34)01). Entretanto, isto não mudou essencialmente a natureza imperial da guerra em si. Porém, sem dúvida que Barnes e seu grupo produziu através do método histórico, a denúncia de que as atrocidades alemãs cometidas durante a Segunda Guerra (desta vez, verdadeiramente) seriam tratadas com o maior ceticismo. Barnes, que viveu até o final dos anos de 1960s, foi um dos primeiros norte-americanos a abraçar a negação do Holocausto.

A parte à óbvia negação das atrocidades nazistas pelos próprios perpetradores, o francês Paul Rassinier, um esquerdista que fora internado em Buchenwald e Dora, foi o primeiro a promover a negação do Holocausto com maior vociferously. (a influência de Rassinier na cultura da negação do Holocausto é sentida ainda hoje, com seu discípulo Robert Faurisson protagonizando o movimento de negação na França). Entretando, isto não manteve a negação fora do alcance dos Estados Unidos. O primeiro maior negador do Holocausto foi Austin App, um acadêmico de literatura situado na Pensilvânia. Começando quase que imediatamente ao fim da guerra, App começou uma campanha na imprensa para expôr o que ele acreditava que eram exageros sobre o tratamento dos nazistas com os judeus. Enquanto que sua própria etnicidade germânica era provavelmente o principal atrativo para sua negação, o próprio anti-semitismo e suscetibilidade à teorias de conspiração de App dizia muito de seus escritos. Por exemplo, App freqüentemente usava qualquer combinação dos termos "talmudista", "bolchevique" e "sionista" em seus textos como indicadores que judeus estavam por trás do que ele julgava como uma fraude de que os nazistas tinham assassinado 6 milhões de judeus. Desta forma, ele podia implicar que judeus religiosos, judeus ateus comunistas e judeus nacionalistas estavam todos conspirando juntos para difusão desta crença de um assassinato em massa contra judeus. Além disso, App colocava a culpa de que a mídia judaica controlava continuamente a crença nesta fraude (Lipstadt, 94-96)01, e isto continua a ser um tema de textos anti-semitas e de negação. Se, como John Zimmerman e outros observadorers notaram, o intento da negação do Holocausto é reabilitar o nacional-socialismo, então é adequado que App et al.(entre outros)reiterassem a maioria dos temas anti-semitas de Hitler em seus textos (Zimmerman, 119)04.

O título do maior trabalho de App sobre o Holocausto, 'The Six Million Swindle'(O Engano dos Seis Milhões), é informativo porque implica na própria existência de uma conspiração de judeus para perpetrar uma fraude contra os não-judeus para ganho monetário. Este ganho monetário, especificamente, seria de reparações pagas pela Alemanha Ocidental pelos crimes cometidos contra os judeus durante a guerra. O que App e mais tarde outros negadores falharam em tratar foi de um simples fato: as reparações foram pagas desde os anos de 1950s não baseadas no número de mortes de judeus durante a Segunda Guerra, mas no número de judeus que sobreviveram e daqueles custos de se assentar em outro lugar (primeiramente Israel) que precisavam ser pagos. O historiador Michael Shermer assinalou que o Holocausto fora verdadeiramente uma fraude planejada por sionistas para obter dinheiro para a recente criação do Estado de Israel, então os sionistas teriam inflacionado o número de sobreviventes e não o número de mortos (Shermer and Grobman, 106)03.

Contudo, a perspectiva da conspiração sionista continuou a ser reproduzida por negadores e continua até o presente. Depois de App, a negação do Holocausto nos EUA foi levada a cabo por Arthur Butz, um professor de engenharia elétrica da Universidade de Northwestern nos arredores de Chicago. No seu livro de 1976 'The Hoax of the Twentieth Century'(A Fraude do Século Vinte), Butz reitera a noção de que o Holocausto é conscientemente uma perpetração da falsificação da história. Entretanto Butz é mais sutil que App na culpabilização dos judeus por esta fraude (ele não ataca os judeus religiosos da mesma forma que App, ele não descreve todos os judeus como comunistas), ele alveja os sionistas especificamente como os fraudadores no decorrer dos governos dos Aliados (particularmente a União Soviética), organizações de refugiados e sobreviventes, e até o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (Lipstadt, 126)01.

O que Butz e outros negadorers fracassaram em compreender é o relativa fraqueza do movimento sionista antes, durante e depois da Segunda Guerra. O Sionismo era considerado herético pela maioria dos movimentos religiosos judaicos, e aqueles judeus que se assentaram na Palestina antes da fundação do Estado de Israel em 1948 eram em grande parte refugiados sem nenhum lugar para ir, ao invés de ideolólohos políticos inclinados na criação de um Estado judeu na Palestina. Certamente, muito da recente pesquisa de Israel sobre o Holocausto tem mostrado que algumas das maiores figuras no movimento sionista se importavam muito pouco sobre a grave situação dos judeus na Europa durante a Segunda Guerra. Por exemplo, Menachem Begin, primeiro-ministro de Israel de 1977 à 1983, foi preso pelas autoridades soviéticas por atividades sionistas até a invasão nazista em 1941. Entretanto, ao invés de ficar na Europa para lutar contra os nazistas, Begin partiu para Palestina, onde ele participo de uma guerrilha por cinco anos em nome do Sionismo. Begin não foi o único em sua decisão de lutar pelo Sionismo em vez de lutar pela sobrevivência dos judeus europeus.

Notavelmente, o anti-semitismo da maioria dos negadores os conduzem a denunciar a escolha de Begin enquanto, ao mesmo tempo, preferem continuar a acreditar que este fracionado movimento chamado Sionismo poderia perpetrar uma fraude mundial. Quase todos os maiores negadores, de fato, compartilham uma obsessão redobrada com o Holocausto, com o Sionismo e com o Estado de Israel. O carro-chefe da propaganda de negação nos Estados Unidos está situado na Califórnia, o Institute for Historical Review (IHR, Instituto pela Revisão Histórica), que vende não apenas livros de negação do Holocausto e panfletos, como também críticas ao Sionismo e à religião judaica. Willis Carto, cabeça do Liberty Lobby(Lobby da Liberdade), e de um grupo político de ação anti-Israel situado em Washington, D.C., fundou o IHR. Enquanto tem ocorrido muita luta fraticida ao longo das duas últimas décadas no IHR por causa de dinheiro, as visões de Carto e dos diretores presentes (que incluem Mark Weber, um notório e antigo propagandista neonazi) não estão muito distantes umas das outras. Em outra volta, ao longo do curso de sua batalha com os atuais líderes do IHR, Carto, de forma conspiracionista, acusou Weber de ser um agente sionista.

Weber também defende a ferro e fogo a identificação dos judeus com a Revolução Bolchevique, uma prática iniciada por App entre os negadores norte-americanos mas provocando uma revolução entre observadores na Europa e nos Estados Unidos. Enquanto Weber é capaz de aproveitar-se de certas verdades sobre o partido bolchevique que podem se conectar, pelo menos a primeira vista, aos judeus (como aqueles mais proeminentes líderes bolcheviques, incluindo Leon Trotsky, Lev Kamenev, e Grigori Zinoviev, que eram judeus de nascimento), Zimmerman assinalou que a maioria dos judeus russos era mais atraída ao nacionalista judeu, sionista, ou partidos socialistas democráticos (Zimmerman, 128) que em relação aos comunistas radicais como os bolcheviques. Weber também repete o erro de App de equiparar sionismo e comunismo. Enquanto existiam partidos marxistas-sionistas, particularmente nos primeiros dias do estado israelense, o apoio da União Soviética para países hostis a Israel depois da guerra árabe-israelense de 1967 foi um golpe final à qualquer aliança entre duas ideologias que são, por natureza, diametralmente opostas (Sionismo é uma forma de nacionalismo, enquanto o comunismo é internacionalista em suas metas).

É então visível que a negação do Holocausto é uma teoria de conspiração que busca colocar os judeus por detrás de um movimento internacional para promover uma farsa para ganho monetário. Desta forma, a negação do Holocausto não é diferente de muitas outras formas de anti-semitismo que imputam aos judeus cobiça por dinheiro como também de manter um clima conspiracionista. Além da forma caótica com a qual negadores escolhem englobar todos os judeus juntos, independente de sua confissão religiosa ou orientação política como perpetradores desta "fraude", negadores também se engajam em esforços com pseudo-ciência para tentar provar seus pontos de vista em relação o Holocausto. Para constar, nenhum de seus esforços alteraram qualquer impressão duradoura sobre a historiografia do Holocausto. Enquanto o observador racional concluirá que isto é um testamento sobre a verdade da história do Holocausto, para negadores do Holocausto, isto é meramente um pedaço a mais de evidência de uma conspiração para sufocar o que eles acreditam ser uma "verdade real" sobre o sina dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Referências:

1. Lipstadt, Deborah E., Denying the Holocaust: The Growing Assault on Truth and Memory. New York: Plume.

2. Ridgeway, James. 1990. Blood in the Face. New York: Thunder's Mouth Press.

3. Shermer, Michael, and Alex Grobman. 2000. Denying History: Who Says the Holocaust Never Happened and Why Do They Say It? Berkeley: University of California Press.

4. Zimmerman, John C. 2000. Holocaust Denial: Demographics, Testimonies, and Ideologies. New York: University Press of America.

Nota de citação

A informação de citação para este artigo é: Mathis, Andrew E. 2003. "Holocaust, Denial of." Pp. 321-324 in Conspiracy Theories in American History: An Encyclopedia, edited by Peter Knight. Santa Barbara, CA: ABC-CLIO.

Última modificação: 2 de Julho de 2004
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Fonte: The Holocaust History Project
http://www.holocaust-history.org/denial/abc-clio/
Tradução: Roberto Lucena

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