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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

El Holocausto En Documentos - Yad Vashem - Livro

Agradecendo tardiamente pois este post sairia em 2013 e acabou não dando pra colocar. Gostaria de agradecer publicamente ao Daniel (do blog Avidanofront) pelo envio de cópia desse livro El Holocausto en Documentos (link2) além de um exemplar do livro O Crime Metódico que citei aqui no final do ano passado, acrescidos de mais 3 livros raros sobre o Holocausto (pois estão fora de catálogo): O Nono Círculo (do jornalista francês Christian Bernadac), Dias Sem Fim (do mesmo autor) e Triângulo Vermelho (de Catherine Roux).

O livro Holocausto en Documentos tem edição em inglês também, título: Documents on the Holocaust: Selected Sources on the Destruction of the Jews of Germany and Austria, Poland, and the Soviet Union (clique aqui) e é uma publicação do Yad Vashem, cheio de documentos sobre o extermínio nazi na segunda guerra (fontes primárias).

Pra quem "ainda" tem dúvidas sobre o que seja um livro de História (pois não acredito que alguém interessado no assunto não saiba distinguir uma coisa da outra), o livro citado acima, El Holocausto en Documentos é um livro de História, já isso aqui é um panfleto "revisionista" (negacionista): Professor Robert Faurisson - As vitórias do revisionismo, hospedado num site de apologia do nazismo e antissemita com os seguintes dizeres: "Os judeus são nossa desgraça!".

Pelo menos, se é que dá pra dizer isso, esses "revis" do "Der Stürmer" são sinceros, não ficam negando que sejam antissemitas e viúvas de Hitler como a maioria dos "revis" quando são indagados sobre essas questões.

O título do site neonazi com suástica e tudo, no caso o termo "Der Stürmer", é alusivo a uma publicação nazista (de mesmo nome)que circulava no III Reich, de Julius Streicher, um notório nazista fanático que foi condenado no julgamento de Nuremberg à pena capital. Mais sobre o Streicher você pode ver aqui: Der Giftpilz (O Cogumelo Venenoso) - propaganda nazi para criancas no III Reich.

Mas voltando ao teor inicial do tópico, torço pra que saiam mais livros como este do Yad Vashem, em espanhol (por conta da proximidade dos idiomas, pra quem fala português consegue entender com certa facilidade o que é escrito em espanhol), já que esperar pela publicação deste tipo de livro em português beira a tolice (dificilmente lançam algo relevante, e quando o fazem, sai com preço elevado). O curioso é ver como antigamente no Brasil eram publicados vários livros interessantes sobre segunda guerra e Holocausto e hoje em dia só lançam perfumaria (romances e essas coisas).

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O judeu que soube das intimidades nazistas

Howard Triest, judeu alemão, trabalhou como tradutor
dos psiquiatras estadunidenses em Nuremberg.
É o último sobrevivente da equipe que fez provas psicológicas nos mais altos comandos nazis. Eles nunca se informaram de que seu tradutor era judeu e agora conta suas experiências.
Segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Um judeu alemão que se converteu em tradutor do exército estadunidense é o último sobrevivente da equipe que realizou exames psicológicos em importantes nazistas depois da guerra. Ele explica que aprenderam muito pouco, mas obtiveram um conhecimento único de suas personalidades.

"Se você retira os nomes desses nais, e só se senta e fala com eles, era como se fossem teus amigos e vizinhos".

Howard Triest, de 88 anos de idade, passou muitas horas com alguns dos líderes mais notórios do Terceiro Reich, quando trabalhou como tradutor dos psiquiatras estadunidenses em Nuremberg.

Era setembro de 1945, pouco depois do fim da Segunda Guerra Mundial na Europa, e os mais altos postos dos nazis que seguiam vivos iriam ser julgados por crimes de guerra.

"Havia visto esta gente em seus tempos de glória, quando os nazis eram os donos do mundo", conta. "Estes dirigentes haviam matado a maioria da minha família, mas agora eu estava no controle".

Entre eles estava o chefe da Luftwaffe, a força aérea alemã, Hermann Goering, o segundo de Hitler, Rudolf Hess, o propagandista nazi Julius Streicher e o ex-comandante de Auschwitz Rudolf Hoess, entre outros.

"É uma sensação muito estranha, estar sentado em uma cela com um homem que você sabe que matou teus pais", disse referindo-se a Hoess.

"Tratamos ele com cortesía, mantive meu ódio sob controle quando estava trabalhando ali. Não podia deixar verem como você se sentia realmente porque não arrancaria nada de seus interrogatórios. Mas nunca dei a mão a nenhum deles".

Escapando dos nazis

Howard Triest nasceu em uma família judia em Munique, 1923, e já era um adolescente quando se intensificou a perseguição nazista.

Sua família partiu para Luxemburgo em 31 de agosto de 1939, um dia antes da Alemanha invadir a Polônia, com a intenção de seguir sua viagem para os Estados Unidos. Mas a falta de dinheiro lhes impediu de realizar a viagem juntos.

Assim que ele saiu antes, em abril de 1940, seus pais e a irmã menor seguiram um mês mais tarde.

Para seus pais, esse atraso foi fatal. Sua mãe Ly, que então tinha 43 anos de idade, e Berthold, de 56 anos, foram enviados mais tarde da França para Auschwitz, onde morreram.

Sua irmã Margot foi contrabandeada até a Suíça e dali aos Estados Unidos, onde ainda vive, como seu irmão.

O intento de Howard de alistar-se no exército dos Estados Unidos foi frustrado a princípio porque não contava com a nacionalidade deste país, mas mais tarde, em 1943, ele a conseguiu. Haviam-no tornado cidadão estadunidense.

Foi destinado à Europa. Aterrissou na praia de Omaha, um ou dois dias depois do Dia D, e começou a trabalhar para a inteligência militar, graças ao fato de que falava alemão fluentemente, uma destreza que se tornava mais valiosa à medida que os Aliados adentravam o continente até Berlim.

No verão de 1945 foi dada baixa, mas imediatamente depois começou a trabalhar para o Departamento de Guerra dos EUA como civil, e foi enviado à Nuremberg para dar assistência ao capitão Leon Goldensohn com suas avaliações psiquiátricas dos réus que esperavam um julgamento.

Foi assim, como um homem judeu, que havia escapado das garras dos nazis, chegou a passar horas em suas companhias, sentado com eles em suas celas, traduzindo as perguntas dos psiquiatras e suas respostas.

O capitão Goldensohn estava levando a cabo diagnósticos com provas como as Rorschach, numa tentativa de entender as personalidades e motivações dos prisioneiros.

As memórias de Triest desta experiência foram recolhidas em um livro "Adentro de la prisión de Nuremberg"(Dentro da prisão de Nuremberg), pela historiadora Helen Fry, que contém esboços vívidos desses personagens.

Hess, o zumbi

"Goering seguia sendo um homem pedante", recorda Triest.

"Era o ator eterno, o homem que estava a cargo. Considerava-se a si mesmo como o prisioneiro número um, porque Hitler e Himmler já estavam mortos. Sempre queria a cadeira número um no tribunal".

"Chegou a Nuremberg com oito maletas, a maioria cheias de remédios, pois era viciado, e ficou surpreso porque o trataram como um prisionero e não como uma personalidade famosa".

Triest também teve contato com Rudolf Hess, que havia sido o deputado de Hitler até fugir para a Escócia, em maio de 1941, onde foi capturado.

Recorda que Hess era "como um zumbi".

"Hess pensava que o perseguiam, inclusive quando esteve detido na Inglaterra. Fez pacotes de amostras de comida e nos dava algumas a mim e aos psiquiatras. Pedia que as analisássemos pois pensava que o estavam envenenando".

"Era um prisioneiro calado, que respondeu algumas perguntas mas não entrou em detalhes. Ninguém sabia quanto havia de atuação e quanto era real, quando realmente podia recordar".

Ódio oculto

Dentro de suas obrigações, Triest também esteve cara a cara com Rudolf Hoess, foi dos encontros mais intensos por conta da morte de seus pais em Auschwitz, quando o campo de concentração estava sob controle de Hoess.

"Tanto Goldensohn como eu estivemos com ele muitas vezes. Algumas vezes eu estive sozinho com ele em sua cela", explica Triest.

"As pessoas costumavam me dizer: 'podes te vingar, podes levar um canivete para sua cela'. Mas a vingança já estava no fao de que eu sabia que que ele estava atrás das grades e seria enforcado. Assim que sabia que ele iria morrer de qualquer jeito. Matá-lo não iria me fazer nenhum bem".

Triest descreve Hoess como alguém "muito normal. Não parecia alguém que havia matado a dois ou três milhões de pessoas".

Um incidente extraordinário ocorreu com Julius Streicher, cujo periódico Der Stuermer alimentou muito a histeria antissemita entre os alemães.

"Era o maior antissemita. Entrevistei-o com outro psiquiatra, o capitão Douglas Kelley. Streicher tinha uns papéis que não queria dar a Kelley, ou a nenhuma pessoa, porque dizia que não queria que caíssem em mãos judias".

"Finalmente ele os me deu. Eu era alto, loiro e de olhos azuis. Ele disse que 'só os darei ao tradutor porque sei que é um verdadeiro ariano. Eu sei pela forma como fala".

"Streicher falou comigo durante horas porque acreditava que eu era um 'verdadeiro ariano'. Arranquei muito mais dele dessa forma".

De fato, nenhum dos nazis para os quais Trieste traduziu souberam que ele era judeu..

Lição aprendida?

Triest explica que, apesar dos melhores esforços dos psiquiatras, não se conseguiu extrair muito sobre a psicologia da mentalidade nazi.

"Aprendemos algo destas provas psiquiátricas? Não. Não encontramos nada anormal, nada que indicasse algo que os tornara os assassinos que foram".

"De fato, eram bastante normais. A maldade e a crueldade extrema podem andar com a normalidade. Nenhum demonstrou remorso".

"Disseram que sabiam que havia acampamentos, mas não tinham conhecimento da aniquilação de gente".

"É uma lástima que não passaram pelo mesmo que suas vítimas, que Hoess não tenha sofrido num campo de concentração da mesma forma que seus prisioneiros".

Triest espera que nunca se esqueça da história do Holocausto.

"Mas olha o mundo agora. É mais tranquilo? Algumas das vítimas mudaram, mas elas ainda existem em todo o mundo".

Antes de terminar a entrevista, Triest conta outra anedota sobre o prisioneiro número um de Nuremberg.

"Uma vez Goering disse que se alguma bomba era lançada em Berlim, comeria arenque. Bem, eu estava encarregado de censurar sua correspondência e uma vez alguém lhe mandou arenque".

Howard ri suavemente. "Eu o coloquei. Cheirava um pouco".

Fonte: BBC Mundo/Semana.com(Reino Unido/Colômbia)
http://www.semana.com/mundo/judio-supo-intimidades-nazis/166285-3.aspx
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Der Giftpilz - propaganda nazi para criancas no III Reich

Como os "revisionistas" adoram florear e negar o caráter racista do regime nacional-socialista(nazista). Aqui vai mais uma prova do antissemitismo ideológico empregado pela propaganda do regime. Tradução de Marcelo Oliveira.
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Do livro infantil "Der Giftpilz" (O Cogumelo Venenoso) publicado pelo anti-semita Julius Streicher e destinado às crianças do III
Reich.
Uma produção do Stürmer-Verlag de Streicher.

A visita de Inge ao médico judeu

Inge está doente. Por vários dias ela teve uma pequena febre e uma dor de cabeça. Mas Inge não quer ir ao médico.

"Por que ir ao médico por essa pouca coisa?" disse ela de novo e de novo quando sua mãe sugeru. Finalmente sua mãe insistiu.

"Ande! Vá ao Dr. Bernstein e deixe-o examiná-la!", ordenou sua mãe.
"Por que Dr. Bernstein? Ele é um judeu! E nenhuma garota alemã de verdade vai a um judeu," respondeu Inge.

Sua mãe riu.

"Não diga absurdos! Médicos judeus são bons. Eles sempre dizem absurdos sobre isso nas reuniões da sua BDM [Liga das Garotas Alemãs]. O que aquelas garotas sabem a respeito disso?"

Inge protestou.

"Mãe, você pode dizer o que quiser, mas não pode difamar a BDM. Você deveria saber que nós, garotas da BDM entendemos a questão judaica melhor que muitos de nossos pais. Nossa líder dá uma pequena palestra sobre os judeus quase toda semana. Recentemente ela disse: 'Um alemão não pode ir a um médico judeu! Especialmente uma garota alemã! Porque os judeus querem destruir o povo alemão. Muitas garotas que foram a um médico judeu para sarar encontraram, em vez disso, doença e vergonha!' Foi isso que nossa líder disse, Mãe. E ela está certa!

Sua mãe ficou impaciente.

"Você sempre pensa que sabe mais que os adultos. O que você disse não é verdade. Olhe, Inge. Eu conheço bem o Dr. Bernstein. Ele é um ótimo médico."

"Mas ele é um judeu! E os judeus são nossos inimigos mortais," Inge respondeu.

Agora sua mãe ficou realmente zangada.

"Já chega, sua criança levada! Vá ao Dr. Bernstein agora mesmo! Se você não for, vou ensiná-la como me obedecer!"

Sua mãe gritou e levantou a mão.

Inge não queria mesmo ser desobediente, então ela foi. Foi ao médico judeu Bernstein!

Inge senta-se na sala de espera do médico judeu. Ela teve que esperar bastante tempo. Ela folheia as revistas que estão sobre a mesa. Mas ela está muito nervosa para poder ler mais que algumas sentenças. De novo e de novo ela relembra a conversa com sua mãe. De novo e de novo ela relembra a advertência de sua líder da BDM: "Um alemão não pode ir a um médico judeu! Especialmente uma garota alemã! Muitas garotas que foram a um médico judeu para sarar encontraram, em vez disso, doença e vergonha!"

Assim que Inge entrou na sala de espera, ela tinha tido uma estranha experiência. Da sala de exame do médico veio um choro. Ela ouviu a voz de uma garota:

"Doutor! Doutor! Deixe-me em paz!"

Então ela ouviu a risada debochada de um homem. Então tudo ficou quieto. Sem fôlego, Inge ouviu.

"O que tudo isso quer dizer?" ela se perguntou, e seu coração bateu mais rápido. Mais uma vez ela pensou nos avisos da sua líder do BDM.
Inge está esperando por uma hora. Novamente ela pega as revistas e tenta ler. Então a porta se abre. Inge olha. O judeu aparece. Um grito vem da boca de Inge. Em terror, ela deixa o jornal cair. Horrorizada, ela dá um salto. Seu olhos fitam o rosto de um médico judeu. E seu rosto é o rosto do Demônio. No meio de sua cara diabólica assenta-se um enorme nariz torto. Por trás dos óculos brilham dois olhos criminosos. E um sorriso percorre seus lábios salientes. Um sorriso que quer dizer:

"Agora finalmente eu tenho você, pequena menina alemã!"

O judeu vem em sua direção. Seus dedos gordos a seguraram. Mas agora Inge se recuperou. Antes que o judeu pudesse agarrá-la, ela acerta a cara gorda do judeu-médico. Então um salto até a porta. Sem fõlego, Inge corre escada abaixo. Ofegante, ela saiu correndo da casa do judeu.

Em prantos ela volta para casa. Sua mãe está chocada em ver sua criança.

"Pelo amor de Deus, Inge! O que aconteceu?"

Muito tempo se passa até que a menina possa dizer alguma coisa. Finalmente, Inge conta sua experiência com o judeu-médico. Sua mãe ouve em horror. E quando Inge termina sua história, sua mãe baixa a cabeça, envergonhada.

"Inge, eu não deveria ter mandado você ir a um médico judeu. Quando você saiu eu lamentei isso. Eu não consegui relaxar. Eu queria chamá-la de volta. Eu suspeitei de repente que você estivesse certa. Eu suspeitei que alguma coisa fosse acontecer a você. Mas correu tudo bem, graças a Deus!"

Sua mãe lamenta, e tenta esconder suas lágrimas.

Aos poucos, Inge vai se acalmando. Ela ri novamente. "Mãe, você fez muito por mim. Obrigada. Mas você tem que me prometer: sobre a BDM..."

Sua mãe não a deixa terminar.

"Eu sei o que você quer dizer, Inge. Eu prometo. Estou achando que pode-se aprender mesmo com crianças como vocês"
Inge concorda.

"Você está certa, Mãe. Nós, garotas da BDM, nós sabemos o que queremos, mesmo que nós nem sempre entendamos. Mãe, você me ensinou muitos ditados. Hoje eu quero lhe dar um para você aprender." E calma e significantemente Inge diz:
O Diabo, foi ele
Que mandou o judeu-médico para a Alemanha.
Como um diabo, ele contamina
A mulher alemã, a honra da Alemanha.
O povo alemão, ele não será são
A menos que muito em breve o caminho seja encontrado
Para cura germânica, meios alemães,
Para médicos alemães em dias futuros.
Fonte: Calvin College
http://www.calvin.edu/academic/cas/gpa/story10.htm
Publicado em:
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/2473

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