Mostrando postagens com marcador Goering. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Goering. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O judeu que soube das intimidades nazistas

Howard Triest, judeu alemão, trabalhou como tradutor
dos psiquiatras estadunidenses em Nuremberg.
É o último sobrevivente da equipe que fez provas psicológicas nos mais altos comandos nazis. Eles nunca se informaram de que seu tradutor era judeu e agora conta suas experiências.
Segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Um judeu alemão que se converteu em tradutor do exército estadunidense é o último sobrevivente da equipe que realizou exames psicológicos em importantes nazistas depois da guerra. Ele explica que aprenderam muito pouco, mas obtiveram um conhecimento único de suas personalidades.

"Se você retira os nomes desses nais, e só se senta e fala com eles, era como se fossem teus amigos e vizinhos".

Howard Triest, de 88 anos de idade, passou muitas horas com alguns dos líderes mais notórios do Terceiro Reich, quando trabalhou como tradutor dos psiquiatras estadunidenses em Nuremberg.

Era setembro de 1945, pouco depois do fim da Segunda Guerra Mundial na Europa, e os mais altos postos dos nazis que seguiam vivos iriam ser julgados por crimes de guerra.

"Havia visto esta gente em seus tempos de glória, quando os nazis eram os donos do mundo", conta. "Estes dirigentes haviam matado a maioria da minha família, mas agora eu estava no controle".

Entre eles estava o chefe da Luftwaffe, a força aérea alemã, Hermann Goering, o segundo de Hitler, Rudolf Hess, o propagandista nazi Julius Streicher e o ex-comandante de Auschwitz Rudolf Hoess, entre outros.

"É uma sensação muito estranha, estar sentado em uma cela com um homem que você sabe que matou teus pais", disse referindo-se a Hoess.

"Tratamos ele com cortesía, mantive meu ódio sob controle quando estava trabalhando ali. Não podia deixar verem como você se sentia realmente porque não arrancaria nada de seus interrogatórios. Mas nunca dei a mão a nenhum deles".

Escapando dos nazis

Howard Triest nasceu em uma família judia em Munique, 1923, e já era um adolescente quando se intensificou a perseguição nazista.

Sua família partiu para Luxemburgo em 31 de agosto de 1939, um dia antes da Alemanha invadir a Polônia, com a intenção de seguir sua viagem para os Estados Unidos. Mas a falta de dinheiro lhes impediu de realizar a viagem juntos.

Assim que ele saiu antes, em abril de 1940, seus pais e a irmã menor seguiram um mês mais tarde.

Para seus pais, esse atraso foi fatal. Sua mãe Ly, que então tinha 43 anos de idade, e Berthold, de 56 anos, foram enviados mais tarde da França para Auschwitz, onde morreram.

Sua irmã Margot foi contrabandeada até a Suíça e dali aos Estados Unidos, onde ainda vive, como seu irmão.

O intento de Howard de alistar-se no exército dos Estados Unidos foi frustrado a princípio porque não contava com a nacionalidade deste país, mas mais tarde, em 1943, ele a conseguiu. Haviam-no tornado cidadão estadunidense.

Foi destinado à Europa. Aterrissou na praia de Omaha, um ou dois dias depois do Dia D, e começou a trabalhar para a inteligência militar, graças ao fato de que falava alemão fluentemente, uma destreza que se tornava mais valiosa à medida que os Aliados adentravam o continente até Berlim.

No verão de 1945 foi dada baixa, mas imediatamente depois começou a trabalhar para o Departamento de Guerra dos EUA como civil, e foi enviado à Nuremberg para dar assistência ao capitão Leon Goldensohn com suas avaliações psiquiátricas dos réus que esperavam um julgamento.

Foi assim, como um homem judeu, que havia escapado das garras dos nazis, chegou a passar horas em suas companhias, sentado com eles em suas celas, traduzindo as perguntas dos psiquiatras e suas respostas.

O capitão Goldensohn estava levando a cabo diagnósticos com provas como as Rorschach, numa tentativa de entender as personalidades e motivações dos prisioneiros.

As memórias de Triest desta experiência foram recolhidas em um livro "Adentro de la prisión de Nuremberg"(Dentro da prisão de Nuremberg), pela historiadora Helen Fry, que contém esboços vívidos desses personagens.

Hess, o zumbi

"Goering seguia sendo um homem pedante", recorda Triest.

"Era o ator eterno, o homem que estava a cargo. Considerava-se a si mesmo como o prisioneiro número um, porque Hitler e Himmler já estavam mortos. Sempre queria a cadeira número um no tribunal".

"Chegou a Nuremberg com oito maletas, a maioria cheias de remédios, pois era viciado, e ficou surpreso porque o trataram como um prisionero e não como uma personalidade famosa".

Triest também teve contato com Rudolf Hess, que havia sido o deputado de Hitler até fugir para a Escócia, em maio de 1941, onde foi capturado.

Recorda que Hess era "como um zumbi".

"Hess pensava que o perseguiam, inclusive quando esteve detido na Inglaterra. Fez pacotes de amostras de comida e nos dava algumas a mim e aos psiquiatras. Pedia que as analisássemos pois pensava que o estavam envenenando".

"Era um prisioneiro calado, que respondeu algumas perguntas mas não entrou em detalhes. Ninguém sabia quanto havia de atuação e quanto era real, quando realmente podia recordar".

Ódio oculto

Dentro de suas obrigações, Triest também esteve cara a cara com Rudolf Hoess, foi dos encontros mais intensos por conta da morte de seus pais em Auschwitz, quando o campo de concentração estava sob controle de Hoess.

"Tanto Goldensohn como eu estivemos com ele muitas vezes. Algumas vezes eu estive sozinho com ele em sua cela", explica Triest.

"As pessoas costumavam me dizer: 'podes te vingar, podes levar um canivete para sua cela'. Mas a vingança já estava no fao de que eu sabia que que ele estava atrás das grades e seria enforcado. Assim que sabia que ele iria morrer de qualquer jeito. Matá-lo não iria me fazer nenhum bem".

Triest descreve Hoess como alguém "muito normal. Não parecia alguém que havia matado a dois ou três milhões de pessoas".

Um incidente extraordinário ocorreu com Julius Streicher, cujo periódico Der Stuermer alimentou muito a histeria antissemita entre os alemães.

"Era o maior antissemita. Entrevistei-o com outro psiquiatra, o capitão Douglas Kelley. Streicher tinha uns papéis que não queria dar a Kelley, ou a nenhuma pessoa, porque dizia que não queria que caíssem em mãos judias".

"Finalmente ele os me deu. Eu era alto, loiro e de olhos azuis. Ele disse que 'só os darei ao tradutor porque sei que é um verdadeiro ariano. Eu sei pela forma como fala".

"Streicher falou comigo durante horas porque acreditava que eu era um 'verdadeiro ariano'. Arranquei muito mais dele dessa forma".

De fato, nenhum dos nazis para os quais Trieste traduziu souberam que ele era judeu..

Lição aprendida?

Triest explica que, apesar dos melhores esforços dos psiquiatras, não se conseguiu extrair muito sobre a psicologia da mentalidade nazi.

"Aprendemos algo destas provas psiquiátricas? Não. Não encontramos nada anormal, nada que indicasse algo que os tornara os assassinos que foram".

"De fato, eram bastante normais. A maldade e a crueldade extrema podem andar com a normalidade. Nenhum demonstrou remorso".

"Disseram que sabiam que havia acampamentos, mas não tinham conhecimento da aniquilação de gente".

"É uma lástima que não passaram pelo mesmo que suas vítimas, que Hoess não tenha sofrido num campo de concentração da mesma forma que seus prisioneiros".

Triest espera que nunca se esqueça da história do Holocausto.

"Mas olha o mundo agora. É mais tranquilo? Algumas das vítimas mudaram, mas elas ainda existem em todo o mundo".

Antes de terminar a entrevista, Triest conta outra anedota sobre o prisioneiro número um de Nuremberg.

"Uma vez Goering disse que se alguma bomba era lançada em Berlim, comeria arenque. Bem, eu estava encarregado de censurar sua correspondência e uma vez alguém lhe mandou arenque".

Howard ri suavemente. "Eu o coloquei. Cheirava um pouco".

Fonte: BBC Mundo/Semana.com(Reino Unido/Colômbia)
http://www.semana.com/mundo/judio-supo-intimidades-nazis/166285-3.aspx
Tradução: Roberto Lucena

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Descendentes de nazis e do Holocausto reunidos no mesmo filme

"Crianças de Hitler" reúne descendentes de nazis e de sobreviventes do Holocausto. Documentário revela que sobrinha-neta de um dos braços direitos de Hitler evitou ter filhos para não perpetuar o DNA "de um monstro".

Maria Luiza Rolim(http://www.expresso.pt/), com agências
Quinta feira, 10 de Fevereiro de 2011

Em Crianças de Hitler, Monika Goth diz
que perguntou à mãe quantos judeus
o pai, Amon Goth, matou
Quando tiveram conhecimento das atrocidades cometidas pelo tio, o oficial nazi alemão Hermann Goering, Betina Goering e o seu irmão decidiram submeter-se a uma esterilização para não perpetuarem o DNA "de um monstro". O depoimento da sobrinha-neta do comandante da Luftwaffe - o segundo homem mais importante na hierarquia do Terceiro Reich de Adolf Hitler -, e de outros descendentes nazis, é um dos momentos mais surpreendentes do novo e controverso documentário do israelita Chanoch Zeevi.

Pela primeira vez, num mesmo filme, as gerações pós-guerra encontram-se. O palco dos confrontos é Auschwitz. O filme "Crianças de Hitler" estará concluído até ao final deste ano. Os interessados poderão participar na sua produção, bastando para isso comprar, por antecipação, uma cópia do documentário, em suporte DVD, que será enviada posteriormente pela Maya Productions.

"Fascinantes familiaridades"

Chanoch Zeevi, realizador também de "Nadia's Friends", confessa ter encontrado "fascinantes familiaridades" entre os filhos da segunda geração do Holocausto. Ou seja, entre os descendentes dos líderes nazis - um pequeno grupo de homens e mulheres alemães que aceitaram falar sobre a vergonha pelos crimes cometidos pelos seus pais, tios e avós, e sobre como descobriram a verdade sobre o Holocausto -, e os que descendem das vítimas do genocídio.

Chanooch Zeevi, cujos avós morreram num campo de concentração nazi, diz que quando teve a ideia do filme "nessa noite não consegui pregar o olho. Sentia-me como uma criança que levou uma tareia. Primeiro, tentamos fazer algo para minorar a dor, mas depois tomamos consciência de que é preciso ir atrás de quem nos bateu. Entendemos que devemos sempre ouvir o outro lado. Os sobreviventes podem não ter forças para o fazer. mas os descendentes têm. E esses encontros ajudam-nos a seguir em frente".

O realizador Chanoch Zeevi prevê que o seu filme vá ser duramente criticado em Israel. "Muitas pessoas defendem que nos devemos concentrar apenas nas vítimas. Nunca ouvi nenhuma história do lado nazi, qual era o papel exato de cada líder, quais eram as sua responsabilidades e quanta influência Hitler tinha sobre eles, Na minha ótica, é impossível entender o Holocausto sem tentar ver de onde vieram as raízes do mal e como elas cresceram".

Zeevi confessa que não foi fácil conseguir pessoas dispostas a dar a cara. "Muitas, simplesmente desligaram o telefone. Ainda há quem se orgulhe desse passado e defenda a ideia nazi".

Descendente nazi casa com judeu

Mais de 60 anos depois da II Guerra Mundial, outro dos protagonistas do documentário, Ricardo, filho de Adolf Eichmann, disse que simplesmente não consegue compreender porque o seu pai se tornou o "arquiteto" do Holocausto.

O passado também dominou a vida de Niklas Frank, que também dá o seu depoimento. O afilhado de Hitler e filho de Hans Frank - que foi chefe do governo na parte ocupada da Polónia e responsável pelos campos de extermínio no país -, dedicou boa parte do seu tempo a pesquisar e a escrever sobre o seu pai, e hoje faz conferências e palestras sobre o tema para jovens alemães.

"Sinto-me responsável pelas ações do meu pai, envergonho-me delas. Não posso amar um pai que fez o que ele fez. Existem duas maneiras de sobreviver como filho de um criminoso de guerra: defendê-lo até ao fim como o fazem os meus irmãos mais velhos, ou confrontar as suas ações e admitir: sim, o nosso pai foi um assassino", diz Niklas Frank no documentário.

O filme mostra, ainda, o confronto de Monika Hertwig, filha de Amon Goeth -chefe de Plaszów, campo de concentração, imortalizado no filme "Lista de Schindler", de Ralf Fiennes -, com um homem que lhe diz que o seu pai matou mulheres e crianças "por desporto". Durante muito tempo, ela acreditava que o pai tinha sido um soldado comum, que morrera no front russo. Amon Goeth foi julgado em 1946 e condenado à forca. Monika conta, ainda, como conheceu, aos 13 anos, o primeiro judeu.

Muitas outras histórias de vida são mostradas no documentário de Zeevi. Como a de Katrin Himmler, sobrinha-neta de Heirich Himmler, o segundo na lista abaixo de Hitler no Terceiro Reich.

Katrin casou-se com um judeu, israelita, filho de sobreviventes polacos, e confessa que isso ainda hoje provoca admiração.

Betina Goering, que laqueou as trompas aos 30 anos por não desejar ter filhos que perpetuassem o sangue nazi, disse que o seu pai, falecido em 1981, nunca conversou com ela sobre o Holocausto. Nem sobre o seu tio, Hermann Goering, condenado à morte em 1946 junto com outros 11 pelo Tribunal de Nuremberga, mas que acabou por se suicidar.

Já a sua avó, Edda Goering, afilhada de Hitler, adorava o pai. "Recordo-me de estarmos a assistir a um documentário na televisão sobre o Holocausto e de ela ter dito que (o genocídio) não passava de uma mentira, que nada daquilo tinha acontecido", acrescentou Betina, que vive atualmente em Santa Fé, Novo México, onde é naturopata.

Fonte: Expresso(Portugal)
http://aeiou.expresso.pt/descendentes-de-nazis-e-do-holocausto-reunidos-no-mesmo-filme=f631127

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Primeira visita a Israel da sobrinha neta de Goering

Trauma. Holocausto levou-a a ser operada para não ter filhos

Primeira visita a Israel da sobrinha neta de Goering

"Não queria trazer monstros ao mundo. Temia ter em mim a maldita semente da dinastia Goering", disse Bettina Goering. Em entrevista ao diário israelita Yediot Aharonot, acrescentou: "Ser uma Goering é uma herança muito pesada."

Bettina, de 52 anos, é neta do irmão de Hermann Goering e prepara-se para realizar a sua primeira visita a Israel, onde irá participar no Festival de Cinema Judaico. Entre os vários filmes está um documentário de Cynthia Connop, que segue os encontros entre Bettina e a artista judia Ruth Rich, cuja família desapareceu nos campos de extermínio nazi.

A sobrinha-neta do homem que, em 1939, foi indicado como legítimo sucessor de Adolf Hitler, conta como sentiu "vergonha e culpa" ao descobrir que o nome da sua família estava associado ao Holocausto - um sentimento que a levou, aos 13 anos, a consumir drogas e aos 30 a ser operada para não ter filhos. Surpreende-a que os judeus que encontra na América Latina não a odeiem por ser uma Goering, mas sente-se muito mal quando descobre que o judeu com quem acaba de "fazer amor" é um sobrevivente do Holocausto, com um "número tatuado no braço".

Hoje, Bettina vive em Santa Fé, entre duas famílias judias que se odeiam e que ela tenta aproximar; trabalha com Ruth sobre o trauma do silêncio. Das vítimas e algozes.

Lumena Raposo

Fonte: Diário de Notícias(Portugal)
http://dn.sapo.pt/2008/10/24/internacional/primeira_visita_a_israel_sobrinha_ne.html

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Bombas Atômicas Nazis - Parte 2

Parte 2 de 2
-------------------

Em qualquer caso, a linha do interrogatório realizado pelo Sr. Jackson era: "Exageraram-se os relatórios sobre uma nova arma secreta para que o povo alemão seguisse decidido a continuar a guerra?"

Contudo, quando os negadores do Holocausto citam esta secção do sumário do julgamento de Nuremberg, sempre se omite este fato. Cita-se fora de contexto para tratar de fazer ver que Jackson estava acusando aos nazis de matar judeus com armas nucleares!

Por exemplo, uma página web que esteve tanto no website de Greg Raven como no de Bradley Smith até início de 1996 dizia a seus leitores que "muitas das afirmações documentadas em Nuremberg já não são aceitas por nenhum historiador razonable. Muitas destas 'atrocidades' simplesmente tem sido esquecidas". A continuação do juiz Jackson é citada da seguinte maneira:
E também se realizaram certos experimentos e pesquisas sobre a energia atômica... Um experimento... realizou-se próximo a Auschwitz... A finalidade do experimento era encontrar uma maneira rápida e total de eliminar pessoas sem as demoras e moléstias das execuções, os gaseamentos e as incinerações, como se fez, e este é o experimento segundo o qual foi descoberto. Construiu-se uma vila, uma pequena vila com estruturas temporárias, e se instalou nela uns 20.000 judeus. Por meio desta nova arma de destruição, estas 20.000 pessoas foram erradicadas quase que instantaneamente, e de uma maneira tal que não sobrou nenhum resto delas.

http://www.nizkor.org/ftp.cgi/orgs/american/oregon/banished.cpu/martin.exposed

"George Martin," princípios de 1992:

Uma citação do Sr. Juiz Jackson: "Tenho certa informação que chegou em minhas mãos sobre um experimento realizado próximo a Auschwitz, e queria lhe perguntar se você o conhecia ou ouviu falar dele. A finalidade do experimento era encontrar uma maneira rápida e total de eliminar pessoas sem as demoras e moléstias das execuções, os gaseamentos e as incinerações, como se fez, e este é o experimento segundo o qual foi descoberto. Construiu-se uma vila, uma pequena vila com estruturas temporárias, e se instalou nela uns 20.000 judeus. Por meio desta nova arma de destruição, estas 20.000 pessoas foram erradicas quase que instantaneamente, e de uma maneira tal que não sobrou nenhum resto delas; desenvolvido, o explosivo alcançou temperaturas entre 400 e 500 ºC e destruiu a todos sem deixar nenhum vestígio." Isto foi mencionado depois de falar dos experimentos nazis no campo da energia atômica. A intenção era fazer ver que os nazis os haviam mandado para eternidade com bombas atômicas. [7]

É interesante voltar à página anterior e ver que ocultam as omissões.
(Continuará...)

Engano e Tergiversação; Técnicas de Negação do Holocausto
Bombas Atômicas Nazis


Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena
http://www.nizkor.org/features/techniques-of-denial/atomic-02-sp.html
http://www.nizkor.org/features/techniques-of-denial/atomic-02.html

domingo, 27 de abril de 2008

Bombas Atômicas Nazis - Parte 1

Parte 1 de 2
-------------------
O juiz Robert H. Jackson, que dirigia a acusação americana do Tribunal de Nuremberg, interrogou Albert Speer em 21 de junho de 1946. O Sr. Jackson estava tratando de aclarar quem tomou e como a decisão de chegar à "guerra total", a decisão dos líderes nazis de combater até que a Alemanha fosse total e definitivamente derrotada. Isto se relacionava com uma das acusações contra os réus, o de "crimes contra a paz". (Speer, casualmente, foi absolvido desta acusação na sentença, três meses depois [1]).

Este contexto - tratar de establecer os fatos da "guerra total" - converte-se em algo muito importante na página 529 da transcrição do julgamento, assim que o leitor terá que desculpar várias citações ds páginas que tratam deste ponto.

Por exemplo, Jackson perguntou acerca da proposta de retirar-se da Convenção de Genebra quando se aproximava o final da guerra. Speer comentou:

Speer: Esta proposta, como já declarei ontem, foi feita pelo Dr. Goebbels. Feita depois do bombardeio de Dresden [15 de fevereiro de 1945], mas antes disto, desde o outono de 1944, Goebbels e Ley falaram com freqüência de itensificar o esforço de guerra em todo o possível, já que me restou a impressão de que Goebbels estava tratando de usar o ataque à Dresden e a irritação que ele causou como uma desculpa para sair da Convenção de Genebra. [2]

A seguinte pergunta do Sr. Jackson tratava do desejo dos nazis de usar gás nervoso no campo de batalha:

Jackson: Bem, fez-se então uma proposta para empregar armamento químico?

Speer: não me foi possível, através de minha observação direta, saber se estava sendo preparando o emprego de armas químicas, mas soube através de pessoas que trabalhavam com Ley e Goebbels que estavam discutindo o uso dos novos gases de combate, o tabun e o sarín.[3]

As seguintes perguntas trataram da campanha de bombardeios com foguetes contra a Inglaterra, que não foi eficiente desde uma perspectiva militar, mas (se supõe) manteve a moral alemã, e então o Sr. Jackson voltou a fazer algumas perguntas sobre os gases nervosos.

Na página 529 da transcrição, o Sr. Jackson perguntou por uma história da propaganda nazi destinada a elevar a moral do povo alemão. Começamos citando uma pergunta e sua resposta anterior à história de propaganda, para que o leitor veja que não foi tirada de contexto a citação:
Jackson: Quem se encarregava dos experimentos com gases?

Speer: Pelo que eu sei, o departamento de pesquisa da O.K.H. no laboratório do Exército. Não posso dizer com segurança.

Jackson: E também se realizaram certos experimentos e pesquisas sobre a energia atômica, não?

Speer: Não haviamos chegado tão longe, por infortúnio, porque nossos melhores especialistas em pesquisa atômica haviam emigrado para América, fazendo-nos retroceder em nossas pesquisas, pelo que ainda necessitaríamos de um ou dois anos para alcançar algum resultado na fissão atômica.

O Sr. Jackson faz um comentário irônico:
Jackson: A política de expulsar da Alemanha todo aquele que não estivessem de acordo com vocês não produziu bons resultados, verdade?

Speer: Especialmente nesta área se supôs uma grande desvantagem para nós.

Então voltou à linha seguida no interrogatório:
Jackson: Tenho certa informação que chegou em minhas mãos sobre um experimento realizado próximo a Auschwitz, e queria lhe perguntar se você o conhecia ou ouviu falar dele. A finalidade do experimento era encontrar uma maneira rápida e total de eliminar pessoas sem as demoras e moléstias das execuções, os gaseamentos e as incinerações, como se fez, e este é o experimento segundo o qual foi descoberto. Construiu-se uma vila, uma pequena vila com estruturas temporárias, e se instalou nela uns 20.000 judeus. Por meio desta nova arma de destruição, estas 20.000 pessoas foram erradicas quase que instantaneamente, e de uma maneira tal que não sobrou nenhum resto delas; desenvolvido, o explosivo alcançou temperaturas entre 400 e 500 ºC e destruiu a todos sem deixar nenhum vestígio.

Você sabe algo deste experimento?

Speer: Não, e o considero improvável. Se houvêssemos estado preparando uma arma assim, eu teria sabido. Mas não tínhamos uma arma assim. Está claro que no campo da guerra química, ambos os grupos realizaram pesquisas sobre todas as armas que se possa imaginar, porque não se sabia que grupo poderia começar a empregar armamento químico.

Com sua pergunta seguinte, o Sr. Jackson aclarou porque havia perguntado por esta história, esta "informação que havia chegado em suas mãos".
Jackson: Assim, pois, exageraram os relatórios sobre uma nova arma secreta com a finalidade de que o povo alemão seguisse apoiando a guerra?

Speer: Isso foi o que foi feito, sobretudo durante a última fase da guerra. Desde agosto, ou mais ou menos junho ou julho de 1944, visitei com freqüência a frente. Visitei umas 40 divisões de primeira linha em seus setores, e não fiz mais que ver que as tropas, em igual com o povo alemão, depositavam suas esperanças em uma nova arma, armas novas e superarmas que, sem requerer o uso de soldados, sem forças armadas, outorgariam a vitória. Esta crença é o segredo que conseguiu que tanta gente da Alemanha oferecesse suas vidas, ainda que um sentimento em comum lhes dissesse que a guerra não tinha solução. Acreditavam que em um futuro próximo, essa arma iria aparecer.

Neste ponto, está claro que Jackson e Speer estavam de acordo no que os "relatórios... sobre uma nova arma secreta" tinham fins propagandísticos. Contudo, de novo para que o leitor esteja seguro das intenções de Jackson, aqui está o testemunho por completo. Speer segue dizendo:
Escrevi a Hitler sobre isto, e também intentei em vários discursos, inclusive ante os líderes de propaganda de Goebbels, combater esta crença. Tanto Hitler como Goebbels me disseram, contudo, que isto não era propaganda deles, senão que era um sentimento que estava crescendo entre as pessoas. Só aqui, quando é chegado ao banco dos réus em Nuremberg, Fritzsche me diz que esta propaganda era distribuída sistematicamente entra as pessoas através de diversos canais, e que o SS Standartenführer (Coronel das SS) Berg era o responsável. Ficaram claras muitas coisas desde então, porque este homem, Berg, era um representante do Ministério de Propaganda e com freqüência comparecia a encontros, grandes sessões de meu Ministério, dado que estava escrevendo artigos sobre estas sessões. Ali se ouviu nossos planos futuros, e se usou estes conhecimento para falar às pessoas com mais imaginação(credulidade)que verdade.

Jackson: Quando se observou que a guerra estava perdida? Tenho a impressão que você sentia que em parte era sua responsabilidade tirar o povo alemão da guerra sofrendo a menor destruição possível. Isto descreve bem sua atitude?

Speer: Sim, mas não só tinha este sentimento em face do povo alemão. Sabia de sobra que igualmente tinha que evitar a destruição que estava ocorrendo nos países ocupados. Isto era tão importante para mim desde o ponto de vista realista, que disse a mim mesmo que depois da guerra, a responsabilidade desta destruição não recairia em nós, senão no seguinte governo alemão, e nas futuras gerações alemãs.

Jackson: Você começou a ser contra as pessoas que queriam continuar a guerra até as últimas conseqüências, porque você queria que a Alemanha tivesse a oportunidade de regenerar sua vida. Não é isso? Enquanto que Hitler adotou a postura de que se ele não podia sobreviver, não lhe importava que a Alemanha sobrevivesse ou não.

Speer: É correto, e nunca antes tive a coragem de dizer isto, até que se chegou neste Tribunal não me havia sido possível prová-lo com a ajuda de alguns documentos, porque essa frase de Hitler é monstruosa. Mas a carta que lhe escrevi em 29 de março, na que confirmo isto, demonstra que ele disse isso.

Jackson: Bem, se me permite o comentário, não é novidade para nós que esse fora seu ponto de vista. Creio que se viu na maioria dos países que esse era seu ponto de vista.

Sigamos. Estava você com Hitler no momento em que ele recebeu o telegrama de Göring, no que este o sugeria que se lhe cedesse o poder? [4]

Neste momento, Jackson havia conseguido o que buscava: deixar claro que Hitler e os outros líderes nazis estavam decididos a levar adiante a guerra total.

Uma página mais adiante, Jackson descreveria a situação assim: "Você tem 80 milhões de pessoas lúcidas e sensatas que se enfrentam até a destruição; e tem uma dezena de pessoas que as levam até a destruição, e você é incapaz de lhes deter". E na página seguinte: "Bem, agora- Hitler está morto; Eu assumo que você aceita isso- já que agora só resta ao Diabo fazer seu trabalho. [...] Passemos ao Número 2, que nos é dito que estava a favor de lutar até o final". [5]

Hitler, por estar morto, não estava presente para responder as acusações pelos crimes contra a paz e por provocar uma guerra de agressão destrutiva. Mas o Número 2, Göring, sim estava. Göring foi declarado culpado de todas as acusações. [6]

Autor: Jamie McCarthy

Engano e Tergiversaçao; Técnicas de Negação do Holocausto
Bombas Atômicas Nazis


Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena
http://www.nizkor.org/features/techniques-of-denial/atomic-01-sp.html
http://www.nizkor.org/features/techniques-of-denial/atomic-01.html

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Quando Hitler decidiu-se pela Solução Final?

Um ensaio de Gord McFee
Introdução

Um dos mais interessantes e avidamente debatidos aspectos do Holocausto, é quando Hitler o ordenou que ele começasse.

Pensava-se até agora que a decisão havia sido feita entre o início e metade de 1941, e que começou a pleno vapor no início de 1942. Esse pensamento agora é contestado por uma descoberta de documentos só agora disponíveis, recentemente levantados pelo historiador alemão Christian Gerlach [1]. Os novos documentos incluem um registro de 12 de dezembro de 1941 do diário do ministro de propaganda Joseph Goebbels e parte das anotações de Heinrich Himmler em seu diário em 18 de dezembro de 1941.

Pensamento Corrente

Antes de se chegar a estas recentes descobertas e o que elas significam, é necessário recapitular brevemente quais são os pensamentos neste assunto. Aceita-se, de maneira geral, que a decisão de exterminar-se fisicamente os judeus tenha sido feita entre o começo e metade de 1941. [2] A secretária de Hitler lembra-se de um encontro privado entre Himmler e Hitler no começo da primavera de 1941, depois do qual Himmler sentou-se à mesa dela com um olhar perturbado, pôs as mãos na cabeça e disse: “Meu Deus, Meu Deus, o que esperam que eu faça”. [3] Ela está convencida que esta foi o dia em que Hitler ordenou que Himmler matasse os judeus. Outros testemunhos afirmam que a decisão foi feita entre Março de 1941 e a invasão da União Soviética. (Pesquisas nesta área são prejudicadas pelo fato de não ter sido encontrada nenhuma ordem de Hitler sobre o lançamento da Solução Final, e mesmo que houvesse, é bem provável que tenha sido destruída). Tanto Rudolf Höss, comandante de Auschwith [4] , quanto Adolf Eichmann, chefe do Departamento IVB4 (Assuntos Judaicos) [5] mencionam relatos de uma ordem de Hitler em princípios do verão de 1941.

Historiadores geralmente têm pensado que a Solução Final se desenrolou da seguinte forma. Primeiro, os Einsatzgruppen (Grupos de Tarefas Especiais) entraram na União Soviética atrás da invasão das forças armadas ao final de junho de 1941 e começaram a fuzilar judeus onde quer que estes se encontrassem. Mais ou menos 500.000 judeus foram mortos desta forma entre Julho e Dezembro de 1941. Naquele tempo, esta tremenda quantidade de judeus a serem liquidados e os efeitos na política de fuzilar mulheres e crianças levaram à pesquisa de outros métodos, culminando no estabelecimento de campos da morte tais como Auschwitz, Treblinka e Sobibor no início de 1942, para os quais os Judeus eram transportados e gaseados com monóxido de carbono ou ácido prússico (Zyklon B).

Isto traz à tona várias questões, tais como:

Se a decisão já havia sido tomada no início de 1941 (antes de invasão da União Soviética), qual a razão para Göring emitir sua ordem de Solução Final para Reinhard Heydrich (Chefe do Escritório Central de Segurança do Reich e encarregado da Solução Final junto com Himmler) em 31 de julho de 1941?[6]

Por que Heydrich esperou até janeiro de 1942 para reunir a Conferência de Wannsee, quando o planejamento administrativo para a Solução Final já estava finalizado?

Onde está a “Ordem de Hitler” que encaixa tudo isso em seu lugar?
As recentes descobertas aludem a uma clara e inequívoca ordem do próprio Hitler para matar os judeus. Ao mesmo tempo, elas sugerem três revisões para a teoria corrente. Primeiro, agora é inegável que Hilter pessoalmente ordenou a Solução Final em termos gerais; segundo, a decisão não foi feita antes da invasão da União Soviética - em vez disso, a última decisão foi tomada quase no fim de 1941; terceiro, a Solução Final não foi um processo que se desenrolou de maneira uniforme, mas dependeu sobremaneira dos caprichos do esforço de guerra.

Os Documentos Recentemente Descobertos

As duas recentes descobertas são:

A primeira é um registro no diário de Joseph Goebbels em 12 de dezembro de 1941. Ele contém o seguinte:

Bezüglich der Judenfrage ist der Führer entschlossen, reinen Tisch zu machen. Er hat den Juden prophezeit, daß, wenn sie noch einmal einen Weltkrieg herbeiführen würden, sie dabei ihre Vernichtung erleben würden. Das ist keine Phrase gewesen. Der Weltkrieg ist da, die Vernichtung des Judentums muß die notwendige Folge sein.

“Em relação a questão judaica, o Führer decidiu fazer uma completa varredura. Ele profetizou aos judeus que se eles causassem uma nova guerra mundial, eles viveriam para presenciar sua aniquilação nela. Isto não foi apenas uma frase de efeito. A guerra mundial está aqui, e a destruição dos judeus deve tornar-se a conseqüência necessária.[7]

A Segunda é uma nota escrita de próprio punho pelo Reichsführer-SS Heinrich Himmler em seu bloco de anotações – a ser publicada em breve – de um encontro que teve com Hitler no Quartel-General deste (Wolfsschanze, a “Toca do Lobo”) em 18 de dezembro de 1941. As anotações são simplesmente: [8]
Judenfrage / als Partisanen auszurotten

Questão Judaica/ a serem exterminados como os partisans

Hitler pessoalmente ordenou a Solução Final

A maior parte dos experts têm concordado que uma ação da magnitude do genocídio em massa, com as possíveis e consequentes ramificações, não poderia ter prosseguido sem a aprovação pessoal de Hitler. Até agora, nenhuma decisão escrita de Hitler foi encontrada, embora haja indícios contundentes de que uma ordem verbal certamente foi dada[9]. As recentes descobertas não podem ser consideradas decisões escritas (as quais, se realmente existiram, foram quase com certeza destruídas ao final da guerra), mas elas são uma confirmação inequívoca de que uma clara decisão foi feita por Hitler. E melhor ainda, ajudam a estabelecer o tempo em que foram tomadas.

A Decisão foi feita ao final de 1941.

As novas descobertas sugerem firmemente que Hitler decidiu, de uma vez por todas, exterminar os judeus europeus no começo de Dezembro de 1941. Isto se enquadra nas palavras “Solução Final desejada”, na ordem de Göring para Heydrich de julho de 1941, e ajuda a explicar o porquê da Conferência de Wannsee ter sido realizada tão depois da ordem de Göring ter sido expedida, ou seja, a ordem final ainda não tinha sido dada em julho de 1941.

Isto não significa que nenhuma ordem tinha sido dada por ocasião da invasão da União Soviética. De fato, é certo que uma ordem para matar judeus, comissários e outros “indesejáveis” tenha sido dada antes da invasão da União Soviética, e essa ordem pode bem ser aquela à qual a secretária de Hitler se refere. È mais provável que tenham sido as instruções passadas por Hitler a Himmler que, como parte dos planos de invasão, que os indivíduos citados acima seriam sistematicamente mortos e que Himmler seria o encarregado da execução destas ordens. E é mais provalvelmente esta ordem aquela à qual Eichmann, Höss e outros se referiram em seus vários depoimentos.

Mas, além disso, estes indivíduos poderiam estar a par da ordem de Göring a respeito dos aspectos administrativos a serem considerados em prol de uma “desejada” solução final. Todos sabiam que uma solução final – uma decisão de aniquilar todos os judeus europeus – poderia apenas ter sido feita por Hitler. E Hitler era notório por hesitar, por vezes com conseqüências quase desastrosas, quando confrontado com decisões sérias, tais como o Expurgo de Röhm, a Crise de Munique e se deveria candidatar-se às eleições presidenciais de 1931 [10]. Seria complementamente condizente com a personalidade de Hilter se este hesitasse por vários meses após ordenar os fuzilamentos dos Einsatzgruppen – uma espécie de pré-solução final – antes que pudesse sentir-se apto a tomar a decisão definitiva. A despeito da ordem de Göring, havia pouca ação concreta a ser tomada por Heydrich até que saissem ordens do homem lá no topo. E este homem no topo não decidiu até dezembro de 1941.

Pode-se apenas especular o que finalmente apressou Hitler a tomar a decisão final em Dezembro de 1941, mas um exame na situação daquela época sugere que diversos fatores desempenharam cada um o seu papel. Primeiro, com o ataque japonês a Pearl Harbor, a declaração americana de guerra ao Japão, e a própria declaração de guerra de Hitler aos Estados Unidos, Hitler agora tinha a chamada guerra “mundial” a que fez alusão Goebbels em seu diário em 12 de dezembro de 1941. Segundo, a primeira grande virada da sorte alemã na guerra contra os soviéticos havia acontecido. Em 5 de dezembro, exatamente às portas de Moscou, o exército alemão teve sua trajetória barrada pelo início de um terrível inverno russo. As temperaturas caíram para 31 graus abaixo de zero naquele dia, e para 36 graus negativos no dia seguinte. Os alemães não estavam equipados com roupas de inverno, e os panzers pifaram, e, no dia 6, o General Georgi Zhukov atacou num front de 320 quilômetros diante de Moscou com 100 divisões, de cuja existência os alemães sequer sabiam.[11] Hitler deve ter sabido a esta altura que seu esforço de guerra estava correndo sérios - talvez graves - perigos. Terceiro, a tremenda quantidade de judeus a serem mortos e as dificuldades dos policiais em fazer os fuzilamentos foram passados por Himmler a Hitler. Houve discussões quanto ao uso de gases tóxicos como meio de matar judeus e evitar espetáculos públicos que às vezes acompanhavam os fuzilamentos no outono de 1941.[12]

Contra este pano de fundo, pode ser argumentado de maneira plausível que dezembro de 1941 foi uma espécie de divisor de águas para Hilter. A congruência de eventos pode muito bem tê-lo empurrado para uma posição sem volta.
----------------------------------------------------------------------
Notas

1. Die Zeit, edição de 9 de janeiro de 1998; AFP, despacho de 14 de January de 1998.
2. Breitman, The Architect of Genocide, tem como "no início de 1941" [p. 152]; Hilberg, Perpetrators, Victims, Bystanders, diz que o "germe da solução final pode ser traçada até os primeiros dias de março de 1941" [p. 17]; Shirer, The Rise and Fall of the Third Reich, coloca-a no "início do verão" de 1941 [p. 965]; Gilbert, The Holocaust, coloca-a em maio de 1941 [p. 152]; Yahil, The Holocaust, a colocaria no final de julho de 1941 [p. 255]; e assim por diante.
3. Gitta Sereny, Albert Speer: His Battle with Truth, Vintage Books, New York, 1996, p. 248.
4. Hoess, Le Commandant d'Auschwitz parle, p. 261.
5. von Lang, Eichmann Interrogated, p. 75.
6. A ordem lê-se como segue:
Complementando a tarefa já atribuída a você na diretiva de 24 de janeiro de 1939, de executar, por emigração ou evacuação, uma solução para a questão judaica tão vantajosa quanto possível sob as condições da época, eu por meio desta o encarrego de fazer todos os preparativos organizacionais, funcionari e materiais necessários para uma solução completa da questão judaica na esfera de influência germânica na Europa.
Visto que as jurisdições de outas agências centrais podem ser desse modo tocadas, elas deverão ser envolvidas.
Eu o encarrego, além disso, de submeter a mim no futuro próximo um plano geral de medidas organizacionais, funcionais, e materias a serem tomadas para a implementação da almejada solução final para a questão judaica.

7. Die Zeit, edição de 9 de janeiro de 1998.
8. Ibid.
9. De longe, o melhor tratamento é Gerald Fleming, Hitler and the Final Solution, University of California Press, Berkley, 1984.
10. Inter alia, Alan Bullock, Hitler: A Study in Tyranny, Bantam Books, New York, 1961, p. 480.
11. William L. Shirer, The Rise and Fall of the Third Reich, Simon and Schuster, New York, 1960, pp. 864-865.
12. Martin Gilbert, The Holocaust: The Jewish Tragedy, Fontana/Collins, Glasgow, 1989, p. 219.

Gordon McFee recebeu seu grau de mestrado em 1973, da University of New Brunswick, Canadá, e Albert Ludwigs Universität, Freiburg im Breisgau, Alemanha (estudos separados), em História e Alemão.

Última modificação: 2 de janeiro de 1999
Copyright © 1998-99 Gordon McFee. Todos os direitos reservados.
Tradução: Marcelo Hiramatsu Azevedo
Texto em inglês: http://www.holocaust-history.org/hitler-final-solution/
Tradução em português publicada em: http://h-doc.vilabol.uol.com.br/HitlerFinal.htm
Mapa dos campos: http://www.historyplace.com/worldhistory/genocide/campsmap.gif

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Após 60 anos, legado do Tribunal de Nuremberg permanece

Por Alan Elsner

WASHINGTON (Reuters) - Transcorridos 60 anos do início dos julgamentos de nazistas pelo Tribunal de Nuremberg, seu legado ainda reverbera em alto e bom som no direito internacional e no julgamento do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein.

O primeiro julgamento envolveu 22 nazistas -- entre eles Hermann Goering, Rudolf Hesse e Joachim von Ribbentrop -- a partir de 20 de novembro de 1945. Três dos réus foram totalmente absolvidos e 11 outros foram absolvidos de algumas das acusações. Houve 12 condenados à morte e algumas condenações a longas penas de prisão. Goering foi condenado, mas cometeu suicídio.

"Nuremberg introduziu o conceito de que indivíduos e Estados estão sujeitos à lei internacional, inclusive com limites à soberania", disse Henry King, um dos promotores de Nuremberg. Aos 86 anos, ele continua ativo como professor de Direito na Universidade Case Western Reserve, em Cleveland (EUA).

"Em certo sentido, marcou a chegada do direito internacional como uma força a ser reconhecida no nosso planeta", afirmou.

Um recente seminário na Universidade Georgetown (Washington) explorou outros legados duradouros de Nuremberg. O tribunal rejeitou de uma vez por todas os argumentos de que os réus estavam "apenas cumprindo ordens".

Estabeleceu o genocídio como um crime organizado e também definiu como crime o planejamento, preparação, início e desenrolar das guerras de agressão -- embora sem definir agressão.

"Nuremberg modernizou as leis da guerra e criou um denominador sob o qual todos os cidadãos do mundo deveriam viver e serem julgados. Ao fazê-lo, Nuremberg lançou o movimento internacional de direitos humanos", disse King.

Ben Ferencz, 85, que foi o chefe da promotoria no julgamento seguinte, em 1947, de 24 líderes dos "Einstatzgruppen" (unidades móveis de extermínio nazistas), lembra-se de ter perguntado ao réu Otto Ohlendorf, que comandou uma operação de extermínio na Criméia, como ele justificava a morte de 90 mil civis desarmados.

"Ohlendorf disse que foi em legítima defesa. Ele disse: 'Nós sabíamos que eles planejavam nos atacar e, portanto, era prudente para nós prevenir e atacá-los"', disse Ferencz, usando palavras que têm uma estranha ressonância nos dias de hoje.

E como Ohlendorf justificava a morte de bebês? "Ele disse que, um dia, eles iriam crescer e se tornariam uma ameaça. Era portanto necessário matá-los antes que o fizessem. Mas esta idéia de matar as pessoas em legítima defesa antecipada -- os juízes disseram que isso não era defesa", afirmou Ferencz.

O CASO SADDAM

Acadêmicos vêem no tribunal de Nuremberg o embrião de todos os demais julgamentos de direitos humanos, como o do ex-presidente sérvio Slobodan Milosevic, dos acusados de atrocidades em Serra Leoa, Ruanda e Timor Leste ou do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein, iniciado formalmente em outubro.

Na verdade, Saddam foi a primeira pessoa desde Nuremberg a ser indiciada pelo crime de agressão, segundo Michael Scharf, também da Case Western Reserve, que participou do treinamento dos juízes no caso Saddam.

"Saddam terá direitos que nenhuma das suas vítimas teve, graças ao precedente de Nuremberg", disse Scharf. Ainda assim, esse julgamento continua sendo altamente problemático, pois dois advogados que defendiam outros réus do processo foram assassinados nas últimas semanas.

Saddam, a exemplo do que fizeram os réus de Nuremberg, contestou a legitimidade do tribunal, por se tratar de uma "justiça dos vencedores". A maioria dos alemães levou décadas para se convencer da legitimidade e imparcialidade do tribunal de Nuremberg. Segundo pesquisas anuais realizadas a partir da década de 1950 pelo governo, mas só divulgadas em 2002, até 1958 cerca de 90 por cento dos alemães achavam que os julgamentos tinham sido injustos. Foi apenas na década de 1970 a opinião popular mudou de maneira decisiva.

David Crane, ex-promotor-chefe do tribunal especial para Serra Leoa, onde nove indivíduos estão sendo julgados por atrocidades na guerra civil daquele país africano na década passada, disse que estava bastante ciente do legado de Nuremberg ao iniciar seu trabalho em Freetown, a capital, em 2002.

"Como Nuremberg e Freetown eram parecidas quando cheguei", disse ele, referindo-se à destruição física das duas cidades. "O cheiro da morte estava literalmente no ar, e foi assim nos três anos em que estive lá."

O julgamento de Serra Leoa incorporou ao léxico mais dois crimes contra a humanidade: o recrutamento obrigatório de crianças menores de 13 anos no conflito e o casamento forçado de mulheres.

Talvez a consequência mais importante de Nuremberg tenha sido a criação, em 1998, do Tribunal Penal Internacional, destinado a promover a justiça internacional e punir os responsáveis pelos crimes mais graves do mundo.

"Nuremberg criou o tribunal da Iugoslávia, que criou o tribunal de Ruanda, que criou a corte especial para Serra Leoa e Timor Leste, e agora o Tribunal Penal Internacional permanente", disse Scharf.

Ironicamente, os Estados Unidos, que insistiram na criação de Nuremberg, se opuseram veementemente ao Tribunal Penal Internacional, por verem nele uma afronta à sua soberania e independência.

Apesar da oposição norte-americana, o México tornou-se em 28 de outubro a centésima nação a ratificar o tratado que criou o tribunal.

"Essa corte não vai embora. Veio para ficar", disse David Scheffer, ex-embaixador especial dos EUA para questões de crimes de guerra. Seu conselho ao governo Bush: "Acostume-se ao tratado, supere isso e conviva com ele."

Fonte: Reuters/UOL(16.11.2005)
http://noticias.uol.com.br/ultnot/reuters/2005/11/16/ult729u52025.jhtm

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

O interrogatório de Friedrich Jecklen

O interrogatório de Friedrich Jecklen

Em seu interrogatório de 14 de dezembro de 1945, (1) minutas (em que) o Alto Líder da SS e Polícia Jeckeln detalhou as operações que foram atribuídas à estrutura da Solução Final no Leste:

"Os fuzilamentos foram executados sob a direção do coronel Dr. Lange, comandante do SD e da Gestapo na Letônia. Knecht estava encarregado da segurança nos locais dos fuzilamentos. (2) Eu, Jeckeln, tomei parte nos fuzilamentos em 3 ocasiões; O mesmo vale para Lange, Knecht, Lohse e tenente-coronel Osis, comandante da polícia de trafego em Riga.

P: Quem realizou os fuzilamentos?

R: Dez ou doze soldados alemães do SD.

P: Qual era o procedimento?

R: Todos os judeus iam a pé do gueto em Riga para o local de fuzilamento. Próximo às valas, eles tinham que depositar seus casacos, que eram lavados, separados e enviados de volta à Alemanha. Judeus - homens, mulheres e crianças - passavam por um cordão policial em seu caminho para as valas, onde eram fuzilados por
soldados alemães.

P: Você reportou a execução das ordens para Himmler?

R: Sim, de fato. Eu notifique Himmler por telefone que o gueto em Riga havia sido liquidado. E eu estava em Lötzen, Prússia Oriental, em Dezembro de 1941, eu relatei pessoalmente também. (3)Himmler estava satisfeito com os resultados. Ele disse que mais comboios de judeus estavam marcados para chegar na Letônia, e estes seria
liquidados por mim também.

P: Detalhe mais.

R: No final de Janeiro de 1942, (4) eu estava no QG de Himmler em Lötzen, Prússia Oriental, para discutir assuntos organizacionais a respeito das legiões SS letãs. Lá Himmler me informou que comboios judeus adicionais estavam marcados para chegar vindos do Reich e de outros países. O ponto de destino seria o campo de concentração de Salaspils, que se situava a dois quilômetros (uma milha e um quarto de milha) de Riga na direção de Dünaburg. Himmler disse que ele ainda não havia determinado como eles seriam exterminados: Se eles seriam fuzilados a bordo de seus comboios ou em Salaspils, ou mesmo se os levariam para algum lugar no pântano.

P: Como o assunto foi resolvido?

R: Era minha opinião que o fuzilamento seria uma morte mais simples e rápida. Himmler disse que iria pensar sobre isto e mandaria ordens posteriores através de Heydrich.


P: De quais países os judeus em Salaspils eram trazidos?

R: Judeus eram trazidos da Alemanha, França, Bélgica, Holanda, Tchecoslováquia e de outros países ocupados para o campo de Salaspils. Fornecer uma conta precisa dos judeus em Salapils seria difícil. Em qualquer caso, todos os judeus do campo foram
exterminados. Mas eu gostaria de fazer uma declaração adicional enquanto estamos neste tópico.

P: Que declaração você gostaria de fazer?

R: Eu gostaria de dizer para os registros que Göring compartilha a culpa pela liquidação dos comboios judeus que chegavam de outros países. Na primeira metade de Fevereiro de 1942 eu recebi uma carta de Heydrich. Nesta carta ele escreveu que o Reichmarshall Göring havia se envolvido pessoalmente na questão dos judeus, e que judeus estavam agora sendo enviados para o Leste para extermínio somente com a aprovação de Göring.

P: Isto não diminui sua culpa. Descreva seu papel no extermínio dos judeus em Salaspils.

R: Eu já disse que eu discuti o extermínio dos judeus em Salaspils com Himmler em Lötzen. Somente isto já faz de mim um acessório para este crime. Além disto, judeus eram fuzilados no campo de Salaspils por forças recrutadas do meu SD e unidades de segurança da polícia. O comandante do SD e Gestapo na Letônia, tenente-coronel Dr. Lange, era diretamente encarregado pelos fuzilamentos. Outros oficiais que se reportavam a mim nos fuzilamentos no campo eram o comandante da SD e Gestapo nos Estados Bálticos, major-general Jost; Coronel de polícia Pifrader; e coronel de polícia Fuchs.

P: Especificamente, o que eles reportavam a você?

R: Eles reportavam que dois a três comboios de judeus chegariam por semana, todos destinados ao extermínio.

P: Então o número de judeus fuzilados em Salaspils pode ser conhecido, isto não é correto?

R: Sim, é claro. Eu posso fornecer números aproximados. O primeiro comboio judeu chegou em Salaspils em Novembro de 1941. Então, na primeira metade de 1942, comboios chegaram em intervalos regulares. Acredito que em Novembro de 1941, não mais que três comboios chegaram no total, mas durante os próximos sete mêses, de Dezembro
de 1941 a Junho de 1942, de oito a doze comboios chegaram cada mês. No total, em oito mêses, no mínimo cinquenta e cinco e não mais que oitenta e sete comboios judeus chegaram no campo. Dado que cada comboio carregava mil homens, isto perfaz um total entre 55 mil a 87 mil judeus exterminados no campo de Salaspils.

P: Estes números soam baixos. Você está dizendo a verdade?

R: Eu não tenho outros números mais exatos. Deve ser adicionado, contudo, que antes de minha chegada em Riga, um número significante de judeus em Ostland e na Rutênia Branca foram exterminados. Eu fui informado deste fato. (5)

P: Por quem, especificamente?

R: Stahlecker; Prützmann; Lange; Major General Schröder, chefe de polícia e da SS na Letônia; Major General Möller, chefe de polícia e da SS na Estônia; e Major General Wysocki, chefe de polícia e da SS
na Lituânia.

P: Seja específico. O que eles reportaram?

R: Schröder relatou-me que além dos judeus que foram exterminados no gueto de Riga, um adicional de 70,000 a 100,000 judeus foram exterminados na Letônia. Dr. Lange assistiu diretamente estes fuzilamentos. Möller relatou que na Estônia estava tudo em ordem no que dizia respeito a questão dos judeus. A população judaica estoniana era insignificante, de todo, cêrca de 3,000 a 5,000 judeus, e estes números foram reduzidos a nada. A maior parte foi exterminada em Reval. Wysocki relatou que 100,000 a 200,000 judeus foram exterminados - fuzilados - na Lituânia, sob ordens de
Stahlecker. Na Lituânia, os extermínios dos judeus foram assistidos pelo comandante da SD e Gestapo, tenente-coronel de polícia Jäger. Posteriormente, Jäger me disse que ele havia se tornado neurótico como resultado destes fuzilamentos. Jäger foi aposentado e deixou seu cargo para tratamento. No total, o número de judeus exterminados nas ações no Báltico oriental alcançou algo na vizinhança de 190,500
a 253,000. (6)

(1) Minutas do interrogatório de Jecklen em 14 de Dezembro de 1945 (Major Zwetajew, interrogador; Sargento Suur, intérprete), pp. 8 - 13, Arquivos Históricos do Estado, Riga.

(2) Max Knecht era o comandante da polícia municipal na Letônia.

(3) I.e., do quartel-general "Hochwald" de Himmler em Lötzen.

(4) I.e., 25 de Janeiro de 1942, 11:30 - 13:00 hs; per RFSS appointments book, NS 19DC/vorl. 12, Bundesarchiv, Koblenz.

No mesmo dia Himmler fêz a seguinte anotação, re: Sua conversa telefônica "do Wolfsschanze 17 [isto é, 17h00] SS Gr.F. Heydrich Praga: Judeus em campos de concentração"NS 19/neu 1439 Bundesarchiv, Koblenz.

(5) Jeckeln foi promovido em 31 de outubro de 1941 a Alto Líder da SS e da Polícia para o Norte da Rússia (H.Q. Riga); registro funcional de Jeckeln, Centro de Documentação de Berlim. Uma segunda promoção para o nível de Líder da Seção Superior da SS, "Ostland", ocorreu em 11 de dezembro de 1941 (Bundesarchiv, Koblenz [NS 19
neu/2846]).

(6) Em resposta ao telegrama número 1331 da Polícia de Segurança de Riga (datado de 6 de fevereiro de 1942), o SS-Standartenführer Karl Jäger reportou de Kovno o seguinte , em 9 de fevereiro de 1942: "Re:execuções até 1° de fevereiro de 1942, pelo Einsatzkommando 3A:Judeus 136.421. Total 138.272, destes, mulheres: 55.556; crianças: 34.464" ((Institut für Zeitgeschichte 3253/63 Fb 76 [a]).

Fonte(inglês): http://www.einsatzgruppenarchives.com/jeckeln.html
Tradução: Antonio Freire

Salaspils - Memorial as Vítimas do Holocausto(Letônia)








http://www.galenfrysinger.com/latvia_salaspils.htm

Publicado também em: http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/6352

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 12

Traduzido por Leo Gott

12. Isto ocorreu antes ou depois que apareceram os rumores sobre os “campos da morte”?

O IHR diz:

Cerca de seis anos ANTES. A Judea declarou guerra a Alemanha em 1933.

Nizkor responde:

"Guerra" econômica, tal e como foi respondida na pergunta 11.

Existe aqui mais uma contradição interna: na resposta à pergunta 10, a versão da Editora Samisdat afirma que as "historias falsas sobre campos da morte" estavam "circulando" em 1933.
E outra contradição interna [mais uma, como se contradizem esses “revisionistas”]: na resposta à
pergunta 54, o IHR afirma que "os alemães mantinham relações cordiais com os líderes sionistas". Uma guerra não é uma relação cordial.

Estas são algumas das declarações e ações dos líderes nazistas antes de estourar a guerra em 1939:

  • 1919: Hitler em uma carta:
    ...tudo que faça que o povo lute por conseguir maiores coisas, seja na religião, no socialismo, ou na democracia, simplesmente serve ao judeu como meio de satisfação de seu orgulho e sua sede de poder...
    O anti-semitismo racional, por contraste [com o anti-semitismo emocional], deve levar a uma luta sistemática e legal contra os privilégios dos que disfrutam os judeus em comparação com outros estrangeiros que vivem entre nós, e à erradicação desses privilégios. Seu objetivo final, entretanto, deve ser a total eliminação de todos os judeus que vivem entre nós.
  • 1924: Hitler escreve Mein Kampf quando está na prisão, e nele menciona que lamenta que Alemanha não gaseara os judeus influentes durante a Primera Guerra Mundial.
  • 1932: Hermann Goering, falando sobre o Partido Nazista (ainda não está no poder) diz a um jornalista italiano em uma entrevista que os nazistas necesitam defender-se dos judeus proibindo os matrimônios inter-religiosos, expulsando os judeus da Alemanha provenientes do leste da Europa, e afastando os judeus nascidos na Alemanha de todo tipo de trabalhos ou postos importantes onde os nazistas considerem que possam exercer sua "influência destrutiva, anti-nacional ou internacional".
  • No mesmo documento oficial que os nazista reimprimiram esta entrevista, disseram que incendiariam as sinagogas, trancariam os bandos assassinos de judeus em guetos e prisões, e pendurar-lhes-iam nas árvores.
    (13 de julho de 1932, Stellung der NSDAP [NSDAP = Partido Nazista.])
  • Verão de 1932: o grupo parlamentar nazista do Parlamento Prussiano (de Weimar) solicita que demitam todos os atores e artistas que não sejam de origem alemã, assim como foi posto em vigor de uma proibição do ritual judaico de sacrifício de animais destinados ao consumo humano, e a expropriação dos bens que pertençam aos judeus do leste da Europa e que vivam na Alemanha.
  • 1932, 31 de julho: Goebbels escreve um artigo no jornal Der Angriff pedindo um pogrom contra os judeus.
  • 1933, 30 de janeiro: Adolf Hitler é nomeado Chanceler da Alemanha.
  • 1933, março: começa a caça e aprisionamento aos primeiros opositores do governo nazista em campos de concentração.
  • 1933, 13 de março: Hitler cria o Ministério da Informação e Propaganda e nomeia Goebbels para o cargo de ministro.
  • 1933, 23 de março: Hitler assina a "Lei de Eliminação da Aflição do Povo e do Reich", concedendo a Hitler autoridade para abolir os parlamentos regionais da Alemanha.
  • 1933, 31 de março: Hans Kerrl, Comissário do Ministério da Justiça da Prússia e Hans Frank, Comissário do Ministério da Justiça da Baviera, anunciam que todos os fiscais e juizes judeus vão abandonar seus cargos imediatamente, e que não será permitido trabalhar a advogados e judeus notários [em suas províncias; o mesmo decreto foi aprovado em outras províncias em pouco tempo].


Em "66 Perguntas & Respostas" e na maioria da propaganda negadora, sempre se busca temas isolados e não relacionados. Apresentam um fato curioso e fora de contexto e esperam convencer o leitor de que não necessita saber mais. Mas depois que reintroduz o contexto, o fato curioso resulta em ser nada mais destacável que qualquer outra coisa das que ocorreram em seu tempo.
O que temos comentado são simplesmente as ações e escritos anti-judaicos, públicos e conhecidos cometidos antes do boicote judeu de 1933. As ações e escritos voltaram mais extremos e violentos à medida que passaba o tempo.

Hitler voltou mais e mais explícito, até que afirmou publicamente em 30 de janeiro de 1939:

Hoje quero voltar a converter-me em profeta: se a judiaria internacional da
Europa e de fora dela tiver êxito mais uma vez em sua intenção de levar as
nações a outra guerra mundial, a conseqüência não será a bolchevização da Terra
e assim, a vitória dos judeus, será a aniquilação da raça judia na
Europa.


Repetiu esta idéia pelo menos duas vezes mais, publicamente, durante a guerra, e não foi a única pessoa que disse.

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...