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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Como converteram Hitler numa celebridade com a ajuda do New York Times (e imprensa dos EUA)

Muito se falou do poder de propaganda nazi e muito pouco de seu maior êxito: converter um homem feio, rancoroso, homicida e baixinho num carismático sedutor de massas.
Marta Peirano

Adolf Hitler nos abre as portas de sua casa nos Alpes
Capa do livro
"Hitler at Home"
Quem nos conta é Despina Stratigakos, historiadora da Universidade de Buffalo, em seu recente livro Hitler at Home, (Yale University Press), a devastadora história como converteram um sociopata gafotas de pelo raro e ambições artísticas num irresistível homem de Estado que deslumbrou metade das belas irmãs Mitford e a uma geração de Miss Brodires, antes de desencadear o capítulo mais negro de nossa história moderna.

"Os anos 30 marcam o princípio da cultura das celebridades (celebrities), quando chega o cinema com som, o rádio e as revistas aspiracionais" (de "Novos Ricos"), explica a acadêmica. E o gabinete de propaganda nazi aproveitou a oportunidade para transformá-lo no que não era, um homem interessante e refinado com uma grande categoria moral e gosto pela arquitetura. "Conseguiram isto enfatizando sua vida privada, mostrando-lhe como um homem que brinca com seus cachorros e o qual as crianças gostam, fazendo coisas domésticas em entorno desenhados para evocar uma sensação de calidez. Em fins dos anos 30, a mídia de todo o mundo descrevia-o como um indivíduo delicado e carinhoso, com bom gosto para a decoração de interiores".

Adolf Hitler nos abre as portas de sua casa

"Depois de ler aquelas histórias - continua Stratigakos - a gente começou a pensar que conhecia o 'verdadeiro' Hitler, o homem por trás da máscara do Führer, e que esta pessoa pudesse não ser tão diabólica como as notícias que vinham da Europa pareciam sugerir".

Em 20 de agosto de 1939, o New York Times sacava um fotogênico reportagem em seu bonito chalé de madeira nos Alpes Bávaros próximo à Berchtesgaden que foi comprado em 1927 com fundos do partido e que o chamavam de Haus Wachenfeld. Hitler, seu próprio arquiteto, dizia o titular. As fotos lhe mostram desfrutando de momentos de intimidade, lendo o jornal numa mesa adornada com flores, 12 dias antes de invadir a Polônia.

A casa, "adornada com harmonia, segundo a melhor tradição alemã" e carregada com cortinas limpas e almofadas feitas à mão para "criar uma atmosfera de silenciosa alegria", havia sido decorada por seua desenhadora favorita, Gerdy Troosts, que lhe foi fiel até o último minuto. Literalmente: poucas semanas antes de Adolf Hitler descer ao bunker pela última vez, Troost lhe propôs refrescar o Grand Hall da chancelaria com uma capa de pintura para animar o ambiente, "um trabalho pequeno que só duraria um par de dias".

O seguimento do Times das andanças do nervoso austríaco começou uma década antes. Nos anos do auge e do estabelecimento do regime nazi, o jornal publicou notas frequentes sobre o líder nazi, incluindo entrevistas para seu barbeiro ("escreveu ao Führer sobre sua mecha rebelde e se tomaram medidas"), comparações com Jesus Cristo (ou simplesmente "um enviado divino") e outras estampas como sua assistência ao funeral da irmã de Nietszche (cujas obras completas ele presenteou a seu amigo, o Duce, por seus 60 anos), ou suas declarações contra a violência contra os judeus.

Hitler, o anfitrião encantador

Não foram os únicos nem tampouco os primeiros. O número de novembro de 1938 da edição britânica de Casa & Jardim coincidiu com a Noite dos Cristais Rotos, quando a SA queimou mil sinagogas, destruíram mais de 7.000 negócios judeus e mataram a uma centena de pessoas, além de prender outras 30.000 e as mandar para Buchenwald, Dachau e Sachsenhausen. A revista, contudo, oferecia um passeio pela casa Wachenfeld, assinado por um tal de William George Fitzgerald, pseudônimo de Ignatius Phayre. Isto é o que diz de seu cômodo mas modesto retiro:

"Originalmente uma cabana de caça, "Haus Wachenfeld" cresceu até se converter no atrativo chalé bávaro que é hoje, a 2.000 pés no Obersalzburg, rodeado de bosques de pinheiros e árvores frutíferas.

O lugar tem a melhor vista de toda a Europa. Isto é dizer, eu sei. Mas nesses Alpes bávaros há uma classe especial de suave folhagem, com cascatas de branco da neve e cumes cobertos do bosque. O efeito da luz e do ar na casa se vê intensificado pelo canto e o trino dos canários Harzer que há na maioria das habitações, pendurados em jaulas douradas.

E não vão pensar que seus convidados de fim de semana são todos, ou a maioria, de altos cargos do Estado. Para Hitler, agrada-lhe a companhia de brilhantes estrangeiros, especialmente pintores, cantores e músicos. Como anfitrião, é um divertido contador de histórias.

Um chefe bávaro, Herr Dannenberg, prepara um impressionante banquete de pratos vegetarianos, salgados e saborosos, tão agradáveis à vista como o são ao paladar, tudo de acordo com o padrão alimentício que Hitler exige. Mas na casa Wachenfeld também há uma generosa mesa para convidados de outros gostos. Aqui os 'bons viveurs' como o marechal de campo Goering e Joachim von Ribbentrop se reúnem para cear.

Menos de um ano depois, a Alemanha invadiu a Polônia. Inglaterra e França lhe declararam a guerra.

Digitalização da matéria original:



Fonte: El Diario (Espanha)
http://www.eldiario.es/cultura/historia/Hitler-asesor-imagen-genio_0_426257675.html
Título original: Cómo convirtieron a Hitler en una celebrity con ayuda del New York Times
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O Fenômeno dos Voluntários (tropas multiétnicas do Terceiro Reich) - parte 01

O Fenômeno dos Voluntários

Soldados árabes em fins de 1943 na Grécia
1. A participação de estrangeiros no serviço das forças armadas alemãs durante a Segunda Guerra Mundial provocou curiosidade e consternação. Muitos alemães viram a sua presença como prova da legitimidade da guerra contra a Rússia bolchevique e como prova de uma medida tranqüilizadora de aceitação da "Nova Ordem na Europa", a estrutura política imaginada pelo Reich alemão na Europa ocupada. Para os movimentos de resistência e os governos libertados no pós-guerra, esses voluntários representaram uma colaboração e traição da mais vil ordem.

Para que os cidadãos estrangeiros se voluntariavam para o serviço nas forças alemãs? Para que fins eles servem e por quê? Quantos serviram, e em que medida eles contribuíram para alemães fortunas militares? Este estudo pretende analisar a experiência dos voluntários europeus ocidentais no Exército alemão e na Waffen-SS, a fim de discutir o caráter de sua colaboração militar, suas motivações, e os efeitos de seu serviço no esforço de guerra alemão. Ao fazer isso, o estudo se concentrará nos esforços alemães para integrar cidadãos não-alemães na Wehrmacht alemã (Forças Armadas), como bem sucedido foi esta participação, e que medidas tomaram para alcançar seus objetivos.

Apesar de cidadãos estrangeiros, provenientes de praticamente todas as nações europeias, terem servido em um ou mais ramos das forças armadas alemãs, os militares que serviram nas forças terrestres levavam desvantagem àqueles que serviram no ar e no mar, mas também tiveram um papel mais direto no combate que os outros . Dos grupos nacionais em questão, os voluntários ocidentais europeus - especialmente aqueles racialmente classificadas como "nórdicos" pelo regime nazista - serviram por mais tempo na guerra e chegaram mais perto de alcançar a integração com as forças alemãs. Este estudo de voluntários estrangeiros nas forças armadas alemãs incidirá sobre os contigentes do Exército e das Waffen-SS, na forma e nas circunstâncias de sua formação, e o método e a razão de seu emprego. Ao estudar o caráter de participação voluntária e emprego numa perspectiva comparativa transnacional e político-militar, vários fatores interessantes emergem: a natureza da colaboração, atitudes militares alemães para com nacionalidades estrangeiras, as ações da burocracia militar alemã e a verdade sobre o desempenho militar.

O único estudo integral do fenômeno dos voluntários é o trabalho apologista de um ex-comandante da SS, o general Felix Steiner, intitulado Die Freiwilligen: Idee und Opfergang. [1] Com base em grande parte em notas pessoais, memória e literatura contemporânea, este livro enfatiza demais a noção da SS como um exército europeu antibolchevique pré-OTAN e exagera os números de participantes. George Stein, em seu clássico estudo, The Waffen-SS, abriu um capítulo sobre os voluntários europeus ocidentais da SS com a observação de que "nenhum estudo sério da mobilização de mão de obra não-alemã para as forças armadas alemãs apareceu ainda .... " [2] Ele expôs a noção de SS como um euro-exército como um mito e estabeleceu os fatos essenciais da sua organização, composição e funcionamento, mas não desenvolveu nennhum dos assuntos. A dissertação de doutorado inédita de Robert Gelwick sobre políticas de pessoal da SS é enciclopédico, mas não analítico, embora inclua um capítulo sobre a política de voluntariado. A dissertação de doutorado não publicada de Edgar Knoebel sobre a política de recursos humanos da SS na Bélgica cobre os voluntários belgas em alguns detalhes contra o contexto de política nativa e a política de ocupação. David Littlejohn, um bibliotecário britânico, publicou The Patriotic Traitors (Os traidores patriótas), um estudo enciclopédico da colaboração europeia em geral. Ele usou um conjunto notável de literatura contemporânea para ilustrar as fontes básicas e secundárias e delinear a história dos voluntários militares, bem como das milícias nativas, quadros de ação paramilitares e políticos, todos como extensões da política colaboracionista. Finalmente, François Duprat deixou as águas turvas em vários estudos da Waffen-SS, aceitando muito do apologia da época dos anos 1950, compilando inúmeros erros e fracassando ao não fornecer uma documentação adequada. [3]

A historiografia das guerras freqüentemente demonstra que um período vital de espera deve acontecer antes da análise histórica parecer que começou a suplantar a "guerra como eu conheci" marcada de memórias e dos tipos de polêmicas mais tendenciosos e politicamente contaminados. Assim, os anos 1980 trouxeram uma melhoria considerável para o campo. O ensaio de Jurgen Förster e de R. Gert Überschär no Volume IV da série German Military History Research Office (Escritório de Pesquisa Histórica Militar Alemã) sobre a Alemanha na Segunda Guerra Mundial, forneceu o desenvolvimento essencial de temas relevantes, e o livro de Bernd Wegner sobre os componentes organizacionais e ideológicos da Waffen-SS tornou-se um complemento necessário para as pesquisas de Stein e Robert Koehl. No entanto, a linha da apologia lamentavelmente tem ganho nova força sob o pretexto de "revisionismo", e até mesmo o mito da Waffen-SS como um progenitor da OTAN ressurgiu novamente com novo fervor. A melhor delas continua a ser a obra de Hans Werner Neulen, que, frequentemente, fornece detalhes mais interessantes, mas sem documentação satisfatória, mais na linha do trabalho anterior de Duprat. Na última década, uma série de estudos realizados por historiadores nacionais detalhou as atividades de contingentes de voluntários da França, Espanha, Noruega, Dinamarca e Bélgica de uma forma que estimula as minhas esperanças de que possamos finalmente nos libertar da linha apologista. [4]

O que eu espero contribuir usando material de fonte original e nova, bem como explorando plenamente as fontes conhecidas, é de esclarecer os eventos essenciais, fatores e as estatísticas do fenômeno voluntário na Europa Ocidental e para estabelecer a diversidade da experiência de voluntariado em termos de variáveis ​​desenvolvidas por meio das políticas de ocupação alemãs, noções raciais e valores ideológicos. Além disso, vou procurar responder à questão da real utilidade militar e política do movimento de voluntários para o esforço de guerra alemão da mesma maneira que Alan Milward avaliou o valor econômico para a Alemanha de Europa ocupada. [5]

Com esta contribuição material para a história dos grupos de voluntários e colaboracionistas militares na Europa, eu também espero colocar um obstáculo para os futuros escritores. Quaisquer tentativas de glorificar ou exagerar as realizações desses voluntários têm de lidar com minhas descobertas em primeiro lugar. Caso contrário, que os leitores desses autores tenham cuidado com eles!

Havia quatro questões essenciais que determinaram o curso e o caráter do serviço dos voluntários ocidentais europeus nas forças alemãs: a política de recursos humanos, a ideologia nazista, a Nova Ordem e a Guerra Russo-Alemã. A política de recursos humanos militar nas forças armadas alemãs desempenhou um papel crucial na luta da Waffen-SS de Himmler para obter o direito de status pleno como um segundo exército e como quarto serviço militar. Mais tarde, a SS iria cumprir os piores pesadelos do Exército alemão e se conceber como o única porta-bandeira militar do Terceiro Reich no pós-guerra. A Ideologia nazista e as doutrinas raciais, como esporádicas e desequilibradas se tornaram na prática, influciaram o recrutamento de voluntários. Noções da superioridade racial germânica foram inicialmente limitadas aos termos de serviço oferecidos aos voluntários estrangeiros pelas forças alemãs, mas ao mesmo tempo os mitos raciais germânicas possuíam uma poderosa influência entre a direita política nos territórios ocupados "nórdicos". A extensão política do Reich germânico, a Nova Ordem na Europa, tiveram sua própria influência sobre potenciais voluntários e burocratas alemães também. Propagandistas alemães apontariam para os voluntários ocidentais como prova de uma irmandade pan-europeia nascente, e os veteranos alegariam eles mesmos, ex post facto, que eles tinham feito tudo para a Europa. Por fim, o evento épico da Guerra Russo-Alemã de 1941-1945 mostrou-se catalítico (assim como catastrófico) para os destinos de cidadãos estrangeiros nas forças alemãs. Inicialmente, a chegada da guerra contra a União Soviética apresentou grandes oportunidades para a propaganda alemã nos estados ocupados e neutros da Europa. A guerra contra a Rússia foi qualificada nesta visão extrema como uma cruzada empreendida pela mais forte potência europeia - em nome do resto da Europa - para livrar a civilização da "ameaça bolchevique", que em alguns trechos foi ainda mais perversamente referida como "o inimigo mundial judaico-bolchevique". Estas tendências trabalharam mais decisivamente na evolução da Waffen-SS, que procurou vantagens particulares no recrutamento de cidadãos não-alemães.

Notas:

Nota 1: Felix Steiner, Die Freiwilligen: Idee und Opfergang (Göttingen: Plesse Verlag, 1958).

Nota 2: George H. Stein, The Waffen-SS: Hitler's Elite Guard at War 1939-1945 (Ithaca, NY: Cornell University Press, 1966), 137.

Nota 3: Robert A. Gelwick, "Personnel Policies and Procedures of the Waffen-SS" (Ph.D. diss., University of Nebraska, 1971); Edgar E. Knoebel, "Racial Illusion and Military Necessity" (Ph.D. diss., University of Colorado, 1965). David Littlejohn, The Patriotic Traitors (New York: Doubleday, 1972); François Duprat, Histoire des SS (Paris: Les Sept Couleurs, 1968). Back.

Nota 4: Jurgen Förster and Gert R. Überschär, "Freiwillige für die 'Kreuzzug Europas gegen den Bolschewismus,'" in Das Deutsche Reich und der Zweite Weltkrieg, Vol 4, Der Angriff auf die Sowjetunion (Stuttgart: Deutsche Verlags-Anstalt, 1983); English edition, The Attack on the Soviet Union (New York: Oxford University Press, 1998). Bernd Wegner, Hitler's Politische Soldaten: Die Waffen-SS 1933-45 (Paderborn: Ferdinand Schöninger, 1982; English edition, The Waffen-SS: Organization, Ideology and Function (Oxford; Basil Blackwell, 1990). Robert Koehl, The Black Corps (Madison: University of Wisconsin Press, 1983); Hans Werner Neulen, An deutscher Seite: Internationale Freiwillige von Wehrmacht und Waffen-SS (Munich: Universitas, 1985).

Nota 5: Alan S. Milward, War, Economy and Society (Berkeley: University of California Press, 1977).

Fonte: A European Anabasis — Western European Volunteers in the German Army and SS, 1940-1945; Gutenberg-e (Columbia University Press)
Autor: Kenneth W. Estes
http://www.gutenberg-e.org/esk01/frames/fesk01.html
Tradução: Roberto Lucena

Próximo: O Fenômeno dos Voluntários (tropas multiétnicas do Terceiro Reich) - parte 02

Comentário: a escolha da foto do post foi intencional pois a mesma costuma aparecer em sites "revis" (e similares de extrema-direita, neonazis etc) espalhando informações distorcidas intencionalmente sobre o assunto como propaganda para insinuar que o regime nazi não era racista por conta do uso destas tropas de voluntários da Waffen-SS, sem qualquer explicação do contexto de como essas tropas foram montadas (como é explicado na tradução acima e no site com o texto completo de Kenneth W. Estes).

Já vi "revi" alegar que este assunto é "escondido", afirmação esta que beira a comédia e pura má fé, pois como podem ver acima, o que não falta na web (e fora da web) são informações sobre o assunto. Basta a pessoa saber procurar e não cair no comodismo e preguiça (ou devido a uma certa credulidade no credo revimané) de sair repetindo como papagaio o primeiro texto distorcido que lê em sites "revis".

A foto do post foi tirada do site Axis History Factbook da seção sobre os voluntários estrangeiros da subsseção Deutsche-Arabische Bataillon Nr 845. A bibliografia está no site.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Filme com propaganda nazi do Gueto de Varsóvia (revisado e artigo atualizado)

Uma equipe de um filme nazista, conduzida por Willy Wist, rodou cerca de uma hora de filmagem para um filme propaganda do Gueto de Varsóvia em maio de 1942. Um resumo das cenas que eles filmaram pode ser encontrado aqui, junto com o testemunho de Jonas Turkow (de 1948) do porquê do filme ter sido rodado. Cenas descartadas daquele filme foram encontradas por Adrian Wood em 1998 e então compiladas, juntamente com a filmagem formal, em um documentário intitulado "A Film Unfinished"(Um filme inacabado). O documentário documentary intercala as cenas com as entradas dos diários, como as de Czerniakow e Lewin, que descrevem a preparação e filmagem do filme. E também recria o testemunho de Wist do processo dos crimes de guerra. O documentário se encontra no youtube dividido em seis partes, colocadas aqui para fins educacionais: partes 1, 2, 3, 4, 5 e 6. A parte final consiste principalmente de cadáveres e cenas de enterro.

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Jonathan Harrison
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2011/05/nazi-propaganda-film-from-warsaw-ghetto.html
Tradução: Roberto Lucena

terça-feira, 12 de outubro de 2010

"A film unfinished": ficção nazi mostra a "boa vida" no gueto de Varsóvia

Ficção nazi para mostrar a "boa vida" dos judeus

"A film unfinished", um novo documentário sobre o Holocausto, mostra imagens gravadas pelos nazis em Varsóvia em 1942 
NOELIA SASTRE / Madrid
Dia 23/09/2010

É um novo documentário sobre o Holocausto. Suas imagens foram descobertas num arquivo da Alemanha oriental depois da Segunda Guerra Mundial e agora se exibe, em crudo, toda a filmagem. São 60 minutos que servem de puro testamento para os sobreviventes, gravado pelos nazis em Varsóvia em maio de 1942 e etiquetado simplesmente com a palavra "gueto".

Clique no link pra ver o trailer do filme(na página original)

Oscilloscope Laboratories
As imagens mostram as diferenças entre os judeus ricos e sua indefirenças com os pobres
Este filme se converteu em seguida numa importante fonte documental para historiadores que buscavam autênticas imagens do gueto da capital polonesa. Mas ao posterior descobrimento de um rolo maior previamente perdido sobrou-lhe pouca importância. Agora "A film unfinished" (Um filme inacabado) apresenta todas as imagens, incluídas as sequências de ficção - como uma cena com sua posterior festa - que mostravam a "boa vida" dos judeus na cidade. Uma prova a mais da célebre e cruel propaganda nazista.

No documentário aparece um garotinho encolhido na calçada, pedindo. As pessoas passam a seu lado sem olhá-lo. Mensagem para a audiência? Fabricar a imagem de indiferença que os judeus sentiam ante outros judeus. Uma corrupta coreografía que os nazis exploraram até o limite, mostrando a vida dos judeus amontoados nos guetos.

Dirigido pela israelense Yael Hersonski, a fita também recolhe o testemunho de vários sobreviventes do gueto de Varsóvia que hoje, 70 anos depois, repassam com horror a interpretação nazi de suas vidas. E as palavras de um câmara que presenciou a "maquiagem" da fita.

"É surpreendente ver como muda o sentido das imagens em cada contexto", disse a diretora sobre seu primeiro filme, que expõe como o regime de Hitler converteu em propaganda o inferno que ele mesmo criou.

Nesta hora gravada em 1942 no gueto de Varsóvia, para onde enviaram 400.000 judeus da Polônia ocupada e de outras partes da Europa, os nazis pretendiam mostrar um choque de culturas, idiomas e classes sociais: desde as ruas à vida nos hogares ou a circuncisão de um bebê. O que não acrescentaram foram o som e nem créditos.

"A film unfinished", em cinemas norte-americanos desde agosto, documenta os horrores do nazismo e expõe os esforços da equipe de Hitler para alcançar seus objetivos.

Fonte: ABC
http://www.abc.es/20100923/internacional/film-nazis-201009231136.html
Tradução: Roberto Lucena

Trailer


Ver mais:
Israeli filmmaker offers a coda to story of Warsaw ghetto
'A Film Unfinished': Holocaust documentary 'finishes' incomplete Nazi propaganda film

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A suástica usada como propaganda nazista

Por que os nazistas usavam a suástica?

Apesar de sua imagem estar diretamente vinculada ao Regime Nazista de Adolf Hitler, a suástica esteve presente em muitas culturas milenares e é representada por meio de diversas formas gráficas.

Na Alemanha, a suástica foi adotada primeiramente por organizações militares e nacionalistas, sendo transformada, a partir dos anos 30, em símbolo do Regime Nazista. Assim, tornou-se uma das maiores marcas da propaganda nazista, que era comandada por Joseph Goebbels e pregava que, devido à compreensão limitada do povo, os símbolos e slogans deveriam ser simples, fortes e repetidos à exaustão. Por esse motivo, a suástica era constantemente exibida em cartazes, bandeiras e demais manifestações.

Para Sirlei Gedoz, coordenadora do curso de História da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), a "utilização da suástica pelo Nazismo está ligada ao fato de que é um símbolo forte, sedutor e que cativa o olhar. Nesse sentido, servia aos propósitos da propaganda nazista de apelo às massas humanas". Além disso, a representação gráfica da suástica nazista transmite a noção de movimento, que significaria o progresso da nação alemã.

Também conhecida como Cruz Gamada, a suástica é um símbolo encontrado em muitas culturas, algumas das quais sequer tiveram contato entre si. "Sua origem se perde em tempos imemoriais. Pode-se apontar que vários povos ou civilizações fizeram uso dela: celtas, romanos, hindus (em sânscrito, significa 'aquilo que traz sorte'), índios Navajos e Maias, informa Sirlei.

Existem, inclusive, muitas representações gráficas da suástica. "Em outros povos, ela não era utilizada com formas geométricas retas, como no Nazismo, mas sim circulares. No Nazismo, o símbolo se apresenta em sentido horário, enquanto em outras culturas é anti-horário e mais esférico", relata a professora.

Fonte: Redação Terra
http://noticias.terra.com.br/educacao/vocesabia/interna/0,,OI3762695-EI8402,00.html

Ver mais:
Texto: History of the Swastika (USHMM)
Foto: History of the Swastika — Photograph (USHMM)

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Der Giftpilz - propaganda nazi para criancas no III Reich

Como os "revisionistas" adoram florear e negar o caráter racista do regime nacional-socialista(nazista). Aqui vai mais uma prova do antissemitismo ideológico empregado pela propaganda do regime. Tradução de Marcelo Oliveira.
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Do livro infantil "Der Giftpilz" (O Cogumelo Venenoso) publicado pelo anti-semita Julius Streicher e destinado às crianças do III
Reich.
Uma produção do Stürmer-Verlag de Streicher.

A visita de Inge ao médico judeu

Inge está doente. Por vários dias ela teve uma pequena febre e uma dor de cabeça. Mas Inge não quer ir ao médico.

"Por que ir ao médico por essa pouca coisa?" disse ela de novo e de novo quando sua mãe sugeru. Finalmente sua mãe insistiu.

"Ande! Vá ao Dr. Bernstein e deixe-o examiná-la!", ordenou sua mãe.
"Por que Dr. Bernstein? Ele é um judeu! E nenhuma garota alemã de verdade vai a um judeu," respondeu Inge.

Sua mãe riu.

"Não diga absurdos! Médicos judeus são bons. Eles sempre dizem absurdos sobre isso nas reuniões da sua BDM [Liga das Garotas Alemãs]. O que aquelas garotas sabem a respeito disso?"

Inge protestou.

"Mãe, você pode dizer o que quiser, mas não pode difamar a BDM. Você deveria saber que nós, garotas da BDM entendemos a questão judaica melhor que muitos de nossos pais. Nossa líder dá uma pequena palestra sobre os judeus quase toda semana. Recentemente ela disse: 'Um alemão não pode ir a um médico judeu! Especialmente uma garota alemã! Porque os judeus querem destruir o povo alemão. Muitas garotas que foram a um médico judeu para sarar encontraram, em vez disso, doença e vergonha!' Foi isso que nossa líder disse, Mãe. E ela está certa!

Sua mãe ficou impaciente.

"Você sempre pensa que sabe mais que os adultos. O que você disse não é verdade. Olhe, Inge. Eu conheço bem o Dr. Bernstein. Ele é um ótimo médico."

"Mas ele é um judeu! E os judeus são nossos inimigos mortais," Inge respondeu.

Agora sua mãe ficou realmente zangada.

"Já chega, sua criança levada! Vá ao Dr. Bernstein agora mesmo! Se você não for, vou ensiná-la como me obedecer!"

Sua mãe gritou e levantou a mão.

Inge não queria mesmo ser desobediente, então ela foi. Foi ao médico judeu Bernstein!

Inge senta-se na sala de espera do médico judeu. Ela teve que esperar bastante tempo. Ela folheia as revistas que estão sobre a mesa. Mas ela está muito nervosa para poder ler mais que algumas sentenças. De novo e de novo ela relembra a conversa com sua mãe. De novo e de novo ela relembra a advertência de sua líder da BDM: "Um alemão não pode ir a um médico judeu! Especialmente uma garota alemã! Muitas garotas que foram a um médico judeu para sarar encontraram, em vez disso, doença e vergonha!"

Assim que Inge entrou na sala de espera, ela tinha tido uma estranha experiência. Da sala de exame do médico veio um choro. Ela ouviu a voz de uma garota:

"Doutor! Doutor! Deixe-me em paz!"

Então ela ouviu a risada debochada de um homem. Então tudo ficou quieto. Sem fôlego, Inge ouviu.

"O que tudo isso quer dizer?" ela se perguntou, e seu coração bateu mais rápido. Mais uma vez ela pensou nos avisos da sua líder do BDM.
Inge está esperando por uma hora. Novamente ela pega as revistas e tenta ler. Então a porta se abre. Inge olha. O judeu aparece. Um grito vem da boca de Inge. Em terror, ela deixa o jornal cair. Horrorizada, ela dá um salto. Seu olhos fitam o rosto de um médico judeu. E seu rosto é o rosto do Demônio. No meio de sua cara diabólica assenta-se um enorme nariz torto. Por trás dos óculos brilham dois olhos criminosos. E um sorriso percorre seus lábios salientes. Um sorriso que quer dizer:

"Agora finalmente eu tenho você, pequena menina alemã!"

O judeu vem em sua direção. Seus dedos gordos a seguraram. Mas agora Inge se recuperou. Antes que o judeu pudesse agarrá-la, ela acerta a cara gorda do judeu-médico. Então um salto até a porta. Sem fõlego, Inge corre escada abaixo. Ofegante, ela saiu correndo da casa do judeu.

Em prantos ela volta para casa. Sua mãe está chocada em ver sua criança.

"Pelo amor de Deus, Inge! O que aconteceu?"

Muito tempo se passa até que a menina possa dizer alguma coisa. Finalmente, Inge conta sua experiência com o judeu-médico. Sua mãe ouve em horror. E quando Inge termina sua história, sua mãe baixa a cabeça, envergonhada.

"Inge, eu não deveria ter mandado você ir a um médico judeu. Quando você saiu eu lamentei isso. Eu não consegui relaxar. Eu queria chamá-la de volta. Eu suspeitei de repente que você estivesse certa. Eu suspeitei que alguma coisa fosse acontecer a você. Mas correu tudo bem, graças a Deus!"

Sua mãe lamenta, e tenta esconder suas lágrimas.

Aos poucos, Inge vai se acalmando. Ela ri novamente. "Mãe, você fez muito por mim. Obrigada. Mas você tem que me prometer: sobre a BDM..."

Sua mãe não a deixa terminar.

"Eu sei o que você quer dizer, Inge. Eu prometo. Estou achando que pode-se aprender mesmo com crianças como vocês"
Inge concorda.

"Você está certa, Mãe. Nós, garotas da BDM, nós sabemos o que queremos, mesmo que nós nem sempre entendamos. Mãe, você me ensinou muitos ditados. Hoje eu quero lhe dar um para você aprender." E calma e significantemente Inge diz:
O Diabo, foi ele
Que mandou o judeu-médico para a Alemanha.
Como um diabo, ele contamina
A mulher alemã, a honra da Alemanha.
O povo alemão, ele não será são
A menos que muito em breve o caminho seja encontrado
Para cura germânica, meios alemães,
Para médicos alemães em dias futuros.
Fonte: Calvin College
http://www.calvin.edu/academic/cas/gpa/story10.htm
Publicado em:
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/2473

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Goebbels volta às bancas - Jornais nazis estão a ser reimpressos na Alemanha

Goebbels volta às bancas

Jornais nazis estão a ser reimpressos na Alemanha

E se nos quiosques alemães voltarem a estar à venda jornais com artigos de Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Adolf Hitler, a elogiar o seu líder e a criticar a imprensa judaica? Segundo a BBC, é isso que está a acontecer neste momento na Alemanha, onde a polémica estalou com uma nova iniciativa – a reimpressão de jornais nazis.

Este projeto tem como objetivo ensinar os alemães acerca do seu passado e dos crimes cometidos por Hitler, não através de manuais escolares, mas de jornais da época.

No vídeo disponível no site da BBC, o jornalista Steve Rosenberg, tem nas suas mãos “Der Angriff” (O Ataque) de dia 13 de Janeiro de 1933, um jornal de propaganda nazi onde consta o referido artigo de Goebbels (que aliás se tornaria editor do jornal em 1936). O jornal não é um artigo de coleção, nem foi adquirido numa cave secreta de neo-nazis, foi comprado num comum quiosque alemão.

O responsável por esta iniciativa é Peter McGee, um editor inglês, consciente da polémica que uma incitativa destas iria provocar. “Há duas opções: uma é deixar o material trancado nos arquivos; outra é trazê-lo para a opinião e debate público. Isso está a acontecer agora, as pessoas estão a discuti-lo e é material forte”, afirmou à BBC.

Desde o fim da II Guerra Mundial que a Alemanha tem regras estritas que proíbem propaganda nazi. No entanto, os responsáveis pela reimpressão dizem que esta é uma forma de não deixar os crimes contra a humanidade perpetrados por Hitler caírem no esquecimento ou que os movimentos neo-nazis consigam distorcê-los.

Importa também referir que, além das publicações de inspiração nazi, estão também a ser reimpressos jornais da oposição que acabaram por ser fechados por Hitler.

Fonte: Público(Portugal, 14.01.2009)
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1356081&idCanal=61

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