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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

O Hitler "marxista". As falsificações de Hermann Rauschning - Parte 1

Já circulavam no Orkut "frases soltas" de um suposto livro de um alemão (que só não digo que alegaram que ele era historiador porque não salvei print disso e, como o Orkut rodou, o Google tirou do ar como a maioria já sabe, não dá pra recuperar as discussões) "provando" o marxismo de Hitler e consequentemente a falácia da extrema-direita liberal (que se denomina "libertária") de que o "nazismo é de esquerda".

O livro em questão é do Hermann Rauschning. Abaixo segue a explicação sobre o "status" do livro, vale a pena ler até o fim.

Mas irei mostrar mais uma vez porque não discuto esse tipo de idiotice com quem prega esse tipo de distorção. É uma discussão pueril, muitas vezes pior do que as que ocorriam com os "revisionistas" (ao menos esses leem o que pregam, ou têm uma ideia do que discutem, mesmo que façam distorções também).

Quem prega essas mentiras, com veemência (fanatismo tem disso), está assinando atestado de imbecilidade e desonestidade em último grau, ou está afirmando claramente (mesmo sem querer) que não tem ideia do que propaga e só repete bobagem que leu na internet pra defender seu extremismo político.

Só lembro remotamente de uma pessoa querendo discutir essa questão do "nazismo de esquerda" a sério, a pessoa tinha dúvidas e não "certezas", o que propicia um debate. Mas a maioria que repete esse mantra só sabe repetir clichê e defender a distorção, mesmo que mostrem que não tem valor algum.

Não lembro mais exatamente do teor exato das discussões mas lembro das citações desses trechos do Rauschning razoavelmente, era algo bem "bombástico" (entre aspas). Tão "bombástico" que nenhum Historiador de peso sobre nazismo "levou a sério" antes (essa é a parte hilária da coisa). O termo "bombástico" aqui é uma ironia, pois é absurdo alguém crer/achar que algum historiador de segunda guerra/nazismo não tenha ideia de que nazismo é de extrema-direita ou do que se trata o livro de Rauschning, e eles explicam o porquê do nazismo ser de direita/extrema-direita em livros sérios do tema. Há vários títulos nos posts de bibliografia e ranking, basta procurar. Só lê porcaria, hoje, quem quer. Informação não falta, é só procurar.

Sem mais delongas, o livro em questão é do Hermann Rauschning, conservador revolucionário alemão (pois é, existe "revolução conservadora", ao contrário do que certo astrólogo, guru de uma patota barulhenta espalhou dogmaticamente anos a fio na rede como sendo a "verdade das verdades"), que diz ter sido feito de conversações com Hitler. A quem quiser ler mais sobre esse movimento revolucionário conservador alemão, confira o post:
O Movimento Revolucionário Conservador alemão, precursor do nazismo
E a tag (marcador): Conservadorismo

Só há um "pequeno problema" com o livro do Rauschning: o livro é fraudulento, falso, tem crédito zero com historiadores de peso (como o Ian Kershaw, dentre outros nomes, ficarei devendo o trecho) que alegam que Rauschning inventou diversas partes do livro e que o livro é descartável. Só isso basta pra não discutir qualquer trecho reproduzido do livro por fanatismo político e panfletagem.

Podem ler a parte do verbete que comenta o caso e os que contestam, entre o Ian Kershaw (como já citei acima), autor britânico da que é considerada a melhor biografia de Hitler (a mais completa):

Clique em Authenticity of Hitler Speaks pra ler a contestação do livro. (A autenticidade de "Voice of Destruction", é como foi traduzido o título do livro pro inglês, ou uma das traduções). Ficarei devendo a tradução. Pode ficar pruma parte 2 deste post.

Em francês a parte onde comenta que o livro é fraudulento: Hitler m'a dit, une source discréditée

O verbete em português da Wikipedia sobre Rauschning é simplesmente deprimente, não menciona essa questão de que o livro não tem crédito e relata as "conversas" como se fossem sérias. Confirmando o que eu já disse sobre a Wikipedia, o problema dela é a versão em português, onde um bando de cabeças de bagre cortam o que é acrescentado, mesmo se correto, e deixam essa porcaria no lugar por sectarismo ideológico e desonestidade, a versão da Wikipedia em inglês é muito boa e completa. Se o dono do site observar esse problema (a polarização política, fanática, desonesta e sectária que há no Brasil principalmente), melhorará a versão em português.

A quem "chiar" (der piti) porque a Wikipedia foi usada, o conteúdo que consta dela (verbete em inglês) está correto, é isso que importa e não o fato de estar na Wikipedia, há as notas para verificar de onde foram tiradas as informações. Digo isso porque tem uma massa de pedantes (e ignóbeis) neste país que tentam desqualificar a informação/conteúdo só por o mesmo estar na Wikipedia, mesmo se você apontar o livro original (colocar links, trechos etc, como consta aqui e que constará no post da sequência). Repito isso, 'n' vezes se for preciso, porque chega dessa desqualificação ridícula como arma retórica. As citações nos verbetes em inglês contam com as informações nas notas, se o povo não verifica as notas é outra discussão, mas já desqualificam a Wikipedia sem fundamento (refiro-me à versão em inglês, a em português é de fato problemática). Este é um preconceito que perdura mais no Brasil (como vários outros preconceitos).

Voltando ao tema que interessa, a disseminação dessas frases do "Hitler marxista" ou "executor do marxismo" prosseguiram pela web, além do Orkut, obviamente.

Se as pessoas ao menos verificassem esses trechos sensacionalistas, de onde saem, verificariam a falsificação facilmente. Infelizmente a maioria não verifica trechos controvertidos demais (que não são aceitos por nenhuma correta historiográfica), preferem crer em qualquer bobagem que leem na rede.

O mais curioso é que a extrema-esquerda "esperta", que "sabe tudo" (que geralmente tem ranço com este blog por conta do nome), porque quando a gente comenta ou corrige algo deles alguns já ficam irritados porque "não pode estar errado", não souberam rebater/localizar uma bobagem dessas e evitavam participar das comunidades de segunda guerra do Orkut. Vivem num mundo à parte. Toda vez que aparecia uma olavete panfletando besteira sobre segunda guerra (como essa do post), esse pessoal da extrema-esquerda sectária costumava ficar perdido (embora nunca admitissem) por não entenderem que não basta fazer escárnio com esse tipo de extremismo, tem que mostrar seriamente que a panfletagem pregada por esse pessoal é uma distorção, uma mentira. Mostrar de onde foi tirada, o que é aceito como sério etc, indicar alguma fonte séria pro povo ler e não ficar fazendo "gracinha" gratuita por escárnio.

Há um desinteresse nesse pessoal (da extrema-esquerda e esquerda em geral) por temática de segunda guerra, guerra fria etc, mas acham que conseguem rebater o arsenal de distorções da direita radical (que adquiriu certa "tara" por segunda guerra) sem ler esses temas, com sectarismo, ficando em guetos.

Deixando essa questão de lado, irei transcrever uma citação do livro como ela costuma ser repetida a exaustão (inclusive com o nome do autor do livro escrito errado, pra vocês verem, nem um erro desses, banal, a turma da panfletagem corrigiu ou verificou), pois foi por esse trecho que localizei o livro. Inclusive o trecho tem antissemitismo escancarado.

Depois eu "passo" por "chato" (dizer a verdade num país onde grupos radicais inflados pela mídia querem falar mais alto que o Papa está virando um ato de resistência política) por afirmar que esses grupos radicais liberais do Brasil não veem muito problema em endossar esse tipo de panfletagem, embora quando são apertados começam a negar. Essa é a primeira:
"Eu não sou apenas o vencedor do marxismo. Se se despoja desta doutrina seu dogmatismo judeu-talmúdico, para guardar dela apenas seu objetivo final, aquilo o que ela contém de vistas corretas e justas eu sou o realizador do marxismo". (Adolf Hitler, apud Hermann Rauschinning, Hitler m'a dit, Coopération, Paris 1939, pp 211)
Outro erro, o termo "pp" em português é usado como sigla pra "páginas" (plural). Também não corrigiram. A transcrição acima (e as demais) deve ter sido coletada em algum site de extrema-direita francês (traduzidas pro português, mas vai que venham do espanhol), pois cita a edição em francês e o título do livro em francês também.

Quem quiser ver o livro original (em francês), confira neste link abaixo (em PDF):
"Hitler M'a dit" de Hermann Rauschning

E aqui a versão em inglês do livro (em PDF):
THE VOICE OF DESTRUCTION - Hermann Rauschning

Em espanhol (não localizei o PDF):
Hitler me dijo: Entrevista de Hermann Rauschning a Adolfo Hitler

O nome do Rauschning acima (no link dos PDFs do livro) está correto, ao contrário da tradução com erro do nome que está em destaque mais acima, com trecho do livro.

Curioso que num dos sites ou página que colocam essa panfletagem com os trechos do livro, diz que o "livro é raro". O livro é tão raro que tem logo dois PDFs dele acima com cópias, em francês e inglês, pra todo gosto, hahahaha. Se não me engano eu acho até que encontrei isso em espanhol. O livro se encontra a um clique e não o localizaram. Mas pra reproduzir besteira, são rápidos.

Sobre os sites que reproduzem a panfletagem como correta, podem achar pela web, eu não colocarei isto aqui pois não quero esse tipo de fanático enchendo o saco, chorando, achando que vou ceder e concordar com a mentira deles pra não ficarem "chateados". Essa gente olavete, ou neocon brasileiro, é muito, mas muito insuportável/chato, com um nível de discussão ridículo. Foi por isso que evitei ao extremo citar esse povo aqui, nunca os quis por perto, o nível baixa (quando falo em baixar, é no sentido literal: partem pra agressão, xingamento, grosserias e coisas do tipo) e sou chato nesse ponto.

Deixando isso de lado, como entendo melhor o inglês (eu não falo francês, apenas entendo porcamente alguma coisa, por enquanto, dá só pro gasto com ajuda do tradutor), usarei a versão do livro em inglês em vez daquela em francês.

O trecho que destaquei acima segue abaixo da edição em inglês (PDF, pág. 115), com tradução minha na sequência. E como dá pra ver, a tradução que fizeram antes está distorcida (pra variar...):
"I am not only the conqueror, but also the executor of Marxism—of that part of it that is essential and justified, stripped of its Jewish-Talmudic dogma."

"Eu não sou apenas o conquistador, mas também o executor do marxismo-daquela parte dele que é essencial e justificada, tirando dele seu dogma judaico-talmúdico."
E tem mais abaixo, só que sem indicar as páginas e não são traduções minhas, é como são encontradas pela web (eu as localizei na edição em inglês por páginas, num segundo post coloco o texto original com a nova tradução, se for necessária):
"Não é a Alemanha que será bolchevisada, é o bolchevismo que se tornará uma espécie de nacional socialismo. Aliás, existem entre nós nazistas e os bolchevistas mais pontos comuns do que há divergências, e, antes de tudo,o verdadeiro espírito revolucionário, que se encontra na Rússia como entre nós, por toda a parte onde os marxistas judeus não controlam o jogo. Eu sempre levei em conta esta verdade e é por isso que eu dei ordem de aceitar imediatamente no partido todos os ex comunistas"

"Eu aprendi muito do marxismo, e eu não sonho esconder isso. O que me interessou e me instruiu nos marxistas foram os seus métodos. Todo o Nacional Socialismo está contido lá dentro. O nacional socialismo é aquilo que o marxismo poderia ter sido se ele fosse libertado dos entraves estúpidos e artificiais de uma pretensa ordem democrática"

"Que significa ainda a propriedade e que significam as rendas? Para que precisamos nós socializar os bancos e as fábricas? Nós socializamos os homens"
Eu farei uma segunda parte deste post e nela coloco os trechos mencionados acima no livro original em inglês, citando a página do trecho, onde tentarei colocar os comentários do Kershaw (traduzidos, foi por isso que cabe um segundo post, mas tem o link sobre isso em inglês, acima) e outros autores sobre a credibilidade desse livro do Rauschning, já que só tem comentário sobre a fraude desse livro em sites "revisionistas", confiram o texto em inglês e francês (ambos os sites são negacionistas, fica o aviso):
Rauschning's Phony 'Conversations With Hitler': An Update. Mark Weber
Les fausses «Conversations avec Hitler» de Rauschning : une mise au point. Mark Weber

Os "revis" também afirmam que o livro é uma falsificação.

Vejam só a que ponto chegamos, o fanatismo dessa extrema-direita liberal (libertária) é tão grande que até "revis" conseguem demonstrar que algo está errado de tanta cretinice que esses "libertários" (ultraliberais) panfletam sobre nazismo e segunda guerra. Fiz o post na pressa senão acabaria deixando de lado.

Como acho que já mencionei acima (se for redundância depois eu corto, ou corrijo), esta panfletagem é também espalhada em círculos "conservadores neocons", que são reacionários que em tese "odeiam" o nazismo (mas nem tanto assim...). O "ódio" é porque hoje em dia "pega mal" eles declararem amor aos nazis com o sentimento anti-esquerda deles (com a retórica da guerra fria, quem for de esquerda é "comunista"), mas eles não sentem uma aversão "profunda", daí preferem manter "certa distância" desse tipo de denominação (taticamente) até que estoure algum regime fascista de novo na Europa e o Fascismo fique "fashion" (na moda) de novo, pra valer. Já vi vários declararem amor à Marine Le Pen em páginas de Portugal, amor à "verdadeira direita" (rs). Como disse em outros posts, esses "libertários" (ultraliberais) do Brasil são o PSTU da direita. Eles, o Bolsonaro e cia.

Com os últimos posts sobre fanatismo político no país, 3 perfis saíram do blog (da parte "seguir"), só pra mostrar a quanto anda o extremismo político no país.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Tortura e falsificação: a falácia da prova possível

A falácia da 'prova possível' foi esboçada por David Hackett Fischer em "Historians' Fallacies"(Falácias dos Historiadores), pp.53-55, e é citada por Van Pelt aqui. Pode ser resumida como uma afirmação não comprovada de que uma possibilidade deveria também ser considerada uma probabilidade, ou mesmo uma certeza:
A falácia da prova possível consiste num intento em demonstrar que uma declaração factual é verdadeira ou falsa por estabelecer a possibilidade de sua verdade ou falsidade. "Uma das maiores falácias de evidência," um logicista observou, "é a disposição para enfatizar sobre a possibilidade atual disso ser falso; uma possibilidade a qual deve existir quando não é demonstrativa. O advogado pode desorientar o júri desta forma até ele quase duvidar de seu próprio senso." Esta tática deve certamente provar ser forensicamente efetiva numa corte Anglo-americana, mas nunca prova o ponto em questão. A prova empírica válida requer não meramente o estabelecimento de possibilidade, mas de probabilidade. Além disso, demanda uma estimativa equilibrada de probabilidades pró e contra. Se historiadores, como advogados, devem respeitar a doutrina da dúvida razoável, eles devem de forma igual poderem reconhcer uma dúvida desarrazoada quando eles veem uma.
Negadores aplicam esta falácia muito comumente para tortura e falsificação. Hargis forjou muito recentemente nesta discussão, na qual ele também revela sua hipocrisia sobre o testemunho ocular dos perpetradores [de repente dois testemunhos de perpetradores são suficientes para estabelecer uma prova].

A regra aqui é simples. A menos que o reclamante possa mostrar que Hoess esteve provavelmente sendo torturado, ou agiu sob medo de tortura, no momento de suas confissões, a afirmação não tem nenhum mérito. Negadores não chegarão a lugar algum até eles aceitarem que eles têm o ônus da prova para demonstrar probabilidade. Tudo o mais é apenas conjectura, não história.

Fonte: Holocaust Controversies
Texto(inglês): Jonathan Harrison
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2009/01/torture-and-forgery-fallacy-of-possible.html
Tradução(português): Roberto Lucena

Ver também: técnicas dos negadores do Holocausto

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

"Revisionismo do Holocausto" e falsificações

“Revisionistas” adoram descartar documentos que eles não gostam como falsificações, sob frágeis mentiras. No entanto, eles caem em suas próprias falsificações? A resposta é um enfático: “SIM!”

Uma das mais famosas falsificações relacionadas ao “revisionismo” é o chamado “Documento Mueller” também conhecido como “Documento Lachout”. Para maiores detalhes sobre esta falsificação ler “O Documento Lachout. A anatomia de uma falsificação”. Emil Lachout foi testemunha de defesa de Ernst Zundel no julgamento de 1988.

A segunda falsificação é chamada de Tagesbefehl-47, que diz respeito ao número de vítima do Bombardeio de Dresden. Embora não seja diretamente relacionado ao Holocausto, o mais “famoso dos revisionistas”, David Irving, confiou nele. E depois deles, muitos negadores invocaram o falso número de mortos de Dresden, contidos neste “documento”. Na verdade, os negadores vergonhosamente “floreiam” ainda mais o número de mortos:

Zundelsite:
Mais uma vez o número de mortes de alemães é jogado para baixo – em contraste com a eterna vítima judaica. O verdadeiro número de mortes de Dresden é superior a 350.000, possivelmente superior a 500.000.Isto em apenas uma cidade alemã.

Mais de 260.000 corpos e resíduos de corpos foram contados. Mas aqueles que pereceram no centro da cidade não podem ser rastreados. Aproximadamente 500.000 crianças, mulheres, idosos, soldados feridos e animais de zoológico foram
assassinados em uma noite.

O número real estabelecido atualmente é de 25.000.

Naturalmente, o grande momento após eles terem jorrado estas mentiras, negadores começaram a criticar o exagerado número de mortos nos campos de extermínio, o que implica em sua baixa revisão que “temos mentido”, e que nenhum número de mortes nazistas pode ser confiável. Claro que pela mesma lógica os bombardeios em Dresden nunca aconteceram.

É notável que, tal qual os diários falsos de Hitler, Irving foi o primeiro a duvidar da autenticidade do TB47, e em seguida o aceitou.

A terceira falsificação está em um relatório do “revisionista” Myroslaw Dragan relativo à carteira de identidade de Demjanyuk (ou seja, o carimbo na carteira, falsificado por Dragan). Enquanto a glória do “revisionista” Prytulak para expor esta falsificação (embora ele rotule que a carteira de identidade de Demjanyuk seja falsa também, mas isso veremos mais tarde), convém notar que Dragan é um personagem bem conhecido no cenário “revisionista”.

A série de falsificações feita por Gregory Douglas aka Peter Stahl. Algumas delas dizem respeito ao Holocausto. Douglas falsificou uma carta de Himmler para Osvald Pohl “provando” que Hitler não tinha conhecimento da “Solução Final”. Douglas falsificou alguns documentos sobre Odilo Globocnik. Douglas é um “revisionista”. Ele é aceito pelo importante “revisionista” Germar Rudolf e também por Willis Carto (pelo menos até pouco tempo era).

Ironicamente, Rudolf também invocou Dragan em pelo menos um artigo, e também o agradeceu em seu “relatório”. Quando a falsa “carta de Ischinger” de Douglas, foi declarada como falsificação, Rudolf defendeu Douglas assim:

Vendo rigorosamente, [esse documento] não é sequer uma falsificação. É apenas um ensaio, como fez Orson Wells em 1938 com “A guerra dos mundos”...Penso que isso é realmente engraçado. Que piada! Quem nunca fez isso deve se tornar o rei dos bobos-da-corte.

Esta é a atitude do “Dr.” Rudolf para com os falsificadores. Notavelmente, o falso relatório ainda é apresentado como autêntico por Douglas no “site TBRNews.org”.

No mesmo site podemos ver este artigo do “Dr.” Germar Rudolf, aparentemente baseado na falsificação de Douglas. De fato, existem muitos artigos no site com Rudolf assinando com Douglas, incluindo este sobre o Talmud.

E o último “documento” fraudulento que eu gostaria de discutir, se baseou principalmente em alguns “revisionistas” que se curvaram ao antissemitismo, é “O lobo do Kremlim” [The Wolf of the Kremlim], a “biografia” fabricada de Lazar Kaganovich. Quem a utilizou? Pierce, Oliver, Rimland (presumivelmente Zündel), Hoffman, Irving, Heddesheimer e, sem dúvida, muitos outros (incluindo não-negadores, mas certamente um simpatizante, Kevin MacDonald).

É também muito irônico que no primeiro número do Jornal da Revisão Histórica o falso “relatório Tartakow” foi publicado.

Então, da próxima vez que um “revisionista” disser “holofalso”, lembre-o desta lista.
Autor: Sergey Romanov
Tradução e adaptação: Leo Gott

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