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quinta-feira, 17 de setembro de 2015

O ataque da repórter do Jobbik (extrema-direita) na Hungria aos refugiados

1. O fato foi bastante noticiado no dia, eu só colocarei um texto breve traduzido pra não ficar em branco o post. Mas como tem sido habitual, a mídia brasileira não costuma mencionar o perfil político de boa parte das pessoas que fazem esse tipo de ataque pra passar amenizar a presença dos grupos de extrema-direita ativos.

Não irei abordar a questão síria à fundo neste post, caso alguém queira posso tentar fazer outro post depois sobre o assunto pois choca a forma superficial como o problema é abordado no Brasil omitindo o causador do problema: o fornecimento de armas, pelos governo dos EUA, a "rebeldes" (jihadistas) na Síria pra derrubar o regime sírio e que formaram depois o Estado Islâmico. Repetiram a dose do erro que pariu Bin Laden no Afeganistão. Mas caso algum "indignado" de ocasião solte a pergunta previsível: "Ah, então você está defendendo um ditador". A questão neste caso é simples: entre o caos que está se passando, guerra civil etc e "aturar" uma ditadura "consolidada" (aquela ditadura que está em fase de transição pelo desgaste do tempo), obviamente a segunda hipótese é sempre a "menos pior". Qualquer pessoa sã sabe disso. Como é o caso do Iraque de agora e da época de Saddam (que não era outro "santo"). Política e vida de milhões de pessoas não podem ser tratadas com base nesse "discurso triunfalista" de liberdade matando e destruindo o que vir pela frente.  Qualquer pessoa que não seja bitolada como esses analfabetos políticos do país, que cultuam um astrólogo como "guru intelectual", chegarão à mesma conclusão.

Mas voltando à questão, o assunto extrema-direita costuma ser evitado em boa parte da mídia brasileira há tempo, quando noticiam é na base do estardalhaço e sensacionalismo barato, sem uma abordagem séria, como também não denunciaram o extremismo de direita presente nas marchas do país este ano, a grande mídia no máximo fica com um risinho amarelo quando soltam uma nota ou outra mas não passa disso, extremismo que ficou bastante patente em vídeos gravados pela mídia alternativa que coloquei em alguns posts aqui atacando a irracionalidade e imbecilidade da coisa.

Sem essa ação da mídia alternativa e gravações de terceiros a versão florida dos protestos teria "reinado", como num verdadeiro Estado policial onde a mídia decreta, como numa ditadura, o que a maioria da população deve saber ou não. Se não fosse a internet furando este bloqueio (esta ditadura midiática, que é o termo correto, todo oligopólio de mídia provoca isso) estaríamos vivendo numa bolha de informação.

A jornalista/repórter húngara que ataca uma criança síria junto do pai ou de algum parente é próxima ao Jobbik, grupo/partido de extrema-direita húngaro próximo do atual primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.

As cenas bizarras continuam surgindo da Hungria por conta da política inamistosa do primeiro-ministro daquele país. Fora outras cenas que saíram (não sei precisar se na Hungria ou outro país, é possível que tenha sido em outro) de arremesso de comida como ração. Os pesadelos (xenofobia e ódio étnico/religioso) da segunda guerra parecem que estão sempre vivos.

É preciso denunciar e ressaltar isto aqui já que o blog tem certo alcance e se nota algumas mudanças na cobertura depois que a gente começa a criticar o viés exacerbado (pra omitir detalhes) dessas coberturas.

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Ler o comentário 2) aqui: Sobre comentários xenófobos na DW Brasil
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Repórter húngara reconhece que pateó em refugiados, mas não pede perdão

Foto: ARCHIVO / END. Captura de tela
Segundo o portal informativo "hvg", a repórter desconectou seu telefone celular e é impossível falar com ela.

A repórter húngara que chutou e deu rasteiras contra refugiados sírios que chegavam ao país vindos da Sérvia reconheceu sua ação, mas não quis dar explicações e não pediu perdão, informou hoje o meio para o que trabalhava.

Petra László -repórter da cadeia de televisão N1, próximo do partido de extrema-direita Jobbik - deu uma rasteira contra um homem que corria com seu filho nos braços em sua fuga de um controle policial em Röszke, depois de passar ali à noite em condições precárias.

Em outras imagens a veem chutando vários refugiados, inclusive uma menina.

O canal privado húngaro N1 despediu a jornalista e assegurou que esta "reconheceu sua ação, ainda que não pode dar explicações" sobre seu comportamento.

Segundo o portal informativo "hvg", a repórter desconectou seu telefone celular e é impossível falar com ela.

Na rede social Facebook foi aberta a página "Morro de vergonha Petra László", que conta já com mais de 15.000 "curtir".

Nela se recolhem as notas publicadas sobre o caso no mundo, desde os Estados Unidos até a Espanha e os países árabes, nas quais os usuários criticam o comportamento da repórter.

Algumas opiniões são escritas em húngaro, inglês, árabe e português, entre outros idiomas, como uma vergonha e afirmam que a jornalista representa o pior da humanidade.

A formação de esquerda Coalizão Democrática, do ex-primeiro-ministro social-democrata Ferenc Gyurcsány, e o partido Együtt-PM anundiaram hoje que denunciarão à repórter por agredir os refugiados.

No Comitê Helsinki pelos direitos humanos assinalaram que, como a repórter chutou a várias pessoas, podia encarar a uma pena de cárcere de 1 a 7 anos, já que os fatos estão agravados porque a violência foi dirigida contra membros de um coletivo.

No ponto de reunião de Röszke, nos dias anteriores se produziram tentativas de fuga e protestos por parte dos refugiados, que se queixam que devem esperar muito tempo ali e passar inclusive noites na intempérie.

Este ponto é onde chegam primeiro os refugiados que cruzam à fronteira e onde têm que esperar, antes de ser trasladados aos centros de registro.




Fonte: El Nuevo Diario (Nicarágua)
http://www.elnuevodiario.com.ni/actualidad/370002-reportera-hungara-reconoce-que-pateo-refugiados-no/
Título original: Reportera húngara reconoce que pateó a refugiados, pero no pide perdón
Tradução: Roberto Lucena

quarta-feira, 21 de março de 2012

França: suspeito é delinquente que virou jihadista

Policial monta guarda em frente à residência
onde o suspeito está encarcerado. Foto: AFP
Mohammed Merah, 23 anos, suspeito dos sete assassinatos ocorridos em Toulouse e Montauban, sul da França, é um francês de origem argelina com antecedentes criminais e que, depois de passar por Paquistão e Afeganistão, se declara jihadista da Al-Qaeda.

Entrincheirado num prédio de Toulouse com várias armas, segundo alega, ele reivindica ser um mujahedine (combatente de Deus) e um membro da Al-Qaeda, segundo o ministro do Interior, Claude Guéant.

Nascido em 10 de outubro de 1988 em Toulouse, possui relações com pessoas ligadas ao salafismo e jihadismo e realizou duas viagens, uma ao Afeganistão e outra ao Paquistão, segundo ainda o ministro.

Conforme o site da revista Le Point, Merah tentou entrar para a Legião Estrangeira em 2010, mas foi expulso da corporação em seu primeiro dia. Atualmente trabalhava como serralheiro em Toulouse, no sul da França.

O modus operandi deste pistoleiro de scooter, que matou a sangue frio três militares, três crianças e um professor judeus, remetia desde o início da investigação a alguém treinado e acostumado com o manejo de armas. Segundo uma fonte policial, recentemente foi negado a ele seu pedido de entrada no exército.

Guéant descreve o suspeito como "determinado, com muito sangue frio". Testemunhos, citados na terça-feira pelo procurador de Paris, François Molins, o descrevem como um homem branco, com uma silhueta delgada e com mais ou menos 1,70 m. Uma testemunha disse ter visto o assassino usando uma minicâmera.

O suspeito explicou aos negociadores que "queria vingar a morte de crianças palestinas", ao atacar a escola judaica. "Foi menos explícito no caso dos militares, mas disse que o fato de que alguns poderiam ser de confissão muçulmana ou parecer de origem norte-africana nada teve a ver com sua decisão, e que queria atacar o exército francês por suas intervenções no exterior", explicou Guéant.

O suspeito era vigiado há vários anos pela DCRI (Direção Central da Inteligência Interna), acrescentou. "Ele cometeu várias infrações de direito comum, incluindo algumas com violência", segundo o ministro. Segundo uma fonte policial, foram 18 no total. Uma fonte ligada à investigação informou que ele também foi detido, no final de 2010, em Kandahar, no Afeganistão, por fatos de direito comum.

Seu irmão, também ligado à filosofia salafista, foi detido para a investigação nesta quarta-feira. Sua mãe, que os policiais querem que negocie com o filho, se negou a fazer isso porque disse não ter nenhuma influência sobre ele.

"Ele é uma pessoa normal, como qualquer outra na rua", afirmou um dos vizinhos do suspeito, Eric Lambert, afirmando que, entre os moradores jovens do local, Merah "não é o que mais fazia barulho". A investigação deve determinar se este indivíduo atuou sozinho ou com a ajuda de uma célula e se ele pertence à Al-Qaeda como reivindica.

"Os 'lobos solitários' sempre têm a tendência de se inscrever numa organização maior", afirma um especialista em questões terroristas, Jean-Pierre Filiu, professor do Instituto de Estudos Políticos de Paris. "Falamos muito de seu possível perfil, de seu complexo de grandeza, de superioridade. Isso permite representar-se de forma muito mais megalomaníaca".

Suspeito cercado

Um jovem francês de origem argelina, identificado como Mohammed Merah, está cercado desde a madrugada desta quarta-feira em um apartamento no bairro residencial Croix-Daurade, em Toulouse. Ele é suspeito de cometer três ataques que deixaram sete vítimas fatais desde 11 de março. No mais grave deles, na segunda-feira, quatro pessoas morreram, incluindo três crianças, em uma escola judaica.

Segundo o ministro do Interior da França, Claude Guéant, Merah afirmou que pertence à rede terrorista Al-Qaeda e que cometeu os ataques para vingar as crianças palestinas e castigar o Exército francês.

Fonte: AFP/Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5676804-EI8142,00-Franca+suspeito+e+delinquente+que+virou+jihadista.html

Observação: Nas matérias que saíram logo após o ataque (Assassino em série da França seria paranóico racista), associaram o ataque a um possível extremista de direita em virtude dos alvos, muçulmanos árabes e judeus foram vitimados pelo então jihadista (radical islâmico). Portanto está descartada a possibilidade do autor ser um Anders Breivik II embora o tipo de ataque alvejando muçulmanos e judeus remeta a um radical de direita europeu.

A pergunta que fica do caso é: de que serviu tanto monitoramento se não conseguiram abortar o ataque do assassino em série com motivações políticas?

Conheça as vítimas dos ataques na França

Ver mais:
Atirador de Toulouse pode não ter atuado sozinho (Euronews)
Suspeito de ataques na França era monitorado havia anos (BBC/IG)
Polícia da França aperta cerco contra atirador (Reuters Brasil)
França: atirador diz que agiu sozinho e adia rendição (AFP/Terra)
Atentados raciais na França podem ajudar Sarkozy em eleição (Reuters Brasil)
Ministro francês: Suspeito diz que foi instruído por Al-Qaeda no Paquistão (AP/BBC)

domingo, 16 de novembro de 2008

De desajustado a terrorista: a história de um jovem alemão

Em sua última mensagem em vídeo, Breininger insinua morrer por Alá

O caso Eric Breininger deixa claro que está surgindo uma nova geração de terroristas, motivada por outros motivos. A princípio, o terrorismo islâmico estava muito distante. Agora, ele está entre nós.

Eric Breininger é o rosto de uma geração de terroristas que quer levar o Jihad, a "guerra santa", para o Ocidente. Em um ano, ele se transformou de aluno de escola de uma pequena cidade alemã em terrorista internacionalmente procurado.

Eric é do tipo simpatizante. Um pouco gorducho e sempre vestido na última moda, ele lutava dia após dia por reconhecimento na vida pacata que levava na cidade de Neunkirchen, no estado alemão do Sarre. Ele queria participar dos acontecimentos e não ser chacoteado como outsider.

Seus pais eram separados. Eric morava com a irmã na casa da mãe. Seu rendimento na escola era mediano. Nas horas de lazer, ele jogava futebol, fumava haxixe, bebia álcool, entrava freqüentemente em brigas e tinha problemas com a polícia.

Nem bronzeamento artificial nem carne de porco

Em dezembro de 2006, Eric, que hoje está com 21 anos, começou a trabalhar como entregador de encomendas, além de freqüentar a escola de comércio. Um trabalho com conseqüências assoladoras. Ele conheceu um paquistanês que lhe falou entusiasmado da interpretação extremista do Corão. Um divisor de água em sua vida.

Ele jogou fora o crucifixo que carregava no pescoço, queimou CDs e camisetas no jardim, não foi mais à academia de ginástica, deixou de fazer bronzeamento artificial, parou de jogar futebol. Para ele, só uma coisa contava – o islamismo radical. Não passou um ano e Eric se convertera ao islamismo.

No seu círculo de correligionários, com quem rezava conjuntamente na mesquita de Neunkirchen, ele encontrou o que procurava – reconhecimento, respeito e a convicção de que era algo melhor, de pertencer a um grupo que conhecia a verdade.

Mobiliário do quarto vendido através do comércio eletrônico

Jovem é procurado internacionalmente

Eric aprendeu árabe e passou a se chamar Abdul Ghaffar el Almani. Passou a evitar amigos e tendências da moda. Ele parou de fumar, de beber e não comia mais carne de porco. Casou na mesquita perante um imame com uma jovem alemã que, a partir de então, passou a usar a burka. A relação não durou muito. "Ele queria que eu cozinhasse, limpasse e que tivesse filhos algum dia. Ele também falou que procuraria ainda outra mulher", comentou sua esposa após tê-lo deixado.

Em julho de 2007, Eric largou a escola e vendeu o mobiliário de seu quarto através do comércio eletrônico. Dois meses depois, deixou a Alemanha na direção ao Egito. Mais tarde, ele partiu para o Paquistão. Enquanto isso, em casa, alguns de seus irmãos de fé, o assim chamado Grupo de Sauerland, construíam bombas e foram descobertos pela polícia, que entrou em ação.

Em março de 2008, ele escreveu à irmã que queria lutar por Alá no Afeganistão. O Departamento Federal de Investigações (BKA) ficou sabendo e imprimiu fotos de Breininger para as unidades estacionadas no Afeganistão. As autoridades da área de segurança pressupunham que Breininger esteve num campo de treinamento de terroristas no Paquistão.

"Não planejo nenhum atentado contra a Alemanha"

"Eu me encontro no Afeganistão e, pessoalmente, não planejo nenhum atentado contra a República Federal da Alemanha. Quando se acompanham as notícias na imprensa alemã, logo se nota que o povo alemão é ludibriado pela política", afirmou o procurado em sua mais nova mensagem em vídeo.

Esta não dá motivos para despreocupação: especialistas em terrorismo estão seguros de que Eric irá se explodir no ar. Com metralhadora e turbante, ele anunciou em páginas de internet islamitas: "Como quer Alá, ele me levará como jihadi [guerreiro do Jihad] para si". Segundo um alto funcionário da área de segurança, o jovem é muito perigoso.

Especialistas em terrorismo estão de acordo que Breininger também poderia ter se tornado neonazista. No seu caso, trata-se de reconhecimento, de atenção. A causa por que luta é secundária. Foi uma coincidência o fato de ele ter se tornado terrorista. Para os jihadistas, ele é um "idiota útil", como afirmou um funcionário. Seu nome Abdul Ghaffar el Almani não significa nada mais que o "servo do todo misericordioso".

Benjamin Wüst (ca)

Fonte: Deutsche Welle
http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,3736630,00.html

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