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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

A guerra que se avizinha? Sugestão de leitura: "O último verão europeu", de David Fromkin

Como o verão tende a aumentar o calor, no sentido figurado (refiro-me à ampliação da guerra na Síria, detalho mais abaixo), verão aqui no Hemisfério Sul, na Europa é inverno, acho pertinente colocar uma resenha de um livro sobre a Primeira Guerra Mundial e como a coisa foi se desenvolvendo no último verão antes do estouro da Grande Guerra.

A leitura da resenha do livro é pertinente pois os tambores de guerra se avizinham e não aparentam ser mais somente blefes. O livro em questão é este:
"O último verão europeu" - David Fromkin

A quem não está a par do que se passa, leiam as matérias abaixo:
Turquia e Arábia Saudita admitem enviar tropas para a Síria (RTP, Portugal)
Turquia provoca risco de guerra com participação do Irã e Rússia, adverte parlamentar (Sputinik)
Escalada verbal desperta temor de confronto militar direto Rússia-Turquia (EM)
O xadrez geopolítico do conflito sírio: EUA, Rússia, Turquia e Arábia Saudita (Euronews)
Turquia: Atentado contra autocarros militares provoca 28 mortos em Ancara (Euronews)
Turquia desafia NATO, milícias curdas e cessar-fogo na Síria (Euronews)

Talvez se interessem em ler este post antigo (cliquem nos marcadores/tags dele também):
A crise na Ucrânia, os desdobramentos (um resumo)

A Arábia Saudita (o padrinho ideológico do Estado Islâmico/Daesh), mais a Turquia (que tem conflito com os curdos e já andou protegendo o Daesh) podem entrar na Síria agora que o Estado Islâmico se encontra enfraquecido pelas ações dos bombardeios russos mais a ação em terra do exército sírio, pruma contenção da Rússia dentro da Síria em concordância com o governo daquele país.

Qualquer pessoa sã/razoável sabe que se isso ocorrer (entrada da Turquia e Arábia Saudita no conflito) o sangue que vai jorrar disso será pesado, não se confronta uma potência militar como a Rússia achando que haverá um "passeio" pela Síria. O pior é que a Turquia é membro da OTAN, e sendo membro pode arrastar outros países pro conflito (se não é o que os líderes desses países querem), e ninguém sabe qual será o desfecho disso.

Como consequência dos tambores tocando, já fizeram um encontro do petróleo às pressas pra congelar a produção, com isso o preço do petróleo tenderá a voltar a aumentar, principalmente se a guerra na Síria se ampliar (com a entrada dos "novos atores" suicidas):
Arábia Saudita, Rússia, Venezuela e Catar vão congelar produção de petróleo (EBC)
'WSJ': Arábia Saudita, Rússia, Qatar, Venezuela concordam em congelar produção de petróleo (JB/WSJ)

Se o barril de pólvora estourar ainda mais na Síria com a entrada dos exército turco e saudita, o preço do petróleo tenderá a subir mais (a economia saudita está com problemas por conta da baixa artificial acordada pra prejudicar a economia de alguns países, inclusive o pré-Sal brasileiro).

Essa é a consequência direta econômica, fora as demais decorrentes desse embate.

Vejam que as fontes de notícias acima são várias, mesmo brasileiras (e não são as da dita "grande mídia").

Destaco isso pra evitar que algum sectário fanático (pleonasmo, muitas vezes), geralmente da extrema-direita liberal, venha encher o saco falando de "viés" político como se eles não tivessem um viés (bem distorcido e extremado por sinal), ou como se fosse "crime" ter opinião. Quem já discutiu com esse pessoal sabe muito bem que não são "flor que se cheire" e que o componente fanático desse pessoal impede qualquer discussão racional. Por essa razão que sempre faço esses alertas, não tenho paciência em "discutir" com esse tipo de lunático.

Em suma, tirem suas próprias conclusões mas não alimentem a ideia de que não podem ser afetados com essas coisas como "burros empacados", até porque o preço do petróleo afeta tudo, mesmo o preço das mercadorias da quitanda da esquina, e há de fato esse grande confronto se desenrolando fora.

A grande mídia no Brasil continua alienando a população não citando a gravidade do que se passa fora do país. Esses fatos podem não parecer "novidade" pra quem lê notícia avulsa na web (ou em outro meio), mas pra grande massa não é bem assim.

A bem da verdade é que a TV aberta do país, mesmo ainda tendo poder, anda beirando a irrelevância devido a sua forte autodesmoralização. A TV aberta (e parte da fechada) foi engolida pela internet, mesmo de forma ainda difusa, por conta da falta de qualidade e do partidarismo político da grande mídia, que a continuar assim tenderá a se auto-implodir com esse partidarismo fanático e doente que zomba da cara de todos, principalmente do povo.

Reparem que o povo no Brasil sempre fica perplexo (há um surto de pânico numa parte, pois se apavoram com essas coisas porque ficam alheios às notícias, pois a maioria não lê nada e "só ouve" ou "assiste" o Plim-Plim da Globo e afins) quando estoura algum conflito porque não estão a par do que se passa fora do país, pois a grande mídia, com destaque sempre pra Rede Globo, quando repassa esses acontecimentos fora, fazem-no de forma superficial tratando o Brasil como uma "grande ilha" isolada do mundo. É mais ou menos como uma parte "sente" o país, como se estivesse "distante" de tudo e não está, visão bem obtusa por sinal.

O problema é que não somos uma "grande ilha", tampouco uma ilha e muito menos estamos isolados do mundo (globalizado), sentimos os efeitos externos no país. Entendendo o que se passa é menos difícil encarar o problema. Em que pese a burrice histérica e histórica de parte da população (a parte fanatizada, manipulável) repetindo as palavras de ordem atual de disco arranhado: "PT, PT, PT" (só sabem dizer isso, repetiram tanto que isso virou uma caricatura).

Sem mais delongas, segue abaixo a resenha do livro "O último verão europeu" (a tradução da resenha), que saiu no Brasil (com capa diferente mais acima, e que retrata os bastidores do período próximo ao estouro da Primeira Guerra Mundial e o conflito de interesses das potências da época. Tem muita coisa parecida com o que se passa atualmente, por isso me veio à mente a indicação desse livro. Caso eu note que o texto acima ficou extenso demais e atrapalha a leitura da resenha, dividirei o texto em dois posts. Porque tem gente que fica "pisando em ovos" quando eu critico esse pessoal "liberal" do Brasil, que de liberal não têm nada (quem acompanha o blog já deve ter lido as críticas que faço a esses grupos, ver na parte de História do Brasil).
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A mesma interrogação cem anos depois: "O último verão europeu: quem começou a Grande Guerra em 1914?" de David Fromkin

Nesses tempos em que cada dia do ano tem suas onomásticas e celebrações, faz-se necessário reflexionar porque alguns acontecimentos estão inscritos em nosso calendário o marcando com sua recordação - ou talvez seu rastro de certo modo não tenha terminado ainda - nosso presente apesar de ter ocorrido, como é o caso dos tratados nesse livro, já há mais de um século.

O relato já conhecido diz que em 28 de junho de 1914, o arquiduque Francisco Fernando da Áustria, herdeiro do trono do Império Austro-húngaro, foi assassinado junto a sua mulher em Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina, território que formava parte do império. O assassino, capturado no momento e que aparentemente atuava por iniciativa individual, era de nacionalidade sérvia. Justo um mês depois, em 28 de julho, o Império Austro-húngaro declarava guerra ao Reino da Sérvia, estado independente até 1878, que havia formado parte do Império.

No dia seguinte, a Rússia mobilizava suas tropas na fronteira do império, fato que leva a Alemanha a acusá-la de estar se preparando para entrar em conflito com seu aliado e lhe declara guerra em 1 de agosto. Dois dias depois, em 3 de agosto, a Alemanha declarava guerra também contra a França por sua aliança com a Rússia. Para atacar a França, as tropas alemãs ocuparam, contra a vontade de seu governo, a Bélgica em 4 de agosto, o que motivou a intervenção do Império Britânico declarando guerra à Alemanha.

Que ocorreu entre 28 de junho e o 28 de julho para que o assassinato acabasse dando pé a uma declaração de guerra? Que outros fatores houve além do assassinato do arquiduque? Poderia ter sido evitada? O que motivou o que até então fora conhecido como o maior conflito bélico jamais vivido pela humanidade - "A Grande Guerra"?

A história não é uma ciência exata nem um discurso linear, senão - em função da informação mais ou menos veraz e objetiva que dos fatos acontecidos tenhamos - uma reinterpretação mais ou menos certeira - mas nunca absoluta - sobre os mesmos. Neste marco de volubilidade, David Fromkin recolhe aspectos que apresenta como já analisados pelos historiadores, outros que tardaram mais em se conhecer e alguns por aclarar. De maneira minuciosa, detalha antecedentes bélicos, posicionamentos geoestratégicos e situação socioeconômica de cada uma das potências; personalidades envolvidas, motivações pessoais e relações entre eles,... Sua apresentação e concatenação ordenada dos fatos, junto a uma redação fluída e assertiva, dá-lhe solidez e verossimilhança dos acontecimentos que aborda em suas páginas e que em seu julgamento são as que geraram o clima necessário para que em dado momento, os detonantes necessários desatassem a tormenta perfeita que já não tinha como voltar atrás e que se transformaria na Primeira Guerra Mundial.

Nas mãos dos especialistas, fica a valorização se se tiveram em conta se as informações e dados considerados são os adequados e se estão corretamente unidos e interpretados. Como leitor, seu relato supõe um puzzle (quebra-cabeça) de peças bem alinhavadas que são lidas de maneira apaixonada e com a tensão de quem teve a oportunidade de viver aqueles dias em tempo real.

Um relato que não fica tão só em 1914, senão que abre a porta ao debate. Na análise de Fromkin e tal como expõe de maneira precisa, esta foi uma pugna sobre a liderança mundial, os equilíbrios de poderes e as definições de fronteiras entre nações e estados. Um conflito não resolvido em 1918 e que se prolongaria até 1989 com duas guerras mais, a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria.

E enquanto seguimos buscando explicação ao que se passou no início do verão de 1914 (inverno no Hemisfério Sul), não perdemos de vista uma data no calendário. Resta pouco mais de um mês para o 1 de setembro e seu efeméride correspondente com a previsível avalanche de análise do que se passou então também, no 75o aniversário do início da II Guerra Mundial.

Fonte: blog lucasfh1976
https://lucasfh1976.wordpress.com/2014/08/09/la-misma-interrogante-cien-anos-despues-el-ultimo-verano-de-europa-quien-comenzo-la-gran-guerra-en-1914-de-david-fromkin/
Título original: La misma interrogante cien años después: “El último verano de Europa: ¿quién comenzó la Gran Guerra en 1914?” de David Fromkin
Tradução: Roberto Lucena

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Estado Islâmico (EI) - Programa Canal Livre

Como vez por outra alguém aborda o assunto, por alguns sempre associarem a temática da segunda guerra com Oriente Médio (na atualidade, não no período da segunda guerra), muitas vezes de forma inapropriada, seguem abaixo alguns vídeos de debate sobre o Estado Islâmico já que não dará pra colocar alguns textos no momento, a menos que alguém queira traduzir (algo que preste).

Eu diria que o vídeo principal pra assistirem, caso não queiram ver os demais pois os vídeos são longos, este vídeo é o do Canal Livre da TV Bandeirantes com o prof. Salem Nasser como convidado, só que o vídeo tá separado em quatro partes num servidor do UOL. Há mais de um debate em vídeo nos links, divididos em partes e mais três em vídeos inteiros. Caso alguém suba o vídeo inteiro pro Youtube (que estão divididos em links), removerei os links do UOL. Tem outro programa mas depois acrescento o link. Links:

Observação 1: removeram o primeiro vídeo inteiro (e aberto) que constava no Youtube e não há cópia disponível. Assistam os demais.

Não creio que o vídeo removido foi este (não lembro direito pois há mais de um), exibido provavelmente em novembro de 2015, só tem um trecho do debate, mas aparenta ser o sobre "Atentado na França" (mas há um debate anterior que foi cortado):
http://noticias.band.uol.com.br/canallivre/entrevista.asp?id=15724439&t=retrospectiva-2015---parte-6

Outro debate: Atentado na França - Parte 1
http://noticias.band.uol.com.br/canallivre/entrevista.asp?id=15678350&t=atentado-na-franca---parte-1
Atentado na França - Parte 2
http://noticias.band.uol.com.br/canallivre/entrevista.asp?id=15678355&t=atentado-na-franca---parte-2
Atentado na França - Parte 3
http://noticias.band.uol.com.br/canallivre/entrevista.asp?id=15678357&t=atentado-na-franca---parte-3
Atentado na França - Parte 4
http://noticias.band.uol.com.br/canallivre/entrevista.asp?id=15678358&t=atentado-na-franca---parte-4

Segue abaixo outros vídeos que considerei interessante sobre o tema já que o povo (generalizando) prefere ver vídeos que ler.

Programa antigo/anterior (TV Bandeirantes): Canal Livre - O Estado Islâmico
https://www.youtube.com/watch?v=xhlW18-W3p0


Estado Islâmico - TV e Rádio Unisinos
https://www.youtube.com/watch?v=LY2VBB6xCiM


Espaço Público recebe Salem Nasser - Espaço Público
https://www.youtube.com/watch?v=5n0BzZ_I3Pk


Canal Livre debate os conflitos no Oriente Médio – parte 1
http://tvuol.uol.com.br/video/canal-livre-debate-os-conflitos-no-oriente-medio--parte-1-04024C9C346ED0913326
Canal Livre debate os conflitos no Oriente Médio – parte 2
http://videos.bol.uol.com.br/video/canal-livre-debate-os-conflitos-no-oriente-medio--parte-2-04020C9C346ED0913326
Canal Livre debate os conflitos no Oriente Médio – parte 3
http://videos.bol.uol.com.br/video/canal-livre-debate-os-conflitos-no-oriente-medio--parte-3-04020E18356ED0913326
Canal Livre debate os conflitos no Oriente Médio – parte 4
http://tvuol.uol.com.br/video/canal-livre-debate-os-conflitos-no-oriente-medio--parte-4-0402CC9C346ED0913326
Canal Livre debate os conflitos no Oriente Médio – parte 5
http://videos.bol.uol.com.br/video/canal-livre-debate-os-conflitos-no-oriente-medio--parte-5-04028C9C346ED0913326

Observação 2: mas não menos importante. Só uso o termo "ISIS" quando alguém tem problema de entender a sigla EI, que é a correta em português, "ISIS" é mais outro anglicismo que a mídia brasileira impõe (ou tenta impor) por estupidez, macaquice. Não há necessidade alguma do uso desse anglicismo. É vergonhoso ver 'jornalistas' não usando o idioma oficial do país quando existe tradução do termo.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

O ataque da repórter do Jobbik (extrema-direita) na Hungria aos refugiados

1. O fato foi bastante noticiado no dia, eu só colocarei um texto breve traduzido pra não ficar em branco o post. Mas como tem sido habitual, a mídia brasileira não costuma mencionar o perfil político de boa parte das pessoas que fazem esse tipo de ataque pra passar amenizar a presença dos grupos de extrema-direita ativos.

Não irei abordar a questão síria à fundo neste post, caso alguém queira posso tentar fazer outro post depois sobre o assunto pois choca a forma superficial como o problema é abordado no Brasil omitindo o causador do problema: o fornecimento de armas, pelos governo dos EUA, a "rebeldes" (jihadistas) na Síria pra derrubar o regime sírio e que formaram depois o Estado Islâmico. Repetiram a dose do erro que pariu Bin Laden no Afeganistão. Mas caso algum "indignado" de ocasião solte a pergunta previsível: "Ah, então você está defendendo um ditador". A questão neste caso é simples: entre o caos que está se passando, guerra civil etc e "aturar" uma ditadura "consolidada" (aquela ditadura que está em fase de transição pelo desgaste do tempo), obviamente a segunda hipótese é sempre a "menos pior". Qualquer pessoa sã sabe disso. Como é o caso do Iraque de agora e da época de Saddam (que não era outro "santo"). Política e vida de milhões de pessoas não podem ser tratadas com base nesse "discurso triunfalista" de liberdade matando e destruindo o que vir pela frente.  Qualquer pessoa que não seja bitolada como esses analfabetos políticos do país, que cultuam um astrólogo como "guru intelectual", chegarão à mesma conclusão.

Mas voltando à questão, o assunto extrema-direita costuma ser evitado em boa parte da mídia brasileira há tempo, quando noticiam é na base do estardalhaço e sensacionalismo barato, sem uma abordagem séria, como também não denunciaram o extremismo de direita presente nas marchas do país este ano, a grande mídia no máximo fica com um risinho amarelo quando soltam uma nota ou outra mas não passa disso, extremismo que ficou bastante patente em vídeos gravados pela mídia alternativa que coloquei em alguns posts aqui atacando a irracionalidade e imbecilidade da coisa.

Sem essa ação da mídia alternativa e gravações de terceiros a versão florida dos protestos teria "reinado", como num verdadeiro Estado policial onde a mídia decreta, como numa ditadura, o que a maioria da população deve saber ou não. Se não fosse a internet furando este bloqueio (esta ditadura midiática, que é o termo correto, todo oligopólio de mídia provoca isso) estaríamos vivendo numa bolha de informação.

A jornalista/repórter húngara que ataca uma criança síria junto do pai ou de algum parente é próxima ao Jobbik, grupo/partido de extrema-direita húngaro próximo do atual primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.

As cenas bizarras continuam surgindo da Hungria por conta da política inamistosa do primeiro-ministro daquele país. Fora outras cenas que saíram (não sei precisar se na Hungria ou outro país, é possível que tenha sido em outro) de arremesso de comida como ração. Os pesadelos (xenofobia e ódio étnico/religioso) da segunda guerra parecem que estão sempre vivos.

É preciso denunciar e ressaltar isto aqui já que o blog tem certo alcance e se nota algumas mudanças na cobertura depois que a gente começa a criticar o viés exacerbado (pra omitir detalhes) dessas coberturas.

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Ler o comentário 2) aqui: Sobre comentários xenófobos na DW Brasil
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Repórter húngara reconhece que pateó em refugiados, mas não pede perdão

Foto: ARCHIVO / END. Captura de tela
Segundo o portal informativo "hvg", a repórter desconectou seu telefone celular e é impossível falar com ela.

A repórter húngara que chutou e deu rasteiras contra refugiados sírios que chegavam ao país vindos da Sérvia reconheceu sua ação, mas não quis dar explicações e não pediu perdão, informou hoje o meio para o que trabalhava.

Petra László -repórter da cadeia de televisão N1, próximo do partido de extrema-direita Jobbik - deu uma rasteira contra um homem que corria com seu filho nos braços em sua fuga de um controle policial em Röszke, depois de passar ali à noite em condições precárias.

Em outras imagens a veem chutando vários refugiados, inclusive uma menina.

O canal privado húngaro N1 despediu a jornalista e assegurou que esta "reconheceu sua ação, ainda que não pode dar explicações" sobre seu comportamento.

Segundo o portal informativo "hvg", a repórter desconectou seu telefone celular e é impossível falar com ela.

Na rede social Facebook foi aberta a página "Morro de vergonha Petra László", que conta já com mais de 15.000 "curtir".

Nela se recolhem as notas publicadas sobre o caso no mundo, desde os Estados Unidos até a Espanha e os países árabes, nas quais os usuários criticam o comportamento da repórter.

Algumas opiniões são escritas em húngaro, inglês, árabe e português, entre outros idiomas, como uma vergonha e afirmam que a jornalista representa o pior da humanidade.

A formação de esquerda Coalizão Democrática, do ex-primeiro-ministro social-democrata Ferenc Gyurcsány, e o partido Együtt-PM anundiaram hoje que denunciarão à repórter por agredir os refugiados.

No Comitê Helsinki pelos direitos humanos assinalaram que, como a repórter chutou a várias pessoas, podia encarar a uma pena de cárcere de 1 a 7 anos, já que os fatos estão agravados porque a violência foi dirigida contra membros de um coletivo.

No ponto de reunião de Röszke, nos dias anteriores se produziram tentativas de fuga e protestos por parte dos refugiados, que se queixam que devem esperar muito tempo ali e passar inclusive noites na intempérie.

Este ponto é onde chegam primeiro os refugiados que cruzam à fronteira e onde têm que esperar, antes de ser trasladados aos centros de registro.




Fonte: El Nuevo Diario (Nicarágua)
http://www.elnuevodiario.com.ni/actualidad/370002-reportera-hungara-reconoce-que-pateo-refugiados-no/
Título original: Reportera húngara reconoce que pateó a refugiados, pero no pide perdón
Tradução: Roberto Lucena

domingo, 18 de maio de 2014

As visões geopolíticas de Germar Rudolf e sua "Arábia unificada"

Pra não comentar e espichar o outro post "Os verdadeiros sentimentos de Germar Rudolf sobre os judeus", vou colocar os comentários às afirmações esdrúxulas dele neste post, por partes. Seguem abaixo os comentários. Mas deixarei aqui o link do post sobre o que penso sobre alguns conflitos do Oriente Médio e a própria região, pra evitar que aquele pessoal fissurado em Oriente Médio venha encher o saco porque idealizam e idolatram algumas países e regiões do planeta (este comentário é totalmente direcionado a brasileiros mesmo).

Primeiro trecho:
Se o Holocausto é visto como uma coleção única de mentiras, então o único pilar de sustentação que legitima o Judaísmo Internacional entrará em colapso.
Aqui ele confirma suas crenças em textos antissemitas como os Protocolos dos Sábios de Sião que traz essa versão de "poder judaico global" e é uma das bases do antissemitismo moderno. 90% dos "revis" (pra não dizer 100%) acreditam nisso e é uma das razões pra defesa fanática deles do negacionismo como forma de atacar judeus, que na visão dele são inimigos mortais.

Segundo trecho:
O destaque da religião substituta irá se desintegrar. A possibilidade de extorquir mais bilhões da Alemanha por conta de sua suposta obrigação também entrará em colapso.
Rudolf diz que judeus extorquem a Alemanha por conta de indenizações feitas por conta do Holocausto. O Rudolf não leva em conta algumas questões antes de fazer esta afirmação. Dinheiro algum paga a vida de quem a perdeu, e as indenizações são aquém do que uma pessoa poderia ganhar se tivesse ficado viva. Inclusive acho que se uma pessoa não precisa desse dinheiro deveria recusar isso (vai da cabeça de cada um) pois é uma forma pra lá de questionável de "compensar" o extermínio provocado por um país, mas há gente que necessita e não irei condenar quem tenha aceito isso por necessidade.

Terceiro trecho:
A possibilidade de obrigar os Estados Unidos a salvar eternamente os judeus de novos holocaustos através de doações infinitas de dinheiro também entrará em colapso.
Rudolf entra na fase dos delírios. Rudolf, os EUA não são obrigados, você pelo visto tem uma visão "benevolente" da política imperialista do governo dos Estados Unidos como superpotência. Os EUA veem retorno nessa aliança com Israel que se aprofundou depois da guerra dos seis dias quando o governo dos EUA viu que teria retorno dando apoio aquele país levando em conta a polarização da guerra fria, a URSS passou a apoiar vários países árabes e os EUA como resposta fez seus aliados naquela região, incluindo a Arábia Saudita.

Só um trecho pra ilustrar a coisa (pra quem quiser criticar, quem afirma isso é o N. Finkelstein que é adorado por "revis" mesmo não sendo ele, Finkelstein, "revi"), esse texto não é do Finkelstein mas está no site dele:

“Chronicle of a Suicide Foretold: The Case of Israel”
After Algeria became independent in 1962, France lost interest in the Israeli connection, which now interfered with its attempts to renew closer relations with the three now independent North African states. It was at this point that the United States and Israel turned to each other to forge close links. In 1967, war broke out again between Egypt and Israel, and other Arab states joined Egypt. In this so-called Six Day War, the United States for the first time gave military weapons to Israel.

The 1967 Israeli victory changed the basic situation in many respects. Israel had won the war handily, occupying all those parts of the British mandate of Palestine that it had occupied before, plus Egypt’s Sinai Peninsula and Syria’s Golan Heights. Juridically, there was now a state of Israel plus Israel’s occupied territories. Israel began a policy of establishing

Jewish settlements in the occupied territories.
Sim, os EUA fazem doações gigantes de dinheiro a Israel, algo contestável, mas só estou comentando esta parte porque alguém com malícia pode chegar e perguntar sobre isso e essa parte que ele disse existe de fato. Só pra deixar claro, eu não apoio a política externa israelense, só que não preciso usar argumento tosco como o que os "revis" usam pra criticar aquilo, fora o fato de que as motivações de crítica dos "revis" não são por questões humanitárias ou porque discordam da política belicista israelense (até porque os "revis" dão pitis de gozo com o Terceiro Reich que era belicista até o talo) e sim porque o alvo da crítica tem judeus no meio, o que pros "revis" é algo insuportável. O mundo "revi" gira em torno de judeus, um dos motivos que provam que não existe revisão histórica alguma por parte de negacionistas e sim panfletagem política, como já é sabido de muita gente.

Quarto trecho:
A simpatia mundial com os maiores mentirosos e vigaristas da história da humanidade também entrará em colapso.
Mais uma alucinação do Rudolf. Não vejo o mundo hoje sendo simpático com judeus por conta do Holocausto, quem afirma isso geralmente são os "revis" pra dramatizar a "causa" deles. Pode ter sido num passado remoto, no pós-segunda guerra principalmente em virtude do impacto da destruição causada, mas passados mais de 60 anos do evento, aquela empatia inicial já foi pro ralo há muito tempo, principalmente com o destaque que passou a ter as incursões de Israel na região do Oriente Médio, com destaque pro conflito no Líbano em 2006 e o ataque à Gaza em 2009.

De fato na guerra fria, com o mundo dividido e polarizado, não havia simpatia em relação a árabes ou ao lado palestino, palestinos em geral eram rotulados como terroristas por conta das ações dos grupos radicais e de Arafat, mas a percepção sobre o conflito mudou radicalmente com o fim da guerra fria e a partir de 1994 pra cá, principalmente com o uso global da internet e o destaque dado ao conflito que antes se resumia a um conflito regional apenas.

Quinto e último trecho:
A segunda tentativa da Europa de estabelecer um enclave duradouro na Palestina contra a vontade dos árabes, similar às cruzadas, também entrará em colapso. E, finalmente, a futura Arábia, será unificada e auto governada (por árabes) sem ocupantes judeus, norte-americanos ou europeus e potências coloniais, e se desenvolverá irresistivelmente. Isso explica porque os judeus e a mídia dominada por eles e políticos de todos os lugares defenderem essas mentiras (Holocausto) e reprimir os profetas de verdade com todos os meios possíveis.
Rudolf também gosta de anacronismos, usar termos do passado (cruzadas) pra criar figuras retóricas com o presente.

A Europa criou vários enclaves naquela região do planeta, Rudolf, pois teve colônia em vários países. Dá uma olhada:
Lista de ex-colônias europeias no Oriente Médio

Tudo isso ocorreu bem antes desse conflito Israel-Palestina, Rudolf.

Que tal mencionar o domínio francês no Líbano, ou na Argélia (essa no Norte da África)? E o poder britânico mandando na própria Palestina, Iraque etc? E o poder Otomano (turco) naquela região, Rudolf? Tudo isso antes de Israel existir.

Vou deixar uns links aqui caso alguém queira ler (estão em inglês, então coloquem no tradutor do Google):
1. Modern Period: the Rise of Colonial Interests in the Middle East
2. When the Middle East Became a Colony for Europe
3. The Legacy of The Ottoman Empire: Conflict, Colonies and Peter O’Toole
4. Century of Violence: What World War I Did to the Middle East (Spiegel)

Alguns livros:
1. The Great Syrian Revolt and the Rise of Arab Nationalism (Autor: Michael Provence)
2. Arab Nationalism, Oil, and the Political Economy of Dependency (Autor: Abbas Alnasrawi)
3. A peace to end all peace: the fall of the Ottoman Empire and the creation of the modern Middle East (Autor: David Fromkin)

Em português e espanhol (o livro em português se encontra no mercado brasileiro), irei colocar esse livro mas sei que o autor é visto como "problema" (embora seja referência) por alguns mais 'exaltados' porque o Bernard Lewis tem uma participação política nas últimas guerras no Oriente Médio. Explicarei isso (o motivo) num próximo post só sobre bibliografia do Oriente Médio:
1. O Oriente Médio: Do advento do cristianismo aos dias de hoje (Autor: Bernard Lewis)
2. Las identidades múltiples de Oriente Medio (Autor: Bernard Lewis)

Aqui eu deixo dois livros (ebook, PDF) sobre o tema:
1. Ottoman Modernity, Colonialism, and Insurgensy in the Interwar Arab East
Autor: Michael Provence

2. Confronting an Empire, Constructing a Nation: Arab Nationalists and Popular Politics in Mandate Palestine
Autor: Weldon C. Matthews

Só avisando que, se algum dos autores dos livros pedir que removam o link, terei que remover. Então quem quiser que baixe logo.
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Mas a parte mais engraçada e tosca da afirmação dele é a da "futura Arábia unificada", pelo visto Rudolf ignora fortemente as divisões sectárias daquela região e como todo fascista, acha que é possível "homogeneizar" tudo passando uma reta por cima de todos contra a contra a vontade de grupos rivais.

Rudolf, você já ouviu falar nisso? Guerra civil do Líbano. Tem um documentário interessante da Al Jazira sobre essa guerra civil libanesa.

E não preciso ir muito longe no tempo, há uma guerra em andamento no Oriente Médio agora mesmo, a guerra civil na Síria com grupos rivais se pegando: Guerra Civil na Síria.

Já viu a hostilidade entre Arábia Saudita e Irã por conta de divergências religiosas e políticas? O Irã não é árabe (é persa) e tem maioria xiita, a Arábia Saudita é o berço dos árabes de fato e tem maioria sunita. Já houve vários conflitos no Oriente Médio por sectarismo religioso, xiitas versus sunitas ao longo da história e conflitos contra outros grupos religiosos. Queria ver como seria essa unificação "interreligiosa" levando em conta a afirmação do Rudolf, seria um verdadeiro 'pinga sangue'.

E o certo seria chamar os povos de alguns países de "arabizados", pois a composição étnica deles (exemplo: Líbano) não é a mesma da Arábia Saudita. Houve uma colonização em vários países na expansão do Islã quando a religião ainda era restrita só a árabes, daí a origem do termo "arabizar". Eu costumo chamar aquela área do Mediterrâneo de "povos do mediterrâneo".

Queria entender como Rudolf acha que haverá uma "Arábia unificada" ignorando esses "detalhes" (rs), ignorando até a composição de cada país atual naquela região. Será que ele vai chegar na "Arábia" e gritar pros povos daquela região: Stop! In the name of love! Before you break my heart; Link2; Link3.

Depois aquele pessoal 'ultrassensível', cheio de mimimi, chega aqui "defendendo" revis" e acha que a gente "pega no pé" deles, o que não é verdade. Vejam o festival de sandices acima (distorções e mentiras em todo o comentário dele) e isso é só um pequeno trecho de asneiras que o cara escreveu.

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