Como o verão tende a aumentar o calor, no sentido figurado (refiro-me à ampliação da guerra na Síria, detalho mais abaixo), verão aqui no Hemisfério Sul, na Europa é inverno, acho pertinente colocar uma resenha de um livro sobre a Primeira Guerra Mundial e como a coisa foi se desenvolvendo no último verão antes do estouro da Grande Guerra.
A leitura da resenha do livro é pertinente pois os tambores de guerra se avizinham e não aparentam ser mais somente blefes. O livro em questão é este:
"O último verão europeu" - David Fromkin
A quem não está a par do que se passa, leiam as matérias abaixo:
Turquia e Arábia Saudita admitem enviar tropas para a Síria (RTP, Portugal)
Turquia provoca risco de guerra com participação do Irã e Rússia, adverte parlamentar (Sputinik)
Escalada verbal desperta temor de confronto militar direto Rússia-Turquia (EM)
O xadrez geopolítico do conflito sírio: EUA, Rússia, Turquia e Arábia Saudita (Euronews)
Turquia: Atentado contra autocarros militares provoca 28 mortos em Ancara (Euronews)
Turquia desafia NATO, milícias curdas e cessar-fogo na Síria (Euronews)
Talvez se interessem em ler este post antigo (cliquem nos marcadores/tags dele também):
A crise na Ucrânia, os desdobramentos (um resumo)
A Arábia Saudita (o padrinho ideológico do Estado Islâmico/Daesh), mais a Turquia (que tem conflito com os curdos e já andou protegendo o Daesh) podem entrar na Síria agora que o Estado Islâmico se encontra enfraquecido pelas ações dos bombardeios russos mais a ação em terra do exército sírio, pruma contenção da Rússia dentro da Síria em concordância com o governo daquele país.
Qualquer pessoa sã/razoável sabe que se isso ocorrer (entrada da Turquia e Arábia Saudita no conflito) o sangue que vai jorrar disso será pesado, não se confronta uma potência militar como a Rússia achando que haverá um "passeio" pela Síria. O pior é que a Turquia é membro da OTAN, e sendo membro pode arrastar outros países pro conflito (se não é o que os líderes desses países querem), e ninguém sabe qual será o desfecho disso.
Como consequência dos tambores tocando, já fizeram um encontro do petróleo às pressas pra congelar a produção, com isso o preço do petróleo tenderá a voltar a aumentar, principalmente se a guerra na Síria se ampliar (com a entrada dos "novos atores" suicidas):
Arábia Saudita, Rússia, Venezuela e Catar vão congelar produção de petróleo (EBC)
'WSJ': Arábia Saudita, Rússia, Qatar, Venezuela concordam em congelar produção de petróleo (JB/WSJ)
Se o barril de pólvora estourar ainda mais na Síria com a entrada dos exército turco e saudita, o preço do petróleo tenderá a subir mais (a economia saudita está com problemas por conta da baixa artificial acordada pra prejudicar a economia de alguns países, inclusive o pré-Sal brasileiro).
Essa é a consequência direta econômica, fora as demais decorrentes desse embate.
Vejam que as fontes de notícias acima são várias, mesmo brasileiras (e não são as da dita "grande mídia").
Destaco isso pra evitar que algum sectário fanático (pleonasmo, muitas vezes), geralmente da extrema-direita liberal, venha encher o saco falando de "viés" político como se eles não tivessem um viés (bem distorcido e extremado por sinal), ou como se fosse "crime" ter opinião. Quem já discutiu com esse pessoal sabe muito bem que não são "flor que se cheire" e que o componente fanático desse pessoal impede qualquer discussão racional. Por essa razão que sempre faço esses alertas, não tenho paciência em "discutir" com esse tipo de lunático.
Em suma, tirem suas próprias conclusões mas não alimentem a ideia de que não podem ser afetados com essas coisas como "burros empacados", até porque o preço do petróleo afeta tudo, mesmo o preço das mercadorias da quitanda da esquina, e há de fato esse grande confronto se desenrolando fora.
A grande mídia no Brasil continua alienando a população não citando a gravidade do que se passa fora do país. Esses fatos podem não parecer "novidade" pra quem lê notícia avulsa na web (ou em outro meio), mas pra grande massa não é bem assim.
A bem da verdade é que a TV aberta do país, mesmo ainda tendo poder, anda beirando a irrelevância devido a sua forte autodesmoralização. A TV aberta (e parte da fechada) foi engolida pela internet, mesmo de forma ainda difusa, por conta da falta de qualidade e do partidarismo político da grande mídia, que a continuar assim tenderá a se auto-implodir com esse partidarismo fanático e doente que zomba da cara de todos, principalmente do povo.
Reparem que o povo no Brasil sempre fica perplexo (há um surto de pânico numa parte, pois se apavoram com essas coisas porque ficam alheios às notícias, pois a maioria não lê nada e "só ouve" ou "assiste" o Plim-Plim da Globo e afins) quando estoura algum conflito porque não estão a par do que se passa fora do país, pois a grande mídia, com destaque sempre pra Rede Globo, quando repassa esses acontecimentos fora, fazem-no de forma superficial tratando o Brasil como uma "grande ilha" isolada do mundo. É mais ou menos como uma parte "sente" o país, como se estivesse "distante" de tudo e não está, visão bem obtusa por sinal.
O problema é que não somos uma "grande ilha", tampouco uma ilha e muito menos estamos isolados do mundo (globalizado), sentimos os efeitos externos no país. Entendendo o que se passa é menos difícil encarar o problema. Em que pese a burrice histérica e histórica de parte da população (a parte fanatizada, manipulável) repetindo as palavras de ordem atual de disco arranhado: "PT, PT, PT" (só sabem dizer isso, repetiram tanto que isso virou uma caricatura).
Sem mais delongas, segue abaixo a resenha do livro "O último verão europeu" (a tradução da resenha), que saiu no Brasil (com capa diferente mais acima, e que retrata os bastidores do período próximo ao estouro da Primeira Guerra Mundial e o conflito de interesses das potências da época. Tem muita coisa parecida com o que se passa atualmente, por isso me veio à mente a indicação desse livro. Caso eu note que o texto acima ficou extenso demais e atrapalha a leitura da resenha, dividirei o texto em dois posts. Porque tem gente que fica "pisando em ovos" quando eu critico esse pessoal "liberal" do Brasil, que de liberal não têm nada (quem acompanha o blog já deve ter lido as críticas que faço a esses grupos, ver na parte de História do Brasil).
__________________________________________________
A mesma interrogação cem anos depois: "O último verão europeu: quem começou a Grande Guerra em 1914?" de David Fromkin
Nesses tempos em que cada dia do ano tem suas onomásticas e celebrações, faz-se necessário reflexionar porque alguns acontecimentos estão inscritos em nosso calendário o marcando com sua recordação - ou talvez seu rastro de certo modo não tenha terminado ainda - nosso presente apesar de ter ocorrido, como é o caso dos tratados nesse livro, já há mais de um século.
O relato já conhecido diz que em 28 de junho de 1914, o arquiduque Francisco Fernando da Áustria, herdeiro do trono do Império Austro-húngaro, foi assassinado junto a sua mulher em Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina, território que formava parte do império. O assassino, capturado no momento e que aparentemente atuava por iniciativa individual, era de nacionalidade sérvia. Justo um mês depois, em 28 de julho, o Império Austro-húngaro declarava guerra ao Reino da Sérvia, estado independente até 1878, que havia formado parte do Império.
No dia seguinte, a Rússia mobilizava suas tropas na fronteira do império, fato que leva a Alemanha a acusá-la de estar se preparando para entrar em conflito com seu aliado e lhe declara guerra em 1 de agosto. Dois dias depois, em 3 de agosto, a Alemanha declarava guerra também contra a França por sua aliança com a Rússia. Para atacar a França, as tropas alemãs ocuparam, contra a vontade de seu governo, a Bélgica em 4 de agosto, o que motivou a intervenção do Império Britânico declarando guerra à Alemanha.
Que ocorreu entre 28 de junho e o 28 de julho para que o assassinato acabasse dando pé a uma declaração de guerra? Que outros fatores houve além do assassinato do arquiduque? Poderia ter sido evitada? O que motivou o que até então fora conhecido como o maior conflito bélico jamais vivido pela humanidade - "A Grande Guerra"?
A história não é uma ciência exata nem um discurso linear, senão - em função da informação mais ou menos veraz e objetiva que dos fatos acontecidos tenhamos - uma reinterpretação mais ou menos certeira - mas nunca absoluta - sobre os mesmos. Neste marco de volubilidade, David Fromkin recolhe aspectos que apresenta como já analisados pelos historiadores, outros que tardaram mais em se conhecer e alguns por aclarar. De maneira minuciosa, detalha antecedentes bélicos, posicionamentos geoestratégicos e situação socioeconômica de cada uma das potências; personalidades envolvidas, motivações pessoais e relações entre eles,... Sua apresentação e concatenação ordenada dos fatos, junto a uma redação fluída e assertiva, dá-lhe solidez e verossimilhança dos acontecimentos que aborda em suas páginas e que em seu julgamento são as que geraram o clima necessário para que em dado momento, os detonantes necessários desatassem a tormenta perfeita que já não tinha como voltar atrás e que se transformaria na Primeira Guerra Mundial.
Nas mãos dos especialistas, fica a valorização se se tiveram em conta se as informações e dados considerados são os adequados e se estão corretamente unidos e interpretados. Como leitor, seu relato supõe um puzzle (quebra-cabeça) de peças bem alinhavadas que são lidas de maneira apaixonada e com a tensão de quem teve a oportunidade de viver aqueles dias em tempo real.
Um relato que não fica tão só em 1914, senão que abre a porta ao debate. Na análise de Fromkin e tal como expõe de maneira precisa, esta foi uma pugna sobre a liderança mundial, os equilíbrios de poderes e as definições de fronteiras entre nações e estados. Um conflito não resolvido em 1918 e que se prolongaria até 1989 com duas guerras mais, a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria.
E enquanto seguimos buscando explicação ao que se passou no início do verão de 1914 (inverno no Hemisfério Sul), não perdemos de vista uma data no calendário. Resta pouco mais de um mês para o 1 de setembro e seu efeméride correspondente com a previsível avalanche de análise do que se passou então também, no 75o aniversário do início da II Guerra Mundial.
Fonte: blog lucasfh1976
https://lucasfh1976.wordpress.com/2014/08/09/la-misma-interrogante-cien-anos-despues-el-ultimo-verano-de-europa-quien-comenzo-la-gran-guerra-en-1914-de-david-fromkin/
Título original: La misma interrogante cien años después: “El último verano de Europa: ¿quién comenzó la Gran Guerra en 1914?” de David Fromkin
Tradução: Roberto Lucena
Mostrando postagens com marcador Estado Islâmico. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Estado Islâmico. Mostrar todas as postagens
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
A guerra que se avizinha? Sugestão de leitura: "O último verão europeu", de David Fromkin
Marcadores:
Arábia Saudita,
Daesh,
Estado Islâmico,
EUA,
França,
livro,
Oriente Médio,
OTAN,
petróleo,
primeira guerra,
Reino Unido,
Rússia,
Síria,
Tríplice Entente,
Turquia
quinta-feira, 17 de setembro de 2015
O ataque da repórter do Jobbik (extrema-direita) na Hungria aos refugiados
1. O fato foi bastante noticiado no dia, eu só colocarei um texto breve traduzido pra não ficar em branco o post. Mas como tem sido habitual, a mídia brasileira não costuma mencionar o perfil político de boa parte das pessoas que fazem esse tipo de ataque pra passar amenizar a presença dos grupos de extrema-direita ativos.
Não irei abordar a questão síria à fundo neste post, caso alguém queira posso tentar fazer outro post depois sobre o assunto pois choca a forma superficial como o problema é abordado no Brasil omitindo o causador do problema: o fornecimento de armas, pelos governo dos EUA, a "rebeldes" (jihadistas) na Síria pra derrubar o regime sírio e que formaram depois o Estado Islâmico. Repetiram a dose do erro que pariu Bin Laden no Afeganistão. Mas caso algum "indignado" de ocasião solte a pergunta previsível: "Ah, então você está defendendo um ditador". A questão neste caso é simples: entre o caos que está se passando, guerra civil etc e "aturar" uma ditadura "consolidada" (aquela ditadura que está em fase de transição pelo desgaste do tempo), obviamente a segunda hipótese é sempre a "menos pior". Qualquer pessoa sã sabe disso. Como é o caso do Iraque de agora e da época de Saddam (que não era outro "santo"). Política e vida de milhões de pessoas não podem ser tratadas com base nesse "discurso triunfalista" de liberdade matando e destruindo o que vir pela frente. Qualquer pessoa que não seja bitolada como esses analfabetos políticos do país, que cultuam um astrólogo como "guru intelectual", chegarão à mesma conclusão.
Mas voltando à questão, o assunto extrema-direita costuma ser evitado em boa parte da mídia brasileira há tempo, quando noticiam é na base do estardalhaço e sensacionalismo barato, sem uma abordagem séria, como também não denunciaram o extremismo de direita presente nas marchas do país este ano, a grande mídia no máximo fica com um risinho amarelo quando soltam uma nota ou outra mas não passa disso, extremismo que ficou bastante patente em vídeos gravados pela mídia alternativa que coloquei em alguns posts aqui atacando a irracionalidade e imbecilidade da coisa.
Sem essa ação da mídia alternativa e gravações de terceiros a versão florida dos protestos teria "reinado", como num verdadeiro Estado policial onde a mídia decreta, como numa ditadura, o que a maioria da população deve saber ou não. Se não fosse a internet furando este bloqueio (esta ditadura midiática, que é o termo correto, todo oligopólio de mídia provoca isso) estaríamos vivendo numa bolha de informação.
A jornalista/repórter húngara que ataca uma criança síria junto do pai ou de algum parente é próxima ao Jobbik, grupo/partido de extrema-direita húngaro próximo do atual primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.
As cenas bizarras continuam surgindo da Hungria por conta da política inamistosa do primeiro-ministro daquele país. Fora outras cenas que saíram (não sei precisar se na Hungria ou outro país, é possível que tenha sido em outro) de arremesso de comida como ração. Os pesadelos (xenofobia e ódio étnico/religioso) da segunda guerra parecem que estão sempre vivos.
É preciso denunciar e ressaltar isto aqui já que o blog tem certo alcance e se nota algumas mudanças na cobertura depois que a gente começa a criticar o viés exacerbado (pra omitir detalhes) dessas coberturas.
***
Ler o comentário 2) aqui: Sobre comentários xenófobos na DW Brasil
______________________________________________________________
Repórter húngara reconhece que pateó em refugiados, mas não pede perdão
Segundo o portal informativo "hvg", a repórter desconectou seu telefone celular e é impossível falar com ela.
A repórter húngara que chutou e deu rasteiras contra refugiados sírios que chegavam ao país vindos da Sérvia reconheceu sua ação, mas não quis dar explicações e não pediu perdão, informou hoje o meio para o que trabalhava.
Petra László -repórter da cadeia de televisão N1, próximo do partido de extrema-direita Jobbik - deu uma rasteira contra um homem que corria com seu filho nos braços em sua fuga de um controle policial em Röszke, depois de passar ali à noite em condições precárias.
Em outras imagens a veem chutando vários refugiados, inclusive uma menina.
O canal privado húngaro N1 despediu a jornalista e assegurou que esta "reconheceu sua ação, ainda que não pode dar explicações" sobre seu comportamento.
Segundo o portal informativo "hvg", a repórter desconectou seu telefone celular e é impossível falar com ela.
Na rede social Facebook foi aberta a página "Morro de vergonha Petra László", que conta já com mais de 15.000 "curtir".
Nela se recolhem as notas publicadas sobre o caso no mundo, desde os Estados Unidos até a Espanha e os países árabes, nas quais os usuários criticam o comportamento da repórter.
Algumas opiniões são escritas em húngaro, inglês, árabe e português, entre outros idiomas, como uma vergonha e afirmam que a jornalista representa o pior da humanidade.
A formação de esquerda Coalizão Democrática, do ex-primeiro-ministro social-democrata Ferenc Gyurcsány, e o partido Együtt-PM anundiaram hoje que denunciarão à repórter por agredir os refugiados.
No Comitê Helsinki pelos direitos humanos assinalaram que, como a repórter chutou a várias pessoas, podia encarar a uma pena de cárcere de 1 a 7 anos, já que os fatos estão agravados porque a violência foi dirigida contra membros de um coletivo.
No ponto de reunião de Röszke, nos dias anteriores se produziram tentativas de fuga e protestos por parte dos refugiados, que se queixam que devem esperar muito tempo ali e passar inclusive noites na intempérie.
Este ponto é onde chegam primeiro os refugiados que cruzam à fronteira e onde têm que esperar, antes de ser trasladados aos centros de registro.
Fonte: El Nuevo Diario (Nicarágua)
http://www.elnuevodiario.com.ni/actualidad/370002-reportera-hungara-reconoce-que-pateo-refugiados-no/
Título original: Reportera húngara reconoce que pateó a refugiados, pero no pide perdón
Tradução: Roberto Lucena
Não irei abordar a questão síria à fundo neste post, caso alguém queira posso tentar fazer outro post depois sobre o assunto pois choca a forma superficial como o problema é abordado no Brasil omitindo o causador do problema: o fornecimento de armas, pelos governo dos EUA, a "rebeldes" (jihadistas) na Síria pra derrubar o regime sírio e que formaram depois o Estado Islâmico. Repetiram a dose do erro que pariu Bin Laden no Afeganistão. Mas caso algum "indignado" de ocasião solte a pergunta previsível: "Ah, então você está defendendo um ditador". A questão neste caso é simples: entre o caos que está se passando, guerra civil etc e "aturar" uma ditadura "consolidada" (aquela ditadura que está em fase de transição pelo desgaste do tempo), obviamente a segunda hipótese é sempre a "menos pior". Qualquer pessoa sã sabe disso. Como é o caso do Iraque de agora e da época de Saddam (que não era outro "santo"). Política e vida de milhões de pessoas não podem ser tratadas com base nesse "discurso triunfalista" de liberdade matando e destruindo o que vir pela frente. Qualquer pessoa que não seja bitolada como esses analfabetos políticos do país, que cultuam um astrólogo como "guru intelectual", chegarão à mesma conclusão.
Mas voltando à questão, o assunto extrema-direita costuma ser evitado em boa parte da mídia brasileira há tempo, quando noticiam é na base do estardalhaço e sensacionalismo barato, sem uma abordagem séria, como também não denunciaram o extremismo de direita presente nas marchas do país este ano, a grande mídia no máximo fica com um risinho amarelo quando soltam uma nota ou outra mas não passa disso, extremismo que ficou bastante patente em vídeos gravados pela mídia alternativa que coloquei em alguns posts aqui atacando a irracionalidade e imbecilidade da coisa.
Sem essa ação da mídia alternativa e gravações de terceiros a versão florida dos protestos teria "reinado", como num verdadeiro Estado policial onde a mídia decreta, como numa ditadura, o que a maioria da população deve saber ou não. Se não fosse a internet furando este bloqueio (esta ditadura midiática, que é o termo correto, todo oligopólio de mídia provoca isso) estaríamos vivendo numa bolha de informação.
A jornalista/repórter húngara que ataca uma criança síria junto do pai ou de algum parente é próxima ao Jobbik, grupo/partido de extrema-direita húngaro próximo do atual primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.
As cenas bizarras continuam surgindo da Hungria por conta da política inamistosa do primeiro-ministro daquele país. Fora outras cenas que saíram (não sei precisar se na Hungria ou outro país, é possível que tenha sido em outro) de arremesso de comida como ração. Os pesadelos (xenofobia e ódio étnico/religioso) da segunda guerra parecem que estão sempre vivos.
É preciso denunciar e ressaltar isto aqui já que o blog tem certo alcance e se nota algumas mudanças na cobertura depois que a gente começa a criticar o viés exacerbado (pra omitir detalhes) dessas coberturas.
***
Ler o comentário 2) aqui: Sobre comentários xenófobos na DW Brasil
______________________________________________________________
Repórter húngara reconhece que pateó em refugiados, mas não pede perdão
Foto: ARCHIVO / END. Captura de tela |
A repórter húngara que chutou e deu rasteiras contra refugiados sírios que chegavam ao país vindos da Sérvia reconheceu sua ação, mas não quis dar explicações e não pediu perdão, informou hoje o meio para o que trabalhava.
Petra László -repórter da cadeia de televisão N1, próximo do partido de extrema-direita Jobbik - deu uma rasteira contra um homem que corria com seu filho nos braços em sua fuga de um controle policial em Röszke, depois de passar ali à noite em condições precárias.
Em outras imagens a veem chutando vários refugiados, inclusive uma menina.
O canal privado húngaro N1 despediu a jornalista e assegurou que esta "reconheceu sua ação, ainda que não pode dar explicações" sobre seu comportamento.
Segundo o portal informativo "hvg", a repórter desconectou seu telefone celular e é impossível falar com ela.
Na rede social Facebook foi aberta a página "Morro de vergonha Petra László", que conta já com mais de 15.000 "curtir".
Nela se recolhem as notas publicadas sobre o caso no mundo, desde os Estados Unidos até a Espanha e os países árabes, nas quais os usuários criticam o comportamento da repórter.
Algumas opiniões são escritas em húngaro, inglês, árabe e português, entre outros idiomas, como uma vergonha e afirmam que a jornalista representa o pior da humanidade.
A formação de esquerda Coalizão Democrática, do ex-primeiro-ministro social-democrata Ferenc Gyurcsány, e o partido Együtt-PM anundiaram hoje que denunciarão à repórter por agredir os refugiados.
No Comitê Helsinki pelos direitos humanos assinalaram que, como a repórter chutou a várias pessoas, podia encarar a uma pena de cárcere de 1 a 7 anos, já que os fatos estão agravados porque a violência foi dirigida contra membros de um coletivo.
No ponto de reunião de Röszke, nos dias anteriores se produziram tentativas de fuga e protestos por parte dos refugiados, que se queixam que devem esperar muito tempo ali e passar inclusive noites na intempérie.
Este ponto é onde chegam primeiro os refugiados que cruzam à fronteira e onde têm que esperar, antes de ser trasladados aos centros de registro.
Fonte: El Nuevo Diario (Nicarágua)
http://www.elnuevodiario.com.ni/actualidad/370002-reportera-hungara-reconoce-que-pateo-refugiados-no/
Título original: Reportera húngara reconoce que pateó a refugiados, pero no pide perdón
Tradução: Roberto Lucena
Marcadores:
Arábia Saudita,
EI,
Estado Islâmico,
Estados Unidos,
EUA,
Frente Al-Nusra,
guerra civil,
Hungria,
jihadismo,
jihadista,
Jobbik,
OTAN,
Primavera Árabe,
refugiados,
Síria,
Viktor Orbán,
wahhabismo
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
"O negócio da revolução" - Gene Sharp - Como os EUA desestabilizam países "pacificamente"
A quem quiser assistir o documentário vou colocar o vídeo no final do post, porque se eu colocar logo abaixo do parágrafo dificultará a leitura do texto. Mas pra situar o documentário no contexto brasileiro: lembram das marchas "difusas" de 2013?
Achou que aquilo foi um movimento espontâneo? Pois tem todos os indícios de que não foi. E como tem...
Foi tanta coisa "estranha" que ocorreu naquelas marchas que em um post só não dá pra comentar tudo, por isso colocarei esses posts numa tag chamada Marchas de 2013 pra ficar como uma série, pra quem quiser ler post a post ir compreendendo o que se passou à medida que forem surgindo mais textos/posts.
O documentário "O negócio da revolução", que não sei se está completo eu achei esta cópia no Youtube que é suficiente pra ser assistida, descreve como um grupo mercenário (o mercenário eu rotulei pois agem por dinheiro) situado na Sérvia treina "grupos" a usarem o método Gene Sharp de "revolução pacífica" (entre aspas, pois isso não existe), pra desestabilizar "ditaduras" mundo afora.
Mas aí que reside o nó da questão: não são só ditaduras os alvos, quaisquer países podem ser alvo disso, mesmo democracias, dependendo do interesse geopolítico dos Estados Unidos (caso algum país represente uma ameaça a expansão de sua influência e empresas), pois países fragilizados por turbulências tornam-se alvos de países militarmente e economicamente mais organizados com uma política externa agressiva (imperialismo) que é o caso dos Estados Unidos.
O vídeo descreve o método e como os grupos treinados por esta organização da Sérvia agem mundo afora. Agiram primeiramente na própria Sérvia e nas ex-repúblicas soviéticas pra desestabilizarem seus governos e contribuindo com a ascensão de governos fantoches (de oligarcas) dos EUA pra cercar a Rússia, politicamente e militarmente.
Os EUA veem a Rússia como um rival geopolítico, mesmo com o colapso da União Soviética. E por extensão, quem estiver dentro dos BRICS (o Brasil está), tornará-se alvo também. Mas o Brasil sempre foi alvo dos EUA, antes mesmo dos BRICS.
Começam a entender que o "surto" de "revolta" de 2013 não foi algo tão espontâneo assim, apesar do povo ter saído às ruas como manada por mimetismo (imitação, efeito manada)?
Começam a entender que Black Blocs não "caem do céu"? De onde vieram? Para onde foram? Por que a polícia não interferiu nesses grupos quando podia e os deixou atacar livremente?
Qualquer pessoa podia/pode ser um "Black Bloc", desde um idealista estúpido (Maria vai com as outras) achando que iria "derrubar o Estado" com aquelas ações pueris sem nem compreender o que é o Estado, e muito provavelmente provocadores treinados com objetivos claros: de desestabilização e criar um clima de caos midiático (pra mídia aumentar dando a impressão de um caos nacional), e conseguiram o intento por algum tempo, o suficiente pra fazer estragos e até começarem a ser rechaçados pela opinião pública.
O Ministro da Justiça, José Cardozo, deve explicações sobre a não apuração de toda essa arruaça organizada que estimulou as pessoas a saírem às ruas "protestando", sem pauta definida, de forma difusa e que deu força à extrema-direita, força esta que se refletiu na eleição do congresso nacional dos próximos 4 anos. Se há uma ascensão de uma extrema-direita destas marchas, então fica claro qual o grupo beneficiado disto. Não é uma extrema-direita tradicional do tipo fascista, como muita gente chama, são mais udenistas/larcedistas aos moldes do neoliberalismo defendendo pela Veja e pelo resto da mídia oligopolizada, são grupos que defendem o alinhamento do Brasil com os EUA (submissão), saída dos BRICS, entrega do pré-Sal e por aí vai, todo receituário neoliberal.
Começam a entender como é estranha a quantidade de PDFs ou páginas de extrema-esquerda (e algumas de extrema-direita liberaloide) difundindo o manual deste Gene Sharp? O "velhinho pacifista idealista" onde pairam suspeitas de ser gente ligado à CIA. Algo não incomum, ao contrário do que muita gente pensa.
Uma parte da esquerda radical foi "útil" (costuma ser útil pelo idealismo infantil ou ingenuidade, ou mesmo raiva) a esse tipo de desestabilização visando demonizar o governo federal pra fazer uma "revolução colorida", porque eles achavam que iria "brotar uma revolução" sem entender a conjuntura política e o contexto social do país. Só veio a cair a ficha pra eles na disputa eleitoral do segundo turno este ano. Espero. O estrago já está feito, vide o congresso eleito (o pior desde 1964):
Congresso eleito é o mais conservador desde 1964, diz Diap
Ao pessoal 'nacionalista', relaxem, o fato do congresso ser o mais conservador desde 1964 não quer dizer que ele seja nacionalista, este conservadorismo neocon tem aversão a nacionalismo e é profundamente neoliberal e conservador (pra inglês ver) nos "costumes".
Eu não sei como este senhor, Sharp, dorme em paz sabendo que muita gente morreu por conta desse experimento cretino dele, pois não se modifica uma realidade somente derrubando um regime sem haver nada organizado e enraizado democraticamente no seio do povo, pra ficar no lugar daquilo que é derrubado. Não são "revoluções coloridas" fabricadas que trarão paz ao povo, vide o que se transformou os países onde essas coisas ocorreram. Viraram terra de máfias e oligarquias, com miséria e desigualdade crescentes. É essa a ideia de "liberdade" de Gene Sharp? A liberdade da "miséria e da desigualdade"? Que sujeito "nobre".
A quem não sabe o que é uma revolução colorida, só um breve trecho do verbete da Wikipedia. Eu estou utilizando o trecho, embora saiba que muita gente critica a Wikipedia, porque sei que o trecho está correto, pra agilizar (aliás, eu só utilizo isto nessas condições):
Revoluções Coloridas
Curiosamente outro documentário sobre Sharp foi exibido no canal GNT da Globosat (das Organizações Globo). Não seria pra "esclarecer" o povo a exibição deste tipo de documentário, obviamente.
Este assunto será tratado em outros posts à medida que eu for lembrando dos detalhes das marchas, pois tem coisas como o vídeo daquela garota contra a Copa do Mundo, e mais coisas do tipo que "apareceram do nada", que fizeram parte dessa mixórdia de "supostos idealistas".
Mixórdia de "gente bem intencionada" "preocupada com o país" (pausa para o riso, rs), tudo no fundo para criar um clima de mau estar generalizado propício pra extremistas ditarem o caos, as regras do jogo e atacarem a democracia, o mesmo clima que abriu espaço, mesmo após as eleições desse ano, pra grupos pedirem volta da ditadura e bizarrices do tipo.
Não adianta esses "supostos idealistas" agora quererem tirar o deles da reta ou fazer mea culpa. Os fatos falam por si (as consequências dos atos de vocês também).
Mas há que deixar claro uma coisa: isso só tomou vulto e foi adiante porque o povo brasileiro (ou parte dele) não soube ser sábio e cético diante daquele voluntarismo que se avolumou com as tais marchas.
Havia sim muita gente que achou a princípio que aquilo era algo bom, sem ter a dimensão do que estava se passando (faltou um pouco de ceticismo), só que acabaram sendo usados como massa de manobra da extrema-direita liberal e midiática (que é quem vem tentando desestabilizar o país há muito tempo) pra outros fins políticos.
O governo federal também errou e erra ao não discutir essas questões políticas e a questão dos BRICS mais abertamente e detalhadamente com a população. Discussão de política externa no Brasil parece algo "exótico", "distante" quando não é.
O governo deixa que a mídia dite a "versão dos fatos" e acaba gerando essa balbúrdia informativa distorcida. Ficar em silêncio não vai ajudar muito na contenção desse tipo de golpismo calculado pelos EUA e por setores capachos da elite interna (a mídia oligopolizada é o principal deles).
Assistam o documentário e tirem suas conclusões. O documentário choca a quem acha que todos esses movimentos mais recentes mundo afora e no Brasil são movimentos espontâneos ou genuínos e populares como foram as Diretas Já! e o movimento de democratização do Brasil (que tinham lideranças políticas de fato e eram organizados, tinham meta definida e apoio popular forte), como a Revolução dos Cravos e vários outros movimentos legítimos e realmente autênticos do passado, que por serem legítimos, possuem raízes fortes no seio do povo e da sociedade civil ao contrário dessa desestabilização artificial bancada por Washington (governo norte-americano) propagada por mercenários também bancados pelos EUA de forma não-oficial.
Eu disse que iria elucidar (ou tentar) mostra a escrotidão que fizeram contra o país, mas também cabe ao povo também ter ciência/consciência disso, do que se passa e não ficar só como espectador.
O Brasil não está alheio ao mundo, há muita potência com o olho bem arregalado querendo os recursos do país. Há não, sempre houve.
Nenhum país com a dimensão territorial do Brasil, com recursos imensos e uma reserva de petróleo do tamanho do pré-Sal é "ignorando" pelo mundo, potências fazem guerra por isso, ao contrário do que muito brasileiro cretino com complexa de vira-lata pensa que o Brasil seja (um "país qualquer").
Seja cético com "movimentos contestatórios" inflados e caóticos surgidos do nada, sem liderança ou organização, como se fossem teatro e espetacularização que se formam nos mesmos, com Black Blocs, grupos anônimos e cia. Esses grupos não são movimentos espontâneos, parem de romantização e idealização dessas coisas, isto é sério, traz consequências reais pro país.
É preciso haver um determinado grau de organização desses grupos arruaceiros de forma antecipada para pôr isso em prática quando estoura algum rebuliço com multidão. Lembro que começou o corre-corre nas ruas após um confronto da polícia em SP, mas mesmo antes já havia grupos mascarados "tocando terror" na rua inflando os ânimos, o resto acabou sendo decorrência disto, mais os que foram aparecendo no decorrer da coisa, justamente no período da Copa das Confederações quando a imprensa estrangeira estava toda de olho no Brasil. Sinto, mas isto não foi espontâneo, exceto o voluntarismo de parte da população que foi conduzida ao erro pelo emocionalismo que esses grupos provocam em quem não tem algum grau de ceticismo para ver que quando as convulsões sociais são muito estranhas é porque há algo de errado nelas.
Achou que aquilo foi um movimento espontâneo? Pois tem todos os indícios de que não foi. E como tem...
Foi tanta coisa "estranha" que ocorreu naquelas marchas que em um post só não dá pra comentar tudo, por isso colocarei esses posts numa tag chamada Marchas de 2013 pra ficar como uma série, pra quem quiser ler post a post ir compreendendo o que se passou à medida que forem surgindo mais textos/posts.
O documentário "O negócio da revolução", que não sei se está completo eu achei esta cópia no Youtube que é suficiente pra ser assistida, descreve como um grupo mercenário (o mercenário eu rotulei pois agem por dinheiro) situado na Sérvia treina "grupos" a usarem o método Gene Sharp de "revolução pacífica" (entre aspas, pois isso não existe), pra desestabilizar "ditaduras" mundo afora.
Mas aí que reside o nó da questão: não são só ditaduras os alvos, quaisquer países podem ser alvo disso, mesmo democracias, dependendo do interesse geopolítico dos Estados Unidos (caso algum país represente uma ameaça a expansão de sua influência e empresas), pois países fragilizados por turbulências tornam-se alvos de países militarmente e economicamente mais organizados com uma política externa agressiva (imperialismo) que é o caso dos Estados Unidos.
O vídeo descreve o método e como os grupos treinados por esta organização da Sérvia agem mundo afora. Agiram primeiramente na própria Sérvia e nas ex-repúblicas soviéticas pra desestabilizarem seus governos e contribuindo com a ascensão de governos fantoches (de oligarcas) dos EUA pra cercar a Rússia, politicamente e militarmente.
Os EUA veem a Rússia como um rival geopolítico, mesmo com o colapso da União Soviética. E por extensão, quem estiver dentro dos BRICS (o Brasil está), tornará-se alvo também. Mas o Brasil sempre foi alvo dos EUA, antes mesmo dos BRICS.
Começam a entender que o "surto" de "revolta" de 2013 não foi algo tão espontâneo assim, apesar do povo ter saído às ruas como manada por mimetismo (imitação, efeito manada)?
Começam a entender que Black Blocs não "caem do céu"? De onde vieram? Para onde foram? Por que a polícia não interferiu nesses grupos quando podia e os deixou atacar livremente?
Qualquer pessoa podia/pode ser um "Black Bloc", desde um idealista estúpido (Maria vai com as outras) achando que iria "derrubar o Estado" com aquelas ações pueris sem nem compreender o que é o Estado, e muito provavelmente provocadores treinados com objetivos claros: de desestabilização e criar um clima de caos midiático (pra mídia aumentar dando a impressão de um caos nacional), e conseguiram o intento por algum tempo, o suficiente pra fazer estragos e até começarem a ser rechaçados pela opinião pública.
O Ministro da Justiça, José Cardozo, deve explicações sobre a não apuração de toda essa arruaça organizada que estimulou as pessoas a saírem às ruas "protestando", sem pauta definida, de forma difusa e que deu força à extrema-direita, força esta que se refletiu na eleição do congresso nacional dos próximos 4 anos. Se há uma ascensão de uma extrema-direita destas marchas, então fica claro qual o grupo beneficiado disto. Não é uma extrema-direita tradicional do tipo fascista, como muita gente chama, são mais udenistas/larcedistas aos moldes do neoliberalismo defendendo pela Veja e pelo resto da mídia oligopolizada, são grupos que defendem o alinhamento do Brasil com os EUA (submissão), saída dos BRICS, entrega do pré-Sal e por aí vai, todo receituário neoliberal.
Começam a entender como é estranha a quantidade de PDFs ou páginas de extrema-esquerda (e algumas de extrema-direita liberaloide) difundindo o manual deste Gene Sharp? O "velhinho pacifista idealista" onde pairam suspeitas de ser gente ligado à CIA. Algo não incomum, ao contrário do que muita gente pensa.
Uma parte da esquerda radical foi "útil" (costuma ser útil pelo idealismo infantil ou ingenuidade, ou mesmo raiva) a esse tipo de desestabilização visando demonizar o governo federal pra fazer uma "revolução colorida", porque eles achavam que iria "brotar uma revolução" sem entender a conjuntura política e o contexto social do país. Só veio a cair a ficha pra eles na disputa eleitoral do segundo turno este ano. Espero. O estrago já está feito, vide o congresso eleito (o pior desde 1964):
Congresso eleito é o mais conservador desde 1964, diz Diap
Ao pessoal 'nacionalista', relaxem, o fato do congresso ser o mais conservador desde 1964 não quer dizer que ele seja nacionalista, este conservadorismo neocon tem aversão a nacionalismo e é profundamente neoliberal e conservador (pra inglês ver) nos "costumes".
Eu não sei como este senhor, Sharp, dorme em paz sabendo que muita gente morreu por conta desse experimento cretino dele, pois não se modifica uma realidade somente derrubando um regime sem haver nada organizado e enraizado democraticamente no seio do povo, pra ficar no lugar daquilo que é derrubado. Não são "revoluções coloridas" fabricadas que trarão paz ao povo, vide o que se transformou os países onde essas coisas ocorreram. Viraram terra de máfias e oligarquias, com miséria e desigualdade crescentes. É essa a ideia de "liberdade" de Gene Sharp? A liberdade da "miséria e da desigualdade"? Que sujeito "nobre".
A quem não sabe o que é uma revolução colorida, só um breve trecho do verbete da Wikipedia. Eu estou utilizando o trecho, embora saiba que muita gente critica a Wikipedia, porque sei que o trecho está correto, pra agilizar (aliás, eu só utilizo isto nessas condições):
Revoluções Coloridas
O alcance e o significado dessas "revoluções" ainda estão em discussão, bem como o papel desempenhado por agentes externos, principalmente por norte-americanos - CIA, Fundação Soros, USAID e o National Endowment for Democracy. Apesar de apoiar esses movimentos e de apresentá-los como puramente nativos ou nacionalistas, críticos os acusam de serem manipulados e maximizam a importância desses agentes externos.Pois é bom assistirem o documentário pra entenderem como começou a "Primavera Árabe" (que já virou Outono Sangrento) com esses grupos de desestabilização e o que surgiu no lugar: mais ditaduras, regimes sangrentos como o EI (Estado Islâmico), guerra civil e todo tipo de aberração que o estado de anarquia causado por este tipo de grupo provoca com o vácuo deixado por regimes que antes governavam um Estado, em locais onde o povo tem pouca ideia do que seja Estado ou haja uma sociedade civil organizada e politizada (nacionalmente).
Curiosamente outro documentário sobre Sharp foi exibido no canal GNT da Globosat (das Organizações Globo). Não seria pra "esclarecer" o povo a exibição deste tipo de documentário, obviamente.
Este assunto será tratado em outros posts à medida que eu for lembrando dos detalhes das marchas, pois tem coisas como o vídeo daquela garota contra a Copa do Mundo, e mais coisas do tipo que "apareceram do nada", que fizeram parte dessa mixórdia de "supostos idealistas".
Mixórdia de "gente bem intencionada" "preocupada com o país" (pausa para o riso, rs), tudo no fundo para criar um clima de mau estar generalizado propício pra extremistas ditarem o caos, as regras do jogo e atacarem a democracia, o mesmo clima que abriu espaço, mesmo após as eleições desse ano, pra grupos pedirem volta da ditadura e bizarrices do tipo.
Não adianta esses "supostos idealistas" agora quererem tirar o deles da reta ou fazer mea culpa. Os fatos falam por si (as consequências dos atos de vocês também).
Mas há que deixar claro uma coisa: isso só tomou vulto e foi adiante porque o povo brasileiro (ou parte dele) não soube ser sábio e cético diante daquele voluntarismo que se avolumou com as tais marchas.
Havia sim muita gente que achou a princípio que aquilo era algo bom, sem ter a dimensão do que estava se passando (faltou um pouco de ceticismo), só que acabaram sendo usados como massa de manobra da extrema-direita liberal e midiática (que é quem vem tentando desestabilizar o país há muito tempo) pra outros fins políticos.
O governo federal também errou e erra ao não discutir essas questões políticas e a questão dos BRICS mais abertamente e detalhadamente com a população. Discussão de política externa no Brasil parece algo "exótico", "distante" quando não é.
O governo deixa que a mídia dite a "versão dos fatos" e acaba gerando essa balbúrdia informativa distorcida. Ficar em silêncio não vai ajudar muito na contenção desse tipo de golpismo calculado pelos EUA e por setores capachos da elite interna (a mídia oligopolizada é o principal deles).
Assistam o documentário e tirem suas conclusões. O documentário choca a quem acha que todos esses movimentos mais recentes mundo afora e no Brasil são movimentos espontâneos ou genuínos e populares como foram as Diretas Já! e o movimento de democratização do Brasil (que tinham lideranças políticas de fato e eram organizados, tinham meta definida e apoio popular forte), como a Revolução dos Cravos e vários outros movimentos legítimos e realmente autênticos do passado, que por serem legítimos, possuem raízes fortes no seio do povo e da sociedade civil ao contrário dessa desestabilização artificial bancada por Washington (governo norte-americano) propagada por mercenários também bancados pelos EUA de forma não-oficial.
Eu disse que iria elucidar (ou tentar) mostra a escrotidão que fizeram contra o país, mas também cabe ao povo também ter ciência/consciência disso, do que se passa e não ficar só como espectador.
O Brasil não está alheio ao mundo, há muita potência com o olho bem arregalado querendo os recursos do país. Há não, sempre houve.
Nenhum país com a dimensão territorial do Brasil, com recursos imensos e uma reserva de petróleo do tamanho do pré-Sal é "ignorando" pelo mundo, potências fazem guerra por isso, ao contrário do que muito brasileiro cretino com complexa de vira-lata pensa que o Brasil seja (um "país qualquer").
Seja cético com "movimentos contestatórios" inflados e caóticos surgidos do nada, sem liderança ou organização, como se fossem teatro e espetacularização que se formam nos mesmos, com Black Blocs, grupos anônimos e cia. Esses grupos não são movimentos espontâneos, parem de romantização e idealização dessas coisas, isto é sério, traz consequências reais pro país.
É preciso haver um determinado grau de organização desses grupos arruaceiros de forma antecipada para pôr isso em prática quando estoura algum rebuliço com multidão. Lembro que começou o corre-corre nas ruas após um confronto da polícia em SP, mas mesmo antes já havia grupos mascarados "tocando terror" na rua inflando os ânimos, o resto acabou sendo decorrência disto, mais os que foram aparecendo no decorrer da coisa, justamente no período da Copa das Confederações quando a imprensa estrangeira estava toda de olho no Brasil. Sinto, mas isto não foi espontâneo, exceto o voluntarismo de parte da população que foi conduzida ao erro pelo emocionalismo que esses grupos provocam em quem não tem algum grau de ceticismo para ver que quando as convulsões sociais são muito estranhas é porque há algo de errado nelas.
Marcadores:
Black Blocs,
BRICS,
China,
Estado Islâmico,
Estados Unidos,
EUA,
extrema-direita liberal,
Extrema-Esquerda,
Gene Sharp,
golpismo,
História do Brasil,
marchas de 2013,
Primavera Árabe,
Rússia
Assinar:
Postagens (Atom)