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sexta-feira, 6 de junho de 2014

O auge da extrema-direita na Europa, por países

Marine Le Pen, Frente Nacional (extrema-direita da França)
Um fantasma ronda a Europa. A austeridade há incubado o ovo da serpente e os partidos xenófobos cresceram de forma terrível numa Europa que acreditava que havia deixado para trás o drama do fascismo. A Frente Nacional de Marine Le Pen, a filha do homem que disse que o Ébola ajudaria a controlar a imigração, foi a força mais votada na França com cerca de 25,4%, uma ascensão espetacular desde 2009 quando teve apenas cerca de 6,3%.

Na Alemanha, o partido que aglutina todos os grupos neonazis, entrará com um escaño no Parlamento Europeu. Em países como a Áustria o FPÖ, Partido da Liberdade, conseguiu cerca de 19,50%, aumentando o considerável apoio que já teve no ano de 2009. Na Croácia e Dinamarca, os partidos de extrema-direita foram as opções mais votadas, ainda que na Croácia o Partido Croata pelos Direitos participou das eleições numa coligação de partidos conservadores tradicionais que, isso sim, conseguiu cerca de 41,39% dos votos. O Jobbik mantém seu apoio na Hungria, o partido que tem milícias que se dedicam à caça de ciganos, mantém os 14% dos votos.


26 de maio de 2014; 11:04
Antonio Maestre

Fonte: La Marea (Espanha)
Título original: El auge de la extrema derecha en Europa, por países
http://www.lamarea.com/2014/05/26/resultados-de-la-extrema-derecha-en-europa-por-paises/
Tradução: Roberto Lucena
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Observação: como não foi possível publicar as matérias antes quando saíram os resultados dessas eleições pro Parlamento Europeu, então fica aqui o registro da ascensão da extrema-direita em vários países da Europa (ou quase todos). Com destaque pra vitória da Frente Nacional (Front National) de Marine Le Pen na França, maior resultado de um grupo fascista no pós-segunda guerra em um país com arsenal nuclear/militar e força econômica de peso.

Links pras matérias:
'The New York Times': Vitória de Le Pen ameaçaria política de unidade europeia (Jornal do Brasil/NY Times)
Frente Nacional conquista França com sentimento eurocéptico (Pùblico, Portugal)
UE inquieta com avanço da extrema-direita (Diário de Notícias, Portugal)
Marine le Pen pede dissolução e mudança da lei eleitoral (Expresso, Portugal)
Extrema-direita alcança vitória histórica em França (Expresso, Portugal)

A matéria com o racismo explícito do imbecil fanfarrão fascista Jean-Marie Le Pen também não foi possível colocar antes. Quem quiser ler, seguem os links:
Le Pen diz que o "sr. Ébola" pode resolver a imigração (Diário de Notícias, Portugal)
Ébola “pode resolver” o problema de imigração da Europa, considera Jean-Marie Le Pen (Público, Portugal)

Esse é o efeito colateral da política de austeridade econômica equivocada encabeçada principalmente pela A. Merkel. Liberalismo econômico radical, desregulamentação e privatizações, precarização da vida do povo estão resultando na ascensão do fascismo na Europa. Sendo que esses partidos/grupos não estão pra brincadeira. Tem setores da direita brasileira que costumam, por provincianismo e visão rasa, brincar com essas questões, subestimar, pregar cinicamente coisas que não deram certo, e se dizem "democratas".

Reportagem Especial Pobreza em Portugal (SIC Notícias, Agosto 2011)
Pobreza extrema (Portugal), 17-10-2013
Consciencializa-te - Pobreza extrema em Portugal (Versão actualizada)
Polícia e autarquia e desmantelam muitos dos acampamentos dos acampamentos montados noutros locais
PORTUGAL E A CRISE (2013) - Um filme de Giovanni Alves

Curiosamente a questão da negação do Holocausto pouco ou nada influiu na ascensão desses partidos e grupos. O fator principal disso são a crise econômica, políticas econômicas radicais, mesquinhas e inconsequentes (pois já sabem o que isso levou o mundo nos anos 20-30 do século passado e flertam perigosamente com a coisa) e a degradação social acentuada em vários países decorrente da mesma. O ultranacionalismo/fascismo e extremismo, em países com agrupamentos deste tipo organizados, costuma crescer nesse ambiente de desesperança geral e convulsão social acentuada.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Extrema direita avança, e socialistas veem derrota como 'tapa na cara' na França

Daniela Fernandes
De Paris para a BBC Brasil
Atualizado em 31 de março, 2014 - 18:20 (Brasília) 21:20 GMT

Marine Le Pen (à esq.), líder da Frente Nacional
(extrema direita), disse que demonização do partido acabou
Steeve Briois (à direita), o prefeito recém-eleito de Henin-Beuamong, abraça Marine Le Pen, a líder da Frente Nacional, de extrema direita, na França; cidade é tradicional reduto socialista que enfrenta desemprego de 18%

Os socialistas franceses sofreram uma derrota histórica nas eleições municipais encerradas no domingo, marcadas por votos de protesto contra a política do presidente François Hollande.

A direita tradicional conquistou bastiões históricos da esquerda na França. A Frente Nacional, da extrema direita, conseguiu eleger 13 prefeitos (entre eles o do distrito mais populoso de Marselha, uma vitória significativa) e quase 1,4 mil vereadores em todo o país, um recorde.

"Entramos em uma nova fase, a de acesso ao poder. O processo injusto de demonização do partido na sociedade acabou", disse Marine Le Pen, presidente da Frente Nacional.

O Partido Socialista (PS) perdeu o comando de 155 cidades com mais de 9 mil habitantes, sendo 68 delas com mais de 30 mil habitantes e dez cidades com mais de 100 mil habitantes, segundo dados do ministério do Interior.

'Tapa na cara'

"É um tapa na cara sob a forma de uma severa advertência", afirmou a socialista Ségolène Royale, que disputou as eleições presidenciais em 2007.

"Essa é a pior eleição municipal da história da esquerda francesa. É o desabamento de uma parte do socialismo na esfera municipal", disse Frédéric Dabi, diretor do instituto de pesquisas de opinião Ifop.

Na França, os prefeitos não são eleitos diretamente. A população elege listas de vereadores que, por sua vez, escolherão o prefeito. O país possui cerca de 36 mil municípios, e até mesmo vilarejos com algumas dezenas de habitantes elegem prefeitos e vereadores.

As listas que obtêm pelo menos 10% no primeiro turno têm o direito de disputar o segundo, o que permite haver vários candidatos na disputa final.

O PS do presidente François Hollande conseguiu manter algumas grandes cidades, como Paris (que será pela primeira vez comandada por uma mulher, a socialista Anne Hidalgo), Lyon, Lille, Estrasburgo e Rennes, e conquistou apenas três prefeituras até então sob o poder da direita, entre elas Avignon.

Mas os socialistas perderam dezenas de municipalidades importantes para a direita e seus aliados do centro, como Toulouse, quarta maior cidade do país, e também bastiões históricos, como Limoges (comandada pela esquerda desde 1912) ou ainda Angers e Belfort, dirigidas pelos socialistas desde 1977.

Para analistas, o resultado em Paris é um "paradoxo nacional". A candidata socialista vai suceder o socialista Bertrand Delanoë, que criou os sistemas de aluguel de bicicletas e de carros elétricos, a chamada "praia de Paris", situada à beira do Sena, o evento da "noite em claro", onde os museus ficam abertos toda a madrugada e que deixa um balanço de governo, considerado, em geral, positivo.

'Derrota coletiva'

Vitória da socialista Anne Hidalgo, em Paris, foi um
dos poucos êxitos do partido do presidente François Hollande
A nova prefeita eleita de Paris, Anne Hidalgo, e o ex-prefeito Bertrand Delanoe (à esquerda) celebram a vitória em frente à Prefeitura de Paris (Getty Images)brate in front of the City Hall of Paris, after she won the second round of the French municipal elections on March 30, 2014

Em Quimper, na Bretanha, o prefeito socialista, que também atua como conselheiro de Hollande, não conseguiu se reeleger.

Os socialistas perderam ainda cidades para a própria esquerda, como Grenoble, onde a disputa foi vencida pelo Partido Verde, ou Montpellier, conquistada por um dissidente socialista.

"Essas eleições foram marcadas pelo desafeto significativo das pessoas que confiaram em nós em 2012 (nas presidenciais)", declarou no domingo o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault, acrescentando que a derrota socialista "é uma responsabilidade coletiva".

"O presidente vai tirar as lições dessa eleição municipal", disse Ayrault, que foi substituído no cargo mais rápido do que o previsto. Hollande nomeou já nesta segunda-feira um novo primeiro-ministro: Manuel Valls, que era o ministro do Interior.

Hollande registra o pior índice de popularidade de um presidente em mais de 50 anos, com apenas 22% a 25%, segundo pesquisas.

Para complicar ainda mais as chances dos socialistas no segundo turno, foi anunciado na semana passada um novo aumento da taxa de desemprego na França.

"Por uma cruel ironia da história, Hollande se tornou o coveiro do que ele mesmo construiu", escreve o jornal Le Monde em um editorial intitulado "A queda do socialismo municipal".

"Durante os 11 anos em que Hollande dirigiu o partido (entre 1997 e 2008), os socialistas colecionaram vitórias em eleições cantonais e regionais, arrancaram Paris e Lyon da direita e conquistaram 44 cidades de mais de 20 mil habitantes", diz o jornal, acrescentando que a "poderosa rede de políticos municipais" constituída ao longo dos anos "desabou abruptamente".

Foi graças a essas rede de eleitos municipais que o Senado francês passou, em 2011, pela primeira vez em sua história, a ser comandado pela esquerda, já que os vereadores integram parte do colégio eleitoral que elege o senado (também é uma votação indireta).

Riscos no Senado

Além do remanejamento do gabinete de governo de Hollande nesta semana, a derrota nas municipais têm outro impacto importante: os socialistas correm o forte risco de perder o comando do Senado em setembro.

"O Senado deverá passar novamente para a direita", estima Jean-François Copé, secretário-geral do UMP (partido do ex-presidente Nicolas Sarkozy). Segundo ele, o UMP se tornou o "primeiro partido da França" após as municipais.

De acordo com o Ministério do Interior, a direita tradicional obteve 45,91% dos votos nas eleições municipais e, a esquerda, 40,57%.

A Frente Nacional (FN), de extrema direita, obteve 6,84%. O restante foi registrado por listas de candidatos sem filiação partidária.

A votação também foi marcada por uma taxa de abstenção recorde, de 36,3% no segundo turno, o que revela, segundo analistas, o "desafeto" dos franceses em relação à classe política.

Extrema direita

As eleições municipais também reforçaram a consolidação da extrema direita como terceira força política da França, na avaliação de analistas.

É certo que o avanço da FN não foi tão grande como inicialmente estimado após o primeiro turno. O partido participou de mais de 200 disputas de segundo turno no país, algo jamais visto.

Apenas 12 cidades mais um distrito de Marselha (o mais populoso, com 150 mil habitantes) foram conquistados, mas os resultados se inserem totalmente na nova estratégia do partido: se estabelecer em nível municipal para ampliar, progressivamente, suas chances na disputa presidencial (Marine Le Pen, a líder do partido, obteve 17% nas presidenciais de 2012, sendo a terceira colocada).

Como os cargos de vereadores são distribuídos proporcionalmente aos resultados na votação (mesmo derrotado para o comando da prefeitura, um partido pode eleger vários vereadores), a Frente Nacional conseguiu eleger 1,4 mil vereadores.

Em algumas cidades, o partido chegou a obter 30% dos votos no segundo turno. A FN conseguiu se firmar com vereadores em localidades onde jamais esteve presente, como na Bretanha, em cidades operárias com altas taxas de desemprego.

Fonte: BBC Brasil
http://www.bbc.co.uk/portuguese/ultimas_noticias/2014/03/140331_franca_eleicao_bg.shtml

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Tatuagem nazi leva ao afastamento de candidato da FN (Front National, França)

Por France Press, publicado por Luís Manuel Cabral

Tatuagem de Bastien Durocher revelada online
junto com o símbolo da Divisão Charlemagne
A divulgação de uma tatuagem nazi no braço de um candidato da Frente Nacional às eleições municipais de março levou o partido a retirá-lo das listas eleitorais para evitar polêmicas.

Um candidato do partido de extrema-direita Frente Nacional (FN), às eleições municipais de março, em França, foi excluído das listas eleitorais após a difusão de fotografias suas onde se podia ver uma tatuagem nazi, informou o cabeça de lista do partido por Châteauroux esta sexta-feira.

"Na sequência das legítimas preocupações geradas pela revelação de uma tatuagem de cariz nazi de um apoiante da Frente nacional de Châteauroux (centro do país), foi decidido que Bastien Durocher será retirado da lista da União Azul Marinho (Rassemblement Bleu Marine)", afirmou Matthew Colombier em comunicado.

Na fotografia, Durocher surge com o braço esquerdo tatuado com o símbolo da "Divisão Charlemagne" das "Waffen-SS" que durante a Segunda Guerra Mundial era composta por voluntários franceses. Colombier tinha afirmado inicialmente que não iria "retirar a confiança" ao candidato da sua lista mas, a direção do partido decidiu afastá-lo, seguindo uma estratégia que pretende evitar a diabolização da Frente Nacional e que é seguida há vários anos pela presidente Marine Le Pen.

Bastien Durocher afirmou hoje no jornal "La Nouvelle République que a sua tatuagem tinha sido feita durante a "adolescência" e que tencionava removê-la. No entanto, as imagens difundidas online pelo grupo "Resistência Antifascista" denunciaram a ideologia racista do candidato e levaram agora ao seu afastamento do ato eleitoral do próximo mês.

Fonte: Diário de Notícias (Portugal)/France Press (França)
http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=3686946

Ver mais:
Fotografia. Candidato da extrema-direita francesa afastado por tatuagem neonazi (Notícias ao Minuto, Portugal)
Extrema-direita francesa afasta candidato por tatuagem neonazi (TSF, Portugal)
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Observação 1: Sobre esta Divisão Charlemagne, eu inclui o link no texto acima (basta clicar no nome da divisão) do Axisforum sobre ela (está em inglês), que é especializado em discussão sobre segunda guerra. Ou ver o verbete da Wikipedia em inglês sobre esta divisão:
33rd Waffen Grenadier Division of the SS Charlemagne (1st French)

Aos desavisados, o Axisforum (ou Axis History, é um site que é mais conhecido pelo fórum de discussão embora tenha a parte informativa nele de primeira) não é um fórum neonazista, pois muita gente pode confundir por conta do tema que ele aborda. O rigor com banimento de negacionistas nele é pesado e o conteúdo é de primeira, quem for pego pregando negação do Holocausto e afins acaba sendo banido, até porque a "contribuição" com o "conhecimento" desse pessoal negacionista sobre segunda guerra beira a irrelevância, sendo que todo e qualquer comentário de gente com esse perfil político é enviesado pras crenças lunáticas "mágicas" do fascismo que eles idolatram. Só comento isso porque o grau de histeria com esses assuntos no Brasil anda elevado, e o desconhecimento sobre os temas seguem nessa mesma proporção (desconhecimento pesado), o que facilita a proliferação de fascistas no Brasil pois um público com um conhecimento ou análise crítica precários sobre esses assuntos e outros, além de falta de humanismo como postura política, não representa um obstáculo à pregação desse tipo de doutrina de caráter extremista segregador no país.
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Observação 2: a quem não leu ou viu, recomendo que leiam este texto (está dividido em partes e não foi finalizado ainda, o original está em inglês) sobre a formação dessas tropas multiétnicas da Waffen-SS pois vários grupos de extrema-direita (fascistas e neonazis) no Brasil e no exterior, utilizam o episódio dessas tropas pra propagar, de forma ridícula pois só um ignorante mal intencionado leva uma coisa dessas a sério sem checar nada, que o Reich nazista não era racista, algo que beira o ridículo pois mesmo nessas tropas, quem não se enquadrasse nos critérios "raciais" nazis, não tinha acesso a promoções ou mesmo fazer parte do grupo "seleto" dos "arianos" (segundo a denominação nazista), fora toda a doutrina racista nazi.

Boa parte do voluntariado dessas tropas se deu por questões ideológicas, vários agrupamentos simpáticos ao nazismo e fascismo, grupos de extrema-direita anti-comunistas, alistavam-se nessas tropas pra combater na União Soviética e em outros países o "inimigo bolchevique". Em geral as pessoas fanáticas que se dizem anti-comunistas, são fascistas ou bem extremistas (sendo que boa parte não se assume), isso frequentemente os leva a aproximações com grupos nazifascistas, embora não vivamos mais a polarização da Guerra Fria. Vários grupos no Brasil, principalmente na mídia brasileira, alimentam essa paranoia de guerra de décadas passadas (por politicagem e disputa política com governos) que perderam totalmente o significado original e são anacrônicas, mas prum fanático qualquer crendice que combine com a "visão de mundo" dele "faz sentido".

Sobre o que apontei, e este é o tipo de propaganda que fazem, este blog neonazista verdade1945, aparentemente de alguém de Santa Catarina (Estado), faz a propaganda que citei acima, postagem de 2007. Os responsáveis pelo site pelo visto não foram condenados pela justiça brasileira por apologia do nazismo sendo que o post está no ar há uns 7 anos e a impunidade alimentando esses grupos.

Link do texto sério sobre essas tropas multiétnicas segue aqui: O Fenômeno dos Voluntários (tropas multiétnicas do Terceiro Reich) - parte 01. Há a parte 02 (o link está no post) mas falta traduzir o resto.

Quem quiser ver todos os textos sobre o assunto, clique nas tags Waffen-SS e Tropas Multiétnicas

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Extrema-direita francesa promete bloquear UE se vencer eleições em maio

Eleições/Parlamento UE - Artigo publicado em 27 de Janeiro de 2014 - Atualizado em 27 de Janeiro de 2014.

Florian Philippot, vice-presidente da Frente Nacional. RFI
O vice-presidente do partido de extrema-direita Frente Nacional (FN), Florian Philippot, disse nesta segunda-feira (27) que a legenda vai "bloquear o funcionamento da União Europeia", se sair vencedora das eleições para o Parlamento Europeu, marcadas para o mês de maio. "Será uma crise salutar", declarou o número 2 do partido de Marine Le Pen, após a divulgação de uma pesquisa apontando a extrema-direita em primeiro lugar nas intenções de voto entre os eleitores franceses.

Uma pesquisa do instituto Ifop divulgada no domingo (26), no jornal francês JDD, revela que as listas dos partidários da FN têm 23% de intenções de voto, contra 21% para o partido de direita UMP e 18% do Partido Socialista (PS) e do Partido Radical de Esquerda (PRE).

"Na noite de 25 de maio [dia da votação], os patriotas serão o primeiro partido da França", festejou Philippot. O político de 32 anos é uma das "caras novas" do partido de extrema-direita "reformulado" por Marine Le Pen, filha de Jean-Marie Le Pen, fundador da legenda xenófoba e isolacionista que a nova geração tenta transformar num partido frequentável.

Historicamente, a Frente Nacional é identificada como um partido de extrema-direita xenófobo, antissemita e anti-imigração, particularmente com a proveniente de países muçulmanos do norte da África.

"Somos o único partido que encarna uma outra via. Todos os demais partidos, da UMP ao PS e seus satélites, seguem uma linha euro-fanática", disse Philippot. Ele acrescentou que o "patriotismo está crescendo em vários países da Europa, como Áustria, Dinamarca, Suécia, Grã-Bretanha, Holanda e Bélgica". "Nossa intenção é de bloquear a Europa e faremos isso sem nenhum peso na consciência", declarou Philippot.

"Se houver uma crise na União Europeia, ela será salutar", concluiu o número 2 da FN.

Fonte: RFI
http://www.portugues.rfi.fr/europa/20140127-extrema-direita-francesa-promete-bloquear-ue-se-vencer-eleicoes-em-maio

Ver mais:
Extrema-direita à frente para as europeias em França (Expresso, Portugal)
Vitória da extrema-direita em eleição local na França é advertência para socialistas e conservadores (RFI)

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Candidata francesa que comparou ministra a macaco é suspensa

PARIS - Uma candidata às eleições municipais que comparou a ministra da Justiça da França a um macaco em sua página no Facebook foi suspensa nesta sexta-feira pelo seu partido de extrema-direita Frente Nacional, após dizer a um canal de TV francês que preferia ver a ministra em uma árvore do que no governo. O incidente foi um golpe para os esforços da legenda anti-imigração, que tenta se distanciar das acusações de racismo.

Anne-Sophie Leclere, candidata na cidade de Rethel, postou uma montagem de fotos na rede social representando a ministra da Justiça, Christiane Taubira, ao lado de uma foto de um bebê chimpanzé. Questionada em uma reportagem da emissora France 2, Anne-Sophie respondeu:

- Eu prefiro vê-la em uma árvore do que no governo - disse. - Francamente, ela é um selvagem, aparece na TV com um sorriso de demônio. Não é racismo.

Florian Philippot, vice- presidente do partido, disse que a candidata sofreria uma advertência disciplinar interna e chamou sua escolha como candidata de um "erro".

A Frente Nacional expulsou vários membros por racismo ou por mostrar simpatia à ideologia neonazista desde que Marine Le Pen assumiu a liderança do partido em 2011 no lugar de seu pai, Jean-Marie Le Pen, que foi condenado por menosprezar o Holocausto.

O movimento liderado por Marine Le Pen tem ganhado terreno em pesquisas de opinião antes das eleições municipais do próximo. Ela projetou-se como uma defensora do secularismo e dos direitos das mulheres e ameaçou processar jornalistas que chamam a Frente Nacional de extrema-direita por difamação.

Fonte: EFE
http://br.noticias.yahoo.com/candidata-francesa-comparou-ministra-macaco-%C3%A9-suspensa-150224257.html

terça-feira, 21 de maio de 2013

Dominique Venner - Ensaísta francês de extrema-direita mata-se na Notre-Dame de Paris

Ensaísta francês de extrema-direita mata-se na Notre-Dame de Paris
AFP e PÚBLICO. 21/05/2013 - 18:05. (atualizado às 23:15)

Dominique Venner tinha 78 anos. Justificou o suicídio com a necessidade de "despertar as consciências adormecidas", mostrando-se contra a imigração.

A catedral de Notre-Dame foi esvaziada pela polícia PATRICK KOVARIK/AFP

Europa. França

O ensaísta e historiador de extrema-direita Dominique Venner, antigo membro da Organização Secreta Armada, matou-se na tarde desta terça-feira na catedral de Notre-Dame, em Paris.

De acordo com os media franceses, Venner, que tinha 78 anos, entrou na igreja, colocou-se atrás do altar e disparou um tiro na boca. Eram 16h. A catedral, uma das principais atracções turisticas da cidade, foi esvaziada e a polícia entrou para encontrar uma carta junto ao corpo.

Mais tarde, um outro ativista de extrema-direita leu numa rádio francesa uma mensagem deixada por Venner: "Sinto o dever de agir, enquanto ainda tenho força. Creio ser necessário sacrificar-me para quebrar a letargia que nos oprime. Escolhi um lugar altamente simbólico, que respeito e admiro. O meu gesto encarna uma vontade ética. Dou-me à morte para despertar as consciências adormecidas. Embora defenda a identidade de todos os povos em casa deles, insurjo-me contra o crime que visa substituir os nossas populações".

Esta manifestação anti-imigração já tinha também ficado evidente no blogue de Dominique Venner. No seu último post, publicado nesta terça-feira, escreveu um texto chamado "A manif de 26 de Março e Heidegger" em que diz que "os manifestantes [contra o casamento homossexual em França] têm razão em apregoar a sua impaciência . "A grande substituição da população da França e da Europa, como denunciou o escritor Renaud Camus, é um perigo verdadeiramente catastrófico para o futuro".

O texto diz que a França corre o risco de "cair nas mãos dos islamistas" e acusa todos os partidos à excepção da Frente Nacional (extrema-direita) de serem responsáveis por isso. "Desde há 40 anos que os políticos e os governos de todos os partidos (menos da Frente Nacional), com o patrocinio da Igreja, trabalharam activamente nesse sentido, acelerando por todos os meios a imigração afro-magrebina".

"São certamente precisos gestos novos, espectaculares e simbólicos, para agitar as sonolências, sacudir as consciências anestesiadas e reavivar na memória as nossas origens", escreveu o ensaísta.

Inicialmente, o suicídio de Venner foi associado a um protesto contra o casamento gay, mas o editor do ensaísta, Pierre-Guillaume de Roux, questionou imediatamente essa ligação: "Não acredito que o seu suicídio possa ser ligado ao casamento gay, isto vai muito mais além", disse à AFP Roux, acrescentando ter falado com o ensaísta por telefone na segunda-feira à noite para discutir a próxima obra deste, prevista para sair em Junho. Na sua opinião, o suicídio na Nôtre-Dame revela "uma essência simbólica extremamente forte que o aproxima a Mishima". A referência é ao escritor japonês Yukio Mishima, ligado à extrema-direita e ao movimento nacionalista nipónico, que se suicidou em 1970.

Venner foi paraquedista na guerra com a Argélia e, em 1962, escreveu o ensaio Pour une critique positive, que, segundo o Libération, foi importante para uma parte da extrema-direita, ao expor o que chamava de necessidade de refundação intelectual após o fim da guerra.

Pouco conhecido do grande público em França, mas muito respeitado na extrema-direita, o ensaísta foi autor de várias obras sobre a história (política e militar), armas de fogo e caça, destaca o Le Monde, acrescentando que Venner chegou a ser sondado para liderar a Frente Nacional, logo a após a sua criação, em 1972, posto que seria ocupado por Jean-Marie Le Pen.

Marine Le Pen, filha de Jean-Marie e actual dirigente da Frente Nacional, já reagiu no Twitter, qualificando este suicídio como "um gesto, eminentemente político, que deve ter tido o objectivo de despertar o povo francês".

Fonte: Público (Portugal)
http://www.publico.pt/mundo/noticia/ensaista-frances-de-extremadireita-matase-na-notredame-de-paris-1595084

Ver mais:
Dominique Venner, le père de l’extrême droite moderne, s’est suicidé (Droites Extremes, Le Monde, França)
Man kills himself inside Notre-Dame cathedral in Paris (BBC)
Far-right French historian, 78-year-old Dominique Venner, commits suicide in Notre Dame in protest against gay marriage (The Independent, Reino Unido)
Notre Dame Cathedral suicide by French writer Dominique Venner a 'gay marriage protest' (news.com.au, Austrália)

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Hollande inaugura memorial do Holocausto

A vila de Drancy, perto de Paris, tem agora um memorial para recordar as vítimas do Holocausto e o campo de deportação que existiu neste mesmo local.

Foi aqui os nazis, com a cumplicidade da polícia francesa, juntaram dezenas de milhares de judeus franceses, entre 1941 e 1944, para depois os enviarem para os campos de extermínio, sobretudo Auschwitz.

O presidente François Hollande lembrou a necessidade de transmitir uma herança para o futuro: “Hoje, falamos em transmitir, é esse o espírito deste memorial. É na transmissão que reside o futuro da memória”.

O campo de Drancy simboliza, para muitos, a vergonha do colaboracionismo, que teve como episódio mais negro a razia do Vélodrôme d’Hiver, em 1942, em que mais de 12.800 judeus da região de Paris foram presos em apenas dois dias.

A inauguração do memorial coincide com uma nova provocação lançada pela líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, que pediu, numa entrevista a um jornal, a proibição do porte nas ruas do véu islâmico e da “kippa” judaica.

Fonte: Euronews
http://pt.euronews.com/2012/09/21/hollande-inaugura-memorial-do-holocausto/

Ver mais:
Regreso a Drancy, antesala del infierno (El País, Espanha)
Inaugura Hollande Monumento al Holocausto en Drancy (Deutsche Welle, Alemanha)
Homenaje y reconocimiento de Hollande por el Holocausto (El Comercial, Argentina)
El museo de Drancy reaviva la memoria de la Shoah en Francia (CM&, Colômbia)

quarta-feira, 21 de março de 2012

França: suspeito é delinquente que virou jihadista

Policial monta guarda em frente à residência
onde o suspeito está encarcerado. Foto: AFP
Mohammed Merah, 23 anos, suspeito dos sete assassinatos ocorridos em Toulouse e Montauban, sul da França, é um francês de origem argelina com antecedentes criminais e que, depois de passar por Paquistão e Afeganistão, se declara jihadista da Al-Qaeda.

Entrincheirado num prédio de Toulouse com várias armas, segundo alega, ele reivindica ser um mujahedine (combatente de Deus) e um membro da Al-Qaeda, segundo o ministro do Interior, Claude Guéant.

Nascido em 10 de outubro de 1988 em Toulouse, possui relações com pessoas ligadas ao salafismo e jihadismo e realizou duas viagens, uma ao Afeganistão e outra ao Paquistão, segundo ainda o ministro.

Conforme o site da revista Le Point, Merah tentou entrar para a Legião Estrangeira em 2010, mas foi expulso da corporação em seu primeiro dia. Atualmente trabalhava como serralheiro em Toulouse, no sul da França.

O modus operandi deste pistoleiro de scooter, que matou a sangue frio três militares, três crianças e um professor judeus, remetia desde o início da investigação a alguém treinado e acostumado com o manejo de armas. Segundo uma fonte policial, recentemente foi negado a ele seu pedido de entrada no exército.

Guéant descreve o suspeito como "determinado, com muito sangue frio". Testemunhos, citados na terça-feira pelo procurador de Paris, François Molins, o descrevem como um homem branco, com uma silhueta delgada e com mais ou menos 1,70 m. Uma testemunha disse ter visto o assassino usando uma minicâmera.

O suspeito explicou aos negociadores que "queria vingar a morte de crianças palestinas", ao atacar a escola judaica. "Foi menos explícito no caso dos militares, mas disse que o fato de que alguns poderiam ser de confissão muçulmana ou parecer de origem norte-africana nada teve a ver com sua decisão, e que queria atacar o exército francês por suas intervenções no exterior", explicou Guéant.

O suspeito era vigiado há vários anos pela DCRI (Direção Central da Inteligência Interna), acrescentou. "Ele cometeu várias infrações de direito comum, incluindo algumas com violência", segundo o ministro. Segundo uma fonte policial, foram 18 no total. Uma fonte ligada à investigação informou que ele também foi detido, no final de 2010, em Kandahar, no Afeganistão, por fatos de direito comum.

Seu irmão, também ligado à filosofia salafista, foi detido para a investigação nesta quarta-feira. Sua mãe, que os policiais querem que negocie com o filho, se negou a fazer isso porque disse não ter nenhuma influência sobre ele.

"Ele é uma pessoa normal, como qualquer outra na rua", afirmou um dos vizinhos do suspeito, Eric Lambert, afirmando que, entre os moradores jovens do local, Merah "não é o que mais fazia barulho". A investigação deve determinar se este indivíduo atuou sozinho ou com a ajuda de uma célula e se ele pertence à Al-Qaeda como reivindica.

"Os 'lobos solitários' sempre têm a tendência de se inscrever numa organização maior", afirma um especialista em questões terroristas, Jean-Pierre Filiu, professor do Instituto de Estudos Políticos de Paris. "Falamos muito de seu possível perfil, de seu complexo de grandeza, de superioridade. Isso permite representar-se de forma muito mais megalomaníaca".

Suspeito cercado

Um jovem francês de origem argelina, identificado como Mohammed Merah, está cercado desde a madrugada desta quarta-feira em um apartamento no bairro residencial Croix-Daurade, em Toulouse. Ele é suspeito de cometer três ataques que deixaram sete vítimas fatais desde 11 de março. No mais grave deles, na segunda-feira, quatro pessoas morreram, incluindo três crianças, em uma escola judaica.

Segundo o ministro do Interior da França, Claude Guéant, Merah afirmou que pertence à rede terrorista Al-Qaeda e que cometeu os ataques para vingar as crianças palestinas e castigar o Exército francês.

Fonte: AFP/Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5676804-EI8142,00-Franca+suspeito+e+delinquente+que+virou+jihadista.html

Observação: Nas matérias que saíram logo após o ataque (Assassino em série da França seria paranóico racista), associaram o ataque a um possível extremista de direita em virtude dos alvos, muçulmanos árabes e judeus foram vitimados pelo então jihadista (radical islâmico). Portanto está descartada a possibilidade do autor ser um Anders Breivik II embora o tipo de ataque alvejando muçulmanos e judeus remeta a um radical de direita europeu.

A pergunta que fica do caso é: de que serviu tanto monitoramento se não conseguiram abortar o ataque do assassino em série com motivações políticas?

Conheça as vítimas dos ataques na França

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segunda-feira, 19 de março de 2012

Assassino em série da França seria paranóico racista (extrema-direita)

Perita trabalha na cena do crime em frente à escola judaica Ozar Hatorah, em Toulouse. Foto: AFP
19 de março de 2012 • 15h50 • atualizado às 16h31

O assassino que horrorizou a França, após matar em oito dias crianças em uma escola judaica e militares, tem um perfil de assassino em série que "atribuiu a si mesmo uma missão" em uma lógica de "guerra", com "um aumento de poder" em cada um de seus crimes, apontaram criminologistas e especialistas. "Serial killer", paranóico racista de extrema direita, que acredita estar em uma "missão", desequilibrado "desprovido de ideologia": todas as hipóteses são apresentadas para tentar definir a personalidade de um assassino, que age sozinho e que sabe manusear armas para atingir suas vítimas.

O assassino - que circula com uma scooter e usa uma arma de calibre 11,43 - primeiro atacou militares de origem norte-africana e um de seus companheiros negro, antes de atacar uma escola judaica no sudoeste do país. Um homem determinado, que mostrou ter sangue frio, matou a cada quatro dias. Ele poderia ser militar ou paramilitar, ativo ou não, motivado por "um desejo de destruir algumas categorias de pessoas", disse o ex-policial Jean-François Abgrall.

A cada ato "aumentou sua força na agressão", afirma o analista criminal que se tornou investigador, mencionando "um personagem que vai para a guerra". "Sua primeira vítima, um paraquedista, caiu em uma armadilha (em Toulouse no dia 11 de março). Em seguida, repetiu o ato ao atacar três outros paraquedistas (em Montauban na quinta-feira). Os militares tinham em comum o fato de poderem ser percebidos como estrangeiros", o que pode ser para ele "insuportável", acredita Abgrall.

"Finalmente, na segunda-feira, chegou a perseguir suas vítimas no interior de uma escola judaica", onde matou três crianças e um professor. "Há, definitivamente um gatilho. Não podemos dizer qual seria, mas estamos em um clima de campanha política e falamos de problemas sociais que podem ter significados diferentes para ele", acrescentou Abgrall. Para o psiquiatra criminologista Coutanceau Roland, a mais forte hipótese é a de "terrorismo reduzido a um homem", racista ou não.

"Seria uma pessoa que, em vez de ter uma doença mental, tem apenas uma personalidade paranóica. Ele desenvolveu uma forma de crença ideológica absoluta, inabalável na privacidade de sua imaginação. De maneira megalomaníaca, ele atribui a si a tarefa de agir: ele pode afirmar 'eu tinha que fazer isso!'". "Ao se tratar de uma lógica abstrata de combate, o ato é cometido de maneira fria, organizada, com uma insensibilidade para com as pessoas que ele mata", afirma Coutanceau.

Para ele, esse assassino certamente não é um "assassino em massa em sua forma clássica, como na escola de Columbine (EUA, 1999), porque esse tipo de assassino permanece no local e procura, de alguma maneira, ser morto pela polícia". O psiquiatra também considera a possibilidade de ser um "doente mental, com um desenvolvimento do caráter paranóico, como o assassino de Oslo (o norueguês Breivik que matou 77 pessoas em julho de 2011, ndlr.) Alguém que tem um delírio, enquanto o resto de sua personalidade funciona 'normalmente', tornando-o capaz de organizar com inteligência sua estratégia".

Autor de dezenas de livros sobre crimes, Stephane Bourgoin descreveu o autor dos ataques como um "assassino em série". "Se não for parado, vai continuar, é indiscutível. Mas este tipo de assassino é difícil de ser pego, pois não tem conexão alguma com suas vítimas". A pista de terrorismo, que ninguém quer descartar, não é privilegiada pelos especialistas nem pelos investigadores, mesmo que a seção anti-terrorista tenha sido chamada por causa do "clima de intimidação e terror" gerado pelos ataques.

Fonte: AFP
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5673616-EI8142,00-Assassino+em+serie+da+Franca+seria+paranoico+racista.html

Ver mais:
França: atirador pode ser o autor de três chacinas (A Tarde online)

domingo, 29 de janeiro de 2012

França: extrema-direita modera discurso e cresce nas pesquisas

Com uma criança no colo, a candidata da Frente Nacional (FN), Marine Le Pen, faz campanha em Bordeaux
Foto: AFP

A constatação parece paradoxal: na França, país que se orgulha de ser berço dos Direitos Humanos, quase um terço da população concorda com as ideias defendidas pelo principal partido de extrema-direita, a Frente Nacional. A FN tem como principais bandeiras a luta contra a imigração, em especial a muçulmana, a repressão da violência e o fim do euro.

Os resultados foram apontados por uma pesquisa realizada pelo instituto TNS Sofres: a apenas três meses das eleições presidenciais, 31% dos franceses se dizem "de acordo com as idéias do FN", contra 21% há um ano. Ao mesmo tempo, o índice de pessoas que afirmam ser "totalmente contrárias" aos argumentos do partido extremistas caiu pela metade, de 70%, em 1999, para 35% nesta última pesquisa.

Por trás da maior aceitação da sigla - que culpa o desemprego e a violência na França à presença de estrangeiros no país -, está um fenômeno que atende pelo nome de Marine Le Pen. Ao contrário do pai, o fundador da Frente Nacional, Jean-Marie Le Pen, Marine transformou as mesmas ideias tradicionais do partido em um discurso aceitável aos olhos dos franceses, ao abolir palavras racistas e agressivas contra as minorias. O antissemitismo também foi riscado da nova oratória populista lepenista, na voz da sorridente filha loira de olhos azuis.

Até que ponto essa maior adesão significa que uma parcela significativa de franceses é, no fundo, xenófoba e ultraconservadora, é uma questão difícil de responder: ao mesmo tempo em que se reconhece cada vez mais nas palavras dos extremistas - o que culminou na ascensão de Le Pen, o pai, ao segundo turno nas eleições presidenciais de 2002 -, a França também não permite que a FN ultrapasse os 20% de votos. Há anos, este eleitorado fiel permanece o mesmo, formado principalmente por trabalhadores rurais e operários.

Por essa razão, na histórica votação decidida contra o ex-presidente Jacques Chirac, o líder da extrema-direita perdeu com praticamente os mesmos 17% das cédulas que havia conquistado no primeiro turno, contra 82% para o conservador moderado. Chirac recolheu os votos da direita e da esquerda, na época incapaz de chegar a um consenso sobre a candidatura do socialista Lionel Jospin.

"Marine Le Pen marca o fim da geração abertamente racista, a geração do pai dela. Marine retirou o lado diabólico do partido", afirma Valérie Igounet, especialista em negacionismo (negação do Holocausto) na França. "Mas ainda assim, é preciso deixar claro que a adesão a essas ideias permanece restrita a um grupo, a um partido, e não é a tradição francesa. Nós continuamos sendo a França dos Direitos Humanos", disse a pesquisadora. Ela considera que o contexto atual, de crise econômica e campanha eleitoral, é responsável pela abordagem seguidamente próxima dos argumentos extremistas por parte de setores do governo do atual presidente, Nicolas Sarkozy, em busca da reeleição. Mas avalia que estes momentos fazem parte da estratégia da direita clássica francesa para obter votos dos eleitores que se situam não tão à direita quanto a Frente Nacional, porém julgam o governo Sarkozy pouco rígido nas questões de imigração e criminalidade.

Frances não gosta que imigrante tenha os mesmos direitos "A própria existência da Frente Nacional é fruto da democracia francesa e é uma das heranças da Revolução Francesa, que abriu espaço para o pluripartidarismo democrático", comenta Ariane Chebel d'Appollonia, pesquisadora sobre xenofobia, racismo e extrema-direita na Europa no Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po). A especialista explica que o apego nacionalista de fato encontra eco na sociedade francesa, mas para uns, ele se traduz em um orgulho do nacional com a tolerância e a valorização do outro, enquanto para uma parcela menor esse sentimento "degenera" para a rejeição do estrangeiro.

"Isso dito, a França nunca resolveu bem essa sua dicotomia, sobre os limites de aceitar o outro. No fundo, a questão da xenofobia francesa concerne o nacionalismo de direitos, ou seja, o francês gosta de ser privilegiado em seus direitos enquanto tal, em relação a um estrangeiro", avalia a autora de obras como A Extrema-Direita na França - De Maurras a Le Pen. A proposta socialista de direito a voto para os imigrantes, por exemplo, jamais foi aprovada na França, enquanto o acesso irrestrito à assistência social pelos estrangeiros é alvo constante de ataques pela Frente Nacional.

Sobre as chances de um abril 2002 se repetir 10 anos depois, nas próximas eleições, as duas pesquisadoras concordam que essa possibilidade existe, mas ressaltam que o mais importante é o fato de que a o partido não ganharia uma eleição na França. Na visão de d'Appollonia, a FN vence a batalha da propagação das ideias, mas perde no campo mais importante, a briga eleitoral. "O problema, a meu ver, é a banalização dos assuntos caros à extrema-direita, como a imigração, a rejeição dos muçulmanos, o resgate da identidade nacional francesa e o apego por resultados contra a criminalidade. Em busca de votos, a direita tradicional acabou adotando estes temas e isso é triste para o país."

O primeiro turno das eleições acontece em 22 de abril e o segundo, em 6 de maio. Nas pesquisas de intenções de votos, Marine Le Pen oscila entre 15 e 20%, enquanto o socialista François Hollande lidera com cerca de 27%. Sarkozy, na briga por um segundo mandato, conta com a preferência de em média 23% dos eleitores.

Especial para Terra

Fonte: AFP
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5572278-EI8142,00-Franca+extremadireita+modera+discurso+e+cresce+nas+pesquisas.html

Ver também:
França: crise econômica favorece candidata de extrema-direita (Reuters/Terra)

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