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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Filme: La Rafle (Amor e Ódio), com Mélanie Laurent e Jean Reno. França de Vichy

Crítica do filme. O 'aprisionamento de judeus' na França
'La rafle' (Amor e Ódio), com Mélanie Laurent e Jean Reno
Menemsha Films

(Foto) Mélanie Laurent como enfermeira em um campo de internamento em "La rafle".
Por Jeannette CATSOULIS. Publicado: 15 de novembro de 2012

Um 'monte de lágrimas' relembra a contribuição da França com o Holocausto (não reconhecida pelo governo francês até 1995), "La rafle" ("Amor e Ódio") é um conto bem-intencionado mas dramatizado com pouca habilidade, sobre o aprisionamento de 13.000 judeus parisienses no no verão de 1942.

Abordar o tema a partir de vários pontos de vista - incluindo os de uma enfermeira protestante horrorizada (Mélanie Laurent), um médico judeu cansado (Jean Reno) e os membros de duas famílias judias - a escritora e diretora, Rose Bosch, provoca atuações comprometidas com o roteiro ao longo de muitas das fissuras do filme. Entre esses, os episódios que mostram a negociação entre funcionários corruptos franceses e seus ocupantes nazistas são especialmente cortantes, e a passagem de cena de fome dos prisioneiros judeus para a festa de aniversário do pródigo Hitler, comandada por uma Eva Braun bêbada, é embaraçosamente pesada.

No entanto, a Sra. Bosch retorce o puro terror do aprisionamento e o subsequente sofrimento dos judeus. Em uma escala épica e minuciosa em detalhes (o roteiro foi baseado em extensa pesquisa feita pela Sra. Bosch e o historiador do Holocausto Serge Klarsfeld), o filme inclui cenas de multidão que se agitam com uma miséria não forçada.

É desnecessário, portanto, retornar tantas vezes ao destino de uma criança de cabelos encaracolados - uma indulgência sentimental que só enfraquece o todo do filme. Seria melhor ter seguido a adolescente judia corajosa (Adèle Exarchopoulos) que trafega através da rede nazista: sua coragem e ação são muito mais atraentes do que uma sala cheia de crianças levadas.

Uma versão desta crítica apareceu na versão impressa em 16 de novembro de 2012, na página C12 da edição do New York Times com a manchete: La Rafle.

Fonte: NY Times
http://movies.nytimes.com/2012/11/16/movies/la-rafle-with-melanie-laurent-and-jean-reno.html
Tradução: Roberto Lucena

Observação: eu assisti o filme e não concordo com o teor da crítica acima, o filme tem uma visão francesa do ocorrido e não uma visão norte-americana, por isso talvez essa crítica ácida acima ao filme por não se enquadrar "facilmente" ao que "críticos" dos EUA esperam desse tipo de filme. Mas por não ter encontrado outra crítica que li sobre o filme pra traduzir, acabei traduzindo essa pra informar sobre o filme "Amor e ódio" (La Rafle) que vale a pena ser assistido. A observação se dá porque muita gente tem acessado o link pra ler algo sobre o filme e não concordo com a crítica acima e não foi possível colocar outra no lugar.

Trailer:

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Hollande inaugura memorial do Holocausto

A vila de Drancy, perto de Paris, tem agora um memorial para recordar as vítimas do Holocausto e o campo de deportação que existiu neste mesmo local.

Foi aqui os nazis, com a cumplicidade da polícia francesa, juntaram dezenas de milhares de judeus franceses, entre 1941 e 1944, para depois os enviarem para os campos de extermínio, sobretudo Auschwitz.

O presidente François Hollande lembrou a necessidade de transmitir uma herança para o futuro: “Hoje, falamos em transmitir, é esse o espírito deste memorial. É na transmissão que reside o futuro da memória”.

O campo de Drancy simboliza, para muitos, a vergonha do colaboracionismo, que teve como episódio mais negro a razia do Vélodrôme d’Hiver, em 1942, em que mais de 12.800 judeus da região de Paris foram presos em apenas dois dias.

A inauguração do memorial coincide com uma nova provocação lançada pela líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, que pediu, numa entrevista a um jornal, a proibição do porte nas ruas do véu islâmico e da “kippa” judaica.

Fonte: Euronews
http://pt.euronews.com/2012/09/21/hollande-inaugura-memorial-do-holocausto/

Ver mais:
Regreso a Drancy, antesala del infierno (El País, Espanha)
Inaugura Hollande Monumento al Holocausto en Drancy (Deutsche Welle, Alemanha)
Homenaje y reconocimiento de Hollande por el Holocausto (El Comercial, Argentina)
El museo de Drancy reaviva la memoria de la Shoah en Francia (CM&, Colômbia)

sexta-feira, 9 de março de 2012

Casa Izieu. Memorial das crianças assassinadas na França pelo Carniceiro de Lyon, Klaus Barbie

Entre 1940 e 1941, o povo francês se encontrava sobrecogido pela derrota de seu país e preocupado com problemas materiais de sua vida diária, de forma que não reagiu à perseguição contra os judeus. Só organizações de caridade deram seu apoio aos judeus. Entre estas organizações, a Oeuvre de Secours aux Enfants (OSE), uma associação para crianças judias criada na Rússia em 1912, dedicava-se a ajudar os jovens.

Desde 1941, as crianças foram alojadas na casa da OSE em Palavas-les-Flots, por iniciativa de Sabine Zlatin. Isto foi possível graças ao apoio do prefeito do departamento de Hérault, Bénédetti, e seus assistentes. Quando a situação do departamento de Hérault se deteriorou, o prefeito perguntou à Sabine e Miron Zlatin se se podiam se mudar para a vila de Izieu. Em poucas semanas, a vida se reorganizou, apesar de que muitas crianças haviam sido repentinamente separadas de suas famílias e haviam sofrido com as condições de internamento durante meses etc. A ideia era tentar chegar à zona controlada por tropas italianas.

Mas a capitulação italiana, em setembro de 1943, provocou a ocupação da Wehrmacht das zonas anteriormente sob controle italiano. Em fevereiro de 1944, alguns colaboradores da OSE foram detidos pela Gestapo, pelo que a organização decidiu enclausurar todas suas casas para as crianças, quanto antes possível. Sabine Zlatin fez tudo o que estava a seu alcance para ocultar as crianças de Izieu.

Muitas crianças judias e seus responsáveis encontraram refúgio entre 1943 e 1944 no povoado de Izieu, não muito longe de Lyon.

Com a exceção do cuidador Leon Reifman, que conseguiu escapar saltando por uma janela, as 44 crianças e 7 cuidadores foram presos em 6 de abril de 1944, durante uma ação em Izieu. 42 crianças e 5 adultos foram enviados em diferentes transportes desde o campo de trânsito de Drancy até Auschwitz-Birkenau, onde foram assassinados.

Em 6 de abril, a Gestapo, sob a direção do "Carniceiro de Lyon", Klaus Barbie, entrou no orfanato e prendeu as crianças e os cuidadores, introduzindo-os em caminhões.

A professora Lea Feldblum foi a única sobrevivente de Auschwitz, porque foi empregada no campo. Dois jovens foram deportados para a Estônia, junto com o diretor do orfanato, Miron Zlatin, onde foram assassinados no verão de 1944.

Depois da guerra, Barbie conseguiu escapar, apesar de ser procurado pelas autoridades francesas, e conseguiu chegar à América do Sul, sob a proteção do serviço de inteligência norte-americano. Em 1952 e 1954, o Tribunal Militar de Lyon o condenou à morte em sua ausência.

Em junho de 1971, o escritório da Promotoria de Munique decidiu encerrar o caso, baseando-se que era impossível provar que Barbie conhecia o destino que esperava as pessoas que prendia. Mas Beate Klarsfeld mobilizou os membros da comunidade judaica e da Resistência para lutar contra esta setença, e conseguiu as testemunhas necessárias para que prosseguissem a investigação em Munique. Conseguiram estabelecer a verdadeira identidade de Barbie na América do Sul. Anos depois, a campanha levada a cabo por Beate e Serge Klarsfeld consiguiu que ele perdesse sua nacionalidade boliviana e fosse extraditado da Bolívia.

Em maio de 1987, depois de quatro anos de trabalhos preparatórios em Lyon, o julgamento contra Klaus Barbie foi aberto. Era o primeiro caso de crimes contra a humanidade julgado na França, e Barbie era acusado da liquidação do Comitê da União Geral dos Judeus da França em Lyon (UGIF), da prisão das crianças de Izieu, do internamento de 650 pessoas em campos de concentração, da tortura e morte de Marcel Gompel, um membro judeu da resistência, da prisão e internamento em campos de concentração de diferentes membros da Resistência.

Em dezembro de 1985, uma decisão do Tribunal de Cassação havia estipulado que a deportação dessas pessoas para campos de concentração não estava diretamente relacionada com o conflito bélico, pelo que ia mais além com os crimes contra a humanidade.

Barbie declarou que não sabia nada dos crimes os quais era acusado. Em 3 de julho de 1987, estabeleceu-se o veredito de culpabilidade, sem circunstâncias atenuantes, e foi setenciado à prisão perpétua. Em 25 de setembro de 1991, Klaus Barbie morreu de câncer na prisão.

A criação do memorial

Durante o julgamento contra Klaus Barbie em Lyon, em 1987, uma organização sem fins lucrativos foi criada por Sabine Zlatin, que havia fundado o orfanato com seu marido, em 1943. Em 24 de abril de 1994, o então Presidente da República francesa François Mitterand dedicou o memorial, que é visitado por um grande número de alunos e professores.

Dois edifícios estão abertos ao público. A casa que serviu de lar para as crianças de Izieu e dos cuidadores a cargo, está destinado a perpetuar sua memória. Na granja adjacente reconvertida, está presente o trasfondo histórico dos fatos daquele dia.

Em sua exposição se traça o itinerário das crianças judias, desde sua chegada à França, durante o período entreguerras e sua deportação para os campos de concentração. Através das fotografias e dos desenhos audiovisuais, os visitantes podem entender o horror do destino destas 44 crianças, e das 11.000 crianças judias deportadas da França para os campos de concentração e extermínio. Uma das salas é dedicada ao tema dos crimes contra a humanidade; também se mostra uma montagem com imagens do julgamento contra Barbie que fazem referência à redada de Izieu.

A história das crianças de Izieu é particularmente interessante para as crianças e jovens, porque faz referência a pessoas de sua mesma idade. O departamento educativo do museu sempre está disposto a ajudar professores a preparar visitas à escola. O trabalho educativo se centra nas políticas antissemitas do governo de Vichy que colaborou com as tropas de ocupação alemãs, os crimes contra a humanidade e a perseguição depois da guerra.

O memorial também tem uma exposição permanente de fotografias, que fazem referência a diferentes temas relacionados com a casa Izieu: a história das famílias de muitas das crianças, os campos de concentração de Drancy e Auschwitz, os julgamentos de Nuremberg, a carrera de Klaus Barbie e seu julgamento, a colaboração francesa etc.

A história da casa Izieu é particularmente interessante para crianças e jovens, porque faz referência a pessoas de sua idade. Por isso, uma grande parte do material e dos documentos expostos são diretamente dirigidos a este tipo de visitantes. Além disso, o departamento educativo do museu está a disposição dos professores para preparar as visitas dos colégios.

Para este fim, o memorial tem programas de visitas de um ou vários dias, nos quais os alunos podem trabalhar depois de visitar a instalação sobre estes temas do passado e refletir as questões que tenham surgido durante a visita. As visitas de vários dias permitem que os alunos absorvam a atmosfera deste lugar especial, aproximando-se do destino das crianças e de seus familiares, e compreender essa história desde seu próprio ponto de vista.

Contato:

Maison d’Izieu
01300 Izieu
http://www.izieu.alma.fr

Fonte: topografía de la memoria (memoriales históricos de los campos de concentración nacionasocialistas 1933-1945)
http://www.memoriales.net/topographie/francia/izieu.htm
Tradução: Roberto Lucena

domingo, 19 de abril de 2009

Memorial do Holocausto vandalizado em França

Governo condena inscrições antissemitas

Cruzes gamadas pintadas com tinta preta foram descobertas de manhã num vagão e na estela do Memorial da Deportação em Drancy, perto de Paris, anunciou o ministério francês do Interior.

“Uma cruz gamada com 1,5 metros de altura foi pintada no vagão e outra, de 1 metro, traçada na estela, e uma terceira ainda na parede de uma loja a cerca de 500 metros”, disse um porta-voz daquele departamento.

A ministra francesa do Interior, Michèle Alliot-Marie, condenou “com a maior firmeza” as inscrições antissemitas nos lugares que recordam o programa de extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Anunciou além disso que ordenou uma investigação para descobrir os autores.

Entre 70 mil e 80 mil judeus foram internados no campo de trânsito de Drancy, que foi, até à sua libertação, no dia 17 de Agosto de 1944, o principal lugar de partida de França para os campos de extermínio de Auschwitz-Birkenau.

Fonte: Público(Portugal)
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1373750&idCanal=11

Mais informações:
http://www.ejpress.org/article/35946
http://www.jpost.com/servlet/Satellite?cid=1238562956994&pagename=JPost%2FJPArticle%2FShowFull
http://www.ynetnews.com/articles/0,7340,L-3700159,00.html

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