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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Memoriais e falta de ação concreta para combater o extremismo xenófobo

O título dessa matéria da DW me chamou atenção: "Pode um memorial acabar com o preconceito contra os sinti e roma?"

Eu acredito que não, mas considero que é um reconhecimento do que houve contra os ciganos (Roma e Sinti) na Segunda Guerra.

Mas o título remonta algo que me chama atenção faz tempo: há uma "explosão" de memoriais (não é algo em tese negativo) mas o combate efetivo a grupos que disseminam ideologias de ódio como o nazismo não segue esse ritmo, pelo contrário, é algo muitas vezes negligenciado e que se tem impressão muitas vezes de ocorrer uma vista grossa com esses bandos de extrema-direita.

Além do problema do enfoque demasiado desses Memoriais à Segunda Guerra quando o presente é negligenciado, não se discute de forma mais contundente a atuação dos grupos de extrema-direita quando já há um histórico considerável da atuação desses bandos no pós-Segunda Guerra até o presente.

Esses bandos não começaram a fazer negação do Holocausto e apologia do nazismo/fascismo há uma semana e sim há várias décadas (pros que acham que o negacionismo é algo novo).

Até que ponto um memorial "conscientiza" alguém a ser uma "pessoa melhor"? Pra quem crê nisso eu sugiro ver o caso grego. Link1 Link2
"Em algumas sondagens divulgadas na passada semana, o partido era o terceiro colocado nas intenções de voto, apenas atrás do par que sustenta a coligação no governo – os socialistas do PASOK e os conservadores da Nova Democracia (ND)." Link3
Na Grécia o partido neonazi (extrema-direita) é a terceira força política oriunda do caos político e econõmico que assola aquele país, com o pacote de "austeridade" da UE através do governo de Ângela Merkel.

O que alimenta esse crescimento do partido neonazi grego? Miséria, caos social, crise econômica, intransigência de orgãos supranacionais (Banco Central europeu, pacote de austeridade fiscal ignorando os efeitos da crise social e política). A combinação clássica que cataputou o partido de Hitler ao poder na Alemanha na década de 30 do século passado. Em crises profundas e caos o povo tende a se refugiar no ultranacionalismo xenófobo pregado por esses grupos/partidos. Daí que se tira a conclusão, pelo menos minha, de ceticismo em relação ao "efeito" que esses Memoriais possam ter se não há nenhum projeto educacional de longo prazo pra população e projeto de inclusão dessas minorias, fora outros problemas de ordem moral e política como os conflitos do Oriente Médio.

No livro Hitler de Joachim Fest ele lança a teoria (a qual concordo com ele) sobre as razões para o crescimento do nazismo na Alemanha e ascensão de Hitler ao poder, não foi o antissemitismo que levou Hitler ao poder máximo na Alemanha como muita gente crê e sim o discurso nacionalista, o sentimento de vingança (provocado pelo excesso do Tratado de Versailhes) e a crise social e econômica pela qual passou aquela população na época, algo parecido com o que a Grécia passa hoje, seguida de Espanha e Portugal.

Situação na Espanha: NYT diz que Espanha tranca o lixo por conta da fome da população
Mais da crise na Grécia: Pais abandonam os próprios filhos na Grécia

Achei por bem lançar essa opinião já que as matérias de jornais/revistas por si só geralmente não têm caráter opinativo, ou são muito brandas pro meu gosto, e uma vez que não dá pra ficar passivo diante do que ocorre. Também porque muitas matérias da mídia meio que colocam uma viseira nessa questão econômica e de crise social nos países que abrem espaço pros partidos de extrema-direita chegarem ao poder, e depois se perguntam "chocados"(de forma cínica) como a coisa eclode, como os "Hitlers" chegam ao poder.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Pode um memorial acabar com o preconceito contra os sinti e roma?

Durante décadas os sinti e roma alemães lutaram por um memorial, por terem sido vítimas de um genocídio e por serem discriminados até hoje em várias regiões da Europa. Agora ele foi inaugurado em Berlim.

"O trágico no fato de o memorial ser inaugurado hoje é que muitos dos sobreviventes não podem mais vivenciar esse reconhecimento", declarou Silvio Peritore, membro da direção do Conselho Central dos Sinti e Roma da Alemanha.

O Estado alemão levou muito tempo para reconhecer o genocídio dos sinti e roma – para muitos, tempo demais. Por exemplo para Franz Rosenbach. Ele foi obrigado a prestar trabalhos forçados, sobreviveu a Auschwitz e foi a escolas alemãs relatar tudo o que viveu. Ele foi um dos maiores defensores do memorial. Há poucos dias, Rosenbach faleceu, aos 85 anos.

Uma exposição em Heidelberg retrata o genocídio dos sinti e roma no período nazista. Ela foi inaugurada em 1997. Um ano depois, Peritore passou a fazer parte do grupo do centro cultural e de documentação. "Em muitos memoriais, o genocídio dos sinti e roma era apenas uma nota de rodapé na história do Holocausto judeu, porque, durante décadas, pesquisadores em parte esqueceram esse tema, em parte o ignoraram conscientemente", afirma.

Não se trata de opor o número de vítimas: seis milhões de judeus europeus contra 500 mil sinti e roma, argumenta. "O que um memorial representa? O reconhecimento das vítimas, a responsabilidade para com a história que resultou do Holocausto."

Aparentemente, os sinti e roma são, até hoje, uma minoria indesejada. Por isso, o reconhecimento de que foram vítimas, a memória do genocídio foi por muito tempo recusada para eles. Ao menos essa é a impressão que pessoas como Franz Rosenbach têm. "As pessoas se perguntam: por que eles não querem isso?" Eles são os outros, o que inclui a maioria da sociedade alemã.

Preconceito e exclusão seculares

Família sinti e roma alemã
Cerca de 15 mil pessoas por ano visitam a exposição sobre o genocídio dos sinti e roma alemães em Heidelberg: turmas de escolas, universitários e também policiais, que na sua profissão têm de lidar com os "ciganos", frequentemente tachados de criminosos. Como diz Armin Ulm, pesquisador no centro de documentação, esses clichês existem há séculos.

"Esse é um fenômeno que existe na Europa desde a chegada dos sinti e roma, nos séculos 14 e 15. Havia também atribuições positivas, como o clichê romântico representado na figura de Carmen (a 'cigana' apaixonada da ópera de Georg Bizet), mas a maioria são atribuições negativas: o 'cigano' ladrão, a 'cigana' que lê a mão."

Essas ideias se perpetuaram com o passar do tempo. A expressão 'cigano' pode ser encontrada já nas crônicas da Idade Média: "A palavra aparece, por exemplo, na crônica da cidade de Hildesheim." Em diversos documentos é possível encontrar diferentes formas de escrita, porém não é claro sobre quem se está falando, pois nem os sinti nem os roma se descreviam como ciganos. A maioria rejeita esse termo por considerá-lo discriminatório.

"Como é possível que a tradição dos clichês "ciganos" se perpetue até hoje numa sociedade esclarecida?", pergunta Peritore. A pergunta não é retórica. Há 12 milhões de sinti e roma vivendo na Europa, e em muitos países eles continuam sendo excluídos, também em países da União Europeia.

"Em países como Hungria, Romênia, República Tcheca e Eslováquia, os sinti e roma são privados de direitos humanos elementares. Eles não possuem o mesmo direito de acesso a fatores essenciais para a vida, como emprego, serviço de saúde pública e moradia digna", diz Peritore.

Membros da etnia sinti e roma são discriminados, criminalizados e estilizados com inimigos em muitos países do sul e do centro da Europa. Em vez de investimentos em infraestrutura, o que tornaria a vida dos sinti e roma mais fácil em suas terras natais, o dinheiro da União Europeia some por caminhos obscuros, denuncia Peritore.

Deportação de sinti e roma em
Colônia na época nazista
Ele não economiza críticas aos políticos e à sociedade da Europa Ocidental. "Se ouvimos falar aqui na Alemanha sobre o 'problema dos roma', então trata-se de pessoas que vêm para cá procurando uma vida mais segura e melhores oportunidades de emprego. Essa é um desejo legítimo." Mas também aqui ele são considerados um risco para a segurança e frequentemente criminalizados, como aconteceu na França em 2010, quando o então presidente Nicolas Sarkozy afrontou a lei francesa e europeia e deportou os sinti e roma.

Peritore denuncia também a prática alemã de deportar sinti e roma de volta para o Kosovo, mesmo que lá eles corram o risco de ser perseguidos e na Alemanha já tenha há muito se integrado na sociedade. Onde os sinti e roma tiveram chances iguais, argumenta, seguiram os mesmos caminhos que seguem os outros integrantes da sociedade.

"Isso contradiz principalmente as afirmações generalizadas daqueles que são contra os sinti e roma e dizem que de nada adiantam todos os programas e projetos, pois supostamente eles são contrários à cultura desses povos. Isso mostra que essas afirmações são mentiras, pois podemos ver que é possível quando as pessoas recebem chances iguais e justas."

Um memorial em Berlim

Estas duas meninas foram
deportadas para a Polônia
A exposição sobre o genocídio dos sinti e roma mostra também fotos de sinti e roma alemães antes de 1933. São cenas da vida familiar, bons civis, quase caretas. Elas mostram que essas pessoas faziam parte da sociedade. Isso não as salvou da perseguição e da morte.

"Pesquisadores sérios já mostraram há muito tempo que houve um segundo Holocausto: eram as mesmas motivações político-raciais, o mesmo aparelho criminoso, os mesmos métodos de extermínio nos mesmos locais, executados de forma sistemática e eficiente." Contudo, somente o chanceler federal alemão Helmut Schmidt reconheceu esse fato, em 1982.

Após a decisão parlamentar de que não haveria um memorial único para todas as vítimas do Holocausto, o Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão) autorizou em 1992 a construção de um memorial para os sinti e roma. O que se seguiu foi uma longa discussão: governo, historiadores e também os representantes dos sinti e roma não conseguiram chegar a um acordo sobre os detalhes.

Para o Conselho Central dos Sinti e Roma da Alemanha não se trata somente de um reconhecimento tardio, mas também de responsabilidade com o presente e o futuro, para evitar a discriminação e a exclusão. "Se for para aprender algo, então que seja isso. Mas talvez essa seja uma pretensão muito grande", diz Peritore, e na sua voz é possível reconhecer um tom de tristeza.

Autora: Birgit Görtz (cn)
Revisão: Alexandre Schossler

Fonte: Deutsche Welle (Alemanha)
http://www.dw.de/pode-um-memorial-acabar-com-o-preconceito-contra-os-sinti-e-roma/a-16328944

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Merkel inaugura memorial para ciganos vítimas do Holocausto

BERLIM — A chanceler alemã, Angela Merkel, inaugurou nesta quarta-feira um memorial em homenagem aos cerca de meio milhão de ciganos assassinados pelo regime nazista e alertou para a enorme discriminação ainda existente contra essa minoria.

O monumento, que sofreu muitos atrasos para ficar pronto, consiste em uma piscina redonda com um monólito triangular no centro no qual repousará a cada dia uma flor recém-colhida, e se localiza em frente ao Reichstag, o edifício do Parlamento, no centro de Berlim.

Uma linha do tempo sobre o extermínio nazista fica ao lado do memorial, que após 20 anos de atrasos foi finalmente construído com um subsídio do governo federal de 2,8 milhões de euros (3,6 milhões de dólares).

"Auschwitz", do poeta e compositor italiano Santino Spinelli, está gravado na borda da piscina em inglês e alemão, contando o sofrimento e a dor causados aos Sinti e Roma, dois grupos ciganos muito presentes na Alemanha.

O monumento foi projetado pelo artista israelense Dani Karavan, de 81 anos, e está localizado próximo a outros dois memoriais para as vítimas da barbárie nazista, um campo repleto de pilares para os seis milhões de judeus assassinados e um monumento menor para os homossexuais vítimas de Hitler.

Merkel, que estava visivelmente comovida durante a cerimônia de inauguração, afirmou que este capítulo terrível da história da Alemanha a enchia "de tristeza e vergonha". Ela saudou a obra de Karavan, ao dizer que seu design "fala tanto para o coração quanto para a mente".

"Este memorial lembra um grupo de vítimas que foi ignorado por muito tempo", afirmou, lembrando que o governo da Alemanha Ocidental só reconheceu o genocídio em 1982.

"Recorda a injustiça indescritível que foi infligida a vocês", afirmou à plateia, que incluía muitos sobreviventes idosos. Organizadores forneceram cobertores azuis para protegê-los do frio do mês de outubro.

"Os Sinti e Roma ainda sofrem de ostracismo e condenação", afirmou. "Proteger as minorias é nosso dever, hoje e amanhã".

"A sociedade não aprendeu nada"

O alemão Zoni Weisz, de 75 anos, lutou para conter as lágrimas ao relembrar sua fuga angustiante da deportação com a ajuda de um corajoso policial enquanto a maior parte de sua família foi enviada para um campo de concentração.

Ele disse que a Europa não estava vivendo à altura das responsabilidades competentes a ela após o assassinato dos Sinti e Roma sete décadas atrás.

"A sociedade não aprendeu nada, quase nada", afirmou. "Do contrário eles iriam nos tratar de forma diferente".

Os pais de Weisz, as irmãs e o irmão mais novo foram mortos em Auschwitz, enquanto ele sobreviveu escondido.

Os nazistas consideravam os Roma e Sinti racialmente inferiores, como os judeus, e realizaram uma campanha sistemática de opressão contra eles.

Em 1938, o chefe nazista Heinrich Himmler ordenou a "solução final da questão cigana".

Aqueles capturados na varredura foram confinados a guetos, deportados para campos de concentração e mortos. Muitos foram utilizados em experimentos médicos grotescos e esterilização forçada.

Historiadores estimam que cerca de 500.000 homens, mulheres e crianças ciganos de toda a Europa foram mortos entre 1933 e 1945, dizimando uma população com raízes na Alemanha que datam de seis séculos.

O líder do Conselho Central de Sinti e Roma na Alemanha, Romani Rose, que lidera uma comunidade de cerca de 70 mil pessoas, contestou ferozmente a referência utilizada no memorial aos "ciganos", um termo comumente usado no passado, mas agora visto como depreciativo.

Cerca de 11 milhões de ciganos vivem na Europa, sete milhões dos quais na União Europeia, assumindo o posto da maior minoria étnica do continente. Mas eles sofrem com uma pobreza desproporcional e com enorme discriminação.

A queda da Cortina de Ferro em 1989 e a expansão do Leste Europeu provocaram a migração de alguns dos ciganos para o oeste, mais rico, e países como França e Itália implementaram medidas de segurança, que incluem a destruição de acampamentos considerados ilegais.

Recentemente, Berlim manifestou seu desejo de deter essas migrações, desejando que fosse retirada a isenção de visto para os cidadãos sérvios e macedônios, muitos dos quais são ciganos.

Após o discurso de Merkel na cerimônia, um desordeiro protestou perguntando à chanceler: "O que você diz sobre os deportados? Eles também querem ficar aqui!".

De Deborah Cole (AFP)

Vídeos: Bluchannel TV e AFP


Fonte: AFP/Google
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5iwie8AZmXk-piI7yPX13CE6XUOyg?docId=CNG.ed0cb0e81492b44ee019fd55ee283104.491

Ver mais:
Alemanha cria memorial para ciganos vítimas do Holocausto (BBC Brasil/Terra)
Merkel homenageia vítimas ciganas do Holocausto (Diário de Notícias, Portugal)

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Memorial aos ciganos vítimas do Holocausto será inaugurado em Berlim

De Céline LE PRIOUX (AFP) – Há 6 horas

BERLIM — Mais de 65 anos depois do Holocausto, a chanceler alemã, Angela Merkel, irá inaugurar nesta quarta-feira, em Berlim, um memorial aos ciganos vítimas do nazismo, no momento em que esta comunidade ainda enfrenta casos de racismo e discriminação na Europa.

Quase 500 mil sinti e roms da Europa, dois grupos ciganos muito presentes na Alemanha e considerados "racialmente inferiores", foram assassinados pelo III Reich, segundo estimativas oficiais.

Situado em frente ao Parlamento alemão, o memorial aos sinti e roms, criado pela artista israelense Dani Karavan, consiste em um eixo com um pilar central no qual repousará a cada dia uma flor recém-colhida. Ele está localizado perto de um outro dedicado às vítimas do Holocausto e um dedicado aos homossexuais mortos pelos nazistas.

"O Holocausto contra os ciganos - ou "Porajmos", que significa literalmente devorar - tem sido por muito tempo negado e não tem sido objeto de pesquisas históricas, não só na Alemanha, mas também em outros países como a França de Vichy ou países do Leste Europeu que participaram da perseguição", considerou o historiador Wolfgang Wippermann, da Universidade Livre de Berlim.

"Ao contrário dos judeus, que os nazistas perseguiam pela sua religião, os ciganos, católicos em sua maioria, não eram necessariamente identificáveis entre outros cidadãos", explica Romani Rose, presidente do Conselho Central alemão dos sinti e roms.

Para remediar esta situação, os "pesquisadores raciais" da Alemanha nazista gravaram uma série de características e estabeleceram genealogias que às vezes remontavam ao século XVI, para detectar um "ancestral cigano", a fim de enviar para os campos de extermínio os "de sangue misturado". Em Auschwitz e em Ravensbrück, eles serviram como cobaias para experiências médicas.

A RFA reconheceu oficialmente este genocídio em 1982, com um gesto do chanceler Helmut Schmidt. E em 1997, o presidente Roman Herzog ressaltou pela primeira vez que ele teve a mesma motivação racista e que havia sido praticado pelos nazistas com a mesma resolução e o mesmo desejo que o extermínio dos judeus.

Atualmente, 11 milhões de ciganos vivem no continente europeu, entre eles sete milhões na União Europeia, principalmente na Europa Central e do Sudeste, na Romênia, Bulgária, Hungria e Eslováquia.

A maior minoria étnica na Europa é também a mais pobre, que sofre com a discriminação e o racismo. Rose denuncia principalmente a situação na Romênia, onde foram libertados da escravidão em 1856, na Bulgária, Hungria, Eslováquia, mas também na França e Itália.

A queda da Cortina de Ferro em 1989 e a expansão do Leste Europeu provocou a migração de alguns para o oeste mais rico, e países como França e Itália implementaram medidas de segurança, que incluem a destruição de acampamentos considerados ilegais.

Atualmente vivem na Alemanha cerca de 70 mil ciganos de nacionalidade alemã. "Eles não são nômades e suas famílias estão, por vezes, instaladas há 600 anos em nosso país", indica Wippermann.

Eles fazem parte desde 1997 das quatro minorias protegidas na Alemanha, como os dinamarqueses e os frísios instalados no norte, e os sorbs que vivem no leste.

Nas últimas duas décadas, várias dezenas de milhares de ciganos originários do Leste Europeu também tentaram uma chance na Alemanha. Mas não existem campos selvagens, com dizia o presidente Nicolas Sarkozy há dois anos, afirmando que Angela Merkel procederia com evacuações.

Recentemente, Berlim manifestou seu desejo de fazer parar essas migrações, desejando que fosse retirada a isenção de visto para os cidadãos sérvios e macedônios, muitos dos quais são ciganos.

Fonte: AFP
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5jcaxA9djip7D5zxIC3LV5EhX9knw?docId=CNG.33a5fe2e73c231d7d6abac75c4abd70b.41

Ver mais:
El Holocausto gitano, por fin reconocido (Deutsche Welle, Alemanha)
Berlín inaugura su monumento en memoria de los gitanos víctimas del Holocausto (AFP, em espanhol)

domingo, 19 de abril de 2009

Memorial do Holocausto vandalizado em França

Governo condena inscrições antissemitas

Cruzes gamadas pintadas com tinta preta foram descobertas de manhã num vagão e na estela do Memorial da Deportação em Drancy, perto de Paris, anunciou o ministério francês do Interior.

“Uma cruz gamada com 1,5 metros de altura foi pintada no vagão e outra, de 1 metro, traçada na estela, e uma terceira ainda na parede de uma loja a cerca de 500 metros”, disse um porta-voz daquele departamento.

A ministra francesa do Interior, Michèle Alliot-Marie, condenou “com a maior firmeza” as inscrições antissemitas nos lugares que recordam o programa de extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Anunciou além disso que ordenou uma investigação para descobrir os autores.

Entre 70 mil e 80 mil judeus foram internados no campo de trânsito de Drancy, que foi, até à sua libertação, no dia 17 de Agosto de 1944, o principal lugar de partida de França para os campos de extermínio de Auschwitz-Birkenau.

Fonte: Público(Portugal)
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1373750&idCanal=11

Mais informações:
http://www.ejpress.org/article/35946
http://www.jpost.com/servlet/Satellite?cid=1238562956994&pagename=JPost%2FJPArticle%2FShowFull
http://www.ynetnews.com/articles/0,7340,L-3700159,00.html

sábado, 28 de março de 2009

Memorial Buchenwald foi criado há 50 anos por líderes comunistas

Buchenwald, criado em 1958, na então Alemanha Oriental, foi o primeiro memorial criado num antigo campo de concentração dentro do território alemão.

(Foto) Cartão de prisioneiro do campo de concentração de Buchenwald

A cidade de Weimar é conhecida, acima de tudo, por seus monumentos, como a Casa Goethe ou a Biblioteca Anna Amalia. No entanto, a poucos quilômetros do centro, o capítulo mais negro da história alemã é simbolizado por uma enorme torre e por um sino: trata-se do Memorial Buchenwald, inaugurado em 1958, sob o governo da então Alemanha Oriental, de regime comunista.

Há 50 anos, no dia 14/09/1958, pontualmente às 11 horas da manhã, soava, pela primeira vez, o sino no alto da torre de 50 metros, que pode ser vista à distância. Não longe dali fica a escultura do artista Fritz Cremer, de onde se pode avistar Weimar como de quase nenhum outro lugar a região.

A inaguração ali do Memorial Buchenwald pelo então governo da Alemanha Oriental foi uma conseqüência das exigências dos sobreviventes, que entrou para a história como o primeiro memorial do pós-guerra no país de regime comunista. A idéia, na época, era legitimar a posição da Alemanha Oriental como uma nação "diferente e melhor" do que a Alemanha Ocidental.

Alojamento e penitenciária

Instalação da artista Rebecca Horn reflete sobre história de Buchenwald

Hoje, do diretor do Memorial, Volkhard Knigge, observa que, em 1958, "Buchenwald era o maior Memorial do Holocausto situado num ex-campo de concentração em território alemão. Na Alemanha Ocidental, no mesmo ano, as instalações do ex-campo de concentração de Dachau, por exemplo, serviam de alojamento para refugiados do Leste do país, enquanto Neuengamme, perto de Hamburgo, era uma penitenciária juvenil. Ou seja, é possível compreender porque muitos sobreviventes, mesmo não sendo ligados ao comunismo, também se identificaram muito com esse Memorial".

Enquanto a Alemanha Ocidental, capitalista, ainda tratava de temas relacionados aos crimes cometidos durante o passado nazista de forma superficial e atenuante, os governantes da República Democrática Alemã (RDA) se apropriaram rapidamente da história dos campos de concentração em proveito próprio.

Memória seletiva

Prisioneiros de Buchenwald, em abril de 1945

Embora os membros da resistência comunista durante o período nazista tenham formado apenas um pequeno grupo entre as vítimas do nazismo, as celebrações e homenagens na Alemanha Oriental se voltavam quase que exclusivamente para eles.

"Simplesmente ignoradas eram as medidas violentas e de exclusão dos perseguidos em função das teorias raciais do regime nazista. Nada lembrava os judeus, os sintos e rom, os homossexuais, os excluídos da sociedade em geral", analisa Knigge.

A disposição física do Memorial de Buchenwald também obedecia aos objetivos ideológicos e políticos do governo da Alemanha Oriental. Knigge salienta, por exemplo, que antes mesmo da inaguração do Memorial foram destruídas várias barracas, que poderiam conter rastros dos desatinos registrados pela história oficial, acredita Knigge.

Três exposições

Cerca reconstruída: memorial aberto ao público

O escultor Fritz Cremer, por exemplo, foi obrigado várias vezes a modificar sua obra, até que ela ficasse ao gosto do então presidente do partido único SED. Mesmo assim, observa Knigge, à sombra de tamanha monumentalidade e de tantas deficiências, havia no Memorial Buchenwald também rupturas, que faziam com que valesse a pena visitar o local. "Nas esculturas, é possível, ainda hoje, para além desse lado estatal-oficial, ver figuras de refugiados como não eram encontradas em toda a RDA".

Hoje, três exposições tratam de informar ao visitante a respeito do ex-campo de concentração e sua história. A maior delas documenta os destinos dos prisioneiros, a segunda informa sobre o campo especial soviético após o fim da Segunda Guerra, e a terceira fala da apropriação política do Memorial pelo SED, então partido único da Alemanha de regime comunista.

Peter Sommer (sv)

Fonte: Deutsche Welle
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,3644111,00.html

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Nazistas 'planejaram Holocausto antes do que se pensava'

Plantas do campo de Auschwitz indicam que mortes foram planejadas em 1941.

A descoberta de uma série de diagramas de construção mostrando o campo de concentração de Auschwitz pode indicar que o plano nazista de exterminar em massa os judeus pode ter sido concebido antes do que se imaginava.

O campo de Auschwitz, construído na Polônia, foi o maior campo de concentração nazista. Nesses locais, milhares de judeus e membros de outras minorias foram assassinados durante a Segunda Guerra Mundial.

As plantas, descobertas por um jornalista em Berlim, mostram câmaras de gás e um grande crematório e são datadas de outubro de 1941.

Segundo o repórter da BBC Greg Morsbach, a maioria dos historiadores concorda que a primeira vez que os nazistas criaram um plano sistemático de assassinato em massa de judeus foi em janeiro de 1942.

Naquele ano, os nomes mais importantes do nazismo se reuniram nos arredores de Berlim para planejar a chamada "solução final", que resultou na morte de milhões de pessoas.

Legítimos

Para David Silberklein, historiador do memorial do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém, as plantas são uma prova concreta de que os nazistas planejavam exterminar os judeus antes do que se pensava.

"Aqui você tem uma prova concreta e detalhada do início do plano de expansão, do que viria a ser a solução final, e muitos historiadores agora acreditam que a transição de 'muitos assassinatos' para um plano sistemático para assassinar judeus ocorreu naquela época, outubro de 1941", disse.

O Arquivo Nacional da Alemanha afirmou que os desenhos, divulgados pelo tablóide alemão Bildzeitung, são verdadeiros.

Ralf Georg Reuth, o jornalista responsável pela descoberta, afirmou que conseguiu as plantas com uma fonte na capital alemã.

"Alguns destes documentos são tão insignificantes que não faria sentido falsificá-los", disse.

"Pesquisamos e analisamos o que existe. Alguns dos documentos que estão disponíveis estão na Rússia e conseguimos fazer a comparação. Isto nos permite ter certeza de que estes (documentos) são autênticos."

Os mais céticos afirmam que os projetos de Auschwitz descobertos pelo jornalista não significam que a história precisa ser reescrita ou que será alterada a compreensão do Holocausto.

A maioria dos historiadores diz que estes documentos dão a eles apenas uma forma mais precisa de datar o processo de planejamento que levou ao extermínio de judeus.

Fonte: BBC/G1
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL858115-5602,00.html

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Alemanha entrega a Israel lista de vítimas perseguidas pelo regime nazi

Documento contém nomes de 600 mil judeus que viveram ou passaram pelo país

A Alemanha enviou hoje ao memorial israelita de Yad Vashem, onde são recordadas as vítimas do Holocausto, uma lista com os nomes de 600 mil judeus perseguidos pelo regime nazi em território nacional, naquela que é a primeira iniciativa do género por parte das autoridades germânicas.

A lista foi elaborada pela Fundação Memória, Responsabilidade e Futuro (EVZ) que ao longo dos últimos quatro anos vasculhou arquivos federais, regionais e locais, dos dois lados da antiga cortina de ferro que até 1990 dividiu em dois a Alemanha, noticia a AFP.

Em declarações aos jornalistas, Martin Salm, responsável daquela fundação disse que o resultado deste trabalho “é mais do que uma lista de nomes ou um reportório de habitantes. É um memorial daqueles que foram assassinados ou obrigados ao exílio”.

A lista, entregue hoje a Avner Shalev, director do Yad Vashem, inclui os nomes e moradas dos judeus que residiam na Alemanha entre 1933, altura em que Adolf Hitler subiu ao poder, e o final da II Guerra Mundial, em 1945. No documento, são apresentados as datas da sua detenção, deportação para os campos de concentração na Polónia ou os detalhes disponíveis sobre o momento em que partiram para o exílio. Em alguns casos, os investigadores conseguiram encontrar a data em que as vítimas foram mortas.

“Esta foi a primeira vez que todas as fontes [de informação] foram exploradas sistematicamente”, sublinhou o responsável pela investigação, acrescentando que a lista, que será também disponibilizada a outros arquivos e museus, facilitará o trabalho dos historiadores e de investigadores privados.

Segundo dados oficiais, entre 500 e 550 mil judeus viviam na Alemanha antes da subida ao poder de Hitler mas quando o regime nazi foi derrotado resistiam apenas alguns milhares no país. A fundação explica que a lista inclui também o nome de judeus que passaram pela Alemanha a caminho do exílio, como aconteceu a milhares de russos que emigraram para os EUA.

Criada em 2000 pelo antigo chanceler alemão Gerhard Schroeder com o objectivo inicial de identificar e indemnizar as vítimas de trabalhos forçados do regime nazi (trabalho concluído em 2007), a fundação EVZ tem desenvolvido outros projectos considerados de interesse para os sobreviventes e famílias das vítimas do Holocausto.

Fonte: AFP/Público(Portugal, 22.10.2008)
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1347089&idCanal=11

sábado, 6 de setembro de 2008

ShoahConnect - Reunindo Famílias

O Memorial do Holocausto em Jerusalém, o Yad Vashem, acumulou milhões de páginas de testemunho documentando as vítimas individuais do Holocausto. Muitas vezes estas páginas de testemunho foram submetidas por membros das famílias das vítimas, e podem, portanto, servir para reunir as famílias separadas pelo Holocausto. Têm ocorrido exemplos dramáticos de irmãos encontrando-se desta maneira.

No entanto, apesar das páginas geralmente conterem informações de contato da pessoa que as submeteu, tendo em vista o longo tempo decorrido desde que o formulário foi submetido, freqüentemente é difícil aos parentes das vítimas contatarem essa pessoa. O ShoahConnect pretende ajudar a resolver este problema, permitindo associar endereços de e-mail com determinadas Páginas de Testemunho - associação esta que o interessado estabelece. O ShoahConnect é totalmente grátis e protege a sua privacidade.

Visite o site www.shoahconnect.org . Atualmente o ShoahConnect só está disponível em inglês, mas as traduções para outros idiomas estão em andamento.

Fonte: Notícias da Rua Judaica/Pletz

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Homem é preso por grafitar memorial do Holocausto

BERLIM - A polícia de Berlim afirmou que um homem foi preso depois de grafitar mensagens anti-semitas no Memorial do Holocausto em Berlim.

A declaração da polícia afirma que um segurança deteve um jovem de 28 anos intoxicado, originário da Alemanha oriental, na noite de terça-feira, quando ele grafitava quatro dos blocos do enorme memorial.

O segurança chamou a polícia.

Segundo a declaração emitida nessa quarta-feira, o homem grafitou "palavras e imagens, algumas das quais continham mensagens anti-semitas" nos blocos de concreto.

O memorial às mais de 6 milhões de vítimas judias do holocausto contêm mais de 2,700 blocos de concreto cinza e fica perto do Portal de Brandenburgo.

O memorial foi aberto ao público em 2005 e é facilmente acessível a qualquer horário.

Vandalismo foi documentado inúmeras vezes no memorial.

Fonte: AP/Último Segundo
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2008/07/09/homem_e_preso_por_grafitar_memorial_do_holocausto_em_berlim_1428429.html

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