Cidade do Vaticano, 4 fev (EFE).- O Vaticano exigiu hoje que o bispo Richard Williamson se retrate de maneira "inequívoca e pública" de sua negação do Holocausto para poder exercer como prelado da Igreja Católica.
Além disso, pediu a Williamson e aos outros três bispos que recentemente o papa suspendeu a excomunhão que aceitem o Concílio Vaticano II, e sublinhou que Bento XVI desconhecia a posição negacionista do prelado britânico.
Uma semana depois de o papa reiterar sua condenação ao Holocausto e aos que o negam, o que foi considerado insuficiente por destacados rabinos judeus e políticos europeus, o Vaticano divulgou hoje um comunicado com o objetivo de encerrar o caso da suspensão da excomunhão de quatro bispos tradicionalistas.
Williamson, de 68 anos, negou o Holocausto e a existência das câmaras de gás e, após os protestos, se limitou a pedir desculpas ao pontífice.
Hoje, a Secretaria de Estado exigiu a Williamson que se retrate "publicamente" de suas posições sobre a Shoah se quiser exercer como prelado dentro da Igreja Católica.
"A postura de Williamson sobre o Holocausto é absolutamente inaceitável, e firmemente rejeitada pelo papa. O bispo, para ser admitido nas funções episcopais na Igreja, terá de se retratar de maneira absolutamente inequívoca e pública", precisou a nota.
O Vaticano ressaltou que quando reabilitou o prelado britânico conhecido por suas posições anti-semitas, Bento XVI "não conhecia" sua posição sobre o Holocausto.
Sobre o processo da reabilitação dos quatro prelados e a situação atual da Fraternidade Sacerdotal de S. Pio X, fundada pelo arcebispo tradicionalista Marcel Lefebvre, o Vaticano ressaltou que a revogação da excomunhão representa apenas a "abertura de uma porta para o diálogo".
Os quatro bispos foram excomungados depois de ser ordenados de maneira ilegítima em 1988 por Lefebvre, que nunca reconheceu o Concílio Vaticano II, o que provocou um cisma na Igreja Católica Apostólica Romana.
A suspensão da excomunhão destes prelados, acrescentou o Vaticano, "não significa" que a situação jurídica da Fraternidade Sacerdotal de S. Pio X tenha mudado.
"Os quatro bispos não têm uma função canônica e não exercem legitimamente pelo Ministério. Isso significa que eles não podem celebrar missas, administrar os sacramentos ou predicar", disse o Vaticano.
"Para um futuro reconhecimento da Fraternidade Sacerdotal de S. Pio X é condição indispensável a plena aceitação do Concílio Vaticano II e dos magistérios dos papas João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II e Bento XVI", segundo exigiu o Vaticano.
Com estas exigências, a Secretaria de Estado vaticana quer transmitir "tranquilidade" aos setores da Igreja que temiam que a decisão de Bento XVI representasse "um passo atrás", segundo assinalaram à Agência Efe fontes eclesiais.
Os tradicionalistas continuam sem aceitar o Concílio Vaticano II desde o cisma de 1988, e qualificam de "destrutivas" as reformas surgidas dele.
Durante estes 21 anos, tanto João Paulo II como Bento XVI tentaram se aproximar dos tradicionalistas para que retornassem à obediência oficial da Igreja.
No entanto, os tradicionalistas mantêm suas "reservas" sobre o Vaticano II, apesar de agradecerem por algumas iniciativas do papa, como voltar a celebrar a missa em latim.
Da EFE
Juan Lara.
Fonte: EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL986789-5602,00-VATICANO+EXIGE+QUE+BISPO+SE+RETRATE+SOBRE+NEGACAO+DO+HOLOCAUSTO.html
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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Vaticano exige que bispo se retrate sobre negação do Holocausto
sábado, 1 de novembro de 2008
Fundação inter-religiosa pede que João XXIII seja declarado «justo entre as nações»
Declaração de seu fundador, Baruj Tenembaum, representante judeu
BUENOS AIRES, sexta-feira, 31 de outubro de 2008 (ZENIT.org).- O criador da Fundação Internacional Raoul Wallenberg, Baruj Tenembaum, pediu que João XXIII seja declarado «Justo entre as Nações».
Este título é outorgado a quem salvou judeus durante o Holocausto por Yad Vashem, o Memorial do Holocausto de Israel.
«Se o Papa João XXIII não for declarado ‘Justo entre as Nações’, serão nossos filhos que o consagrarão, já que a figura deste grande personagem da história se agiganta dia a dia», afirma Tenembaum, prestigioso representante judeu e pioneiro mundial do diálogo inter-religioso desde os anos 60.
A declaração de Tenembaum, enviada à Zenit, acontece por ocasião do qüinquagésimo aniversário da eleição do cardeal Angelo Giuseppe Roncalli como sumo pontífice, adotando o nome de João XXIII.
Depois de ter participado, em junho de 2003, de simpósio científico organizado pela Universidade de Bolonha e pela Fundação João XXIII por ocasião do 40º aniversário do falecimento de Angelo Roncalli, o Correio Argentino emitiu um selo postal dedicado à memória do «Papa Bom».
Alguns anos antes, em setembro de 2000, em uma cerimônia na Missão Permanente de Observação do Vaticano nas Nações Unidas e em presença do então secretário de Estado Vaticano, cardeal Angelo Sodano, a Fundação Wallenberg declarou aberta a campanha internacional para o reconhecimento da ação humanitária desenvolvida por Angelo G. Roncalli.
Dom Roncalli, antes de ser Papa, recorda Tenembaum, «intercedeu diante do rei Boris da Bulgária a favor de judeus búlgaros, e diante do governo turco a favor de refugiados judeus que haviam escapado da Turquia».
«Também fez todo o possível para evitar a deportação de judeus gregos. Foi também uma das principais fontes de informação do Vaticano sobre a aniquilação de milhões de judeus da Polônia e da Europa do Leste.»
«Quando cumpriu funções como Delegado Apostólico do Vaticano, em Istambul, em 1944, organizou uma rede de salvação de judeus e outros perseguidos pelo nazismo», acrescenta o fundador.
«Graças às suas ações, milhares de condenados à morte salvaram suas vidas. Sua obra e figura se alinham assim junto a numerosos diplomatas salvadores do Holocausto, como o sueco Raoul Wallenberg, o português Aristides de Sousa Mendes e o turco Salahattin Ulkumen, entre muitos outros», acrescenta.
«Uma nova era nas relações da Igreja Católica com o judaísmo se inaugurou com o pontificado de João XXIII – constata Tenembaum. Tratou-se de uma época marcada pela compreensão e pelo entendimento, depois de séculos de preconceito e perseguição religiosa.»
«As portas do diálogo inter-religioso começaram a abrir-se então e continuaram abertas durante o pontificado do Papa João Paulo II, que costumava dirigir-se aos judeus como ‘os irmãos mais velhos’, que visitou os campos de extermínio do nazismo em sinal de contrição e solidariedade com as vítimas judias e que fez uma peregrinação à Terra Santa, no Estado de Israel.»
A Fundação Wallenberg leva a cabo uma vasta pesquisa histórica destinada a revelar o importante trabalho humanitário levado a cabo por Dom Roncalli.
«O objetivo é dar a conhecer à opinião pública internacional os fatos altruístas e generosos realizados pelo delegado apostólico Roncalli, muito antes de ser consagrado Papa João XXIII, em 28 de outubro de 1958», declara Tenembaum.
Mais informação em http://www.raoulwallenberg.net
Fonte: Zenit(31.10.2008)
http://www.zenit.org/article-19934?l=portuguese
BUENOS AIRES, sexta-feira, 31 de outubro de 2008 (ZENIT.org).- O criador da Fundação Internacional Raoul Wallenberg, Baruj Tenembaum, pediu que João XXIII seja declarado «Justo entre as Nações».
Este título é outorgado a quem salvou judeus durante o Holocausto por Yad Vashem, o Memorial do Holocausto de Israel.
«Se o Papa João XXIII não for declarado ‘Justo entre as Nações’, serão nossos filhos que o consagrarão, já que a figura deste grande personagem da história se agiganta dia a dia», afirma Tenembaum, prestigioso representante judeu e pioneiro mundial do diálogo inter-religioso desde os anos 60.
A declaração de Tenembaum, enviada à Zenit, acontece por ocasião do qüinquagésimo aniversário da eleição do cardeal Angelo Giuseppe Roncalli como sumo pontífice, adotando o nome de João XXIII.
Depois de ter participado, em junho de 2003, de simpósio científico organizado pela Universidade de Bolonha e pela Fundação João XXIII por ocasião do 40º aniversário do falecimento de Angelo Roncalli, o Correio Argentino emitiu um selo postal dedicado à memória do «Papa Bom».
Alguns anos antes, em setembro de 2000, em uma cerimônia na Missão Permanente de Observação do Vaticano nas Nações Unidas e em presença do então secretário de Estado Vaticano, cardeal Angelo Sodano, a Fundação Wallenberg declarou aberta a campanha internacional para o reconhecimento da ação humanitária desenvolvida por Angelo G. Roncalli.
Dom Roncalli, antes de ser Papa, recorda Tenembaum, «intercedeu diante do rei Boris da Bulgária a favor de judeus búlgaros, e diante do governo turco a favor de refugiados judeus que haviam escapado da Turquia».
«Também fez todo o possível para evitar a deportação de judeus gregos. Foi também uma das principais fontes de informação do Vaticano sobre a aniquilação de milhões de judeus da Polônia e da Europa do Leste.»
«Quando cumpriu funções como Delegado Apostólico do Vaticano, em Istambul, em 1944, organizou uma rede de salvação de judeus e outros perseguidos pelo nazismo», acrescenta o fundador.
«Graças às suas ações, milhares de condenados à morte salvaram suas vidas. Sua obra e figura se alinham assim junto a numerosos diplomatas salvadores do Holocausto, como o sueco Raoul Wallenberg, o português Aristides de Sousa Mendes e o turco Salahattin Ulkumen, entre muitos outros», acrescenta.
«Uma nova era nas relações da Igreja Católica com o judaísmo se inaugurou com o pontificado de João XXIII – constata Tenembaum. Tratou-se de uma época marcada pela compreensão e pelo entendimento, depois de séculos de preconceito e perseguição religiosa.»
«As portas do diálogo inter-religioso começaram a abrir-se então e continuaram abertas durante o pontificado do Papa João Paulo II, que costumava dirigir-se aos judeus como ‘os irmãos mais velhos’, que visitou os campos de extermínio do nazismo em sinal de contrição e solidariedade com as vítimas judias e que fez uma peregrinação à Terra Santa, no Estado de Israel.»
A Fundação Wallenberg leva a cabo uma vasta pesquisa histórica destinada a revelar o importante trabalho humanitário levado a cabo por Dom Roncalli.
«O objetivo é dar a conhecer à opinião pública internacional os fatos altruístas e generosos realizados pelo delegado apostólico Roncalli, muito antes de ser consagrado Papa João XXIII, em 28 de outubro de 1958», declara Tenembaum.
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Fonte: Zenit(31.10.2008)
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