Crítica. Filme austríaco mostra personagem real às voltas com o nazismo, mas não se arrisca em controvérsias
"Os Falsários" expõe dilemas
Carlos Quintão
Especial para O Tempo
Não chega a ser realmente um caso de revisionismo histórico, mas é fato que a produção cinematográfica contemporânea começou a delinear de forma mais complexa e com maior gama de nuances um dos maiores traumas da 2ª Guerra, o Holocausto. Uma safra recente de filmes ousaram, se não justificar os atos criminosos nazistas, o que seria igualmente criminoso, pelo menos apresentar camadas de cinza nesse terrível e conturbado episódio. A palavra de ordem parece ser: nem todos os judeus são vítimas inocentes e nem todos os nazistas são assassinos cruéis.
(Foto)Prêmio, Cena do drama "Os Falsários", que ganhou o Oscar de filme estrangeiro em 2008
É nessa linha que "Os Falsários", do austríaco Stefan Ruzowitzky, em cartaz na cidade, insere-se. É a história real de Sally Sorowitsch (Karl Markovics), um gângster judeu de origem russa, especializado em falsificação, que, ao ser preso às vésperas da guerra, é enviado para um campo de concentração "especial", onde os prisioneiros têm benefícios e confortos em troca de serviços aos nazistas.
No caso, os de falsificação de moedas estrangeiras, como a libra esterlina e o dólar. O objetivo é inundar o mercado dos países aliados com dinheiro falso, de modo a dinamitar por dentro a economia dos inimigos. Para Sally, este é apenas mais um serviço como qualquer outro que já fez visando tão somente sua sobrevivência.
Mas nem todos os prisioneiros aceitam tal condição, como é o caso do idealista Adolf Burger (August Diehl), que sabota as tentativas de se reproduzir a moeda norte-americana. Mesmo com objetivos e ideais opostos, Burger e Sally se respeitam mutuamente, o que impede que o último denuncie o colega, mesmo sob pena de morte.
Esse é o dilema por trás de "Os Falsários": o sacrifício individual é justificado em nome de um ideal e do bem maior? Ou mais vale a sobrevivência? O roteiro não deixa dúvidas sobre qual lado se insere, ao mostrar Sally cada vez mais contagiado pela consciência de Burger. A questão não se coloca de forma tão sutil, mas não deixa de alinhar "Os Falsários" com as demais produções atuais que apresentam tal dubiedade.
Revisões. Filmes como "O Leitor", de Stephen Daldry, e "Um Homem Bom", de Vicente Amorim, contextualizam a noção de que as forças externas, como o próprio Estado, muitas vezes sobrepõem-se à moral e às vontades individuais.
"Amém", de Costa-Gavras, e "Operação Valquíria", de Bryan Singer, por sua vez, introduzem o conceito de bom nazista, aquele que acredita numa causa e repudia o extermínio dos judeus. Já "O Pianista", de Roman Polanski, e "A Espiã", de Paul Verhoeven, vão um passo além, mostrando que entre os judeus existiam aqueles que trairiam o próprio povo em benefício próprio.
Stefan Ruzowitzky, diretor oriundo do videoclipe e do sucesso "Anatomia" (com Franka Potente), não se aprofunda nessa dicotomia. O maniqueísmo se faz presente aqui e ali. Permanece o medo de desagradar, o que o filme certamente não faz. Pelo menos não à Academia de Hollywood, que lhe concedeu o Oscar de filme estrangeiro no ano passado.
Fonte: O Tempo Online
http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=112295
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domingo, 28 de junho de 2009
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Diretor de 'The reader' é apontado como candidato ao Oscar
NOVA YORK - Os dois primeiros filmes de Stephen Daldry lhe valeram indicações ao Oscar de melhor direção, e seu trabalho mais recente, "The Reader", estréia esta semana nos Estados Unidos já acompanhado de uma dose de especulações envolvendo os prêmios da Academia.
Baseado no romance "O Leitor", de Bernhard Schlink, "The Reader" conta a história de um garoto alemão de 15 anos que se envolve num caso amoroso com uma mulher que tem duas vezes sua idade e que esconde um segredo sombrio - seu envolvimento no Holocausto.
"Este não é um filme sobre o Holocausto - é sobre a segunda geração, sobre como se conciliar com o passado e como se pode abordar a vida e o amor numa sociedade que se envolveu com o genocídio", disse Daldry em entrevista.
Estrelado por Kate Winslet e Ralph Fiennes, o filme - que estréia na quarta-feira nas maiores cidades americanas e em janeiro em outras - vem recebendo críticas divididas, mas de modo geral positivas, e vários críticos prevêem que fará parte dos candidatos a Oscar.
Todd McCarthy, do Variety, disse que "The Reader" "foi feito com sensibilidade e é dramaticamente convincente, mas passa a impressão de uma experiência essencialmente cerebral".
O crítico Rex Reed, do New York Observer, descreveu o filme como "obra-prima", e Tom O'Neil, do Los Angeles Times, o considerou "candidato sério em todas as categorias principais do Oscar".
Ralph Fiennes representa o garoto Michael depois de adulto. Ele comentou que Daldry "não tem uma idéia fixa prévia, mas tem noções e instintos fortes em relação a como cada cena deve ser representada".
Daldry disse que passou muito tempo na Alemanha quando jovem e adulto e que se sentiu atraído por "O Leitor" e as questões que o livro suscita.
Para o papel do garoto, Daldry escolheu o estudante alemão David Kross, que tinha 16 anos quando fez um teste para o papel e completou 18 anos durante as filmagens, quando foram rodadas as cenas amorosas entre ele e Kate Winslet. Ele também precisou aprender a falar inglês.
"The Reader" é o primeiro filme de Daldry depois de "As Horas", que mostra como um romance de Virginia Woolf afeta três gerações de mulheres e que deu um Oscar a Nicole Kidman.
Seu primeiro filme foi "Billy Elliot", sobre um menino que quer ser bailarino numa cidade mineira do norte da Inglaterra.
Nos últimos anos Daldry vem dirigindo "Billy Elliot the Musical", para o qual Elton John compôs a música. O musical já foi encenado em Londres, onde recebeu vários prêmios Lawrence Olivier, em Sydney, e, mais recentemente, estreou na Broadway, em Nova York, onde foi aclamado pela crítica.
Fonte: Reuters(08.12.2008)
http://br.noticias.yahoo.com/s/reuters/cultura_filme_reader_oscar
Foto: http://www.awardsdaily.com/?tag=the-reader
Baseado no romance "O Leitor", de Bernhard Schlink, "The Reader" conta a história de um garoto alemão de 15 anos que se envolve num caso amoroso com uma mulher que tem duas vezes sua idade e que esconde um segredo sombrio - seu envolvimento no Holocausto.
"Este não é um filme sobre o Holocausto - é sobre a segunda geração, sobre como se conciliar com o passado e como se pode abordar a vida e o amor numa sociedade que se envolveu com o genocídio", disse Daldry em entrevista.
Estrelado por Kate Winslet e Ralph Fiennes, o filme - que estréia na quarta-feira nas maiores cidades americanas e em janeiro em outras - vem recebendo críticas divididas, mas de modo geral positivas, e vários críticos prevêem que fará parte dos candidatos a Oscar.
Todd McCarthy, do Variety, disse que "The Reader" "foi feito com sensibilidade e é dramaticamente convincente, mas passa a impressão de uma experiência essencialmente cerebral".
O crítico Rex Reed, do New York Observer, descreveu o filme como "obra-prima", e Tom O'Neil, do Los Angeles Times, o considerou "candidato sério em todas as categorias principais do Oscar".
Ralph Fiennes representa o garoto Michael depois de adulto. Ele comentou que Daldry "não tem uma idéia fixa prévia, mas tem noções e instintos fortes em relação a como cada cena deve ser representada".
Daldry disse que passou muito tempo na Alemanha quando jovem e adulto e que se sentiu atraído por "O Leitor" e as questões que o livro suscita.
Para o papel do garoto, Daldry escolheu o estudante alemão David Kross, que tinha 16 anos quando fez um teste para o papel e completou 18 anos durante as filmagens, quando foram rodadas as cenas amorosas entre ele e Kate Winslet. Ele também precisou aprender a falar inglês.
"The Reader" é o primeiro filme de Daldry depois de "As Horas", que mostra como um romance de Virginia Woolf afeta três gerações de mulheres e que deu um Oscar a Nicole Kidman.
Seu primeiro filme foi "Billy Elliot", sobre um menino que quer ser bailarino numa cidade mineira do norte da Inglaterra.
Nos últimos anos Daldry vem dirigindo "Billy Elliot the Musical", para o qual Elton John compôs a música. O musical já foi encenado em Londres, onde recebeu vários prêmios Lawrence Olivier, em Sydney, e, mais recentemente, estreou na Broadway, em Nova York, onde foi aclamado pela crítica.
Fonte: Reuters(08.12.2008)
http://br.noticias.yahoo.com/s/reuters/cultura_filme_reader_oscar
Foto: http://www.awardsdaily.com/?tag=the-reader
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quinta-feira, 13 de março de 2008
Kate Winslet encerra filmagens de drama sobre Holocausto
Kate Winslet encerra filmagens de drama sobre Holocausto
da Folha Online
O drama "The Reader", com a atriz Kate Winslet, encerrou suas filmagens em Berlim, segundo a revista especializada em cinema e entretenimento "Hollywood Reporter". A produção aborda o Holocausto e inicialmente teria Nicole Kidman no elenco, mas a atriz cancelou sua participação na trama devido à sua gravidez.
Winslet interpreta uma guarda de um campo de concentração. No elenco também estão Ralph Fiennes, Bruno Ganz, David Kross e Alexandra Maria Lara.
A história ocorre no pós-guerra da Alemanha e se centra em um adolescente que começa um longo e obsessivo relacionamento com a personagem de Winslet. Ele não sabe muito sobre ela até que a personagem desaparece um dia.
O jovem pensa que nunca mais irá vê-la, mas descobre que ela está sendo julgada por atos cometidos durante o período nazista e que é culpada de um crime horrível.
O projeto marca a reunião entre o diretor Stephen Daldry e o roteirista David Hare. O filme é baseado na obra do autor alemão Bernhard Schlink e deve chegar aos cinemas dos EUA em dezembro.
Foto: Winslet vive mulher que cometeu um crime durante período nazista
Fonte: Folha Online(Brasil, 12.03.2008)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u381223.shtml
da Folha Online
O drama "The Reader", com a atriz Kate Winslet, encerrou suas filmagens em Berlim, segundo a revista especializada em cinema e entretenimento "Hollywood Reporter". A produção aborda o Holocausto e inicialmente teria Nicole Kidman no elenco, mas a atriz cancelou sua participação na trama devido à sua gravidez.
Winslet interpreta uma guarda de um campo de concentração. No elenco também estão Ralph Fiennes, Bruno Ganz, David Kross e Alexandra Maria Lara.
A história ocorre no pós-guerra da Alemanha e se centra em um adolescente que começa um longo e obsessivo relacionamento com a personagem de Winslet. Ele não sabe muito sobre ela até que a personagem desaparece um dia.
O jovem pensa que nunca mais irá vê-la, mas descobre que ela está sendo julgada por atos cometidos durante o período nazista e que é culpada de um crime horrível.
O projeto marca a reunião entre o diretor Stephen Daldry e o roteirista David Hare. O filme é baseado na obra do autor alemão Bernhard Schlink e deve chegar aos cinemas dos EUA em dezembro.
Foto: Winslet vive mulher que cometeu um crime durante período nazista
Fonte: Folha Online(Brasil, 12.03.2008)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u381223.shtml
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