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domingo, 22 de fevereiro de 2009

Suposto corpo do 'Dr. Morte' nazista vai ser identificado, diz polícia

Aribert Heim teria se escondido no Cairo e morrido de câncer em 1992.
Ele é acusado de matar centenas em campo de concentração na Áustria.

Da AFP, em Berlim

O criminoso nazista Aribert Heim em foto de 1959. (Foto: AFP)

As autoridades alemãs afirmaram nesta quinta-feira (5) que vão procurar o corpo do nazista Aribert Heim para poder identificá-lo de forma segura. Elas também reconheceram ter "informações sérias" sobre sua provável morte no Egito, em 1992, confirmando assim as notícias divulgadas na véspera pela imprensa alemã e americana.

"Desde o início da semana dispomos de informações sérias procedentes de pessoas ligadas ao "Dr. Morte" (o apelido de Heim), disse nesta quinta-feira o porta-voz da polícia de Bade-Würtemberg (sudoeste de Alemanha), sede da unidade que investiga o nazismo.

A Justiça da Áustria também apura a morte do nazista, informou um porta-voz da promotoria de Linz (norte da Áustria), Rainer Schopper.

Aribert Heim, acusado de ser o 'Dr. Morte' nazista, um dos criminosos mais procurados do mundo e que estava desaparecido havia 50 anos, morreu em 1992, afirmaram na quarta-feira o 'New York Times' e a rede de televisão alemã ZDF.

Fachada do hotel onde Aribert Heim teria morado no Cairo. (Foto: The New York Times)

Heim teria morrido de câncer em 1992, segundo o filho do ex-nazista e amigos dele no Egito, onde morava sob disfarce. A rede de TV afirmou, inclusive, ter recebido uma cópia do atestado de óbito.

Nascido na Áustria, Heim, que também possuía nacionalidade alemã, é acusado de ser um dos mais sádicos criminosos de guerra nazistas, suspeito de ter assassinado e torturado centenas de detentos do campo de concentração de Mauthausen (norte da Áustria) com injeções de veneno no coração ou retirando as vísceras dos pacientes sem anestesia.

Ele era o segundo criminoso nazista mais procurado do mundo depois de Alois Brunner, principal assistente de Adolf Eischmann e que está atualmente considerado como morto.

De acordo com a ZDF, que conduziu uma investigação conjunta com o "New York Times", Heim vivia com a identidade falsa de Tarek Hussein Farid e tinha até se convertido ao Islã.

Fonte: AFP/G1
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL988331-5602,00-SUPOSTO+CORPO+DO+DR+MORTE+NAZISTA+VAI+SER+IDENTIFICADO+DIZ+POLICIA.html

domingo, 4 de maio de 2008

'Marcha para Vida' traz histórias de sobreviventes do Holocausto

Documentário brasileiro retrata trajeto pelos campos de concentração de Varsóvia até Auschwitz-Birkenau

Flávia Guerra/AE

Campo de concentração de Majdanek, em Lublin, na Polônia

POLÔNIA - Os bisavós de Anna Ren morreram no campo de concentração de Auschwitz, no sul da Polônia. A avó foi prisioneira lá. O avô também. "Ela trabalhava na cozinha. Ele era bombeiro. Tinham bons trabalhos. Por isso sobreviveram. Mas se conheceram em campos de trabalho forçado da Alemanha", conta Anna, que hoje é guia do museu em que se transformou o mais sangrento campo de extermínio nazista da história. Anna, em vez de fazer como a grande maioria dos jovens poloneses, e passar o mais longe possível de uma das grandes feridas que a Segunda Guerra deixou em seu país, preferiu rememorar, e reconstruir, sua trajetória todos os dias. Sem mágoas ou rancores que acometem, compreensivelmente, tantos judeus sobreviventes do Holocausto. Sem a culpa que acomete tantos poloneses não judeus. Anna é a cara jovem de um drama que, terminada a guerra, ainda permaneceu soterrado sob a névoa da repressão ideológica do comunismo, regime que dominou a Polônia após os nazistas deixarem o território.

Por esses belos acasos, ou não, do destino, foi Anna quem guiou, em fevereiro, a equipe do documentário Marcha para Vida em sua visita de reconhecimento pelo complexo Auschwitz-Birkenau, centro de extermínio onde mais de 1,5 milhão de prisioneiros (a grande maioria judeus, além de outras minorias, como ciganos, homossexuais, presos políticos e até Testemunhas de Jeová) foram assassinados de 1940 a janeiro de 1945, quando o exército soviético libertou o complexo. "Minha avó falava o que viu. Foi ela quem quis voltar para Oswiecim (nome polonês da cidade, chamada de Auschwitz pelos alemães). Ela queria ficar perto do lugar onde seus pais tinham morrido. Meu avô virou guarda aqui quando o campo virou museu, em 1947. Gostaria de saber mais. Mas ele era muito calado."

Traumatizada, uma geração se calou. Com décadas de silêncio, muitos relatos se perderam. Hoje, com a abertura política da Polônia (que após a queda do comunismo, em 1989, tem se disposto a debater temas como o Holocausto), o resgate da história das milhões de vidas que se perderam para o nazismo, assim como o de milhares que sobreviveram, é tarefa desta nova geração. E o resgate começou há quase 20 anos, em 1988, quando sobreviventes do Holocausto resolveram pegar pela mão seus jovens descendentes e percorrer com eles a trilha da morte que vai de Varsóvia (capital, no norte da Polônia) até Auschwitz-Birkenau (na Cracóvia), passando por campos da morte como Treblinka, Majdanek, até chegar a Israel. Nascia a Marcha para Vida, que, desde então, ganha mais peregrinos a cada ano. Para este, estima-se que cerca de 15 mil pessoas farão o percurso e se encontrarão em uma cerimônia em Auschwitz em 1º de maio.

E são os 20 anos desta peregrinação que Marcha para Vida (o documentário) vai contar. Engana-se quem pensa que será um filme restrito a uma comunidade. "Mais que uma bela história, Marcha faz uma leitura jovem da guerra. E revela o que pensa a juventude que herdou esta experiência, como assimila o que ocorreu e como celebra a vida, sem esquecer o passado terrível por que passaram seus avós. E este é um tema que interessa a todos pelo caráter histórico e humano", declara o produtor LG Tubaldini Jr.

A realidade a que se refere o produtor pode também parecer distante do brasileiro. Mas vale lembrar que a comunidade judaica no Brasil é de cerca de 120 mil pessoas e que todo ano cerca de 400 jovens brasileiros participam da Marcha. Este número vai aumentar em 2008, quando também são comemorados os 60 anos do Estado de Israel.

Marcha marca também um caso raro do cinema nacional. A produção de um documentário brasileiro e internacional ao mesmo tempo. O documentário foi idealizado pelo publicitário Márcio Pitliuk e tem produção da Latinamerica Internacional e da Conspiração Filmes. A direção, no entanto, fica a cargo de uma jovem americana, Jessica Sanders (que concorreu ao Oscar de melhor curta em 2002 por Sing e foi premiada em Sundance 2005 com o documentário After Innocence). Mas o filme não é só internacional por contar com diretora americana, equipe brasileira e ser rodado em vários países. A meta é também atingir o público pelo mundo. Esta é uma tendência forte que vem sendo firmada pela nova geração de produtores brasileiros.

Marcha tem orçamento de cerca de R$ 3 milhões, deve ficar pronto no fim do ano e participar de festivais de cinema no Brasil e no exterior. Previsões audaciosas, mas à altura de uma produção que será rodada em formato HD digital (e ser transferida para película 35 mm) e passar por quatro países: Brasil, EUA, Polônia e Israel. "A primeira fase começa agora em abril. Jessica chega e já começam as entrevistas com os participantes brasileiros da Marcha", conta Tubaldini. "Em seguida, volta para os EUA, onde realiza entrevistas com os americanos. Voltamos para a Polônia no fim de abril e percorremos a Marcha até chegar, em maio, a Auschwitz, onde haverá uma cerimônia com participantes e líderes políticos de todo o mundo", explica o produtor paulista. "A fase final será em Israel, onde a Marcha chega a seu objetivo que é não remoer com mágoa e rancor os horrores por que passaram os judeus, mas celebrar a vida. É transmitir para as novas gerações a história que foi terrível, mas sem esquecer que este é um caminho que celebra a reconstrução", completa Jessica.

"Sempre quis saber mais sobre a Marcha. Não havia informação. Resolvi contar esta vivência. E a parceria com o Tubaldini foi crucial", diz o publicitário, que conheceu o parceiro de projeto em 2006, quando o produtor montou sua peça Iidiche Mamma Mia. "Escrevi a comédia para falar das diferenças, e semelhanças, entre a comunidade judaica (já que eu sou judeu) e italiana (minha mulher é filha de italianos). E propus ao Tubaldini documentar a Marcha", conta Pitliuk, que, com o fotógrafo Márcio Scavone, vai editar também um livro fotográfico sobre a Marcha.

Superada a primeira fase, a dupla partiu para a Polônia. "Precisávamos conhecer o terreno em que queríamos semear. Descobrimos lugares incríveis e que ainda há histórias maravilhosas que precisam ser contadas", acrescenta o produtor, revelando-se, em uma comparação grosso modo, mas não equivocada, uma espécie de Oskar Schindler brasuca. Aderiu ao projeto por profissionalismo e acabou se apaixonando pela cultura judaica. "Achei que seria um grande desafio, mas, principalmente nesta última viagem, percorrendo todos os campos e conversando com tantos especialistas e pessoas comuns que viveram este drama, virei um entusiasta", confessa ele, que, com Pitliuk, Jessica, a produtora-executiva Valéria Amorim e Scavone refizeram, em fevereiro, os caminhos da Marcha em uma viagem não só de ‘pesquisa de locação’, mas de descobertas e encantamentos.

A repórter viajou a convite do governo polonês
Flávia Guerra, de O Estado de S. Paulo

Assista imagens do Holocausto

Fonte: Estadão
http://www.estadao.com.br/arteelazer/not_art137880,0.htm

terça-feira, 11 de março de 2008

Testemunhos dos engenheiros dos crematórios (Holocausto)

Testemunhos dos Engenheiros dos Crematórios

Testemunho do SS-Unterscharführer Herman Lambert sobre Sobibor
Citado em "BELZEC, SOBIBOR, TREBLINKA - The Operation Reinhard Death Camps", Indiana University Press - Yitzhak Arad, 1987, p. 123:


"Como eu mencionei no início, eu estava em um campo de extermínio dos judeus há duas ou três semanas. Era talvez no outono de 1942, mas não lembro exatamente quando. Àquele momento, eu fui designado por Wirth para aumentar a estrutura de gaseamento de acordo com o modelo de Treblinka. Eu fui a Sobibor junto com Lorenz Hackenholt, que estava, naquele tempo, em Treblinka.

Nos reportamos ao comandante do campo, Reichsleitner. Ele deu-nos a diretiva para a construção das instalações de gaseamento. Os campos já estavam em operação, e lá haviam essas instalações. Provavelmente a instalação antiga não era grande o suficiente, e a reconstrução era necessária."

Kurt Prufer I

Kurt Prufer, engenheiro chefe em Erfurt, Alemanha, 5 de Março de 1946.
Citado das transcrições do interrogatório pelo Professor Gerald Fleming da Universidade de Surrey, em um artigo do New York Times, em 18 de julho de 1993.


P. Quem, além de você, participou das contruções dos fornos?

R. De 1941-2, eu construi os fornos. Os desenhos técnicos foram feitos por Mr. Keller. O sistema de ventilação "Kremas" (crematórios) foram construídos pelo engenheiro chefe Karl Schultze.

P. Com que frequência e com que propósito você visitou Auschwitz?

R. Cinco vezes. A primeira vez no início de 1943, para receber ordens do Comando SS onde os Kremas deveriam ser construídos. A segunda vez foi na primavera de 1943 para inspecionar o terreno da construção. A terceira vez foi no outono de 1943 para inspecionar uma falha na construção de uma chaminé de um Krema. A quarta vez no início de 1944, para inspecionar a chaminé reparada. A quinta vez em Setembo-Outubro de 1944, quando eu visitei Auschwitz com o objetivo de realocar os crematórios (de Auschwitz), uma vez que o front estava mais próximo. Os crematórios não foram realocados porque não haviam trabalhadores suficientes.

P. Você era o único engenheiro da Topf em Auschwitz na primavera de 1943?

R. Não. (engenheiro chefe Karl) Schultze estava comigo em Auschwitz naquela época. Eu vi pessoalmente aproximadamente 60 corpos de mulheres e homens de diferentes idades que estavam sendo preparados para incineração. Isso era às 10 da manhã. Eu testemunhei a incineração de seis corpos e cheguei a conclusão de que os fornos estavam funcionando bem.

P. Você viu uma câmara de gás próxima aos crematórios?

R. Sim, eu vi uma próxima ao crematório. Entre a câmara de gás e o crematório haviam uma estrutura de conexão.

Kurt Prufer II

P. Você sabia que nas câmaras de gás e nos crematórios ocorria a liquidação de seres humanos inocentes?

R. Eu sabia desde a primavera de 1943 que seres humanos inocentes vinham sendo liquidados nas câmaras de gás em Auschwitz e que seus corpos eram depois incinerados nos crematórios.

P. Quem foi o projetista do sistema de ventilação das câmaras de gás?

R. Schultze foi o projetista do sistema de ventilação nas câmaras de gás; e ele o instalou.

P. Por que o revestimento interno de tijolos [brick lining] das fornalhas [muffles] se desgastavam tão rapidamente?

R. Os tijolos se desgastavam depois de seis meses porque a pressão [strain] nas fornalhas era colossal.

Testemunho do engenheiro Fritz Sander em 7 de Março de 1946.
Citado das transcrições do interrogatório pelo Professor Gerald Fleming da Universidade de Surrey, em um artigo do New York Times, em 18 de julho de 1993.


"Eu decidi projetar e construir um crematório com uma capacidade maior. Completei esse projeto de um novo crematório em Novembro de 1942 - um crematório para incineração em massa, e submeti esse projeto para a Comissão de Patentes do Estado [State Patent Commission] em Berlin.

Esse "Krema" seria construido no princípio do [conveyor belt]. Isso quer dizer, os corpos devem ser trazidos para as fornalhas de incineração sem interrupção. Quando os corpos são empurrados nas fornalhas, eles caem em uma grade e então deslizam na fornalha e são incinerados. Os corpos servem ao mesmo tempo como combustível. Essa patente não poderia ser aprovada pelo Escritório de Patentes [Main Patent Office] em Berlim por causa da sua classificação (como segredo de estado)."

P. Embora você soubesse das liquidações em massa de seres humanos inocentes nos crematórios, você se dedicou pessoalmente em projetar e criar fornos de maior capacidade de incineração para os crematórios - e por sua própria iniciativa.

R. Eu era um engenheiro alemão e membro chave da Topf [works] e via isso como responsabilidade em aplicar meu conhecimento de especialista nesse sentido para ajudar a Alemanha a vencer a guerra, assim como um engenheiro de construção de aeronaves em tempo de guerra, que também está ligado com a destruição de seres humanos.

Testemunho do engenheiro Karl Schultze

Citado das transcrições do interrogatório pelo Professor Gerald Fleming da Universidade de Surrey, em um artigo do New York Times, em 18 de julho de 1993.

P. Qual era sua parte na construção desse Krema e qual era a de Prufer?

R. Prufer era um expert. Ele projetou e construiu esses crematórios e comandou a construção nos campos de concentração. Eu era o responsável pelos sistemas de ventilação e pela injeção de ar nas fornalhas. Em [instances] específicas, eu comandei as instalações pessoalmente. Eu pessoalmente comandei a instalação dos crematórios e das câmaras de gás de Auschwitz. Para esse propósito, eu viajei a Auschwitz três vezes em 1943.

Eu não sabia que nos crematórios de Aischwitz-Birkenau seres humanos inocentes eram liquidados. Eu pensei que lá eram eram mortos criminosos sentenciados a morte por causa de crimes que eles haviam comentido contra o exército alemão na Polônia e em outros territórios ocupados. Eu sou um alemão e apoiei e estou apoiando o governo na Alemanha e as leis do nosso governo. Quem quer que se oponha às nossas leis é um inimigo do Estado, porque nossas leis o estabelecem como tal. Eu não agi em iniciativa pessoal mas dirigido por Ludwig Topf. Eu estava com medo de perder minha posição e de uma possível prisão.

P. Sua visão realmente não difere da visão de um nazista.

R. Não, eu não era membro do NSDAP. Eu só respeitava e agia de acordo com as leis do meu país.

Fonte: A Teacher's Guide to the Holocaust
http://fcit.coedu.usf.edu/HOLOCAUST/RESOURCE/DOCUMENT/DocTest1.htm
Tradução: Guilherme
Extraído do tópico da comunidade Holocausto x "Revisionismo"

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