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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

De cidadãos comuns a assassinos nazistas

Filme busca raízes do mal ao analisar a psique dos pelotões nazistas

Diretor Stefan Ruzowitzky tenta descobrir como jovens normais se tornam máquinas de matar, tomando como exemplo membros de tropas alemãs responsáveis por milhões de assassinatos de civis durante Segunda Guerra.


O cineasta austríaco Stefan Ruzowitzky (vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2008 com Os falsários) ousa se equilibrar numa tênue linha entre a explicação e a acusação, tentando tirar lições para nossa sociedade atual.

Das radikal Böse ("O mal radical", em tradução livre) é uma espécie de ensaio cinematográfico documental, que se propõe desvendar como homens psiquicamente saudáveis podem se tornar verdadeiras máquinas de matar.

Neste caso, os objetos da pesquisa são os membros dos chamados Einsatzgruppen ("forças-tarefa") grupos paramilitares comandados pelas SS, que durante a Segunda Guerra assassinaram cerca 2 milhões de pessoas, na maioria judeus, nos territórios do Leste Europeu ocupados pela Alemanha.

O filme mostra entrevistas com historiadores e psicólogos, busca respostas em diários, trechos de cartas, registros de tribunal. Cenas históricas não são propriamente encenadas: a maior parte do tempo o espectador vê rostos de atores desconhecidos, em plano próximo, com as vozes sempre em off.

Experimentos reveladores

Recurso estilístico: atores em plano próximo e vozes em off
Ruzowitzky encena experimentos famosos, como o de aprisionamento de Stanford ou o de Milgram, em que os pesquisadores comportamentais testaram a disposição dos voluntários de torturar outras pessoas, supostamente obedecendo a uma ordem superior. A maioria dos participantes aceitou torturar o próximo, e o fato de as cenas serem apresentadas de forma estilizada e distanciada não contribui para amortecer o devastador efeito sobre o espectador.

O longa-metragem apresenta com explicitude incômoda aquilo que geralmente nos recusamos a admitir: os membros dos Einsatzgruppen tinham, sim, uma alternativa. Eles podiam perfeitamente ter recusado as ordens superiores para matar, sem correr risco de vida. Só arriscariam ser transferidos ou a ficar de fora na próxima rodada de promoções hierárquicas.

"A única restrição era quanto ao motivo", observa o historiador Andrei Angrick, que há anos pesquisa os Einsatzgruppen. "Era possível ao soldado argumentar que não fora para a frente de batalha para matar mulheres e crianças, mas sim para lutar. Entretanto, um argumento de fundo ideológico poderia se tornar um problema para ele." Quem se recusava a participar de esquadrões da morte era transferido para realizar outras tarefas. Angrick confirma que o soldado não precisava temer ser excluído nem punido.

Para os soldados no filme, a primeira participação num pelotão de fuzilamento representa grande sofrimento emocional. Em seguida, porém, processos de dinâmica de grupo e pressão social à conformidade passam a agir, aliviando a carga psicológica. A doutrinação propagandística faz o resto: no fim, o assassinato em massa passa a ser apenas um trabalho sujo que precisa ser feito, para que um objetivo maior seja alcançado.

"No Estado nazista, a utopia germânica era uma promessa de felicidade, de uma sociedade perfeita", explica Andrej Angrick. "Os judeus não foram mortos porque eram judeus, mas porque eles e as outras vítimas da perseguição nazista eram estorvos para se atingir um 'Jardim do Éden Ariano', segundo os nazistas. A guerra de extermínio foi uma guerra de utopia, em cujo final estava a promessa de salvação para todos os que participavam dela."

Cena de "Das radikal Böse"

Risco de "compreender demais"

O título do filme de Stefan Ruzowitzky provém de um texto do alemão Immanuel Kant, do final do século 18. De forma simplificada: nele o filósofo argumenta que a predisposição para violar normas e padrões morais repousa em cada um de nós.

O famoso psiquiatra nova-iorquino Robert Jay Lifton fala no filme do "potencial humano" para fazer o mal que está em todos. Mas e quando esse mal irrompe, quando ultrapassa as fronteiras do moralmente aceitável? Lifton vê a solução na cultura política, que forneceria ao indivíduo limites para a sua ação.

Cartaz do filme que estreou em janeiro na Alemanha
O historiador alemão Andrej Angrick discorda: para ele, a influência maior é do contexto social. "Acredito que, numa outra sociedade, 95% dos membros dos Einsatzgruppen não se tornariam criminosos extremos. Cultura política por si só não ajuda. São necessárias elites com boa formação."

Ele também considera fundamental o papel da Justiça. "O Estado deve não só ameaçar com punições, mas também fazer valer limites." Além disso, uma sociedade não deve cometer o erro de desenvolver o que ele chama de "cultura do diálogo compreensivo demais". Um exemplo disso seria a forma como se lida com os neonazistas na Alemanha. "A compreensão das circunstâncias sempre traz em si o risco da exoneração de culpa, do perdão e, com isso, também da aprovação."

O filme de Ruzowitzky não cai na armadilha de perdoar e aprovar. No final, fica claro que os assassinos não podem alegar falta de alternativa, nem delegar a culpa a um Estado nazista abstrato. Eles são, sim, pessoalmente responsáveis pelos seus atos.

Fonte: Deutsche Welle Brasil (Alemanha)
http://www.dw.de/filme-busca-ra%C3%ADzes-do-mal-ao-analisar-a-psique-dos-pelot%C3%B5es-nazistas/a-17370732

Título tirado da edição em espanhol: De ciudadanos corrientes a asesinos nazis
http://www.dw.de/de-ciudadanos-corrientes-a-asesinos-nazis/a-17370245

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Documentários lembram vítimas do regime nazista

Cultura. Documentários lembram vítimas do regime nazista

(Foto)Tropeçar sobre a lembrança: pequenos memoriais às vítimas do Holocausto

Dois filmes sobre o passado alemão durante o nazismo chegam aos cinemas. Enquanto um deles lembra a trajetória de uma sobrevivente do Holocausto, o outro retrata o projeto de um artista sobre a memória do período.

Gunter Demnig é o artista por trás da idéia das "lápides do tropeço", espalhadas por grandes cidades européias, principalmente alemãs, para lembrar as vítimas do Holocausto nazista. Com direção de Doerte Franke, o documentário Stolperstein (Lápide do tropeço), que acompanha o projeto de Demnig, chega aos cinemas do país.

As lápides ou simplesmente pedras do tropeço estão espalhadas por mais de 300 localidades e servem como memoriais em miniatura às vítimas da perseguição nazista. Posicionadas em frente aos antigos endereços daqueles que foram deportados e assassinados, elas contêm a data e o local de morte dos mesmos.

Reações de transeuntes

Em Hamburgo, já há mais de 2.380 lápides, em Berlim pouco mais de duas mil. Já em Munique a resistência das autoridades locais fez com que o projeto não pudesse ser implementado. Fora da Alemanha, já há lápides do tropeço na Hungria e em 12 cidades austríacas, inclusive em Braunau am Inn, local de nascimento de Hitler. No próximo ano, Deminig pretende iniciar seu projeto na Bélgica, na França e na Itália.

(Foto)Lápides do tropeço nas ruas de Hamburgo

No documentário de Franke, a câmera segue o artista pelas pequenas cerimônias de colocação das lápides, a maioria delas financiada por parentes das vítimas ou organizações privadas. O filme, porém, não se detém somente à presença de parentes das vítimas, mas registra a reação de transeuntes ou mesmo as atividades de um grupo de mulheres de Hamburgo que assumiram, como voluntárias, a tarefa de limpar e polir as lápides da cidade regularmente.

Ataques de extremistas

Além do dia-a-dia do projeto, o documentário revela a oposição que o trabalho de Demnig desperta. Extremistas de direita já tentaram intimidar o artista, principalmente no leste do país, onde as cerimônias de colocação das lápides só acontecem com proteção policial. Nesta região, conta o artista, 41 lápides foram devastadas por vândalos.

E mesmo dentro da comunidade judaica o projeto do artista não conta com aceitação unânime. Charlotte Knobloch, presidente do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, se posiciona contra a idéia, por acreditar que a dignidade das vítimas do Holocausto nazista não deveria ser "pisada" nas ruas.

Knobloch se recusou a conceder entrevista para o documentário. Para Demnig, a resposta à acusação é simples: "Quando você se aproxima de uma lápide e pára para ler a mesma, você tem que automaticamente se curvar perante a vítima", diz o artista no filme.

Quebrando o silêncio de Gerda

Longe da Alemanha, em Nova York, vive a protagonista de outro filme que trata do passado nazista e que acaba de ser lançado nos cinemas do país. Gerdas Schweigen (O Silêncio de Gerda), da diretora Britta Wauer, mostra, através da biografia de uma sobrevivente das perseguições nazistas, como tanto a lembrança quanto o processo de reprimir a memória podem ser essenciais à sobrevivência.

(Foto)Retrato de Gerda na década de 40

Gerda, uma judia nascida em Berlim em 1905 e protagonista do filme, se calou durante 60 anos a respeito dos sofrimentos pelos quais passou. O documentário é baseado num livro escrito por Knut Elstermann, cuja tia, em Berlim, escondeu Gerda no passado, até esta ser presa e deportada para Auschwitz, onde deu à luz a uma filha que morreu poucos dias depois do nascimento.

Destino individual

O silêncio na família de Knut em Berlim sobre a filha morta da "tia Gerda", que emigrou nos primeiros meses do pós-guerra para os EUA, foi um dos tabus da infância do jornalista Elstermann. Após a morte da tia, ele resolve visitar Gerda, quebra seu silêncio e escreve um livro a respeito, que acabou despertando a atenção da documentarista Britta Wauer.

(Foto)Gerda e Knut Elstermann

Diante da montanha de livros, filmes e publicações didáticas sobre o regime nazista disponível na Alemanha, Knut Elstermann justifica sua opção por um destino individual: "Percebi que o excesso de material faz com que muito facilmente se perca o acesso emocional às vítimas. Nos últimos anos, tivemos, no cinema, uma fixação extrema nas figuras dos carrascos. Em relação às vítimas, pensa-se com freqüência: é claro que elas sofreram. No entanto, é preciso, individualmente, pelo menos tentar refletir sobre uma trajetória de sofrimento, mesmo que nunca se possa compreender realmente o que isso signficou para a pessoa", conclui o autor.

DW/Agências (sv)

Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 21.11.2008)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,3810514,00.html

terça-feira, 3 de março de 2009

Filme alemão sobre o Holocausto leva o Oscar de melhor curtametragem

OSCAR 2009: Filme alemão sobre holocausto ganha Melhor Curtametragem
Da Redação http://www.cineclick.com.br/

Cena de Toyland

A Academia reafirmou, uma vez mais, sua tendência por filmes que trazem o tema do holocausto. O vencedor entre os Curtasmetragens foi Toyland, de Jochen Alexander.

O diretor agradeceu à Academia por dar a oportunidade para um pessoa que cresceu com o Muro de Berlim. "Eu cresci na Alemanha oriental. Gastei quatro anos da minha vida nesse filme de 14 minutos".

O curta se passa no ano de 1942 e traz o olhar infantil: o que acontece quando uma criança alemã acredita que os seus vizinhos judeus estão indo para a Terra dos Brinquedos?

Fonte: CineClick UOL

Filme no youtube (curtametragem), com legendas em português:


Sobre filme 'O Holocausto', ler o texto:
Minissérie 'Holocausto' (Gerald Green, 1978). Não existe filme com nome Holocausto

Atrás de uma lista de filmes, documentários e séries sobre o Holocausto? Confira em:
Filmografia do Holocausto
http://holocausto-doc.blogspot.com/2009/12/filmes-holocausto-nazismo-fascismo.html

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