SÃO PAULO - O juiz Aphael Nardy Lencioni Valdez, da 29ª Vara Criminal, condenou dois homens - Guilherme Witiuk Ferreira de Carvalho e Rodrigo Alcântara de Leonardo, conhecidos como Chuck e Tumba, respectivamente - por formação de quadrilha por liderar o grupo Impacto Hooligan. O grupo foi acusado pelo Ministério Público de ter sido o responsável por jogar uma bomba ao fim da Parada Gay em junho de 2009, que causou ferimentos em cerca de 10 pessoas.
Segundo a sentença, no decorrer do processo não foi possível juntar provas sobre a atuação do grupo no atentado, mas ficou comprovada a existência da quadrilha e a liderança de Carvalho sobre os demais integrantes. Carvalho foi condenado a pena de 2 anos, 4 meses e 24 dias de reclusão. Leonardo, a 2 anos de reclusão. Nos dois casos, a pena deve ser cumprida em regime fechado, sem direito a substituição de pena, mas os dois poderão recorrer em liberdade.
O juiz afirma em sua sentença que "o que se tem provado nos autos é a associação de parte dos réus e de outros indivíduos em quadrilha para o fim de cometer crimes violentos e de intolerância. A existência da quadrilha autodenominada Impacto Hooligan, assim como sua finalidade ilícita, é fato incontroverso e mais do que provado nos autos. Pensar o contrário é ofender o bom senso".
"O grupo Impacto Hooligan, além de praticar crimes violentos e contra a honra de terceiros, o fazia por motivação odiosa e preconceituosa, elegendo as vítimas entre minorias e homossexuais, apenas e tão somente pelo fato de pertencerem a tais minorias ou exercerem referida orientação sexual. Os membros do bando, jovens de classe média, oriundos de famílias constituídas e que cursavam boas escolas e faculdades, seguiam orientação neonazista e xenófoba que disseminava o preconceito, o ódio, a intolerância e a violência", diz a sentença.
O juiz lembra que documentos comprovaram a existência da quadrilha, cujas regras são "respeitar a hierarquia, comparecer às reuniões, honrar o nome da Impacto Hooligan, ajudar e respeitar os membros da IH, lutar contra o inimigo, ser leal à ideologia, cobrar tretas suas e de membros do IH, não trair o movimento, não ter dó de inimigos, não ficar bêbado em dias de role agressivo, levar o nome da Impacto Hooligan adiante, nunca baixar a cabeça para os inimigos, conhecer símbolos e siglas, em hipótese alguma trair membros da IH, mesmo em minoria, ir aos combates."
Preso por um crime violento, Carvalho escreveu bilhete ao comparsa: "O os rolês muleque? Ta fiel ao IMPACTO né? Porque aqui é 98 até a morte, não é porque eu fui preso que tudo ou eu irei parar ou largar a banca. Eu to montando a banca até aqui na cadeia, juro pra você, HAHAHA!. No parágrafo seguinte, acrescenta "seja leal a banca e ao nosso ideal 88". Por fim, termina assinando: CHUCK 98, IMPACTO H88LIGAN e uma suástica nazista.
De acordo com a sentença, conforme demonstrado nos autos de inquérito e confirmado pelos adolescentes membros da quadrilha, os números se referem a localização da primeira letra das palavras no alfabeto. Especificamente, 88 refere-se a HH, que por sua vez indica a saudação nazista "Heil Hitler", enquanto 98 se refere a IH, que tem o significado óbvio de Impacto Hooligan.
"Os fartos elementos colhidos, especialmente no inquérito policial, demonstram não apenas a existência do grupo, mas sua estabilidade, organização e finalidade criminosa", diz o juiz.
Fonte: O Globo
http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2010/09/21/justica-condena-dois-integrantes-de-quadrilha-autodenominada-impacto-hooligan-em-sp-921037501.asp
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sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Justiça condena dois integrantes de quadrilha autodenominada Impacto Hooligan em SP
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sexta-feira, 28 de maio de 2010
O manual neonazi do "Blood & Honour" - Espanha
Madrid, 27 maio(EFE).- Recrutar jovens brancos em concertos é um dos conselhos do manual de campanha do movimento neonazi "Blood & Honour" ("B&H"), confiscado pela polícia com um dos 18 jovens que estão sendo julgados em Madrid por porte ilegal de armas e por pertencerem a um grupo que incita a xenofobia.
A proposta deste manual, elaborado pelo já falecido chefe francês deste movimento neonazi, Max Hammer, e ao que teve acesso a Efe, coincide com a ação desenvolvida pelo "B&H" em fevereiro de 2005, quando supostamente organizou um concerto na localidade madrilena de 'Talamanca del Jarama' em que acolheram cerca de 400 pessoas, muitas delas com estética "skinhead".
Durante o julgamento que está sendo realizado na Audiência Provincial de Madrid, a maioria dos acusados reconheceram que acolheram no dito concerto, alguns destes desde Jaén, Sevilha e Saragoça, motivados unicamente porque gostavam de alguns dos grupos musicais que atuavam e não porque se reuniram ali pessoas de ideologia racista.
De acordo com o relato provisório do fiscal, em 12 de fevereiro de 2005 a associação "Blood & Honour España" - Sangue e Honra - organizou um concerto na discoteca "Taj Mahal" com as ditas pessoas e durante o mesmo deram gritos alusivos ao povo judeu tais como "seis milhões de judeus a mais na câmara de gás", além de serem vendidos livros, camisetas e CDs com ideias nazistas.
O manual elaborado por Hammer, e que supostamente tinha na sua casa Francisco José L.P., um dos fundadores do grupo na Espanha, disse textualmente que: "o propósito do movimento 'Blood & Honour' é atrair e formar ativistas a jovens brancos através de música RAC/WP - Rock contra o Comunismo e Poder Branco - através de atividades culturais pautadas nas políticas Nacional-Socialistas".
Para adicionar mais tarde: "devem organizar-se atividades sociais, como concertos e festas (...) para manter as relações entre camaradas"... Tais atividades devem também "atrair novos recrutas"".
Por sua parte, no escrito da acusação popular, representada pelo Movimento contra a Intolerância, assinala-se que o "B&H" utiliza a organização de concertos como aquele de 'Talamanca del Jarama' para arrecadar fundos e "para difusão de sua ideologia".
No manual de campanha também se assegura que o objetivo deste grupo neonazi é "ter o poder" e adverte que ou a "raça ariana" detém "o mando total de seu futuro" ou "desaparecerá".
"O homem ariano crescerá de novo e devolverá a justiça à terra. Ou preferirá viver e lutar para ele mesmo. Não há meio termo", vaticina o documento encontrado em posse de Francisco José L.P. e que forma parte das provas do julgamento.
Assim mesmo, o manual do "B&H", que também faz referência ao movimento Combat 18 (a sigla se refere aos números que ocupam no alfabeto as letras A e H, iniciais de Adolf Hitler), recomenda aos neonazis a utilização de e-mails na internet para evitar "custosas e arriscadas chamadas telefônicas".
Contudo, Roberto L.U., considerado como "líder" do grupo, fora interceptado um grande número de chamadas telefônicas pela Guardia Civil nas quais, segundo o informe do Grupo de Informação da Comandância de Madrid, falava com um interlocutor sobre o dinheiro que arrecadava com a venda de armas.
Além disso, nessas conversações o acusado chega a se pôr como exemplo de onde se refletem "muitos jovens". EFE
Fonte: Agência EFE, Espanha
http://www.google.com/hostednews/epa/article/ALeqM5gI7KmBGM_5tdfiAyy-e1R3VIKbdg
Tradução: Roberto Lucena
Outras matérias:
Tribunal espanhol condena 14 membros de grupo neonazista

Durante o julgamento que está sendo realizado na Audiência Provincial de Madrid, a maioria dos acusados reconheceram que acolheram no dito concerto, alguns destes desde Jaén, Sevilha e Saragoça, motivados unicamente porque gostavam de alguns dos grupos musicais que atuavam e não porque se reuniram ali pessoas de ideologia racista.
De acordo com o relato provisório do fiscal, em 12 de fevereiro de 2005 a associação "Blood & Honour España" - Sangue e Honra - organizou um concerto na discoteca "Taj Mahal" com as ditas pessoas e durante o mesmo deram gritos alusivos ao povo judeu tais como "seis milhões de judeus a mais na câmara de gás", além de serem vendidos livros, camisetas e CDs com ideias nazistas.
O manual elaborado por Hammer, e que supostamente tinha na sua casa Francisco José L.P., um dos fundadores do grupo na Espanha, disse textualmente que: "o propósito do movimento 'Blood & Honour' é atrair e formar ativistas a jovens brancos através de música RAC/WP - Rock contra o Comunismo e Poder Branco - através de atividades culturais pautadas nas políticas Nacional-Socialistas".
Para adicionar mais tarde: "devem organizar-se atividades sociais, como concertos e festas (...) para manter as relações entre camaradas"... Tais atividades devem também "atrair novos recrutas"".
Por sua parte, no escrito da acusação popular, representada pelo Movimento contra a Intolerância, assinala-se que o "B&H" utiliza a organização de concertos como aquele de 'Talamanca del Jarama' para arrecadar fundos e "para difusão de sua ideologia".
No manual de campanha também se assegura que o objetivo deste grupo neonazi é "ter o poder" e adverte que ou a "raça ariana" detém "o mando total de seu futuro" ou "desaparecerá".
"O homem ariano crescerá de novo e devolverá a justiça à terra. Ou preferirá viver e lutar para ele mesmo. Não há meio termo", vaticina o documento encontrado em posse de Francisco José L.P. e que forma parte das provas do julgamento.
Assim mesmo, o manual do "B&H", que também faz referência ao movimento Combat 18 (a sigla se refere aos números que ocupam no alfabeto as letras A e H, iniciais de Adolf Hitler), recomenda aos neonazis a utilização de e-mails na internet para evitar "custosas e arriscadas chamadas telefônicas".
Contudo, Roberto L.U., considerado como "líder" do grupo, fora interceptado um grande número de chamadas telefônicas pela Guardia Civil nas quais, segundo o informe do Grupo de Informação da Comandância de Madrid, falava com um interlocutor sobre o dinheiro que arrecadava com a venda de armas.
Além disso, nessas conversações o acusado chega a se pôr como exemplo de onde se refletem "muitos jovens". EFE
Fonte: Agência EFE, Espanha
http://www.google.com/hostednews/epa/article/ALeqM5gI7KmBGM_5tdfiAyy-e1R3VIKbdg
Tradução: Roberto Lucena
Outras matérias:
Tribunal espanhol condena 14 membros de grupo neonazista
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