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quinta-feira, 28 de abril de 2016

Censura a professores no Estado de São Paulo, no rastro do golpe de estado

Assistam o vídeo e tirem suas conclusões, mas só pra antecipar, o prof. Reginaldo Nasser diz que seria um procedimento normal (e eu concordo), numa circunstância normal, mas não é isso que estamos vivendo, ao contrário do que os estudantes cantam no vídeo, "não vai ter golpe", o golpe foi dado oficialmente no dia 17 de abril último, já há um golpe, o que tem que haver é um contra-golpe, resistência pra denunciar o governo ilegítimo que se instalará no país via golpe de estado e já denunciado em toda imprensa mundial. Graças à internet, o golpe não foi silenciado como em 1964 quando esta casta civil golpista e apátrida usou as forças armadas pra seus intentos (hoje dá pra entender isso de forma mais clara), a cabeça do golpe foi mesmo civil, os mesmos grupos civis e econômicos que atuam hoje e atuaram em 1964.

O governador de São Paulo, do PSDB, apoiou o golpe de estado no país, como todo o PSDB. Esses tucanos são oficialmente filhotes de 1964 e traidores da Democracia no país e do país. Parece que a oligarquia (ou as oligarquias) de São Paulo, entreguistas por natureza e contra o país, ficaram muito ressentidas com a política do governo Lula e Dilma pra desenvolver a região Nordeste e Norte do país, não conseguem esconder tanto ressentimento de uma casta historicamente beneficiada ao longo da História da República e que nunca soube desenvolver o país nem uni-lo. Que o resto do país pense nisso antes de seguir como manada o golpismo dessa elite entreguista de SP, que tem capachos em vários estados, inclusive no meu. A opinião é minha mas caso alguém pense o mesmo, seja bem-vindo.

Denúncia da página da UNE, castração das liberdades individuais e de reunião em público. Parabéns aos "coxinhas" golpistas que foram às ruas, mais precisamente à Av. Paulista, "combater a corrupção" (entre aspas, era a mentira que contavam na ocasião, agora devidamente desmascarado que não havia combate algum a isso, pros mais céticos, eu sempre soube que era outra coisa então não me causa surpresa alguma no que se passa) colocando o que há de mais corrupto e atrasado no país (oligarquias) no poder castrando as liberdades civis do povo.

P.S. eu ia fazer um post no dia seguinte do golpe do dia 17 de abril, mas não havia cabeça pra isso, mas acho que isso deve ficar registrado pra que no futuro tenham uma ideia do que aconteceu e do que essa massa de manobra nas ruas, teleguiada principalmente pela Rede Globo golpista fizeram contra o país. Eles sofrem rechaço internacional desde que cometeram isso, nem o governo dos EUA que muito provavelmente ajuda nessas coisas consegue vir a público e reconhecer legítimo o governo golpista, pois o peso disso numa disputa presidencial nos EUA seria muito pesado e usado pelos rivais (republicanos).

Assistam pelo Facebook que é mais fácil, o sistema de incorporação de vídeos dele é precário (mas mesmo assim colocarei mais abaixo):
https://www.facebook.com/uneoficial/videos/1250034985023957/
União Nacional dos Estudantes estava sendo transmitido ao vivo.

|URGENTE| Em São Paulo, Polícia Militar, interrompe aula pública da UNINOVE, professor Reginaldo Nasser da PUC - SP (o que se negou a dar entrevista para GloboNews). A quem serve atrapalhar a educação?

PARALISAÇÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES!
Saiba mais e fique por dentro dos atos em todo o Brasil no dia de hoje:
https://www.facebook.com/events/581373098693033/

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O separatismo dos magoados

O título é provocativo até porque se fosse citar todo idiota que propôs idiotices após o término das eleições (isso está se tornando uma "tradição"... no pior sentido do termo), iria chover prints e mais prints de idiotas dando seus espetáculos de crianças mimadas.

Mas quando a coisa ocorre em jornais ou revistas de maior alcance, a coisa sai do "anedótico" do anônimo inconsequente pro chamado "formador de opinião" (ou 'deformador de opinião', conforme sua visão) pregando crimes, pois separatismo é ilegal no Brasil conforme está escrito na Constituição, com previsão de punição. Isso mesmo que você leu, quem prega, com grande alcance a ponto de incitar multidões, está cometendo crime, podem ler direto na fonte mas vou copiar as partes que interessam pra cá:
LEI Nº 7.170, DE 14 DE DEZEMBRO DE 1983.
Define os crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social, estabelece seu processo e julgamento e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 1º - Esta Lei prevê os crimes que lesam ou expõem a perigo de lesão:

I - a integridade territorial e a soberania nacional;

Il - o regime representativo e democrático, a Federação e o Estado de Direito;

Ill - a pessoa dos chefes dos Poderes da União.

TíTULO II

Dos Crimes e das Penas

Art. 8º - Entrar em entendimento ou negociação com governo ou grupo estrangeiro, ou seus agentes, para provocar guerra ou atos de hostilidade contra o Brasil.

Pena: reclusão, de 3 a 15 anos.

Parágrafo único - Ocorrendo a guerra ou sendo desencadeados os atos de hostilidade, a pena aumenta-se até o dobro.

Art. 9º - Tentar submeter o território nacional, ou parte dele, ao domínio ou à soberania de outro país.

Pena: reclusão, de 4 a 20 anos.

Art. 11 - Tentar desmembrar parte do território nacional para constituir país independente.

Pena: reclusão, de 4 a 12 anos.
E prossegue: CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
CAPÍTULO VI. DA INTERVENÇÃO

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

I - manter a integridade nacional;

II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
Após mostrar o conteúdo acima, o que dizer disto abaixo?


Eu tinha salvo esse print de outro link, mas pra achar de novo acabei encontrando no Viomundo, então segue com esse mesmo.

E teve mais aqui:
Deputado do PSDB pede independência do Sul e do Sudeste
Mais um aqui e aqui.

Eu só iria comentar o caso do Constantino, mas pra não ser injusto com ele, citei os outros dois pra mostrar que não foi um caso de idiotice isolada. Andei vendo que uma parte da "turma extremada" anda desconversando sobre a ideia de "separação" pregada no dia do resultado da eleição ou logo após (devem ter sido alertados do 'tranco' da coisa). Mas sem essa, quem pregou assuma que o fez ou se retrate, sem conversa mole.

O mais grave disso é um militar pregar separatismo pois se há uma coisa que é consenso no Brasil entre direita, esquerda, centro etc, após o período de turbulência do século XIX onde houve vários movimentos de desmembramento que surgiram provocados pela presença da Coroa Portuguesa no Brasil, e que são movimentos separatistas dependendo do ângulo por qual você trata pois se separar de Portugal (o território do país ainda pertencia à Coroa Portuguesa e seus descendentes) não seria propriamente separatismo como no caso da Guerra de Secessão nos EUA ou recentemente a Escória querendo retomar sua soberania pois é uma nação, com língua própria etc. Mas como dizia, se há uma coisa que é compartilhada em comum entre os mais variados setores políticos do país é a da não divisão do território do país. Isso é um consenso, pelo menos da grande maioria (pra não dizer maioria absoluta). Talvez por isso que alguns extremistas, sabendo do eco negativo no país e nas Forças Armadas, pararam com o discurso de criança birrenta/mimada.

Quem tentar enveredar por este caminho da separação seria/será reprimido duramente, não só por civis mas principalmente pelas Forças Armadas, que boa parte desses "revoltosos" de ocasião adoram exaltar ignorando o histórico da mesma sobre o separatismo no Brasil.

O mais ridículo é esse mesmo grupo acusar quem é contrário a eles de estar fomentando "separatismos" e o discursinho chantagista emocional e apelativo de "nós contra eles". Ou seja, vejam a "lógica" bizarra dessas figuras, os caras pregam separação, fazem agressões verbais à regiões e depois não assumem o que pregam e ficam acusando os outros de fomentarem isso. É muita cara de pau e covardia prum grupo só.

A consequência disso desembocou nisso aqui, essa foi a mais recente do último dia 15 de novembro:
Marcha golpista volta a pedir intervenção militar

Estou tendo que colocar links dos blogs pois não quero colocar link de jornal golpista (a não ser que seja necessário) e não tá fácil de achar o conteúdo semanas após o ocorrido pois fica misturado pela web com as outras 'marchinhas' inconsequentes desses extremistas. Essa foi a terceira este ano, todas um completo fiasco e um espetáculo de gente visivelmente perturbada e surfando em delírios incitados pela mídia irresponsável e inconsequente do país.

Quando falo de jornal golpista, alguém acha normal que um dono de jornal mande um país "se foder" por extremismo? Pois bem, deem uma olhada:
Cartaz

Mas deixemos a consideração do que ocorreria em caso extremo (em caso dessas figuras pararem com o lero-lero e partirem pruma separação de fato, que dificilmente eles irão fazer), pra se ater na motivação da manifestação idiota.

Um dos motivos é o rancor já discutido aqui abaixo (no link), com o post sobre o bovino Mainardi e sua "ideia de Nordeste", que não é comum dele, apenas ele (há de reconhecer) foi mais sincero que os outros:
A mídia brasileira expele preconceito abertamente sem regulação ou punição. O caso Mainardi

Eu me segurei pra não criticar este cidadão da Veja antes (o Constantino), porque haviam me passado um texto dele, pra adiantar, o texto era uma cópia de blog estrangeiro (ele não cita a fonte de onde relatam uma suposta "moeda nazi-comunista", mas acha-se fácil na web), que vou tratar em outro post.

Evitei retrucar o texto da "moeda" pois iria parecer pirraça e ataque pessoal quando não é. Apenas não deveriam passar esse tipo de conteúdo sem antes perguntar o que a pessoa pensa de revista "x", mas o povo (em geral) não enxerga a coisa dessa forma e acaba passando sem refletir, sem avaliar o conteúdo, porque partem do princípio equivocado de que por A ou B ser contra o negacionismo que automaticamente "gostará" de revista/jornal A ou B como a Veja (e publicações afins) e não é por aí.

Quando eu digo que a Revista Veja (da Ed. Abril) e esses jornais de maior tiragem do país são de extrema-direita, é porque são de extrema-direita, alguém consegue conceber um colunista de um jornal ou revista estrangeira (BBC, Spiegel, New York Times etc) pregando separatismo sem ser dispensado por esses jornais e revistas logo após? Creio que não.

A não ser que o jornal/revista endosse essa visão. Só no Brasil que pessoas publicam esse tipo de asneira e não são rechaçadas pela tal "grande mídia" (mídia oligopolizada) do país, que faz vista grossa a esses ataques e casos graves e que aparentemente envereda por um caminho sem volta (pra ela) do radicalismo, que jogará essa mídia no descrédito.

Mas aí vem uma questão: qual o sentido do povo ser contrário a "revis" ficar repetindo panfletagem desse tipo de revista, jornal?

No mínimo é incoerência.

Mas não vou entrar no mérito disso, lê esses panfletos quem quer, só que obviamente não irei repetir as baboseiras desses panfletos aqui a não ser pra apontar os erros desse tipo de publicação, como é feito com textos "revisionistas".

Mas voltando o assunto, depois da declaração separatista do 'Constantã', a objeção que eu fiz sobre não comentar nada sobre ele, já era. Paciência tem limite.

Eu já vi as baboseiras que esse cara prega desde o Orkut, onde havia até comunidade em "homenagem" a ele ironizando as "maluquices" que ele pregava/prega. Agora, vir uma revista e amplificar o alcance desse arsenal de esgoto/detrito, é demais.

A proposição de separação desse pessoal é tão esdrúxula que a primeira coisa a se perguntar é: como iriam fazer isso sem uma guerra?

Só inconsequente acha que irá propor uma maluquice dessas ignorando o histórico de repressão e represálias a movimentos do passado, que ao contrário dos atuais, uma parte tinha legitimidade de defender certas posições como por exemplo o de não se submeter a uma potência estrangeira, no caso, Portugal representado pela Coroa Portuguesa. Não é o caso atual.

Essas terras pertencem ao país, então aos "separatistas magoados" vão pedir auxílio externo pra separação, pois interno não há.

E por falar em pedir auxílio externo, agentes externos já operam neste sentido no país pra desestabilizar o Brasil, o surgimento de Black Blocs e demais arruaceiros (virtuais ou não) das marchas de 2013 etc precisa ser esclarecido, como também a atuação de ONGs estrangeiras de olho na Amazônia brasileira e apoiando candidatos entreguistas nas eleições do país como a Marina Silva que se valem de um discurso "ecológico" despolitizado se valendo do culto à figura "santa" dela, uma mitificação e construção política.

Esse tipo de ação de desestabilização política "não vem do nada", isso costuma ter dedo externo (dedo, mão, braço etc) com os lacaios internos históricos.

Armando Boito: Marina representa o casamento do Itaú com a WWF
A história de Marina Silva, as ONGs da Amazônia e os EUA

A segunda é sobre os recursos do país, uma vez que a entrada de empresas multinacionais em determinados estados tiveram dedo do governo federal, em caso extremo desses bocós quererem fazer levante separatista, muitas dessas empresas de determinados estados ese espalhariam pelos outros por segurança e não voltariam mais a esses estados. Ou seja, a demência deles custaria caro pros próprios estados deles que empobreceriam com as retaliações da União que não seriam poucas começando pelo corte ou taxação do fornecimento de gás e petróleo que estrangularia a economia desse "novo país", que venderia seus produtos pra quem? E como se chamaria como? Sudeste? República Federativa do Sudeste? Só rindo, rs.

Fora o problema militar da coisa. Se em 1932, no último confronto civil aberto do país, São Paulo foi trucidado pela União com o armamento da época, imagina com o armamento atual o que aconteceria a um levante desses. Fora que nem todos os cidadãos desses estados são a favor disso, haveria um racha nesses estados e consequente desmembramento em um ou dois estados como represália.

Pernambuco perdeu metade do território ainda no século XIX por represália da Coroa Portuguesa e isso pesa economicamente até hoje passados mais de 150 anos do ocorrido. Cito este caso pois foi o único desmembramento de Estado por represália da História do país, e justamente por ser parte disso que a gente sabe (mais do que o resto do país) o quanto pesa um conflito desse tipo ao contrário desses energúmenos citados que ficam delirando em "lutas imaginárias" sem avaliar o peso do que pregam.

Quem quiser seguir os erros ou infortúnios do passado, fiquem à vontade, mas depois não vale chorar e ficar se lamuriando (se houver "depois").

O pessoal de fora do Brasil que lê o blog vai achar estranho ver chamar de extremista de direita alguns separatistas de ocasião quando na maior parte dos países a extrema-direita adota o discurso nacional extremado de exaltação do país (França, Alemanha, Suécia etc), mas no Brasil existe esse ranço cultivado no eixo econômico do país, incutido pela mídia oligopolizada que incita essas ideias, principalmente através do futebol, que aflora mais no Estado de São Paulo onde existe uma apropriação distorcida daquela revolta de 1932. E há uma mania desse mesmo povo ficar achincalhando o próprio país. Só deixam de lado o achincalhe pra esses espetáculos caricatos de "amor a pátria" como aquela babaquice que rolou na Copa do Mundo com a torcida abastada nos estádios cantando hino nacional pra "mostrar" que "ama" o país quando é tudo balela, aquele pessoal é o que mais achincalha o Brasil (a maioria), malharam a Copa e ainda pagaram ingresso caro pra ver jogo e o lastimável 7x1. Deve ter sido castigo mesmo aquele jogo pois vendo por esse ângulo, esses caras mereceram, não o povo, mas essa casta que achincalha o país e fica protagonizando esses espetáculos teatrais "patrióticos ufanistas" vazios pois não têm a mínima noção do que é gostar do país, que não é algo forçado, caricatural, você simplesmente gosta e pronto.

A postura dessas pessoas é um misto de ignorância e prepotência de gente visivelmente descontrolada, radical, e que ignora a História do país.

Quando eu disse que uma das fontes pra proliferação do "revisionismo" era a ignorância sobre a História do Brasil, eu não errei, e disse isso antes mesmo desses surtos coletivos pipocarem em junho de 2013 (post de 14.03.2013):
História do Brasil e "revisionismo" (negacionismo) do Holocausto

Mantenho a afirmação anterior do post acima, a ignorância sobre o país leva a proliferação desse tipo de grupelhos.

Alguém acha normal que um indivíduo no Brasil fique exaltando a Alemanha hitlerista ignorando o racismo do nazismo (que não era só direcionado a judeus) ignorando o próprio país que nasceu? Quando falo de ignorar o racismo hitlerista é que boa parte desses que defendem isso nem sequer são descendentes de alemães, como já tentaram generalizar a coisa.

Por que friso a questão de ser descendente de alemão? Porque o nazismo original era voltado para alemães ou quem se enquadrava naquele biotipo "ariano" (nórdico) cultuado/idealizado pelos nazis. Ou seja, boa parte desses "revis" brasileiros não se encaixariam nas definições "raciais" do nazismo. E não só o nazismo era racista, os outros fascismos também manifestavam racismos, só que em menor escala, talvez por isso que o nazismo chame mais atenção, principalmente pela destruição que a Alemanha nazi provocou, mas houve legislação racista na Itália com aquelas mitomanias típicas de fascistas.

Antes da 'mídia crítica' ficar só apontando o fenômeno do extremismo, deveria também informar mais o povo sobre História do Brasil, pois o povo precisa ser educado já que o ensino do país apresenta falhas nessa questão que geram esse tipo de aberração.

Eu iria fazer esse post na mesma semana que estourou isso mas esse pessoal enche a paciência, é tanta cretinice e estupidez juntas que enchem o saco e assustam pela quantidade de gente repetindo essas idiotices. Mas fica pra outro post o rebate ao texto da "moeda nazi" do Constantã, e a origem desse outro extremismo de direita no Brasil que já vem sendo citado aqui:
Murray Rothbard, Lew Rockwell e o "Racismo científico" (Libertários/Liberais)
As divisões da Direita Norte-americana: Direita Anticomunista, Racista, Cristã e Neoconservadora

Importaram esse discurso "neocon" (abreviação de neoconservador liberal) dos EUA pro Brasil e adaptaram as peculiaridades locais e deformações políticas desses grupelhos. Em geral esses grupos não se dão com grupos nacionalistas nativos, teoricamente, a única coisa que os une ou faz um usar o outro como bucha de canhão é a propaganda de "comunismo" da Guerra Fria, que adaptam pro governo federal.

domingo, 29 de setembro de 2013

A extrema-direita brasileira. Mapeamento do fascismo no Brasil - Parte 01

A razão desse post é que não gosto das matérias que saem sobre o assunto (extrema-direita brasileira) no país. Quando não são genéricas e superficiais, a maioria delas distorcem totalmente o assunto direcionando o problema pruma região do país (geralmente a região Sul) deixando sempre de mencionar que o "epicentro" desses grupos se situa em outros estados, bem como mencionar as ligações históricas dos grupos fascistas ou sempre usar um tom de "espanto" pra retratar o problema (fazem isso intencionalmente ou não, uma vez que a maior parte da população só ouviu falar disso de forma generalizada ou caricatural, tendo uma ideia imprecisa do problema). Quem lê esse tipo de assunto de forma superficial pode achar que o Brasil não passou por duas ditaduras (de extrema-direita) e vários governos restritivos no século XX.

A crítica a essa questão do direcionamento pra uma região é abordada aqui nessa matéria do historiador gaúcho René Gertz (Neonazismo no RS: “que há de verdade ou mentira em tudo isso?”), muito boa a entrevista dele. Embora eu discorde de alguns apontamentos dele sobre a definição do que são grupos neonazis, eu concordo integralmente com a ideia geral do que ele escreveu. O termo mais correto pra esses grupos seria o termo "fascista" (aí caberia a definição do que historicamente é fascismo link1 link2 link3 e neo-fascismo link1 link2 link3 link4, o que fica prum futuro post embora o resumo dos links sempre "quebra um galho"), mas como a simbologia que uma parte dos bandos usa é a nazi (o que não deixa de ser ridículo pois o partido nazista é só pra alemães, no sentido literal mesmo, embora o racismo nazi seja compartilhado por vários grupos fascistas), por essa razão fica difícil desassociar o termo "nazi" desses grupos, apesar de que nazismo é um tipo de fascismo (não a toa que existe o termo nazifascismo).

Pra comentar sobre isso, vou colocar por escrito um resumo do que vi no Orkut sobre a presença desses grupos (só citarei o que vi naquele site, não na web em geral apesar deu usar o termo web muito comumente), e estados de origem, pra deixar claro a área de atuação dos mesmos. O relato pode não ser cem por cento preciso porque são citações de memória, mas acho que consigo detalhar razoavelmente (ou de forma considerável) as áreas desses bandos na rede e alguns discursos dos mesmos.

O primeiro grupo articulado que vi na rede disseminando a negação do Holocausto no Brasil, no Orkut, era composto por integralistas. Há uma comunidade grande de Segunda Guerra no site e no começo da rede esses caras emporcalhavam a comunidade com textos negacionistas pra fazer panfletagem ao ponto de serem banidos por tumultuarem e por não se ater ao tema da comunidade. Um dos motivos pra má fama do Orkut foi a presença e proliferação desses grupos. Esse grupo ou pessoas também circulavam na desativada lista Holocausto-Doc que pertencia ao Marcelo Oliveira que era voltada pra discussão do tema (rebater as baboseiras dos "revis", com direito a vários chiliques deles). Outro ponto interessante no discurso deles é que sempre negam que sejam fascistas ou que são de "extrema-direita" com a mesma retórica negacionista, meio que "ignorando" (ou distorcendo) o que significa o termo pra gerar confusão e desinformação (com o pessoal que não distingue essas coisas).

Há outra vertente que se espalhava por lá (Orkut) que aparentemente era parte de grupos que se denominam White Power (Orgulho Branco), vulgo "supremacistas brancos", ideologia estrangeira (difundida principalmente nos EUA e Europa) importada por esses bandos. Os grupos mais ativos, numerosos e violentos se concentram no Estado de São Paulo ao contrrário do que matérias como esta (Mapa da intolerância: região sul concentra maioria dos grupos neonazistas no Brasil) apontam, direcionando o problema pra região Sul e "deixando de lado" o 'centro' desses grupos, o que acaba gerando uma distorção do problema. Há outros "furos" em vários pontos da matéria, por essa razão fiz questão de publicar o texto do René Gertz antes no blog que cito no começo do tópico com uma crítica a isso (só descobri o texto dele esse ano), que reclama/contesta com razão esse tipo de direcionamento. O fato de alguém baixar conteúdo sobre segunda guerra ou mesmo o tema (Holocausto, "revisionismo" e afins) não transforma alguém em simpatizante do nazismo e do fascismo, é um "diagnóstico" tão tosco que não mereceria nem comentário. Além de outro fato bem grave nesse tipo de afirmação/levantamento: como alguém tem acesso a downloads de usuários por estados? Há um mandado pra se ter acesso a esse tipo de informação que só diz respeito a provedores? Como se chegou a esses números sendo que isso é restrito dos provedores de internet e só são liberados quando há alguma ação da justiça? Que eu lembre esse é o procedimento pois foi algo cobrado bastante do Google (pelo MP) em relação ao Orkut. Foi a primeira coisa (a da questão dos dados do Google/Orkut) que me veio à mente quando li a matéria.

Ainda sobre os White Power, ou mais precisamente White Power-SP, esses bandos (ou bando) são compostos geralmente por descendentes de imigrantes (em parte dos que chegaram no século XIX ou mesmo século XX), provavelmente em sua quarta geração ou mais, com um problema sério de identidade com o país (odeiam ser "brasileiros" embora não se desgrudem do país) com a "choradeira" racista de "sou descendente de europeu de tal canto", com um ódio repulsivo ao país embora vários proclamem que são "nacionalistas" (de que pátria, já que odeiam a que nasceram? rs. São os famosos "fascistas sem pátria", apelido que dei a eles), buscando se autoafirmar com essa ideia de "supremacia branca" ou tentando legitimar um tipo de racismo aqui no Brasil que é mais comum nos Estados Unidos, e nisso acabam vinculado um regionalismo (ou criando um regionalismo) mitológico "racial" de que estados A, B ou C são "brancos" e que isso os "diferencia" do resto do país. É um festival de ignorância tão generalizada que a pessoa não sabe nem por onde começar ao ler tanta cretinice desses grupos.

O pior de tudo é que esse tipo de "ideia" racista não faz "sucesso" apenas com esses grupelhos (se o problema se restringisse a eles seria uma "maravilha"), eles são apenas a parte mais escancarada do problema (a fratura exposta) desse tipo de pensamento. Por trás disso rola o que já abordei aqui nesse post: História do Brasil e "revisionismo" (negacionismo) do Holocausto. O desconhecimento da História do país (não só a do séc. XIX pra cá mas principalmente do período colonial que é fundamental pra entender o país atual e sua formação, sem isso o que existe é um recorte mal contado e distorcido do Brasil) ajuda a fomentar esse tipo de recalque e de importação (e adaptação) desse tipo de mentalidade racista/preconceituosa atrofiada. A maioria dos brasileiros saem da escola sem saber o básico de História do Brasil e da formação histórica do país, o assunto História do Brasil é tratado como "coisa qualquer" ou cheio de recortes e informações enviesadas, e abrem espaço pra esse tipo de "ignorância coletiva" (mitologia) se proliferar e formar um "senso comum" calcado em preconceito e demais cretinices propagadas por esses grupos.

Há grupos ativos sim na região Sul do país, mas não são grandes ou organizados como os de São Paulo, pelo menos no que vi naquela rede social do Google. Há uma particularidade com o RS que é o fato de que há um combate efetivo das autoridades daquele Estado com o problema, coisa que se não se verifica em São Paulo onde os grupos aparentemente circulam livremente e só são desarticulados (muito remotamente) quando há uma agressão física por parte de alguns deles nas ruas.

Eu às vezes evitava fazer comentários sobre isso porque havia nas comunidades do Orkut (mesmo as contrárias a esses "revis") algumas pessoas "ultrassensíveis" (entre aspas, pois só são "sensíveis" de forma seletiva, nunca por princípio, fora alguns serem tão problemáticos quanto os neos) que ao menor sinal de crítica ou mesmo constatação de que um problema ocorre em determinado estado, mesmo se comprovando o que é dito (não se está fazendo afirmações vazias, vários fatos são de conhecimento público bastando "ligar os pontos" e mapear), começavam a dizer que isto era postura "anti-São Paulo", de quem possa ter de "ódio de tal estado" e toda aquela choradeira ridícula e intelectualmente desonesta que fazem pra não se discutir o assunto ou abafar/travar totalmente qualquer discussão. Eu costumo dizer que esse tipo de pessoa também é parte do problema do que "solução", embora aparentemente se "oponham" a esses grupos, mas não ao preconceito que os gera, porque esses grupos de extremistas são frutos do meio em que vivem e se criaram, repetem o que assimilaram em casa ou nas ruas. Por sinal, é um alívio sem tamanho não ter que dividir mais o mesmo espaço com esse tipo de pessoa "ultrassensível" (de forma seletiva) já que numa rede social não é tão fácil cortar este tipo de presença inconveniente e bastante desagradável.

A maior parte dos "revis" que vi circular no Orkut eram de São Paulo, uma parte do Rio (comento sobre essa vertente logo abaixo) e vários dispersos dos três estados do Sul do país e outros estados do país. Eu costumo não dar relevância a estes últimos pois não conseguem formar grupos espalhados país afora, e dependendo do Estado em que vivem é meio que "dar uma de kamikaze" abraçar esse tipo de asneira pois pode haver repressão severa, não só da polícia como da própria população que não tolera certos comportamentos como esse.

Os grupos do Rio em geral não se identificam com essas denominações de São Paulo, adotam mais uma linha de "nacionalismo" brasileiro mas também seguem a cartilha antissemita do integralista Gustavo Barroso, com as "teorias" de que "judeus dominam tudo" e aquele bla bla bla enfadonho e paranoide típico desses grupos de extrema-direita de cunho fascista. Isso quando não enveredam pelo assunto Oriente Médio, Israel etc.

Em geral os extremistas virtuais catarinenses costumam não ser tão agressivos como os demais "revis" e vi muito poucos. O fenômeno no Sul (região) também pode se explicar em parte por se tratar de um caldo cultural em virtude da confusão criada pelo nazismo com a identidade alemã e o período histórico da segunda guerra (que aprofundou essa confusão identitária), mas o fenômeno da extrema-direita fascista não fica restrito a descendentes de alemães, pelo contrário, pra meu espanto a maioria do que vi nesses bandos são descendentes de outros grupos de imigrantes que seguem a linha do fascismo/autoritarismo de direita e xenofobismo, usam esse tipo de ideologia pra "autoafirmação étnica" seja lá qual for, o que é (mais uma vez) engraçado pois no Brasil o grupo europeu predominante (em números e culturalmente) é o português (grupo ao qual eu e boa parte do país fazemos parte), e é "curioso" ver como esses caras querem "instituir" um Reich "ariano" nos trópicos, com chavões em "alemão" da época do nazismo, sem saber falar alemão, falando português ou ignorando "esse fato" da influência cultural majoritária de Portugal na formação do país, um pequeno "detalhe" que por exemplo faz com o que o idioma oficial do país seja o português e não o italiano ou outros idiomas (algo óbvio pra qualquer pessoa, mas não pra neofascistas "revis"). É um negócio tão sem noção (ridículo) que deixaria um neonazi alemão ou extremista de direita europeu desorientado.

E como citei acima, vários desses "revis" ou neos (que se apresentam dessa forma) têm sobrenomes não-alemães, eu tinha o costume de sempre ver o sobrenome e fazer um levantamento "de cabeça" de qual grupo pertence. Uma parte tem sobrenome italiano, em segundo lugar (ou primeiro) aparecem os sobrenomes portugueses, e segue a "mistureba" de grupos "étnicos" dentro do próprio bando "étnico ariano puro" (rsrsrs). Um dado curioso pra esse pessoal pensar sobre a cretinice que professam é que o italiano original está bem distante do que um nazi alemão idealizava como "ideal ariano" na Europa (com influência pesada do nordicismo), fora serem latinos, e a maior parte dessa concentração de pessoas com este perfil ideológico fascista atrelado a "colônias" se situa também em São Paulo (mas não só lá, apenas destaco por ser o principal e sempre quando se fala no assunto direcionam pra uma região meio que transformando o assunto em fumaça).

Por que a ênfase em determinado Estado? Primeiro, por motivos óbvios, é pelo fato da maior parte desses bandos ser de lá (então não dá pra "florear" e "colocá-los" em outro estado só pra não "chatear" A, B ou C), em segundo lugar é que chama a atenção principalmente a não-ação do poder público em São Paulo pra combater o problema, só agindo quando há ataques físicos mas nunca na prevenção ou educação (combate a esse tipo de "ideia" desmontando o discurso deles mostrando que é algo furado, falso) como da não remoção de sites e afins (desarticulação) e desmanche dos bandos. E como disse mais acima, entra a questão regional no problema de parte dessa extrema-direita fascista bizarra, problema esse que vem aflorando e se acirrando desde a redemocratização do país (1985) e que ficou mais evidente a partir de 1994. Eu considero aquele caso de 2010 logo após o término das eleições parte do mesmo problema (neofascismo e essa ideia de "supremacia branca"), e isso é tratado com "tabu" no país, ou por ignorância ou com a famosa postura do brasileiro (generalizando) de "não quero saber disso porque é chato" ou porque toca em alguma "ferida" (só pra empurrar o problema com a barriga por pura covardia).

Só pra deixar claro, não me sinto atingido por esse tipo de "ataque" (chilique ou agressão extremada, já que rixa regional sempre vai existir em algum nível, mas há uma conotação "racial" nesse caso mencionado) estúpido regional porque considero isso coisa de gente burra e outros adjetivos que não dão pra colocar aqui. O fato é que alguém pode sair "machucado" de fato por conta da irracionalidade de quem demonstra essa postura (não só o alvo do ataque como a própria pessoa que ataca tomando um revide mais violento, o que não é improvável de vir a ocorrer), então se faz necessário combater a coisa pra que não se prolifere e crie uma cultura de ódio que descambará fatalmente em um conflito maior, em suma, deve-se combater isso pra que não se chegue a um extremo de ruptura e conflito generalizado, no Brasil não levam isso a sério mas o que já rolou de sangue na Europa e no resto do mundo por conta dessas "ideias" deixaria esse post pintado de vermelho (cor de sangue). Mas o assunto tem que ser tratado sem o vitimismo ou recalque que a mídia adota quando cita o nome de determinada região de forma genérica evitando mencionar os estados pelo nome (por menosprezo, recalque ou estupidez). Por sinal a própria mídia brasileira é uma das principais responsáveis por cultivar esse tipo de atrito regional ou de reproduzir o problema sem nunca ir a raiz do mesmo.

Pois bem, dito isso, eu não postarei aqui jamais novamente matérias que falam no assunto omitindo o epicentro desses bandos, omitindo o nome do principal bando que dissemina negacionismo do Holocausto e afins (o do integralismo como citei no começo) e direcionando o problema pra outros estados pela associação de presença de descendentes de alemães com a questão do nazismo, sendo que a maior parte dos perfis que vi no Orkut que se autodenominavam neonazis/fascistas ou "revis", como citei acima, era de gente com sobrenome italiano, português e sobrenome de outras nacionalidades e obviamente que há descendentes de alemães que se identificam com a extrema-direita e se encaixam no mesmo grupo-problema. Esse relato põe abaixo a associação de que neonazismo no Brasil está diretamente relacionado a descendentes de alemães no país, ideia esta que acaba distorcendo totalmente a compreensão do problema do extremismo de direita (de cunho fascista) e da negação do Holocausto no Brasil. Há várias contradições entre esses bandos, principalmente dos que se dizem nacionalistas brasileiros e dos "importadores" de "supremacismo branco" embora andem juntinhos pra difundir a intolerância e o ódio à democracia (a maioria absoluta deles é simpatizante de regimes ditatoriais de direita). Neonazismo é como se chama em geral o próprio neofascismo, por ser um nome mais popular e de maior impacto, embora etimologicamente não seja correto.

Outra observação sobre algo que me irrita é sobre o senso comum e clichês como este a seguir: "Mas é absurdo haver isto no Brasil, um país miscigenado, como pode!". Não é absurdo ocorrer isso no Brasil, até gostaria que fosse, mas seria estranho não haver este problema num país com passado de mais de 3 séculos de escravidão por racismo e políticas de eugenia (branqueamento da população brasileira no século XIX). E há que fazer outro destaque no problema pois em geral há uma mistura terrível de termos: nem todo racista é neonazista/neofascista. O racismo nem sempre está atrelado a grupos políticos, só que o atrelamento do racismo a grupos políticos potencializa consideravelmente o problema.

O Brasil é um país com passado escravagista, eugenista (A eugenia no Brasil), onde o governo monárquico de D. Pedro II por racismo quis "branquear" a população brasileira por considerá-la como algo "inferior" (por ser "não-branca" pros "padrões europeus"), esse foi um dos motivos pelo qual trouxeram imigrantes europeus em massa no século XIX pro país, não só pra substituir a mão-de-obra escrava negra que seria liberta naquele século, como para "branquear" a população do país (país que se consolidou de fato no século XIX pois poderia ter sido desmembrado com os movimentos de independência daquele século-chave da história do país) pois achavam que um país só poderia ser desenvolvido se fosse "branco". Muita gente com um ideário racista comunga dessa ideia até hoje (se alguém pensar que isso se resume a grupos "neonazis"), só que sempre esquecem dos países pobres e em crise com população branca (Grécia, Espanha, Portugal, a própria Itália), daí começam a criar "sub-racismos" pra "explicar" a crise nesses países também ("ah, mas é porque o Sul da Europa não é loirinho, é católico etc").

A escravidão no Brasil foi até pior que a escravidão no Reich nazista, só não chegou as raias do extermínio (o Reich nazista não se resumiu ao trabalho escravo). A exclusão de cidadãos negros e mestiços (negro com branco, ou várias misturas) foi total e brutal e tem marcas até hoje, a maioria dos escravos libertos foram viver em favelas com esta exclusão 'racial' imposta pelo Estado, não a toa que as favelas costumam ter "cor" e muitos brasileiros que acham ou tentam passar a imagem de que não são preconceituosos tentam negar esta realidade quando tentam combater a ação de reduzir ou eliminar esta exclusão ("racial") no Brasil, que não deixa de ser um acerto de contas com o passado escravagista do país, algo que a Alemanha fez com sucesso com o passado nazista por lá.

O meu relato acima, bem resumido (embora grande, até porque é impossível resumir muita informação em três linhas) e genérico (pois serve pra informar e criar um distanciamento de ideias erradas que são passadas na mídia quando abordam a questão, criando mais desinformação do que informação), foi feito em cima do que presenciei em várias comunidades pela web (refiro-me ao Orkut). Não quero dizer que é o raio-x mais exato da questão, e tampouco tem a pretensão de ser o mais aprofundado, mas... sem qualquer exagero, se alguém quiser estudar o fenômeno, pode se guiar pelo que foi descrito acima pois poderá constatar facilmente o que foi citado. O assunto não é combatido como deveria e tratado como caricatura (esse extremismo vai muito além de meros bandos de carecas com suástica, como eu disse, há até atritos regionais no meio com conotações racistas). Combater o problema ignorando esses detalhes é o mesmo que ficar combatendo às cegas aquilo que não se compreende, ou seja: não resolver coisa alguma e camuflar o preconceito existente e suas origens e construções.

Em virtude do que foi dito, acho lamentável ver matérias narrando o problema do "neonazismo" no Brasil, que eu chamaria de extrema-direita (pois não se resume a um bando com "suástica"), direcionando e resumindo a questão ao Rio Grande do Sul e demais estados do Sul do país, e até sobre "cangaceiros nazis" da "terra de Lampião". Quando li isso achei que era gozação, mas escreveram a sério. Eu já comentei o assunto neste post sem citar a matéria (o que faço agora), pois foi a primeira coisa que me veio à mente quando li a matéria do link, é surreal ler um troço desses, mesmo porque dá pra interpretar de várias formas, uma delas como bairrismo porque a "terra de Lampião" é o Estado de Pernambuco (eufemismo é uma forma de não citar diretamente o nome mas dando referências de que se trata), mais precisamente a cidade de Serra Talhada, que fica na parte oeste do interior do Estado (Mesorregião do Sertão), e há uma certa rixa histórica entre Bahia-Pernambuco que não vou me ater a detalhar aqui, como também não quero crer que a razão da citação se deu por conta desse tipo de babaquice, embora não me surpreenderia se fosse pois já li comentários mais hostis a pernambucanos e Pernambuco vindo de estados vizinhos. Fico imaginando a cena do "cangaceiro nazi", só rindo disso. Esse tipo de "detalhe" passa batido da maioria que lê o texto, mas foi uma das coisas que reparei de cara, e lembrei do Sr. René Gertz comentando e reclamando do mesmo problema (primeiro link do post) em relação ao estado dele (e a região Sul em geral) e a questão dos descendentes de alemães no Brasil.

Essas matérias, intencionalmente (ou não), acabam deixando de lado a questão de São Paulo no problema e a proliferação desses bandos no mesmo Estado. É bom se dar "nome aos bois" (como se diz nas ruas, "chamar a criança pelo nome"), pois assim param com essa 'idiotia' de propagar que isso (neonazismo) é um "problema nacional" quando na verdade o problema está mais pra algo regional ou mesmo setorizado em uma região, mais restrito a alguns estados ou Unidade da Federação.

Eu posso tentar depois, caso haja discussões sobre o texto, detalhar mais o texto, porque quando há discussão a gente acaba lembrando de mais detalhes e amarrando melhor as memórias dispersas. E como o texto foi sendo escrito enquanto se resgatava coisas da memória, pode passar a impressão de repetição mas reli e está bem dividido embora não seja de fato um assunto agradável. Irei revisar o texto se, ao reler, quiser reparar certas partes.

Aproveitando o post, sugiro a quem tiver interesse a leitura desta tese (em PDF) sobre o (neo)integralismo no Brasil:
Integralismo e ideologia autocrática chauvinista regressiva: crítica aos herdeiros do sigma (de Jefferson R. Barbosa).

O PDF tem 717 páginas, a tese e detalha com precisão o fenômeno do "neointegralismo", ou seja, fala sobre a organização e o "ressurgimento" da turma do Sigma (integralistas ou "galinhas verdes"). A minha ênfase nesse grupo se dá porque, além de ser o grupo mais organizado desses da extrema-direita de cunho fascista, e com histórico forte no período pré-segunda guerra no país e após (através de seus ex-membros históricos), uma das figuras centrais na difusão da negação do Holocausto na web, vide a lista que citei no começo do post, era um integralista. A tese do PDF sobre neointegralismo detalha e mapeia bem o fenômeno (ou parte dele, da extrema-direita fascista) no país, e incrivelmente acho que não saiu como livro. Quem quiser entender a proliferação da negação do Holocausto precisa entender o que pensam esses grupos.

Espero que ao "mapear" o problema, que isso não transforme o post em local pra denuncismo (eu já disse antes o que penso disso, a função do blog é informar, trazer conhecimento e não fazer "justiçamento"), há órgãos apropriados pra se fazer isso (denúncias). Eu sei quais grupos disseminam essa lixarada na web e não se combate isso com atrito em virtude das restrições de discussão que há no país (principalmente depois da judicialização que criaram com o Orkut, fruto desse comportamento de "justiceiros"). Os "revis" no Brasil se perpetuam através do "atrito" e de bate-bocas idiotas, e boa parte deles ("revis") evita discussão a sério (chegam logo com intimidações ou panfletagem de quinta). O blog não é fórum de "debates", pra esse fim existe o RODOH (que todos eles fogem).

Voltando ao assunto anterior do neointegralismo, há outros textos muitos bons sobre esta questão que quando conseguir localizar (muitos textos ficam perdidos pelo blog) e organizar um a um, gostaria de colocar aqui (sobre a questão nacional e regional), mas fica pruma outra ocasião. Em todo caso, achei alguns, seguem os links abaixo:

Neointegralismo e as direitas brasileiras: entre aproximações e distanciamentos (Odilon Caldeira Neto)
Galinhas Verdes ou Galos de Briga? Neointegralistas, memória militante e o uso da charge como estratégia política (Odilon Caldeira Neto)
A ideologia do Sigma hoje. Neointegralismo, intolerância e memória (Natália Reis)
Eles querem ‘endireitar’ o Brasil (Pablo Nogueira, PDF)
Proletários e nacionalistas: Skinheads e integralistas no Brasil contemporâneo (Jefferson R Barbosa)
Pensamento da direita e chauvinismo na América Latina (Márcia Regina Carneiro)
O Neointegralismo e a questão da organização partidária (Odilon Caldeira Neto)

Observação1: caso o autor do PDF (do texto sobre o neo-integralismo) leia o post e não queira o link aqui, posso remover.

Observação2: colocarei os links depois que publicar o post, a medida que for relendo o texto.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Crime neonazista faz três anos sem punidos

Todos os acusados estão soltos depois de receberem habeas corpus; julgamento pode ocorrer em maio

Do Metro Curitiba noticias@band.com.br

No último sábado, completaram-se três anos do duplo homicídio que vitimou o casal Renata Waechter Ferreira e Bernardo Dayrell Pedroso em Quatro Barras, Região Metropolitana de Curitiba. Segundo as investigações do Cope (Centro de Operações Policiais Especiais), seis pessoas participaram do crime, que teria ocorrida pela disputa de poder entre grupos neonazistas.

Todos eles foram detidos, mas soltos através de habeus corpus. “Pelo que o promotor me disse, o julgamento deve até o fim de maio”, conta a mãe de Renata, Vilma Waechter. “Ela era minha única filha, meu objetivo de vida. A nossa dor não vai passar, mas com o julgamento vamos ter pelo menos uma sensação de justiça”, afirma.

A demora no julgamento, diz Vilma, vem sendo uma estratégia dos advogados da defesa. “Eles estão fazendo de tudo para atrasar e achar brechas na lei”, afirma. O mandante do crime seria Ricardo Barollo, que é de São Paulo. Jairo Fischer é de Teotônia-RS e Rodrigo Mota, Gustavo Wendler e Rosana Almeida são de Curitiba. João Guilherme Correa, o último acusado, morava em Pato Branco.

Fonte: band.com.br
http://www.band.com.br/noticias/cidades/noticia/?id=100000499168

Polícia investiga denúncia de racismo na UNESP Araraquara (neonazis)

Um grupo formado por dez estudantes da Unesp (Universidade Estadual Paulista) em Araraquara registrou um boletim de ocorrência no 4º DP da cidade para denunciar um ato de racismo ocorrido no campus.

De acordo com o delegado Antônio Luiz de Andrade, responsável pelo caso, os jovens denunciavam uma inscrição preconceituosa feita em um muro que fica dentro da Unesp. A frase diz “Sem cotas para os animais africanos”.

Os estudantes são beneficiários do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), do Governo Federal, que oferece intercâmbio para alunos de Países em desenvolvimento com os quais o Brasil mantém acordos educacionais.

De acordo com Andrade, a pena para crimes de preconceito varia de um a três anos de prisão.

Para ele porém, será difícil identificar o autor da frase, já que não há provas técnicas que apontem um culpado.

— Esperamos que alguma testemunha se apresente, pois assim o culpado será punido e novas ações como essa poderão ser evitadas.

A faculdade de ciências e letras da Unesp de Araraquara divulgou uma nota informando que já nomeou uma comissão preliminar para apuração dos fatos. A unidade também informou que notificaria o ocorrido à Polícia Civil, à Polícia Federal e ao Ministério Público local.

De acordo com Dagoberto José Fonseca, professor da instituição que acompanha o grupo de africanos, alguns estudantes da instituição já haviam relatado que, nos últimos dois anos, inscrições de grupos neonazistas têm sido vistas nos banheiros masculinos no campus.

— Isso mostra que o preconceito ainda é muito presente em nosso país. Com essa denúncia queremos também garantir mais segurança aos estudantes africanos, já que a agressão escrita pode evoluir e causar algum ato violento.

Segundo Fonseca, ainda essa semana será feita uma reunião com a Polícia Federal, que também deve apurar o caso.

Postado por R7.com em 17 abril, as 18:20

Fonte: R7/Boainformacao.com.br
http://www.boainformacao.com.br/2012/04/policia-investiga-denuncia-de-brracismo-na-unesp-araraquara/

Ler mais:
Unesp investiga denúncia de racismo contra africanos (Jornal Cidade, Brasil)

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Mais racismo antinegro sulamericano, agora à brasileira

Depois da notícia publicada ontem sobre o jogador uruguaio que defendeu seu racismo com a maior naturalidade do mundo, caso grave de racismo(mais um) na cidade de São Paulo.

Casal espanhol diz que filho negro foi expulso de restaurante em SP
Garoto foi adotado há dois anos na Etiópia e, segundo família, está abalado.
Defesa do estabelecimento diz que criança foi confundida com menino de rua.

Rafael Sampaio
Do G1 SP

O que era para ser uma viagem de férias no Brasil terminou em tristeza para a espanhola Cristina, de 42 anos. A mulher, que não quis ter o sobrenome revelado, veio ao país com o marido Jordi, também espanhol, e o filho de 6 anos, adotado há dois na Etiópia. Na sexta-feira (30), Cristina procurou a polícia alegando que seu filho, que é negro, foi expulso do restaurante Nonno Paolo, no bairro Paraíso, Zona Sul de São Paulo. O advogado do estabelecimento nega e diz que o menino saiu espontaneamente após ser abordado pelo proprietário.

O dono do restaurante confundiu a criança com um menino de rua, segundo seu defensor, José Eduardo da Cruz. O garoto, que não fala português, foi encontrado pela família a um quarteirão de distância do local.

"Foi um desespero, a primeira coisa que eu pensei foi que alguém havia levado ele embora [o menino] e que não iríamos vê-lo nunca mais", disse a mãe, técnica de administração acadêmica na Universidade de Barcelona. A família havia ido ao Parque Ibirapuera na manhã da sexta (30) e decidiu comer no restaurante à tarde. Funcionários viram que o garoto entrou com os pais e o trataram como cliente num primeiro momento, relatou Cristina.

A família, que chegou ao Brasil em 17 de dezembro, disse estar muito abalada. A tia que hospeda o casal, Aurora, afirmou que o garoto evita falar sobre o caso e que estava chorando quando foi encontrado pelos pais. "Ela [Cristina] chegou aqui chorando, com o marido. Eu voltei [ao restaurante] com ela para saber o que houve e um funcionário admitiu que havia colocado o menino para fora."

O casal espanhol fez um boletim de ocorrência no 36º Distrito Policial, na Vila Mariana, ainda na sexta (30). O caso foi registrado como constrangimento ilegal, mas a polícia investiga a hipótese de racismo. A mãe já foi ouvida pelos policiais.

O advogado do Nonno Paolo reconhece que o dono do estabelecimento abordou a criança, mas nega que tenha havido racismo. "Ele [o dono] se dirigiu ao garoto e ele não respondeu. Ele imaginou que fosse mais um dos meninos de rua da feira, e a criança saiu do local espontaneamente. Em hipótese alguma houve racismo", disse.

Funcionários do restaurante ouvidos pelo G1 confirmam que o dono do local colocou o garoto para fora do estabelecimento.

"Ele me disse 'um senhor me botou para fora', em catalão, que é a nossa língua. Perguntamos se ele estava ferido e ele disse que foi segurado pelo braço, mas não foi machucado", contou a mãe. O gerente do restaurante, porém, garante que houve um desencontro entre o menino e seus pais. “O menino saiu procurando os pais dele. Mas ele foi para o lado errado. Os pais estavam de um lado e ele foi para outro”, disse José Eduardo Fernandes Neto.

A família volta nesta segunda (2) para a Espanha, mas vai acompanhar o caso e estuda entrar na Justiça caso a investigação não prossiga.

Fonte: G1 SP
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2012/01/casal-espanhol-diz-que-filho-negro-foi-expulso-de-restaurante-em-sp.html

quinta-feira, 21 de julho de 2011

"Revisionistas" fazem ataque racista na web contra Miss Itália brasileira

Miss Italia Nel Mondo 2011 sofre preconceito

Silvia é miss São Paulo 2009 e neste ano
representou a Amazônia
Foto: Denny Cesare/Futura Press
A brasileira de 24 anos foi vítimas de comentários preconceituosos na internet; ela é bisneta de italianos da Toscana

Marielly Campos | noticias@band.com.br

A brasileira Silvia Novais, eleita Miss Italia Nel Mondo 2011, vem sofrendo ataques racistas de grupos de intolerância desde que venceu o concurso na Europa, no início do mês. O concurso coroa a mais bela descendente de italianos.

Um blog chamadoIndústria do Holocausto” considerou a coroação de Silvia uma “piada” e afirmou: “Trata-se de uma piada, ou a onda de cotas chegou por lá?”. O post diz ainda que “convenhamos, sem dificuldades podemos encontrar em qualquer shopping ou faculdade aqui no Brasil gurias brancas que, sendo bondoso, humilham essa moça em todos os sentidos. Nem é preciso ir tão longe, a guria que trabalha de caixa do bazar do meu bairro já dá de 10 a 0.” O texto foi tirado do ar, mas pode ser visto em cache pelo Google.

Silvia é miss São Paulo 2009 e entrou no concurso por ser bisneta de italianos da região da Toscana. Ela disputou como como representante da Amazônia. Ao todo, 39 mulheres concorreram ao posto.
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Brasileira eleita miss sofre racismo

A brasileira Silvia Novais, modelo de 24 anos, 1,77 m e 55 kg, tornou-se alvo de ataques racistas na internet após ter sido eleita miss Itália no Mundo no início do mês. O concurso coroa a mais bela descendente de italianos. "Sofri muito com o preconceito, mas não esperava essa repercussão", disse a miss.

Silvia Novais, de 24 anos, ganhou
concurso que elegeu a mais bela
descendente de italianos (ap)
Em um blog chamado Indústria do Holocausto, a premiação de Silvia foi criticada: "Trata-se de uma piada, ou a onda de cotas chegou por lá?". No site Stormfront.org, ela foi chamada de "negra nojenta", em inglês. A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância de São Paulo já investiga o site, por suspeita de ser uma comunidade neonazista que recruta jovens brasileiros.

Silvia nasceu na Bahia, foi eleita miss São Paulo em 2009 e entrou no concurso por ser bisneta de italianos da região da Toscana.

Fonte: site da Band(Brasil)/Destak(Portugal)
http://www.band.com.br/noticias/mundo/noticia/?id=100000445157

Comentário: uma informação extra que não saiu na matéria sobre esses fatos. O blog citado, "Indústria do Holocausto"(e há outros "blogs espelho" desses, do mesmo bando)é de neonazis WP muito provavelmente de SP, era o grupo em maior número e que tinha site. Eles circulam com alguma frequência(embora tenha diminuído)em comunidades que negam o Holocausto na rede social Orkut(do Google)e que se autodenominam "revisionistas" do Holocausto(entre aspas pois estes bandos tratam-se de neonazis, simpatizantes do nazismo e/ou antissemitas).

Esses bandos racistas neonazis brasileiros(a maioria situado em SP, ou os bandos mais organizados) foram acolhidos por este site neonazi dos EUA(o Stormfront) de dois ex-membros da Ku-Klux-Klan e supremacistas brancos(Don Black e David Duke)desde a primeira queda do site neonazi Valhalla88 pela Polícia Federal brasileira, e organizam suas atividades neste fórum neonazi norte-americano.

Quando a polícia começou a mirar esses sites(o antigo Valhalla88 foi removido e entrou outro no lugar que continua em atividade sabe-se lá porque e seus autores não foram indiciados por prática de racismo), eles se alojaram neste site norte-americano embora tenham contato com grupos de Portugal e Espanha e do Cone Sul(América do Sul, principalmente da Argentina e Chile). Um servidor neonazi é hospedado na Argentina e continua ativo, bastante conhecido no país por divulgar o negacionismo do Holocausto, o libreopinion. Há uma rede de grupos de extrema-direita nestes redutos e já passou da hora do Estado brasileiro dar uma resposta satisfatórias aos mesmos.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Justiça de SP condena homem por racismo no Orkut

Ele teve pena de reclusão transformada em prestação de serviços.
Réu usou tio negro como testemunha de defesa.
Do G1 SP

A juíza Maria Isabel Rebello Pinho Dias, da 16ª Vara Criminal de São Paulo, condenou um homem de 27 anos acusado de racismo pela internet a dois anos, quatro meses e 24 dias de prisão. Ele respondeu a um processo originado em 2008 pelo crime de praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. As agressões foram difundidas por meio do site de relacionamentos Orkut. Como a condenação foi inferior a quatro anos de reclusão e o acusado é réu primário, a pena foi convertida em prestação de serviços à comunidade. A sentença é de 28 de fevereiro de 2011.

O Ministério Público Estadual acusou o homem de ter adicionado no seu perfil do Orkut as comunidades "coisas que odeio: preto e racista", "Adolf Hitler Lovers", "Sou racista" e "racista não, higiênico!". De acordo com a sentença, o rapaz afirmou que há negros em sua família e não tinha motivos para ser racista. Ele reconheceu que fez comentários infelizes, mas disse que na época não pensava sobre suas consequências.

A juíza não cedeu a esse argumento. "Em que pese o acusado sustentar que apenas fez comentários infelizes, com intenção de brincadeira e discussão, tal alegação deve ser rechaçada, pois não é admissível que a livre manifestação de pensamento seja usada como subterfúgio para condutas abusivas e lesivas a um dos objetivos da República Federativa do Brasil, qual seja, a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, cor, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação", disse a juíza.

Um homem negro se apresentou como testemunha de defesa e disse ser tio do réu. A juíza entendeu que isso em nada beneficiou o acusado. "Possuindo pessoas do seu círculo familiar da raça negra, o réu deveria dar o exemplo, abstendo-se de colocações racistas, há tanto tempo combatidas em nossa sociedade."

De acordo com o promotor de Justiça Christiano Jorge dos Santos, o agressor é integrante de uma família de classe média baixa, tinha cursado apenas o ensino médio e vivia às custas da avó. O promotor realizou investigações de crimes de racismo na internet que chegaram à pagina do acusado. Um estagiário do Ministério Público entrou em contato com o rapaz, que admitiu as mensagens racistas.

Fonte: G1
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/05/justica-de-sp-condena-homem-por-racismo-no-orkut.html

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Neonazistas ajudam a convocar "ato cívico" pró-Bolsonaro em São Paulo

Em São Paulo

Uma manifestação de apoio ao deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) está sendo convocada na internet para o próximo sábado (9), às 11h, no vão do Masp, em São Paulo. O protesto, batizado de “ato cívico”, está sendo divulgado em rede sociais como o Orkut e no fórum “Stormfront.org”, administrado pelo movimento neonazista “White Pride World Wide” .

Reprodução de logo criado para
divulgar o ato pró-Bolsonaro no Orkut
No fórum, o tópico utilizado para divulgar a manifestação foi aberto ontem e apagado hoje, mas o cache do Google que indexa as páginas apagadas registrou as mensagens.

A convocatória, publicada por um membro denominado “Erick White”, diz: “Vamos dar o nosso apoio ao único Deputado que bate de frente com esses libertinos e Comunistas!!! Será um manifesto Cívico, portanto, levem a família, esposas, filhos e amigos... (sic)”.

O autor finaliza a mensagem os números “14/88”, simbologia nazista que faz referência a Adolfo Hitler e ao nacionalista norte-americano David Lane, defensor do mito da supremacia branca.

No Orkut, onde não há referências racistas ou nazistas explícitas, o ato foi divulgado em comunidades de apoio a Bolsonaro. São elas: “Sou fã do dep. Jair Bolsonaro”, com 4.086 membros; “Jair Bolsonaro para Presidente” (2.469 membros); “Bolsonaro é o cara” (71). Entre todas as comunidades no Orkut sobre o deputado, as três mais numerosas demonstram apoio a Bolsonaro.

Bolsonaro
As recentes polêmicas envolvendo o parlamentar começaram com um quadro do programa humorístico “CQC” exibido no último dia 28. Nele, a cantora Preta Gil perguntou ao deputado: “se seu filho se apaixonasse por uma negra, o que você faria?”

A resposta, considerada racista por Preta Gil e por colegas de Bolsonaro no Congresso Nacional, foi a seguinte: “ô, Preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco. Meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o teu".

O deputado afirmou que se confundiu com a série de perguntas feitas no quadro e não se referiu aos negros em sua resposta.

Desde o episódio, Bolsonaro deu uma série de entrevistas nas quais fez criticas a homossexuais e elogios a ditadura militar.

Fonte: UOL Notícias
http://noticias.uol.com.br/politica/2011/04/06/neonazistas-ajudam-a-convocar-ato-civico-pro-bolsonaro-em-sao-paulo.jhtm

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Grupo skinhead ataca 3 gays na avenida Paulista, diz polícia

Rapaz foi medicado em hospital da capital após ser atacado na Avenida Paulista

Foto: Werther Santana/
Agência Estado
Reduzir Normal Aumentar Imprimir Três homossexuais foram agredidos na manhã do domingo por um grupo de skinheads na avenida Paulista, em São Paulo, segundo a Polícia Militar. Um dos homens foi encontrado desmaiado na altura do número 459 da Paulista, após a agressão, por volta das 6h30.

A PM recebeu uma chamada e, ao chegar ao local, testemunhas informaram que um grupo de jovens havia corrido em direção à estação Brigadeiro do Metrô. A polícia conseguiu alcançar o grupo e deteve os cinco suspeitos de agressão. Segundo a Polícia Civil, quatro deles são menores.

Eles foram levados para o 5º DP (Aclimação). Duas das vítima da agressão foram levadas ao pronto-socorro Vergueiro e um delas foi logo liberada. A outra, menos ferida, foi à delegacia prestar depoimento.

Fonte: Terra
http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4791105-EI5030,00-Homem+e+agredido+por+suposto+grupo+de+skinheads+na+Paulista.html

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Racismo 'made in Brazil', vergonha nacional. Uma chaga brasileira se repete

Depois eu completo o texto desse post que pode vir a não ser o único até porque tem mais coisas pra citar sobre esses casos, mas de cara deixo a todos os que acompanham o blog um vídeo que editaram com várias frases coletadas no Twitter de usuários malintencionados e malfeitores das regiões Sul-Sudeste contra brasileiros da região Nordeste.

Evitei de citar os casos de neonazistas e extremistas de direita dando apoio a campanhas políticas no país porque poderia parecer "propaganda eleitoral" pra candidato X, mas passada as eleições, é preciso fazer um acerto de contas com toda esta palhaçada de ódio que foi alimentada nessa eleição. Assistam o vídeo abaixo, repassado em uma comunidade do Orkut de combate à intolerância, o vídeo fala por si pois é feito de material coletado no twitter com todos os tipos de absurdos possíveis. Como eu sei que gente de fora do Brasil lê este blog, se puderem, repassem o vídeo adiante em vários países pra cobrar uma atitude rigorosa e firme do governo federal brasileiro pra coibir a atividade desses bandos de baderneiros virtuais que ficam incitando ódio racial e regional no país. Oito anos de tolerância com este tipo de lixo odiento, está aí o resultado no vídeo:



Como este blog é compartilhado, o que escrevo aqui falo por mim primeiramente, e todos no blog têm liberdade de postar as fontes que queiram. De minha parte eu não mais publicarei notícias de jornais ou mídia que deu suporte a este tipo de campanha odienta.

Mas voltando ao caso, pois pode ter gente que não acompanhou. Creio que no domingo quando se anunciava a vitória da candidata do PT, Dilma Rousseff, primeira mulher a ser Presidente do Brasil, ocorreu uma onda de ódio de cunho xenofóbico na rede Twitter com vários usuários das regiões Sul e Sudeste fazendo vários ataques a outras regiões, as pérolas foram do calibre do que está no vídeo. Uma estudante de direito foi apontada como uma das principais a puxar o coro ou porque foi a que escreveu o conteúdo mais violento e foi pega no flagra(e criminoso, pois é crime fazer apologia ao crime e assassinato, ela como estudante de direito deveria saber disso), mas não só ela participou da onda de ataques e todos os citados no vídeo deveriam ser processados e condenados por incitação de ódio e racismo.

Muito racista no Brasil cinicamente cita que "ah, mas nordestino não é raça", ou por ignorância ou cinismo mesmo, sem entender que racismo na legislação abrange preconceito regional, não é erro citar o termo pois o crime penalmente é o mesmo, apesar de que não há o apelo "racial" na coisa, mas sim a crença de quem faz essas agressões de fazerem parte de uma "hierarquia superior" e que pode proferir todo tipo de insulto a quem eles "julgam" inferiores, no caso, povos, regiões etc. É o mesmo fenômeno observado com esses bandos de neonazis e extremistas de direita que negam o Holocausto, o ódio apenas se adaptou e acharam que as pessoas alvo da agressão no caso viraram "judeus".

Escrevo isso com profundo desgosto de ver uma patifaria dessas acontecendo no meu país, acho que o governo federal e as entidades que deveriam zelar e atacar este tipo de ódio e grupos que propagam isso na internet, foram negligentes e pouco(ou nada) combativos com esse tipo de crime ou conduta criminosa. A sociedade espera que não seja mais um caso de impunidade e que os responsáveis sejam punidos de forma exemplar, sem esse papo de "peninha" ou coitadismo com gente que teve acesso a estudo, e se porta dessa forma, sem indulgência alguma com quem se porta dessa forma.

Ressalto o fato que muita gente se sente incomodada quando a gente endurece o tom, são particularidades do Brasil devido a influência cultura que recebeu, mas como é que querem que reportem esses casos? Com cautela? Com um o apaziguamento habitual e cínico que sempre evita o confronto quando é necessário haver confronto? vulgo covardia? Chega. Não há porque alguém com um pingo de senso cívico ser tolerante com esse tipo de manifestação repulsiva.

Eu não sabia ao certo o que iria comentar aqui pois esse não foi o único caso a ser citado de manifestações de extrema-direita na campanha eleitoral desse ano, mas como disse acima, evitei tocar no assunto pois estávamos tendo eleições no país e dada a radicalização feita pela turma da extrema-direita, a baixaria que essa troça de ódio fez, não havia clima, espaço, pra discutir o assunto civilizadamente e de forma racional, até porque essa turba de ódio vive na barbárie, são bárbaros e possuem um profundo desprezo por tudo o que possa ser considerado civilizado.

Mas enfim, acho que esse não será o último post sobre o assunto, mas realmente não sei a melhor forma de tratar o assunto, pois não dá pra passar a mão em cima em nome de "neutralidade". Se eu fosse eleitor desse tipo de partido eu teria anulado o voto, jamais votaria numa imundície de ódio dessas. Digo isso em respeito as várias pessoas que votaram em determinada chapa e que sei que não têm nada a ver com o conteúdo aí exibido. Esses grupos de ódio são o que se poderia apelidar(adaptando à realidade local) de "Tea Party" brasileiro, se o original já é um poço de lixo, imaginem a fotocópia deles.

Um bando de brasileiros sem identidade, que odeiam o próprio país, são ignorantes mas sentem orgulho da própria ignorância e futilidade, que não querem saber de nada a respeito do país, despolitizados, acham que política é brincadeira e briga de torcida organizada e só sabem repetir chavões que veem em alguns canais abertos que adoram reforçar estereótipos regionais("gaúcho gay, nordestino burro" etc) com produtos culturais que mais parecem purgantes.

É a "ignorância orgulhosa" da extrema-direita brasileira, vocês da extrema-direita sentem orgulho de ser assim? Pois penso que não, senão não se acovardariam diante da repercussão negativa da sociedade civilizada brasileira, toda em cima de vocês. Não é aceitável em hipótese alguma o que se viu nesse vídeo. Ignorância com um ranço virulento de ódio xenofóbico misturado com obscurantismo religioso que mais parece um troço medieval, atraso político da pior espécie. Fica aqui registrado meu repúdio a tudo isso e que PUNAM exemplarmente os autores dessa palhaçada, não só dessa como os grupos neonazis que vagam na rede espalhando porcaria extremista no país.

O Brasil sediará Copa do Mundo daqui a 4 anos, e Olimpíadas daqui a 6 anos, é dessa forma que querem sediar e se expôr ao mundo? Conclamo aqui os brasileiros progressistas e democratas de verdade(não de ocasião) a repudiarem com veemência esse achincalhe nojento e retrógrado que tomou conta de setores de classe média do país.

Pra quem quiser se informar, saiu na mídia(com os vários erros habituais mas sem comprometer o alvo da crítica, pelo menos isso):
Brazil prosecutor wants investigation of alleged hate messages posted on Twitter
Brazilian law student faces jail for ´racist´ Twitter election outburst
Mayara Petruso, Twitter User And Brazilian Law Student, Faces Jail For 'Racist' Twitter Election Outburst
Ofensas a nordestinos no Twitter ganham repercussão no exterior
Justiça vai apurar ofensas contra nordestinos na internet

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Justiça condena dois integrantes de quadrilha autodenominada Impacto Hooligan em SP

SÃO PAULO - O juiz Aphael Nardy Lencioni Valdez, da 29ª Vara Criminal, condenou dois homens - Guilherme Witiuk Ferreira de Carvalho e Rodrigo Alcântara de Leonardo, conhecidos como Chuck e Tumba, respectivamente - por formação de quadrilha por liderar o grupo Impacto Hooligan. O grupo foi acusado pelo Ministério Público de ter sido o responsável por jogar uma bomba ao fim da Parada Gay em junho de 2009, que causou ferimentos em cerca de 10 pessoas.

Segundo a sentença, no decorrer do processo não foi possível juntar provas sobre a atuação do grupo no atentado, mas ficou comprovada a existência da quadrilha e a liderança de Carvalho sobre os demais integrantes. Carvalho foi condenado a pena de 2 anos, 4 meses e 24 dias de reclusão. Leonardo, a 2 anos de reclusão. Nos dois casos, a pena deve ser cumprida em regime fechado, sem direito a substituição de pena, mas os dois poderão recorrer em liberdade.

O juiz afirma em sua sentença que "o que se tem provado nos autos é a associação de parte dos réus e de outros indivíduos em quadrilha para o fim de cometer crimes violentos e de intolerância. A existência da quadrilha autodenominada Impacto Hooligan, assim como sua finalidade ilícita, é fato incontroverso e mais do que provado nos autos. Pensar o contrário é ofender o bom senso".

"O grupo Impacto Hooligan, além de praticar crimes violentos e contra a honra de terceiros, o fazia por motivação odiosa e preconceituosa, elegendo as vítimas entre minorias e homossexuais, apenas e tão somente pelo fato de pertencerem a tais minorias ou exercerem referida orientação sexual. Os membros do bando, jovens de classe média, oriundos de famílias constituídas e que cursavam boas escolas e faculdades, seguiam orientação neonazista e xenófoba que disseminava o preconceito, o ódio, a intolerância e a violência", diz a sentença.

O juiz lembra que documentos comprovaram a existência da quadrilha, cujas regras são "respeitar a hierarquia, comparecer às reuniões, honrar o nome da Impacto Hooligan, ajudar e respeitar os membros da IH, lutar contra o inimigo, ser leal à ideologia, cobrar tretas suas e de membros do IH, não trair o movimento, não ter dó de inimigos, não ficar bêbado em dias de role agressivo, levar o nome da Impacto Hooligan adiante, nunca baixar a cabeça para os inimigos, conhecer símbolos e siglas, em hipótese alguma trair membros da IH, mesmo em minoria, ir aos combates."

Preso por um crime violento, Carvalho escreveu bilhete ao comparsa: "O os rolês muleque? Ta fiel ao IMPACTO né? Porque aqui é 98 até a morte, não é porque eu fui preso que tudo ou eu irei parar ou largar a banca. Eu to montando a banca até aqui na cadeia, juro pra você, HAHAHA!. No parágrafo seguinte, acrescenta "seja leal a banca e ao nosso ideal 88". Por fim, termina assinando: CHUCK 98, IMPACTO H88LIGAN e uma suástica nazista.

De acordo com a sentença, conforme demonstrado nos autos de inquérito e confirmado pelos adolescentes membros da quadrilha, os números se referem a localização da primeira letra das palavras no alfabeto. Especificamente, 88 refere-se a HH, que por sua vez indica a saudação nazista "Heil Hitler", enquanto 98 se refere a IH, que tem o significado óbvio de Impacto Hooligan.

"Os fartos elementos colhidos, especialmente no inquérito policial, demonstram não apenas a existência do grupo, mas sua estabilidade, organização e finalidade criminosa", diz o juiz.

Fonte: O Globo
http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2010/09/21/justica-condena-dois-integrantes-de-quadrilha-autodenominada-impacto-hooligan-em-sp-921037501.asp

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Comissão sobre quadrilhas neonazistas define audiências públicas

A comissão externa da Câmara que acompanha as investigações sobre quadrilhas neonazistas terá uma reunião administrativa na quarta-feira (10), às 15 horas, para definir convidados e datas de audiências públicas a serem realizadas.

A principal quadrilha sob investigação estaria em atividade no Rio Grande do Sul, com células nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

A comissão já ouviu policiais, representantes de movimentos sociais e jornalistas. A Polícia Civil gaúcha apurou que a quadrilha em operação no estado tem um grau preocupante de organização e promove a violência e o racismo entre os jovens.

A reunião acontecerá no plenário 3.

Da Redação/JPJ

Fonte: site da Câmara dos Deputados(Congresso Nacional)
http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/SEGURANCA/145095-COMISSAO-SOBRE-QUADRILHAS-NEONAZISTAS-DEFINE-AUDIENCIAS-PUBLICAS.html

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Alunos acusados de racismo são expusos de faculdade

Estudantes de Medicina em Ribeirão Preto teriam chamado auxiliar de serviços de "negro"

- Agência Estado

Os três estudantes de Medicina acusados de agredir fisicamente e ofender um auxiliar de serviços gerais em dezembro do ano passado foram expulsos do Centro Universitário Barão de Mauá, em Ribeirão Preto, no interior paulista. A universidade afirma que os estudantes foram notificados ontem, após uma comissão ter avaliado que a conduta dos três feriu o regimento da instituição.

No dia 12 de dezembro, os estudantes Emílio Pechulo Ederson, de 20 anos, Felipe Giron Trevisani, de 21, e Abrahão Afiune Júnior, de 19, foram presos por agredirem Geraldo Garcia, de 55 anos. A vítima seguia para o trabalho em uma bicicleta.

Segundo a polícia, os três jovens estavam em um carro. Um deles, de acordo com testemunhas, acertou as costas de Garcia com um tapete do veículo e gritou "negro”. Algumas pessoas viram o ocorrido e chamaram a Polícia Militar, que prendeu os três rapazes. Os estudantes foram liberados menos de 24 horas depois, após cada um pagar fiança de R$ 5.580.

CONDUTA

A instituição abriu em dezembro uma comissão para avaliar a conduta dos alunos. Na ocasião, o reitor do centro universitário, João Alberto de Andrade Velloso, disse que a comissão avaliaria “até que ponto esses alunos macularam o centro universitário, pois temos de preservar o bom nome da instituição”. Foram espalhados cartazes informando sobre a posição tomada, repudiando o episódio. O curso de Medicina do centro universitário existe há dez anos, e a instituição, 43.

Fonte: Estadão
http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,alunos-acusados-de-racismo-sao-expusos-de-faculdade,505254,0.shtm

sábado, 5 de dezembro de 2009

Sete são presos por atentado em Parada Gay

Cinco foram encarcerados hoje e outros dois já estavam detidos

Rio de Janeiro é eleito melhor destino gay do mundoNove acusados de pertencer ao grupo Impacto Hooligan, de tendência neonazista, são acusados do atentado a bomba que feriu pelo menos 13 pessoas que participaram da 13ª Parada do orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais). Sete tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça - cinco foram encarcerados hoje e outros dois já estavam detidos por outros crimes. Os outros dois acusados são adolescentes.

No mesmo dia do atentado, o mesmo grupo teria agredido um homossexual durante a parada e um punk. O ataque foi planejado. Os policiais da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) reuniram testemunhas, confissões, documentos, e-mails e imagens de vídeo para apontar os responsáveis pelos ataques. "Tudo começou com um e-mail recebido pelos organizadores de um protesto contra as agressões ocorridas na Parada", disse a delegada Margarette Barreto. No e-mail, eram feitas ameaças contra os organizadores do protesto. Havia uma foto na qual dois jovens posavam diante de um rapaz no chão.

"Identificamos os dois, quem tirou a foto e a vítima de agressão", afirmou a delegada. As pessoas eram ligadas a um grupo racista ligado ao Impacto Hooligan. Por meio de uma dessas pessoas, surgiu a primeira informação de que os autores do atentado a bomba teriam sido integrantes do Impacto Hooligan. Identificado pela Decradi, um dos adolescentes que participaram do ataque resolveu colaborar.

Contou que uma semana antes os integrantes do bando tiveram a ideia de atacar a Parada. Estavam em um bar perto da Estação Santa Cruz do metrô. Na semana seguinte, marcaram um encontro na Estação Vergueiro do metrô. Às 16 horas, o grupo partiu para a região da Avenida Paulista. O adolescente confirmou que o grupo agrediu um punk que achou pelo caminho e um homossexual no Parque do Trianon, na zona sul. Mais tarde, todos rumaram para a Avenida Vieira de Carvalho, onde Rodrigo de Alcântara Leonardo, de 23 anos, tirou a bomba de dentro d e sua bermuda e jogou para o alto, no meio da área de dispersão da Parada.

Imagens captadas pelo sistema de vigilância de uma boate da avenida confirmaram o depoimento do adolescente. Nelas aparecem, no momento da explosão, o jovem e sua namorada, que também colaborou com as investigações - por isso, a polícia não pediu a prisão da jovem, mas a Justiça considerou que ela devia responder o processo presa.

As mesmas imagens mostram Guilherme Witiuk Ferreira de Carvalho, o Chuck, de 19 anos. Chuck seria o líder do bando Impacto Hooligan. No inquérito, uma testemunha contou que ele teria sido o autor da ideia de atacar a Parada do Orgulho LGBT. "Nosso objetivo era mostrar que essas ações não ficarão impunes", afirmou o delegado Marco Antônio Desgualdo, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Fonte: Agência Estado/Bem Paraná
http://www.bemparana.com.br/index.php?n=129182&t=sete-sao-presos-por-atentado-em-parada-gay

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Preso pela segunda vez suspeito de liderar neonazistas

Homem teria mandado matar casal de universitários São Paulo – Suspeito de ser o mandante do assassinato de um casal de universitários de Curitiba (PR) em uma cerimônia neonazista, Ricardo Barollo, um paulista de 34 anos, foi preso ontem na zona sul de São Paulo. É a segunda vez que os policiais fazem a captura do homem, considerado um dos líderes do movimento de intolerância contra judeus, negros e gays no Brasil. Em maio deste ano, ele acabou na cadeia, mas foi liberado pela Justiça, que agora reviu sua decisão.

Agentes também fizeram prisões de outras pessoas suspeitas de envolvimento no caso, inclusive em Teutônia, município de 25 mil habitantes no Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul. A Polícia Civil gaúcha investiga as relações entre neonazistas do Paraná e do Estado.

A morte do casal em Curitiba aconteceu em 20 de abril deste ano, após uma festa em comemoração dos 120 anos de nascimento do líder nazista Adolf Hitler. Segundo a Polícia Civil, o motivo do crime foi uma rixa entre grupos neonazistas.

Conforme a investigação, Ricardo Barollo teria ordenado também a morte de um morador de Caxias do Sul e ex-integrante do movimento neonazista. O paulista visitava seguidamente a Serra gaúcha, onde namorava uma jovem moradora de Caxias do Sul e tinha contatos com simpatizantes de um grupo separatista da região.

- O movimento nazista brasileiro é forte em São Paulo e Paraná. Tem conexões em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e, em menor parte, em Goiás. Os filiados, cerca de 300 em todo o país, pagam mensalidades conforme suas possibilidades
- A ideia é criar um novo país, de supremacia da raça ariana, em algum lugar da Região Sul
- Os membros são recrutados pela internet. O requisito principal é provar a pureza da raça. Após a aceitação, os membros fazem um juramento de sangue no qual se comprometem a nunca trair, ter honra e lealdade, seguir a ideologia nacional-socialista e obedecer o líder.

Fonte: Pioneiro(Caxias do Sul)
http://www.clicrbs.com.br/pioneiro/rs/impressa/11,2701346,157,13426,impressa.html

Mais:
Jornale Curitiba; Jornal Pequeno; Band; Terra Brasil, Paraná Online; Gazeta do Povo; O Globo

2191 pessoas, entre elas neonazistas, são presas em Operação da Polícia em São Paulo
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=685577

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Antissemitismo em penitenciária de São Paulo

Judeu diz ter sofrido humilhações em cadeia de SP
Americano foi preso e afirma que acabou obrigado a tirar barba.
Governo nega humilhações e informa que vai apurar o caso.

Do G1, com informações do Fantástico


Corte de barba feito à força, ofensas à crença religiosa e até insultos nazistas: um judeu ortodoxo denuncia que sofreu humilhações em uma cadeia de São Paulo. O homem, de 56 anos, se diz traumatizado. “Eu fiquei muito mal, pensando no que os alemães fizeram com os judeus 60 anos atrás. Isso é o que eles fizeram comigo agora no Brasil”, desabafa.

Engenheiro elétrico com passaporte americano, ele afirma ter saído da Alemanha no dia 6 de julho, para visitar amigos em São Paulo. Assim que passou pelo desembarque no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, foi preso.

A polícia descobriu que ele carregava no casaco e no colete itens valiosos não declarados, como joias, diamantes e relógios caros. O engenheiro passou três dias detido na Polícia Federal, no Aeroporto de Guarulhos, e foi levado depois para um Centro de Detenção Provisória (CDP). Nele, segundo o judeu, depois de passar por uma triagem, ele teria sido vítima de intolerância religiosa.

Ele diz que um carcereiro atirou no chão a quipá - um pequeno chapéu obrigatório para todo judeu ortodoxo. "Ele, então, começou a falar com um colega que estava ao lado, rindo de mim. Depois, eles falaram ‘heil Hitler’", conta. "Heil Hitler", "salve Hitler", é a mais conhecida saudação nazista da época do holocausto.

O engenheiro diz que, depois da insultá-lo, os carcereiros encontraram em sua bagagem dois objetos religiosos, o talit e o tefilin, e os atiraram no chão. Os acessórios são sagrados. “Quando uma pessoa se envolve com o talit, nessa hora, ele está lembrando que tem que cumprir os 613 mandamentos de Deus. Quando um judeu coloca o tefilin de manhã, é a conexão dele com Deus”, explica.

Sem barba

Mas o pior ainda estava por vir. “O carcereiro me perguntou há quanto tempo eu tinha a barba. Eu disse que tinha desde que ela começou a crescer. Ele respondeu, então, que a partir daquele dia, eu não ia ter mais barba”, lembra.

O engenheiro diz que o puseram em uma cadeira, algemado nas mãos e nos pés. Em seguida, sua barba foi complemente raspada. “Consta na nossa Torá, que é a nossa Bíblia, que é proibido você destruir parte de sua barba. De acordo com a cabala, a parte mística do judaísmo, através da barba, nós recebemos as benções divinas”, explica um rabino.

Também foram cortados os cachos que ele mantinha desde que nasceu e que simbolizam devoção a Deus. “Em alguns campos de concentração, o tipo de humilhação que fizeram com os judeus ortodoxos foi cortar a barba e zombar dessas pessoas. Eu vejo isso como um ato antissemita, um ato isolado, mas um ato de desrespeito e humilhação”, afirma o rabino.

Outro lado

A Secretaria de Administração Penitenciária disse em nota que não houve agressões físicas, morais ou psicológicas, mas que vai apurar devidamente o caso. Segundo a secretaria, os presos são tratados de forma padronizada e têm a barba e o cabelo cortados. Com relação ao americano, a secretaria alega ainda que a barba dele era muito longa, na altura do umbigo.

“É um procedimento padrão, mas que comporta exceções. Estes agentes praticaram alguns crimes, como abuso de autoridade e certamente o crime de racismo, ao incitar e praticar o preconceito contra a religião, contra a crença e a etnia”, destaca o advogado Augusto de Arruda Botelho.

É a mesma opinião do juiz Sergio Mazina Martins, especialista em direitos humanos e presidente do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM). “Você quer impedir o indivíduo de ter determinada barba, determinado cabelo, quando, na verdade, isso para ele faz parte da sua cultura e da sua própria crença religiosa”, aponta.

Agora solto, o engenheiro usa barba postiça. Ele espera a Justiça decidir se poderá aguardar o andamento do processo na Alemanha, onde diz viver. E não vê a hora de ir embora. “Quero ir para casa. Espero que eles não façam mais isso com judeus que querem manter sua barba”, diz.

Fonte: G1(Brasil)
http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1277481-5605,00-JUDEU+DIZ+TER+SOFRIDO+HUMILHACOES+EM+CADEIA+DE+SP.html

Link do vídeo:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1109903-7823-JUDEU+ORTODOXO+DENUNCIA+QUE+SOFREU+HUMILHACOES+EM+CADEIA+EM+SAO+PAULO,00.html

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