Acho que é preciso destacar que na Espanha, por volta dos anos oitenta, consolidada melhor ou pior a Transição e ainda distantes dos oito anos (1996-2004) de governo de José María Aznar, em que discutir sobre a 2ªR (2ª República) e a GCE (Guerra Civil Espanhola) era, ao menos na Universidade, um exercício de relativa unanimidade. Desterrados os argumentos da propaganda franquista, a Segunda República deixava de ser um caos anárquico de roubos, mortes e violações e se convertia em uma oportunidade de progresso perdida; o "Movimento" de regeneração nacional iniciado em julho de 1936 passava a ser considerado um golpe de Estado de livro e a Guerra Civil já não se decidia por intervenção divina, como boa cruzada, senão pelo abandono das democracias europeias frente à aliança de Hitler, Mussolini e Franco. Sinceramente, não parecia haver nada de extraordinário nisto. Toda ditadura constrói mitologias heroicas de luta e resistência por diversos motivos, e se crer nelas como se subministram requer sectarismo e ignorância em partes iguais.
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segunda-feira, 6 de abril de 2015
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Definição de "revisionismo", vulgo negacionismo ou negação do Holocausto
Como prometido na caixa de comentários de posts recentes, um comentário aqui e o outro aqui, segue abaixo, pra constar do registro do blog, a antiga descrição do mesmo que constava dois comentários definindo o "revisionismo" do Holocausto feitas pelo historiador espanhol César Vidal.
Comentários feitos pelo blog "revi"-nazi sobre a retirada desta descrição:
E antes que você tenha um ataque de chiliques, eu me considero de esquerda, não faço parte da esquerda autoritária que a direita autoritária latinoamericana e ibérica adoram propagandear, por conta de sua histéria religiosa principalmente, como defensores do autoritarismo ou coisa parecida, até porque a democracia no Brasil deve e muito à esquerda democrática brasileira por existir, ao contrário do que a mídia brasileira diariamente bombardeia com mentiras, com seu monopólio midiático, tentando desestabilizar o regime democrático do país.
Você, Joãozinho, o "fascistinha nada camarada", insinuar, ou pior, afirmar, sem nem saber as razões da postagem dos comentários dele na descrição do blog e posterior retirada(não sei se percebeu mas você não é portavoz ou possui "procuração" pra falar em nome de ninguém aqui), que ele entrou pro "grupo dos maus"(negadores do Holocausto) só demonstra sua desqualificação pra discutir, má fé e ignorância ao analisar e comentar qualquer coisa referente a política e história.
Aliás, se você parasse de reduzir o mundo a um conflito do Oriente Médio em virtude de sua obsessão e crenças antissemitas, já faria um tremendo favor ao mundo em conter essa tua burrice explícita.
Como prova, já mostrada antes mas vale o repeteco, você mesmo deixou claro nesse print abaixo tirado da caixa de comentários do seu blog(não adianta apagar, rs) que sequer sabia do que estava falando: "Eu até confesso que nunca tinha ouvido falar dele(perdoem-me a falta de cultura)", rsrsrs:
Simplesmente hilário, o print fala por si só(rsrs).
Recado pra você: continue a postar este tipo de pérola que teremos prazer, se for de fato necessário, em mostrar o quanto você é ignorante, preconceituoso(só resta apelar a isso por não ter nada a dizer que preste) e não sabe nada do que diz, até porque sua estupidez serve de exemplo pra mostrar a ignorância e fascismo do credo "revisionista". Da próxima procure ao menos ler(e entender) o que está escrito(rsrsrs).
A ignorância revimané novamente "adubando" o mundo.
"A literatura revisionista, carente da mínima qualidade científica, constitui fundamentalmente um instrumento de propaganda de ideologias antissemitas, neonazistas e neofascistas, cujas únicas bases reais são a ignorância da documentação histórica, a má fé e o interesse por facilitar, concretamente, o caminho do poder a essas cosmovisões"Como aumentaria ainda mais o tamanho de um post já extenso(os que detonam as mentiras de um papagaio de "revi" que em sua ignorância não sabia sequer do que o assunto do texto sobre Guerra Civil espanhola tratava), achei por bem colocar essa descrição em separado neste post pra mostrar que insinuações e mentiras canalhas não intimidam a ninguém. Se o dito "revi" palhaço quer fazer graça, sua ignorância ao menos servirá pra mostrar o quão ridículo é o dito "revisionismo" do Holocausto(ou negacionismo).
"A finalidade fundamental do revisionismo é apagar das mentes a lembrança do Holocausto - associado aos horrores do nazismo e, em menor medida, de outros regimes fascistas - para assim facilitar o alcance do poder político às formações com essas orientações ideológicas"
César Vidal, historiador espanhol."
Comentários feitos pelo blog "revi"-nazi sobre a retirada desta descrição:
"Mas o mais cómico de tudo isto deixei para o fim: não sei se já repararam, mas César Vidal foi despromovido daquele espacinho - estou a ver que os saneamentos Estalinistas foram substituídos pelos saneamentos Sionistas! A frase deste antigo “anti-revisionista” que se encontrava naquela casa de doentes, perdão, crentes afirmacionistas, pelos vistos, passou de prazo. Mas agora já sei o porquê e a resposta está neste último ‘post’: "Moa e companhia - quer dizer, César Vidal, Ricardo de la Cierva, Jiménez Losantos, Gonzalo Fernández de la Mora, García de Cortázar, José Luis Gutiérrez Casalá, Ángel David Martín Rubio, entre outros citados – representam a resposta da direita que tem estado no poder do outro movimento, o da recuperação da memória histórica, surgido em torno de 1996-1997".Caro Joãozinho, o fascistinha "revi" de estimação deste blog, a descrição está aí em cima na íntegra, como registro. Em segundo lugar já que você não tem acesso a conversa entre membros do blog e nem terá, eu já havia comentado com o Leo quando fui alterar a descrição do blog, que o César Vidal é visado na Espanha por conta do posicionamento político dele contra o PSOE e a esquerda espanhola em geral e sobre seu revisionismo da Guerra Civil Espanhola e desonestidades dele com o mesmo, e desconhecia esse lado dele pois só me ative à descrição atribuída a ele (e que está correta) que ele fez do negacionismo do Holocausto, mas não com receio de que um extremista de direita(fascista) como você viesse reparar nisso e sim por conta do sectarismo de esquerda de alguns(ou vários) militantes de partidos bitolados que quando veem o nome de um cara, por ser de direita, já saem criticando sem nem saber o que está escrito(por sinal, nesse ponto eles se assemelham e muito a você).
Portanto, uma cambalhota e César Vidal passou a estar no grupo dos “maus”… Aposto que com mais uma cambalhota ou um enrolamento, ele ainda irá aparecer no Revisionismo em Linha…"
E antes que você tenha um ataque de chiliques, eu me considero de esquerda, não faço parte da esquerda autoritária que a direita autoritária latinoamericana e ibérica adoram propagandear, por conta de sua histéria religiosa principalmente, como defensores do autoritarismo ou coisa parecida, até porque a democracia no Brasil deve e muito à esquerda democrática brasileira por existir, ao contrário do que a mídia brasileira diariamente bombardeia com mentiras, com seu monopólio midiático, tentando desestabilizar o regime democrático do país.
Você, Joãozinho, o "fascistinha nada camarada", insinuar, ou pior, afirmar, sem nem saber as razões da postagem dos comentários dele na descrição do blog e posterior retirada(não sei se percebeu mas você não é portavoz ou possui "procuração" pra falar em nome de ninguém aqui), que ele entrou pro "grupo dos maus"(negadores do Holocausto) só demonstra sua desqualificação pra discutir, má fé e ignorância ao analisar e comentar qualquer coisa referente a política e história.
Aliás, se você parasse de reduzir o mundo a um conflito do Oriente Médio em virtude de sua obsessão e crenças antissemitas, já faria um tremendo favor ao mundo em conter essa tua burrice explícita.
Como prova, já mostrada antes mas vale o repeteco, você mesmo deixou claro nesse print abaixo tirado da caixa de comentários do seu blog(não adianta apagar, rs) que sequer sabia do que estava falando: "Eu até confesso que nunca tinha ouvido falar dele(perdoem-me a falta de cultura)", rsrsrs:
Simplesmente hilário, o print fala por si só(rsrs).
Recado pra você: continue a postar este tipo de pérola que teremos prazer, se for de fato necessário, em mostrar o quanto você é ignorante, preconceituoso(só resta apelar a isso por não ter nada a dizer que preste) e não sabe nada do que diz, até porque sua estupidez serve de exemplo pra mostrar a ignorância e fascismo do credo "revisionista". Da próxima procure ao menos ler(e entender) o que está escrito(rsrsrs).
A ignorância revimané novamente "adubando" o mundo.
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Pío Moa, o David Irving espanhol
Desmontando Pío Moa
FELIPE VILLEGAS/Salvo em círculos e meios especializados (na internet se trava uma batalha dialéctico-digital total), o comum de todos os mortais é seguir alheio à migalha na qual se fecham alguns historiadores ou pseudo-historiadores quando decidem dogmatizar seus livros ou conversas. Premissas como distância histórica frente ao evento, afã de objetividade (uma utopia), contraste das fontes, consulta até se esgotar as fontes, equanimidade, uso da linguagem fria... não parecem abundar no catálogo de novidades históricas que assomam as vitrines, em que pese nisso o seu puxão.
Ouvindo o historiador Francisco Espinosa Maestre (Villafranca de los Barros, 1954, mas radicado há anos em Sevilha) alguém pode ter uma ideia da complexa estrutura de interesses que rodeia ao fato histórico puro quando este se presta a ser usado como arma propagandística e/ou política. Este é o caso da Guerra Civil e seus cruentos capítulos, que seguem estando no topo e produzindo debates ácidos e manipulações, operações em grande escala de confusão e relativização que, longe de servir para contar as coisas tal como passaram, são o pretexto de alguns para legitimar causas pretéritas ainda que latentes.
Esta é a tese de partida de Espinosa em seu último livro, cujo esclarecedor título, "O fenômeno revisionista ou os fantasmas da direita espanhola (Ediciones Los Libros del Oeste), não é senão o aperitivo de umas demolidoras páginas nas quais Espinosa exerce o caráter de cirurgião para dissecar ponto a ponto do chamado "Método Moa: um livro em 15 dias".
Em tom ensaístico, claro e rotundo, Espinosa desmonta o exaltado Pío Moa, um autor de escrita fácil (de ahí sua copiosa produção editorial) convertido em bestseller (Aznar lhe declarou sua admiração) cuja credibilidade questiona o autor do ensaio de cabo a rabo, começando por sua formação: "Nem Pío Moa é historiador e nem seus livros são de história. Na realidade estamos diante de um simples propagandista e medíocre escritor a serviço do Partido Popular, que lhe encomendou a missão de melhorar sua imagem que a direita espanhola quer dar a si mesma e sujar a da esquerda. Para conseguir estes objetivos vale tudo", sustenta Espinosa.
Suas afirmações, ainda que corrosivas, não são gratuitas. Nas centenas de páginas justas de seu livro confronta a visão e sapiência de Moa partindo de um episódio concreto e dilacerante da Guerra Civil: a matança ocorrida na arena de touros de Badajoz em 14 de agosto de 1936, justamente naquilo que Espinosa é especialista, como creditou em seu livro "A Coluna da morte" (Crítica), ao que Moa desqualificou via artigos na imprensa e internet (Libertad Digital) com argumentos como o que se segue: "É fácil perceber vários pontos débeis no estudo de "A Coluna da morte". Não está em minhas possibilidades contrastar esses dados nem os métodos empregados, mas advertirei que, vistas as desvirtuações tão frequentes do autor, e seu evidente desejo de sacudir a bilis, seus dados oferecem a maior margem de desconfiança. Outros poderão fazer sobre este terreno as comprovações pertinentes".
"Onde estão os argumentos, as refutações, os dados que opõem? por que segue diminuindo uma matança total da qual houve testemunhas, como o periodista português Mário Neves, que desacreditaram o que o franquismo chamou de a lenda de Badajoz?". Pergunta-se o autor, que confessa que focou sua obra "como um desafio porque havia pesoas que desejavam ver como se punha em evidência o Método Moa, suas fontes e falsidades, sua propaganda.
Faltava instrução e aqui se oferece, assim como respostas ao porquê Moa e outros de semelhante talento seguem querendo manipular a História em benefício própio". Em efeito, a segunda parte do ensaio abre seu enfoque para desvelar as chaves do revisionismo histórico, um movimento (o autor chega a usar o termo cruzada) nascido no calor das ainda recentes vitórias eleitorais do PP com uma finalidade: "Ajustar a História do passado de modo que convenha ao que a direita atual deseja".
"Moa e companhia - quer dizer, César Vidal, Ricardo de la Cierva, Jiménez Losantos, Gonzalo Fernández de la Mora, García de Cortázar, José Luis Gutiérrez Casalá, Ángel David Martín Rubio, entre outros citados – representam a resposta da direita que tem estado no poder do outro movimento, o da recuperação da memória histórica, surgido em torno de 1996-1997".
Em sua análise, o historiador extremenho não economiza em responsabilidades na hora de explicar o porquê do êxito do revisionismo, cujos defensores (com Moa na cabeça) vendem livros como churros. "É tal o poder e respaldo midiático da direita que na esquerda não houve um contrapeso equivalente, e é nesta grande operação midiática de recuperação do espírito franquista e de reconquista da história da Espanha onde Moa julgou ter um papel primordial desde 1999. A direita podia ter escolhido opções mais moderadas, mas com a maioria absoluta de Aznar e o alinhamento deste com os planos de Bush, apostou-se pelo neofranquismo e no revisionismo mais forte", argumenta, ao tempo que encontra no "pacto político pelo esquecimento" subescrito pelo PSOE na raíz de sua vitória em 1982 boa parte da culpa para que o revisionismo coalhou como tem feito.
"O PSOE optou por não olhar para trás, em sua política de desmemória e assim, em fins dos anos 90, o terreno estava adubado com esquecimento e confusão para a colheita que se preparava".
E conclui: "O resultado é uma sociedade onde a batalha pela memória, pelo passado, está mais viva que nunca, onde o processo de exumação de fossas se exaspera para a direita, que se nega a reconhecer que os vencidos, por estranho que pareça, têm o mesmo direito que tiveram os vencedores durante décadas para localizar seus desaparecidos e lhes dar uma sepultura digna. E daqui que se levam tão mal o gotejamento de livros sobre repressão, que não tem cessado desde os anos 80, que põem em evidência as origens do franquismo e o fato de que sua única fonte de legitimidade foi a violência".
Por tudo o que foi exposto, Espinosa se pergunta porque na Espanha não há controles para evitar que se prolifere a propaganda travestida de História como o há na Inglaterra e França. "Isso não é liberdade de expressão, como tampouco é de validação que se repitam os velhos tópicos reforçando a imagem no coletivo daquilo, de que a guerra do pai ou do avô, não teve nada a ver com o que contam os historiadores".
Fonte original: Redação Diario de Sevilla(Espanha)
http://www.diariodesevilla.com/diariodesevilla/articulo.asp?idart=1269290&idcat=1182
Fonte: texto se encontra no site da ARP-Sociedad para el Avance del Pensamiento Crítico
http://digital.el-esceptico.org/leer.php?id=2080&autor=724&tema=146
Tradução(português): Roberto Lucena
FELIPE VILLEGAS/Salvo em círculos e meios especializados (na internet se trava uma batalha dialéctico-digital total), o comum de todos os mortais é seguir alheio à migalha na qual se fecham alguns historiadores ou pseudo-historiadores quando decidem dogmatizar seus livros ou conversas. Premissas como distância histórica frente ao evento, afã de objetividade (uma utopia), contraste das fontes, consulta até se esgotar as fontes, equanimidade, uso da linguagem fria... não parecem abundar no catálogo de novidades históricas que assomam as vitrines, em que pese nisso o seu puxão.
Ouvindo o historiador Francisco Espinosa Maestre (Villafranca de los Barros, 1954, mas radicado há anos em Sevilha) alguém pode ter uma ideia da complexa estrutura de interesses que rodeia ao fato histórico puro quando este se presta a ser usado como arma propagandística e/ou política. Este é o caso da Guerra Civil e seus cruentos capítulos, que seguem estando no topo e produzindo debates ácidos e manipulações, operações em grande escala de confusão e relativização que, longe de servir para contar as coisas tal como passaram, são o pretexto de alguns para legitimar causas pretéritas ainda que latentes.
Esta é a tese de partida de Espinosa em seu último livro, cujo esclarecedor título, "O fenômeno revisionista ou os fantasmas da direita espanhola (Ediciones Los Libros del Oeste), não é senão o aperitivo de umas demolidoras páginas nas quais Espinosa exerce o caráter de cirurgião para dissecar ponto a ponto do chamado "Método Moa: um livro em 15 dias".
Em tom ensaístico, claro e rotundo, Espinosa desmonta o exaltado Pío Moa, um autor de escrita fácil (de ahí sua copiosa produção editorial) convertido em bestseller (Aznar lhe declarou sua admiração) cuja credibilidade questiona o autor do ensaio de cabo a rabo, começando por sua formação: "Nem Pío Moa é historiador e nem seus livros são de história. Na realidade estamos diante de um simples propagandista e medíocre escritor a serviço do Partido Popular, que lhe encomendou a missão de melhorar sua imagem que a direita espanhola quer dar a si mesma e sujar a da esquerda. Para conseguir estes objetivos vale tudo", sustenta Espinosa.
Suas afirmações, ainda que corrosivas, não são gratuitas. Nas centenas de páginas justas de seu livro confronta a visão e sapiência de Moa partindo de um episódio concreto e dilacerante da Guerra Civil: a matança ocorrida na arena de touros de Badajoz em 14 de agosto de 1936, justamente naquilo que Espinosa é especialista, como creditou em seu livro "A Coluna da morte" (Crítica), ao que Moa desqualificou via artigos na imprensa e internet (Libertad Digital) com argumentos como o que se segue: "É fácil perceber vários pontos débeis no estudo de "A Coluna da morte". Não está em minhas possibilidades contrastar esses dados nem os métodos empregados, mas advertirei que, vistas as desvirtuações tão frequentes do autor, e seu evidente desejo de sacudir a bilis, seus dados oferecem a maior margem de desconfiança. Outros poderão fazer sobre este terreno as comprovações pertinentes".
"Onde estão os argumentos, as refutações, os dados que opõem? por que segue diminuindo uma matança total da qual houve testemunhas, como o periodista português Mário Neves, que desacreditaram o que o franquismo chamou de a lenda de Badajoz?". Pergunta-se o autor, que confessa que focou sua obra "como um desafio porque havia pesoas que desejavam ver como se punha em evidência o Método Moa, suas fontes e falsidades, sua propaganda.
Faltava instrução e aqui se oferece, assim como respostas ao porquê Moa e outros de semelhante talento seguem querendo manipular a História em benefício própio". Em efeito, a segunda parte do ensaio abre seu enfoque para desvelar as chaves do revisionismo histórico, um movimento (o autor chega a usar o termo cruzada) nascido no calor das ainda recentes vitórias eleitorais do PP com uma finalidade: "Ajustar a História do passado de modo que convenha ao que a direita atual deseja".
"Moa e companhia - quer dizer, César Vidal, Ricardo de la Cierva, Jiménez Losantos, Gonzalo Fernández de la Mora, García de Cortázar, José Luis Gutiérrez Casalá, Ángel David Martín Rubio, entre outros citados – representam a resposta da direita que tem estado no poder do outro movimento, o da recuperação da memória histórica, surgido em torno de 1996-1997".
Em sua análise, o historiador extremenho não economiza em responsabilidades na hora de explicar o porquê do êxito do revisionismo, cujos defensores (com Moa na cabeça) vendem livros como churros. "É tal o poder e respaldo midiático da direita que na esquerda não houve um contrapeso equivalente, e é nesta grande operação midiática de recuperação do espírito franquista e de reconquista da história da Espanha onde Moa julgou ter um papel primordial desde 1999. A direita podia ter escolhido opções mais moderadas, mas com a maioria absoluta de Aznar e o alinhamento deste com os planos de Bush, apostou-se pelo neofranquismo e no revisionismo mais forte", argumenta, ao tempo que encontra no "pacto político pelo esquecimento" subescrito pelo PSOE na raíz de sua vitória em 1982 boa parte da culpa para que o revisionismo coalhou como tem feito.
"O PSOE optou por não olhar para trás, em sua política de desmemória e assim, em fins dos anos 90, o terreno estava adubado com esquecimento e confusão para a colheita que se preparava".
E conclui: "O resultado é uma sociedade onde a batalha pela memória, pelo passado, está mais viva que nunca, onde o processo de exumação de fossas se exaspera para a direita, que se nega a reconhecer que os vencidos, por estranho que pareça, têm o mesmo direito que tiveram os vencedores durante décadas para localizar seus desaparecidos e lhes dar uma sepultura digna. E daqui que se levam tão mal o gotejamento de livros sobre repressão, que não tem cessado desde os anos 80, que põem em evidência as origens do franquismo e o fato de que sua única fonte de legitimidade foi a violência".
Por tudo o que foi exposto, Espinosa se pergunta porque na Espanha não há controles para evitar que se prolifere a propaganda travestida de História como o há na Inglaterra e França. "Isso não é liberdade de expressão, como tampouco é de validação que se repitam os velhos tópicos reforçando a imagem no coletivo daquilo, de que a guerra do pai ou do avô, não teve nada a ver com o que contam os historiadores".
Fonte original: Redação Diario de Sevilla(Espanha)
http://www.diariodesevilla.com/diariodesevilla/articulo.asp?idart=1269290&idcat=1182
Fonte: texto se encontra no site da ARP-Sociedad para el Avance del Pensamiento Crítico
http://digital.el-esceptico.org/leer.php?id=2080&autor=724&tema=146
Tradução(português): Roberto Lucena
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