Como já foi publicado posts no blog sobre isto (clique aqui pra ver os textos), no fim do ano passado expirou os direitos autorais do Estado da Baviera (Alemanha) sobre o livro autobiográfico de Hitler, o "Mein Kampf" ("Minha Luta", em português).
Já saiu também notícia há algum tempo (agora que vi que o post é de 2008, quase 8 anos...) que um Instituto de História Contemporânea (IFZ) na Alemanha queria lançar (e já lançou) uma edição comentada do livro, que tem quase 2000 páginas. Edição comentada do livro completo, pois ele foi lançado em dois volumes, além de ter uma "continuação". Geralmente o povo só "conhece" os dois primeiros volumes. Ambas cópias se encontram facilmente em inglês.
Pra quem não conhece a sequência do Mein Kampf (Minha Luta), que irei chamar de "a continuação", ela foi lançada em inglês e se encontra fácil em sites online de venda dos EUA e Reino Unido, não há restrição nesses países sobre a venda desses livros:
Hitler's Second Book: The Unpublished Sequel to Mein Kampf
Zweites Buch
Não colocarei link de site online (tem um bem conhecido) pra não fazer propaganda gratuita de site de vendas, a menos que fosse algo extremamente necessário.
Prosseguindo... aqui temos a matéria no site do Instituto sobre a edição comentada, texto em inglês. Como não fiz post comentando a existência deste outro blog abaixo, eu criei um blog pra postar textos em outros idiomas que poderiam ser traduzidos praqui, mas que acabaram não sendo. É muito mais fácil publicar isso nos idiomas originais que a tradução. Caso alguém tenha interesse em ver:
Hitler, Mein Kampf. A critical edition (IFZ, Alemanha)
O que chama atenção pro caso da publicação do livro é a histeria da imprensa alemã com o fato, ou estão querendo ter audiência porque o tema "chama atenção", como por exemplo a DW (Deutsche Welle) que tem versão em português (Brasil) e que age como se o livro não estivesse acessível na internet há mais de década, em vários idiomas, formatos etc ou estão querendo promover mesmo o livro.
Basta colocar na busca de qualquer navegador o nome do livro, acrescido do formato PDF (o formato fica a critério de cada um) que aparecem cópias e mais cópias do livro.
Vou dar um exemplo de como é fácil achar isso. Colocarei a busca pra versão em inglês pra não facilitar os "curiosos" que ficam "fascinados" com isso. Caso algum site retire o arquivo que consta dos links, paciência, isto é só pra ilustrar como é fácil de achá-lo e baixar:
mein kampf pdf english
Aqui uma versão em português (apareceu também na busca acima), mas acho que não é a versão completa (em PDF):
Link
Na própria Wikipedia há cópias disso, no verbete em inglês:
https://en.wikipedia.org/wiki/Mein_Kampf#External_links
Um adendo: o verbete da Wikipedia em português pro livro tem várias distorções ou é bem precário, colocaram o termo "racialista" em vez de "racista" pro livro (alguma viúva chorosa do III Reich deve ter feito a alteração), e o próprio verbete "racialista" em português é um verdadeiro lixo. O pior é que até pra alterar é complicado, a fiscalização do site com a versão em português é muito ruim e o número de pessoas que contribui muito baixo, fora o sectarismo político e distorções que rola na direita brasileira com esses temas.
Ou seja: qual a razão da histeria? Nunca viram essas coisas citadas acima?
Agora toda vez que se falar em nazismo será essa histeria, por pura ignorância? Pensei que a postura do povo tivesse amadurecido, mas pelo visto (vou me restringir ao Brasil) o brasileiro (generalizando) continua imaturo pra qualquer tipo de discussão política, isso quando não descambam pro sectarismo e agressão aberta.
Pra que tanto alarde só por conta de uma publicação em papel? Eles acham mesmo que é o único meio de propagação de ódio na face da terra ou o principal? cheio de tablets e mídia eletrônica em todo canto?
A pseudo-polêmica em torno do livro irrita, pois parece mais material de divulgação e propaganda as matérias que qualquer coisa que esclareça algo, por exemplo, poucos citam esses fatos narrados acima. Fora que vários textos de nazistas (Diários de Rosenberg, Goebbels etc) se encontram disponíveis à venda, principalmente nas versões em inglês.
Não existe restrição à venda disso no Reino Unido e nem nos Estados Unidos.
Mais um motivo pra eu ficar perplexo com a reação histérica da mídia em torno disso. Começou com a mídia alemã, mas as outras mídias dos outros países, por mimetismo (já que ninguém lê nada), saíram repetindo o "comportamento" só copiando a discussão original, sem refletir.
Pois bem, minha opinião sobre o fim dos direitos autorais desse livro e publicação livre em vários países, e eu já devo ter dito isso antes mais de uma vez, é de que uma edição comentada é muito bem-vinda.
Ela vale muito mais que o livro original, pois é um livro novo, com acréscimos que devem valer à pena. Só que só será lançada em alemão até agora, essa edição crítica, e em número limitado. O que é um erro.
Não há previsão de lançamento (se é que vão lançar) de tradução desta edição comentada alemã em outros países, principalmente nos de língua inglesa e espanhola, já que o grosso do mercado dos livros em português se resume quase que praticamente ao Brasil, e a tiragem de uma edição dessas no país seria pouco provável, pois seria cara (até pelo tamanho) e o conhecimento político e de História da população não é dos melhores. É só ver os comentários negando o caráter nocivo dos mais de três séculos de escravidão no país e das manifestações racistas no mesmo na última década.
Há um lançamento programado na Espanha, pro dia 19 de janeiro próximo, de uma edição espanhola desse livro, comentada (se eu localizar a matéria eu coloco o link), só que não é a edição do IZF (Inst. de História alemão). O livro será lançado também em Portugal, só que na versão normal, não a comentada (que é a que eu destaco e valeria a pena).
O piti de grupos tentando barrar a publicação desta edição comentada é burrice explícita (não tem outro termo pra se chamar), ignora todos os fatos apontados acima (que não são novidade) e trata o livro apenas pelo aspecto simbólico ignorando que o livro é uma chatice e não é o principal livro pra se entender o nazismo ou mesmo fazer "propaganda".
O mecanismo de propagação de ódio na internet tem outra dinâmica, a maioria dessas viúvas do III Reich são muito toscas, tem uma interpretação deturpada disso (quando leem), seguem mais uma estética e discurso fácil de ódio. Quem quiser entender algo sobre nazismo e segunda guerra, comece pela biografia de Hitler de Joachim Fest (saiu em dois volumes a última edição) ou a do Ian Kershaw (ambas lançadas em português).
Esse "fetiche" em torno do Mein Kampf (Minha Luta) não passa de exibicionismo, idiotice e coisa de momento, quando deixar de ser novidade, cairá no limbo.
A histeria ou falácia (já vi matéria com essa baboseira, pra variar) de que esse livro aumentará o "xenofobismo" na Europa, é coisa de gente paranoica ou querendo criar alarmismo sobre o assunto porque sabe que o grosso da população no Brasil tem uma ideia genérica (quando tem) sobre nazismo, fascismo e segunda guerra. Ainda bem que existe a internet como espaço democrático onde não precisamos mais ficar reféns dessas "inteligências raras", além de termos acesso ao que é publicado em outros países, publicações de ponta e não bobagens.
Só pra esclarecer: o comentário acima não se trata de uma provocação, eu já tinha em mente fazer um post sobre essa histeria da mídia acerca desse livro, desde dezembro, mas é que como tive o desprazer de ler mais uma besteira sobre o assunto, e acabei citando a coisa. Só que não posso restringir o que penso pra não desagradar a A, B ou C que dizem o que quer e não gostam de críticas, resquício de um comportamento cultural autoritário do país, que eu não tolero. A reação padrão, em geral, é fingir que não leram a crítica. Continuem assim (rs).
Resta aos leitores lusófonos torcer pra que lancem isso na Espanha (principal mercado editorial em espanhol), só que deverá custar caro. Cito a Espanha pela proximidade dos dois idiomas, português e espanhol. "Ah, mas não sei ler espanhol", tente aprender e pare de reclamar de tudo, será bom pra você e pra todos no seu entorno. Digo isso porque muita gente reclama que tem dificuldade com o inglês, mas com o espanhol não existe essa desculpa de "ah, eu não sei, é difícil", papo furado, isso é preguiça.
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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
quarta-feira, 23 de setembro de 2015
Sobre comentários xenófobos na DW Brasil
Estou transcrevendo pra cá o comentário extra que fiz no post sobre o chute da repórter húngara do Jobbik. Sobre comentários xenófobos na DW Brasil proferidos principalmente por brasileiros, alguns inclusive vivendo na Alemanha. Há que separar o joio do trigo pois há vários brasileiros vivendo na Alemanha que não têm nada a ver com a postura dessa minoria de imbecis, justamente por isso serve o alerta já que na versão em inglês dessa publicação ela costuma fazer uma limpa dos comentários desse tipo ou chamar atenção, fora que há órgãos alemães monitorando as verões dessas publicações em inglês e alemão, resta saber se verificam também as em português.
Os ataques xenófobos são variados. Quando há publicação sobre nazismo e Holocausto aparecem os germanófilos pró-nazi com antissemitismo e afins. Quando há publicação sobre refugiados da Síria, a xenofobia é direcionada a muçulmanos e tudo o que se possa imaginar, coisa pesada mesmo, fora os comentários dos que sofrem complexo de vira-lata agudo atacando tudo do país com uma idealização (de Cinderela) que beira o ridículo de outros países, algo sem propósito que torna a convivência com essas pessoas insuportável (impossível), fora que, é desagradável ler uma publicação e já estar entupida de porcaria xenófoba de cima abaixo. A revista não está tratando como deve o país. E por favor (a quem queira vir chiar), eu não sofro de "vira-latice", comigo esse papo de "Brasil é uma merda" não causa comoção alguma a não ser desprezo profundo. Sim, eu sei que o país tem problemas, todos os países do mundo têm, mas não é com lamúrias que vocês irão mudar isso, não é torrando a paciência alheia atacando e menosprezando o país que irão mudar coisa alguma, se é que querem pois o vira-lata convicto quer mesmo a piedade alheia e isso eu jamais darei porque é falta de vergonha na cara. Sempre houve uma diferença entre críticas (sérias) ao país e choradeira de gente com complexo de vira-lata comentando idiotice, não são coisas iguais.
Como disse acima, espero que os órgãos alemães que leem estas publicações verifiquem o conteúdo xenófobo dessa brasileirada sem noção, pois sem noção ou não, estão incitando ódio de outro país e isso é crime na Alemanha, e no Brasil, mas aqui o Ministro Soneca (o Ministro da Justiça, Eduardo Cardozo) nunca fez nada, nem os ministros anteriores a ele sobre esse tipo de problema, tratam o problema com descaso até acontecer algo mais sério e serem cobrados por isso.
Sem mais delongas, transcrevo o comentário que fiz no outro post abaixo, pois acho melhor colocar comentários longos como posts à parte, facilita de ler o post original. Publicado originalmente aqui:
O ataque da repórter do Jobbik (extrema-direita) na Hungria aos refugiados
_____________________________________________________________
2. Vou fazer outro relato de problema referente à xenofobia, agora vindo de brasileiros, mas se for melhor colocar num post à parte depois eu transfiro, que é sobre a presença de comentários xenófobos e racistas na edição da DW (Deutsche Welle) em português ou DW Brasil, comentários de brasileiros que fariam o cabo Adolfo (Hitler) corar de inveja com o conteúdo dos comentários. Eu acho que este segundo relato será removido depois e ficará em um post só pra retratar a DW, mas o antecipo aqui.
Não vou nem ressaltar a ignorância e estupidez da maioria dos que proferem os ataques, embora isso não "limpe a barra" deles (a intenção é a que conta), pois são muito, mas muito ignorantes. Não sabem absolutamente nada sobre o que se passa e se metem e emitir opinião cheia de preconceito pra querer "mostrar que existe". Que forma de inclusão esdrúxula esse pessoal "pratica", a pior possível, são orgulhosos da própria ignorância e falam com uma petulância fora do comum quando antes gente estúpida costumavhttps://draft.blogger.com/blogger.g?blogID=936216226993954018#allpostsa ter medo de dizer algo pra não passar por burro em público.
É uma enxurrada de comentários agressivos (xenófobos, preconceituosos etc), não são poucos. Alguns estão na Alemanha inclusive e poderiam (e deveriam) ser enquadrados em leis antirracismo naquele país, pra tomarem no mínimo vergonha na cara e não acharem que podem defecar imundície por alguma brecha que dão pois na frente dos outros devem posar de "anjinhos". Eles atacam longe dos olhos do pessoal daquele país se valendo da arena "vale-tudo" de extremismo que virou o país (Brasil) com esse Ministro da Justiça omisso (pra não usar outro termo), o Zé Cardozo ou Zé da "Justiça", o "petista" querido da mídia oligopolizada e seu "republicanismo" seletivo, uma nova "noção" de "justiça" (entre aspas).
Caso algum órgão alemão que trate dessas questões leia o blog, a DW precisa tomar uma chamada pois adota dois pesos e duas medidas no tratamento do problema. Na edição em inglês ela é cheia de dedos e corta os ataques aparentemente ou chama atenção, pra parecer zelosa, na versão do Brasil ela deixa a selvageria (racismo e xenofobia) rolar solta. Estão de "brincadeira", mas isso tem que ter fim.
Como já frisei, boa parte dos ataques xenófobos, racistas e sectários (tem ataque religioso no meio vindo de fanáticos) são feitos por brasileiros, ataques com viés de extrema-direita (o conteúdo), mas não é de gente ligada a agremiações fascistas, aparentemente (fascista no sentido literal do termo, tema tratado no blog), esse pessoal aparenta ser gente "comum", fazendo ataques e todo tipo de cretinice possíveis por estarem longe dos olhos do pessoal na Alemanha, teoricamente. Alguns residem na Alemanha o que permite o Estado alemão processá-los por crimes de ódio já que estão usando território alheio pra praticar patifaria e sujar a imagem do país, embora achem que estão "abafando", má educação e canalhice (preconceito) agora virou sinônimo de "status" pra esse pessoal.
Segue a tradução da matéria abaixo da jornalista fascista húngara pois evito, quando dá, colocar links de jornal do país justamente pela questão do oligopólio de mídia. Restou poucas mídias no Brasil pra se usar.
Os ataques xenófobos são variados. Quando há publicação sobre nazismo e Holocausto aparecem os germanófilos pró-nazi com antissemitismo e afins. Quando há publicação sobre refugiados da Síria, a xenofobia é direcionada a muçulmanos e tudo o que se possa imaginar, coisa pesada mesmo, fora os comentários dos que sofrem complexo de vira-lata agudo atacando tudo do país com uma idealização (de Cinderela) que beira o ridículo de outros países, algo sem propósito que torna a convivência com essas pessoas insuportável (impossível), fora que, é desagradável ler uma publicação e já estar entupida de porcaria xenófoba de cima abaixo. A revista não está tratando como deve o país. E por favor (a quem queira vir chiar), eu não sofro de "vira-latice", comigo esse papo de "Brasil é uma merda" não causa comoção alguma a não ser desprezo profundo. Sim, eu sei que o país tem problemas, todos os países do mundo têm, mas não é com lamúrias que vocês irão mudar isso, não é torrando a paciência alheia atacando e menosprezando o país que irão mudar coisa alguma, se é que querem pois o vira-lata convicto quer mesmo a piedade alheia e isso eu jamais darei porque é falta de vergonha na cara. Sempre houve uma diferença entre críticas (sérias) ao país e choradeira de gente com complexo de vira-lata comentando idiotice, não são coisas iguais.
Como disse acima, espero que os órgãos alemães que leem estas publicações verifiquem o conteúdo xenófobo dessa brasileirada sem noção, pois sem noção ou não, estão incitando ódio de outro país e isso é crime na Alemanha, e no Brasil, mas aqui o Ministro Soneca (o Ministro da Justiça, Eduardo Cardozo) nunca fez nada, nem os ministros anteriores a ele sobre esse tipo de problema, tratam o problema com descaso até acontecer algo mais sério e serem cobrados por isso.
Sem mais delongas, transcrevo o comentário que fiz no outro post abaixo, pois acho melhor colocar comentários longos como posts à parte, facilita de ler o post original. Publicado originalmente aqui:
O ataque da repórter do Jobbik (extrema-direita) na Hungria aos refugiados
_____________________________________________________________
2. Vou fazer outro relato de problema referente à xenofobia, agora vindo de brasileiros, mas se for melhor colocar num post à parte depois eu transfiro, que é sobre a presença de comentários xenófobos e racistas na edição da DW (Deutsche Welle) em português ou DW Brasil, comentários de brasileiros que fariam o cabo Adolfo (Hitler) corar de inveja com o conteúdo dos comentários. Eu acho que este segundo relato será removido depois e ficará em um post só pra retratar a DW, mas o antecipo aqui.
Não vou nem ressaltar a ignorância e estupidez da maioria dos que proferem os ataques, embora isso não "limpe a barra" deles (a intenção é a que conta), pois são muito, mas muito ignorantes. Não sabem absolutamente nada sobre o que se passa e se metem e emitir opinião cheia de preconceito pra querer "mostrar que existe". Que forma de inclusão esdrúxula esse pessoal "pratica", a pior possível, são orgulhosos da própria ignorância e falam com uma petulância fora do comum quando antes gente estúpida costumavhttps://draft.blogger.com/blogger.g?blogID=936216226993954018#allpostsa ter medo de dizer algo pra não passar por burro em público.
É uma enxurrada de comentários agressivos (xenófobos, preconceituosos etc), não são poucos. Alguns estão na Alemanha inclusive e poderiam (e deveriam) ser enquadrados em leis antirracismo naquele país, pra tomarem no mínimo vergonha na cara e não acharem que podem defecar imundície por alguma brecha que dão pois na frente dos outros devem posar de "anjinhos". Eles atacam longe dos olhos do pessoal daquele país se valendo da arena "vale-tudo" de extremismo que virou o país (Brasil) com esse Ministro da Justiça omisso (pra não usar outro termo), o Zé Cardozo ou Zé da "Justiça", o "petista" querido da mídia oligopolizada e seu "republicanismo" seletivo, uma nova "noção" de "justiça" (entre aspas).
Caso algum órgão alemão que trate dessas questões leia o blog, a DW precisa tomar uma chamada pois adota dois pesos e duas medidas no tratamento do problema. Na edição em inglês ela é cheia de dedos e corta os ataques aparentemente ou chama atenção, pra parecer zelosa, na versão do Brasil ela deixa a selvageria (racismo e xenofobia) rolar solta. Estão de "brincadeira", mas isso tem que ter fim.
Como já frisei, boa parte dos ataques xenófobos, racistas e sectários (tem ataque religioso no meio vindo de fanáticos) são feitos por brasileiros, ataques com viés de extrema-direita (o conteúdo), mas não é de gente ligada a agremiações fascistas, aparentemente (fascista no sentido literal do termo, tema tratado no blog), esse pessoal aparenta ser gente "comum", fazendo ataques e todo tipo de cretinice possíveis por estarem longe dos olhos do pessoal na Alemanha, teoricamente. Alguns residem na Alemanha o que permite o Estado alemão processá-los por crimes de ódio já que estão usando território alheio pra praticar patifaria e sujar a imagem do país, embora achem que estão "abafando", má educação e canalhice (preconceito) agora virou sinônimo de "status" pra esse pessoal.
Segue a tradução da matéria abaixo da jornalista fascista húngara pois evito, quando dá, colocar links de jornal do país justamente pela questão do oligopólio de mídia. Restou poucas mídias no Brasil pra se usar.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Museu em Gdansk lembra invasão da Polônia pelas tropas de Hitler
Há quase 70 anos, o Exército alemão invadia a Polônia. Pawel Machcewicz, diretor do novo Museu da Segunda Guerra Mundial, a ser inaugurado na polonesa Gdansk, fala sobre o sofrimento do povo de seu país no conflito.
(Foto)Soldados alemães invadiram a Polônia em 1939
Deutsche Welle: Em Gdansk, o lugar onde começou a invasão da Polônia pela Alemanha de Hitler, deverá ser erigido, sob uma perspectiva europeia, um Museu da Segunda Guerra Mundial. O que poderá ser visto nesse novo museu?
Pawel Machcewicz: Não queremos mostrar a guerra do ponto de vista militar, mas sim sob a perspectiva da população civil. Queremos mostrar o sofrimento das pessoas, mas também a resistência, que nem sempre foi militar. O Estado polonês clandestino era, em grande parte, uma instituição civil, com escolas funcionando secretamente e até mesmo tribunais secretos.
Queremos mostrar também o caminho que levou a essa guerra, resultado da ideologia criminosa do Terceiro Reich, sem a qual não podemos compreender nem a radicalização da guerra nem a política alemã de ocupação. Queremos mostrar que esta guerra foi, desde o início, uma guerra de extermínio. Com isso, corrigimos a interpretação formulada com frequência de que a brutalidade da guerra teria começado somente com a invasão alemã da União Soviética.
(Foto)Westerplatte, em Gdansk: emblema da resistência polonesa
Não foi assim e é o que queremos mostrar. E pretendemos expor também as consequências da guerra, que foram muito diferentes para a Europa Ocidental e para o Leste Europeu. Para a Europa Ocidental, o fim da guerra foi uma libertação. Não estou falando aqui da Alemanha, onde a situação era mais complicada, mas, por exemplo, dos franceses ou holandeses.
Para a Polônia, ao contrário, o fim da guerra foi somente o fim da ocupação alemã, mas liberdade não obtivemos. No Ocidente, esse paradoxo parece pouco compreensível, mas, para a Polônia, e também para vários outros países do Leste Europeu, a Segunda Guerra Mundial só acabou realmente em 1989.
DW: Sua ideia já foi criticada várias vezes na Polônia. Jornalistas da imprensa nacionalista e conservadora, mas também políticos conservadores ligados ao presidente Lech Kaczyński, e seu irmão Jaroslaw, o acusam de ter, com a perspectiva europeia do museu, negligenciado o sofrimento do povo polonês e também a resistência heróica contra a ocupação alemã.
Essas acusações não têm nada a ver com a realidade, nem com a nossa proposta. Houve protestos até mesmo contra a ideia de que fôssemos além da perspectiva polonesa. Mas a Segunda Guerra não foi uma experiência apenas polonesa e sim europeia. Estou convencido de que destinos especificamente poloneses até ganham importância quando apresentados em comparação com outros países.
Só podemos, por exemplo, compreender o significado do Estado polonês clandestino e das grandes conspirações contra a Alemanha de Hitler, e também contra a União Soviética, quando comparamos esses episódios com outras formas de resistência na Europa Ocidental. Os ataques ao nosso projeto tinham objetivos muito políticos. A oposição nacional-conservadora acreditava ter descoberto aqui uma possibilidade cômoda de atacar o premiê Donald Tusk, que apoia o projeto.
Somente o fato de trabalharmos junto com outros historiadores europeus – Ulrich Herbert da Alemanha, Norman Davies do Reino Unido e Henry Rousso, da França – já era, para alguns grupos na Polônia, razão suficiente para repudiar o projeto como um todo.
DW: Na Alemanha, entre as associações de desterrados, a ideia do museu vem sendo também observada e em parte criticada. Essas associações pleiteiam uma apreciação mais crítica da história polonesa anterior à guerra. Um período no qual partidos nacionalistas já cogitavam, antes da eclosão da guerra, a expulsão dos alemães, enquanto o governo do país mantinha as melhores relações com o regime de Hitler. Houve até mesmo um tratado de amizade entre os dois lados.
Isso é um equívoco. Não se trata de um museu da história teuto-polonesa. Se fosse o caso, poderíamos voltar até os tempos das ordens de cavaleiros. Trata-se, porém, de um Museu da Segunda Guerra Mundial, e a razão desta guerra está, acima de tudo, na expansão ideológica, territorial e militar do Terceiro Reich. Isso precisa ser exposto como a razão principal da guerra.
(Foto)200 mil poloneses morreram na luta pela libertação
Mostrar as exigências territoriais da Polônia à Alemanha naquele momento só iria distorcer a imagem da guerra. Antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial, não havia na Polônia nenhum grupo político sério, que tenha exigido a expulsão dos alemães ou que tenha feito valer demandas territoriais à custa da Alemanha. A Polônia é que foi invadida. Neste contexto, é preciso fazer valer, acima de tudo, a razão. E avaliar as proporções do que ocorreu.
DW: Como será a inauguração do museu, no dia 1° de setembro de 2009, em Gdansk?
Haverá um encontro de chefes de governo e Estado de diversos países europeus na Westerplatte [península de Gdansk, palco do início da Segunda Guerra Mundial]. A premiê alemã, Angela Merkel, e o presidente russo, Vladimir Putin já confirmaram que virão. Contamos também com a presença dos líderes dos principais países da então aliança anti-Hitler, ou seja, da França e do Reino Unido.
A Westerplatte simboliza a heróica resistência polonesa contra o ataque de Hitler. Ali esteve estacionada uma pequena unidade polonesa, que defendeu o país do 1° ao 9 de setembro. Ali foi assinado o documento de fundação do museu.
Pawel Machcewicz, nascido em 1966, é historiador e diretor fundador do Museu da Segunda Guerra Mundial, em Gdansk. Ele atuou anteriormente no Instituto de Estudos Políticos da Academia Polonesa das Ciências (ISP PAN) e foi diretor do Escritório para Educação e Pesquisa do Instituto para a Memória Nacional, em Varsóvia.
Autor: Martin Sander
Revisão: Augusto Valente
Fonte: Deutsche Welle(01.06.2009, Alemanha)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,4292562,00.html
(Foto)Soldados alemães invadiram a Polônia em 1939
Deutsche Welle: Em Gdansk, o lugar onde começou a invasão da Polônia pela Alemanha de Hitler, deverá ser erigido, sob uma perspectiva europeia, um Museu da Segunda Guerra Mundial. O que poderá ser visto nesse novo museu?
Pawel Machcewicz: Não queremos mostrar a guerra do ponto de vista militar, mas sim sob a perspectiva da população civil. Queremos mostrar o sofrimento das pessoas, mas também a resistência, que nem sempre foi militar. O Estado polonês clandestino era, em grande parte, uma instituição civil, com escolas funcionando secretamente e até mesmo tribunais secretos.
Queremos mostrar também o caminho que levou a essa guerra, resultado da ideologia criminosa do Terceiro Reich, sem a qual não podemos compreender nem a radicalização da guerra nem a política alemã de ocupação. Queremos mostrar que esta guerra foi, desde o início, uma guerra de extermínio. Com isso, corrigimos a interpretação formulada com frequência de que a brutalidade da guerra teria começado somente com a invasão alemã da União Soviética.
(Foto)Westerplatte, em Gdansk: emblema da resistência polonesa
Não foi assim e é o que queremos mostrar. E pretendemos expor também as consequências da guerra, que foram muito diferentes para a Europa Ocidental e para o Leste Europeu. Para a Europa Ocidental, o fim da guerra foi uma libertação. Não estou falando aqui da Alemanha, onde a situação era mais complicada, mas, por exemplo, dos franceses ou holandeses.
Para a Polônia, ao contrário, o fim da guerra foi somente o fim da ocupação alemã, mas liberdade não obtivemos. No Ocidente, esse paradoxo parece pouco compreensível, mas, para a Polônia, e também para vários outros países do Leste Europeu, a Segunda Guerra Mundial só acabou realmente em 1989.
DW: Sua ideia já foi criticada várias vezes na Polônia. Jornalistas da imprensa nacionalista e conservadora, mas também políticos conservadores ligados ao presidente Lech Kaczyński, e seu irmão Jaroslaw, o acusam de ter, com a perspectiva europeia do museu, negligenciado o sofrimento do povo polonês e também a resistência heróica contra a ocupação alemã.
Essas acusações não têm nada a ver com a realidade, nem com a nossa proposta. Houve protestos até mesmo contra a ideia de que fôssemos além da perspectiva polonesa. Mas a Segunda Guerra não foi uma experiência apenas polonesa e sim europeia. Estou convencido de que destinos especificamente poloneses até ganham importância quando apresentados em comparação com outros países.
Só podemos, por exemplo, compreender o significado do Estado polonês clandestino e das grandes conspirações contra a Alemanha de Hitler, e também contra a União Soviética, quando comparamos esses episódios com outras formas de resistência na Europa Ocidental. Os ataques ao nosso projeto tinham objetivos muito políticos. A oposição nacional-conservadora acreditava ter descoberto aqui uma possibilidade cômoda de atacar o premiê Donald Tusk, que apoia o projeto.
Somente o fato de trabalharmos junto com outros historiadores europeus – Ulrich Herbert da Alemanha, Norman Davies do Reino Unido e Henry Rousso, da França – já era, para alguns grupos na Polônia, razão suficiente para repudiar o projeto como um todo.
DW: Na Alemanha, entre as associações de desterrados, a ideia do museu vem sendo também observada e em parte criticada. Essas associações pleiteiam uma apreciação mais crítica da história polonesa anterior à guerra. Um período no qual partidos nacionalistas já cogitavam, antes da eclosão da guerra, a expulsão dos alemães, enquanto o governo do país mantinha as melhores relações com o regime de Hitler. Houve até mesmo um tratado de amizade entre os dois lados.
Isso é um equívoco. Não se trata de um museu da história teuto-polonesa. Se fosse o caso, poderíamos voltar até os tempos das ordens de cavaleiros. Trata-se, porém, de um Museu da Segunda Guerra Mundial, e a razão desta guerra está, acima de tudo, na expansão ideológica, territorial e militar do Terceiro Reich. Isso precisa ser exposto como a razão principal da guerra.
(Foto)200 mil poloneses morreram na luta pela libertação
Mostrar as exigências territoriais da Polônia à Alemanha naquele momento só iria distorcer a imagem da guerra. Antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial, não havia na Polônia nenhum grupo político sério, que tenha exigido a expulsão dos alemães ou que tenha feito valer demandas territoriais à custa da Alemanha. A Polônia é que foi invadida. Neste contexto, é preciso fazer valer, acima de tudo, a razão. E avaliar as proporções do que ocorreu.
DW: Como será a inauguração do museu, no dia 1° de setembro de 2009, em Gdansk?
Haverá um encontro de chefes de governo e Estado de diversos países europeus na Westerplatte [península de Gdansk, palco do início da Segunda Guerra Mundial]. A premiê alemã, Angela Merkel, e o presidente russo, Vladimir Putin já confirmaram que virão. Contamos também com a presença dos líderes dos principais países da então aliança anti-Hitler, ou seja, da França e do Reino Unido.
A Westerplatte simboliza a heróica resistência polonesa contra o ataque de Hitler. Ali esteve estacionada uma pequena unidade polonesa, que defendeu o país do 1° ao 9 de setembro. Ali foi assinado o documento de fundação do museu.
Pawel Machcewicz, nascido em 1966, é historiador e diretor fundador do Museu da Segunda Guerra Mundial, em Gdansk. Ele atuou anteriormente no Instituto de Estudos Políticos da Academia Polonesa das Ciências (ISP PAN) e foi diretor do Escritório para Educação e Pesquisa do Instituto para a Memória Nacional, em Varsóvia.
Autor: Martin Sander
Revisão: Augusto Valente
Fonte: Deutsche Welle(01.06.2009, Alemanha)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,4292562,00.html
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