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segunda-feira, 1 de abril de 2013

Kurt Tucholsky: "Alemanha tem anatomia peculiar, escreve com a esquerda e age com a direita"

Após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha teve apenas 21 anos de paz. O escritor Kurt Tucholsky percebeu cedo que o país se lançava de uma guerra a outra.

Alemanha, novembro de 1918. Ao fim da Primeira Guerra Mundial, o imperador Guilherme 2º era forçado a renunciar. O caos dominava o país: quem deveria assumir o futuro governo? Já durante os últimos meses de guerra, os socialistas radicais e os moderados social-democratas disputavam o poder. Em 9 de novembro, a República Alemã era proclamada tanto pelo socialista Karl Liebknecht como pelo social-democrata Philipp Scheidemann.

No dia seguinte, o então líder do Partido Social-Democrata, Friedrich Ebert, ligou para Wilhelm Groener, comandante supremo das Forças Armadas. Sua intenção era fazer um pacto com os militares. Por telefone, Ebert conseguiu persuadir o general a combaterem juntos os radicais de esquerda e Liebknecht, evitando assim uma iminente guerra civil e garantindo uma transição pacífica para a formação da República Alemã.

Isso acabaria com a revolução e permitiria negociar a paz com os aliados. A cooperação com os militares garantiu aos social-democratas, representados por Ebert e Scheidemann, a responsabilidade pelo governo da nova República. Em janeiro de 1919, uma insurgência da esquerda, conhecida como Levante Espartaquista, foi reprimida com apoio das Forças Armadas. Agora, o caminho estava livre para a Constituição formulada pelos social-democratas, aprovada em março de 1919. Assim nascia a República de Weimar.

Contra o nacionalismo e o militarismo

Exército imperial teve posição
de peso na República de Weimar
Esse pacto com os antigos poderosos não agradou nada ao escritor e jornalista berlinense Kurt Tucholsky, na época, com 27 anos de idade. Como soldado, ele próprio havia sentido na pele os horrores da guerra e se tornou pacifista devido a suas experiências no fronte oriental. Ele achava preocupante que os militares ocupassem uma posição tão forte na jovem democracia.

"Para Tucholsky e tantos outros de sua geração, a Primeira Guerra Mundial representou uma ruptura decisiva. Ele esperava que fossem tiradas lições dessa catástrofe e se decepcionou por isso não acontecer na medida suficiente", afirma Rolf Hosfeld, autor da biografia publicada em 2012 Tucholsky – ein deutsches Leben (Uma vida alemã). Apesar de se considerar de esquerda, jamais teria passado pela cabeça de Tucholsky se associar ao Partido Comunista Alemão (KPD, do alemão), que se orientava por Moscou.

Em vez disso, como muitos outros de esquerda que não queriam ligar-se a Moscou, o autor combateu sua frustração com papel e caneta. A revista semanal Die Weltbühne era a sua arena. Aqui ele atacava os militares que, por falta de controle do Parlamento, tornaram-se ao longo dos anos um Estado dentro do Estado. Ele também escrevia contra as tendências nacional-socialistas, as quais considerava um resquício de tempos passados e uma ameaça à jovem democracia.

"A Alemanha tem uma anatomia peculiar: escreve com a esquerda, mas age com a direita", diria o autor em 1920. O que ele queria dizer é que apesar de a esquerda ter uma influência intelectual sobre a República de Weimar, a propensão geral era marcada pelo militarismo e nacionalismo. Tucholsky foi, assim, um dos primeiros a vislumbrar o fracasso da República e a ascensão do nazismo.

"É impressionante com que precisão ele previu na época situações que, realmente, vieram a acontecer. A cooperação de Paul von Hindenburg com o governo de Hitler, essa forma de tomada do poder", comenta Hosfeld.

Restrição à liberdade de imprensa

Rolf Hosfeld, biógrafo de Tucholsky
A liberdade de imprensa também foi ameaçada durante a República de Weimar. Em 1929, colegas de Tucholsky da revista Weltbühne chegaram a ser levados a tribunal. Num artigo, eles informaram sobre a construção secreta de um avião de guerra pelo Exército do Reich, como as Forças Armadas passaram a se chamar a partir de 1921. Tal atividade estava proibida para os militares, de acordo com o Tratado de Versalhes, firmado ao término da Primeira Guerra Mundial. O tratado estabelecia que a Alemanha abriria mão de grande parte do seu território e obrigava à desmilitarização temporária de algumas regiões.

"Procurava-se de toda forma silenciar as vozes críticas contra a autonomia do Exército", acrescenta Hosfeld. Os jornalistas do semanário Weltbühne, entre eles o futuro Prêmio Nobel da Paz Carl von Ossietzky, foram condenados a 18 meses de prisão por revelar segredos de Estado. Na época, Tucholsky já vivia a maior parte do tempo no exterior. O processo deixou claro que "escrever com a esquerda" não era permitido.

A crise econômica mundial precipitou a profecia de Tucholsky: a temida ascensão ao poder do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP, do alemão), de Adolf Hitler. Nas eleições de 1930, eles alcançaram 18% dos votos. O grave desapontamento com a situação política, as restrições à imprensa e vários outros motivos pessoais fizeram Tucholsky optar definitivamente pelo exílio na Suécia, país de seus sonhos.

Em exílio

Semanário "Weltbühne" era principal
plataforma para intelectuais de
esquerda nos anos 1920
Da Suécia, Tucholsky vivenciou a tomada do poder pelos nazistas em 30 de janeiro de 1933. A partir de então, ele reduziu radicalmente suas atividades de jornalista. "Não adianta lutar contra o oceano", justificou o autor, desiludido, numa carta escrita em abril de 1933. Tucholsky morreu na Suécia em 21 de dezembro de 1935, devido a uma superdose de comprimidos. A teoria de suicídio é discutida até hoje.

Em 1946, na revista Weltbühne, que havia sido reinstituída, o autor Erich Kästner descreveu Tucholsky como "berlinense gordo e baixinho, que queria impedir uma catástrofe com a máquina de escrever", um homem que condenava o fato de tantos não terem aprendido nada com a Primeira Guerra Mundial. Tal processo de aprendizado só começaria na Alemanha nas décadas após 1945.

O que Tucholsky acharia da Alemanha de hoje? "Tucholsky gostaria de viver na República Federal da Alemanha. O que não significa que ele não tivesse críticas", afirma Hosfeld com convicção. As missões de guerra do Exército alemão, as ações do governo na crise bancária, "com certeza, o tiraria do sério, como jogam com o capital à custa do cidadão comum", diz Hosfeld. Portanto, típico de alguém que escreve com a esquerda.

Autoria: Friedel Taube (smc)
Revisão: Roselaine Wandscheer

Fonte: Deutsche Welle
http://www.dw.de/kurt-tucholsky-alemanha-tem-anatomia-peculiar-escreve-com-a-esquerda-e-age-com-a-direita/a-16660040

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Quando a social-democracia pegava em armas contra o fascismo

António Louçã, RTP
08 Fev, 2012, 19:21 / atualizado em 08 Fev, 2012, 19:50

DR
Foram precisos mais de 75 anos para um presidente austríaco promulgar o decreto que reabilita milhares de vítimas do austro-fascismo - um ato tardio de reparação por violências sofridas, mesmo se o parlamento não se atreveu a dizer a palavrinha impronunciável.

Ao austro-fascismo não pode chamar-se "austrofascismo" - embora seja uma expressão amplamente estabelecida na historiografia dos anos 30. O consenso partidário que esteve na base da aprovação do decreto cedeu à pressão do SPÖ (Partido Social-Democrata da Áustria) sobre a substância e reabilitou as vítimas. Já quanto à forma, não houve maneira de conseguir que os democratas-cristãos do ÖVP aceitassem designar a ditadura austro-fascista pelo seu nome.

O presidente da República austríaca, Heinz Fischer, promulgou o decreto e este entrará em vigor a partir de 1 de março próximo. Para muitos sobreviventes trata-se de uma reparação meramente simbólica, porque entretanto o exílio, o julgamento à revelia, a perda da nacionalidade, ou a prisão tinham ficado para trás.

Milícia socialista versus milícia fascista

A ditadura austro-fascista impusera-se pela mão do chanceler Engelbert Dolfuss, num país que era baluarte dum dos mais fortes partidos social-democratas da Europa. Os socialistas austríacos eram amplamente majoritários na classe operária e, no final da Primeira Grande Guerra, dispunham de uma milícia (RSB- Republikanische Schutzbund) que fazia sombra ao próprio exército.

Na sequência da guerra e das revoluções que sacudiram a Europa Central, tinham rompido pela esquerda com os seus congêneres alemães. Mantiveram durante algum tempo um sistema de ligações internacionais conhecido como a "Internacional 2 e meio". Só mais tarde voltariam à Segunda Internacional.

O chanceler Dolfuss, por seu lado, apoiou-se no exército, na polícia e numa milícia fascista (Heimatschutz) para reprimir o movimento operário. Em Fevereiro de 1934, duas semanas depois da greve geral portuguesa e da insurreição da Marinha Grande, ao ser assaltada uma sede social-democrata na cidade de Linz (da região natal de Hitler), a guarda da sede abriu fogo sobre os atacantes e rapidamente foi reforçada pelos operários das fábricas vizinhas.

Aí começou uma breve guerra civil, que iria durar três dias. Alastrou a grande parte da Áustria e chegou a pôr em xeque a segurança do Governo, em Viena. De um lado combatiam os social-democratas, apoiados por uim partido comunista minoritário; e do outro lutavam austro-fascistas dolfussianos, seminaristas católicos e nazis austríacos (apesar da hostilidade entre estes e os dolfussianos).

Finalmente, o exército conseguiu impor-se, utilizando artilharia pesada contra os bairros operários de Viena, e causando assim centenas de vítimas civis. Para a Checoslováquia fugiram as grandes figuras da social-democracia - Otto Bauer, Julius Deutsch e outros. Fugiram também jovens militantes, ainda sem notoriedade especial, como o futuro chanceler Bruno Kreisky. Outros foram capturados e enforcados. Alguns ficaram na prisão.

Nazis contra austro-fascistas

O autor da carnificina não ia gozar por muito tempo do seu triunfo: poucos meses depois, em julho, Engelbert Dolfuss foi assassinado por um punhado de militantes nazis que pretendiam dar um golpe de Estado e promover a anexação da Áustria pela Alemanha.

Apesar da morte do chanceler, a conjura falhou e os principais golpistas nazis foram condenados à morte e executados. Já nesse momento Hitler mandou mobilizar tropas para invadir a Áustria, mas Mussolini fez outro tanto e avisou-o que estava disposto a enfrentá-lo militarmente. A Alemanha nazi, ainda no início do seu rearmamento, emendou rapidamente a mão, desmobilizou as tropas e denunciou o levantamento dos seus sequazes austríacos.

No poder ficou um austro-fascista, continuador de Dolfuss e muito apreciado no Portugal de Salazar - Kurt von Schuschnigg. Iria durar mais quatro anos à cabeça do Estado austríaco até à invasão alemã de 1938 e ao Anschluss. Nesse momento, a relação de forças já era outra, Mussolini já estava disposto a sacrificar o pequeno país que considerava protetorado seu, Hitler já podia mandar prender Schuschnigg e homenagear, sinceramente, os nazis que mataram Dolfuss.

Mas, na alternância de austro-fascistas e nazi-fascistas, as vítimas do terror da extrema-direita iam continuar durante mais 75 anos a esperar por uma reparação. Foi essa que agora se decretou, embora sob o manto diáfano de tabus e eufemismos.

Fonte: RTP (Portugal)
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=525431&tm=4&layout=121&visual=49

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Hungria aprova lei que penaliza negação do Holocausto

O Parlamento da Hungria aprovou nesta segunda-feira em Budapeste uma lei que penaliza a negação do Holocausto na Segunda Guerra Mundial com até três anos de prisão. Segundo a lei, que foi proposta pelo governante partido social-democrata, negar em público o Holocausto ou apresentá-lo "como algo insignificante" poderá ser uma infração passível de pena.

Para os social-democratas, a lei é necessária na Hungria devido ao crescente antissemitismo na vida cotidiana. Entretanto, a maioria social-democrata no Parlamento rejeitou a proposta da oposição conservadora que previa a penalização da negação dos "crimes contra a humanidade dos regimes nacional-socialistas e comunistas".

Estiveram presentes à votação de hoje representantes das organizações judaicas do país, assim como sobreviventes do Holocausto. Durante a Segunda Guerra Mundial, quase 600 mil dos 800 mil judeus húngaros foram assassinados pelos nazistas.

A maior parte destas pessoas foram deportadas e assassinadas em campos de extermínio de Áustria, Alemanha e Polônia, principalmente no campo polonês de Auschwitz. Apenas 130 mil judeus húngaros sobreviveram ao Holocausto. Atualmente, a comunidade judaica do país conta com cerca de 100 mil pessoas.

Fonte: EFE
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4279373-EI8142,00-Hungria+aprova+lei+que+penaliza+negacao+do+Holocausto.html

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Israel preocupado com o avanço da extrema-direita na Áustria

France Presse

JERUSALÉM (AFP) - Israel manifestou nesta segunda-feira inquietação com o forte avanço dos partidos de extrema-direita nas eleições legislativas celebradas domingo na Áustria.

"Seguimos com preocupação e inquietação o crescimento de elementos que pregam a xenofobia, o negativismo (do Holocausto) e as amizades com os neonazistas", disse à AFP o porta-voz do ministério israelense das Relações Exteriores, Yigal Palmor.

A Áustria celebrou no domingo eleições legislativas antecipadas nas quais o social-democrata SPO, principal força na coalizão de governo, conseguiu 29,7% dos votos, enquanto os dois partidos de extrema-direita totalizaram 29%.

O presidente austríaco, o social-democrata Heinz Fischer, visitará Israel em dezembro.

Nas fotos: Heinz Fischer(Presiente da Áustria), Angela Merkel(Chaceler da Alemanha), Yigal Palmor(Relações Exteriores de Israel).
Fonte: AFP
http://www.abril.com.br/noticias/mundo/2008-09-29-116462.shtml

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Líder do NPD neonazista alemão(extrema-direita) nega Holocausto

Líder do NPD neonazista alemão nega Holocausto e pede territórios
10/12 - 15:49 - AFP

O líder do partido neonazista alemão NPD, Udo Voigt, questionou numa entrevista a amplitude da Shoah e pediu a restituição das terras alemãs perdidas depois de 1945, num momento em que a classe política estuda a possibilidade de proibir este movimento.

"O número de seis milhões de mortos não pode estar certo. No máximo, 340.000 pessoas morreram em Auschwitz. Os judeus sempre falam que mesmo que um único judeu tenha morrido, seria um crime porque ele era judeu. Há, porém, uma diferença entre pagar por seis milhões (de mortos) e por 340.000", declarou Voigt em entrevista a ser divulgada na noite desta segunda-feira pelo canal de TV público ARD.

"Assim, a unicidade deste grande crime, ou suposto grande crime, já não existe mais", acrescentou Udo Voigt nesta entrevista concedida a jornalistas iranianos e transmitida pela ARD.

O líder do mais radical dos partidos de extrema-direita alemães, criado em 1964 por ex-funcionários nazistas, também exigiu a restituição "da Pomerânia, da Prússia ocidental, da Prússia oriental e da Silésia, pouco importa que seja Königsberg (Kaliningrad), Danzig (Gdansk) ou Breslau (Wroclaw)". "Todas essas cidades são alemãs, e exigimos a liberdade de exercer nossos direitos sobre elas", afirmou.

O presidente da Comissão interna do Bundestag, o social-democrata Sebastian Edathy, anunciou que prestará queixa contra o líder do NPD, um partido que quer interditar.

"Trata-se de um incentivo a violar o direito dos povos em vigor", considerou Edathy. Segundo o deputado, as declarações de Voigt mostram que o NPD "é um partido que viola os princípios da Constituição".

De acordo com a ARD, Sascha Rossmüller, braço direito de Udo Voigt, declarou numa entrevista aos mesmos jornalistas iranianos ter solicitado um apoio financeiro para o presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad.

O financiamento de partidos desde o exterior é proibido na Alemanha, mas "sempre é possível encontrar soluções", disse Rossmüller.

Vários membros ou simpatizantes do NPD já foram processados na Alemanha por declarações revisionistas.

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2007/12/10/lider_do_npd_neonazista_alemao_nega_holocausto_e_pede_territorios_1112677.html

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Salvadores Alemães 7 - Karl Schörghofer e Paul Seele

Karl Schörghofer

Karl Schörghofer trabalhava desde 1923 como administrador do novo cemitério judeu de Munique. Ali mesmo vivia com sua família.

Desde 1935 a família Schörghofer tinha problemas com a administração nacional-socialista. As leis de raça de Nuremberg proibiam aos arianos trabalhar para judeus.

Karl Schörghofer escondeu no cemitério artigos de valor que pertenciam a judeus emigrados. Quando em 1944 lhe pediram para ajudar a uma criança judia órfã, foi buscar apoio junto a sua filha Martha Schleipfer. Ela acolheu a criança em sua casa num pequeno povoado da Baviera.

Apesar das frequentes batidas da Gestapo, em janeiro de 1944 os Schörghofer esconderam um refugiado judeu no sótão de sua casa. Em fevereiro de 1945 deram refúgio a outros cinco judeus clandestinos.

Em fins de fevereiro de 1945, os Schörghofer e os judeus que estavam escondidos em sua casa foram denunciados. Kurt Kahn e Klara Schwalb foram presos numa batida, mas pouco tempo depois conseguiram escapar da Gestapo e voltar ao terreno do cemitério. Junto com os demais aí escondidos sobreviveram até o fim da guerra.

Finalizado o conflito bélico Karl Schörghofer ajudou aos judeus sobreviventes do Holocausto alojados num acampamento próximo para pessoas refugiadas.

Ao se encontrar bens de contrabando no terreno do cemitério e ao descobrirem que Karl Schrörghofer havia permitido o sacrifício ilegal de animais, ele e seu filho Karl foram acusados e condenados à penas de vários meses.

Bibliografia:
Kurt R. Grossmann, Die unbesungenen Helden, Berlin 1957, S. 132f.
Anton Maria Keim (Hrsg.), Yad Vashem, Die Judenretter aus Deutschland, Mainz/München 1983, S.130.

Paul Seele

Paul Seele (à esq.) Paul Seele, social-democrata e anteriormente sindicalista, vivia em Berlim e mantinha amizade com as famílias judias Heimann e Herz a quem seguiu dando apoio mesmo depois de começarem a repressão.

Ajudou muito especialmente a Liselotte Marquardt, nascida Heimann, quando foi presa em 1941 e conduzida ao lugar de reunião de onde partiam os transportes até os campos de concentração, na rua Levetzow, em Berlim-Tiergarten. Imediatamente depois da prisão de "Lilo" Heimann, foi à empresa onde ela trabalhava de contadora para pedir uma solicitação de liberação temporária para que Liselotte pudesse repassar ordenadamente suas funções a sua sucessora no posto. Logo após conseguir o certificado se dirigiu à Gestapo e conseguiu que a liberassem. Imediatamente escondeu Lilo em sua casa para mais tarde ser acolhida por outros conhecidos de Seele.

Com a ajuda de seu companheiro de partido Franz Marquardt, (a quem posteriormente se casou com Lilo), Seele organizou um esconderijo numa horta nos arredores de Berlim. Ali permaneceu oculta até o fim da guerra. Paul Seele e sua mulher Erika também abasteceram regularmente de alimentos e outros víveres a Lilo Marquardt, mesmo quando depois de 1943 Seele esteve aquartelado como soldado fora de Berlim. Dessa maneira, Lilo Marquardt conseguiu esconder-se por três anos e meio em Berlim e sobreviveu ao Holocausto.

Fonte: The International Raoul Wallenberg Foundation (website, seção em espanhol)
Karl Schörghofer
http://www.raoulwallenberg.net/go/?504016
Paul Seele
http://www.raoulwallenberg.net/go/?504017
Tradução: Roberto Lucena

Ver também:
Salvadores Alemães 8 - Otto Weidt

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