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sábado, 23 de abril de 2011

A discriminação: um enfoque psicoanalítico

A discriminação
Dr. José E. Milmaniene *

Um enfoque psicoanalítico

Todo grupo humano se consolida através da sublimação dos vínculos de amor que unem aos membros do grupo entre si. Os inevitáveis componentes fanáticos de ódio ou agressão necessitam se expressar e mover-se afora, até o alheio, até o Outro extranho. O grupo se afirma e a coesão como tal com tanto o ódio é projetado, preservando-se assim seus integrantes da emergência da hostilidade intragrupal. A análise concreta de cada situação particular nos revelará porque se escolhe tal ou qual grupo ou setor para a projeção das impulsos destrutivas.

Uma família húngara

Seguramente faz-se sobre o grupo que é mais funcional ao imaginário social em cada situação histórica dada. Parafraseando a Sartre diria que sem o grupo discriminado não existisse ele seria inventado, dada a necessidade de coesão do grupo majoritário discriminador. Nesse sentido Freud escreve com lucidez em "O mal-estar na cultura": não é fácil para os seres humanos, evidentemente, renunciar a satisfazer esta sua inclinação agressiva; não se sentem bem nessa renúncia. Não deve menospresar-se a vantagem que um círculo cultural menor oferece uma fulga ao impulso na hostilização a estranhos. Sempre é possível conectar no amor a uma multidão maior de seres humanos, contanto que outros fiquem de fora para manifestar-lhes a agressão".

Por outro lado, o que nos revela a psicoanálise é que este sadismo descontrolado fazia aos perseguidos contar, muitas vezes, com a cumplicidade inconsciente das mesmas vítimas. Masoquismo mediante, está conectado perversamente ao sadismo do opressor, ligando-se as vezes ao extremo da identificação com este, tal como se confirmam as freqüentes expressões de auto-ódio e falta de autenticidade dos marginalizados, ou ainda a colaboração com os algozes na perseguição ou discriminação dos outros grupos marginalizados.

Para a psicoanálise os homens buscam desesperadamente e a qualquer preço preencher sua falta-em-ser.

Para lograr este objetivo resulta de grande utilidade um Outro discriminado, que assinalado e conhecido em forma positiva e certa, permite ao perseguidor dar-se um pouco de ser. Pois, que seria de um racista, de um autoritário de um machista se deixassem de existir os judeus, os negros, os débeis, as mulheres? Acaso o que odeia não teme inconscientemente que o desaparecimento da vítima suma na indeterminação, ou na nadificação que o angustia? Necessita do humilhado não se preencher da covardia moral para preocupar-se com algo de ser. Quero dizer, o sadismo e o desprezo permitem uma subjetivação prepotente, emblemática onipotente.

O perseguidor pretende excluir assim de seu horizonte a finitude, a carência, a falta, os defeitos - ao que se supõe ser patrimônio exclusivo dos outros - intentando consolidar-se deste modo numa certeza arrogante e irredutível. Por isso recria, uma e outra vez a perseguição, no entanto esta não lhe resolve nada, dado que pelo contrário se abre mão constantemente o risco de reintrojetar o expulso, com o conseguinte temor do próprio aniquilamento.

Sua ordem é então: "sou forte, perfeito, eterno, invulnerável, no entanto o Outro é o débil, o enfermo, o defeituoso, o aleijado". Compêndio de todos seus defeitos projetados, os discriminados são assim a garantia de um modo de ser que se afirma no ódio, com uma absoluta incapacidade para assumir a própia castração.

Precisamente este é para Freud o problema teórico central, dado que o sujeito busca desesperadamente negar suas inconseqüências, excluir de si suas carências e suas imperfeições, para sustentar sobre si mesmo a ilusão de um ideal fálico, pleno e autosuficiente, sem fissuras que denuciem seus própios limites e debilidades. O que discrimina ataca ao Outro, que no entanto diferentemente evoca a temida castração.

Pretende assumir a plenitude fálica no marco de um universo homogêneo, onde nada se fala da diferença, do distinto, do heterogêneo, em cima da capacidade de ser outro respeitosamente reconhecida. Os Outros se fazem depositários do ódio que tanto encarnam a própria e intolerável castração projetada.

Entende-se: se é atribuído ao Outro - por projeção - a castração insuportável e se a ataca com a convicção delirante de aniquilar a própia parte castrada no Outro, para assumir assim finalmente o gozo pleno da perfeição do narcisismo. Elege-se inconscientemente as vítimas e no entanto estas evocam simbólica ou realmente, distintos aspectos ou modos da castração: podendo ser as mujeres, os judeus circuncisos, os aleijados, as minorias étnicas, etc...

Este ataque impiedoso a todos aqueles que relembram a diferença - que tanto marca da castração - configura o fundamento mesmo de um sujeito paranóico, que se sabe que é fraco e inseguro, e que tem terror de suas debilidades e suas carências, e as projeta e as ataca no Outro."

*Médico psiquiatra psicoanalista

Fonte: Fundación Memoria del Holocausto
http://www.fmh.org.ar/revista/1/ladiscri.htm
Tradução: Roberto Lucena

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Putin lembra vítimas dos carrascos nazistas da Segunda Guerra

Varsóvia, 1º set (EFE).- O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, manifestou hoje seu reconhecimento "aos milhões de soldados da coalizão antihitler, à resistência e aos civis que morreram nas mãos dos carrascos" nazistas.

Num ato em Gdansk para lembrar os 70 anos do início da Segunda Guerra Mundial, Putin reconheceu que o pacto Ribbentrop-Molotov, a partir do qual, em 1939, a extinta União Soviética e a Alemanha nazista dividiram suas zonas de influência na Polônia e no resto da Europa, "não foi moral".

"Nosso país reconhece seus erros e acredita em sua participação na construção de um novo mundo", destacou o chefe do Executivo da Rússia, que disse esperar que as relações da Polônia com seu país se intensifiquem e se libertem dos lastros do passado.

"Devemos curar a sociedade da xenofobia, do racismo, do ódio e da falta de confiança", disse Putin, que acrescentou que a nova civilização política deve de estar baseada em princípios morais comuns. EFE

Fonte: EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1288390-5602,00-PUTIN+LEMBRA+VITIMAS+DOS+CARRASCOS+NAZISTAS+DA+SEGUNDA+GUERRA.html

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Orkut - Anti-semitas difundem odio contra judeus tambem pela web

Comunidades e sites que divulgam o anti-semitismo são fáceis de serem encontrados na internet, sobretudo no Orkut --basta usar a busca da rede social com palavras como "judeu" ou "Israel" associadas a ofensas. Apesar de existirem em menor número do que as comunidades de pedofilia, hoje alvo de uma CPI do Senado Federal, essas páginas também estão na mira das autoridades.

"Recebemos em média uma denúncia de site preconceituoso por semana, seja contra a comunidade judaica ou puramente anti-semita", diz Octávio Aronis, diretor jurídico da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp).

Há desde perfis que pregam abertamente o neonazismo, com imagens de Hitler e suásticas, até comunidades "fantasmas" (sem membros) com fotos de corpos empilhados durante o Holocausto. É o caso do fórum "Eu odeio judeus", que se descreve da seguinte maneira: "Eu odeio judeus. Olhem a imagem da comunidade para terem idéia." A comunidade foi criada em fevereiro de 2008 e continua no ar. O perfil do seu criador não aparece na página.

Reprodução
A reportagem também encontrou perfis que incentivam agressão a judeus, negros e índios.
(veja imagem abaixo)

Reprodução


A Fisesp encaminha as denúncias que recebe para a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância e para Delegacia de Crimes Eletrônicos do DEIC. "Hoje, os criminosos estão mais carimbados, fazem essas coisas de páginas que ficam hospedadas fora do país. Fica mais difícil de rastrear", diz Aronis.

De acordo com o Google, a identificação e censura de supostas contravenções é delicada nesses casos.

"Nesse tipo de conteúdo é muito mais difícil identificar se há abuso ou não do que no de pedofilia, por exemplo. Ele passa pelo viés da liberdade de expressão e pela questão do livre debate. Não cabe ao Google falar o que é debate e o que é ataque", diz Félix Ximenes, diretor de comunicação da companhia.

Segundo Ximenes, "é complicado o Google assumir a posição de censor", já que há comunidades que criticam o Estado de Israel, mas não necessariamente podem ser enquadradas como intolerantes ou racistas.

Estatísticas

De acordo com dados da ONG SaferNet Brasil divulgados ontem (7), denúncias contra páginas com conteúdo neonazista cresceram 47% de abril de 2007 a abril de 2008. Foram 462 comunicados à ONG, sendo 98% deles sobre o Orkut.

Também cresceram as denúncias contra intolerância religiosa (58%) e xenofobia (48%).

Fonte: Folha Online(Brasil, 08/05/2008)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u399596.shtml

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