O Negacionismo.
(Extrato do Pequeno dicionário para lutar contra a extrema-direita, de Martin Aubry e Olivier Duhamel. Edições du Seuil).
Os partidários desta corrente preferem dizer "revisionismo", porque é mais apresentável. A audácia de revisar. Pretendem-se como historiadores e não são mais que neonazis, ou chegam a sê-lo. Pertencem à extrema-direita e vêm com frequência da extrema-esquerda. Tem uma obsessão: a negação do genocídio judeu.
O primeiro deles foi um homem curioso. Paul Rassinier, comunista em 1923, esquerdista no começo dos anos 30, socialista depois de 6 de fevereiro de 1934, secretário da federação de Belfort, próximo a Marceau Pivert e à extrema-esquerda do partido, pacifista, não partidário de Vichy diferente de outros socialistas, participante da resistência inclusive, detido pela Gestapo em 1943, torturado, deportado para Buchenwald de onde regressou inválido. Vencido nas eleições de 1946, escreverá em 1950 um livro contestando a existência das câmaras de gás. Excluído do SFIO (Partido Socialista francês), será apoiado pela extrema-direita, Maurice Bardéche, o antissemita Henry Coston e companhia.
Se evocamos aqui a este triste personagem é porque Rassinier, o primeiro negacionista, ilustra um rasgo essencial nesta seita, a paixão anticomunista. Em seu artigo de referência, "A negação do povo judeu" (L´Histoire, nº 106, dezembro de 1987), o historiador Henry Rousso recorda justamente que os negacionistas têm em comum "uma mistura híbrida de pacifismo, antissemitismo e anticomunismo". Para constranger melhor o stalinismo é preciso absolver o nazismo ou, pelo menos, reduzir o horror e negar sua especificidade. Enquanto o antissemitismo, foi também parte de uma certa esquerda trabalhista na primeira metade do século (XX), que evoluiu até uma certa extrema-esquerda pró-palestina primeiro, antissionista de imediato.
O negacionismo não mereceria nem sequer ser mencionado se não fosse a constatação do transtorno mental de algumas pessoas supostamente cultas; se não revelasse, uma vez mais, a fragilidade intelectual e moral de inteligências elevadas, como os casos do linguista norte-americano Noam Chomsky ou do filósofo Jean Beaufret, que assumiram a defesa de Robert Faurisson e de outros "revisionistas", como sempre em nome da liberdade de expressão; se não ilustrasse, de forma paroxística, a incapacidade da sociedade francesa para ajustar contas com o período da Ocupação nazista e do colaboracionismo.
Três importantes textos analisaram esta impostura: "Les redresseurs de morts", de Nadine Fresco (Les Temps Modernes, setembro de 1980), L´Avenir d´une négation, de Alain Finkielkraut (edições du Seuil, 1982) e Los asesinos de la memoria (Os assassinos da memória), de Pierre Vidal-Naquet (La Découverte, 1987).
Fonte: site clio.rediris.es (Espanha)
Título original: El Negacionismo
http://clio.rediris.es/fichas/Holocausto/negacionismo.htm
Tradução: Roberto Lucena
Observação: há alguns pontos no texto que são controversos como a citação do Chomsky que é tratada aqui. Na verdade ele não defende o conteúdo do que o Faurisson (negacionista, de mesma linha política do Rassinier) e sim o direito dele se expressar, mesmo que pra dizer besteira, e mesmo discordando dele. Adotar essa postura, por mais críticas que alguém tenha ao Chomsky, não é o mesmo que defender o conteúdo do que ele diz.
Fora que a questão acima é bem antiga. Digo isso porque vez ou outra chega gente falando de negacionismo como se a gente tivesse lido sobre isso há uma semana e não tivesse ideia do que seja ou dessa pilha de baboseiras que esses caras soltam. Sinceramente, eu não entendo essa postura de pregação que o brasileiro (generalizando) anda adotando.
Mas voltando ao assunto (ao que interessa de fato), não traduzi o texto por isso ou por outras passagens dele e sim por conta de um problema citado no texto que descreve com perfeição uma extrema-esquerda trotskista francesa, que já foi citada aqui antes (a Velha Toupeira), visivelmente alinhada com a negação do Holocausto, antissemitismo e afins por conta da briga 'religiosa' dela (uso o termo pelo comportamento religioso, dogmático e fanático desse grupo) com o que considera 'stalinismo' ou qualquer coisa que eles relacionem a isso (remonta a briga entre Stalin e Trotsky).
Há algum tempo atrás eu não conseguia entender o real motivo da ação dessa extrema-esquerda pois não associava o trotskismo a ela, era sempre obscura a razão da ação desses elementos, mas hoje dá pra entender claramente qual a razão disso (não havia lido o texto traduzido acima antes, pelo menos se li não me lembrava dele).
Os trotskistas querendo atacar o inimigo mortal deles (que por mais absurdo que pareça, não é Hitler, os caras são tão sectários que sentem mais ódio de Stalin que de Hitler, já vi trotskista dizer isso e não me tocava do sectarismo deles), tentam atenuar os crimes dos nazis.
Agora é possível entender o comportamento de seita dessa extrema-esquerda trotskista francesa e a razão desse negacionismo dela pra tirar o caráter genocida do nazismo e jogar tudo no que eles rotulam de stalinismo, e de quebra ainda dão discurso pra extrema-direita (fascistas, neonazis etc), isso quando não mudam de lado (migram pra extrema-direita) como os Horst Mahler, Faurisson, Rassinier e cia.
Tem uma parte do texto que retrata bem o problema que é o fato desses grupos trotskistas estimularem até o ódio anticomunista pra atenuar os crimes do nazismo. Não todos, mas boa parte dos que se denominam anticomunistas, ou mais precisamente os que têm uma forte obsessão com isso, possuem fortes tendências autoritárias e sectárias.
No Brasil se vê esse tipo de extrema-esquerda que segue esse alinhamento trotskista ter quase o mesmo comportamento dessa facção francesa. Por sinal, alguns dos indivíduos mais autoritários ou 'surtados' da direita atual brasileira foram trotskistas.
Quem quiser ler mais sobre essa questão, mas não está traduzido (obviamente), em inglês, confira na página:
http://www.anti-rev.org/textes/VidalNaquet92b/part-4.html
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quarta-feira, 2 de abril de 2014
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
Hitler, os alemães e a Solução Final: as diferenças entre Hitler e Stalin
Publicado em 2 de fevereiro, 2014
Meu ponto de partida para esta reflexão é o suposto de que, apesar das similaridades enquanto a formas de dominação, os dois regimes foram em essência mais distintos que similares. (…), eu gostaria de sublinhar as características únicas da ditadura nazi (…)
Às vezes, contudo, destacar os contrastes pode ser melhor do que comparar semelhanças. No que se segue, gostaria de utilizar o que, em que pese meu imperfeito conhecimento da historiografia recente sobre o stalinismo, entendo como características destacadas da ditadura de Stalin, para estabelecer com ela importantes contrastes com o regime de Hitler. Espero oferecer assim uma base para refletir sobre o que segue sendo um problema central na interpretação do Terceiro Reich: o que é que explica a inércia crescente da radicalização, da dinâmica de destruição do Terceiro Reich? Grande parte da resposta a esta pergunta tem a ver, e gostaria de sugerir que desde o princípio, com o debilitamento e o colapso do que se podia denominar de estruturas "racionais" de governo, um sistema de governo e administração "ordenado". Mas o que provocou este colapso, e não menos importante, qual papel teve Hitler neste processo? Estas são as perguntas que permanecem no centro de minha investigação.
Primeiramente, contudo, permita-me esboçar o que me parecem pontos importantes de contraste entre os regimes de Stalin e Hitler:
1. Stalin surgiu de "dentro" de um sistema de governo, como um expoente destacado do mesmo. Era, como Ronald Suny, um homem do comitê, um oligarca, um homem da maquinaria, (…) que se converteu em déspota graças ao controle do poder que residia no coração do partido, em seu secretariado. (…) De todas as formas, é difícil imaginar um líder de partido e chefe de governo com menos tendência burocrática que Hitler, um homem menos de comitê e da maquinaria que ele (Stalin). Antes de 1933, ele não estava envolvido e vivia distante da burocracia do movimento nazi. Depois de 1933, como chefe de governo, apenas posava pessoalmente a pena no papel a não ser que fosse para assinar a legislação de Lammers que a colocava diante de seu nariz. (…) A forma de operar de Hitler não propiciava um governo ordenado. (…) inclusive Lammers, o único vínculo entre Hitler e os ministros de Estado (que deixaram definitivamente de se reunir em torno de uma mesa como gabinete num momento tão precoce como 1938), tinha às vezes dificuldades para ter acesso a Hitler e conseguir que este tomasse decisões. (…) O cada vez maior distanciamento de Hitler acerca da burocracia do Estado e dos principais órgãos de governo, marca mais do que uma diferença de estilo com o modus operandi de Stalin. Refletindo, sob meu ponto de vista, uma diferença na essência dos regimes, dá-se na posição do líder de cada um deles, um ponto que ainda regressaremos.
2. Stalin era um ditador altamente intervencionista, acostumado a enviar um fluxo de cartas e diretivas determinando ou interferindo na política. Presidia todos os comitês importantes. Seu objetivo era, ao que parece, a monopolização de toda a tomada de decisões e sua concentração no Politburo, a centralização do poder do Estado e uma unidade na tomada de decisões que havia eliminado o dualismo partido-Estado. Hitler, ao contrário, foi, em termos gerais, um ditador não intervencionista naquilo a que a administração do governo se refere.
3. Suas esporádicas diretivas, quando surgiam, soavam serem ambíguas e transmitidas de maneira verbal (oral), normalmente pela boca de Lammers, o chefe da chancelaria do Reich, ou, nos anos de guerra (pelo que a questões civis se referia), cada vez mais por Bormann. (…) fez todo o possível para sostener e fomentar o dualismo irreconciliável entre partido e Estado que existia em todos os níveis. (…) os vínculos de lealdade pessoal foram desde o começo o princípio determinante crucial do poder, invalidando por completo o posto funcional ocupado e o status. Personalidades à parte, a posição de liderança de Hitler é estruturalmente mais segura que a de Stalin. Se seguiram devidamente os debates, as purgas de Stalin tinham alguma base racional, ainda que a paranoia do ditador as tenha levado para o reino da fantasia. (…) Hitler pensava que Stalin estava louco por levar a cabo as purgas. O único débil reflexo das mesmas no Terceiro Reich, foi a liquidação das SI (Sessões de Assalto) na "Noite das Facas Longas" (ou Noite dos Longos Punhais), em 1934, e a implacável vingança pelo atentado contra a vida de Hitler em 1944. (…) Hitler, há que se aceitar, foi, durante a maioria dos anos em que esteve no poder, excetuando os partidários reprimidos e impotentes dos antigos movimentos da classe trabalhadora, certas sessões do catolicismo e alguns indivíduos das elites tradicionais, um líder extremamente popular, tanto entre os grupos governantes como entre as massas. (…) Mas enquanto o culto a Stalin estava sobreposto à ideologia marxista-leninista e do partido comunista, e ambos conseguiram sobreviver, o "mito de Hitler" era estruturalmente indispensável para o movimento nazi e seu Weltanschauung, sendo, de fato, sua base, e sem poder se distinguir dele. (…)
4. (…) E, apesar do caminho para uma ditadura personalizada, na União Soviética não se produziu uma "radicalização acumulativa" inexorável. Pelo contrário, até metade da década de 1930 houve uma "grande marcha à ré" no radicalismo, e se produziu uma reversão para certas formas de conservadorismo social antes que a guerra impusesse seus próprios compromissos com a retitude ideológica. (…) No sistema foi capaz de resistir quase três décadas de Stalin e este sobreviver a ele. Era, em outras palavras, um sistema capaz de se reproduzir, inclusive às custas de Stalin. Resultaria complicado afirmar o mesmo a respeito do nazismo. O objetivo de uma redenção nacional através da purificação racial e o império racial eram uma quimera, uma visão utópica. A barbárie e a destruição inerentes ao vão intento de alcançar esse objetivo foram infinitos enquanto seu alcance, quanto o expansionismo e a extensão da agressão a outros povos foram ilimitados. Enquanto que o stalinismo podia "apaziguar-se", como efetivamente aconteceu depois da morte de Stalin, até se converter em um regime estático e inclusive conservador e repressivo, um "apaziguamento" que o convertesse em um autoritarismo sóbrio, do tipo franquista, é inconcebível no caso do nazismo. Aqui a dinâmica era incessante, a inércia da radicalização acelerada, incapaz de ter freio a menos que o "sistema" em si fosse fundamentalmente alterado.
Fonte: extraído do blog El Viento en la Noche (Espanha)
http://universoconcentracionario.wordpress.com/2014/02/02/hitler-los-alemanes-y-la-solucion-final-diferencias-entre-hitler-y-stalin/
Trecho do livro (citado no blog): "Hitler, los alemanes y la solución final" (link) (livro original em inglês, Hitler, the Germans, and the Final Solution), Esfera de los libros, págs. 63-74, 2009; de Ian Kershaw.
Tradução: Roberto Lucena
Meu ponto de partida para esta reflexão é o suposto de que, apesar das similaridades enquanto a formas de dominação, os dois regimes foram em essência mais distintos que similares. (…), eu gostaria de sublinhar as características únicas da ditadura nazi (…)
Às vezes, contudo, destacar os contrastes pode ser melhor do que comparar semelhanças. No que se segue, gostaria de utilizar o que, em que pese meu imperfeito conhecimento da historiografia recente sobre o stalinismo, entendo como características destacadas da ditadura de Stalin, para estabelecer com ela importantes contrastes com o regime de Hitler. Espero oferecer assim uma base para refletir sobre o que segue sendo um problema central na interpretação do Terceiro Reich: o que é que explica a inércia crescente da radicalização, da dinâmica de destruição do Terceiro Reich? Grande parte da resposta a esta pergunta tem a ver, e gostaria de sugerir que desde o princípio, com o debilitamento e o colapso do que se podia denominar de estruturas "racionais" de governo, um sistema de governo e administração "ordenado". Mas o que provocou este colapso, e não menos importante, qual papel teve Hitler neste processo? Estas são as perguntas que permanecem no centro de minha investigação.
Primeiramente, contudo, permita-me esboçar o que me parecem pontos importantes de contraste entre os regimes de Stalin e Hitler:
1. Stalin surgiu de "dentro" de um sistema de governo, como um expoente destacado do mesmo. Era, como Ronald Suny, um homem do comitê, um oligarca, um homem da maquinaria, (…) que se converteu em déspota graças ao controle do poder que residia no coração do partido, em seu secretariado. (…) De todas as formas, é difícil imaginar um líder de partido e chefe de governo com menos tendência burocrática que Hitler, um homem menos de comitê e da maquinaria que ele (Stalin). Antes de 1933, ele não estava envolvido e vivia distante da burocracia do movimento nazi. Depois de 1933, como chefe de governo, apenas posava pessoalmente a pena no papel a não ser que fosse para assinar a legislação de Lammers que a colocava diante de seu nariz. (…) A forma de operar de Hitler não propiciava um governo ordenado. (…) inclusive Lammers, o único vínculo entre Hitler e os ministros de Estado (que deixaram definitivamente de se reunir em torno de uma mesa como gabinete num momento tão precoce como 1938), tinha às vezes dificuldades para ter acesso a Hitler e conseguir que este tomasse decisões. (…) O cada vez maior distanciamento de Hitler acerca da burocracia do Estado e dos principais órgãos de governo, marca mais do que uma diferença de estilo com o modus operandi de Stalin. Refletindo, sob meu ponto de vista, uma diferença na essência dos regimes, dá-se na posição do líder de cada um deles, um ponto que ainda regressaremos.
2. Stalin era um ditador altamente intervencionista, acostumado a enviar um fluxo de cartas e diretivas determinando ou interferindo na política. Presidia todos os comitês importantes. Seu objetivo era, ao que parece, a monopolização de toda a tomada de decisões e sua concentração no Politburo, a centralização do poder do Estado e uma unidade na tomada de decisões que havia eliminado o dualismo partido-Estado. Hitler, ao contrário, foi, em termos gerais, um ditador não intervencionista naquilo a que a administração do governo se refere.
3. Suas esporádicas diretivas, quando surgiam, soavam serem ambíguas e transmitidas de maneira verbal (oral), normalmente pela boca de Lammers, o chefe da chancelaria do Reich, ou, nos anos de guerra (pelo que a questões civis se referia), cada vez mais por Bormann. (…) fez todo o possível para sostener e fomentar o dualismo irreconciliável entre partido e Estado que existia em todos os níveis. (…) os vínculos de lealdade pessoal foram desde o começo o princípio determinante crucial do poder, invalidando por completo o posto funcional ocupado e o status. Personalidades à parte, a posição de liderança de Hitler é estruturalmente mais segura que a de Stalin. Se seguiram devidamente os debates, as purgas de Stalin tinham alguma base racional, ainda que a paranoia do ditador as tenha levado para o reino da fantasia. (…) Hitler pensava que Stalin estava louco por levar a cabo as purgas. O único débil reflexo das mesmas no Terceiro Reich, foi a liquidação das SI (Sessões de Assalto) na "Noite das Facas Longas" (ou Noite dos Longos Punhais), em 1934, e a implacável vingança pelo atentado contra a vida de Hitler em 1944. (…) Hitler, há que se aceitar, foi, durante a maioria dos anos em que esteve no poder, excetuando os partidários reprimidos e impotentes dos antigos movimentos da classe trabalhadora, certas sessões do catolicismo e alguns indivíduos das elites tradicionais, um líder extremamente popular, tanto entre os grupos governantes como entre as massas. (…) Mas enquanto o culto a Stalin estava sobreposto à ideologia marxista-leninista e do partido comunista, e ambos conseguiram sobreviver, o "mito de Hitler" era estruturalmente indispensável para o movimento nazi e seu Weltanschauung, sendo, de fato, sua base, e sem poder se distinguir dele. (…)
4. (…) E, apesar do caminho para uma ditadura personalizada, na União Soviética não se produziu uma "radicalização acumulativa" inexorável. Pelo contrário, até metade da década de 1930 houve uma "grande marcha à ré" no radicalismo, e se produziu uma reversão para certas formas de conservadorismo social antes que a guerra impusesse seus próprios compromissos com a retitude ideológica. (…) No sistema foi capaz de resistir quase três décadas de Stalin e este sobreviver a ele. Era, em outras palavras, um sistema capaz de se reproduzir, inclusive às custas de Stalin. Resultaria complicado afirmar o mesmo a respeito do nazismo. O objetivo de uma redenção nacional através da purificação racial e o império racial eram uma quimera, uma visão utópica. A barbárie e a destruição inerentes ao vão intento de alcançar esse objetivo foram infinitos enquanto seu alcance, quanto o expansionismo e a extensão da agressão a outros povos foram ilimitados. Enquanto que o stalinismo podia "apaziguar-se", como efetivamente aconteceu depois da morte de Stalin, até se converter em um regime estático e inclusive conservador e repressivo, um "apaziguamento" que o convertesse em um autoritarismo sóbrio, do tipo franquista, é inconcebível no caso do nazismo. Aqui a dinâmica era incessante, a inércia da radicalização acelerada, incapaz de ter freio a menos que o "sistema" em si fosse fundamentalmente alterado.
Fonte: extraído do blog El Viento en la Noche (Espanha)
http://universoconcentracionario.wordpress.com/2014/02/02/hitler-los-alemanes-y-la-solucion-final-diferencias-entre-hitler-y-stalin/
Trecho do livro (citado no blog): "Hitler, los alemanes y la solución final" (link) (livro original em inglês, Hitler, the Germans, and the Final Solution), Esfera de los libros, págs. 63-74, 2009; de Ian Kershaw.
Tradução: Roberto Lucena
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segunda-feira, 13 de junho de 2011
Extrema-direita é mais forte no Leste mas é um problema nacional
Partido extremista NPD presente no Parlamento de dois estados-federados da ex-RDA
Extrema-direita é mais forte no Leste mas é um problema nacional
13.06.2011 Por Maria João Guimarães
É voz corrente dizer que o problema da extrema-direita na Alemanha é mais forte na antiga República Democrática Alemã (RDA). Jamel, a pequena aldeia dominada pelos neonazis onde vivem Birgit e Horst Lohmeyer, parece ser a confirmação disso mesmo: fica no estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, um dos dois estados federados onde o Partido Nacional Democrático (NDP) tem representação no parlamento local. O outro é a Saxônia, onde o NPD fez a sua estreia num parlamento de um Land em 2004. O partido nunca conseguiu, no entanto, chegar perto da marca dos cinco por cento, necessário para obter representação parlamentar a nível federal.
A explicação da maior presença da extrema-direita na Alemanha de Leste parece estar em vários factores: primeiro, no modo como a RDA lidava com o seu passado nazi, apresentando o fenómeno como ligado à parte ocidental do país e negando a sua participação no regime de Hitler; segundo, pelas maiores dificuldades econômicas e desemprego na antiga parte comunista; e por último, ironicamente, por haver menos estrangeiros e judeus no lado oriental do país, o que faz com que haja mais xenofobia e antissemitismo.
No entanto, para os Lohmeyer, enquadrar a questão assim é redutor. "A extrema-direita é um problema da Alemanha - de toda a Alemanha", dizem. Pode ser pior no Leste, mas o que é preciso é uma forte ação nacional, defendem. Por exemplo? "Proibir o Partido Nacional Democrático."
Os políticos do NPD têm tentado distanciar-se da glorificação do Terceiro Reich e focar-se em questões como imigração ou desemprego; uma tentativa anterior de proibir o partido esbarrou com o fato de que muitas declarações de responsáveis que seriam usadas no processo serem de membros do partido que eram, na verdade, agentes da polícia infiltrados.
Não é fácil fazer um retrato da extrema-direita na Alemanha. Há várias organizações que discordam umas das outras, há muitas diferenças ideológicas. Por exemplo, em relação aos estrangeiros: "Há correntes que não toleram estrangeiros, há correntes que dizem que os estrangeiros são bem-vindos desde que venham como turistas... e depois se vão embora", conta Birgit Lohmeyer. Há os que negam certos acontecimentos históricos como o Holocausto e os que os elogiam. Há os que defendem participar no sistema democrático e os que defendem a sua destruição.
A agência de segurança interna da Alemanha avisou recentemente para o crescimento de membros dos Nacionalistas Autônomos, um grupo que recusa a participação em eleições e que é conhecido pela violência. Este grupo terá cerca de 5600 membros, segundo o presidente do Gabinete Federal para a Protecção da Constituição Heinz Fromm (mais 600 do que no ano anterior).
Por outro lado, os números mais recentes do NPD baixaram: o partido contava com 6600 membros no final do ano passado (menos 300 do que em 2009), e a extrema-direita, no seu conjunto, contava com 25 mil pessoas, tendo as organizações desta tendência perdido 1600 membros no último ano.
Fonte: Público (Portugal)
http://www.publico.pt/Mundo/extremadireita-e-mais-forte-no-leste-mas-e-um-problema-nacional_1498555
Extrema-direita é mais forte no Leste mas é um problema nacional
13.06.2011 Por Maria João Guimarães
É voz corrente dizer que o problema da extrema-direita na Alemanha é mais forte na antiga República Democrática Alemã (RDA). Jamel, a pequena aldeia dominada pelos neonazis onde vivem Birgit e Horst Lohmeyer, parece ser a confirmação disso mesmo: fica no estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, um dos dois estados federados onde o Partido Nacional Democrático (NDP) tem representação no parlamento local. O outro é a Saxônia, onde o NPD fez a sua estreia num parlamento de um Land em 2004. O partido nunca conseguiu, no entanto, chegar perto da marca dos cinco por cento, necessário para obter representação parlamentar a nível federal.
A explicação da maior presença da extrema-direita na Alemanha de Leste parece estar em vários factores: primeiro, no modo como a RDA lidava com o seu passado nazi, apresentando o fenómeno como ligado à parte ocidental do país e negando a sua participação no regime de Hitler; segundo, pelas maiores dificuldades econômicas e desemprego na antiga parte comunista; e por último, ironicamente, por haver menos estrangeiros e judeus no lado oriental do país, o que faz com que haja mais xenofobia e antissemitismo.
No entanto, para os Lohmeyer, enquadrar a questão assim é redutor. "A extrema-direita é um problema da Alemanha - de toda a Alemanha", dizem. Pode ser pior no Leste, mas o que é preciso é uma forte ação nacional, defendem. Por exemplo? "Proibir o Partido Nacional Democrático."
Os políticos do NPD têm tentado distanciar-se da glorificação do Terceiro Reich e focar-se em questões como imigração ou desemprego; uma tentativa anterior de proibir o partido esbarrou com o fato de que muitas declarações de responsáveis que seriam usadas no processo serem de membros do partido que eram, na verdade, agentes da polícia infiltrados.
Não é fácil fazer um retrato da extrema-direita na Alemanha. Há várias organizações que discordam umas das outras, há muitas diferenças ideológicas. Por exemplo, em relação aos estrangeiros: "Há correntes que não toleram estrangeiros, há correntes que dizem que os estrangeiros são bem-vindos desde que venham como turistas... e depois se vão embora", conta Birgit Lohmeyer. Há os que negam certos acontecimentos históricos como o Holocausto e os que os elogiam. Há os que defendem participar no sistema democrático e os que defendem a sua destruição.
A agência de segurança interna da Alemanha avisou recentemente para o crescimento de membros dos Nacionalistas Autônomos, um grupo que recusa a participação em eleições e que é conhecido pela violência. Este grupo terá cerca de 5600 membros, segundo o presidente do Gabinete Federal para a Protecção da Constituição Heinz Fromm (mais 600 do que no ano anterior).
Por outro lado, os números mais recentes do NPD baixaram: o partido contava com 6600 membros no final do ano passado (menos 300 do que em 2009), e a extrema-direita, no seu conjunto, contava com 25 mil pessoas, tendo as organizações desta tendência perdido 1600 membros no último ano.
Fonte: Público (Portugal)
http://www.publico.pt/Mundo/extremadireita-e-mais-forte-no-leste-mas-e-um-problema-nacional_1498555
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Testemunha no século dos pastores alemães
CRÍTICA: LIVROS / Ensaio, Narrativa, Poesia e Reportagem Ensaio
Testemunha no século dos pastores alemães (perros lobos*)
L. F. MORENO CLAROS 16/10/2010
Vasili Grossman (1905-1964) é um dos autores mais relevantes do século XX. Sua novela "Vida e destino" (Galaxia / Círculo), publicada pela primeira vez na Suíça (1980) depois de sofrer um desmedido ostracismo na União Soviética, obteve um sonoro sucesso de vendas em toda a Europa. Nascido na cidade ucraniana de Berdíchev, e de origem judaica, foi testemunha dos horrores da II Guerra Mundial e do Holocausto, assim como da destruidora crueldade do regime soviético. Nunca esteve cativo dos nazis, e sim receber uma só ferida, destacou-se com o mais valoroso dos repórteres de guerra do Exército Vermelho. Suas crônicas sobre Stalingrado e a queda de Berlim para a Estrela Vermelha foram lidas com avidez até pelos figurões do Partido. Nelas exaltava o valor dos homens e mulheres junto aos que ele lutava bravamente contra o invasor, sob condições deploráveis. Naquele então ele omitia emitir suas opiniões sobre a nefasta gestão da guerra da parte soviética e consignava sua raiva em seus diários particulares.
Em 1943 ele topou com um fato que lhe mudou a vida: as macabras evidências do genocídio judeu que os invasores alemães, ajudados por colaboradores ucranianos e lituanos, perpetraram nos territórios ocupados da Polônia e da URSS. À parte de conhecer o horror dos campos como o de Treblinka ou Sobibor, constatou o horrível destino que aguardou aos 100.000 judeus assassinados em Babi Yar ou aos 30.000 de Berdíchev: homens, mulheres e crianças foram massacrados em massa, abatidos a tiro a sangue frio por carrascos alemães e carniceiros nativos, ávidos de violar as mulheres judias. Na Ucrânia e Lituânia odiavam a Stalin como aos judeus, e disto a entusiasta cooperação com os invasores.
A mãe de Grossman morreu em uma das fossas descobertas em Berdíchev. Seu filho, então em Moscou, não atuou a tempo para tirá-la do perigo; o remorso o atormentou por toda a vida. Ante as fossas de Berdíchev, transbordantes de cadáveres desnudos meio decompostos, Grossman tomou consciência do que significava ser judeu na Rússia, célebre por seus históricos pogroms sangrentos e jurou preservar a memória do acontecido.
Junto com Ilia Ehrenburg, Grossman quis publicar um "livro negro" para dar conta do Holocausto na URSS, mas suas ambições chocaram com o Kremlin. Depois da guerra, Stalin ordenou "reescrever a História": não houve mortes de judeus na União Soviética nem colaboracionismo; devia publicar-se só o que os "fascistas" alemães haviam assassinado a centenas de milhares de "cidadãos russos indefesos" sem mais distinções. O propósito de Grossman de divulgar a verdade se truncou: o projeto foi proibido. E o mesmo ocorreu com seus escritos de guerra que já não pode reeditar, ou com suas novelas mais ambiciosas: "Tudo flui" e "Vida e destino". O que Grossman podia revelar contrariava a história oficial do Partido, que sustentava, por exemplo, que Stalin dirigiu em pessoa a batalha de Stalingrado e que sua estratégia de guerra foi impecável.
Educado desde sua juventude no comunismo soviético, entusiasta da fraternidade entre todos os povos de um imenso país, Vasili Grossman conheceu com os anos que a classe do regime tirânico era a que os escravizava. Durante o Terror dos anos trinta viu como seus amigos eram encarcerados sem piedade; assim mesmo, supôs a grande fome a que Stalin condenou a Ucrânia; e logo, na frente bélica, descobriu a necessidade de uns dirigentes que enviavam a morte a milhares de seres humanos como bucha de canhão. Mas nem mesmo sequer uma vez morto Stalin, os regimes de Kruschov ou Bréznev permitiram a Grossman publicar a obra que esteve preparando durante uma década: a mencionada grande novela "Vida e destino", a "Guerra e Paz" do século XX, na qual narrava sem travas o que havia vivido. A KGB requisitou as cópias manuscritas. Se salvou uma que pode sair para o estrangeiro. Só com a Glasnost, em 1988, veio a luz também na Rússia, causando uma enorme comoção.
O poeta russo Mandelstam caracterizou o século XX como o dos "perros lobo"(cães-lobos). John e Carol Garrard aportam em seu esplêndido livro generosa e bem documentada informação sobre as más ações que semelhantes animais irracionais protagonizaram em toda Europa, mas também narram muito bem as vicissitude do próprio Grossman e alguns amigos valorosos para que ao fim de hoje se conheça a amarga verdade que o escritor pôs por divulgar: que ambos totalitarismos, o nazi e o soviético, eram idênticos em sua desumanidade.
Título(espanhol): La vida y el destino de Vasili Grossman
Autores: John e Carol Garrard
Tradução(espanhol) de Lázaro Sanz Velázquez
Encuentro. Madrid, 2010
502 páginas
*Perro lobo: usalmente é o termo empregado para designar Pastor Alemão em português (raça de cachorro), mas há uma raça de cachorro da extinta Tchecoslováquia também chamada Perro Lobo(Cão-lobo).
Fonte: El País(Espanha)
http://www.elpais.com/articulo/portada/Testigo/siglo/perros/lobo/elpepuculbab/20101016elpbabpor_14/Tes
Tradução: Roberto Lucena
Testemunha no século dos pastores alemães (perros lobos*)
L. F. MORENO CLAROS 16/10/2010
Vasili Grossman (1905-1964) é um dos autores mais relevantes do século XX. Sua novela "Vida e destino" (Galaxia / Círculo), publicada pela primeira vez na Suíça (1980) depois de sofrer um desmedido ostracismo na União Soviética, obteve um sonoro sucesso de vendas em toda a Europa. Nascido na cidade ucraniana de Berdíchev, e de origem judaica, foi testemunha dos horrores da II Guerra Mundial e do Holocausto, assim como da destruidora crueldade do regime soviético. Nunca esteve cativo dos nazis, e sim receber uma só ferida, destacou-se com o mais valoroso dos repórteres de guerra do Exército Vermelho. Suas crônicas sobre Stalingrado e a queda de Berlim para a Estrela Vermelha foram lidas com avidez até pelos figurões do Partido. Nelas exaltava o valor dos homens e mulheres junto aos que ele lutava bravamente contra o invasor, sob condições deploráveis. Naquele então ele omitia emitir suas opiniões sobre a nefasta gestão da guerra da parte soviética e consignava sua raiva em seus diários particulares.
Imagem da batalha de Stalingrado em 1943.- Pictorial Parade / Getty Images |
A mãe de Grossman morreu em uma das fossas descobertas em Berdíchev. Seu filho, então em Moscou, não atuou a tempo para tirá-la do perigo; o remorso o atormentou por toda a vida. Ante as fossas de Berdíchev, transbordantes de cadáveres desnudos meio decompostos, Grossman tomou consciência do que significava ser judeu na Rússia, célebre por seus históricos pogroms sangrentos e jurou preservar a memória do acontecido.
Junto com Ilia Ehrenburg, Grossman quis publicar um "livro negro" para dar conta do Holocausto na URSS, mas suas ambições chocaram com o Kremlin. Depois da guerra, Stalin ordenou "reescrever a História": não houve mortes de judeus na União Soviética nem colaboracionismo; devia publicar-se só o que os "fascistas" alemães haviam assassinado a centenas de milhares de "cidadãos russos indefesos" sem mais distinções. O propósito de Grossman de divulgar a verdade se truncou: o projeto foi proibido. E o mesmo ocorreu com seus escritos de guerra que já não pode reeditar, ou com suas novelas mais ambiciosas: "Tudo flui" e "Vida e destino". O que Grossman podia revelar contrariava a história oficial do Partido, que sustentava, por exemplo, que Stalin dirigiu em pessoa a batalha de Stalingrado e que sua estratégia de guerra foi impecável.
Educado desde sua juventude no comunismo soviético, entusiasta da fraternidade entre todos os povos de um imenso país, Vasili Grossman conheceu com os anos que a classe do regime tirânico era a que os escravizava. Durante o Terror dos anos trinta viu como seus amigos eram encarcerados sem piedade; assim mesmo, supôs a grande fome a que Stalin condenou a Ucrânia; e logo, na frente bélica, descobriu a necessidade de uns dirigentes que enviavam a morte a milhares de seres humanos como bucha de canhão. Mas nem mesmo sequer uma vez morto Stalin, os regimes de Kruschov ou Bréznev permitiram a Grossman publicar a obra que esteve preparando durante uma década: a mencionada grande novela "Vida e destino", a "Guerra e Paz" do século XX, na qual narrava sem travas o que havia vivido. A KGB requisitou as cópias manuscritas. Se salvou uma que pode sair para o estrangeiro. Só com a Glasnost, em 1988, veio a luz também na Rússia, causando uma enorme comoção.
O poeta russo Mandelstam caracterizou o século XX como o dos "perros lobo"(cães-lobos). John e Carol Garrard aportam em seu esplêndido livro generosa e bem documentada informação sobre as más ações que semelhantes animais irracionais protagonizaram em toda Europa, mas também narram muito bem as vicissitude do próprio Grossman e alguns amigos valorosos para que ao fim de hoje se conheça a amarga verdade que o escritor pôs por divulgar: que ambos totalitarismos, o nazi e o soviético, eram idênticos em sua desumanidade.
Título(espanhol): La vida y el destino de Vasili Grossman
Autores: John e Carol Garrard
Tradução(espanhol) de Lázaro Sanz Velázquez
Encuentro. Madrid, 2010
502 páginas
*Perro lobo: usalmente é o termo empregado para designar Pastor Alemão em português (raça de cachorro), mas há uma raça de cachorro da extinta Tchecoslováquia também chamada Perro Lobo(Cão-lobo).
Fonte: El País(Espanha)
http://www.elpais.com/articulo/portada/Testigo/siglo/perros/lobo/elpepuculbab/20101016elpbabpor_14/Tes
Tradução: Roberto Lucena
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segunda-feira, 21 de junho de 2010
Bibliografia da Segunda Guerra - Primeira Guerra - Guerra Civil Espanhola e outros
Explicação sobre as divisões bibliográficas: o tema Segunda Guerra, que engloba muita coisa, foi dividido em temas específicos, como por exemplo na parte sobre ideologia nazista e fascista, que trata somente da bibliografia da história da ideologia, da ascensão do partido nazi na Alemanha, das figuras proeminentes do partido etc e foi colocada no post só sobre Holocausto, fascismo e nazismo.
Link abaixo:
Bibliografia sobre Holocausto - Nazismo - Fascismo
Ver também:
Bibliografia sobre Racismo - Neonazismo - Neofascismo - Negação do Holocausto
Os temas mais gerais sobre Segunda Guerra(batalhas, história da guerra), Primeira Guerra, República de Weimar, Stalinismo, Teatro de Operações Asiático e outros foram colocados neste post. Foi trazido para este post a bibliografia de outras vertentes(países) do fascismo naquele período.
Mais obras poderão ser adicionadas futuramente quando o post for atualizado e ele ficará como link fixo no quadro à esquerda do blog, na parte dos links.
LIVROS SOBRE REPÚBLICA DE WEIMAR (ENTREGUERRAS)
Livro: The German Revolution 1917-1923 (Historical Materialism Book Series)
Autores: Pierre Broue, Ian H. Birchall, Brian Pearce
Livro: Weimar Germany: Promise and Tragedy
Autor: Eric D. Weitz
Livro: Paper and Iron: Hamburg Business and German Politics in the Era of Inflation, 1897-1927
Autor: Niall Ferguson
Livro: Britain, Soviet Russia and the Collapse of the Versailles Order, 1919-1939
Autor: Keith Neilson
_______________________________________________
LIVROS SOBRE O PÓS-GUERRA - REUNIFICAÇÃO DA ALEMANHA (PERÍODO DE 1945-1990)
Livro: Germany 1945-1949: A Sourcebook
Autor: Manfred Malzahn
Livro: Understanding Contemporary Germany
Autor: Stuart Parkes
Livro: In a Cold Crater: Cultural and Intellectual Life in Berlin, 1945-1948
Autor: Wolfgang Schivelbusch
Livro: After the Nazi Racial State: Difference and Democracy in Germany and Europe
Autores: Rita Chin, Heide Fehrenbach, Geoff Eley, Atina Grossmann
Livro: A Nation in Barracks: Modern Germany, Military Conscription and Civil Society
Autor: Ute Frevert
_______________________________________________
LIVROS SOBRE O TEATRO DE GUERRA ASIÁTICO E O FASCISMO NO JAPÃO
Livro: Japan in the Fascist Era
Editor: E. Bruce Reynolds
Livro: Factories of Death: Japanese Biological Warfare, 1932-1945, and the American Cover-Up
Autor: Sheldon Harris
Livro: The Nanjing Massacre in History and Historiography (Asia: Local Studies / Global Themes)
Autor: Joshua A. Fogel
Livro: The Bloody White Baron: The Extraordinary Story of the Russian Nobleman Who Became the Last Khan of Mongolia
Autor: James Palmer
Livro: The Pacific Campaign in World War II: From Pearl Harbor to Guadalcanal (Naval Policy and History)
Autor: William Bruce Johnson
Livro: Russian Politics in Exile: The Northeast Asian Balance of Power, 1924-1931
Autor: Felix Patrikeeff
Livro: The Manchurian Myth: Nationalism, Resistance, and Collaboration in Modern China
Autor: Rana Mitter
Livro: Prompt and Utter Destruction: President Truman and the Use of Atomic Bombs Against Japan
Autor: J. Samuel Walker
Livro: Japan 1945: From Operation Downfall to Hiroshima and Nagasaki (Campaign)
Autor: Clayton Chun
_______________________________________________
LIVROS SOBRE GUERRA CIVIL ESPANHOLA
Livro: A Guerra Civil Espanhola(2 volumes)
Autor: Hugh Thomas
Livro: A Guerra Civil Espanhola(Edição de Portugal)
Autor: Stanley G. Payne
Livro: A Batalha pela Espanha
Autor: Antony Beevor
Livro: La Guerra Civil Española
Autor: Hugh Thomas
Livro: El corto verano de la anarquía
Autor: Hans Magnus Enzensberger
Livro: Franco, el perfil de la historia
Autor: Stanley G. Payne
Livro: Una Historia De La Guerra Civil Que No Va A Gustar A Nadie
Autor: Juan Eslava Galan
Livro: Guernica Y La Guerra Total
em inglês: Guernica and Total War
Autor: Ian Patterson
Livro: El enemigo judeo-masónico en la propaganda franquista (1936-1945)
Autor: Javier Domínguez Arribas
Livro: El Franquismo, cómplice del Holocausto
Autor: Eduardo Martín de Pozuelo
Livro: Los secretos del franquismo
Autor: Eduardo Martín de Pozuelo
Livro: We Saw Spain Die
Autor: Paul Preston
Livro: The Spanish Civil War, The Soviet Union, and Communism
Autor: Stanley G. Payne
Livro: The Collapse of the Spanish Republic, 1933-1936: Origins of the Civil War
Autor: Stanley G. Payne
Livro: Spain: From Dictatorship to Democracy, 1939 to the Present (A History of Spain)
Autor: Javier Tusell
Livro: CONDOR LEGION: The Wehrmacht's Training Ground (Spearhead)
Autor: Ian Westwell
_______________________________________________
LIVROS SOBRE STALINISMO E UNIÃO SOVIÉTICA - URSS(até 1945)
Livro: Stalin: A corte do Czar Vermelho
título em inglês: Stalin: The Court of the Red Tsar
Autor: Simon Sebag Montefiore
Livro: Political Thought of Joseph Stalin: A Study in 20th Century Revolutionary Patriotism
Autor: Erik van Ree
Livro: Bolshevism, Stalinism and the Comintern: Perspectives on Stalinization, 1917-53
Autor: Matthew Worley, Kevin Morgan, Norman LaPorte
Livro: A History of the Soviet Union from the Beginning to the End, 2nd Edition
Autor: Peter Kenez
Livro: Stalin's Secret Pogrom: The Postwar Inquisition of the Jewish Anti-Fascist Committee (Annals of Communism)
Autor: Laura E. Wolfson
Livro: Stalinism: Russian and Western Views at the Turn of the Millenium (Totalitarian Movements and Political Religions)
Autor: John L. H. Keep
Livro: Terror by Quota: State Security from Lenin to Stalin (an Archival Study) (The Yale-Hoover Series on Stalin, Stalinism, and the Cold War)
Autor: Paul R. Gregory
_______________________________________________
LIVROS SOBRE SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Livro: O Incêndio - Como os Aliados destruíram as cidades alemãs 1940-1945
Autor: Jorg Friedrich
Livro: As Origens da Segunda Guerra Mundial(1933-1939)
Autor: Ruth Henig
Livro: Berlim 1945 - A Queda
Autor: Antony Beevor
Livro: Stalingrado
Autor: Antony Beevor
Livor: Memórias da Segunda Guerra Mundial(2 Volumes)
Autor: Winston Churchill
Livro: Churchill
Autor: Roy Jenkins
Livro: Roosevelt
Autor: Roy Jenkins
Livro: Roosevelt E Hopkins
Subtítulo: Uma História da Segunda Guerra MundialAutor: Robert E. Sherwood
Livro: Franklin e Winston
Subtítulo: A intimidade de uma amizade histórica
Autor: Jon Meacham
Livro: Brasil, um refúgio nos trópicos
Subtítulo: A trajetória dos refugiados do Nazi-fascismo
Autor: Maria Luiza Tucci Carneiro
Livro: O anti-semitismo na Era Vargas
Autor: Maria Luiza Tucci Carneiro
Livro: História da Segunda Guerra Mundial
Autor: Marc Ferro
Livro: Versalhes e Ialta. Os dois grandes erros do século
Autor: Guilherme Hermsdorff
Livro: Um mundo em chamas: uma breve história da Segunda Guerra Mundial na Europa e na Ásia, 1939
Autor: Martin Kitchen
Livro: Cinco Dias em Londres
subtítulo: Negociações que Mudaram o Rumo da II Guerra
Autor: John Lukacs
Livro: Uma História da Segunda Guerra Mundial
Autor: Robert Sherwood
Livro: A Queda da França
Autor: William Shirer
Livro: A Segunda Guerra Mundial
Autor: A.J.P. Taylor
Livro: Una guerra de exterminio - Hitler contra Stalin
Autor: Laurence Rees
Livro: Un mundo en guerra - Historia de la segunda guerra mundial
Autor: Richard Holmes
Livro: Five Armies in Normandy
Autor: John Keegan
Livro: Conditions of Peace
Autor: E.H. Carr
Livro: The Origins of the Second World War
Autor: A. J. P. Taylor
Livro: Dresden - Tuesday, February 13, 1945
Autor: Frederick Taylor
Livro: The Second World War
Autor: John Keegan
Livro: The Storm of War - A New History of the Second World War
Autor: Andrew Roberts
Livro: The Politics of War, the War and United States Foreign Policy, 1913/1945
Autor: Gabriel Kolko
Livro: War in the Wild East: The German Army and Soviet Partisans
Autor: Ben Shepherd
Livro: An Ilustrated History of the Second World War
Autor: A.J.P. Taylor
Livro: The Road to War: Revised Edition
Autor(es): Richard Overy, Andrew Wheatcroft
Livro: History of World War Two
Autor: Basil Liddell Hart
Livro: The Fall of France
Autor: Julian Jackson
Livro: Russia's War
Autor: Richard Overy
Livro: The Rocket and the Reich: Peenemünde and the Coming of the Ballistic Missle Era
Autor: Michael Neufeld
Livro: The War of Our Childhood: Memories of World War II
Autor: Wolfgang W. E. Samuel
Livro: Through the Eyes of Innocents: Children Witness World War II
Autor: Emmy E Werner, Emmy E. Werner
Livro: Battle in the East: The German Army in Russia (Concord 6519)
Autor: Gordon Rottman, Stephen Andrew
Livro: Britain, America and Rearmament in the 1930s: The Cost of Failure
Autor: Christopher Price
Livro: The Persian Corridor and Aid to Russia (United States Army in World War II: The Middle East Theater)
Autor: T. H. Vail Motter
Livro: Pie XII et la Seconde Guerre Mondiale
Autores: Pierre Blet, Pierre Blet (S.J.)
_______________________________________________
LIVROS SOBRE PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
Livro: O Último Verão Europeu
Autor: David Fromkin
Livro: Origins of the First World War (Lancaster Pamphlets)
Autor: Ruth Henig
Livro: London 1914-17: The Zeppelin Menace (Campaign 193)
Autor: Ian Castle
Livro: The Spirit of 1914: Militarism, Myth, and Mobilization in Germany (Studies in the Social and Cultural History of Modern Warfare)
Autor: Jeffrey Verhey
Livro: The First World War: The Eastern Front 1914-1918 (Essential Histories)
Autor: Geoffrey Jukes
Livro: Worldly Provincialism: German Anthropology in the Age of Empire (Social History, Popular Culture, and Politics in Germany)
Autor: H. Glenn Penny, Matti Bunzl
Livro: Balkan Wars 1912-1913: Prelude to the First World War (Warfare and History)
Autor: Richard C. Hall
Livro: The Origins of the First World War: Controversies and Consensus
Autora: Annika Mombauer
Link abaixo:
Bibliografia sobre Holocausto - Nazismo - Fascismo
Ver também:
Bibliografia sobre Racismo - Neonazismo - Neofascismo - Negação do Holocausto
Os temas mais gerais sobre Segunda Guerra(batalhas, história da guerra), Primeira Guerra, República de Weimar, Stalinismo, Teatro de Operações Asiático e outros foram colocados neste post. Foi trazido para este post a bibliografia de outras vertentes(países) do fascismo naquele período.
Mais obras poderão ser adicionadas futuramente quando o post for atualizado e ele ficará como link fixo no quadro à esquerda do blog, na parte dos links.
LIVROS SOBRE REPÚBLICA DE WEIMAR (ENTREGUERRAS)
Livros em inglês: |
Livro: The German Revolution 1917-1923 (Historical Materialism Book Series)
Autores: Pierre Broue, Ian H. Birchall, Brian Pearce
Livro: Weimar Germany: Promise and Tragedy
Autor: Eric D. Weitz
Livro: Paper and Iron: Hamburg Business and German Politics in the Era of Inflation, 1897-1927
Autor: Niall Ferguson
Livro: Britain, Soviet Russia and the Collapse of the Versailles Order, 1919-1939
Autor: Keith Neilson
_______________________________________________
LIVROS SOBRE O PÓS-GUERRA - REUNIFICAÇÃO DA ALEMANHA (PERÍODO DE 1945-1990)
Livros em inglês: |
Livro: Germany 1945-1949: A Sourcebook
Autor: Manfred Malzahn
Livro: Understanding Contemporary Germany
Autor: Stuart Parkes
Livro: In a Cold Crater: Cultural and Intellectual Life in Berlin, 1945-1948
Autor: Wolfgang Schivelbusch
Livro: After the Nazi Racial State: Difference and Democracy in Germany and Europe
Autores: Rita Chin, Heide Fehrenbach, Geoff Eley, Atina Grossmann
Livro: A Nation in Barracks: Modern Germany, Military Conscription and Civil Society
Autor: Ute Frevert
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LIVROS SOBRE O TEATRO DE GUERRA ASIÁTICO E O FASCISMO NO JAPÃO
Livros em inglês: |
Livro: Japan in the Fascist Era
Editor: E. Bruce Reynolds
Livro: Factories of Death: Japanese Biological Warfare, 1932-1945, and the American Cover-Up
Autor: Sheldon Harris
Livro: The Nanjing Massacre in History and Historiography (Asia: Local Studies / Global Themes)
Autor: Joshua A. Fogel
Livro: The Bloody White Baron: The Extraordinary Story of the Russian Nobleman Who Became the Last Khan of Mongolia
Autor: James Palmer
Livro: The Pacific Campaign in World War II: From Pearl Harbor to Guadalcanal (Naval Policy and History)
Autor: William Bruce Johnson
Livro: Russian Politics in Exile: The Northeast Asian Balance of Power, 1924-1931
Autor: Felix Patrikeeff
Livro: The Manchurian Myth: Nationalism, Resistance, and Collaboration in Modern China
Autor: Rana Mitter
Livro: Prompt and Utter Destruction: President Truman and the Use of Atomic Bombs Against Japan
Autor: J. Samuel Walker
Livro: Japan 1945: From Operation Downfall to Hiroshima and Nagasaki (Campaign)
Autor: Clayton Chun
_______________________________________________
LIVROS SOBRE GUERRA CIVIL ESPANHOLA
Livros em português: |
Livro: A Guerra Civil Espanhola(2 volumes)
Autor: Hugh Thomas
Livro: A Guerra Civil Espanhola(Edição de Portugal)
Autor: Stanley G. Payne
Livro: A Batalha pela Espanha
Autor: Antony Beevor
Livros em espanhol: |
Livro: La Guerra Civil Española
Autor: Hugh Thomas
Livro: El corto verano de la anarquía
Autor: Hans Magnus Enzensberger
Livro: Franco, el perfil de la historia
Autor: Stanley G. Payne
Livro: Una Historia De La Guerra Civil Que No Va A Gustar A Nadie
Autor: Juan Eslava Galan
Livro: Guernica Y La Guerra Total
em inglês: Guernica and Total War
Autor: Ian Patterson
Livro: El enemigo judeo-masónico en la propaganda franquista (1936-1945)
Autor: Javier Domínguez Arribas
Livro: El Franquismo, cómplice del Holocausto
Autor: Eduardo Martín de Pozuelo
Livro: Los secretos del franquismo
Autor: Eduardo Martín de Pozuelo
Livros em inglês: |
Livro: We Saw Spain Die
Autor: Paul Preston
Livro: The Spanish Civil War, The Soviet Union, and Communism
Autor: Stanley G. Payne
Livro: The Collapse of the Spanish Republic, 1933-1936: Origins of the Civil War
Autor: Stanley G. Payne
Livro: Spain: From Dictatorship to Democracy, 1939 to the Present (A History of Spain)
Autor: Javier Tusell
Livro: CONDOR LEGION: The Wehrmacht's Training Ground (Spearhead)
Autor: Ian Westwell
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LIVROS SOBRE STALINISMO E UNIÃO SOVIÉTICA - URSS(até 1945)
Livros em português: |
Livro: Stalin: A corte do Czar Vermelho
título em inglês: Stalin: The Court of the Red Tsar
Autor: Simon Sebag Montefiore
Livros em inglês: |
Livro: Political Thought of Joseph Stalin: A Study in 20th Century Revolutionary Patriotism
Autor: Erik van Ree
Livro: Bolshevism, Stalinism and the Comintern: Perspectives on Stalinization, 1917-53
Autor: Matthew Worley, Kevin Morgan, Norman LaPorte
Livro: A History of the Soviet Union from the Beginning to the End, 2nd Edition
Autor: Peter Kenez
Livro: Stalin's Secret Pogrom: The Postwar Inquisition of the Jewish Anti-Fascist Committee (Annals of Communism)
Autor: Laura E. Wolfson
Livro: Stalinism: Russian and Western Views at the Turn of the Millenium (Totalitarian Movements and Political Religions)
Autor: John L. H. Keep
Livro: Terror by Quota: State Security from Lenin to Stalin (an Archival Study) (The Yale-Hoover Series on Stalin, Stalinism, and the Cold War)
Autor: Paul R. Gregory
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LIVROS SOBRE SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Livros em português: |
Livro: O Incêndio - Como os Aliados destruíram as cidades alemãs 1940-1945
Autor: Jorg Friedrich
Livro: As Origens da Segunda Guerra Mundial(1933-1939)
Autor: Ruth Henig
Livro: Berlim 1945 - A Queda
Autor: Antony Beevor
Livro: Stalingrado
Autor: Antony Beevor
Livor: Memórias da Segunda Guerra Mundial(2 Volumes)
Autor: Winston Churchill
Livro: Churchill
Autor: Roy Jenkins
Livro: Roosevelt
Autor: Roy Jenkins
Livro: Roosevelt E Hopkins
Subtítulo: Uma História da Segunda Guerra MundialAutor: Robert E. Sherwood
Livro: Franklin e Winston
Subtítulo: A intimidade de uma amizade histórica
Autor: Jon Meacham
Livro: Brasil, um refúgio nos trópicos
Subtítulo: A trajetória dos refugiados do Nazi-fascismo
Autor: Maria Luiza Tucci Carneiro
Livro: O anti-semitismo na Era Vargas
Autor: Maria Luiza Tucci Carneiro
Livro: História da Segunda Guerra Mundial
Autor: Marc Ferro
Livro: Versalhes e Ialta. Os dois grandes erros do século
Autor: Guilherme Hermsdorff
Livro: Um mundo em chamas: uma breve história da Segunda Guerra Mundial na Europa e na Ásia, 1939
Autor: Martin Kitchen
Livro: Cinco Dias em Londres
subtítulo: Negociações que Mudaram o Rumo da II Guerra
Autor: John Lukacs
Livro: Uma História da Segunda Guerra Mundial
Autor: Robert Sherwood
Livro: A Queda da França
Autor: William Shirer
Livro: A Segunda Guerra Mundial
Autor: A.J.P. Taylor
Livros em espanhol: |
Livro: Una guerra de exterminio - Hitler contra Stalin
Autor: Laurence Rees
Livro: Un mundo en guerra - Historia de la segunda guerra mundial
Autor: Richard Holmes
Livros em inglês: |
Livro: Five Armies in Normandy
Autor: John Keegan
Livro: Conditions of Peace
Autor: E.H. Carr
Livro: The Origins of the Second World War
Autor: A. J. P. Taylor
Livro: Dresden - Tuesday, February 13, 1945
Autor: Frederick Taylor
Livro: The Second World War
Autor: John Keegan
Livro: The Storm of War - A New History of the Second World War
Autor: Andrew Roberts
Livro: The Politics of War, the War and United States Foreign Policy, 1913/1945
Autor: Gabriel Kolko
Livro: War in the Wild East: The German Army and Soviet Partisans
Autor: Ben Shepherd
Livro: An Ilustrated History of the Second World War
Autor: A.J.P. Taylor
Livro: The Road to War: Revised Edition
Autor(es): Richard Overy, Andrew Wheatcroft
Livro: History of World War Two
Autor: Basil Liddell Hart
Livro: The Fall of France
Autor: Julian Jackson
Livro: Russia's War
Autor: Richard Overy
Livro: The Rocket and the Reich: Peenemünde and the Coming of the Ballistic Missle Era
Autor: Michael Neufeld
Livro: The War of Our Childhood: Memories of World War II
Autor: Wolfgang W. E. Samuel
Livro: Through the Eyes of Innocents: Children Witness World War II
Autor: Emmy E Werner, Emmy E. Werner
Livro: Battle in the East: The German Army in Russia (Concord 6519)
Autor: Gordon Rottman, Stephen Andrew
Livro: Britain, America and Rearmament in the 1930s: The Cost of Failure
Autor: Christopher Price
Livro: The Persian Corridor and Aid to Russia (United States Army in World War II: The Middle East Theater)
Autor: T. H. Vail Motter
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Livro: Pie XII et la Seconde Guerre Mondiale
Autores: Pierre Blet, Pierre Blet (S.J.)
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LIVROS SOBRE PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
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Livro: O Último Verão Europeu
Autor: David Fromkin
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Livro: Origins of the First World War (Lancaster Pamphlets)
Autor: Ruth Henig
Livro: London 1914-17: The Zeppelin Menace (Campaign 193)
Autor: Ian Castle
Livro: The Spirit of 1914: Militarism, Myth, and Mobilization in Germany (Studies in the Social and Cultural History of Modern Warfare)
Autor: Jeffrey Verhey
Livro: The First World War: The Eastern Front 1914-1918 (Essential Histories)
Autor: Geoffrey Jukes
Livro: Worldly Provincialism: German Anthropology in the Age of Empire (Social History, Popular Culture, and Politics in Germany)
Autor: H. Glenn Penny, Matti Bunzl
Livro: Balkan Wars 1912-1913: Prelude to the First World War (Warfare and History)
Autor: Richard C. Hall
Livro: The Origins of the First World War: Controversies and Consensus
Autora: Annika Mombauer
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segunda-feira, 10 de maio de 2010
Obama elogia Medvedev por condenar totalitarismo e crimes soviéticos
WASHINGTON — O presidente americano Barack Obama elogiou neste sábado a "liderança notável" de seu colega russo, Dmitri Medvedev, por condenar as violações dos Direitos Humanos praticadas pelo regime "totalitário" da União Soviética e por seu líder Joseph Stalin.
"O presidente Medvedev deu provas de uma liderança notável ao honrar os sacrifícios daqueles que viveram antes de nós e por falar tão abertamente sobre a supressão dos direitos e liberdades fundamentais", indicou Obama em um comunicado neste sábado, na véspera do aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial para os russos.
Na sexta-feira, Medvedev criticou o regime soviético em uma longa entrevista publicada pelo jornal Izvestia.
"Para ser honesto, o regime que foi instaurado na União Soviética (...) só pode ser classificado de totalitário", no qual "os direitos e as liberdades elementais foram suprimidos", declarou o governante russo dois dias antes do dia em que a Rússia comemora os 65 anos da vitória sobre os nazistas.
"Suas palavras nos lembram que devemos trabalhar todos juntos em favor de um mundo no qual os Direitos Humanos fundamentais de cada indivíduo estejam protegidos", enfatizou Obama.
O chefe de Estado russo também condenou os crimes "imperdoáveis" do ex-ditador.
"Stalin cometeu muitos crimes contra seu próprio povo. E, apesar de ter trabalhado muito, apesar de sob sua liderança o país ter tido muitos êxitos, o que fez ao seu próprio povo não pode ser perdoado", ressaltou Medvedev.
Cerca de vinte chefes de Estado e de Governo, entre eles o chinês Hu Jintao, o francês Nicolas Sarkozy e a alemã Angela Merkel, assistirão no domingo aos atos de celebração na Praça Vermelha, em Moscou.
Fonte: AFP
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5goRFvUKbjvJKIRv8KguihRX4eKfQ
Imagens do desfile. Discurso do Presidente russo Medvedev e o hino russo em que aparece a primeira-ministra alemã Angela Merkel:
Resumo dos desfiles, tropas da OTAN aparecem desfilando(britânicos):
Quem quiser achar o desfile completo é só colocar a combinação Russian Parade+2010 no youtube. Há um vídeo do desfile com 45 minutos de duração.
"O presidente Medvedev deu provas de uma liderança notável ao honrar os sacrifícios daqueles que viveram antes de nós e por falar tão abertamente sobre a supressão dos direitos e liberdades fundamentais", indicou Obama em um comunicado neste sábado, na véspera do aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial para os russos.
Na sexta-feira, Medvedev criticou o regime soviético em uma longa entrevista publicada pelo jornal Izvestia.
"Para ser honesto, o regime que foi instaurado na União Soviética (...) só pode ser classificado de totalitário", no qual "os direitos e as liberdades elementais foram suprimidos", declarou o governante russo dois dias antes do dia em que a Rússia comemora os 65 anos da vitória sobre os nazistas.
"Suas palavras nos lembram que devemos trabalhar todos juntos em favor de um mundo no qual os Direitos Humanos fundamentais de cada indivíduo estejam protegidos", enfatizou Obama.
O chefe de Estado russo também condenou os crimes "imperdoáveis" do ex-ditador.
"Stalin cometeu muitos crimes contra seu próprio povo. E, apesar de ter trabalhado muito, apesar de sob sua liderança o país ter tido muitos êxitos, o que fez ao seu próprio povo não pode ser perdoado", ressaltou Medvedev.
Cerca de vinte chefes de Estado e de Governo, entre eles o chinês Hu Jintao, o francês Nicolas Sarkozy e a alemã Angela Merkel, assistirão no domingo aos atos de celebração na Praça Vermelha, em Moscou.
Fonte: AFP
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5goRFvUKbjvJKIRv8KguihRX4eKfQ
Imagens do desfile. Discurso do Presidente russo Medvedev e o hino russo em que aparece a primeira-ministra alemã Angela Merkel:
Resumo dos desfiles, tropas da OTAN aparecem desfilando(britânicos):
Quem quiser achar o desfile completo é só colocar a combinação Russian Parade+2010 no youtube. Há um vídeo do desfile com 45 minutos de duração.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Putin lembra vítimas dos carrascos nazistas da Segunda Guerra
Varsóvia, 1º set (EFE).- O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, manifestou hoje seu reconhecimento "aos milhões de soldados da coalizão antihitler, à resistência e aos civis que morreram nas mãos dos carrascos" nazistas.
Num ato em Gdansk para lembrar os 70 anos do início da Segunda Guerra Mundial, Putin reconheceu que o pacto Ribbentrop-Molotov, a partir do qual, em 1939, a extinta União Soviética e a Alemanha nazista dividiram suas zonas de influência na Polônia e no resto da Europa, "não foi moral".
"Nosso país reconhece seus erros e acredita em sua participação na construção de um novo mundo", destacou o chefe do Executivo da Rússia, que disse esperar que as relações da Polônia com seu país se intensifiquem e se libertem dos lastros do passado.
"Devemos curar a sociedade da xenofobia, do racismo, do ódio e da falta de confiança", disse Putin, que acrescentou que a nova civilização política deve de estar baseada em princípios morais comuns. EFE
Fonte: EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1288390-5602,00-PUTIN+LEMBRA+VITIMAS+DOS+CARRASCOS+NAZISTAS+DA+SEGUNDA+GUERRA.html
Num ato em Gdansk para lembrar os 70 anos do início da Segunda Guerra Mundial, Putin reconheceu que o pacto Ribbentrop-Molotov, a partir do qual, em 1939, a extinta União Soviética e a Alemanha nazista dividiram suas zonas de influência na Polônia e no resto da Europa, "não foi moral".
"Nosso país reconhece seus erros e acredita em sua participação na construção de um novo mundo", destacou o chefe do Executivo da Rússia, que disse esperar que as relações da Polônia com seu país se intensifiquem e se libertem dos lastros do passado.
"Devemos curar a sociedade da xenofobia, do racismo, do ódio e da falta de confiança", disse Putin, que acrescentou que a nova civilização política deve de estar baseada em princípios morais comuns. EFE
Fonte: EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1288390-5602,00-PUTIN+LEMBRA+VITIMAS+DOS+CARRASCOS+NAZISTAS+DA+SEGUNDA+GUERRA.html
Europa lembra o 70º aniversário do início da Segunda Guerra Mundial
GDANSK - Há exatos 70 anos, em 1º de setembro de 1939, a Alemanha invadia a Polônia e dava início à Segunda Guerra Mundial.
O presidente e o primeiro-ministro da Polônia, Lech Kaczynski e Donald Tusk, comandaram em Gdansk a cerimônia que lembrou o momento exato dos 70 anos do início da Segunda Guerra Mundial, quando a marinha nazista alemã abriu fogo contra a guarnição polonesa da península de Westerplatte.
Memorial em Gdansk é iluminado durante celebração dos 70 anos do ínicio da 2ª Guerra / Reuters
"Estamos aqui para recordar quem foi o agressor e quais foram as vítimas nesta guerra, já que sem uma memória honesta, nem a Europa, nem a Polônia, nem o mundo poderia viver em segurança", declarou o primeiro-ministro polonês Donald Tusk.
Em 1º de setembro de 1939, ao amanhecer, o encouraçado Schleswig-Holstein abriu fogo contra a base polonesa de Westerplatte, onde 180 combatentes resistiram durante uma semana a 3.500 soldados alemães. Ao mesmo tempo, o Exército alemão invadiu a polônia pelo leste, oeste e sul, em ataques que deflagraram a declaração de guerra de França e Grã-Bretanha contra a Alemanha dois dias depois.
"Westerplatte é o símbolo da luta do fraco contra o forte", assinalou o presidente Kaczynski, em discurso no qual reivindicou o papel de vítima da Polônia contra "os totalitarismos nazista e bolchevique".
Veterano polonês da Segunda Guerra observa cerimônia em Gdansk
Ataque russo
Os poloneses, entretanto, sempre consideraram o Tratado de Não-Agressão firmado entre o regime nazista e os soviéticos uma semana antes da guerra, como o estopim da invasão alemã. Duas semanas depois, em meados de setembro de 1939, o Exército soviético invadiu o leste da Polônia.
"No dia 17 de setembro, quando ainda estávamos defendendo Varsóvia, foi o dia em que a Polônia recebeu uma facada nas costas", disse Kaczynski.
"Glória aos heróis de Westerplatte, glória a todos os soldados que lutaram na Segunda Guerra Mundial contra o nazismo e contra o totalitarismo bolchevique", concluiu.
A Polônia foi uma das grandes vítimas da guerra, perdendo 20% de sua população, com a morte de aproximadamente seis milhões de habitantes, a metade deles judeus.
Veja no infográfico como começou a 2ª Guerra Mundial
"Sofrimento interminável"
A chanceler alemã Angela Merkel disse nesta terça-feira que seu país causou um "sofrimento interminável" ao provocar a Segunda Guerra Mundial, mas também recordou o destino dos milhões de alemães expulsos da Europa Central e Oriental ao fim do conflito.
"A Alemanha atacou a Polônia. A Alemanha iniciou a Segunda Guerra Mundial. Causamos interminável dor no mundo. Sessenta milhões de mortos... foi o resultado", declarou Merkel por ocasião do 70º aniversário do início do conflito.
Merkel também recordou o papel dos alemães que foram expulsos da Europa Central e Oriental na construção da República Federal Alemã (RFA, Alemanha Ocidental) do pós-guerra. "Também queremos recordá-los", disse.
Mais de 20 líderes de diversos países, entre eles a chanceler alemã, Angela Merkel, participarão das cerimônias para marcar os 70 anos do início da 2ª Guerra Mundial, que matou mais de 50 milhões de pessoas.
Vídeo no link da matéria.
* Com Reuters e AFP
Fonte: Reuters/AFP
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/09/01/europa+lembra+o+70+aniversario+do+inicio+da+segunda+guerra+mundial+8193935.html
O presidente e o primeiro-ministro da Polônia, Lech Kaczynski e Donald Tusk, comandaram em Gdansk a cerimônia que lembrou o momento exato dos 70 anos do início da Segunda Guerra Mundial, quando a marinha nazista alemã abriu fogo contra a guarnição polonesa da península de Westerplatte.
Memorial em Gdansk é iluminado durante celebração dos 70 anos do ínicio da 2ª Guerra / Reuters
"Estamos aqui para recordar quem foi o agressor e quais foram as vítimas nesta guerra, já que sem uma memória honesta, nem a Europa, nem a Polônia, nem o mundo poderia viver em segurança", declarou o primeiro-ministro polonês Donald Tusk.
Em 1º de setembro de 1939, ao amanhecer, o encouraçado Schleswig-Holstein abriu fogo contra a base polonesa de Westerplatte, onde 180 combatentes resistiram durante uma semana a 3.500 soldados alemães. Ao mesmo tempo, o Exército alemão invadiu a polônia pelo leste, oeste e sul, em ataques que deflagraram a declaração de guerra de França e Grã-Bretanha contra a Alemanha dois dias depois.
"Westerplatte é o símbolo da luta do fraco contra o forte", assinalou o presidente Kaczynski, em discurso no qual reivindicou o papel de vítima da Polônia contra "os totalitarismos nazista e bolchevique".
Veterano polonês da Segunda Guerra observa cerimônia em Gdansk
Ataque russo
Os poloneses, entretanto, sempre consideraram o Tratado de Não-Agressão firmado entre o regime nazista e os soviéticos uma semana antes da guerra, como o estopim da invasão alemã. Duas semanas depois, em meados de setembro de 1939, o Exército soviético invadiu o leste da Polônia.
"No dia 17 de setembro, quando ainda estávamos defendendo Varsóvia, foi o dia em que a Polônia recebeu uma facada nas costas", disse Kaczynski.
"Glória aos heróis de Westerplatte, glória a todos os soldados que lutaram na Segunda Guerra Mundial contra o nazismo e contra o totalitarismo bolchevique", concluiu.
A Polônia foi uma das grandes vítimas da guerra, perdendo 20% de sua população, com a morte de aproximadamente seis milhões de habitantes, a metade deles judeus.
Veja no infográfico como começou a 2ª Guerra Mundial
"Sofrimento interminável"
A chanceler alemã Angela Merkel disse nesta terça-feira que seu país causou um "sofrimento interminável" ao provocar a Segunda Guerra Mundial, mas também recordou o destino dos milhões de alemães expulsos da Europa Central e Oriental ao fim do conflito.
"A Alemanha atacou a Polônia. A Alemanha iniciou a Segunda Guerra Mundial. Causamos interminável dor no mundo. Sessenta milhões de mortos... foi o resultado", declarou Merkel por ocasião do 70º aniversário do início do conflito.
Merkel também recordou o papel dos alemães que foram expulsos da Europa Central e Oriental na construção da República Federal Alemã (RFA, Alemanha Ocidental) do pós-guerra. "Também queremos recordá-los", disse.
Mais de 20 líderes de diversos países, entre eles a chanceler alemã, Angela Merkel, participarão das cerimônias para marcar os 70 anos do início da 2ª Guerra Mundial, que matou mais de 50 milhões de pessoas.
Vídeo no link da matéria.
* Com Reuters e AFP
Fonte: Reuters/AFP
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/09/01/europa+lembra+o+70+aniversario+do+inicio+da+segunda+guerra+mundial+8193935.html
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quarta-feira, 29 de julho de 2009
Uma guerra de extermínio
MEMÓRIA
Uma guerra de extermínio
A guerra civil espanhola foi um aperitivo do que iria ser a II Guerra Mundial: republicanos e franquistas sabiam que travavam uma guerra de vida ou de morte, da qual não sairiam sem a vitória total, sem esperança de negociação ou de paz
Santos Juliá (Historiador e ensaísta)
Em seu livro La Velada en Benicarló (O Velório em Benicarló), Manuel Azaña, o último presidente da República espanhola, conta um episódio terrível, recordação pessoal dos primeiros dias da guerra civil: “Certa noite, no final de agosto, estava eu à janela de meu quarto tomando ar fresco, quando ouvi três tiros que vinham do lado do cemitério. Depois, foi um silêncio total... Um pouco depois, de repente, um gemido, ao longe. Prestei atenção. Um novo gemido, mais forte, até se tornar um grito desesperado... Já quase morto, o moribundo gritava de horror... O grito vinha bem na minha direção. Procurei duas ou três pessoas do hospital e trouxe-as à janela. (“Vamos buscá-lo; talvez ainda o consigamos salvar!”) Eles se recusaram; e eu insistia; eles me impediram. Não vamos nos envolver com isso! No máximo, podemos avisar a prefeitura. Avisamos. Passou algum tempo. Pan, pan! Mais dois tiros no cemitério. Os gemidos pararam.”
Esse episódio – dois tiros de misericórdia num fuzilado agonizante – resume a ferocidade da guerra da Espanha: a impotência de alguns, a covardia de outros, a ausência de piedade dos restantes. Nesse sentido, a guerra civil foi um aperitivo, por sua brutalidade, do que iria ser a II Guerra Mundial. Republicanos e franquistas sabiam que travavam uma guerra de vida ou de morte, não podendo vencê-la sem o esmagamento total do adversário, sem esperança de negociação ou de paz. Nessas condições, a distinção entre soldados e civis, entre combatentes e não-combatentes, não passava de mera ilusão. Os espancamentos, a tortura, os estupros, os assassinatos, as execuções, os tiros de misericórdia, a política de terra arrasada e as chacinas de massa tornaram-se rotina: na Espanha, centenas de milhares de civis – num número bastante superior ao de soldados mortos na frente de combate – foram assassinados durante essa guerra.
Uma guerra implacável
Desde o início, em 1936, o conflito também ganhou contornos de uma guerra de liquidação: os ódios de classe, de religião e de nacionalidade (contra bascos, catalães e galegos) desempenharam um papel semelhante ao dos ódios raciais e das “limpezas” étnicas. Os discursos de guerra adotados pela rebelião militar e pela revolução social estigmatizavam o inimigo como um “invasor estrangeiro” (fascista ou bolchevique) que deveria ser massacrado, aniquilado. Jamais se colocou a questão – embora não tenham faltado alguns projetos, do lado republicano – de uma possível perspectiva de mediação ou de paz negociada. Quando a Grã-Bretanha, incentivada pelo presidente da República, tentou uma medição e pediu o apoio do Vaticano, um cardeal espanhol afirmou que ninguém compreendera a natureza daquela guerra, que se tratava de um conflito que só podia terminar com a vitória total de um dos antagonistas.
Os ódios de classe, de religião e de nacionalidade (contra bascos, catalães etc.) tiveram papel semelhante ao dos ódios raciais e das “limpezas” étnicas
E foi justamente o que aconteceu, com as conseqüências que conhecemos: os cadáveres à beira das estradas, as filas de fuzilados ao lado dos cemitérios e os executados jogados em valas comuns (leia, nesta edição, o artigo de José Maldavsky) superaram o número de mortos na frente de combate. Foi uma guerra implacável, na qual o inimigo não era apenas o soldado da trincheira oposta, mas também o civil que tivesse votado no adversário, ou atuado como delegado de um partido ou de um sindicato numa seção eleitoral, ou participado de uma greve, ou mesmo manifestado idéias contrárias àquelas do lado vencedor. Na Espanha, entre 1936 e 1939, na hora de decidir o destino do outro, pertencer ao lado oposto – no caso de ser civil – significava assinar sua sentença de morte.
Anistia e reconciliação
Durante o conflito – e durante a longa noite que, em seguida, se abateu sobre os vencidos – essa brutalidade feroz foi alimentada pelo mito de uma “Espanha verdadeira” (a dos militares e da Igreja católica) que lutava contra uma “anti-Espanha” (a dos “Vermelhos”). O mito de dois princípios eternos, enfrentando-se até a morte, jamais permitiu que fossem ouvidos os argumentos do lado oposto, mas, ao contrário, incentivou uma política de suspeitas, de perseguição e de assassinato. Foi uma repressão sem interrupções. Mais tarde, com o decorrer do tempo, a definição da guerra civil como “guerra contra o invasor” foi substituída, na memória coletiva, pela representação da guerra como uma “guerra fratricida”.
Essa nova memória, que serviu de base moral para a assinatura dos acordos, nas décadas de 60 e de 70, entre as forças políticas de oposição, os dirigentes políticos exilados e os vários grupos dissidentes do franquismo, implicava uma nova visão da história que privilegiasse os princípios do perdão e da reconciliação, ao invés dos da vingança, das represálias e do extermínio. A memória da guerra como guerra fratricida tornou possível uma política de anistia e reconciliação. E impôs um olhar de compaixão e de perdão para com o adversário.
Um ato de liberdade absoluta
Um cardeal espanhol afirmou que ninguém compreendera aquela guerra, que só podia terminar com a vitória total de um dos antagonistas
Apesar dos milhares de livros escritos sobre esse conflito pavoroso, na Espanha como no exterior, faltava ao discurso e à memória da guerra uma concretização literária. E é aí que entra Javier Cercas com seu formidável romance-reportagem Les Soldats de Salamine (leia, nesta edição, o artigo de Albert Bensoussan). Um episódio típico das guerras de extermínio, a execução maciça de prisioneiros sem julgamento, atinge o paroxismo num momento de piedade, fruto do acaso. Quando o soldado que vasculha a área dá de cara com o fugitivo, olha fixamente para ele e grita para seus companheiros: “Por aqui não há ninguém!”, salvando-lhe a vida. O que ele faz é recusar a fatalidade das políticas de extermínio, abrindo uma brecha para a piedade. Esse gesto abre a porta para a reconciliação, pois prova que, durante a guerra, houve momentos de perdão.
O ato desse soldado, membro anônimo de um pelotão de fuzilamento, se deve exclusivamente à sua vontade. Já o grito de agonia em La Velada en Benicarló reflete o que se estaria passando em Madri ou em Barcelona, assim como em Sevilha ou em Pamplona, durante o verão de 1936. É o que deveria ter ocorrido com o fugitivo surpreendido em seu esconderijo: Pan, pan!... e adeus, Rafael Sánchez Mazas.
Mas isso não aconteceu. Num ato de liberdade absoluta, ou talvez de cansaço diante de tantas mortes, dessa vez, o soldado não atirou, não alertou seus companheiros. Olhou-o nos olhos e fez meia-volta. E saiu de cena.
(Trad.: Jô Amado)
Fonte: Le Monde
http://diplo.uol.com.br/2003-01,a538
Uma guerra de extermínio
A guerra civil espanhola foi um aperitivo do que iria ser a II Guerra Mundial: republicanos e franquistas sabiam que travavam uma guerra de vida ou de morte, da qual não sairiam sem a vitória total, sem esperança de negociação ou de paz
Santos Juliá (Historiador e ensaísta)
Em seu livro La Velada en Benicarló (O Velório em Benicarló), Manuel Azaña, o último presidente da República espanhola, conta um episódio terrível, recordação pessoal dos primeiros dias da guerra civil: “Certa noite, no final de agosto, estava eu à janela de meu quarto tomando ar fresco, quando ouvi três tiros que vinham do lado do cemitério. Depois, foi um silêncio total... Um pouco depois, de repente, um gemido, ao longe. Prestei atenção. Um novo gemido, mais forte, até se tornar um grito desesperado... Já quase morto, o moribundo gritava de horror... O grito vinha bem na minha direção. Procurei duas ou três pessoas do hospital e trouxe-as à janela. (“Vamos buscá-lo; talvez ainda o consigamos salvar!”) Eles se recusaram; e eu insistia; eles me impediram. Não vamos nos envolver com isso! No máximo, podemos avisar a prefeitura. Avisamos. Passou algum tempo. Pan, pan! Mais dois tiros no cemitério. Os gemidos pararam.”
Esse episódio – dois tiros de misericórdia num fuzilado agonizante – resume a ferocidade da guerra da Espanha: a impotência de alguns, a covardia de outros, a ausência de piedade dos restantes. Nesse sentido, a guerra civil foi um aperitivo, por sua brutalidade, do que iria ser a II Guerra Mundial. Republicanos e franquistas sabiam que travavam uma guerra de vida ou de morte, não podendo vencê-la sem o esmagamento total do adversário, sem esperança de negociação ou de paz. Nessas condições, a distinção entre soldados e civis, entre combatentes e não-combatentes, não passava de mera ilusão. Os espancamentos, a tortura, os estupros, os assassinatos, as execuções, os tiros de misericórdia, a política de terra arrasada e as chacinas de massa tornaram-se rotina: na Espanha, centenas de milhares de civis – num número bastante superior ao de soldados mortos na frente de combate – foram assassinados durante essa guerra.
Uma guerra implacável
Desde o início, em 1936, o conflito também ganhou contornos de uma guerra de liquidação: os ódios de classe, de religião e de nacionalidade (contra bascos, catalães e galegos) desempenharam um papel semelhante ao dos ódios raciais e das “limpezas” étnicas. Os discursos de guerra adotados pela rebelião militar e pela revolução social estigmatizavam o inimigo como um “invasor estrangeiro” (fascista ou bolchevique) que deveria ser massacrado, aniquilado. Jamais se colocou a questão – embora não tenham faltado alguns projetos, do lado republicano – de uma possível perspectiva de mediação ou de paz negociada. Quando a Grã-Bretanha, incentivada pelo presidente da República, tentou uma medição e pediu o apoio do Vaticano, um cardeal espanhol afirmou que ninguém compreendera a natureza daquela guerra, que se tratava de um conflito que só podia terminar com a vitória total de um dos antagonistas.
Os ódios de classe, de religião e de nacionalidade (contra bascos, catalães etc.) tiveram papel semelhante ao dos ódios raciais e das “limpezas” étnicas
E foi justamente o que aconteceu, com as conseqüências que conhecemos: os cadáveres à beira das estradas, as filas de fuzilados ao lado dos cemitérios e os executados jogados em valas comuns (leia, nesta edição, o artigo de José Maldavsky) superaram o número de mortos na frente de combate. Foi uma guerra implacável, na qual o inimigo não era apenas o soldado da trincheira oposta, mas também o civil que tivesse votado no adversário, ou atuado como delegado de um partido ou de um sindicato numa seção eleitoral, ou participado de uma greve, ou mesmo manifestado idéias contrárias àquelas do lado vencedor. Na Espanha, entre 1936 e 1939, na hora de decidir o destino do outro, pertencer ao lado oposto – no caso de ser civil – significava assinar sua sentença de morte.
Anistia e reconciliação
Durante o conflito – e durante a longa noite que, em seguida, se abateu sobre os vencidos – essa brutalidade feroz foi alimentada pelo mito de uma “Espanha verdadeira” (a dos militares e da Igreja católica) que lutava contra uma “anti-Espanha” (a dos “Vermelhos”). O mito de dois princípios eternos, enfrentando-se até a morte, jamais permitiu que fossem ouvidos os argumentos do lado oposto, mas, ao contrário, incentivou uma política de suspeitas, de perseguição e de assassinato. Foi uma repressão sem interrupções. Mais tarde, com o decorrer do tempo, a definição da guerra civil como “guerra contra o invasor” foi substituída, na memória coletiva, pela representação da guerra como uma “guerra fratricida”.
Essa nova memória, que serviu de base moral para a assinatura dos acordos, nas décadas de 60 e de 70, entre as forças políticas de oposição, os dirigentes políticos exilados e os vários grupos dissidentes do franquismo, implicava uma nova visão da história que privilegiasse os princípios do perdão e da reconciliação, ao invés dos da vingança, das represálias e do extermínio. A memória da guerra como guerra fratricida tornou possível uma política de anistia e reconciliação. E impôs um olhar de compaixão e de perdão para com o adversário.
Um ato de liberdade absoluta
Um cardeal espanhol afirmou que ninguém compreendera aquela guerra, que só podia terminar com a vitória total de um dos antagonistas
Apesar dos milhares de livros escritos sobre esse conflito pavoroso, na Espanha como no exterior, faltava ao discurso e à memória da guerra uma concretização literária. E é aí que entra Javier Cercas com seu formidável romance-reportagem Les Soldats de Salamine (leia, nesta edição, o artigo de Albert Bensoussan). Um episódio típico das guerras de extermínio, a execução maciça de prisioneiros sem julgamento, atinge o paroxismo num momento de piedade, fruto do acaso. Quando o soldado que vasculha a área dá de cara com o fugitivo, olha fixamente para ele e grita para seus companheiros: “Por aqui não há ninguém!”, salvando-lhe a vida. O que ele faz é recusar a fatalidade das políticas de extermínio, abrindo uma brecha para a piedade. Esse gesto abre a porta para a reconciliação, pois prova que, durante a guerra, houve momentos de perdão.
O ato desse soldado, membro anônimo de um pelotão de fuzilamento, se deve exclusivamente à sua vontade. Já o grito de agonia em La Velada en Benicarló reflete o que se estaria passando em Madri ou em Barcelona, assim como em Sevilha ou em Pamplona, durante o verão de 1936. É o que deveria ter ocorrido com o fugitivo surpreendido em seu esconderijo: Pan, pan!... e adeus, Rafael Sánchez Mazas.
Mas isso não aconteceu. Num ato de liberdade absoluta, ou talvez de cansaço diante de tantas mortes, dessa vez, o soldado não atirou, não alertou seus companheiros. Olhou-o nos olhos e fez meia-volta. E saiu de cena.
(Trad.: Jô Amado)
Fonte: Le Monde
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