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quinta-feira, 5 de março de 2009

Antissemitismo e racismo disseminados no Brasil pela internet

O Instituto Stephen Roth publica relatórios sobre atividades antissemitas e racistas ao redor do mundo. Apesar de não ter sido publicado recentemente, o relatório de 2007 continua atual. Pra não traduzir tudo, destaca-se as partes mais relevantes do texto.
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"O relatório diz que a atividade antissemita foi manifestada principalmente no âmbito visual, verbal e através de insultos escritos. Foi observado um aumento na incitação contra judeus, negros, índios e homossexuais.

Insultos verbais e escritos

Ambas, extrema-direita e radicais de extrema-esquerda estiveram por detrás de propaganda antissemita e antissionista online e impressa. Dos 217,680 relatórios ao National Center for Complaints of Cybernetic Crimes em 2007, 51,395 (23.6 porcento) eram sobre racismo, neonazismo, intolerância religiosa e xenofobia; 96% das queixas foram respondidas (Jornal Alef, 25 de junho). De acordo com o monitoramento da internet pela ONG SaferNet Brasil, o número de páginas neonazistas em português na internet cresceram em 47% de abril de 2007 até o começo de 2008 (Folha online, Maio 8, 2008, http://www.derwood.eti.br/modules/news/article_trans.php?storyid=2138

O site antirracista da Afropress (http://www.afropress.com) e da ONG antirracista ABC sem Racismo, fizeram uma queixa ao Ministério Público federal sobre violações da democracia e da harmonia interracial. (http://www2.pgr.mpf.gov.br/o_mpf/sobre_o_mpf ).

Sites neonazistas brasileiros, monitorados por quase uma década pelo GPD – Grupo de Pesquisa da Discriminação (http://www.fflch.usp.br/dlo/cej/gpd/index.htm , ver ASW 1998-2006) - continuou a ser ativo em 2007 sob diferentes nomes e hospedagens. Alguns sites neonazis em português continham material de Negação do Holocausto e foram operados por cidadãos brasileiros. Entre estes estão inclusos o http://www.grupodirlip.org/ , que incluía uma página de venda de livros do negador do Holocausto Siegfried Ellwanger Castan, que dissemina, entre outros trabalhos antissemitas, "Os Protocolos dos Sábios de Sião" (ver ASW 1997/8, 2003-5).

Funcionários judeus continuaram a receber mensagens antissemitas em 2007.

Houve crítica ao Projeto de Lei de criminalização do Holocausto proposto pelo Dep. Marcelo Itagiba. Um novo site brasileiro de negação do Holocausto, o 'Inacreditável' (http://www.inacreditavel.com.br/brasil/pl_987.htm ) também condenou a moção em nome da “liberdade de expressão.”

De forma similar, em 26 de setembro, colunista da Revista Caros Amigos, remeteu via lista(de e-mail) um artigo criticando a Assembleia Genral da ONU pela resolução condenando a negação do Holocausto.

Problemas com o Holocausto em carro alegórico de Escola de Samba:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG81439-6014-507,00.html ; BBPress, Jan. 31, 2008).

Respostas aos crimes pelas autoridades brasileiras

Em Americana, Estado de São Paulo, um jovem identificado como H. foi investigado sob suspeita de incitação de discriminação contra negros, judeus, homossexuais e nordestinos (pessoas de origem em Estados do Nordeste brasileiro). A polícia encontrou DVDs com conteúdo racista, como também suásticas e outros símbolos nazistas. Cinco outros jovens da área de São Paulo, bloggers no website do Google, Orkut, usado por H., foram também presos. Eles poderão pegar de um a três anos de cadeia em se confirmando o crime de discriminação ou de dois a cinco anos de cadeira se forem culpados por uso da suástica para propaganda nazista.

Membros do grupo neonazista fundando em 1982 foram presos em Brasília, em Novembro. Muito do material foi apreendido, incluindo diários e ordens recebidas de militantes britânicos do grupo C18 (Combat 18) para conduzir uma limpeza étnica de nordestinos. A polícia acredita que o assassinato de 3-4 membros do grupo brasileiro antes de sua prisão foi ordenada pelo C18 para eliminar militantes “impuros” (ver “Gang nazi presa em Brasília,” Correio Braziliense, Nov. 22; FIERJ, Nov. 26, at http://www.fierj.blogspot.com/ ).

Vários sites neonazis que violam leis antirracistas, como o http://www.valhalla88.com/ , foram banidos em 2007. Em junho de 2007, a FIERJ e OAB-RJ, organizaram um seminário sobre “Crimes de Ódio na Internet” (Hate crimes on the net), que trouxeram pela primeira vez representantes das principais instituições brasileiras (Ministério Público, a Polícia Federal e ONGs que monitoram crimes na internet). Welder de Almeida da Polícia Federal falou dos passos que eles estavam tomando para pegar racistas, incluindo membros da Ku-Klux-Klan e White Power no Brasil."

Fonte: The Stephen Roth Institute for the Study of Antisemitism and Racism
http://www.tau.ac.il/Anti-Semitism/asw2007/brazil.html; Link2
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Orkut - Anti-semitas difundem odio contra judeus tambem pela web

Comunidades e sites que divulgam o anti-semitismo são fáceis de serem encontrados na internet, sobretudo no Orkut --basta usar a busca da rede social com palavras como "judeu" ou "Israel" associadas a ofensas. Apesar de existirem em menor número do que as comunidades de pedofilia, hoje alvo de uma CPI do Senado Federal, essas páginas também estão na mira das autoridades.

"Recebemos em média uma denúncia de site preconceituoso por semana, seja contra a comunidade judaica ou puramente anti-semita", diz Octávio Aronis, diretor jurídico da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp).

Há desde perfis que pregam abertamente o neonazismo, com imagens de Hitler e suásticas, até comunidades "fantasmas" (sem membros) com fotos de corpos empilhados durante o Holocausto. É o caso do fórum "Eu odeio judeus", que se descreve da seguinte maneira: "Eu odeio judeus. Olhem a imagem da comunidade para terem idéia." A comunidade foi criada em fevereiro de 2008 e continua no ar. O perfil do seu criador não aparece na página.

Reprodução
A reportagem também encontrou perfis que incentivam agressão a judeus, negros e índios.
(veja imagem abaixo)

Reprodução


A Fisesp encaminha as denúncias que recebe para a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância e para Delegacia de Crimes Eletrônicos do DEIC. "Hoje, os criminosos estão mais carimbados, fazem essas coisas de páginas que ficam hospedadas fora do país. Fica mais difícil de rastrear", diz Aronis.

De acordo com o Google, a identificação e censura de supostas contravenções é delicada nesses casos.

"Nesse tipo de conteúdo é muito mais difícil identificar se há abuso ou não do que no de pedofilia, por exemplo. Ele passa pelo viés da liberdade de expressão e pela questão do livre debate. Não cabe ao Google falar o que é debate e o que é ataque", diz Félix Ximenes, diretor de comunicação da companhia.

Segundo Ximenes, "é complicado o Google assumir a posição de censor", já que há comunidades que criticam o Estado de Israel, mas não necessariamente podem ser enquadradas como intolerantes ou racistas.

Estatísticas

De acordo com dados da ONG SaferNet Brasil divulgados ontem (7), denúncias contra páginas com conteúdo neonazista cresceram 47% de abril de 2007 a abril de 2008. Foram 462 comunicados à ONG, sendo 98% deles sobre o Orkut.

Também cresceram as denúncias contra intolerância religiosa (58%) e xenofobia (48%).

Fonte: Folha Online(Brasil, 08/05/2008)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u399596.shtml

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