Até cerca de 1941 eu estava envolvido com o programa de eutanásia em Oberdienstleiter no departamento de Viktor Brack na Chancelaria do Führer. Eu estive trabalhando como um especialista em processos de gaseamento para extermínio de gente mentalmente doente nos asilos e sanatórios. Desde que esta ação foi suspensa por um curto tempo - não sei porque - antes que eu fosse transferido para a RSHA em Berlim como resultado de uma conversa privada entre o Reichsführer SS Himmler e o Oberdienstleiter Brack.*
Himmler queria empregar pessoas que fossem habilitadas, como resultado da suspensão do programa de eutanásia e que, como eu, fossem especialistas em extermínio por gaseamento para operações de gaseamento em larga escala no Leste da Europa, onde isto estava tendo início. A razão para esta decisão é que os homens encarregados dos Einsatzgruppen no Leste europeu estavam reclamando cada vez mais que os pelotões de fuzilamento não poderiam lidar com o estresse psicológico e moral do assassínio em massa indefinidamente. Eu sei que um número de membros desses esquadrões foram enviados a asilos de doentes mentais e por esta razão um novo e melhor método de extermínio teria que ser encontrado. Então em dezembro de 1941 eu comecei a trabalhar na RSHA, Amt H, no departamento de Rauff… o vice de Rauff na época era então Hauptmann Pradel, que mais tarde se tornou major. Embora Pradel também tivesse uma qualificação equivalente na SS que ele mesmo chamava de major. Eu não tive inicialmente qualquer contato pessoal com Rauff.
Quando em Dezembro de 1941 fui transferido para o departamento de Rauff, ele me explicou a situação dizendo que o estresse psicológico e moral sobre os pelotões de fuzilamento não era mais suportável e que, portanto, o programa de gaseamento tinha que ser iniciado. Ele disse que as vans de gás com motoristas já estavam a caminho ou de fato já tinham alcançado dos Einsatzgruppen. Minha breve profissional era inspecionar o trabalho dos indivíduos do Einsatzgruppen no Leste europeu em conexão com as vans de gás. Isso queria dizer que eu tinha de garantir que os assassinatos em massa realizados nos caminhões procediam corretamente. Eu tinha de prestar atenção especial ao funcionamento mecânico dessas vans. Eu gostaria de mencionar que havia dois tipos de furgões de gás em operação: a Blitz Opel, pesando 3-5 toneladas, e a grande Saurerwagen, que, tanto quanto sei pesava 7 toneladas. No meio de dezembro de 1941, por instruções de Rauff, eu parti para o Leste europeu para pegar o Einsatzgruppe A (Riga) .. para inspecionar seus Einsatzwagen [veículos especiais] ou vans de gás.
Em 14 de dezembro de 1941, no entando, sofri um acidente de carro em Deutsch-Eylau. Como consequência deste acidente, fui enviado para Hospital Católico em Deutsch-Eylau e em virtude minha recuperação recebi alta hospitalar em 23 ou 24 de dezembro de 1941. Tenho certeza disso porque passei o Natal com minha família em Berlim.
Em 4 ou 5 de janeiro de 1942, recebi uma mensagem de Rauff me pedindo para me dirigir a ele. Ao me dirigir a ele fui instruído a partir imediatamente. Desta vez eu viajava diretamente para o Einsatzgruppe D no sul (Otto Ohlendorf) em Simferopol. Inicialmente era para eu ter viajado de avião, mas isso não deu certo por causa das condições climáticas de frio. Eu, portanto, parti de trem em 5 ou 6 de janeiro viajando através de Cracóvia e Fastov para Nikolayev. De lá eu voei no avisão do Reichsführer para Simferopol na Criméia. A viagem durou cerca de três semanas e eu relatei ao chefe do Einsatzgruppe D, Otto Ohlendorf, em algum dia de janeiro. Fiquei com este grupo até o início de abril de 1942 e, em seguida, visitei cada Einsatzgruppe até chegar ao Grupo A, em Riga.
Em Riga eu aprendi com o Standartenführer Potzelt, vice-comandante da Polícia de Segurança e SD em Riga, que a operação Einsatzkommando em Minsk precisava de algumas vans de gás adicionais já que não consegui operar as três vans existentes que tinha. Ao mesmo tempo, eu também aprendi com Potzelt que havia um campo de extermínio judeu em Minsk. Eu voei para Minsk de helicóptero, correção, num Storch Fieseler pertencente ao Einsatzgruppe. Viajando comigo estava o Hauptsturmführer Rühl, o chefe do campo de extermínio em Minsk, com quem eu tinha discutido negócios em Riga. Durante a viagem, Rühl me propôs que eu fornecesse vans adicionais, uma vez que não poderia prosseguir com os extermínios. Como eu não era responsável pela ordenação de vans de gás, sugeri a Rühl que se dirigisse ao escritório de Rauff.
Quando vi o que estava acontecendo em Minsk - que as pessoas de ambos os sexos estavam sendo exterminados em massa - eu não agüentava mais ver isso e três dias depois, talvez em setembro de 1942, viajei de volta por caminhão via Varsóvia à Berlim.
Eu tinha a intenção de informar a Rauff em seu escritório em Berlim. No entanto, ele não estava lá. Em vez disso, fui recebido por seu vice, Pradel, que tinha sido neste período promovido a Major. ... Em uma conversa privada com duração de cerca de uma hora na qual eu descrevi para Pradel o método de trabalho das vans de gás e críticas sobre o fato de que os criminosos não tinham sido gaseados, mas haviam sido sufocados porque os operadores tinham ajustado o motor de forma incorreta. Eu disse a ele que as pessoas tinham vomitado e defecavam. Pradel me escutou sem dizer uma palavra. No final da entrevista ele simplesmente me disse para escrever um relatório detalhado sobre o assunto. Por fim, ele me disse para ir ao escritório do caixa para liquidar as despesas que haviam incorridas durante minha viagem.
Fonte: Ernst Klee, Willi Dressen e Volker Riess (editores), The Good Old Days, tradução (para o inglês) de Deborah Burnstone, 1991 Konecky & Konecky, Old Saybrook, CT, pág. 68-71, da afirmação de Becker em 26.3.60 (9 AR Z 220/59, vol. I, pág. 194 ff.)
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.yuku.com/topic/1646/Statement-by-August-Becker-Ph-D-Gas-Van-Inspector
Material de: Roberto Muehlenkamp
Tradução: Roberto Lucena
*Observação: no texto em inglês os primeiros três parágrafos deste texto são um só parágrafo. Dividi o parágrafo em três no intuito de tornar a leitura mais fácil.
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sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Depoimento de August Becker, Ph.D, inspetor das vans de gaseamento
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domingo, 6 de novembro de 2011
Testemunho do SS Pery Broad sobre gaseamentos em Auschwitz e o uso de Zyklon-B
Testemunho do SS-Unterscharfuehrer Pery Broad*, descrevendo o gaseamento no Krema I em Auschwitz
Fonte: Nizkor/Jewish Virtual Library
http://www.nizkor.org/ftp.cgi/ftp.py?people/b/broad.pery/broad-testimony
http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/Holocaust/auschwitz_faq_04.html
Tradução: Roberto Lucena
*Uma infeliz e curiosa observação, o Pery Broad nasceu no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, e foi para Alemanha com 5 anos de idade.
Para saber mais sobre o Relatório Broad, ler o texto Qual o grau de confiabilidade e autenticidade do Relatório Broad? do Hans no Holocaust Controversies.
... Os "desinfectadores" estavam de serviço. Um deles era o SS-Unterscharfuehrer[Citação do livro "KL Auschwitz as Seen by the SS" (KL Auschwitz visto pelos SS), p. 176]
Teuer, condecorado com a Cruz de Mérito de Guerra. Com uma talhadeira e um martelo eles abriram olhando algumas latas que inofensivamente que traziam a inscrição "Zyklon, para ser usado contra piolhos. Atenção, veneno! abrir apenas com pessoal habilitado!". As latas estavam cheias até a borda com grânulos azuis do tamanho de ervilhas. Imediatemente depois de abertas as latas seus conteúdos eram jogados dentro de buracos que eram então rapidamente cobertos. Enquanto isso, Grabner deu um sinal ao motorista ligar o motor de uma caminhoneta de carga, que havia parado próxima ao crematório. O motorista deu partida no motor e seu barulho ensurdecedor era mais alto que os choros de morte de centenas de pessoas lá dentro, sendo gaseadas até a morte.
Fonte: Nizkor/Jewish Virtual Library
http://www.nizkor.org/ftp.cgi/ftp.py?people/b/broad.pery/broad-testimony
http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/Holocaust/auschwitz_faq_04.html
Tradução: Roberto Lucena
*Uma infeliz e curiosa observação, o Pery Broad nasceu no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, e foi para Alemanha com 5 anos de idade.
Para saber mais sobre o Relatório Broad, ler o texto Qual o grau de confiabilidade e autenticidade do Relatório Broad? do Hans no Holocaust Controversies.
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
Testemunho do Prof. Wilhelm Pfannenstiel (Waffen-SS) - Gaseamento em Belzec
"Professor Wilhelm Pfannenstiel, higienista da Waffen-SS, sobre um gaseamento em Belzec.
Citado em "The Good Old Days" - Ernest Klee, Willy Dressen, V. Riess, The Free Press, NY, 1988., p. 238-244:
Quando me perguntam sobre as execuções de judeus, eu devo confirmar que em 19 de agosto de 1942 eu testemunhei uma execução de judeus no campo de extermínio de Belzec. Eu gostaria de descrever como aconteceu de eu estar lá. Durante minhas conversações com o SS-Brigadeführer Globocnik, ele me contou sobre as grandes fiações que ele havia instalado em Belzec.
Ele também mencionou que o trabalho nesse campo ultrapassaria consideravelmente a produção alemã. Quando eu lhe perguntei de onde vinham os materiais de fiação, ele me disse orgulhosamente que eles tinham vindo dos judeus. Nesse momento, ele também mencionou as ações de extermínio contra os judeus, que em sua maior parte foram mortos no campo de Belzec...
Durante esta visita, eu fui levado para dar uma volta por um certo Polizeihauptmann chamado Wirth, que também mostrou e me explicou as instalações de extermínio no campo. Ele me contou que na manhã seguinte um novo carregamento de cerca de 500 judeus estaria chegando no campo, que seria direcionado para essas câmaras de
extermínio. Ele me perguntou se eu gostaria de assistir a uma dessas ações de extermínio, ao que, depois de uma grande dose de reflexão, eu consenti. Eu planejei enviar um relatório ao Reichsarzt-SS sobre as ações de extermínio. A fim de escrever um relatório eu tinha, entretanto, que observar primeiro uma ação com meus próprios olhos. Eu continuei no campo, passei a noite lá e fui testemunha dos seguintes eventos na manhã seguinte.
Um trem de mercadorias viajou diretamente para dentro do campo de Belzec, os vagões foram abertos e os judeus os quais eu acreditava serem da região da Romênia ou Hungria foram desembarcados. Os vagões estavam bem lotados. Havia homens, mulheres e crianças de todas as idades. Eles receberam ordens de formar fila e então tiveram que se dirigir a uma área de reunião e tirar os sapatos...
Depois de os judeus terem removido seus sapatos, eles foram separados por sexo. As mulheres iam junto com as crianças para dentro de uma cabana. Lá, seus cabelos eram tosados e eles tinham que se despir... Os homens iam para outra cabana, onde eles recebiam o mesmo tratamento. Eu vi o que aconteceu na cabana das mulheres com meus próprios olhos. Depois de elas terem se despido, o processo todo acontecia muito rapidamente. Elas corriam nuas da cabana através de uma sebe para o centro de extermínio real. O centro de extermínio inteiro parecia como uma instituição normal de despiolhamento. Em frente ao prédio, havia vasos de gerânios e uma placa dizendo "Fundação Hackenholt", acima da qual havia uma estrela de David. O prédio era brilhante e agradavelmente pintado, de modo a sugerir que as pessoas não seriam mortas ali...
Dentro dos prédios, os judeus tinham que entrar em câmaras para dentro das quais era conduzido o escapamento de um motor de [100(?)] HP, localizado no mesmo prédio. Dentro dele havia seis das tais câmaras de extermínio. Elas não tinham janelas, tinham luzes elétricas e duas portas. Uma porta levava para fora para que os corpos pudessem ser removidos. As pessoas eram conduzidas de um corredor para dentro das câmaras através de uma porta vedada comum com parafusos. Havia um "olho mágico" de vidro, segundo me recordo, próximo à porta, na parede. Através dessa janela, podia-se assistir o que estava acontecendo dentro da sala, mas somente quando a sala não estava tão cheia de pessoas. Depois de um curto período, o vidro ficava embaçado. Quando as pessoas tinham sido trancadas na sala, o motor era ligado e então eu suponho que eram abertas as válvulas ou aberturas para as câmaras. Se eram válvulas ou aberturas, eu não gostaria de dizer. É possível que o cano levasse diretamente para as câmaras. Uma vez que o motor era ligado, a luz nas câmaras era desligado. Isso era seguido por uma inquietação dentro da câmara facilmente perceptível. A meu ver, era só então que as pessoas sentiam que alguma coisa iria lhes acontecer. Parecia-me que por detrás das grossas paredes e da porta elas estavam rezando e gritando por socorro."
Fonte: A Teacher's Guide to the Holocaust (do Florida Center for Instructional Technology)
http://fcit.coedu.usf.edu/holocaust/resource/document/DocBelz.htm
Traduzido em: Holocausto-doc lista (Yahoo!)
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/6322
Tradução: Marcelo Oliveira
Citado em "The Good Old Days" - Ernest Klee, Willy Dressen, V. Riess, The Free Press, NY, 1988., p. 238-244:
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Ele também mencionou que o trabalho nesse campo ultrapassaria consideravelmente a produção alemã. Quando eu lhe perguntei de onde vinham os materiais de fiação, ele me disse orgulhosamente que eles tinham vindo dos judeus. Nesse momento, ele também mencionou as ações de extermínio contra os judeus, que em sua maior parte foram mortos no campo de Belzec...
Durante esta visita, eu fui levado para dar uma volta por um certo Polizeihauptmann chamado Wirth, que também mostrou e me explicou as instalações de extermínio no campo. Ele me contou que na manhã seguinte um novo carregamento de cerca de 500 judeus estaria chegando no campo, que seria direcionado para essas câmaras de
extermínio. Ele me perguntou se eu gostaria de assistir a uma dessas ações de extermínio, ao que, depois de uma grande dose de reflexão, eu consenti. Eu planejei enviar um relatório ao Reichsarzt-SS sobre as ações de extermínio. A fim de escrever um relatório eu tinha, entretanto, que observar primeiro uma ação com meus próprios olhos. Eu continuei no campo, passei a noite lá e fui testemunha dos seguintes eventos na manhã seguinte.
Um trem de mercadorias viajou diretamente para dentro do campo de Belzec, os vagões foram abertos e os judeus os quais eu acreditava serem da região da Romênia ou Hungria foram desembarcados. Os vagões estavam bem lotados. Havia homens, mulheres e crianças de todas as idades. Eles receberam ordens de formar fila e então tiveram que se dirigir a uma área de reunião e tirar os sapatos...
Depois de os judeus terem removido seus sapatos, eles foram separados por sexo. As mulheres iam junto com as crianças para dentro de uma cabana. Lá, seus cabelos eram tosados e eles tinham que se despir... Os homens iam para outra cabana, onde eles recebiam o mesmo tratamento. Eu vi o que aconteceu na cabana das mulheres com meus próprios olhos. Depois de elas terem se despido, o processo todo acontecia muito rapidamente. Elas corriam nuas da cabana através de uma sebe para o centro de extermínio real. O centro de extermínio inteiro parecia como uma instituição normal de despiolhamento. Em frente ao prédio, havia vasos de gerânios e uma placa dizendo "Fundação Hackenholt", acima da qual havia uma estrela de David. O prédio era brilhante e agradavelmente pintado, de modo a sugerir que as pessoas não seriam mortas ali...
Dentro dos prédios, os judeus tinham que entrar em câmaras para dentro das quais era conduzido o escapamento de um motor de [100(?)] HP, localizado no mesmo prédio. Dentro dele havia seis das tais câmaras de extermínio. Elas não tinham janelas, tinham luzes elétricas e duas portas. Uma porta levava para fora para que os corpos pudessem ser removidos. As pessoas eram conduzidas de um corredor para dentro das câmaras através de uma porta vedada comum com parafusos. Havia um "olho mágico" de vidro, segundo me recordo, próximo à porta, na parede. Através dessa janela, podia-se assistir o que estava acontecendo dentro da sala, mas somente quando a sala não estava tão cheia de pessoas. Depois de um curto período, o vidro ficava embaçado. Quando as pessoas tinham sido trancadas na sala, o motor era ligado e então eu suponho que eram abertas as válvulas ou aberturas para as câmaras. Se eram válvulas ou aberturas, eu não gostaria de dizer. É possível que o cano levasse diretamente para as câmaras. Uma vez que o motor era ligado, a luz nas câmaras era desligado. Isso era seguido por uma inquietação dentro da câmara facilmente perceptível. A meu ver, era só então que as pessoas sentiam que alguma coisa iria lhes acontecer. Parecia-me que por detrás das grossas paredes e da porta elas estavam rezando e gritando por socorro."
Fonte: A Teacher's Guide to the Holocaust (do Florida Center for Instructional Technology)
http://fcit.coedu.usf.edu/holocaust/resource/document/DocBelz.htm
Traduzido em: Holocausto-doc lista (Yahoo!)
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/6322
Tradução: Marcelo Oliveira
terça-feira, 7 de agosto de 2007
Hans Münch, médico de Auschwitz
Declaração de Hans Münch em Auschwitz, 1995.
"Eu, Dr. Hans Münch, certifico que, como médico da SS de serviço em Auschwitz em 1944, testemunhei o processo de seleção das pessoas que iriam continuar a viver e os que iriam morrer. Outros médicos da SS de plantão nos campos fizeram seleções na plataforma onde os transportes chegavam. Eles também fizeram seleções nos quartéis. Eu era isento de fazer seleções porque eu tinha recusado a fazê-las.
Eu ainda atesto que vi milhares de pessoas serem gaseadas aqui em Auschwitz. As crianças, os idosos, os doentes e aqueles incapazes de trabalhar foram enviados às câmaras de gás. Eram seres humanos inocentes: judeus, ciganos, homossexuais, opositores políticos de Hitler - qualquer um que não concordasse com a idéia de Hitler de uma raça ariana pura.
Estou assinando este papel por minha própria vontade para ajudar a documentar a intolerância cruel dos meus colegas da SS.
Eu, um ex-médico da SS, testemunhei a queda de Zyklon-B nas saídas de ar de fora das câmaras de gás. O Zyklon-B começou a funcionar assim que ele foi lançado a partir de latas. Os efeitos do gás foram observados através de um olho-mágico por um médico designado ou oficial da SS de plantão. Depois de três a cinco minutos, a morte podia ser confirmada, e as portas eram abertas como um sinal de que os cadáveres estavam prontos para serem cremados.
Este é um pesadelo que continuo a viver cinquenta anos depois.
Eu sinto muito que de alguma maneira eu tenha sido parte disso. Sob as circunstâncias prevalecentes eu fiz o melhor que podia para salvar o máximo de vidas possível. Juntar-me à SS foi um erro. Eu era jovem. Era um oportunista. E uma vez que entrei, não havia maneira de sair."
(assinado)
Dr. Hans Münch
27 de janeiro, 1995, Auschwitz
(6 testemunhas)
Link com a cópia (digitalização) do documento: http://www.nizkor.org/ftp.cgi/people/m/muench.hans/ftp.cgi?people/m/muench.hans//images/auschwitz-declaration-950127.jpg
Fonte: Nizkor (declaração em Auschwitz)
http://www.nizkor.org/ftp.cgi/people/m/muench.hans/ftp.cgi?people/m/muench.hans//auschwitz-declaration.950127
http://www.nizkor.org/hweb/people/m/muench-hans/auschwitz-declaration.html
Tradução: Roberto Lucena
Atualização: mudança de texto e tradução, 06 de março, 2014.
Ver mais:
Is Dr Munch a confused old man or a defiant Nazi? (The Independent, Reino Unido)
"Eu, Dr. Hans Münch, certifico que, como médico da SS de serviço em Auschwitz em 1944, testemunhei o processo de seleção das pessoas que iriam continuar a viver e os que iriam morrer. Outros médicos da SS de plantão nos campos fizeram seleções na plataforma onde os transportes chegavam. Eles também fizeram seleções nos quartéis. Eu era isento de fazer seleções porque eu tinha recusado a fazê-las.
Eu ainda atesto que vi milhares de pessoas serem gaseadas aqui em Auschwitz. As crianças, os idosos, os doentes e aqueles incapazes de trabalhar foram enviados às câmaras de gás. Eram seres humanos inocentes: judeus, ciganos, homossexuais, opositores políticos de Hitler - qualquer um que não concordasse com a idéia de Hitler de uma raça ariana pura.
Estou assinando este papel por minha própria vontade para ajudar a documentar a intolerância cruel dos meus colegas da SS.
Eu, um ex-médico da SS, testemunhei a queda de Zyklon-B nas saídas de ar de fora das câmaras de gás. O Zyklon-B começou a funcionar assim que ele foi lançado a partir de latas. Os efeitos do gás foram observados através de um olho-mágico por um médico designado ou oficial da SS de plantão. Depois de três a cinco minutos, a morte podia ser confirmada, e as portas eram abertas como um sinal de que os cadáveres estavam prontos para serem cremados.
Este é um pesadelo que continuo a viver cinquenta anos depois.
Eu sinto muito que de alguma maneira eu tenha sido parte disso. Sob as circunstâncias prevalecentes eu fiz o melhor que podia para salvar o máximo de vidas possível. Juntar-me à SS foi um erro. Eu era jovem. Era um oportunista. E uma vez que entrei, não havia maneira de sair."
(assinado)
Dr. Hans Münch
27 de janeiro, 1995, Auschwitz
(6 testemunhas)
Link com a cópia (digitalização) do documento: http://www.nizkor.org/ftp.cgi/people/m/muench.hans/ftp.cgi?people/m/muench.hans//images/auschwitz-declaration-950127.jpg
Fonte: Nizkor (declaração em Auschwitz)
http://www.nizkor.org/ftp.cgi/people/m/muench.hans/ftp.cgi?people/m/muench.hans//auschwitz-declaration.950127
http://www.nizkor.org/hweb/people/m/muench-hans/auschwitz-declaration.html
Tradução: Roberto Lucena
Atualização: mudança de texto e tradução, 06 de março, 2014.
Ver mais:
Is Dr Munch a confused old man or a defiant Nazi? (The Independent, Reino Unido)
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