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quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Exército dos EUA investiga caso de anti-semitismo

Savannah - Oficiais do Exército norte-americano em Fort Benning, no Estado da Geórgia, estão investigando as denúncias de um soldado judeu que afirma ter sido espancado após ter reclamado de discriminação religiosa. O soldado Michael Handman, de Atlanta, acusou outro soldado de lhe ter dado murros na cabeça e espancado até a inconsciência, sem nenhuma provocação, em 24 de setembro. Handman está no hospital, em tratamento.

Handman escreveu aos seus pais antes do ataque e disse que sofria discriminação. Ele disse que um sargento usou palavras anti-semitas e outro ordenou que ele retirasse o solidéu na sala de refeições. A porta-voz de Fort Benning, Monica Manganaro, diz que um soldado foi detido sob suspeita de ter atacado Handman, mas não foi acusado do incidente. Ela disse que os investigadores não acreditam que o ataque tenha sido motivado por preconceito religioso.
(AE-AP)

Fonte: Agência Estado
http://www.ae.com.br/institucional/ultimas/2008/out/03/3400.htm

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 54

54. Colaboraram os nazis e os sionistas?

O IHR diz:

Antes da guerra, a Alemanha firmou um acordo com os sionistas que permitia os judeus transferir grandes capitais à Palestina. Durante a guerra, os alemães mantiveram relações cordiais com os líderes sionistas.

Nizkor responde:

"Relações cordiais?". Por favor! Com uns líderes que haviam declarado publicamente, uma vez por outra, que os judeus eram gusanos que se havia que exterminar? Ver os discursos de Hitler citados na pergunta 1.

Esta pergunta parece ser outra contradição interna. Nas respostas as perguntas 11 e 12, dizem que a "Judéia" e "os judeus" declararam guerra à Alemanha seis anos antes de começar a Segunda Guerra Mundial. O IHR deveria esclarer: ou os alemães foram vilipendiados pelos odiosos judeus, ou os alemães são tão boa gente que inclusive chegaram a manter "relações cordiais" com os odiosos judeus. Não podem se dar as duas coisas de uma vez.

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

sábado, 15 de dezembro de 2007

Testemunho de um brasileiro que sobreviveu ao Holocausto

Yaari relata como escapou da morte nos campos de concentração

O paulista Arie Yaari, 82 anos, é um dos poucos sobreviventes das barbáries nazistas a viver no Brasil. Sua autobiografia, publicada há pouco em português, será lançada também na Alemanha.

Com o título O Leão da Montanha: dos Campos da Morte aos Campos do Jordão, o brasileiro naturalizado Arie Yaari, 82 anos, lançou seu livro de memórias pela Editora e Livraria Sêfer de São Paulo. Na obra, ele relata suas experiências de prisioneiro em campos de trabalhos forçados durante a Segunda Guerra até sua aventurosa, mas bem-sucedida, emigração para o Brasil no pós-guerra.

Yaari visitou recentemente a Alemanha, mais de 50 anos após sua emigração para o Brasil, para falar sobre sua obra, que ganhará tradução para o alemão, o inglês e o polonês. Ele explica que começou a escrever sua história após os 70 anos e diz não ter sido fácil relembrar fatos quase apagados da memória. Na tarefa, teve a ajuda da esposa, Olívia Yaari, a quem dedica o livro.

O relato foi escrito ao longo de mais de dez anos e concluído em Campos do Jordão (SP), onde Yaari reside desde 1978. Ele conta que, embora sempre tenha falado de sua experiência aos filhos, escrever sua história foi um processo doloroso. "As lembranças viram pesadelos à noite“, afirma. "Eu pretendia deixar o relato de minha história apenas para meus filhos e netos. Mas compreendi a importância do meu testemunho como um legado às gerações futuras. Eu perdi minha família nos campos de concentração e o fato de ter sobrevivido me faz porta-voz de todos os que morreram sem poder contar o que viveram."

"Sobrevivi por milagre"
Prisioneiros considerados incapazes eram levados para Auschwitz.


O autor dividiu sua história em cinco partes. O segundo capítulo, de 1939 a 1945, compreende a ocupação nazista e o horror dos campos de concentração. “Em 1940, fui recrutado na minha aldeia para trabalhar na produção de guerra na Alemanha. Eu tinha 18 anos e deveria ser por três meses. Mas fui prisioneiro dos alemães por cinco anos, durante os quais passei por 11 campos, entre eles Brande, Blechhammer, Gross Sarne, Bunzlau, Wisau, Gross-Rosen. Alguns nomes eu já esqueci. Lá éramos forçados a trabalhar pesado até 14 horas por dia, no inverno rigoro, mal alimentados e mal vestidos. Os prisioneiros declarados incapazes para o trabalho eram enviados a Auschwitz-Birkenau.”

Yaari fala em milagre ao tentar explicar como sobreviveu. "Não sou religioso, mas creio na existência de Deus. Acho que consegui sobreviver porque Deus quis. Várias vezes senti Sua presença. Em Wisau, uma pedra de 100 quilos caiu no meu pé. Sobrevivi a um bombardeio em pleno pátio no campo de concentração de Bunzlau. Um amigo que correu para baixo da mesa da cozinha morreu. Na retirada final dos prisioneiros do campo, quando a guerra já estava perdida para os alemães, consegui escapar por milagre da 'marcha da morte' escondido no sótão de uma casa abandonada." Ele conta ter sido libertado pelo regimento russo a caminho de Berlim e diz que, até hoje, não sabe por que guardas alemães não o mataram.

De Leon Greenwald a Arie Yaari

Nascido em 1922 em Katowice, Silésia, hoje território polonês, seu Arie, como é conhecido, fala bem polonês, alemão, iídiche, hebraico e português. O texto original de suas memórias foi escrito em português, língua na qual ele diz ter mais facilidade de se expressar hoje.

O título está relacionado às várias mudanças no seu nome. Ele nasceu como Leon Greenwald, foi registrado como Leon Bookspan (seu pai adotava circunstancialmente esse sobrenome) e, aos 22 anos, assumiu a identidade falsa de Abraham Shtiglitz para poder emigrar para a Palestina em 1945, logo depois da guerra. Serviu no exército de Israel de 1948 a 1950 com essa identidade e, quando deu baixa, mudou seu nome para Arie Yaari, que em hebraico significa Leon Greenwald. Com esse nome se tornou brasileiro e paulista de coração.

Brasil não era o destino da família
Capa do livro 'O Leão da Montanha: dos Campos da Morte aos Campos do Jordão'

Em 1953, na esperança de emigrar para os Estados Unidos, Yaari deixou Israel com um visto para o Brasil. Aos 32 anos, aportou em Santos, São Paulo, com a mulher, dois filhos (Joseph, nascido na Alemanha, e Shoshana, em Israel. Uma terceira filha, Paulina, nasceria no Brasil) e 300 dólares em três notas de cem no bolso.

Segundo ele, a intenção era conseguir ajuda da comunidade judaica de São Paulo para uma viagem aos Estados Unidos. "Chegamos ao porto de Santos e tomamos o trem para São Paulo. Aí aconteceu algo que me emocionou muito e me fez ficar no Brasil. Um trabalhador estava sentado no chão do trem, comendo de sua marmita. Ao me olhar, ele me perguntou se eu estava servido. Nunca havia vivido isso antes, em lugar algum. Logo nas minhas primeiras horas no país vivi a hospitalidade e a bondade do povo brasileiro. E assim o Brasil, que deveria ter sido um país de trânsito, se tornou a minha pátria", conta Yaari.

Medo de reviver fatos do passado

Ele afirma que, durante muitos anos, temeu reviver os fatos do passado. "Desconfiava de que pudesse acontecer outra desgraça. Angustiava-me a assimilação cultural dos meus filhos e netos no Brasil. Quem conhece a história, sabe que, antes de Hitler, os judeus alemães eram os mais assimilados do mundo." Hoje, com mais de 80 anos, ele se considera um afortunado. "Criei três filhos e tenho netos e bisnetos. E meus laços com a Alemanha agora se renovam sob bons sentimentos na união de um neto com uma alemã não-judia. Sempre fui otimista e penso que com o tempo tudo acaba bem."

Jehovanira Chrysóstomo

Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 13.06.2005)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,9137,1609810,00.html

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