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sábado, 30 de junho de 2012

A dupla Prussian Blue - desgosto e baixa no credo "revisionista"

Apesar do título sensacionalista a matéria é curiosa. Mais uma 'baixa' no "mundo" "revisionista" neonazi.

Maconha transforma ex-nazistas em hippies
Charles Nisz | Vi na Interne

Aos 20 anos, as gêmeas Lamb e Lynx Gaede mudaram a sua vida de maneira drástica. Elas ficaram conhecidas por lançar um disco com o nome de Prussian Blue, o gás que matou milhares de judeus nos campos de concentração. Mas a defesa do neonazismo ficou na adolescência.

Em entrevista ao jornal inglês Daily Mail, Lynx explica o motivo da mudança. Ela foi diagnosticada com câncer e fumava maconha para aliviar os efeitos da quimioterapia. Já Lamb sofria de dores causadas por estresse e também começou a usar a maconha para fins medicinais.

Por causa disso, elas ficaram mais liberais e deixaram de acreditar no nazismo. Antes dessa mudança, elas negavam até mesmo o Holocausto. Segundo elas, o passado nazista foi motivado pela mãe, que era filiada a um partido extremista.

Fonte: 24horasnews
http://www.24horasnews.com.br/index.php?mat=417602

A matéria em português saiu no Yahoo!, o título sensacionalista e a matéria original saiu no jornal tablóide britânico Daily Mail.

À parte a 'bizarrice' da matéria, há um fato relevante relatado na mesma e que já fora citado outras vezes que é a influência negativa dos pais (no caso acima foi a mãe) empurrando esse pessoal pra esse extremismo de direita, como atestam as garotas agora afastadas desse cenário neonazi/fascista. Esse fator tem peso crucial na coisa, embora não seja o único, pois muita gente vinha indagar ou perguntar como "surgem" esses nazis tupiniquins, ignorando (conscientemente ou não) que vários deles vêm de famílias que apoiavam a ditadura civil-militar brasileira (1964-1985), e que apoiam o autoritarismo e rejeitam a democracia. O negacionismo do Holocausto é só parte da agenda desse tipo de extrema-direita envolvida com crenças racistas.

domingo, 8 de agosto de 2010

Zyklon-B e o Holocausto

Duas firmas alemãs, Tesch/Stabenow e Degesch, produziram o gás Zyklon B depois de elas terem adquirido a patente da Farben. Tesch fornecia duas toneladas por mês, e
Degesch três quartos de uma tonelada. As firmas que produziam o gás já tinham experiência extensiva em fumigação.
"Em suma, esta indústria usava gases muito potentes para exterminar roedores e insetos em espaços fechados; que ela agor devesse ter se envolvido em uma operação
para matar os judeus às centenas de milhares não é um mero acidente." (Hilberg, Commandant, 567)
Depois da guerra, os diretores das firmas insistiram que eles vendiam seus produtos para propósitos de fumigação e não sabiam que eles eram usados em humanos. Mas os promotores encontraram cartas da Tesch não apenas oferecendo suprimento de cristais de gás, mas também aconselhando como usar a ventilação e equipamento de aquecimento. Hoess testemunhou que os diretores da Tesch não podiam ajudar mas sabiam do uso de seu produto porque eles lhe vendiam o suficiente para aniquilar dois milhões de pessoas. Dois sócios da Tesch foram sentenciados à morte em 1946 e enforcados. O diretor da Degesch recebeu cinco anos de prisão." (Feig) (Veja também Breitman, 203-204, para uma discussão do envolvimento precoce de Heerdt-Lingler).

Da declaração de Hans Stark, que registrava novos desembarques, em Auschwitz (Klee, 255):
Em um outro gaseamento posterior - também no outono de 1941 - Grabner ordenou que eu despejasse Zyklon-B dentro da abertura porque somente um médico havia aparecido. Durante um gaseamento, Zyklon-B tinha que ser despejado através de ambas as aberturas da sala da câmara de gás ao mesmo tempo. Este gaseamento era também um transporte de 200-250 judeus, mais uma vez homens, mulheres e crianças. Uma vez que o Zyklon-B - como já mencionado - estava em forma granular, ele caía sobre as pessoas enquanto era despejado.

Elas então começavam a chorar terrivelmente porque agora sabiam o que estava acontecendo com elas. Eu não olhava através da abertura porque ela tinha que ser fechada assim que o Zyklon-B havia sido despejado. Depois de alguns minutos havia silêncio. Depois de passado algum tempo, pode ter sido dez a quinze minutos, a câmara de gás era aberta. Os mortos jaziam desordenados por todo o lugar. Era uma visão horrível.

* Maximillian Grabner, Chefe do Departamento Político, Auschwitz
Zyklon-B é um inseticida poderoso que serve como transporte para o gás ácido hidrociânico, ou HCN. Normalmente vem na forma de pequenas esferas ou discos. (Veja Breitman, 203, para mais detalhes sobre o uso precoce de gás em Auschwitz) HCN é a causa de morte após a aplicação de Zyklon-B. Ao interagir com ferro e concreto, cria compostos hidrociânicos, os quais Leuchter admitiu terem sido descobertos nas ruínas das câmaras de gás no Crematório II. Seus achados foram confirmados por achados do governo polonês.

HCN é extremamente venenoso para humanos. É usado em câmaras de execução por gás nos Estados Unidos; a primeira foi construída no Arizona em 1920.
- O negacionismo do Holocausto freqüentemente alega que a Alemanha nos anos 40 não podia lidar com as "dificuldades técnicas" inerentes ao uso de HCN para execução.
Como notado acima, essas "dificuldades" foram facilmente resolvidas em 1920. Além disso, os alemães tinham muita experiência com HCN, já que era usado extensivamente para despiolhamento.

Havia dois tipos de câmaras de gás em Auschwitz: aquelas usadas para despiolhar roupas ("câmaras de gás para despiolhamento") e aquelas usadas para matar pessoas em larga escala ("câmaras de gás de extermínio"). As cãmaras de gás de despiolhamento eram uma característica padrão, e foram deixadas intactas pela SS (as câmaras de gás de extermínio foram dinamitadas num esforço para esconder vestígios criminosos).
- O negacionismo do Holocausto afirma que, por que mais compostos hidrociânicos foram achados nas câmaras de despiolhamento de Auschwitz que nas ruínas das câmaras de gás de extermínio, os assassinatos em massa usando gás não podiam ter ocorrido ali, porque o inverso seria verdadeiro.
O HCN é muito mais eficiente em animais de sangue quente, incluindo humanos, que em insetos. O tempo de exposição (ao HCN) é muito maior em operações de despiolhamento que em gaseamentos de humanos. Isso significa que uma concentração muito menor é necessária para matar pessoas que para acabar com piolhos, etc. Em despiolhamento, concentrações de até 16.000 ppm (partes por milhão) são às vezes usadas, e o tempo de exposição pode ser de até 72 horas; enquanto 300 ppm matarão pessoas em quinze minutos.

Portanto, o HCN nas câmaras de extermínio dificilmente tinha tempo de formar compostos nas paredes. Enquanto alguns alegam que o gás precisaria de muito tempo para matar, porque ter-se-ia espalhado por toda a câmara, isso simplesmente não é verdade; as câmaras de gás não eram tão grandes (aquelas nos Crematórios II e III tinham cerca de 210 metros quadrados), e o Zyklon-B era jogado em quatro aberturas (ainda visíveis nas ruínas das câmaras de gás). Uma vez que a concentração usada era maior que a letal, a morte era bem rápida.

Além disso, as câmaras de despiolhamento estão intactas, enquanto as câmaras de extermínio foram dinamitadas (uma foto .GIF da câmara do Krema II está disponível). Portanto, suas paredes têm estado expostas aos elementos pelos últimos 50 anos. As ruínas das câmaras de gás do Krema II são cobertas com cerca de 3 pés de água durante certos períodos do ano; os compostos de HCN facilmente dissolvem nesses ambientes. Não obstante, ocorreram tantos gaseamentos que alguns dos compostos ficaram.

Resumindo, as paredes das câmaras de gás estavam em contato com HCN por um período muito mais curto que aquelas das câmaras de gás, e pelos últimos 45 anos estavam expostas a um ambiente que dissolve os compostos, enquanto as salas de despiolhamento não. Portanto é óbvio que menos traços dos compostos restariam neles.

Este fato - que todos os compostos, ou a maioria, se extinguiriam durante 45 de exposição - é claramente afirmado no relatório escrito pelos peritos do Instituto de Pesquisa Forense de Cracóvia. (Veja também The Leuchter FAQ).
- Os negacionistas do Holocausto uma vez alegaram que a câmara de gás no Krema I foi deixada intacta, e que portanto suas paredes não foram expostas aos elementos.
Mas - como eles mesmos admitem - a câmara de gás do Krema I foi usada somente por um curto períoso, e então alterada para abrigo anti-aéreo. Isto, e o fato de que "somente" cerca de 10.000 pessoas foram mortas lá dentro (comparado com 350.000 e 400.000 nos Kremas II e III) explica por que resta relativamente pouca quantidade de compostos de cianeto. Quanto aos Kremas IV e V, eles foram completamente destruídos pela SS antes de os soviéticos liberarem o campo.

Finalmente, compostos de cianeto foram encontrados nas grelhas de ventilação das câmaras de extermínio, provando acima de qualquer dúvida que gaseamentos aconteceram dentro delas.
- A alegação de que teria sido impossível o uso de câmaras de gás para matar, porque elas estavam muito perto dos fornos, e que o gás iria explodir, é encontrada com freqüência na literatura do negacionismo do Holocausto, e é uma das asserções do Relatório Leuchter.
A concentração de HCN necessária para causar morte é cerca de 200 vezer mais baixa que a que causa explosão. Embora os SS usassem uma concentração maior que a letal, ela era bem menor que aquela que causava explosão.

Como referência, pode-se olhar o "The Merck Index" e o "Manual CRC de Química e Física", ou consultar qualquer manual que trata da toxicidade e inflamabilidade de produtos químicos. Para o HCN, uma concentração de 300 ppm (partes por milhão) mata (partes por milhão) mata seres humanos dentro de alguns minutos, enquanto a concentração mínima que pode resultar em uma explosão é 56.000 ppm.
- Uma outra alegação comum é que leva 20 horas para ventilar uma sala que foi desinfetada com Zyklon-B, e que portanto os depoimentos de testemunhas oculares dando um tempo de 20-30 minutos de quando o gaseamento iniciava até quando os corpos eram removidos é impossível, porque as pessoas que removiam os corpos iriam morrer.
Se um prédio de uso comercial comum é desinfetado, não se dever entrar nele dentro de 20 horas. Tal número, entretanto, não tem sentido com relação às câmaras de extermínio, porque elas são forçadamente ventiladas. Quinze minutos são suficientes para trocar o ar. Quando a ventilação não era usada, o Sonderkommando (prisioneiros usados em trabalho forçado) que tiravam os corpos usavam máscaras.

Os alemães tinham plena experiência com gás, principalmente HCN, que era usado largamente para despiolhamento. Eles sabiam como trabalhar como ele sem se machucar. É absurdo usar o total de 20 horas neste contexto, que não considera ventilação forçada e leva em consideração um fator de enorme segurança. A SS não se preocupava muito com a segurança dos Sonderkommando que tinham que entrar nas câmaras de gás para remover os cadáveres. Além disso, o que torna a ventilação difícil e demorada é a presença de tapetes, móveis, cortinas, etc. Desnecessário dizer, estes não estavam presentes nas câmaras de gás - havia apenas concreto nu, tornando a ventilação rápida e eficiente. Se o "período de ventilação de 20 horas" acima fosse verdadeiro, isto significaria que os corpos das pessoas usando cianeto nas câmaras de gás nos Estados Unidos ficariam amarradas à cadeira até 20 horas depois de elas terem sido mortas...
- Outra alegação comum é que as "alegadas" câmaras de extermínio são na verdade necrotérios, e que o Zyklon-B era usado nelas como desinfetante.
Esta alegação parte do fato de que compostos hidrociânicos foram encontrados nas grelhas de ventilação das câmaras de gás nos crematórios II e III (a análise química efetuada pelo Dr. Jan Robel do Instituto Forense de Cracóvia em 1945, e foi parte da evidência no julgamento do comandante de Auschwitz Hoess). Isto prova que ocorreu gaseamento naquela câmara. O Zyklon-B não consegue matar bactérias anaeróbicas - ele mata somente organismos aeróbicos. Isso significa que seria inútil para desinfetar cadáveres.

Finalizando, considere o testemunho do soldado SS Hoeblinger: (Langbein)
Foi detalhado ao serviço de transporte e eu dirigi o Sanka [abreviação de Sanitatskraftwagen/caminhão médico] que tinha que carregar os prisioneiros...

Então nós dirigimos até as câmaras de gás. Os médicos subiram uma escada, tinham máscaras para gás lá em cima, e esvaziaram as latas. Eu consegui observar os prisioneiros enquanto eles estavam se despindo. Sempre procedia calmamente e sem que eles suspeitassem de qualquer coisa. Acontecia muito rápido.
Perceba a menção do soldado Hoeblinger sobre máscaras de gás - alguns negadores do Holocausto insistem que os homens SS que despejavam o gás seriam mortos por ele, o que leva a se especular sobre sua capacidade de leitura. Finalmente, a evidência inegável de que a SS ordenou que a Degesch removesse o odor indicativo, obrigatório sob a lei alemã, que fora adicionado ao Zyklon-B a fim de avisar seres humanos que a substância letal estava presente. Eu acredito que isso demonstrava clara intenção criminosa - a SS dificilmente teria removido o odor indicativo se eles tivessem pretendido, como o negacionismo insiste, usar o gás somente em insetos e cadáveres...(Veja farben.001. para mais informação sobre esta ordem da SS. Borkin, 123)

Leitura recomendada:

- Barrington,J.H., ed. The Zyklon B Trial: Trial of Bruno Tesch and Two Others. London, 1948, and Borkin (see Work Cited).
- Harmon, Brian. Technical Aspects of the Holocaust: Cyanide, Zyklon-B, and Mass Murder. (Ver camps/auschwitz cyanide.001), 1994
- United Nations War Crimes Commission. Law Reports of Trials of War Criminals. Vol. 1, London, 1947. See pp. 93-104

Fonte: Nizkor
http://www.nizkor.org/faqs/auschwitz/auschwitz-faq-06.html
Tradução: Marcelo Oliveira
Fonte da tradução: Lista holocausto-doc
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/4564

Ver mais:
Zyklon-B - a toxidade do HCN(ácido cianídrico)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Relatório sobre Zyklon-B, Auschwitz-Birkenau - parte 2

Relatório começa aqui: parte 1

Continuação abaixo
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TABELA II. CONCENTRAÇÃO DE IONS DE CIANETO EM AMOSTRAS TIRADAS NOS PORÕES NOS QUAIS OS PRIMEIROS GASEAMENTOS DO CAMPO DE PRISIONEIROS FORAM FEITOS EM 3 DE NOVEMBRO DE 1941






Nota: o conteúdo de CN- numa amostra de terra diatomácea - um componente de Zyklon-B (material do museu, amostra No 24) - foi de 1360 ug/kg, 1320 ug/kg e 1400 ug/kg.

Relatório sobre Zyklon-B, Auschwitz-Birkenau - parte 1

Relatório polonês sobre compostos de cianeto, Auschwitz-Birkenau

Relatorio sobre compostos de cianeto, Auschwitz-Birkenau
De: The Nizkor Project
Resumo: O relatório de 1994 do Instituto de Pesquisa Forense de Cracóvia
Pesquisa sobre a análise química dos compostos de cianeto em Auschwitz-Birkenau

UM ESTUDO ATUAL DOS COMPOSTOS DE CIANETO NAS PAREDES DAS CÂMARAS DE GÁS NO EX-CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO AUSCHWITZ E BIRKENAU

JAN MARKIEWICZ, WOJCIECH GUBALA, JERZY LABEDZ
Instituto de Pesquisa Forense, Cracóvia

RESUMO: Numa campanha muito difundida para negar a existência de campos de extermínio com câmaras de gás os "revisionistas" recentemente começaram a usar os resultados de exames de fragmentos de ruínas dos ex-crematórios. Esses resultados (Leuchter, Rudolf) alegadamente provam que materiais sob examinação não tinha estado em contato com cianeto, diferentemente de fragmentos da parede dos locais de despiolhamento nos quais os revisionistas descobriram consideráveis porções de compostos de cianeto. Pesquisa sistemática, envolvendo os melhores métodos analíticos sensíveis, empreendido pelo Instituto confirmaram a presença dos compostos de cianeto em todos os tipos de ruínas de câmaras de gás, até mesmo no porão do Bloco 11 em Auschwitz, onde primeiramente, gaseamentos experimentais de vítimas por meios de Zyklon-B teriam sido realizados. A análise de controle de amostra, tiradas de outros lugares (especialmente de alojamentos) renderam de modo inequívoco resultados negativos. Por causa da interpretação vários experimentos em laboratório foram feitos.

PALAVRAS-CHAVES: Câmaras de gás; Auschwitz; Compostos de cianeto; "Revisionismo".

Z Zagadnien Sqdowych, z. XXX, 1994, 17-27
Recebido em 8 de março de 1994; aceito em 30 de maio de 1994

Como tão cedo já nos primeiros anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial publicações singulares começaram a aparecer nas quais os autores tentavam "camuflar" o regime hitlerista e pôr várias evidências de suas crueldades em cheque.

Mas esta não era até os anos 1950s a tendência que se originou e poderia ser definida como "revisionismo histórico" a começar a se desenvolver; seus apoiadores alegam que a história da Segunda Guerra Mundial tem sido fabricada para propósitos de propaganda anti-alemã. De acordo com suas declarações não houve nenhum Holocausto, i. e. nenhum extermínio em massa de judeus e que no caso do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau não poderia ter sido um campo de extermínio - este era apenas um campo de trabalhos forçados "comum" e nenhuma câmara de gás teria existido nele.

Revisionismo histórico é agora formulado por membros de várias nações, que já possuem seus próprios círculos científicos, publicações próprias e também usam a mídia de massa para seus propósitos. Mais adiante de 1988 os "revisionistas''<1> muito frequentemente manipulavam fontes históricas ou simplesmente negavam os fatos. Então, depois da aparição do assim chamado Relatório Leuchter (2), suas táticas mudaram distintamente. O relatório acima mencionado, resultou na base de um estudo das ruínas e sobras dos crematórios e câmaras de gás em Auschwitz-Birkenau, e é tido como importante para eles por ser uma evidência específica para o suporte de suas afirmações e evidência de validade judicial disso, até que fosse encarregado por uma corte em Toronto (Canadá). F. Leuchter, vivendo em Boston, trabalhou com projetos e construção de câmaras de gás ainda no uso para execução da pena de morte em alguns estados dos EUA. Isto é considerado para dar a ele autoridade para encenar o papel de especialista respeitável na questão sobre câmaras de gás. Nesta conexão Leuchter veio à Polônia em 25 de fevereiro de 1988 e ficou aí por 5 dias, visitando os campos em Auschwitz-Birkenau e em Majdanek.

Em seu relatório baseado nesta inspeção ele declara que "não encontrou nenhuma evidência de que quaisquer das instalações que usualmente alegam terem sido câmaras de gás as mesmas tenham sido usadas de fato como tal". Além disso, ele afirma que essas instalações "não podiam ser usadas como câmaras de gás para assassinar pessoas" (Item 4000 do Relatório).

Leuchter tentou confirmar suas conclusões com a ajuda de análise química. Para esse propósito ele pegou amostras de fragmentos de material das ruínas das câmaras para passá-las por uma análise do ácido cianídrico, o componente essencial do Zyklon-B usado, levando em conta os depoimentos de testemunhas - para gasear as vítimas. Ele tomou 30 amostras do total de todas as cinco estruturas usadas outrora como câmaras de gás. No laboratório as análises feitas nos EUA, a presença de ions de cianeto foi de concentrações de 1.1 a 7.9 mg/kg no material examinado que fora investigado das 14 amostras. Ele também pegou uma amostra da câmara de despiolhamento em Birkenau, que ele tratou como uma "amostra de controle", e na qual cianetos foram encontrados e estavam presentes numa concentração de 1060 mg kg do material. Os resultados positivos das análises das amostras das ex-câmaras de gás são explicados por Leuchter pelo fato de que todas as instalações do campo eram sujeitas à fumigação com ácido cianídrico em virtude de uma epidemia de tifo que realmente invadiu o campo em 1942.

Numa investigação posterior, conduzida por G. Rudolf (4), confirmou-se as altas concentrações de compostos cianogênicos nas instalações para desinfecção de roupas. Isso pode servir posteriormente, não havendo danificação, de que essas instalações não foram expostas à ação de condições de tempo, especialmente à pancadas de chuva.

Além disso, é sabido que a duração da desinfecção era relativamente longa, cerca de 24 horas para cada lote de roupas (provavelmente até mais demorado), enquanto que a execução com Zyklon-B feita nas câmaras de gás, de acordo com o depoimento do Comandante do campo de Auschwitz Rudolf Hoess (7) e dos dados apresentados por Sehn (6), era de apenas 20 minutos. Isso também deveria ser enfatizado, o fato de que as ruínas dessas câmaras eram constantemente expostas à ação de precipitação, e isso pode ser estimado na base dos registros climatológicos desses 45 anos ou então se eles preferirem que enxaguem isso inteiramente por uma coluna de água de pelo menos 35 m de altura (!).

Na nossa correspondência com a Direção do Museu de Auschwitz em 1989, não sabendo ainda do Relatório Leuchter, expressamos nossa angústia sobre as chances de detecção de compostos cianogênicos nas ruínas das câmaras; porém, oferecemo-nos para conduzir um estudo apropriado. No início de 1990 dois funcionários do Instituto de Pesquisa Forense chegaram no terreno do campo de Auschwitz-Birkenau e coletaram amostras para análise de classificação: 10 amostras de emboço da câmara de despiolhamento (Bloco No 3 em Auschwitz), 10 amostras das ruínas da câmara de gás e, em adição, 2 amostras de controle das edificações que, como os alojamentos, não tinham estado em contato com ácido cianídrico. De todas 10 amostras da câmara de despiolhamento, sete continham compostos cianogênicos em concentração de 9 a 147 ug em transformação para o cianeto de potássio (que era usado para montar a Curva de Calibração) e 100 g de material. Tão distante quanto as ruínas estão relacionadas, a presença de cianeto era demonstrável apenas na amostra das ruínas da câmara do Crematório No II em Birkenau. Nenhuma das amostras de controle continha cianetos.

Quando a disputa sobre o Relatório Leuchter surgiu, nós empreendemos um estudo mais próximo do problema, avaliando por conta própria, entre outras publicações, o trabalho compreensivo de J. C. Pressac (5). Em consequência, decidimos dar início consideravelmente a pesquisas mais extensivas e meticulosamente planejado. Para conduzi-las, a Direção do Museu de Auschwitz indicou seus funcionários capacitados, Dr. F. Piper (custodian) e o Sr. W. Smrek (engenheiro) para participar da comissão, na qual eles co-trabalhariam com os outros autores do atual relatório, representando o Instituto de Pesquisa Forense. Com essa colaboração os funcionários do Museu estavam nos fornecendo no ponto uma exaustiva informação sobre às instalações a serem examinadas e - com relação às ruínas - uma detalhada topografia das câmaras de gás que estávamos preocupados. Então eles fizeram o possível para que pegássemos amostras adequadas para análise. Tentamos coletar amostras - tanto quanto possível - dos lugares melhores abrigados e menos expostos à chuva, incluindo também tanto quanto o possível - fragmentos das partes superiores das câmaras (ácido cianídrico é mais claro que o ar) e também dos chãos de concreto, no qual o gás Zyklon-B despejado veio a contrair-se em bem altas concentrações.

Amostras, de cerca de 1-2 g de peso, foram coletadas de desprendimento de lascas de tijolos e concreto ou detritos, particularmente no caso do emboço e também da argamassa. Os materiais coletados foram guardados em recepientes plásticos marcados com números de série. Todas essas atividades foram registradas e documentadas com fotografias. O trabalho junto com isso levou dois dias para a comissão. A análise de laboratório do material coletado foram conduzidas - para garantir completa objetividade - por outro grupo de funcionários do Instituto.

Eles começaram com o trabalho preliminar: as amostras foram esmiuçadas por trituração delas a mão numa argamassa ágata, seu pH foi determinado entre 6 a 7 em quase todas as amostras. Em seguida as amostras foram submetidas à análise preliminar espectrofotométrica na região infravermelha, usando-se um Digilab FTS-16 espectrofotometro. Foi encontrado que as bandas de grupos cianeto ocorreram na região de 2000-2200 cm-1 nos espectros de uma dúzia de amostras ou mais. Entretanto, o método não provou ser sensível o suficiente e foram abandonadas as determinações quantitativas. Foi determinado, usando-se o método espectrográfico, que os elementos principais que constituíam as amostras eram: cálcio, silício, magnésio, alumínio e ferro. Além disso, titâneo foi encontrado presente em muitas amostras. Dentre outros metais em algumas amostras havia também bário, zinco, sódio, manganês e de não-metais de boro.

O empreendimento da análise química tinha que ser precedida por uma consideração cuidadosa. Os "revisionistas" focaram sua atenção quase que exclusivamente no Azul da Prússia, que possui intensa coloração azul-escura e caracterizada por excepcional solidez. Este colorido ocorre, especialmente na forma de manchas, no exterior dos tijolos das paredes da ex-câmara de despiolhamento na área do campo de Birkenau. É duro imaginar as reações químicas e os processos físico-químicos que poderiam ter levado à formação do Azul da Prússia naquele local. O tijolo, ao contrário dos outros materiais da edificação, de forma muito fraca absorve ácido cianídrico, e isso às vezes nem mesmo absorve tudo. Além disso, o ferro indo para o seu terceiro estado de oxidação, ao passo que bivalentes íons de ferro são indispensáveis para a formação do íon [Fe(Cn)6]-4, que é o precursor do Azul da Prússia. Esse íon é, além disso, sensível à luz do sol.

J. Bailer (1) escreve no trabalho coletivo "Amoklauf gegen die Wirklichkeit" que a formação do Azul da Prússia em tijolos é simplesmente improvável; entretanto, ele leva para dentro da consideração a possibilidade de que as paredes dos espaços de despiolhamento foram coated com esse colorido como uma pintura. Deveria ser adicionado que essa coloração azul não aparece nas paredes de todos os espaços de despiolhamento.

Decidimos therefore determinar os íons de cianeto usando um método que não induz ao colapso da composição de complexo de ferro-cianeto (isso é o Azul em discussão) e que o fato de nós termos testado antes sobre uma amostra padrão apropriada. Para isolar compostos de cianeto dos materiais examinados na forma de ácido cianídrico, usaremos as técnicas de microdifusão em especial as câmaras de Conway. A amostra em examinação foi passada para uma parte interna da câmara e depois acidificada com uma solução de 10% de ácido sulfúrico e deixada a permanecer em temperatura ambiente (a cerca de 20oC) por 24 horas. O ácido cianídrico separado foi submetido a uma quantitativa absorsão pela solução de soda cáustica presente na parte externa da câmara. Quando a difusão foi conduzida para um fim, uma amostra de solução de soda cáustica foi coletada e - a reação pelo método piridina-pirazolona conduzida pelo método Epstein (3). A intensidade do corante polimeteno obtido foi medido espectrofotometricamente num comprimento de onda igual a 630 nm. A Curva de Calibração foi construída previamente e padronizada com um conhecido conteúdo de CN- que foi introduzido dentro de cada série de determinações para checar a curva e o curso de determinação. Cada amostra de materiais examinados foi analisado três vezes. Se o resultado obtido era positivo, isto era verificado por repetição da análise.

Tendo aplicado este método por muitos anos, nós temos oportunidades de encontrar sua alta sensibilidade, especificidade e precisão. Sob as presentes circunstâncias nós estabelemos o limite mais baixo de determinação de íons de cianeto em um nível de 3-4, ug CN- em 1 kg da amostra.

Os resultados das análises são apresentados nas Tabelas I-IV. Eles inequivocadamente mostram que os compostos de cianeto ocorrerem em todas as instalações que, de acordo com a fonte da data, estiverem em contato com elas. Paralelo a isso, eles não ocorrem em acomadações dos alojamentos, que eram mostrados por meio de amostras de controle. As concentrações de compostos de cianeto nas amostras coletadas de uma e da mesma câmara ou edificação mostraram grandes diferenças. Isto indica que as condições que favoreceram a formação de compostos estáveis como um resultado da reação de ácido cianídrico com os componentes das paredes, e ocorreram localmente. Nesta conexão isto leva a considerável e largo número de amostras de uma dada instalação a nos dar a chance de deparar-se com esta espécie do local de acumulação dos compostos de cianeto.

Para completar esta pesquisa sobre o conteúdo de compostos de cianeto em várias instalações do campo, decidimos conduzir vários experimentos-pilotos. A renovação do prédio do Instituto, já em progresso, forneceu-nos materiais para esta investigação. Nós dividimos particular componentes destes materiais (tijolos, cimento, argamassa e emboço) dentro de vários pedaços de 3-4 gramas e os repassamos para as câmaras de vidro, nas quais geraram ácido cianídrico por reação ao cianeto de potássio e ácido sulfúrico. Usamos altas concentrações deste gás (cerca de 2%) e algumas das amostras molhadas com água. A fumigação levou 48 horas, a uma temperatura de cerca de 20oC (Tabela V). Outras séries de amostras foram tratadas com ácido cianídrico igualmente, mas agora na presença de dióxido de carbono.

De acordo com os cálculos, nas câmaras nas quais as pessoas haviam sido gaseadas o conteúdo de dióxido de carbono produzido no processo de respiração das vítimas era bem alto e em relação ao ácido cianídrico deve ter sido tão alto quanto a taxa de 10:1. No nosso experimento nós aplicamos esses dois gases (CO2 e HCN) numa taxa de 5:1. Tendo sido submetidas ao gaseamento, as amostras foram arejadas a uma temperatura de cerca de 10-15oC. A primeira análise foi conduzida 48 horas depois do início do arejamento.

Este série de testes permite a afirmação de que argamassas absorvem e/ou retém melhor o ácido cianídrico e também de que materiais molhados mostram uma tendência notável para acumular ácido cianídrico ao passo de que tijolos, especialmente tijolos velhos, pobremente absorvem e/ou retém esse composto.

TABELA I. CONCENTRAÇÃO DE ÍONS DE CIANETO EM AMOSTRAS DE CONTROLE COLETADAS DOS ALOJAMENTOS DO CAMPO, QUE FORAM PROVAVELMENTE FUMIGADAS COM ZYKLON-B UMA VEZ APENAS (EM CONEXÃO COM A EPIDEMIA DE TIFO DE 1942)











Nota: nos testes de classificação de 1990, duas amostras de controle também produziram resultado 0.
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O relatório foi dividido em duas partes, no blog, por conta do tamanho.
Continuação do Relatório - parte 2:
http://holocausto-doc.blogspot.com/2009/02/relatorio-sobre-zyklon-b-auschwitz_6724.html

Fonte: Nizkor/The Holocaust History Project
Texto(inglês): Cópia do Relatório do Instituto de Pesquisa Forense de Cracóvia(Polônia), usado sob permissão(texto em inglês)
Prefácio do Dr. Richard Green:
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/iffr/
Link direto do relatório
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/iffr/report.shtml
http://www.nizkor.org/ftp.cgi/orgs/polish/institute-for-forensic-research/post-leuchter.report
Tradução(português): Roberto Lucena

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Relatório de Cracóvia sobre Zyklon-B, breve comentário

Tentando voltar a 'programação normal' do blog mas valeria um breve comentário já que houve pelo menos uns quatro posts sobre outra questão recente. Volto a reafirmar que é lamentável(pra não dizer inaceitável) a conduta da Polícia Suíça no caso recente do possível ataque de neonazis a uma mulher naquele país, pois há uma questão séria a ser tratada, em qualquer hipótese(a levantada pela polícia ou a da versão da pessoa, em confirmando uma ou outra não retirá a atuação inicial da política sobre isto), a polícia intimidou a vítima com ameaça de processos quando o fato recentemente havia ocorrido, houve uma afronta à Consul brasileira na Suíça, afronta esta que resultou em queixa sobre o tratamento da polícia.

Quanto a isso o governo brasileiro já se pronunciou(quem quiser ver é só checar os posts anteriores). No mais é aguardar o desenrolar do caso, mas algumas coisas já são de conhecimento público: indiferença de partidos políticos na Suíça com neonazistas, tentou o tempo todo diminuir a questão e acusar e ameaçar com processo a moça sem relatório definitivo ou investigação concluída fora o espetáculo que a polícia suíça deu pra TV daquele país, o partido em questão de extrema-direita faz propaganda xenofóbica explícita naquele país(propaganda racista), fora o que foi postado numa tradução de uma matéria do San Francisco Chronicle sobre o livre trânsito de extremistas islâmicos em contato direto com neonazistas naquele país.

Essas últimas considerações sobre xenofobia, partidos de extrema-direita xenofóbicos, afronta a uma autoridade diplomática brasileira e sem querer alongar a discussão pra questão da retenção de dinheiro de vítimas do Holocausto em bancos daquele país por décadas, não são especulações, são fatos. Esses fatos ocorreram(o do dinheiro retido de vítimas do Holocausto)e outros continuam a ocorrer, não só na Suíça como em vários países da Europa, independentemente deste caso. Portanto, "posar" de "santo" com um histórico desses ou achar que há "instituições" humanas "acima de quaisquer suspeitas" "porque são de um país europeu", não cola, pros que querem ofender a moça arrumem outra 'crença' pra se arragarem porque essa é frágil, principalmente quando a própria polícia dá indícios pra se desconfiar da postura dela mesma.
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Deixando isso(a "polêmica") de lado de vez e tentando voltar propriamente à temática do blog(embora o neonazismo deve ser denunciado e atacado), sobre o Relatório feito pelo Instituto Forense de Cracóvia(Polônia) pra detectar a presença de Zyklon-B em Auschwitz nas instalações nos locais de gaseamento em massa, serão feitos abaixo alguns comentários antes de postá-lo inteiro(é bem longo e é necessário ainda ajustar as tabelas pro formato do blog)com indicações de alguns links sobre ele que remetem a estudos do Dr. Richard Green.

No site Orkut foi aberto um tópico sobre o "revisionista" e farsante Fred Leuchter(o mesmo alegou que tinha formação em engenharia sem ter)em que se discutiu o fraudulento Relatório Leuchter(no blog há vários textos do Richard Green, PhD em Química, sobre as picaretagens desse documento). Vou repassar um comentário que o Roberto(Muehlenkamp)fez complementando com um comentário sobre uma "crítica" do Rudolf("revi")e de uma resposta do próprio Richard Green ao "revi".

O Relatório se encontra(a cópia)em inglês no site The Holocaust History Project no link(pra quem quiser checá-lo em inglês, pode ir direto ao link):
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/iffr/

Com um prefácio do Dr. Richard Green. Este relatório de Instituto de Cracóvia, como dito acima(comentários do Roberto, palavras dele, estou ajustando esta parte ao post)foi objeto de árduas "críticas" por parte de Germar Rudolf, que são rebatidas pelo Dr. Green no seu artigo "Chemistry is not the Science":
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/not-the-science/

E no relatório de peritagem que foi apresentado pelo Dr. Green ao tribunal de apelação no litígio Irving contra Lipstadt:
http://www.holocaust-history.org/irving-david/rudolf/

Pra quem não sabe(pequena observação já que foi citado o caso), a historiadora do Holocausto Deborah Lipstadt foi processada pelo negador do Holocausto, o britânico David Irving, por difamação(ou calúnia) por conta de seu livro "Denying the Holocaust" onde ela mostra do que se trata a negaçãodo Holocausto detalhadamente e de que grupos estão por trás da negação e quais os interesses deles com a "causa"(há textos neste blog com tradução de algumas partes desses textos, é só procurarem pelo título 'direita radical', pleonasmo pra fascistas, neonazistas e congêneres).

Trecho da revista Morashá sobre o caso(pra quiser consultar diretamente a historiadora, eis o blog dela):
Iniciou um processo, dizendo-se vítima de calúnia, contra a historiadora americana Deborah Lipstadt, autora do livro "Denying the Holocaust - the growing assault on truth and memory"" (Negando o Holocausto - o crescente ataque à verdade e à memória). Lipstadt, em livro publicado no já quase longínquo 1993, enumera, entre outras coisas, atividades de um militante que certa feita se definiu como o responsável pela "Intifada de um homem só contra a história oficial do Holocausto".

Lipstadt prefere desenhar outra definição para Irving. Qualifica-o de "um dos mais perigosos porta-vozes do revisionismo histórico" e, sabiamente, evita entrar em polêmicas diretas com esses pseudo-historiadores. A professora da Universidade de Emory, em Atlanta, afirma não querer conceder-lhes um "reconhecimento intelectual"ao aceitá-los como interlocutores.
Matéria completa - Os vendedores de mentiras e os holofotes

Enfim, concluindo, o Relatório do Instituto Forense de Cracóvia sobre as quantidades de Zyklon-B presentes em Auschwitz será postado em breve no blog, acho que na íntegra(num post só), apesar do tamanho do texto. Se o texto de fato ficar muito extenso pra leitura num único post, ele será dividido em duas partes.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Relatório Forense de Cracóvia de 1945 - A prova do Zyklon-B

Comissão Principal para Investigação dos Crimes Alemães na Polônia
Secção Regional de Cracóvia
Cracóvia, 4 de Junho de 1945
Ao Instituto de Perícia Forense de Cracóvia

No anexo nós enviamos ao Instituto, cabelo que vem de cadáveres de mulheres e que foram retirados destes depois do gaseamento e antes da incineração nos formos crematórios em Brzezinka. O material está abarrotando uma sacola, no qual de acordo com a etiqueta, contém 22.5 kg de cabelo. Requisitamos que vocês pesquisem o conteúdo [da sacola] e examine-os num procedimento correspondente ao Artigo 254 do Código de Procedimento Criminal como também a conexão com os Artigos 123, 138 do Código de Procedimento Criminal, para estabelecer se e qual veneno está contido (no cabelo).

Da mesma maneira e para o mesmo propósito pedimos para a examinação das chapas de lâmina de metal das aberturas de ventilação das câmaras de gás (Porão de Cadáver No. 1 do Crematório no. II em Brzezinka), que foram encontradas durante a visita de inspeção no crematório, e da argamassa que foi tirada do lado da parede desta câmara. Estes objetos (4 chapas de vedação completas das aberturas de ventilação foram feitas de lâmina de metal e 2 danificadas daquelas chapas de vedação, como também do pedaço de argamassa) foram repassadas para o Instituto para seguirem em 05.12.1945.

Membros da Comissão
Carimbo da Corte de Examinação de Cracóvia
Procurador Público Juiz de Examinação
Assinatura ilegível Assinatura ilegível
(Edward Pachalski) (Jahn Sehn)

Relatório do Instituto de Perícia Forense de Cracóvia, Dezembro de 1945

Po. Nr. 171/45 Cracóvia, 15. Dezembro 1945
À Comissão Principal para Investigação dos Crimes Alemães na Polônia
Secção Regional de Cracóvia

Avaliação Toxicológica
preparada a pedido da Comissão em 4 de Junho de 1945 com conexão com as investigações a respeito do crematório de Brzezinka (Birkenau).

OBJETO DE EXAMINAÇÃO

Em 12 de Maio de 1945, 4 chapas de vedação inteiras e 2 danificadas, das aberturas de ventilação, foram entregues para examinação. Estas foram encontradas durante a visita de inspeção no Crematório No. II em Brzezinka e saíram das aberturas de ventilação da câmara de gás (Porão de Cadáveres No. 1) do mesmo crematório.

Em 4 de Junho uma sacola foi entregue para examinação, que de acordo com a etiqueta continha 25.5 kg de cabelo, que foram retirados de cadáveres de mulheres depois do gaseamento e antes da incineração nos fornos crematórios em Brzezinka.

I. EXAMINAÇÃO DAS CHAPAS DE VEDAÇÃO DAS ABERTURAS DE VENTILAÇÃO

As chapas de vedação tinham a forma usual e uma armação de caixas retangulares para o equipamento de abertura da ventilação. Elas eram feitas de lâmina de zinco. As superfícies de todas as partes eram revestidas de branco, com forro fortemente aderente.

A examinação foi preparada pela raspagem da superfície de um ventilador em cima do espaço de metal, que foi feito pelo lado interior inteiro da chapa e da parte da grade virada em relação à câmara de gás. 7.2 gramas [de material de examinação] foram obtidas.

O equipamento de examinação consistiu de um pequeno bulbo de vidro com um funil de separação e uma equipamento de absorção de gás com três frascos de absorção de gás. Dentro de cada um destes frascos cerca de 4 ml de 10% de solução de hidróxido de potássio foi lançada.

O forro raspado foi misturado com água no bulbo, e depois o bulbo foi ligado ao recepiente de absorção, ácido sulfúrico concentrado foi adicionado em gotas com o funil de separação e então o gás desenvolveu-se uniformemente mas não tempestuosamente.

A reação foi contínua, sob um ligeiro aquecimento ao final, até completar a dissolução dos conteúdos do bulbo. Os frascos de absorção foram esvaziados e seus conteúdos submetidos às seguintes examinações:

a) 4 ml do líquido foram fortemente resfriados e cuidadosamente neutralizados com ácido sulfúrico diluído, alcalinizados com umas poucas gotas de carbonato de sódio - bicarbonato de sódio com pH 8.0, misturado com uma pequena quantidade de sulfato de ferro(II), deixado em repouso por 30 minutos sob ocasional remexida e então cuidadosamente acidificado com ácido sulfúrico. Nele se desenvolveu uma clara coloração verde-azul produzida por Azul da Prússia.

b) 4 ml do líquido foram misturados com algumas gotas de solução de Polisulfeto de amônio e mantida em levemente esquentada for 5 minutos. A mistura resfriada foi precipitada com um excesso de nitrato de cádmio e filtrada. A filtração foi acidificada com ácido hidroclorídico e misturada com uma solução de sulfato de ferro. O resultado foi uma coloração laranja-claro produzida a partir da Rodanase(do ácido cianídrico).

Ambos experimentos descritos acima provam que o exame do material contém conexões com o ácido prússico.

II. EXAMINAÇÃO DO CABELO

A sacola, feita de duas capas de papel grosso, tinha sido fechada dobrando-se a parte superior várias vezes. Depois de aberta, foram encontrados na sacola cheia, cabelo em feixes e tranças.

Os conteúdos da sacola foram submetidos às seguintes examinações:

[i ]1. Examinação da destilação do Cabelo
imediatamente depois da abertura da sacola com 150 gramas de cabelo, tranças foram tiradas de uma parte da metade de seu conteúdo, rapidamente cortadas, coberta com água num bulbo de destilação, ligeiramente acidificado com ácido sulfúrico e destilado com água em estado de vapor. A destilação foi coletada num bulbo resfriado com gelo. Esta destilação foi examinada como descrito em I a) e b).

A reação do Azul da Prússia ficou com um colorido muito ligeiramente verde-azul, e o teste da Rodanase numa coloração ligeiramente amarelo-laranja.

2. A Segunda Examinação
estava em sua primeira parte cumpriu-se como descrito em 1., mais 500 gramas de tranças foram usados para examinação, que foram retirados de meia parte do saco. 200 ml de destilado foi coletado, que sob imediata examinação mostrou visivelmente apenas o Azul da Prússia e reações da Rodanase.

Esta destilação foi uma destilação fracionada numa Coluna de Vigreux. 15 ml de distilado foi coletado num bulbo de vidro resfriado com gelo, que continha uma pequena amostra de uma solução fortemente diluída de hidróxido de sódio. A análise do destilado foi cumprida como descrita acima. A reação do Azul da Prússia mostrou uma coloração azul-claro, o teste da Rodanase uma coloração laranja-vermelho claro.

3. Examinação do Estrato aquoso do Cabelo
5 kg de tranças e cabelo comprimidos juntos foram misturados com cerca de 2 a 2.5 litros de água que então foram recobertos com o líquido e extraídos em temperatura ambiente por 16 horas. O estrato de aquaso, que reagiu neutramente contra o Tornassol, foi decantado, ligeiramente acidificado com ácido sulfúrico e examinado como descrito em 2. A reação de Azul da Prússia ficou com uma coloração ligeiramente azul, o teste da Rodanase ficou com uma coloração ligeiramente laranja.

E foi assim desse modo comprovado que o cabelo tinha emitido ácido prússico dentro de uma solução aquosa em temperatura ambiente.

III. EXAMINAÇÃO DAS PARTES DE METAL ENCONTRADOS NO CABELO

Depois da conclusão da análise para o ácido prússico os conteúdos do saco foram minuciosamente examinados e os objetos de metal encontrados entre o cabelo e nas tranças foram removidos e organizados. Os seguintes objetos encontrados foram:

a) Um pegador de metal, fortemente dourado com ouro de pelo menos 14 quilates,
b) Clipes de cabelo feitos de zinco
c) Clipes de cabelo e broches feitos de latão.

Os objetos acima mencionados foram submetidos à examinação em seperado em virtude, como é mostrado pela experiência e também teoricamente justificável, de conter metais envolvidos com cianeto de hidrogênio especialmente pegados.

1. Examinação dos clipes de cabelo feitos de zinco
175 g de material de teste foi examinado como descrito em I. acima. A reação de Azul da Prússia ficou com uma ligeira coloração verde-azul, o teste da Rodanase com uma coloração ligeiramente laranja.

2. Examinação dos clipes do cabelo e Broches feitos de latão
20,7 g de material de teste foi examinado como descrito em I. acima. A reação de Azul da Prússia adquiriu uma coloração de azul-claro, o teste Rodanase uma coloração laranja-claro.

3. Examinação do pegador
O pegador, com um peso total de 3.23 gramas, foi coberto com água dentro de um bulbo acidificado com ácido sulfúrico, com helianthin sendo usado como um indicador. Thereafter destilação com uma Coluna de Vigreux foi realizada e a destilação coletada numa água resfriada com gelo; 10 ml de destilado foi obtido. A reação de Azul da Prússia, realizou-se com 4 ml de destilado, tornou-se pálida, mas com coloração completamente azul claro. O teste da Rodanase, também se realizou com 4 ml de destilado, tornou-se brilhante, mas com coloração laranja claro.
Com isto as examinações foram concluídas.

Todos os reagentes e equipamentos usados durante os experimentos acima mencionados foram previamente examinados para assegurar sua clareza e precisão.

AVALIAÇÃO

I) Nas chapas de vedação das aberturas de ventilação feitas de lâminas de zinco, que saíram das aberturas de ventilação da câmara de gás (Porão de Cadáveres No. 1) do Crematório II de Brzezinka, a presença de conexões de ácido prússico foi comprovada.

II) No cabelo retirado de cadáveres de mulheres depois do gaseamento, a presença de ácido prússico foi comprovada.

Objetos de metal foram encontrados no cabelo, como clipes, borches de cabelo e um spectacle holder dourado, ainda continham relativamente consideráveis quantidades de conexões de ácido prússico.

O Diretor do Instituto
(Dr. Jan Z. Robel)

Tradução(polonês/Alemão/Inglês): Roberto Muehlenkamp à partir do livro:
Brigitte Bailer-Galanda, Wolfgang Benz, Wolfgang Neugebauer (editors), Die Auschwitzleugner, 1996 Elefanten-Press, Berlin, S. 109 114
Tradução(português): Roberto Lucena

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Relatório do Dr.Richard Green em refutação ao Rudolf Report - Penetração de HCN em Materiais de Construção

I. Penetração de Cianeto de Hidrogênio em materiais de construção.

Traduzido por Leo Gott

A defesa[de Lipstadt] apresentou argumento que uma das razões que as amostras de Leuchter retiradas das câmaras de gás não apresentaram níveis significativos de cianeto, foi que o HCN penetrou apenas na superfície dos materiais de construção e que as amostras de Leuchter eram grandes, portanto, por isso qualquer presença de cianeto estaria diluída.

Rudolf critica esta alegação, argumentando que os resíduos de cianeto devem penetrar profundamente nos materiais de construção do edifício expostos a HCN.

Eu mostro que:
a) o princípio através do argumento apresentado pela defesa é válido
b) A comparação de Rudolf entre o Azul da Prússia das câmaras de despiolhamento com os resíduos na câmara de gás é inválida.
c) Há indícios de que grande parte do Azul da Prússia é na verdade superficial.
d) Que, mesmo se Rudolf estiver completamente correto sobre sua crítica, o seu argumento não consegue demonstrar que as câmaras de gás não foram expostas ao HCN. Com relação a este último aspecto, convém referir que, de fato, cianetos foram detectados nas câmaras de gás pelo Instituto de Pesquisa Forense de Cracóvia (IFFR)

Rudolf cita no julgamento para o Juiz Gray, conforme abaixo:

7.115 Os Requeridos invocaram o conteúdo de uma entrevista do Dr. Roth, o cientista do laboratório de Massachusetts que realizou os testes nas amostras de Leuchter. Segundo o Dr. Roth, o cianeto produz uma superfície de reação que penetra no máximo, a um décimo da largura de um cabelo humano. As amostras que foram fornecidas por Leuchter variaram de tamanho entre um punho e um polegar de um humano, de modo que teve de ser repartido com um martelo antes da análise. Roth, afirma que o resultado de qualquer diluição de cianeto invalida eficazmente os resultados do teste.


Ele também cita Van Pelt:


Roth explicou que o cianeto iria reagir na superfície do tijolo ou do reboco, penetrando não superior a 10 microns, ou 0,01 mm, ou 1 décimo da espessura de um cabelo humano (um micro equivale a 1 / 1000000 de um metro, ou 0,000039 polegadas ).Em outras palavras, se alguém quiser analisar a concentração de cianeto em uma amostra de tijolo, deve-se levar uma amostra representativa da superfície, a 10 microns de espessura, e nada mais.


O pomposo Rudolf diz: “Esta declaração é insuportável...”


Sem ver as evidências do Prof Roth, estou disposto a chamá-las de insuportável; no entanto, ainda não estou persuadido por completo com o argumento do Prof. Roth.


Parte do seu argumento é válido, sem dúvida, mas Rudolf concentra-se em criticar o aspecto mais problemático. Antes de abordar esta questão deixem-me citar as palavras do Professor Roth em entrevista ao documentário Mr. Death de Errol Morris:[25]

Fui até Toronto em um prazo muito curto, não sabia de qualquer coisa que se estava a passar. Eles queriam alguém do laboratório para dizer se analisamos estas amostras, eu disse sim, elaborei este relatório sobre a análise, e é isso o que eu fui fazer lá.

Não me parece que o resultados de Leuchter têm qualquer significado. Não há nada em qualquer um dos nossos dados que diz que essas superfícies foram expostas ou não. Mesmo depois que eu me candidatei a ir, eu não sabia de onde as amostras tinham vindo. Eu não sabia o que eram estas amostras. Foi somente no almoço que eu descobri realmente em que caso eu estava envolvido. Percebi tardiamente, sendo a amostra 20/20, que o teste não era o correto para ter sido utilizado na análise. Ele nos apresentou amostras de pedra de um lugar qualquer do tamanho de um polegar até metade do tamanho de um punho. Quebramos com um martelo para que pudéssemos obter uma sub-amostra, e a colocamos em um balão de ensaio, adicionamos ácido sulfúrico concentrado, e a amostra sofreu uma reação que produziu uma solução de cor avermelhada. E é esta intensidade de cor vermelha presente que podemos relacionar com concentração de cianeto. Você tem que olhar para ver o que acontece com cianeto quando ela reage com uma pedra. Onde é que isto vai? Até onde isto vai? E provavelmente não penetrou mais de 10 microns. Um cabelo humano tem 100 microns de diâmetro. Esmaguei a amostra. Acabei de diluir a amostra em 10 mil, 100 mil vezes. Se você está olhando pra ela, está olhando somente para a superfície. Não existe razão para aprofundar, porque ela não está lá. Qual superfície foi exposta? Eu não tenho a mínima idéia. Isto é como analisar pintura na parede, analisando a madeira que lhe está atrás. Se eles ficarem cegos adiante, eles vão ver o que eles querem ver. O que foi realmente que ele tentou fazer? O que foi que ele tentou provar?


A única frase problemática em toda a declaração do Dr. Roth é, "Isso provavelmente não penetrou mais de 10 mícrons." Ele mesmo qualifica sua declaração com a palavra "provavelmente". Seu argumento sem esta frase inquestionavelmente válido. Se uma parede é exposta à cianeto, haverá mais cianeto na superfície exposta ao cianeto. Esmagando um grande volume da amostra, em vez de cuidadosamente raspar a superfície para a amostragem irá diluir a amostra. O argumento do Dr. Roth's deverá trazer uma outra implicação: a concentração do contaminante não é, certamente, homogéneo, e a seleção de amostras diferentes tamanhos que incluem os níveis de contaminante não homogéneos dentro de uma determinada amostra e fazer a comparação das concentrações entre as diferentes amostras suspeitas. Mesmo ignorando os vários processos químicos entre as câmaras de despiolhamento e as câmaras de gás, seria necessário medir equivalentes amostras para compará-los, porque as concentrações são obrigadas a ser heterogêneas, mesmo em uma amostra, do tamanho de um polegar é necessário cuidado na utilização de comparações diretas.

A declaração do Dr. Roth sobre a penetração do cianeto é um pouco problemática. Eu gostaria de ver o seu raciocínio antes de afirmar que o mesmo está errado; no entanto, eu entendo o seguinte sobre o caso de Auschwitz. Na maioria das câmaras de despiolhamento existem provas visuais de coloração azul, enquanto que nos destroços das câmaras de gás não. Grande parte desta coloração penetra a profundidades superiores a 10 microns. A origem desta coloração não é totalmente clara. Isso não é de todo surpreendente, no entanto, as áreas que apresentam essas manchas apresentam concentrações de cianetos mais elevadas que áreas que não apresentam essa coloração. Para ser explícito, eu esperava que as câmaras de despiolhamento apresentassem maiores concentrações de cianetos do que as câmaras de gás homicidas baseado na presença visual do Azul da Prússia; de modo que mesmo fazendo uma comparação equitativa, devia haver muito mais cianeto onde existe é óbvio Azul da Prússia.

Argumento de Rudolf:

Até esta data não vi que a afirmação do Prof Roth têm-se sustentado com os dados científicos.A verdade é que as câmaras de despiolhamento de Auschwitz, Birkenau, Stutthof e Majdanek estão saturados com compostos de cianeto não apenas na superfície, mas, também em profundidade, como já demonstrado nas amostras de diferentes profundidades, ver especialmente as amostras não. 11, 13, 17, 19B, 23, na tabela a seguir. Elas provam que o cianeto facilmente atinge camadas mais profundas de gesso e argamassa. Mesmo as outras amostras mostram que a afirmação do Prof Roth's é falsa. É logicamente impossível que apenas acima dos 10 microns (0010 mm) suportará todos os Azuis de Ferro, uma vez que significaria que entre 10 e 75% de todo o ferro nestas (última coluna da direita) camadas finas estão concentradas em mais de 1% das amostras.


A comparação é ilegítima. Usando de clichê, é como comparar laranjas e maçãs. A exposição ao HCN não exige necessariamente que se forme a coloração azul. Nada que Rudolf diz acerca da coloração azul contradiz o uso das instalações como câmaras de gás.
Os processos químicos que aconteceram nas câmaras de despiolhamento foram fundamentalmente diferente em alguma maneira do que aqueles que aconteceram nas câmaras de gás. As câmaras de despiolhamento obviamente têm coloração azul e as câmaras de gás não. Para argumentar, com base no que aconteceu nas câmaras de despiolhamento e o que aconteceu nas câmaras de gás não é tão simples quanto possa parecer. É possível que um mecanismo similar ao mecanismo proposto por Rudolf foi o responsável pela formação de Azul da Prússia nas câmaras de despiolhamento. Certas manchas são bastante estranhas, no entanto: existem manchas certas áreas e no entanto nas proximidades não. Harry W. Mazal entre outros constatou manchas em paredes externas.[26] Daniel Keren tem uma foto dessas manchas em: http://www.holocausthistory.Org/~dkeren/auschwitz/trip-2000/prussian-blue-1.jpg. As razões da existência destas manchas não estão totalmente explicadas. Rudolf propôs um mecanismo químico para a formação de Azul da Prússia nas câmaras de gás.[27] Eu tenho demonstrado que, mesmo que Rudolf esteja inteiramento correto sobre o mecanismo de formação do Azul da Prússia nas câmaras de despiolhamento, não se deve aplicar o mesmo mecanismo nas condições de gaseamentos homicidas.[28] Irei retroceder neste argumento detalhadamente, abaixo:

Um ponto importante que deve ser feito é que, mesmo que Rudolf esteja correto sobre a formação do Azul da Prússia, e mesmo que as amostras recolhidas por Leuchter foram completamente honestas e precisas, nenhuma das provas relativas ao Azul da Prússia é incompatível com os gaseamentos homicidas nas câmaras de gás. De fato, temos que salientar que compostos de cianeto foram detectados pelo Instituto de Pesquisa Forense de Cracóvia (IFFR) nas câmaras de gás do Krema IV e também no Bloco 11 de Auschwitz.[29] Eu discutirei estes resultados com mais detalhes abaixo.

Rudolf escreveu:

D. Finalmente, a descoloração das manchas azuis nas paredes externas nas instalações de despiolhamento em Birkenau, Majdanek, e Stuthof são uma óbvia e convincente prova de como facilmente o HCN e seus compostos podem penetrar essas paredes.

Além do fato que Rudolf está novamente e ilegitimamente supondo que o que é válido para as câmaras de despiolhamento devem manter-se válidos para as câmaras de gás, não existe nada de óbvio em sua conclusão. Ao invés da descoloração nas paredes externas, devemos considerar que um qualquer coisa poderia ter acontecido fora das câmaras de despiolhamento. Por exemplo, é possível que algum material tenha sido molhado em soluções de HCN e tenham inclinado contra as paredes exteriores? Não sabemos o suficiente, mas é prematuro concluir que a coloração, nas paredes externas dos edifícios teve a sua origem a processos que acontecram no interior desses edifícios. Harry W. Mazal OBE vem estudando a penetração das manchas na alvenaria. Em um ensaio a ser publicado em breve ele observa fotografias que ele tirou: [30]

Como pode ser observado nas oito fotografias acima, a penetração do Azul da Prússia em qualquer material da parede interior do edifício, ou nos tijolos do exterior, é mínima, corroborando relatórios anteriores.É possível que muitos materiais porosos como o gesso poderiam permitir um pouco mais de manchas, as
não com o grau alegado, sem provas, pelos Negadores do Holocausto.

Além disso, ele observa a coloração na parte exterior de B1b:

Existe um como/ainda por resolver o mistério de como o Azul da Prússia percorreu através de caminhos aparentemente sólidos e deixando as manchas azuis no exterior de ambas as câmaras, de banho e despiolhamento BIa e BIb em Birkenau. Uma resposta pode ser encontrada ao analisar cuidadosamente a Ilustração 20.

[foto não disponível no documento original]

Esta foto em close mostra uma forte coloração de Azul da Prússia em ambos, na argamassa e na alvenaria. Dois outros fatos revelados:

1) A mancha dificilmente penetra na argamassa. A área que está quebrada se revela intocada,provando que o Azul da Prússia não penetra em materiais sólidos em grandes quantidades; e
2) As manchas nos tijolos aparecem semi-transparente tipo lavada, sugerindo que os tijolos não ficaram sujeitos (conforme demonstrado na ilustração acima) à grandes penetrações por pigmentos.

Se existe coloração por fora de um tijolo que não penetrou profundamente em tudo, é muito difícil argumentar que esta coloração provém de fumigação da fase gasosa HCN. É possível que a parede exterior foi de certa forma exposta a uma solução aquosa de cianeto; nota, contudo, a coloração não penetrou profundamente. Daniel Keren providenciou mais uma confirmação com uma fotografia na qual constata-se que a coloração não penetra profundamente em http://www.holocaust-history.org/~dkeren/auschwitz/trip-2000/prussian-blue-3.jpg.
Rudolf conclui esta seção, dizendo: "Sobre esta questão, Leuchter estava certo." Tanto Leuchter quanto Rudolf estavam errados sobre o pressuposto de que a presença ou ausência de coloração de Azul da Prússia está diretamente correlacionada com a presença ou ausência de exposição ao HCN. Esta hipótese é uma falha fatal de ambos em seus argumentos. Considerando que o Azul da Prússia pode, de fato, ser resultado de tal exposição, mas não quer dizer que a exposição de HCN necessariamente produz Azul da Prússia. Apesar deste fato, o IFFR não detectou Azul da Prússia, mas detectou restos de cianeto nas câmaras de gás.

O Professor Roth estava sem dúvida correto de que depois do esmagamento de uma amostra que estava exposta à superfície com HCN, iria diluir a concentração que seria medida cuidadosamente na amostragem, em comparação com a superfície.

Fontes do Capítulo:

[25] Errol Morris, Mr. Death: the Rise and Fall of Fred A. Leuchter, Jr., Universal Studios, 1999.

[26] Harry W. Mazal OBE, Private Communication. Mr. Mazal is the President of the Holocaust
History Project and has conducted onsite forensic investigations of Auschwitz.

[27] See for example reference Germar Rudolf, The 'Gas Chambers' of Auschwitz and Majdanek,
http://www.codoh.com/found/fndgcger.html

[28]Richard J. Green, Leuchter, Rudolf and the Iron Blues, 1998, http://www.holocausthistory.org/auschwitz/chemistry/blue

[29]Markiewicz, Gubala, and Labedz, Z Zagadnien Sqdowych, z. XXX, 17-27, (1994) available at
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/iffr/

[30] Harry W. Mazal OBE, Technical Requirements for a Gas Chamber and Some Observations on Prussian Blue, to be published.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Leuchter, Rudolf e os "Azuis de Ferro"

Autor: Richard Green

Postado em: http://www.nizkor.org/features/techniques-of-denial/blue.html

Traduzido por Leo Gott

INTRODUÇÃO: Leuchter e Rudolf têm publicado relatórios pseudocientíficos tratando de demostrar que os resíduos químicos presentes nas câmaras de gás de Auschwitz-Birkenau são incompatíveis com os assassinatos em massa.

Markiewicz, Gubala, e Labedz têm demonstrado inequivocadamente que existem compostos de cianeto presentes nos Kremas I-V e no Bunker 11, com níveis muito acima dos medidos em outras instalações. Muitas das câmaras de despiolhamento têm em suas paredes umas manchas azuis que não são tão evidentes nas câmaras de gás utilizadas para os assassinatos em massa.

Leuchter e Rudolf encontraram nestas instalações níveis de compostos de cianeto mais altos que nas câmaras de gás. Estas manchas azuis das câmaras de despiolhamento são parecidas com os “azuis de ferro”, um grupo de compostos entre os quais se encontra o Azul da Prússia.


Markiewicz, Gubala, e Labedz especificaram a presença de cada composto, no entanto Leuchter e Rudolf não fizeram. As conclusões de Leuchter e Rudolf não contém muita informação além da simples visão. Compreender o processo de formação do Azul da Prússia é essencial para compreender a importância das pesquisas de Markiewicz, Gubala e Labedz. Se examinarem brevemente os métodos industriais de produção do Azul da Prússia.

Se analisarem o processo de formação do Azul da Prússia proposto por Rudolf. É muito difícil que se formou Azul de Prússia nas câmaras de gás devido às condições das mesmas. Algumas variações nas condições podem alterar esta probabilidade, e esta é talvez a explicação da presença do Azul da Prússia nas câmaras de despiolhamento e na câmara de gás de Majdanek.

Além do que a averiguação da formação do Azul da Prússia é extremamente sensível à concentração de cianeto e ao pH. Várias intenções de produzir o Azul da Prússia falharam ao expor materiais de construção ao HCN. Esta demonstração dever ter formado Azul da Prússia nas câmaras de gás, como dizem os negadores do Holocausto.

Recentemente, diversos relatórios "forenses" publicados pelos negadores do Holocausto tratam de demonstrar que os assassinatos em massa de Auschwitz-Birkenau não ocorreram. O agente letal das câmaras de gás de Auschwitz-Birkenau foi o Zyklon-B. O Zyklon-B é um sólido impregnado de cianeto de hidrogênio. Pode-se ler análises de química relacionada com os assassinatos em massa com Zyklon-B, assim como um estudo de alguns destes “relatórios” pseudocientíficos e de verdadeiras análises forenses realizadas pelo Instituto de Investigação Forense de Cracóvia (IFRC) no artigo A Química de Auschwitz – Germar Rudolf(1), entre outros têm afirmado que não poderia ter lugar para gaseamentos nas câmaras de gás destinadas a matar as pessoas de Auschwitz-Birkenau.

Sua afirmação se baseia em que aparecem manchas azuis nas instalações onde se usou o Zyklon-B para eliminar piolhos, mas não aparecem nas que foram usadas para fins homicidas. Afirma haver medido mais quantidade de cianeto nos muros manchados do que nos que não têm manchas, e portanto conclui que os níveis de cianeto presentes nas câmaras de gás não correspondem com os que deveriam haver se fossem utilizados para executar assassinatos em massa. Leuchter(2) tem feito também medidas similiares e conclusões similares.

Presença de Compostos de Cianeto nas Instalações de Gaseamento e a Aparente Ausência de Azul da Prússia.

Markiewicz, Gubala e Labedz, do Instituto de Investigação Forense de Cracóvia demonstraram a presença de HCN nas câmaras de gás utilizadas para o extermínio, a dizer, nos Kremas I, II, III, IV e V, e nos sótãos do Bunker 11, em níveis superiores ao de outras instalações do complexo de Auschwitz-Birkenau(3).

Tomaram várias amostras do Bunker 11 e dos Kremas. Encontraram níveis de cianeto significativamente maiores que os níveis residuais em todos estes lugares em que se praticou o extermínio. Usaram um método cuidadosamente calibrado em que a curva de calibração foi comparada com processos padrões de retirada de amostra. A análise foi realizada por uma equipe distinta da encarregada de retirar as amostras para assegurar a objetividade. A diferença é que os negadores do Holocausto, usaram um método que separou os distintos componentes do azul de ferro, como o Azul da Prússia, que se acredita que é o responsável da aparição das manchas mencionadas.

O propósito deste ensaio é examinar com mais afinco estas manchas azuis, o que são, como podem formar-se, e se a sua ausência nas câmaras de gás de Auschwitz-Birkenau podem ser interpretadas razoavelmente como uma prova de que não aconteceram gaseamentos em massa ali.

Devido ao que Rudolf e Leuchter não separaram os compostos da família dos “azuis de ferro”, o fato que eles encontraram mais medidas de compostos de cianeto nas câmaras de despiolhamento do que nas câmaras de gás não é funcionalmente diferente da observação segundo a qual existem manchas azuis nas câmaras de despiolhamento e não nas câmaras de gás.

Em outras palavras, com suas medições não foi averiguado nada que não se pode averiguar sem medições. Em contrapartida, em uma cuidadosa experimentação, Markiewicz, Gubala, e Labedz nos proporcionaram uma informação real.

Não se discute aqui o fato de que existem umas óbvias manchas azuis nas câmaras de despiolhamento e não nas câmaras de gás de Auschwitz-Birkenau. Deveria-se mencionar, não obstante, que no campo de extermínio de Majdanek aparecem essas manchas nas câmaras de gás(4,5). Em adição, as manchas não aparecem em todas as câmaras de despiolhamento conhecidas. Caberia aqui perguntar por quê se afirma que estas manchas são uma consequência necessária do uso de cianeto de hidrogênio (HCN).

Porque não podem elaborar uma teoria sobre o mecanismo para que possam formar “azul da Prússia” como o terceiro estado da oxidação do ferro (presente nos ladrilhos), Bailer(6) pleiteia a possibilidade de que a presença de “azuis de ferro” pode ser devido melhor à pintura do que à exposição ao HCN em estado gasoso (com freqüência se usam “azuis de ferro” como pigmentos para pinturas). A suposição de Bailer, é certamente mais razoável do que as afirmações de Rudolf segundo as quais não houveram gaseamentos em Auschwitz-Birkenau, temos que vê-la com certo ceticismo. Se se usaram pintura nestas instalações, pode ser que seja possível demonstrar que se comprou e se usou esta pintura. Esta hipótese necessita de mais provas.

Resumimos assim alguns pontos:

Algumas das câmaras de despiolhamento têm manchas azuis, e algumas das câmaras de gás não.

Dado que Rudolf e Leuchter decidiram incluir este material com manchas azuis em suas amostras, suas medidas não proporcionam mais informação que a inspeção visual, à partir de um pequeno exercício de confusão apresentando números sobre algo evidente.

Em outras palavras, ao não distinguir o Azul da Prússia do resto dos compostos, eles introduziram uma inclinação para que se usem as câmaras de despiolhamento como elemento de controle na investigação.

Assim, eles não estão contribuindo para compreender por que existem discrepâncias no nível de “Azul da Prússia” de umas instalações e de outras.

O material que forma as manchas azuis é de uma família de compostos chamada “azuis de ferro”, sendo o “azul da Prússia” um deles. Ainda que Bailer(4) tem sugerido que a cor azul pode ser procedente da pintura, esta explicação não parece credível.

Varias pessoas que têm observado as manchas em Majdanek dizem que estas estão muito incrustadas nos materiais de construção.

Para que se forme o Azul da Prússia, é necessário que haja uma fonte de Fe(II), Fe(0), ou um agente que reduza o Fe(III) a Fe(II) (Fe-n se refere a ferro-n, a dizer, átomos de ferro com n elétrons de valência). Se tem um agente redutor, devem haver certas condições para que se produza a redução. Este ponto é explicado com mais profundidade abaixo.

O Instituto de Investigação Forense de Cracóvia distinguiu os componentes do Azul da Prússia para não introduzir uma inclinação. Encontraram assim indiscutivelmente que todos os edifícios que se dizia que haviam estado em contato com o HCN em Auschwitz-Birkenau teriam traços de compostos de cianeto significativamente por cima dos níveis de outros edifícios de Auschwitz-Birkenau.

Uma vez que se forma o Azul da Prússia, este é muito menos suscetível aos efeitos do clima, à diferença de outros compostos de cianeto. O próprio Rudolf se mostra de acordo com este feito(4).

Se o cianeto de hidrogênio do Zyklon-B penetrou nos ladrilhos somente através do processo de absorção, então, devido à volatilidade do HCN (ponto de ebulição: 25,7 ºC), não seria possível hoje em dia detectar seus resíduos nas ruínas dos muros.

Este argumento esquece que o cianeto de hidrogênio é um ácido débil que pode formar sais, como o cianeto de potássio, não tem em conta a absorção química, ou a formação de outros compostos de cianeto; ainda assim, este ponto não carece de certo mérito. É talvez mais significativo que os sais de cianeto são altamente solúveis em água, ao contrário do Azul da Prússia.

Markiewicz et al. dizem que não esperavam poder detectar compostos de cianeto depois de vários anos transcorridos desde a exposição ao HCN. Devido a que puderam consentir diretamente às amostras, não obstante, puderam planificar a tomada de amostras com o fim de buscar os compostos de cianeto em lugares relativamente a salvo dos elementos. Os que mediram os traços de cianeto não vinculado ao ferro nas câmaras de gás em níveis superiores aos de outros edifícios confirma que é falso afirmar que não havia traços medíveis não vinculados ao Azul da Prússia.

Para que Leuchter ou Rudolf demonstrem a importância de suas “pesquisas”, é necessário que provem que necessariamente se teve que formar Azul da Prússia nas câmaras de gás – levando-se em conta as condições nas que se usaram-. Dizer que as câmaras de despiolhamento têm Azul da Prússia e que as câmaras de gás não, não prova nada, e sim não se demonstra que se teria que haver formado Azul da Prússia nas câmaras de gás.

Me centralizarei agora no Azul da Prússia, seu processo de formação e as condições presentes nas câmaras de gás.

Os “Azuis de Ferro” e sua Fabricação Industrial

Existe um certo número de compostos conhecidos coloquialmente como "azuis de ferro". Por exemplo, o insolúvel Azul da Prússia é Fe4[Fe(CN)6]3. Pode formar-se pela adição de Fe(II) a [Fe(III)(CN)6]-3.(7) Convém lembrar que a distinção entre solúvel e insolúvel se refere melhor à facilidade com o que um composto forma suspensões coloidais que à uma diferença real é a solubilidade deste(7).

Este ponto é importante de falar da possível degradação do Azul da Prússia. Ainda que não direi que a degradação do Azul da Prússia é a causa de sua ausência das câmaras de gás, deveria ter-se em conta como possibilidade esta hipótese.

Geralmente se usam três métodos para preparar “azuis de ferro” solúveis, e tem sido descritos por Holtzman(8). Se pode preparar azuis insolúveis através de várias reações de azuis solúveis com vários cátions metálicos (Ver Tabela II de Holtzman). Os três métodos de preparação de azuis solúveis são:

  1. Misturar um sal férrico (de Fe(III)) com um ferrocianeto de Fe(II),
  2. Misturar um sal ferroso (de Fe(II)) com um ferrocianeto de Fe(III),
  3. Misturar um sal ferroso com um ferrocianeto e realizar uma oxidação.
Hà de se destacar que é necessário produzir uma mistura de ferro com distintos estados de oxidação, ou talvez uma estrutura de ressonância de estados misturados. Bailer baseia precisamente seu convencimento na improbabilidade da formação do Azul da Prússia precisamente nesta razão.

Processo proposto por Rudolf

Rudolf,(1,4) tanto pessoalmente como através de seus inúmeros pseudônimos(9) "E. Gauss,"(10) tem criticado a Bailer um tanto pomposamente por não dar-se conta da possibilidade de que o próprio HCN seja o agente redutor responsável da conversão do Ferro (III) em Ferro (II).

Se tem informado de sínteses de azuis de ferro ainda mais estranhas(11). Rudolf cita para apoiar sua afirmação um documento de Alich, Howarth, y Johnson(12). Aparentemente, não leu cuidadosamente este documento. Os autores investigam a redução do íon [Fe(CN)6]3- através de soluções aquosas e etanólicas do íon CN-. Sugerem que o grupo CN- é o agente redutor, mas o fato de que não puderam observar a presença do íon CNO- deveria sugerir que sua afirmação não é concludente.

DeWet y Rolle têm afirmado que se pode reduzir Fe(III)Fe(III)(CN)6 a um composto formado por Azul da Prússia e água(13). A observação de Alich et al. de que a adição de água inibe a reação talvez supõe que o HCN é o agente redutor com mis claridade, apesar de que não observaram a presença do íon CNO-.

Esta questão em torno so agente redutor, não obstante, pode ser simplesmente acadêmica. A questão relevante é se o processo de formação do Azul da Prússia teria que ter acontecido necessariamente nas câmaras de gás.

Alich et al. tem demonstrado que o Azul da Prússia não se forma na água, a não ser que haja um excesso de íons CN- comparado com o Fe(III) o que tem em condições muito básicas(14).

A diluição das soluções de Fe(III) e Fe(CN)63- com etanol produz o complexo vermelho, que persistem durante uma hora; tem-se que comparar isto com o desaparecimento do complexo vermelho em meio aquoso com uma diluição de 3.3 * 10-4 mol. O complexo vermelho em etanol se escureceu em uma hora e a redução a Azul da Prússia se completou em dois dias (Fig. 3).

Agora vem a parte mais importante:

Temos que salientar que o complexo em solução aquosa, sob as mesmas condições, se decompõe imediatamente, voltando o espectro ao do íon Fe(CN)63-

Mais ainda, a adição de uma quantidade de água tão pequena como uns 13% mais (por volume) causou que o complexo vermelho se descompusera, aparecendo o espectro do íon Fe(CN)63-.
Condições nas Câmaras de Gás utilizadas para os assassinatos em massa em Auschwitz-Birkenau.


Em outras palavras, o Azul da Prússia só se forma na presença de concentrações muito altas do íon CN-. As concentrações nas câmaras de gás eram tais que a água no ambiente em equilíbrio pode alcançar concentrações da ordem de 0,1mol como mostrado no Apêndice I.

O que se poderia alcançar desta concentração em equilíbrio durante o período de tempo de um gaseamento é duvidoso. Esta concentração é o valor em equilíbrio. Indubitavelmente, a absorção do HCN pela água seria cineticamente limitada, é dizer, a concentração se veria limitada pela rapidez com o que tivera lugar no processo de absorção. A concentração no equilíbrio assume que a água foi exposta ao HCN o suficiente como para que a taxa de HCN mudando de estado líquido o gasoso seja igual à taxa a que o HCN em estado gasoso é absorvido pela água.

Mais importante ainda, temos que levar em conta que as câmaras de gas eram limpas com uma mangueira depois dos gaseamentos para eliminar os excrementos o o sangue(15).

Considerando que a água no ambiente haveria estado presente em uma quantidade bastante pequena, proporcionar uma diluição 100 vezes maior haveria sido trivial. Este efeito pode ser a explicação da presença/ausência do Azul da Prússia nas câmaras de despiolhamento/câmaras de gás, mas seria necessário realizar uma investigação mais profunda para apoiar definitivamente esta conclusão.

A formação do Azul da Prússia é extremamente sensível à concentração e ao pH. Efeitos muito pequenos podem inclinar a balança para o lado da formação do Azul da Prússia ou para o lado da não formação.

Alich et al. encontraram uma forte dependência do pH na reação. A presença de seres humanos nas câmaras de gás haveria ajudado também a inclinar a balança. O CO2 é um ácido anídrico, e deveria haver uma grande quantidade na câmara de gás. Um ácido anídrico é uma substância que ao dissolver-se aumenta a acidez da solução. Inclusive as concentrações atmosféricas de CO2 (360ppm hoje em dia, umas 330ppm então) são suficientes para causar que a água da chuva pura tenha um pH de 5.6. Os seres humanos exalam uns 4% de CO2 aproximadamente, assim o pH pode ser bastante baixo. Por exemplo, com uns 2% de CO2 o pH estaria abaixo de 4.8.

O Apêndice II analisa a relação entre o dióxido de carbono e o pH.

Um pH baixo inibe a reação. Assim, um pH mais baixo fará que o HCN saia da solução, fazendo que os íons CN- fiquem mais diluídos. Estas considerações poderiam ser mitigadas para o uso de cal maçante (hidróxido de cálcio, Ca(OH)2), que é ligeiramente solúvel em água e poderia aumentar o pH. Uma solução pura de Ca(OH)2 pode alcançar um pH de 12, mas na cal maçante sólida dificilmente se tem estas condições.

Temos que assinalar aqui outro ponto. As condições destacadas aqui se referem à formação do Azul da Prússia na presença de íons cianeto e íons Fe(CN)63-. Nas câmaras de gás pode haver Fe(III) nos ladrilhos e íons cianeto no próprio HCN, mas Alich et. al. dizem que: "Os espectros das dissoluções que contêm Fe(III) e íons CN- indicaram somente a hidrólise ácida do Fe(III)."(16) Não se formou o Azul da Prússia.

É forte a evidência experimental que demonstra que a formação do Azul da Prússia não é necessária na presença de HCN e materiais de construção.

Markiewicz et al.(17) não chegaram a produzir este pigmento em experimentos com HCN e materiais de construção. Além do mais, Rudolf realizou um experimento em que expôs um ladrilho ao HCN e não encontrou níveis detectáveis de compostos de cianeto(18). Estes fracassos na intenção de produzir Azul da Prússia são suficientes para demonstrar que a sua formação em níveis detectáveis não é um resultado necessário da exposição ao HCN.

Conclusão:

Embora será precipitado afirmar que o modo como foi explicado por que existe Azul da Prússia nas câmaras de despiolhamento e não nas câmaras de gás, certamente como demonstrado que o processo de formação proposto por Rudolf dificilmente pode ser usado nas câmaras de gás.

Mais ainda, como demonstrado que a formação do Azul da Prússia está sujeita a influências muito sutis das condições presentes. Algumas leves trocas nas condições podem ser suficientes para inclinar a balança para um lado ou para outro.

O ônus da prova recai agora para os negadores do Holocausto. Afirmam que foi “provado” que não houveram gaseamentos nas câmaras de gás. Para fazer esta afirmação, precisam demonstrar que p processo de formação do Azul da Prússia que foi proposto teria que ocorrer nas câmaras de gás baixo às condições exatas que se usaram. Sua tarefa é trabalhosa. Qualquer informação dita sobre a base da ausência do Azul da Prússia é no mínimo uma especulação vazia.

Adicionar a isto que é prova da presença de cianeto nas câmaras de gás, que os testemunhos afirmam que ali ocorreram gaseamentos, que as pessoas que foram acusadas admitiram seus crimes, e que deportaram para Auschwitz-Birkenau entre 1 milhão e 1,5 milhões de pessoas e estas nunca voltaram, e com todo isto podemos dizer que o trabalho de Germar Rudolf é uma intencionada distorção da realidade.


(1)Germar Rudolf, The Rudolf Report, Ruediger Kammerer - Armin Solms (Hg), Das Rudolf-Gutachten, Gutachten ueber die Bildung nach Nachweisbarkeit von Canidverbindungen in den "Gaskammern" von Auschwitz, Cromwell Press, Londres, 1993. Foi proibido a publicação deste relatório na Alemanha, e portanto é difícil conseguí-lo. Meus agradecimentos a Margret Chatwin por obter uma cópia, y a Gord McFee por traduzir do original alemão a seção 2.5 e a nota 16. Ulrich Roessler também colaborou com a tradução de outras partes que são mencionadas mais abaixo.

Foi publicada uma tradução do inglês chamada The Rudolf Report, London: Cromwell, 1993.
Versão em alemão de 1997 em http://www.vho.org/D/rga/rga.html
Também tem um documento bastante incompleto que dizem ser uma tradução do Relatório Rudolf, mas omite as nota de rodapé. Está em http://www.codoh.com/rudolf/rudreport/rudreport.html, um link em alemão est’a no Zundelsite, mas parece incorreto. Quando perguntamos ao fórum CODOH se este documento é uma cópia fiel do trabalho de Rudolf e que pensamos em fazer uma tradução completa, não obtivemos resposta.

(2)Leuchter Fred A., THE LEUCHTER REPORT The End of a Myth: A Report on the Alleged Execution Gas Chambers at Auschwitz, Birkenau and Majdanek, Poland by an Execution Equipment Expert, Samisdat, 1988. Disponível em: http://ihr.org/books/leuchter/leuchter.toc.html

(3)Markiewicz, Gubala, y Labedz, Z Zagadnien Sqdowych, z. XXX, 1994 17-27 disponível em http://www.nizkor.org/hweb/orgs/polish/institute-for-forensic-research/index-sp.html
Rudolf, Germar. The Gas Chambers of Auschwitz and Majdanek, disponível no website del CODOH de Bradley Smith

(4)Shermer, Michael, correspondência privada.

(5)BailerAmoklauf gegen die Wirklichkeit. Praca zbiorowa (B. Gallanda, J. Bailer, F. Freund, T. Geisler, W. Lasek, N. Neugebauer, G. Spenn, W. Wegner). Bundesministerium fuer Unterricht und Kultur Wien 1991.

(6)Robin, M. B., and P. Day, Adv. Inorg. Chem. Radiochem., 10, 247 (1967)

(7)Holtzman, H., Ind. Eng. Chem. 37, 855 (1945)

(8)Rembiszewski, Sarah, The Final Lie: Holocaust Denial in Germany. A Second-Generation Denier as Test Case, Tel Aviv: Editorial da Universidade de Tel Aviv (1996)

(9)Gauss, E. (a.k.a. Germar, Rudolf), Vorlesungen über Zeitgeschichte Strittige Fragen im Kreuzverhoer, Tuebingen, 1993.Agradeço a Margret Chatwin por conseguir este documento, e a Gord McFee pela tradução.

(10)Powell, H. M., Proc Chem. Soc., p. 73 (1959)

(11)M.A. Alich, D.T. Howarth, M.F. Johnson, J. Inorg. Nucl.Chem. 1967, 29,p.1637-1642
de Wet and Rolle en Z. Anorg. Allgem. Chem 336, 96 (1965)

(12)Alich et al., op. cit. p. 1640

(13)Mark Van Alstine teve o detalhe de encontrar as seguintes referências:

Com respeito à limpeza das câmaras de gás com mangueiras:
Segundo o
Sonderkommando Henry Tauber (do Krema II):
Havia uma tomada de água no
passeio, e se conectava uma mangueira de borracha para lavar o chão da câmara de
gás.
Fonte: Pressac, Technique, p.484.
Segundo o Sonderkommando Filip Müller (do Krema V):
Normalmente o chão de
cimento da câmara de gás, assim como o do vestuário estavam húmidos.
Fonte:
Müller, Eyewitness Auschwitz, pp.82-83.
Segundo Nyszili (do Krema II):
O Sonderkommando, equipado com grandes
botas de borracha, se alinhou ante a pilha de cadáveres e os limpou com potentes
jatos de água. Isto era necessário porque o ato final dos que morrem afogados ou
por gás é uma defecação involuntária.
Fonte: Nyszili, Auschwitz, p.52.
De The Holocaust Odyssey of Daniel Bennahmias, Sonderkommando, p.46 (dos Kremas
II y III):
Uma vez que se esvaziava a câmara de gás, tínhamos que limpá-la
com uma mangueira para eliminar todos os restos de sangue e excrementos -mas
sobre tudo sangue- e depois branqueá-la com pintura rápida. Este passo é
crucial, e se faz cada vez que se esvazia a câmara, já que os mortos aranham as
paredes na agonia. Os muros se enchem de sangue e pedaços de carne, e nenhum dos que vinham no próximo transporte suspeitavam que estavam entrando em algo
distinto de uma ducha. Isto leva entre duas e três horas.

(14)Alich et al., op. cit. p. 1639

(15)Markiewicz et al., op. cit.

(16)Rudolf ,The Rudolf Report, op. cit., Agradeço a Ulrich Roessler à tradução dos parágrafos mencionados.

Notas do Apêndice I.
(1)DuPont, Hydrogen Cyanide: Properties, Uses, Storage and Handling, 195071A, (1991).

Notas do Apêndice II.
(1)John H. Seinfeld, Atmospheric Chemistry and Physics of Air Pollution, John Wiley & Sons, New York, 1986, pp. 198-204.

(2)Por exemplo, ver William H. Press, Saul A. Teukolsky, William T. Vetterling, e Brian P. Flannery Numerical Recipes in C: The Art of Scientific Computing, Segunda Edição, Cambridge University Press,

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